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AVEIRO AUTÁRQUICAS 2009 1 Transparência

e Participação

2 Políticas sociais

3 Educação

4 Ordenamento do
território e Urbanismo

5 Mobilidade

6 Ambiente

7 Cultura

8 Turismo,
Desporto e Lazer

BLOCO DE ESQUERDA AVEIRO RUA COMBATENTES DA GRANDE GUERRA, Nº 81, SALA 1 K, 3810-087 AVEIRO [http://aveiro.bloco.org] [beconcelhiaaveiro@gmail.com]
O Bloco de Esquerda de Aveiro apresenta candidaturas à Daqui decorre também que o Bloco de Esquerda se distancia
Assembleia Municipal, à Câmara Municipal e às Assembleias das posições tradicionais que assentam unicamente em lista-
de Freguesia de Aradas, Cacia, Eixo, Esgueira, Glória, Oliveiri- gens de investimentos que, no seu conjunto, não se tradu-
nha, São Bernardo, Santa Joana, Vera Cruz. zem em nenhum projecto global de transformação social. O
Bloco de Esquerda defende para Aveiro uma política de
As presentes candidaturas autárquicas têm programa pró- investimentos que esteja ao serviço do seu projecto de justi-
prio e articulam-se com as propostas políticas do Bloco de ça social. Para isso, tal política de investimento deve necessa-
Esquerda e que se encontram delineadas no documento riamente ser reprodutiva, isto é, geradora de bem estar
«Programa para um Governo que responda à crise social. A social, qualidade de vida e de retorno económico e social.
política socialista para Portugal».

O trabalho de transformação para um modelo de sociedade


mais inclusivo e justo é, para o Bloco de Esquerda, um desafio
multidimensional, pelo que as propostas contidas neste pro-
grama, longe de serem aleatórias e avulsas, encontram-se
em estreita ligação entre si.
1 Transparência e Participação
as condições do laço social

O BE assume o combate à corrupção e ao tráfico de influências como ainda uma alteração das politicas económicas da autarquia que tornem
uma das suas grandes prioridades. O reforço da transparência e do as suas finanças sustentáveis e ao serviço do cidadão e não no pagamen-
envolvimento da comunidade no exercício do poder público são condi- to de rendas.
ções essenciais de democraticidade, de inclusão e são os mecanismos
A posse e a gestão pública de serviços que respondam às necessidades
fulcrais para travar este combate. Apenas a transparência e a participa-
básicas da população (como saúde, educação, transportes públicos,
ção asseguram um efectivo escrutínio e responsabilização dos detento-
abastecimento de água e saneamento), são condição essencial de equi-
res de cargos políticos, seja por incumprimento dos seus programas de
dade e inclusão social. A universalidade destes serviços afigura-se
governo, seja por actos lesivos do interesse público. É necessário encon-
também como a única forma de garantir o seu controlo democrático e de
trar e implementar mecanismos e modelos de gestão que permitam a
assegurar que o seu objectivo é o do bem comum.
participação e a decisão contínua por parte da população aveirense,
rompendo com o actual cenário onde o cidadão apenas tem voz a cada As empresas municipais são a antecâmara da privatização dos serviços
quatro anos, sendo então remetido ao silêncio. públicos e da inversão da lógica do interesse colectivo. O que a experiên-
cia tem demonstrado é que a submissão do bem comum à lógica do
Numa prova de má convivência com a liberdade de expressão no conce-
lucro tem prejudicado não só a equidade no acesso aos serviços essen-
lho, a autarquia mantém em vigor um regulamento relativo à propagan-
ciais, como também tem afectado negativamente a qualidade de vida
da política que a Comissão Nacional de Eleições e os próprios serviços
das populações. Demonstra também como tem sido cada vez mais difícil
jurídicos da autarquia consideram ilegal e inconstitucional. Esta candida-
ao cidadão exercer o seu direito de controlo e participação na definição
tura compromete-se a elaborar um novo regulamento que consagre as
de políticas públicas. Mais: este distanciamento impede a responsabili-
liberdades e garantias asseguradas pela Constituição da República e que
zação dos decisores.
rompa com a actual arbitrariedade.
Saliente-se também que as empresas municipais se têm apresentado
Definição de modelos de gestão como uma forma de duplicação de lugares de administração a serem
distribuídos pela elite local. Para além disso, a contratualização de servi-
Face a opções politicas erradas, a Câmara Municipal de Aveiro encontra-
ços externos e a concepção de parcerias público-privadas são um grave
se numa situação financeira deficitária. O Bloco de Esquerda defende a
desvio de recursos do bem público, constituindo um entrave ao desen-
renegociação do empréstimo para uma taxa justa e não usurária como a
volvimento local e um encarecimento das despesas camarárias.
que o executivo PSD/CDS-PP escolheu. O Bloco de Esquerda defende
1 Transparência e Participação
as condições do laço social 2 Políticas Sociais

