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- Guia de Aulas -

CÁLCULO
DIFERENCIAL
E
INTEGRAL IV
- Noções Gerais e Aplicações -

- Engenharia de Computação -
226 Problemas Resolvidos
87 Problemas Propostos
Elaborado pelo Prof. Arnaldo Stochiero
- Olá, pessoal ! Nós
somos os netos do
Prof. Arnaldo :
Alexa, Diego, Caio,
e Pedro .
Quando chegar a
nossa vez, iremos
aprender Cálculo
neste livro .

2014
VISÃO PANORÂMICA DA ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

O Curso de Engenharia de Computação


Com o curso, você será capaz de projetar e construir computadores, periféricos e outros sistemas
que integrem hardware e software. O engenheiro de computação atua aplicando as tecnologias da
computação na solução de problemas da sociedade. Apesar do foco na computação, o curso
contempla uma formação básica dos aspectos físicos, suficiente para que o engenheiro de
computação possa trabalhar harmoniosamente em equipe com outros profissionais da engenharia.
De uma forma geral, o profissional egresso do curso será capaz de desempenhar as seguintes
tarefas: concepção de novas formas de aplicação das tecnologias, bem como a incorporação
destas às estratégias organizacionais; planejamento e gerência dos serviços e recursos de
tecnologia da informação; projeto e desenvolvimento de sistemas integrados de hardware e
software.

O que você irá estudar


Você irá estudar como utilizar a Matemática, a Ciência da Computação, a Física e as tecnologias
modernas no apoio à construção de produtos e serviços seguros, confiáveis e de relevância à
sociedade. Além disso, sua formação irá torná-lo capaz de projetar, construir, testar e manter
software no apoio à construção ou incorporado a produtos e serviços, principalmente os que, além
do próprio sistema computacional, requeiram a interação com o ambiente ou com dispositivos
físicos. Os conteúdos mais relevantes estudados ao longo do curso são: matemática discreta e
contínua; mecânica, termodinâmica, eletromagnetismo, óptica e suas aplicações à Engenharia de
Computação; técnicas de programação de computadores; sistemas lógicos e arquiteturas de
ambientes computacionais; abstração, representação, organização e recuperação da informação;
metodologia de desenvolvimento de sistemas; sistemas dinâmicos, controle e automação; ciências
do ambiente; aspectos éticos e sociais relacionados à Engenharia de Computação.

Campo de pesquisa
Arquitetura de Ambientes Computacionais. Computação Paralela e Distribuída. Computação
Móvel e Redes Sem Fio. Inteligência Artificial. Jogos Digitais. Otimização de Sistemas.
Processamento Digital de Sinais/Imagens/Vídeo. Redes de Computadores. Sistemas Distribuídos.
Automação. Telecomunicações.
PREÂMBULO

Os primeiros indícios rudimentares do Cálculo Diferencial e Integral têm suas origens na Antiguidade,
porém, somente a partir de Isaac Newton (1643-1727) e Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), esse monumental capí-
tulo da Matemática conseguiu deflagrar seu processo evolutivo. A genialidade desses dois baluartes da ciência moderna
trouxe à baila tão maravilhosa obra que por si mesma já seria suficiente para consagrar indelevelmente a capacidade cria-
dora do gênero humano.
Nos últimos trezentos anos, muitos matemáticos trabalharam e vêm trabalhando no aprimoramento da
estruturação teórica do Cálculo, perseguindo sempre os atalhos inteligentes da sistematização. As brilhantes contribui-
ções de Leonhard Euler (1707-1783), Jean le Rond d’Alembert (1717-1783), Joseph Louis Lagrange (1736-1813), Pierre
Simon Laplace (1749-1827), Carl Friedrich Gauss (1777-1855), Augustin Louis Cauchy (1789-1857), Nikolai Ivanovitch
Lobatchevski (1793-1856) , Bernhard Riemann (1826-1866) , Richard Dedekind (1831-1916), Oliver Heaviside (1850-
1925), bem como as de vários outros luminares, vêm promovendo esse ordenamento sistêmico tão importante para o de-
senvolvimento desse campo científico e suas ressonâncias em todas as ramificações da atividade tecnológica e social .
Os objetivos que nos levam a realizar este trabalho visam tão somente a torná-lo um compêndio utilitá-
rio, contemplando nossos alunos com um acessório matemático funcional que, acoplado à bibliografia recomendada, se-
guramente irá robustecer os pré-requisitos indispensáveis às disciplinas de Cálculo, Física, Estatística, Eletricidade, Me-
cânica e demais outras das áreas profissionalizantes.
Para formatá-lo, empenhamo-nos na utilização de uma linguagem clara, sucinta e elucidativa, capaz de
levar o aluno a consolidar um aproveitamento desejável . Considerando que a própria gênese das engenharias nos reco-
menda navegar numa órbita pragmatista do conhecimento, o desenvolvimento teórico destas lições de cálculo desprende-
se de rigorismos e formalismos muitas vezes incômodos e fastidiosos para o iniciante. Em contrapartida, já nas primei-
ras páginas das explanações, o leitor perceberá nossa insistente recorrência aos apelos geométricos como legítimos teste-
munhos visuais de cada afirmativa apresentada, configurando-se aí a indisfarçável intenção de buscar no harmonioso aca-
salamento da álgebra com a geometria a argamassa ideal para a fixação duradoura do aprendizado .
Diante da profusão de gráficos e figuras, ainda que sejamos censurados pelo uso abusivo desses recur-
sos geométricos, sentimo-nos bem mais próximos da legítima finalidade de esclarecer e dirimir as dúvidas mais frequen-
tes dos alunos, confiando aos detalhes visuais aqueles lances sigilosamente guardados nas entrelinhas da maioria dos
textos didáticos. Para garantir uma nitidez mais apurada nessas ilustrações, bem como as posições mais adequadas das
figuras, utilizamos com providencial frequência o sistema algébrico computacional Maple e, eventualmente, o sistema
Matlab R12, aprimorando significativamente a assimilação dos espaços bi e tridimensionais. Tal estratégia harmoniza-se
com os preceitos básicos de uma aprendizagem segura e consistente, desde que sincronizada nas ações de construir as
resoluções e discutir os resultados encontrados .
Como recomendação final, sugerimos ter sempre presente a magistral observação formulada por Carl
Friedrich Gauss : “Em verdade, o que proporciona o máximo prazer àqueles que estudam seriamente esta ciência não é
o conhecimento e sim a aprendizagem; não é a posse, mas a aquisição; não é a meta alcançada, mas o ato de atingi-la.”
Tenhamos ainda sempre em conta o nobre e paternal aconselhamento formulado por Albert Einstein
em suas costumeiras palestras dirigidas aos jovens estudantes : “ Jamais considerem seus estudos como uma obrigação,
mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito,
para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer . ”

