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TERÇA-FEIRA
32. EM BETÂNIA
– Os afazeres da vida corrente, meio e ocasião para encontrar a Deus.
– Unidade de vida.
Durante muito tempo, Marta foi considerada como figura e imagem da vida
activa, enquanto Maria encarnava o símbolo da vida contemplativa. No entanto,
para a maioria dos cristãos que devem santificar-se no meio das suas tarefas
seculares, esses dois tipos não podem ser considerados dois modos
contrapostos de viver o cristianismo. Em primeiro lugar, porque careceria de
sentido uma vida de trabalho, imersa nos negócios, no estudo, ou preocupada
pelos problemas do lar, que se esquecesse de Deus; por outro, porque haveria
sérios motivos para duvidar da sinceridade de uma vida de oração que não se
manifestasse num trabalho realizado com maior perfeição, com uma caridade
mais fina.
Na existência do cristão, ensina o Papa João Paulo II, “não pode haver duas
vidas paralelas: por um lado, a vida chamada espiritual, com os seus valores e
exigências; e, por outro, a chamada vida secular, ou seja, a vida da família, do
trabalho, das relações sociais, do empenho político e da cultura. A vide,
incorporada na videira que é Cristo, dá os seus frutos em todos os ramos da
actividade e da existência. Pois os vários campos da vida laical entram todos
nos desígnios de Deus, que os quer como lugar histórico em que se revela e se
realiza a caridade de Jesus Cristo para glória do Pai e a serviço dos irmãos.
Toda a actividade, toda a situação, todo o empenho concreto – como, por
exemplo, a competência e a solidariedade no trabalho, o amor e a dedicação à
família e à educação dos filhos, o serviço social e político, a proposta da
verdade na esfera da cultura – são ocasiões providenciais de «um contínuo
exercício da fé, da esperança e da caridade» (Apostolicam actuositatem, 4)”5.