O princípio da subsidiariedade não implica a desresponsabilização dos


AS RESPOSTAS DO BE SÃO CLARAS:
Serviços Públicos. Defendemos a coexistência de acções, por parte do
• A defesa de serviços públicos universais e gratuitos; Estado e das Instituições Sociais, as quais pretendem concertadas, capa-
citantes, autonomizantes e não meramente paliativas.
• A extinção de todas as empresas municipais, com a municipaliza-
ção dos seus serviços de interesse colectivo; Consideramos ainda que se o combate à pobreza e à exclusão pode ser
realizado numa vertente mais directa e assistencialista ao nível da satisfa-
• A avaliação constante, rigorosa e caso a caso, dos modelos de
ção das necessidades básicas dos mais desfavorecidos, não pode nunca
contratualização de serviços externos e das parcerias público-
omitir uma vertente mais estrutural (porque a pobreza também o é), com-
privadas, agindo-se sempre em conformidade com os critérios de
batendo pela raiz, a distribuição desigual de riqueza e o dogma neo-liberal.
pertinência para o bem público e de racionalidade económica e
social; Este combate opera-se através da defesa de políticas de emprego
estável, de políticas fiscais transparentes, de um sistema de Segurança
• A eleição directa de todos os órgãos da democracia, nomeadamen-
Social, de Saúde e de Educação Públicos, da existência de respostas de
te CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, numa
Apoio à Família, de medidas de conciliação Trabalho/Família, do aumen-
lógica de aproximação crescente entre responsáveis políticos/ públi-
to do Subsídio de Desemprego, do Rendimento Social de Inserção (RSI),
cos e cidadãos;
das Pensões, do Complemento Solidário ao Idoso, entre outras.
• A responsabilização efectiva dos detentores de cargos públicos;
Para o Bloco, a competência primordial de uma Câmara Municipal
• A libertação do financiamento das autarquias locais do jugo do consiste em assegurar o bem-estar de todos os seus munícipes. As políti-
betão; cas de acção social são transversais a várias áreas, devendo-se, por isso,
promover a coerência das intervenções. Perante o contexto que vivemos,
• A implementação de mecanismos de orçamento participativo e de
o Bloco, apostando na articulação das políticas sociais (por exemplo, na
Agenda 21;
sinergia entre transportes públicos e horários escolares e laborais),
• A inclusão do acesso fácil e gratuito à internet no leque dos serviços presta especial atenção a uma política social de habitação que garanta,
públicos, promovendo-se assim uma visão contemporânea destes e juntamente com serviços públicos universais e gratuitos, o direito à habi-
respondendo-se à evolução das necessidades da população. tação e que combata a especulação imobiliária e os juros usuários –
graves vícios da gestão do bem público.
2 Políticas Sociais

Neste sentido, o Bloco defende para Aveiro que: lação ao nível de Serviços de Apoio à Família, designadamente Creches,
Amas, Apoio Domiciliário, Centros de dia, entre outros, e levar a cabo,
• O Orçamento Municipal deve reservar uma importante verba para a
progressivamente, a criação da rede de apoio necessária e identificada.
acção social, ao invés da actual verba de cerca de 1% anuais.
• Se invista em e se desenvolva políticas locais de criação de Emprego,
• A lógica tradicional da Habitação Social que cria guetos e ostraciza os
Reinserção na Vida Activa e Formação Profissional.
mais desfavorecidos deve ser abandonada, apostando-se numa Política
Social de Habitação verdadeiramente inclusiva. • Se garanta a continuidade e o reforço dos Projectos Sociais existentes,
como o Projecto “Ria”, o qual, após o financiamento do Instituto da Segu-
• Se deve proceder à revisão dos valores das rendas cobradas nos Bairros
rança Social, deverá ser “absorvido” pela Câmara Municipal de Aveiro,
Sociais do Concelho de Aveiro, bem como promover e apoiar a execução
assumindo esta edilidade as verbas necessárias para a continuidade e
das obras necessárias para que todas as habitações reúnam as indispen-
execução do mesmo.
sáveis condições de habitabilidade, salubridade e conforto.
• Se consagre a água enquanto direito humano através de uma declara-
• Se promova Aveiro como um Concelho inclusivo, que permita a mobili-
ção em reunião ad-hoc e através da urgente modificação das práticas
dade a Pessoas com Deficiência ou com mobilidade reduzida, impondo
municipais correntes.
prioritariamente a todos os serviços públicos a obrigatoriedade de
serem dotados de um design inclusivo e universal, de forma a que sejam, Recentemente, o Município de Aveiro, juntamente com o Governo e as
efectivamente, acessíveis e que permitam o exercício da cidadania por Águas de Portugal, criaram uma parceria para a gestão das águas que
parte de todos os munícipes. não só se configura como um mau negócio para os munícipes, como
também abriu a porta à privatização/concessão do serviço, com a garan-
• A criação de serviços de proximidade e descentralizados, munidos de
tia do aumento do custo da água e da deterioração dos direitos dos
equipas multidisciplinares na Câmara Municipal e nas Juntas de Fregue-
trabalhadores dos SMA – Serviços Municipalizados de Aveiro.
sia, que prestem apoio jurídico, psicológico, social, financeiro e material
aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social, como os idosos, as Considerando que essa parceria elimina o controlo democrático sobre
pessoas com deficiência, os imigrantes, as vítimas de violência domésti- um recurso colectivo à vida e que a Câmara Municipal de Aveiro, por si só,
ca, etc, assim como um observatório para a igualdade de género. perde o direito a definir no futuro se as águas permanecem públicas ou
são privatizadas/concessionadas, a candidatura Bloco de Esquerda
• Se realize um Diagnóstico real que identifique as necessidades da popu-
recusa esta parceria e pretende:
2 Políticas Sociais