O autor .
Sumário

Unidade 1 - CURVAS EM COORDENADAS POLARES


1.1. Conversão das coordenadas retangulares em polares ................. 1
1.2. Equações polares da reta, do círculo e outras curvas clássicas .. 1

Unidade 2 - INTEGRAIS MÚLTIPLAS


2.1. Definição e interpretação geométrica da integral dupla ............. 9
2.2. Integral dupla em coordenadas cartesianas ............................... 12
2.3. Integral dupla em coordenadas polares ...................................... 19
2.4. Aplicações : centro de massa e momento de inércia .................... 24
2.5. Integral tripla em coordenadas cartesianas ............................... 27
2.6. Coordenadas cilíndricas e coordenadas esféricas ....................... 29

Unidade 3 - CURVAS PARAMETRIZADAS


3.1. Funções escalares, funções vetoriais e curvas parametrizadas ... 39
3.2. Aplicações ao movimento ........................................................... 49
3.3. Movimento no espaço : vetor tangente unitário e vetor normal .... 58

Unidade 4 - INTEGRAIS DE LINHA


4.1. Campos escalares e campos vetoriais. Operadores diferenciais ... 63
4.2. Integral de linha ou integral curvilínea de uma função escalar .. 75
4.3. Integral de linha ou integral curvilínea de uma função vetorial .
Trabalho realizado por um campo vetorial .................................. 78
4.4. Teorema de Green ........................................................................ 80
4.5. Campos vetoriais conservativos . Independência do caminho ..... 87

Unidade 5 - INTEGRAIS DE SUPERFÍCIE


5.1. Integral de superfície de uma função escalar .............................. 97
5.2. Integral de superfície de uma função vetorial ............................. 102
5.3. Teorema de Gauss ....................................................................... 108
5.4. Teorema de Stokes ...................................................................... 118

Referências Bibliográficas ........................................................................ 129


CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 1
- Roteiro Sinóptico -
- Cursos de Engenharia -
Unidade 1 - CURVAS EM COORDENADAS POLARES

1.1. Conversão das coordenadas retangulares em coordenadas polares .


Coordenadas polares . Constitui um sistema referencial criado por Isaac Newton , dotado de dois elementos
bem simples : um ponto fixo O denominado polo e uma reta fixa OX denominada eixo polar .
A cada par de números reais ( r ,  ) podemos associar um único ponto P de um plano . A recíproca não é verda-
deira, pois, conforme veremos adiante, um ponto P do plano pode associar-se a mais de um par de valores reais ( r ,  ) :

r : medida algébrica do segmento OP ( raio vetor de P)


Coordenadas polares do ponto P
 : medida do ângulo XOP , geralmente dada em radianos (argumento de P)
P
r Notações : P ( r ,  ) ou P = ( r ,  ) .
Alguns autores costumam inverter a ordem : P (  , r )

0 X Advertência : Existem várias situações nas quais é conveniente admi-
tir a variação da coordenada angular  no intervalo
Isaac Newton ( 0 , + ∞ ) ou mesmo em ( - ∞ , + ∞ ) , como, por
(1643-1727) exemplo, no tratamento de curvas espiraladas .

P     7   4   2   5 
 ou  4,  ou  4,   ou  4, 
M P :  4,  ou  4,  ou ...
Exemplos :
 3   3   3   3   3 

    5   3   3    
 M :  3,  ou  3,  ou  3,   ou  3,  ou  3,   ou ...
 2   2   2   2   2 
0 X
N
N :  2, 0  ou  2, 2  ou  2,   ou  2,    ou  2,  3  ou  2, 3  ou ...
a cada par ( r ,  ) um único ponto P
Conclusão :
a cada ponto P um único par ( r ,  )
( não verdadeira )
- Apesar da inexistência da biunivocidade, em muitas ocasiões a utilização do sistema polar apresenta inúmeras vanta-
gens sobre o sistema cartesiano, sobretudo na simplificação de equações de grande importância na área da engenha-
ria, no estudo de equações paramétricas de trajetórias, no enxugamento de expressões voltadas para as leis e fenôme-
nos físicos que, tratados pelos processos elementares da álgebra, tornam os cálculos extremamente fastidiosos e, não
raramente, impraticáveis .
Sistema polar associado ao sistema cartesiano . Consideremos o polo coincidente com a origem do sistema car-
Y tesiano e o eixo polar coincidente com o semieixo positivo OX :
P  x, y   P  r,   Das relações trigonométricas do triângulo retângulo AOP , tiramos :
 x  r cos 
  x2  y2  r2 r   x2  y2
r y  y  r sen 
  x  r cos  y r sen y
    tg    arc tg
0 x A X  y  r sen x r cos  x
Portanto, sendo f  x, y   0 a equação cartesiana de uma curva do
P  r,   plano, sua equação no sistema polar será f  r cos  , r sen   0 .
1.2. Equações polares da reta ,
d : distância do polo à reta dada
do círculo e outras curvas Q d ,  
 : ângulo da normal com o eixo polar
clássicas . r P ( r,  ) : ponto genérico da reta
d
Equação polar da reta .  Como o triângulo QOP é retângulo, resulta :
 r cos      d
0 X
2

À guisa de ilustração, mediante o MATLAB R12 , analisemos algumas retas e confrontemos os dois
sistemas de coordenadas :

1. x5  r cos      d
x  5 : Sistema cartesiano r cos      d  r cos  5: Sistema polar

d  05
(lugar geométrico dos pontos
de abscissa constante 5)

Sintaxe :
t = linspace (-7*pi/18,7*pi/18,100) ;
r = 5*sec(t);
polar ( t, r)

  
2. y3  r sen  3 r cos     3  r sen  3
 2 
 
  2


   d 3
 3,  
 2 

Sintaxe :
t=linspace(pi/10,9*pi/10,100);
r=3*csc(t);
polar(t,r)

  
3. y  3  r sen  3 r cos     3  r sen  3
 2 
 
   2


d 3


Sintaxe :
t=linspace(-pi/10,-9*pi/10,100);
r=-3*csc(t);
  
 3,   polar(t,r)
 2 
3

Equação polar do círculo .