• Garantir a posse e a gestão pública em prol do interesse colectivo do do concelho: de acordo com análises dos SMA, mais de 90% da água
recurso e da rede de distribuição, tratamento e de saneamento. das fontes analisadas no concelho representam perigo para a saúde
pública.
Defendemos um sistema de águas intermunicipal totalmente público,
sem parcerias com privados nem com AdP, à semelhança do que já • Que a autarquia seja o garante da qualidade, universalidade e
ocorre em dois grupos de municípios portugueses, com capacidade de gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde, investindo:
decisão local. - na luta constante da autarquia junto das entidades competentes
para garantir aos cidadãos do concelho o direito essencial e democrá-
tico a uma prestação em pleno dos cuidados de saúde primários,
AS RESPOSTAS DO BE SÃO CLARAS: através da atribuição de médico de família;
O Bloco de Esquerda propõe-se a: - na formação de redes locais de saúde e na dinamização dos planos
locais de saúde em articulação com a saúde pública, apostando no
• Implementar um regime tarifário do consumo de água que com-
tratamento e prevenção das doenças cardiovasculares, respiratórias,
preenda a sua taxação progressiva, assegurando-se: oncológicas, mentais, obesidade e diabetes e na promoção de consu-
- a gratuitidade da água necessária à sobrevivência e dignidade mos conscientes, informados e responsáveis de substâncias como o
humana para todos os cidadãos de Aveiro (beber, cozinhar, higiene tabaco, álcool, drogas e medicamentos; e a prevenção das Infecções
alimentar: 50 litros/dia/pessoa de acordo com recomendação da Sexualmente Transmissíveis (IST);
Organização Mundial de Saúde);
- na participação na gestão das unidades de saúde, tendo um papel
- acima deste escalão de consumo vital, criação de escalões tarifários determinante no incentivo ao envolvimento dos cidadãos nessa
progressivos (social, normal, conforto), de forma a garantir sua a mesma gestão, não esquecendo o seu papel como garante da conser-
preservação e sustentabilidade ambiental e económica; vação e renovação da rede de cuidados primários, quer no zelo de
- a proibição da suspensão de abastecimento de água por falta de equipamentos e instalações, quer no seu papel como intermediário
pagamento, desde que por motivo de comprovada carência económi- junto das entidades competentes.
ca, devidamente declarada pela Segurança Social.
- no advogar junto das entidades competentes a abertura de um
• Implementar um plano de recuperação da qualidade da água no curso de medicina na Universidade de Aveiro.
concelho, dado o estado calamitoso em que se encontram as fontes
- na descentralização de técnicos de saúde para locais adequados de
2 Políticas Sociais
3 Educação

A educação é essencial para o desenvolvimento social, científico e


acordo com as necessidades (de risco, escola, bairros com carências,
etc.), dinamizando nas e com as Juntas de Freguesia consultas médi- económico e é o primeiro factor no combate às desigualdades sociais. A
cas de proximidade, especialmente direccionadas para públicos com sociedade deve garantir a todos os cidadãos o acesso gratuito a um siste-
mobilidade reduzida por motivos vários. ma educativo de qualidade, integrativo e participado. Neste âmbito, o
Bloco de Esquerda é intransigente na defesa da Escola Pública e do
- na abertura dos serviços de saúde à população no que diz respeito à
responsabilização sobre as suas decisões organizativas, operacionais Estatuto do Professor.
e logísticas, nomeadamente através da dinamização e valorização de
comissão de utentes.
PRETENDEMOS POR ISSO:
- no garantir junto das entidades competentes o alargamento do
horário dos centros de saúde. • Clarificar as competências do município de Aveiro no que diz
respeito às políticas escolares e à necessária consolidação das comu-
nidades educativas, garantindo no leque das suas responsabilidades
a gratuitidade e a universalidade do ensino, nomeadamente no que
se refere ao primeiro ciclo. Para isso, o Bloco propõe:
- Dinamizar campanhas de recolha e redistribuição de manuais escolares
e garantir a sua gratuitidade;
- Garantir a gratuitidade do material escolar;
- Garantir o fornecimento de refeições escolares de qualidade, com
predominância dos alimentos da região, fomentando-se dessa forma o
aproveitamento dos recursos endógenos do Concelho;
- Garantir junto da Administração Central a qualidade, gratuitidade e
universalidade do sistema educativo sob a sua tutela.
- Garantir o justo pagamento dos professores colocados em AEC nas
escolas do concelho, reduzindo as taxas cobradas pela autarquia,
evitando a dispersão de recursos para outros sectores que não a
3 Educação