P  r,  
a) Caso geral : a : raio vetor do centro do círculo dado
 : argumento do centro
R : raio do círculo
R P ( r,  ) : ponto genérico do círculo
r
C  a,   A equação polar do círculo será obtida mediante a aplicação da
a lei dos cossenos no triângulo COP :

  R 2  r 2  a 2  2 r a cos    
0 X
b) O círculo passa pelo polo :
P  r,   a  R  R 2  r 2  R 2  2 r R cos    
r 2  2 r R cos    
R
r
a C  a,  
  r  2 R cos    

0 X

c) O círculo passa pelo polo e tem centro no eixo polar :


P  r,  
a  R
  r  2 R cos   0 
r
R   0

0 C  R, 0  X
 r  2 R cos 

d) O círculo tem centro no polo :


a 0
P  r,   
  0
rR  r  R ,  


0  C 0, 0  X
 r  R

Equação polar do caracol de Pascal . Alguns autores mantêm a denominação limaçon , palavra francesa que sig-
nifica caracol . Trata-se do lugar geométrico dos pontos M e M ’ de um plano cujas distâncias a um ponto móvel P
é constante :
a) Caso geral : Seja um círculo que contém o polo, centro C e diâmetro OA = a .
O triângulo retângulo POA nos permite escrever
M

M'
P OP  OA cos   a cos 
  ponto M : r  OP  PM  r  a cos   b
C 
 ponto M ' : r  OP  PM '  r  a cos   b
A

Portanto, a equação polar do caracol de Pascal é


r  a cos  b , sendo a  b .
4

t=linspace(0,2*pi,100);
r=2+4*cos(t);
polar(t,r);
hold on;

a) Caso particular : A equação polar da cardioide pode ser obtida como uma particularidade do caracol, bastando
fazer a = b e a curva deixa de apresentar o laço característico, assumindo a forma de coração :

- Vale ainda ressaltar o caso em que a < b


e o caracol toma a forma

Equação polar da lemniscata . Trata-se do lugar geométrico dos pontos P tais que PA . PB  a 2 .
P  r,  
De acordo com a lei dos cossenos , podemos escrever :

  PA  r  a  2 r a cos 
 2 2 2

B  a,   A  a, 0  
  PB   r  a  2 r a cos      r  a  2 r a cos 
X 2

2 2 2 2

“ laço de fitas ” Multiplicando, membro a membro, as duas igualdades :

 PA .  PB    r 2  a 2    2 r a cos    a 4
2 2 2 2
2a

r 4  a 4  2 r 2 a 2  4 r 2 a 2 cos 2   a 4

135 45 r 4  2 r 2 a 2  1  2 cos 2    0
r  8 cos 2t
2

r 2  2 a 2  2 cos 2   1
Sintaxe :
t = linspace(-pi/4,pi/4,100); r 2  2 a 2  cos 2   sen 2 
r = sqrt(8*cos(2*t));
B  2,   O A  2, 0  X
polar(t,r)
hold on;  r 2  2 a 2 cos 2
linspace(3*pi/4,5*pi/4,100);
225 45 r = sqrt(8*cos(2*t));
polar(t,r)
5

Equação polar da rosácea . Tal curva é o lugar geométrico dos pontos M , pés das perpendiculares traçadas do
ponto O ao segmento móvel PQ de comprimento 2 a , que desliza sobre os dois
eixos perpendiculares .
 OM  OP . cos 
  OM  PQ . sen  .cos 
 OP  PQ . sen 
ou
M  r,   r  2 a .sen  .cos 

 r  a sen 2
rosácea de 4 folhas

a  2  r  2 sen 2

Observações : 1ª.) Se tivermos a equação r  a cos 2 ,


a rosácea assume a posição

a  2  r  2 cos 2

2ª.) O gráfico de uma equação da forma r  a sen n ou r  a cos n , n  2 ,


é uma rosácea tendo :
2 n folhas , se n é par
n folhas , se n é ímpar .

Por exemplo, o gráfico da rosácea r  a cos 3 é


a  2  r  2 cos 3

3ª.) Em qualquer desses casos vistos acima, o comprimento da folha é dado pelo valor a .
4ª.) Construção prática da cardioide . Seja um círculo de raio a e consideremos dois ou-
tros com o diâmetro igual a essa medida a . Consideremos ainda o raio vetor OC , ob-
tido quando acrescentamos ao raio OB um prolongamento BC = OA :

 OA  BC

 OB'  B' C'
C  OM  DP

P B Por construção, podemos escrever :
D A
 
   : OC  OB  BC  OB  OA  r  a  a cos 
M
  2

    : OM  OP  OD  r  a  a cos    
O B’ X

 2

Portanto, em qualquer dos dois casos, teremos :

r  a 1  cos  
6
Problemas ilustrativos

1. Escrever a equação polar de cada uma das curvas expressas no sistema cartesiano :
a) x 3 0 Resolução : Basta aplicar as relações trigonométricas correspondentes :
( reta vertical ) x  3  0  r cos   3 .

b ) x 2  y 2  2x  0  r 2  2r cos   0 ou r  2 cos 
( círculo )

x  y 2   2a 2  x 2  y 2  r 4  2a 2 r 2  cos 2   sen 2  ou r 2  2a 2 cos 2


2
c) 2

( lemniscata )

d ) 2x y  1  2r 2 cos  sen  1 ou r 2 sen2  1


( hipérbole )

2. Escrever a equação cartesiana de cada uma das curvas expressas no sistema polar :
a) r  3 Resolução : Basta aplicar as relações trigonométricas correspondentes :
( círculo )
x2  y2  3  x2  y2  9

b ) r sen   4  0  y 4
( reta horizontal )

c ) r  1  cos   r 2  r  r cos   x 2
 y2   x2  y 2  x

  x2  y 2  x   x2  y 2
( cardioide ) 2

d ) r  sen 2  r  2 cos  sen ou r 3  2r sen  r cos 


( rosácea de 4 folhas ) 3
  x 2  y 2  2  2xy ou x  y 2   4x 2 y 2
2 3

4
e) r   r  r cos   4  x2  y2  x  4
1  cos 
( parábola )
x 2  y 2   4  x   16  8x  x 2
2

 y 2   8x  16

3. Escrever a equação polar do círculo de centro C (2, 0) , contendo o ponto  5 ,


 
.
 3 
Resolução : a 2
R 2  r 2  a 2  2ra cos     :   R 2  r 2  4  4r cos 
  0
   1
Como o círculo passa pelo ponto  5 ,  ,. teremos R  25  4  20   19 e , então,
2

 3  2
r 2  4  4r cos   19  r 2  4r cos   15 .