educação. projecto uma vez que confere os riscos envolvidos no negócio do


estacionamento para a edilidade, para além de ser uma solução mais
- Garantir a presença efectiva da autarquia nos conselhos gerais dos
dispendiosa de acordo com os próprios dados da autarquia: encargos
agrupamentos e escolas não agrupadas do concelho, numa perspecti-
três vezes superiores ao custo real da carta educativa e dez vezes
va de parceria positiva para a melhoria das nossas escolas, garantindo
superiores a outras soluções de financiamento comunitário;
sempre que a autarquia é um catalisador de boas práticas democráti-
cas. - Garantir a reabilitação do parque escolar através com o
co-financiamento comunitário previsto para o programa;
• Promover a criação de “comunidades educativas” reais, com a parti-
- Criação de uma equipa de obras e pequenas reparações dedicada
cipação de todos os envolvidos em volta de projectos educativos em exclusivo ao parque escolar;
válidos.
- Apoiar a recuperação das infra-estruturas tuteladas pelo Ministério
• Apoiar e promover iniciativas de combate ao analfabetismo e à da Educação;
iliteracia, dando-se especial atenção à promoção da alfabetização, - Flexibilizar e potenciar a utilização das infra-estruturas escolares nos
da formação integral de cidadãos adultos, bem como à criação e períodos não lectivos.
disseminação descentralizada de programas de combate à info-
exclusão, em coerência com a inclusão do acesso à Internet no leque
de serviços públicos a defender.
• Criar condições para uma oferta suficiente de serviços de jardins de
infância e escolas.
• Garantir a reestruturação e potenciar o aproveitamento do parque
escolar. O Bloco pretende:
- Romper com a tentativa de criação de uma parceria público-privada,
pela qual a autarquia atribuiria a exploração e os lucros de quatro
parques de estacionamento subterrâneos a construir, assim como
uma renda pela utilização das escolas que seriam recuperadas/
construídas no âmbito da parceria. O Bloco é frontalmente contra este
4 Ordenamento do território
e urbanismo

A política de ordenamento do território afigura-se central na construção • A promoção da descentralização dos investimentos infraestruturais por
de um Concelho territorial e socialmente coeso e constitui um importan- todas as freguesias.
te instrumento de combate às sérias disparidades que se sentem no
• Dar prioridade ao espaço público, à sua expansão, dinamização e apro-
quotidiano de populações geograficamente vizinhas, mas socialmente
priação efectiva por parte dos cidadãos.
distantes. Considerando que neste âmbito o reforço da intermunicipali-
dade é indispensável. • Não aumento da área dedicada a grandes superfícies comerciais e
criação de um programa municipal de dinamização do comércio tradi-
A predação do território tem-se assumido como umas das principais de
cional
geração de riqueza, à custa do seu ordenamento e da sustentabilidade
social e ambiental. • A eliminação urgente dos obstáculos e as barreiras urbanísticas e arqui-
tectónicas a cidadãos com mobilidade reduzida. Neste sentido, preten-
Esta candidatura pretende inverter este ciclo, defendendo: de:

• Que os critérios primordiais que devem orientar a política de ordena- - Criar uma equipa de estudo vocacionada para o desenho urbano univer-
sal que apresente soluções à autarquia e aos munícipes.
mento do território são os das necessidades reais das populações e os da
sustentabilidade ambiental, e não os que resultam de interesses especu- - Promover a melhoria da sinalética para todos.
lativos. • O assegurar o direito de cada cidadão à habitação, através de uma
• A promoção da qualidade de vida, assim como a estabilização do política social de habitação, combatendo a especulação imobiliária e
núcleo urbano e o desenvolvimento sustentado das freguesias peri- promovendo a função social da habitação.
urbanas, através de uma matriz urbana densa e heterogénea e da rejei- A habitação, uma necessidade elementar da Humanidade, foi transfor-
ção de um crescimento em mancha de óleo. mada num produto financeiro, o mais primordial de todos visto o seu
• O assegurar do envolvimento efectivo das populações nas decisões de potencial de alto custo. Com a sua colocação na esfera do mercado,
ordenamento e urbanísticas. constitui-se um mercado de crédito associado. Assim, a formação de
preços da habitação enveredou por um mecanismo de falseamento da
• O acompanhamento e a promoção da clarificação, divulgação e partici- relação procura-oferta e sem qualquer correlação com a necessidade
pação pública na elaboração e implementação dos instrumentos legais social que representa. Constituiu-se um ciclo vicioso: os preços da habi-
de ordenamento do território.
4 Ordenamento do território
e urbanismo

tação aumentam forçando os cidadãos a recorrer ao crédito, conferindo Face à recente crise do sub-prime e as respectivas consequências,
assim uma falsa capacidade financeira à procura de forma a cobrir os em Portugal o poder político decidiu mudar o embrulho financeiro
desmandos do mercado, contribuindo novamente para o aumento do da habitação. O Governo anunciou um fundo de arrendamento
preço. imobiliário, criando um novo negócio para os bancos. Por outro lado,
as autarquias prevêem recuperar os seus centros urbanos com a
A habitação enquanto produto financeiro foi uma forma privilegiada de criação de parcerias público-privadas. O Bloco contrapõe:
enriquecimento de poucos à custa do empobrecimento de muitos.
• o combate ao caos urbanístico só é efectivo com o rompimento das
Enquanto durou este crescimento contínuo assente em falsos pressu-
suas causas económicas. Assim e atendendo a que a valorização do
postos, o centro das nossas cidades foi ficando deserto, já que a priorida-
solo mediante o seu estatuto de uso se deve meramente a uma
de se centrou em adicionar novas peças ao mercado, privilegiando a
acção administrativa, que gera desigualdades perante os cidadãos e
construção desenfreada em solo virgem.
que é uma fonte de pressões sobre os decisores públicos, esta candi-
datura defende:
- que qualquer revisão dos instrumentos de ordenamento do territó-
NESSE SENTIDO, O BLOCO DE ESQUERDA DEFENDE rio em vigor seja acompanhada de um estudo onde se define clara-
PARA AVEIRO: mente a valorização e a desvalorização de cada parcela de terreno;
- que seja efectuada a cativação pública de 50% das mais-valias
• o loteamento público, sujeito ao interesse colectivo e do ordena-
urbanísticas geradas por estes actos;
mento do território;
• a prioridade à reabilitação do património edificado e limitação das Esta candidatura defende um política social de habitação, e defende
novas construções em função das reabilitadas; que a prioridade dos grandes investimentos no concelho devem ser
enquadrados por um programa de reconstrução urbana, com a
• a obrigatoriedade, por inclusão no PDM, de construção de uma
participação da Administração Central, que deve ter as seguintes
quota de 25% de Habitação a Custos Controlados em cada novo
condições e características:
loteamento e operação de reabilitação;
• Co-financiamento da reabilitação obrigatória das casas desocupa-
4 Ordenamento do território
e urbanismo 5 Mobilidade