4. Determinar as coordenadas polares dos pontos de interseções de cada par de curvas abaixo :
r 1 r 1 
a)  Resolução :   1  cos   1  cos   0    
 r  1  cos   r  1  cos       
2
Então, os pontos são  1,  e  1,  
2  2   
 r  3 cos  1  3  
b)   3 cos   1  cos   cos      :  , 
 r  1  cos  2 3 2 3 
7
Analisemos, graficamente, as resoluções a e b do problema 4 da página anterior :
r 1  r  3 cos 
a)  b) 
 r  1  cos   r  1  cos 
>> t=linspace(0,2*pi,100); >> t=linspace(0,2*pi,100);
>> r=1+cos(t); >> r=3*cos(t);
   3  
>> polar(t,r)  1,  >> polar(t,r)  , 
 2  2 3 
>> hold on; >> hold on;
>> r=1*cos(t-t); >> r=1+cos(t);
>> polar(t,r) >> polar(t,r)

  
 1,   3  
 2   , 
2 3 

5. Determinar, graficamente, as interseções


das curvas  r  2  1  sen t  >> t=linspace(0,2*pi,100);

 >> r=2*(1+sin(t));
 r   4 sen t

>> polar(t,r)
>> hold on;
>> r=-4*sin(t);
>> polar(t,r)

Linguagem Simples para a Construção de Gráficos em Coordenadas Polares (MAPLE) :

> with(plots):polarplot ([sin(t),cos(t), t=-Pi..Pi], title='lemniscata') ;

> polarplot (theta, theta=0..4*Pi, title='espiral') ;

cardioide

> polarplot (1+cos(t), t=-Pi..Pi, title='cardioide') ;

> polarplot (cos(9*t/4), t=0..8*Pi, title='rosácea') ;

Círculo de
raio R = 2

Círculo de
raio R = 1
> polarplot ({ [2*cos(t), t, t = -Pi/2..Pi/2], [4*cos(t), t, t = -Pi/2..Pi/2] },
color = [red, blue] ) ;
8
Problemas propostos

1. Em cada item abaixo, calcular a distância AB :


    5 
a ) A  3,  e B4 ,  Resp. : 5
 3   6 
     
b ) A  4,  e B  2,   28
 6   6 
Sugestão : Utilizar a lei dos cossenos .

  
2. Escrever a equação polar da reta que passa pelo ponto A  4,  , sendo perpendicular ao raio vetor do ponto A .
 4 
Determinar o ponto onde a reta corta o eixo polar .   
Resp. : r . cos     4 ;
 4 
4 2 ,0 
 2 
3. Escrever a equação polar da reta que contém o ponto  6 ,  , sendo perpendicular ao eixo polar .
 3 
Resp. : r . cos  3  0

4. Determinar as interseções da reta 2r . cos   r . sen  4  0 com


a) o eixo polar Resp. :  2, 0 

b) a reta    
2  4, 
 2 

5. Escrever a equação polar do círculo cujo centro é C  3,   , sendo o raio R = 5 .


 6 
  
Resp. : r 2  6 r cos     16  0
 6 

6. Escrever a equação polar do círculo de centro C  5,  , passando pelo polo .
 4    
Resp. : r   10 cos   
 4 
 
7. Determinar a equação polar do círculo de centro C  4,   , sendo tangente ao eixo polar .
 2 
Resp. : r   8 sen

8. Pelo ponto fixo O de um círculo de diâmetro a , traça-se uma secante variável s que corta o círculo num segun-
do ponto P . Sobre a secante s , considera-se PM = OP . Determinar o lugar geométrico do ponto M .

M  r,   Resp. : r  2 a cos
P s
 (círculo de raio a)
O A X

9. Sejam O e A os extremos de um diâmetro fixo do círculo, tal que AO = 2a . Seja t a tangente ao círculo no
ponto A . Pelo ponto O traçamos uma secante móvel s que determina os pontos B e C no círculo e na reta t ,
respectivamente . Consideremos D o pé da perpendicular de B a AO . Determinar o lugar geométrico do ponto
M ( r ,  ) tal que : a) OM = MB ; b) OM = BD .

B
s Resp. : a ) r  a cos  : círculo
M  r,  
O
D A X b ) r  a sen 2 : rosácea de 4 folhas
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 9
- Roteiro Sinóptico -
- Cursos de Engenharia -
Unidade 2 - INTEGRAIS MÚLTIPLAS

2.1. Integral dupla : definição , interpretação geométrica e cálculo .


Tal como já ocorrera no capítulo das funções de várias variáveis independentes, o estudo das inte-
grais múltiplas (duplas e triplas) também busca, como objetivo maior, a ampliação dos conceitos e aplicações das integrais
simples, trazendo-os para o espaço tridimensional . Portanto, toda esta Unidade acabará por constituir uma simples extensão
daqueles malabarismos já executados nos Cálculos I, II e III, tanto no aspecto conceitual quanto no operacional .
Z
z = f (x, y)
Seja uma função z = f (x, y) , definida e con-
P xi , yi , z i  tínua num dado domínio fechado D e conside-
remos o produto
V i  f  Pi  .  x i .  y i
( volume do paralelepípedo elementar )

 yi Consideremos ainda a soma desses produtos

 f P  .  x
n
0 Y
i i . y i ,
i 1
 xi Pi  x i , y i   Ai

D denominada soma integral de Riemann da


função f , no domínio D .
X

Definição . A integral dupla da função f , no domínio D , é o limite da soma


integral , quando  x i  0 e  y i  0 , se tal limite existir :

 f x , y i  .  x i . y i
n

 f  x, y  .dx .dy
D
 lim
n 
i 1
i

ou

 f P  .  A
n
lim i i ,
 Ai 0
i 1

sendo n o número de retângulos do domínio e  A i a área do


retângulo elementar (genérico) desse domínio .

Propriedades : Analogamente ao que foi feito no estudo das integrais simples, demonstram-se :

1ª.)
 k . f  x, y  .dx .dy
D
 k  f  x, y  .dx .dy .
D

2ª.)
  f  x, y   g  x, y  . dx .dy
D
  f  x, y  .dx .dy   g  x, y  .dx .dy .
D D

3ª.)  f  x, y 
D
. dx .dy   f  x, y  .dx .dy   f  x, y  .dx .dy .
D1 D2

4ª.) Se f  x, y   g  x, y  ,   x, y D , então

 f  x, y 
D
. dx .dy   g  x, y  .dx .dy .
D
10
Cálculo de uma integral dupla . É feito mediante as execuções sucessivas de duas integrais simples .
Analisemos os três casos corriqueiros, considerando uma função genérica z = F (x, y) :

1°. Caso : Limites de integração constantes . Se o domínio for uma região retangular regular , ou seja, tem os lados pa-
ralelos aos eixos cartesianos, dois a dois, estaremos diante do caso trivial :
Y
Os valores assumidos pelas variáveis x e y são cons-
d tantes, isto é, as variáveis são independentes entre si :
 x: a  b a variação horizontal x se dá entre duas retas pa-
D D ralelas verticais x = a e x = b ;
c  y: c  d a variação vertical y ocorre entre duas retas hori-
zontais y = c e y = d .
0 a b X

A integral dupla da função z = F (x, y) se escreve


b
d  d
b 
 F  x, y  .dx .dy     F  x, y  .dy  .dx ou    F  x, y  .dx  .dy
D a c  c a 
integral iterada integral iterada
e a resolução é feita, inicialmente, pela integral interna e o resultado encontrado nesta é operado pela integral
resultante . Usualmente, omitimos os colchetes e escrevemos
b d d b