das e degradadas; É dado indiscutível que a participação na vida social exige do cidadão
uma crescente mobilidade. Esta realidade é especialmente dura para
• Tomada de posse pela Autarquia das casas não reabilitadas, que
quem enfrenta os constragimentos de uma mobilidade reduzida, como
serão reconstruídas pela Câmara com apoio do Estado, sendo depois
os idosos e as pessoas portadoras de deficiência. O modelo de mobilida-
alugadas durante cinco a dez anos, consoante o seu valor, para recu-
de condiciona o ordenamento do território, sobretudo quando se consi-
perar o investimento, sendo depois devolvidas aos proprietários
dera que, com o advento da mobilidade individual motorizada, 70% do
com a obrigatoriedade de serem mantidas no mercado;
espaço público das cidades passou a ser de uso exclusivo do automóvel.
• Constituição de uma Bolsa de Arrendamento municipal, incluindo
todas as casas desocupadas que tiveram intervenção pública, as
casas não vendidas há mais de um ano e as que forem propostas
para o efeito; Assim, respondendo aos imperativos da coesão territorial, do serviço
• Agravamento da tributação em IMI da situação de desocupação público e das preocupações ambientais, esta candidatura defende
das casas. uma política de mobilidade colectiva e suave que possa:
• Garantir a posse e gestão pública dos transportes colectivos da
O investimento em reabilitação tem a vantagem de ter um efeito MoveAveiro.
multiplicativo imediato, quer por via da criação de emprego – ao
contrário das grandes obras públicas que só têm impactos em • Recuperar e reforçar da frota da MoveAveiro com veículos prepara-
emprego dentro de cinco a dez anos – quer por via da redução dos dos para o transporte escolar e para o transporte de pessoas com
preços e, portanto, do aumento do rendimento das famílias. A modi- deficiência.
ficação radical do mercado de arrendamento com a recuperação dos • Reforçar a intermunicipalização da rede de transportes colectivos.
centros urbanos tem ainda a vantagem da redução dos movimentos
pendulares de transportes e o combate à guetização. • Criar um modelo de financiamento solidário dos transportes públi-
cos.
• Criar redes e modelos de intermodalidade com as restantes opera-
dores.
5 Mobilidade

• Implementar uma gestão flexível da frota de transportes colectivos, vos sobre a construção de novas infra-estruturas automóveis, e
alargar os horários e criar condições para a intermodalidade, por integrar a visão dos órgãos autárquicos eleitos na gestão da CP e da
integração de todos os sistemas de transporte (comboios, autocar- REFER, nomeadamente:
ros e lanchas). - o investimento no Vouguinha e a sua articulação com um novo
metro de superfície de Aveiro;
• Assegurar uma central de camionagem com as devidas condições e
com fácil ligação a outros meios de transporte na zona oriental da - assegurar uma maior integração de horários nos serviços disponibili-
zados;
estação de caminhos de ferro.
- assegurar o reforço da oferta de comboios em horário de ponta;
• Regular o estacionamento na cidade e criar de parques de estacio-
- apostar na construção da linha Aveiro-Salamanca como forma de
namento dissuasores nas periferias, integrando-os no percurso dos estimular a economia da região, reduzir o transporte rodoviário de
transportes colectivos. mercadorias e de estabelecer uma ligação de passageiros ao interior
do país e a Espanha.
• Melhorar as condições da circulação para peões, mediante:

- A expansão e a melhoria a rede de vias cicláveis.


- A afirmação das BUGAs enquanto instrumento de mobilidade e não
apenas turístico.
- Afirmar a condição de Aveiro como cidade ciclável.

• Incentivar a partilha de viatura privada (carpool), através da redu-


ção nas tarifas de estacionamento às viaturas inscritas no sistema.
• Promover o transporte na Ria e estudar a especificidade dos proble-
mas de mobilidade de São Jacinto, permitindo aos habitantes dessa
Freguesia facilidades de deslocação semelhantes às de todos os
aveirenses.
• Dar prioridade ao investimento ferroviário e de transportes colecti-
6 Ambiente

A coesão territorial e social assim como o desenvolvimento sustentável forma de aproveitamento dos resíduos orgânicos para outras activi-
devem estar em profunda articulação com uma política ambiental séria dades, como a agrícola, e como forma de diminuir o seu impacto
e responsável. As exigências desta área de intervenção, especialmente (maus cheiros, contaminação, etc.).
do que se refere ao ecossistema da Ria de Aveiro, requerem uma visão
• Implementar um programa de compostagem de materiais orgâni-
global que só a cooperação intermunicipal pode assegurar.
cos que não são depositados como resíduos (restos de relva, restos
de produção agrícola, etc.).
• Implementar na zona industrial de Cacia uma estação de medição
ASSIM, HÁ QUE: da qualidade ambiental.
• Dar prioridade à preservação e à sustentabilidade ambiental e
• Realizar estudos que afiram a quantidade de dióxido de carbono
social no uso dos recursos (solo, água, recursos energéticos).
produzido, de forma a implementar medidas de absorção do
• Promover e apoiar programas de educação ambiental e cívica. mesmo, nomeadamente áreas verdes.

• Implementar medidas de defesa à floresta e ao cumprimento do • Promover a recolha de resíduos selectiva porta-a-porta.
ordenamento florestal.
• Alterar o paradigma da taxa de recolha de resíduos, que actualmen-
• Assumir as responsabilidades municipais na gestão da floresta. te se paga na factura da água, de forma a passar a ter relação com a
quantidade de resíduos produzida e com as práticas de reciclagem.
• Incentivar criação de associações de proprietários ou acções de
voluntários que tenham como objectivo uma produção mais susten- • Testar a possibilidade de, na rede de transportes públicos, ter veícu-
tável e a prevenção dos fogos florestais. los eléctricos a fazerem os trajectos urbanos mais curtos.

• Defender o sistema lagunar e a totalidade do ecossistema da Ria, • Dinamizar a produção agrícola e cultura local, contribuir para a
bem como proteger os ecossistemas frágeis contra as ameaças da soberania alimentar dos países em vias de desenvolvimento e redu-
construção. zir as emissões de estufa de transportes inter-continentais, através
da prioridade a produtos locais nas cantinas escolares e nos merca-
• Garantir a instalação de uma unidade de vermicompostagem como
dos municipais.
6 Ambiente
7 Cultura

• Fazer com que os espaços verdes reservados ao automóvel As políticas e estratégias para a cultura devem ser perspectivadas num
(rotundas, faixas centrais, etc.) deixem de ser um sorvedouro de âmbito territorial que excede os limites do Município. A cooperação
água através da introdução de vegetação endémica. inter-municipal, a criação de sinergias com outros concelhos, são princí-
pios que devem orientar qualquer política ou acção, e isto independen-
• Criar vastos espaços verdes descentralizados como garante do
temente da habitual vontade de protagonismo partidário por parte dos
usufruto do território dos cidadão, como forma de absorção de emis-
autarcas envolvidos: para a optimização dos recursos disponíveis, para a
sões de estufa e como forma de garantir a permeabilidade do solo.
dinamização de projectos passíveis de financiamento pelo QREN, para
• Criação da cintura verde entre o pavilhão dos Galitos e a zona do potenciar uma lógica de internacionalização. Por outras palavras, não
Parque Pedro IV. podemos conceber políticas culturais com base em estratégias de auto-
isolamento. Assim, é importante:
• Uma acção concertada de diversos Pelouros/Divisões na CMA – Cultura,
Educação e Economia;
• Comunicação horizontal e vertical entre as Divisões das diversas autarquias;
• A avaliação e ajustamento sistemático destes projectos e do seu âmbito
territorial;
• A formação de equipas de gestão constituídas sob a égide da compe-
tência técnica;
• O desenvolvimento de sistemas integrados de bilhética, favorecendo
circuitos culturais e a cumulatividade dos consumos (a um nível inter-
municipal) , bem como sistemas seguros de aquisição de bilhetes on line.

Mais concretamente, o BE propõe:


• Política de colaboração inter-municipal para criação de roteiros especí-
7 Cultura

ficos de divulgação do património artístico, arquitectónico, museológico avaliar as ofertas turísticas actuais;
e ambiental. Veja-se o caso dos museus - são um elemento fundamental
• Biblioteca Municipal: avaliação de actividades, nomeadamente no
na captação de turismo cultural mas nem a população da região conhece
aproveitamento dos recursos cedidos pelo IPLB (o que não acontece
a oferta patrimonial existente:
actualmente);
Museus Nacionais e Municipais (Região Centro): Museu de Aveiro, Museu
da Cidade, Museu de Arte Nova (estes dois últimos não têm identidade ou • Salas de Espectáculo: Ênfase na programação e na criação de hábi-
conteúdos definidos), Fábrica da Ciência Viva, EcoMuseu da Troncalhada, tos de consumo;
M. Arte Sacra de Arouca, Centro de Interpretação Geológica de Canelas,
Casa Museu de Etnografia da Região do Vouga, Museu Etnográfico de • Parques/Espaços Verdes: promoção da interligação entre ambiente
Válega, Ecomuseu de Arouca, Casa Egas Moniz, Museu Júlio Dinis – Uma e cultura, associação da cultura formal a espaços informais. Difusão
Casa Ovarense, Casa Museu Ferreira de Castro, Vista Alegre, Museu Maríti- da rede Wireless para acesso livre à internet nestes espaços;
mo de Ílhavo, Navio Santo-André, etc..
• Tradições locais (falamos de tradições que são continuamente
re/criadas): comportam uma dimensão identitária, festiva e sociali-
zadora, constituindo uma espécie de denominador comum sobre a
ESPECIFICAMENTE PARA AVEIRO: qual a generalidade das políticas locais se alicerça. A activide cultural
• Definição do conceito e criação de um verdadeiro Museu da Cidade municipal não deve contudo esquecer que estas identidades são
– uma vez que não existe nenhum espaço na cidade que divulgue a sempre dinâmicas, abertas e polissémicas.
sua História (a sua fundação, envolvimento em acontecimentos • Promoção de eventos distintivos que projectem valores artísticos,
históricos relevantes – lutas liberais, oposição ao Estado Novo, etc.). preferencialmente numa lógica de internacionalização. Alguns
Da mesma forma, não existe nenhum espaço na cidade que divul- projectos (Bienal Internacional de Cerâmica, Bienal de Arte Contem-
gue a história secular da relação Ria-Povoações; porânea, Sons em Trânsito, Vozes Femininas, Projecto da Avenida de
• Criação de um Serviço de Arqueologia, a integrar a Divisão de Arte Contemporânea) perderam qualidade/conteúdos, foram mal
Museus e Património Histórico da CMA; organizados/divulgados, foram simplesmente descontinuados ou
nunca se concretizaram. É necessário recuperar projectos de elevado
• Dinamização da navegabilidade na Ria de Aveiro. É necessário potencial artístico - que enriqueçam a «marca» cidade. Outras
7 Cultura