 F  x, y  .dx .dy    F  x, y  .dy .dx ou   F  x, y  .dx .dy


D a c c a

integral iterada integral iterada


Observemos que, neste caso trivial, a ordem das integrações parciais é optativa : não existe interação entre os
comportamentos das duas variáveis, desde que cada uma delas apresenta uma variação numérica independen-
te dos valores assumidos pela outra . Não existe subordinação de uma variável em relação à outra .
1 2

  x  y 2  .dx .dy .
2
Exemplo 1 . Calcular a integral dupla
0 1
 x: 1  2
Resolução : O domínio de integração é dado por D 
 y: 0  1
2
1
2 2  1
 x3 2 
1
 8 
   x  y  .dx  .dy 
1
   3  y x  .dy    3  2 y2   y 2  .dy
2

0 1  0  1 0
3 
7 
1
   3
0
 y 2  .dy

1
7 y3
 y
Interpretação geométrica : Volume do 3 3 0
tronco do paralelepípedo de base inferior
8
no plano XOY e base superior na interse- 
ção com o paraboloide de revolução . 3

Para resolver uma integral dupla em coordenadas cartesianas, o aplicativo


Maple nos oferece duas opções sintáticas :
- grafamos com a letra I (maiúscula), obtendo a expressão da integral e, em
seguida, calculamos seu valor numérico (value)
1 2
  2
> Int (Int (x^2+y^2, x=1..2), y=0..1) ;   x y 2 dx dy
 
8  
> value (%) ; 0 1
3
- ou grafamos com a letra i (minúscula), obtendo de imediato o seu valor
8
> int (int (x^2+y^2, x=1..2), y=0..1) ;
3 > with (plots) : implicitplot3d ( [z=x^2+y^2, x-1=0, x-2=0,
y=0, y-1=0 ], x=0..2, y=0..1, z=0..4, numpoints=5000) ;
11
Exemplo 2 . Calcular a área S do retângulo de dimensões 2 e 3 .
Resolução : O domínio de integração é dado por S : 
 x: 0  3 . Para calcularmos a área do retângulo,
Y  y: 0  2
basta fazer z = 1, pois, estaremos calculando o volume do paralelepípedo de altura unitária que,
2
numericamente, é igual à área da base : 3 2 2 3 2
S V  
0 0
z .dA  S  
0 0
dx .dy   3 .dy
0
 6.
0 3 X volume do paralelepípedo área da base
de altura unitária
2 3
 
> Int (Int (1, x=0..3), y=0..2) ;   1 dx dy
 
> value(%) ; 6 0 0
ou
> int (int (1, x=0..3), y=0..2) ; 6
> plot3d (0.1, x=0..3, y=0..2) ;

2°. Caso : Limites de integração variáveis . O domínio é uma região fechada conforme ilustra a figura abaixo :
Y Os valores assumidos pela variável x são constantes,
g (x) isto é, a variação horizontal x se dá entre duas retas
paralelas verticais x = a e x = b .
D  x: a  b

D Ao contrário, a variação vertical y ocorre entre duas
f (x)  y : f  x  g  x
 curvas y = f (x) e y = g (x) : os valores assumidos pe-
la variável y são dependentes dos valores de x
0 a b X
Neste segundo caso, a ordem das integrações parciais já não é optativa, pois, a subordinação da variável y nos
impõe um rígido ordenamento das integrações parciais: a integral relativa à variável x deve ser executada por
último para imprimir um resultado numérico nas operações . Se, porventura, invertermos essa ordem de inte-
gração, ao final das operações teremos chegado a uma expressão literal, resultado da prevalência da variação
literal de y .

Exemplo 1 . Calcular a área A do triângulo da figura abaixo .


 x: 0  b
Resolução : O domínio de integração é dado por D : 
 h .
Y
 y: 0  x (reta que contém a origem)
h
 b
y x h
x
h
x b
b h b b b b b
h h x2 bh
D V    z .dA  A    dy .dx   b
x . dx 
b 2
A 
2
.
0  b, 0  X 0 0 0 0
área da base
0 0

volume do prisma de base hb


triangular e altura unitária
> A=int (int (1, y=0..h/b*x), x=0..b) ; A
2
Y Outra resolução : Mudemos a posição da figura e busquemos um raciocínio alternativo :
0, h  A equação segmentária da reta nos dá  x: 0  b
x y h 
  1  y xh D:  h
b h b  y: 0   xh
D

h
xh
 b
b
0  b, 0  b b b
 h  h x2 bh
  
X
A  dy .dx   x  h  . dx    hx A  .
0 0 0  b  b 2 0
2
hb
> A=int (int (1, y=0..-h/b*x+h), x=0..b) ; A
2
Exemplo 2 . Calcular a área compreendida entre as curvas y = x² e y = x + 2 .
Resolução : Os pontos de interseção das curvas são  y  x
2
 x'  1
  x2  x  2  0  
 x:  1  2  y  x  2  x"  2
e o domínio ficará D: 
 y: x  x  2
2

D 2 x2 2 2
x3 x2
dy .dx    x  2  x  . dx  
9
A      2x A 
2

1 x2 1
3 2 1
2
9
> plot ( {x^2, x+2}, x = -2..3, y = -1..5, color = [red, blue] ) ; > A=int (int (1, y=x^2..x+2), x=-1..2) ; A2
12
3°. Caso : Limites de integração variáveis . Este caso constitui uma alternativa do anterior :
Y
d Houve uma simples inversão de papéis entre as duas
variáveis . Mutatis mutandis :
a variação horizontal x se dá entre duas curvas
f (y) g (y) 
 y: c  d x = f (y) e x = g (y) : os valores assumidos pela va-
D
D D
 x: f  y   g  y
  riável x estão subordinados aos valores de y .
a variação vertical y ocorre entre duas retas ho-
c rizontais y = c e y = d :
0 X

Exemplo 1 . Calcular a área da região plana limitada pelas curvas y = x , y = 2 e xy = 1 .


Resolução : As equações dadas representam duas retas e uma hipérbole. Calculemos a interseção da hipér-
bole e a bissetriz y = x :
Y
yx
  x  1
 1  x2  1  
D  y  y  1 D
 x
y 1
 y : 1 2

D:  1
x: y  y
X 
0
Então, a área da região hachurada será obtida por > plot ({x, 2, 1/x}, x=0..4, y=0..3,
2 numpoints=1000,
 1
2 y 2 2
y 3
A    dx .dy
1 1
   y 
1
 . dy 
y 2
 ny A 
2
 n 2 . color = [blue, red, green] ) ;
1
y
- Utilizamos somente os valores positivos, pois, a região que nos interessa está situada no 1º. quadrante .
3
> A=int (int (1, x=1/y..y), y=1..2) ; A ln( 2 )
2
y
1 e
1
Exemplo 2 . Calcular a integral dupla
 
1 1
xy
dx .dy .