propostas: ficos
çãodetem
divulgação
que ser do
envolvido
património
na cultura
artístico,
e na
arquitectónico,
arte, não apenas
museológico
como
- Festival de Lusofonia (evocação do antigo festival de cinema), e ambiental.
público mas Veja-se
tambémo caso
comodospromotor.
museus - A são
escola
um elemento
pública efundamental
as associa-
integrando diferentes expressões: cinema, música, artes plásticas, nações
captação
locaisde
alimentam
turismo cultural
e são alimentadas
mas nem a população
por criaçãodaartística
região conhece
profis-
dança, unidos sob a égide da lusofonia; a oferta
sionalpatrimonial
e património.existente:
- Mostra/Festival de VideoArte: colaboração escolas (EB1 ao ensino
Museus Nacionais
• Em Aveiro e Municipais
existem dezenas (Região Centro): Museu
de associações de Aveiro,
culturais. Museu
“Alojadas” na
superior). No sentido de promover educação para a arte;
da Cidade, Museu de Arte Nova (estes dois últimos não têm identidade ou
Casa da Cultura Fernando Távora: Companhia de Dança de Aveiro,
- Festival Júnior anual (dia 1 de Junho): feira do livro infantil, palestras conteúdos definidos), Fábrica da Ciência Viva, EcoMuseu da Troncalhada,
sobre literatura infantil, contadores de histórias, peças de teatro, ADERAV,
M. Grupo
Arte Sacra de Poético de Aveiro,
Arouca, Centro Graduale: Música
de Interpretação SacradedeCanelas,
Geológica Aveiro,
audições musicais dos alunos das escolas de música, concurso AssocMuseu
Casa Amigos
de da Ria e do
Etnografia daBarco
RegiãoMoliceiro,
do Vouga,Academia de Saberes,
Museu Etnográfico de
“pequenos pianistas”, ciclos de cinema infantil, animações variadas. Válega, Ecomuseu de Arouca, Casa Egas Moniz, Museu
Cineclube de Aveiro, entre outras. É fundamental estabelecer
Júlio Dinis formas
– Uma
Casa Ovarense, Casa Museu Ferreira de Castro, Vista Alegre, Museu
de diálogo permanente entre a CMA e estas associações, paraMaríti- além
mo de Ílhavo, Navio Santo-André, etc..
• Animação regular das ruas da cidade/bairros. do pagamento dos subsídios protocolados; é também importante
Desenvolvimento/interiorização do conceito do “Bairro/Rua criati- conhecer/conferir os planos de actividade ou projectos, e as previ-
vos”. Por exemplo, estender animação que Galerias de Arte (rua do sões de custos destas associações com antecedência - para que as
Gravito) preconizaram a outros sectores/negócios. decisões sejam tomadas atempadamente e as dotações orçamentais
possam ser distribuídas de forma justa e transparente.
Alguém disse que “a cultura promove o pensamento, o espectáculo
• Complementarmente: Promover o acesso facilitado, de forma siste-
é tudo aquilo que nos distrai”. Precisamos das duas coisas. Porém, a
mática, a eventos culturais subsidiados pela Autarquia junto de
política cultural do município não pode ser reduzida à promoção de
públicos específicos (escolar, terceira idade);
um conjunto de interesses e acções que, supostamente, emanam da
vontade da colectividade - o que certos autores chamam de “consen- • Extensão a vários pólos do concelho de actividades culturais e
sualismo”. Na cultura, como noutros domínios, nada está imune à envolvimento das freguesias no processo cultural;
divergência de opinião, as decisões são sempre políticas, pelo que
• Criação de programação e circuitos de divulgação e promoção
falar em valores ou interesses “evidentes” só conduz ao marasmo. As
cultural, tendo em consideração os públicos diversificados: genera-
cidades têm que explorar os factores que as diferenciam e apostar
listas, profissionais, turistas e visitantes, ocasionais ou recorrentes,
no desenvolvimento de estratégias colaborativas. O todo da popula-
7 Cultura