Resolução : Seguindo as instruções já ensaiadas, teremos :


y
1 e y
1 e 1 1

  n e y  n1 .dy 
1 1 1 1
 
1 1
xy
dx .dy  
1
y
nx . dy 
1
y 
1
y
 y .dy  2 .
1

> int (int (1/(x*y), x=1..exp(y)), y=-1..1) ; 2

> with (plots): implicitplot3d ( [1/(x*y), x-1 = 0, x = exp(y), y = -1, y = 1],


x = 0.5..5, y = -1.5..1.5, z = 0..3 ) ;

2.2. Integral dupla em coordenadas cartesianas .


2 2x
1. Calcular a integral
 
1 0
xy 3 . dy . dx .
2 2x 2 2x 2
Resolução : y4 4 6
   
2
xy . dy . dx 
3
x . dx  4 x 5 . dx  x  42 .
1 0 1
4 0 1
6 1

> int (int (x*y^3, y=0..2*x), x=1..2) ;


42

> plot3d (x*y^3, y = 0..2*x, x = 1..2) ;


13
2. Calcular o volume do tetraedro limitado pelos três planos cartesianos e o plano 4x + 2y + z – 4 = 0 .
Resolução : Se escrevermos a equação do plano relativo à face inclinada, na forma segmentária, teremos condições
Z mais favoráveis para analisar a região do domínio e visualizar o tetraedro :
x y z
0, 0, 4  Y    1  z  f  x, y   4  4x  2 y
1 2 4
0, 2, 0  x y função face inclinada do tetraedro
r:  1
1 2  x: x  0  x  1
eq. segmentária 
Zi D D x y
Y da reta r
 y: y  0    1 ou y  2x  2
0
1, 0, 0   1 2
D 0, 2, 0  0 X
visão frontal do domínio
1, 0, 0  Então, o volume do tetraedro será calculado como segue
X 1
2x2
V   z i . dA   0
 4  4x  2 y  .dy .dx
D 0
1 1

  4 y  4xy  y  x  2x  1 .dx


2x2
 2
. dx  4 2
o
0 0
1
 x3 
 4   x2  x  > with (plots) : implicitplot3d
 3  0 (z=4-4*x-2*y, x=0..1, y=0..2, z=0..4) ;
4
V  u.v. , resultado já esperado, pois, o volume do tetraedro é V  1   1  2  4   4 
3 6 3
4 volume do
> V=int (int (4-4*x-2*y, y=0..-2*x+2), x=0..1) ; V  paralelepipedo
3

x
3. Calcular a integral  sen x .dA , onde R é a região plana limitada pelas retas y  2x , y 
2
e x  .
R  2x 
Resolução :
 sen x .dA    sen x .dy .dx   y sen x
2x
Y x . dx
x: 0  R 0 x 0 2
 2
R: x 
y  2x  2x 3

 x . sen x .dx
y: 
 2
x 2 0
R y integrando por partes
2
3 
   x .cos x  sen x  0
0 x  X 2
3
> with (plots) : implicitplot3d  
({2*x-y=0, x-2*y=0, x=Pi, z=sin(x)}, 2 3
x=0..4, y=0..8, z=0..1.2, numpoints=3000) ; > int (int (sin(x), y=x/2..2*x), x=0..Pi) ;
2
4. Determinar, no primeiro octante, o volume do sólido limitado pelos dois cilindros x² + y² = 4 e x² + z² = 4 .
Z Resolução : Observemos que o sólido proposto representa a oitava porção do joelho
0, 0, 2  de uma calha construída com a interseção de dois cilindros perpendicu-
lares e de mesmo raio 2 : 2 4x 2

z  4  x2 V  z i . dA  4  x 2 . dy . dx  
Zi D 0 0
2 4  x2
Y   y 4  x2 . dx
0 0, 2, 0  0
0

D 2

   4  x  . dx
2
y  4x 2

 2, 0, 0  0
2
 x3  16
X   4x   V  u.v.
x: 02
  3  3
D: 0

 y : 0  4  x > with (plots) : implicitplot3d > int (int (sqrt(4-x^2), y=0..sqrt(4-x^2)), x=0..2) ; 16
2

3
({x^2+y^2=4, x^2+z^2=4, x=0, y=0, z=0}, x=0..2, y=0..2, z=0..2) ;
14
5. Calcular a área da região plana limitada pelas duas parábolas y = x² - 9 e y = 9 – x² .
Z Resolução : Como a região do domínio guarda
 x : 3  3 uma simetria em relação aos eixos
 3, 0, 0  D: OX e OY , podemos tratar o domí-
y  x2  9  y : x 9  x 9
2 2
nio em apenas um quadrante, mul-
tiplicando o resultado encontrado
Y
por 4 :
0 x: 03
D D: 
y  9  x2  y : 0  9x
2

 3, 0, 0 
3 3
9x 2 9x 2
A   dA   dy .dx  4  dy .dx
x 9
2
0
D 3 0
X
3
 4   9  x  .dx
2

0
3
 x3 
 4  9x  
 3  0

 A  72 u.a.
> plot ( [x^2-9, 9-x^2], x = -3..3, y = -9..9,
color = [red, blue] ) ; > int (int (1, y=x^2-9..9-x^2), x=-3..3) ; 72

1 1
sen y
6. Inverter a ordem de integração para resolver a integral 
0 x
y
 dy . dx .
Y
Resolução : Existem algumas funções transcendentes que não são integráveis pelos
métodos convencionais do Cálculo, exigindo outros caminhos de resolução mais
yx
,bem como a função g  t   e t e
sen u
específicos . Essa função f  u  
2

0, 1 u
outras mais fazem parte desse grupo de funções rebeldes . Para resolver o pro-
D
blema, façamos a inversão da ordem x: 0 1 y: 0 1
D  D
X y: x 1 x: 0  y
e a integral dada pode ser escrita na forma
0 1, 0  1 1 1 y 1
sen y sen y sen y
  dy . dx    dx . dy  
y
x 0
. dy
0 x
y 0 0
y 0
y
1

> plot3d (sin(y)/y, x=0..y, y=0..1,


  sen y . dy
0
numpoints=1000) ;
  cos y
1
0

> int (int (sin(y)/y, x=0..y), y=0..1) ; 1cos ( 1 )  1  cos 1  0,46 .


> evalf (%, 2) ;

1 1


2

7. Inverter a ordem de integração para resolver a integral e x . dx . dy .


0 y
Resolução : Tal como foi feito no problema anterior, podemos escrever
Y 1 x 1 1

 e x . dy . dx   . dx   x .e
2 2 x x2
ex . y 0
. dx
x y 0 0 0 0
0, 1 1
1
  2x .e
x2
. dx
> plot3d (exp(x^2), y=0..x, x=0..1,
2 0
D numpoints=3000) ; 1 x2 1
 e
0 1, 0  X 2 0

1
y: 0 1
D
x: 0 1
 D > int (int (exp(x^2), y=0..x), x=0..1) ;   e
1 1   e  1  0,86 .
2
x: y 1 y: 0x > evalf (%, 2) ; 0.86
2 2
15
8. Escrever a integral representativa do volume do sólido limitado pelo paraboloide z = 9 – x² - 3y² e os planos cartesia-
nos z = 0 , y = 0 e x = 0 .
Resolução : Para analisarmos o domínio D , basta fazer z = 0 :
Z 2 2
x y
0, 0, 9  z  9  x 2  3y 2  0    1 : elipse
9 3
x: 03 
 y: 0 3
D x2 ou D 
y: 0 3  x : 0  9  3y
2

 3 
Uma qualquer das alternativas pode ser utilizada :
3 x2

9  x  3 y 2  . dy . dx
3
Zi V   z i . dA   3 2
0
D 0 > with (plots) : implicitplot3d
0 Y ({z=9-x^2-3*y^2, x=0, y=0, z=0},
0, 
3

9  x  3 y2 
9  3y2
3, 0    . dx . dy . x=0..3, y=0..sqrt(3), z=0..9) ;
2
ou
0
0

 3, 0, 0  - Atentemos para a rapidez do resultado obtido por meio do sistema algébrico Maple :
X 27 3 
> V = int (int (9-x^2-3*y^2, y=0..sqrt(3-x^2/3)), x=0..3) ; V
8
> evalf (%, 3) ; V 18.4
ou
27 3 
> V = int (int (9-x^2-3*y^2, x=0..sqrt(9-3*y^2)), y=0..sqrt(3)) ; V
8
> evalf (%, 3) ; V 18.4
Obviamente, o cálculo dessa integral pelos métodos convencionais nos exigiria alguns ma-
labarismos algébricos e geométricos mais cansativos . Todavia, convém ressaltar que o di-
reito à utilização dos recursos computacionais torna-se legítimo e necessário na medida
em que o aluno já tenha logrado um satisfatório domínio dos procedimentos usuais na
manipulação dos conceitos e técnicas vivenciadas num seguro aprendizado de Cálculo .

1 v
9. Problema 6, página 1000 do livro-texto JS : Calcular a integral iterada 
0 0
1  v 2 du dv .
Resolução :
1 v 1 v 1


0 0
1  v 2 du dv  
0
u 1v2
0
dv  v
0
1  v 2 dv

faz  se: w  1  v 2  dw  2v dv


 v: 0  1

 w: 1  0
 dw 
0
 1
w . 


2 
0
3
0 1 2
1 1 w 1 1
   w 2 dw      0  1  .
2 1
2 3 3 3
2 1

1
> int (int (sqrt(1-v^2), u=0..v), v=0..1) ;
> plot3d (sqrt(1-v^2), u=0..v, v=0..1, 3
numpoints=5000) ;
16
 y e
x
10. Problema 18, página 988 (4ª. edição) do livro-texto JS : Calcular a integral dA , sendo D a região
triangular com vértices (0, 0) , (2, 4) e (6, 0) . D
 y
Resolução : A região plana do domínio nos sugere a variação D  x : 2  6  y
: a variável x depende de y


 y : 0  4 : a variável y é independente
Y

0, 4   2, 4  4 6y 4
6y
 y e x dA    y e x dx dy   y e 
x
y dy
D 0 y 0 2
2

D 4
 y

  ye6y  e

2
 dy

0  0, 0 
0
6 , 0  X executando duas integrações por partes, teremos :
 e6  9e2  4 .
> int (int (y*exp(x), x=y/2..6-y), y=0..4) ;
6 2
D 4e 9 e

> plot3d (y*exp(x), x=y/2..6-y, y=0..4, numpoints=3000) ;

11. Problema 26, página 1000 do livro-texto JS : Determinar o volume do sólido limitado pelo cilindro y² + z² = 4 e
pelos planos x = 2y , x = 0 e z = 0 , no primeiro octante .
Resolução : A região plana do domínio deve ser estruturada como sugere a figura .
y: 02
D
 x : 0  2y
2 2y 2
V   z i . dA   4  y 2 dx dy   4 y2 x
2y
0
dy
D 0 0 0

2   0 1
  4  y 2  2 y dy     v 2 dv
  dv 
Zi 0 v   4

 y: 0  2
Y 
 v: 4  0
0
2
  v3
3 4

16
V  u.v.
3
> V=int (int (sqrt(4-y^2), x=0..2*y), y=0..2) ;
16
V 
3

> plot3d (sqrt(4-y^2), x=0..2*y, y=0..2,


numpoints = 5000) ;

> with (plots) : implicitplot3d


({y^2+z^2=4, x=2*y, x=0, z=0},
x=0..4, y=0..2, z=0..2) ;
17
12. Problema 26, página 988 (4ª. edição) do livro-texto JS : Determinar o volume do sólido limitado pelos planos
y = 0, z = 0, y = x e 6x +2y +3z = 6 . 3
1
y

 2 
4 3

Z
Resolução :
V   z i dA     2  2x  y  dx dy
D 0 y  3 
Y
0, 0, 2 
0, 3, 0   3
 y: 0 Resolvendo tal integral dupla, encontramos
 4
D 1
 x : y  1 y V  u.v.

 3 4
Zi
> V=int (int (2-2*x-2/3*y, x=y..1-y/3), y=0..3/4) ;
0 1
D V 
Y 4
3
y
1, 0, 0  4

X D > with (plots) : implicitplot3d


0 1, 0, 0  X
({6*x+2*y+3*z=6, y=0, y=x, z=0},
x=0..1, y=0..1, z=0..2) ;

13. Problema 34, página 988 (4ª. edição) do livro-texto JS : Esboçar a região do domínio e inverter a ordem de inte-

gração da integral iterada 2 sen x

Y
  f  x, y  dy dx .
0 0
 
Resolução :  x: 0 
ordem dada : D 2
y  sen x

 y : 0  sen x
 y: 0  1
D inversão da ordem : D  
 x: arc sen y 
0  2
X
  Então, é válido escrever a igualdade
x 2 sen x 1 
f  x, y  dy dx  f  x, y  dx dy .
2
 