pessoas com necessidades especiais, autóctones e imigrantes. Não ser o da competência técnica e não o da amizade política);
confundir, contudo, “democratização da cultura” com “consumismo
• Abertura de concurso para residências artísticas dirigidas a artistas
cultural”.
plásticos e fotógrafos;
• Criação de circuitos de divulgação e promoção cultural, tendo a
• Recuperação e mobilização de equipamentos culturais e patrimó-
consideração a eficácia da localização e meios utilizados (guias
nio subutilizados ou desocupados, para realização de eventos articu-
culturais, cartazes, mupis/outdoors, media clássicos, internet).
lados e/ou programação/ocupação regular.
A cultura deve ser entendida como motor de desenvolvimento
essencial. Uma politica para a cultura tem que investir na educação,
Resumindo:
no associativismo de índole recreativo e cultural, no património, mas
também na criação artística profissional; é a promoção da criação • Pensar a Cidade numa escala que ultrapassa os limites do Município e
artística e re-criação cultural que posicionará a cidade ao nível das apostar no desenvolvimento de estratégias colaborativas;
chamadas políticas culturais de «3ª geração». O BE propõe:
• Ancorar a actividade e programação culturais num eixo diferenciador;
• Criar condições de sustentabilidade para os “casos de sucesso” ou
• Intersectorialidade (a defesa da promoção da Língua, do Património
iniciativas isoladas que trazem mais-valias para a cidade/Região. A
Monumental, da Educação artística, do Audiovisual, etc. são políticas
atractividade da cidade para estes projectos pode aumentar se
necessariamente intersectoriais);
definidas políticas de baixo custo imobiliário ou apoios ao nível da
promoção/divulgação; • Valorização do património construído e requalificação/dinamização de
equipamentos e serviços existentes (política cultural de 1ª geração);
• Abertura de concursos para desenvolvimento de projectos culturais
(com uma regulamentação clara para dois esquemas possíveis de • Aumentar acesso aos bens culturais; potenciar a integração das pesso-
apoio autárquico: capital de financiamento e/ou cedência de as na vida social e cultural; formação e captação de públicos (política
equipamentos/serviços; esta regulamentação deve prever a avaliação cultural de 2ª geração);
dos projectos; a comissão de avaliação deve ser composta por agentes
• Promoção da criação e recriação cultural (política cultural de 3ª geração);
culturais e artísticos; ou seja, o critério para a sua constituição deverá
• Transparência e responsabilização.
8 Turismo, Desporto e Lazer

O Bloco de Esquerda considera que o lazer constitui uma importante criação de espaços públicos reais e que os investimentos camarários
esfera da vida contemporânea e que uma das maiores conquistas civili- não se devem focar na criação de espaços e apoio de actividades que
zacionais dos trabalhadores prende-se precisamente com o seu tempo não só excluem a maior parte da população, como também têm uma
livre e com o direito a férias remuneradas. rentabilidade duvidosa.
Estas conquistas têm sido, porém, objecto de uma crescente comerciali- • A construção de um segundo estádio municipal monodesportivo
zação que produz graves eixos de desigualdade social, os quais, por seu em Aveiro tem-se demonstrado injustificada pelo que o BE defende
turno, reflectem sérias disparidades em termos de qualidade de vida. a redefinição da sua função dos seus equipamentos.
O Bloco de Esquerda defende o direito universal ao lazer enquanto esfera O contraste entre o investimento neste segundo estádio e a criação e
manutenção dos espaços desportivos público do concelho é gritante.
de usufruto e desenvolvimento humano livre que não deve ser restringi-
Esta candidatura define como prioridade conferir de plenas condições
do à condição económica. o parque desportivo público do concelho de forma a que todos os
munícipes tenham condições de praticar desporto.
A autarquia acordou um protocolo com o Beira-Mar onde atribuiu a
este último as mais-valias urbanísticas a gerar no espaço das actuais
NESTE ÂMBITO, CONSIDERAMOS: piscinas, sem a salvaguarda de manutenção da única piscina olímpica
do concelho. A candidatura do BE define como prioridade a manuten-
ção da única piscina olímpica de todo o concelho como condição
- Que a existência e a acessibilidade de espaços públicos, apropria- essencial de desenvolvimento dos atletas e do usufruto dos cidadãos
dos pelos cidadãos, é essencial. aveirenses.
Nos últimos anos assistimos a um enorme investimento público no - Que a Ria de Aveiro deve deixar de ser predominantemente olhada
desporto em Portugal e, no caso particular, em Aveiro. Contudo, não como objecto de interesse especulativo/imobiliário e que passe a ser
podemos deixar de reparar que a esmagadora maioria do investimen-
to nesta área tem sido dispendido em infra-estruturas de suposta encarada como uma realidade local/regional que exige uma política
utilidade pública, mas proibitivas ao público, passando ainda por intermunicipal séria, apostada em investimentos reprodutivos que
apoios e subsídios ao desporto profissional. contribuam para a melhoria da qualidade de vida das populações,
assim como para o desenvolvimento económico e ambientalmente
• Que, nesse sentido, o PDA deve afirmar-se como instrumento de
sustentável da região.
8 Turismo, Desporto e Lazer

Neste âmbito, o Bloco de Esquerda propõe-se a criar roteiros intermu-


nicipais e a promover circuitos de eco-turismo (Ria, Sapais, Pateira e
Rio Vouga). Preconizamos ainda a promoção de programas de incenti-
vos à formação dos profissionais de comércio e serviços ligados ao
Turismo, privilegiando o recrutamento de professores não colocados e
outros profissionais qualificados desempregados úteis à formação.

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