0 0

0
2
arc sen y

14. Problema 48, página 1001 do livro-texto JS : Calcular a integral, invertendo a ordem de integração :
8 2

 
Y 4
y8 e x dx dy
 2, 8  0 3
y
Resolução :
ordem dada : D 
 y: 0  8

y  x3 
 x:
3
y 2
 x: 0  2
D inversão da ordem : D 
 y: 0  x
3
0 x2 X
Calculando a integral dupla, com a ordem de integração trocada, teremos :
8 2 2 x3 2

    e dy dx  e
x3
e dx dy 
x4 4
x x4
y 0
dx
0 3 0 0 0
y
2
1
  4x
4
3
e x dx
4 0
> int (int (exp(x^4), y=0..x^3), x=0..2) ;
1 x4 2 e 16  1
1
1 16  e  
> plot3d (exp(x^4), x=0..2, y=0..x^3) ;   e 4 0 4
4 4
18
15. Problema 50, página 1001 do livro-texto JS : Expressar D como a união de regiões e calcular a integral

 xy dA .
D

Resolução : A região D pode ser decomposta nas partes


 x : 1  0 x: 0 1
 x: 0 1

D1  , D2  e D3 
 y : 1  1 x  y : x  1 x  y : 1  
2 2
  x
D2
0 1 x 1 1 x 1 
2 2
x

 xy dA
D
  
1 1
xy dy dx   
0
xy dy dx   
0 1
xy dy dx
D1 x
Resolvendo as integrais e adicionando os resultados, encontramos
D3  xy dA
D
 0.

> int (int (x*y, y=-1..1+x^2), x=-1..0) + int (int (x*y, y=sqrt(x)..1+x^2), x=0..1) + int (int (x*y, y=-1..-sqrt(x)), x=0..1) ; 0

16. Problema 56, página 1001 do livro-texto JS : Utilizar a simetria para calcular
  2  3x  4 y  dA ,
D
onde D é

a região limitada pelo quadrado com vértices   5, 0  e 0,  5  .

Resolução : De acordo com a propriedade distributiva, a integral dada escreve-se :

  2  3x  4 y  dA
D
  2 dA
D
  3x dA
D
  4 y dA
D
Y
Todavia, devemos levar em conta os detalhes :
0, 5 
 2 dA :
D
volume do prisma reto de base quadrada D e altura z = 2 .
Como a base quadrada tem área 50 , o volume será 100 .

 3x dA :
D
A equação z = 3x representa um plano inclinado contendo o
eixo OY e, como a função z = 3x é ímpar, a simetria do do-
D mínio D produzirá duas porções simétricas dos volumes de
 5, 0  0  5, 0  X
dois prismas chanfrados de base triangular . Consequente-
mente, o valor da integral é zero .

 4 y dA : A equação z = 4y representa um plano inclinado contendo o


eixo OX e, como a função z = 4y também é ímpar, a sime-
0,  5  D
tria do domínio D produzirá resultados inteiramente análo-
gos aos da integral anterior . Portanto, o valor final também
será zero .

Então,   2  3x  4 y  dA
D
 100 .

17. Problema 58, página 1001 do livro-texto JS : Utilizando um CAS (Computer Algebraic System) – Sistema Algé-
brico Computacional, desenhar o sólido limitado pelo plano x + y + z = 1 e o
paraboloide z = 4 – x² - y² , e calcular seu volume exato .
Resolução : Deveremos determinar as equações das fronteiras da região espacial
de integração e calcular a integral dupla correspondente :
2 2
1 134 x 4 x 1 134 x 4 x
> solve (1-x-y = 4-x^2-y^2, y) ;  , 
2 2 2 2
O’

curvas y = f(x) ao longo do eixo OY

1 14 1 14
> plot3d ({1-x-y, 4-x^2-y^2}, > solve (13+4*x-4*x^2 = 0) ;  , 
Domínio D 2 2 2 2
x=-3..3, y=-3..3) ;
balizamentos numéricos de D ao longo do eixo OX

> V = int (int (4-x^2-y^2-(1-x-y), y=(1-sqrt(13+4*x-4*x^2))/2..(1+sqrt(13+4*x-4*x^2))/2), 49 


x=(1-sqrt(14))/2..(1+sqrt(14))/2) ; V ou 19,2 u.v.
8
19
2.3. Integral dupla em coordenadas polares .
O estudo das integrais duplas em coordenadas polares é feito nos mesmos moldes que acabamos de
mostrar nas coordenadas retangulares cartesianas . Obviamente, a utilização deste ou daquele sistema será ditada pela con-
veniência e praticidade de cada um deles diante da natureza das dificuldades que as múltiplas situações oferecem .

Por analogia ao que já fizemos no estudo das integrais duplas em coordenadas cartesianas, podemos
definir a integral dupla de uma função num domínio fechado do plano polar . Seja z = f (r, ) uma função definida e contí-
nua num domínio polar fechado D e analisemos tal domínio :

Z  r    
z = f (r, )  r: a  b 
D , sendo   i   i   i  1
 :    
  ri  ri  ri  1
P  ri ,  i , z i 

Ai  ri . ri .  i
ri .  i
Ai ( área do quadrilátero
curvilíneo genérico )
0 a  ri

 V i  f  Pi  . ri .  ri .  i
Pi  ri ,  i  ( volume do paralelepípedo elementar )

b D  i   i   i  1 Consideremos ainda a soma desses produtos


X
 f  P  . r .  r . 
n

i i i i ,
i 1
denominada soma integral de Riemann da
função f , no domínio polar D .

Definição . A integral dupla da função f , no domínio polar D , é o limite da


soma integral , quando  i  0 e  ri  0 , se tal limite existir :

 f r ,  i  . ri .  ri .  i
n

 f  r,   . dA  lim i
n 
D i 1

ou

 f P  .  A
n
lim i i ,
 Ai 0
i 1

sendo n o número de retângulos do domínio e A i a área do retân-


gulo curvilíneo (polar) genérico desse domínio .
Jacobi
(1804-1851)

Em tempo : Para poupar o prezado leitor de discursos cansativos e desnecessários, afirmamos que o raciocínio desen-
volvido simplesmente executou uma conversão da integral dupla, em coordenadas cartesianas, para as
coordenadas polares, fazendo surgir naturalmente o fator de correção r , resultado de um determinante
denominado jacobiano da transformação, homenageando o matemático e filósofo alemão Carl Gustav
Jacob Jacobi (1804 - 1851) . Ver maiores detalhes nas páginas 1041 e 1042 do livro-texto JS, 5ª. edição .
Seguindo os caminhos trilhados no item anterior, se quisermos calcular a área da região plana limitada
pelo domínio polar D , basta fazer z = f ( r,  ) = 1 :
  2  

 f  r,   . dA   dA     r . dr . d .
D
1
D  1 
20
Conversões de sistemas de coordenadas .
No Sistema Algébrico Computacional MAPLE , tais conversões se operam mediante os comandos
> with (linalg)
> with (linalg) ; #Álgebra Linear: Cálculo da matriz jacobiana e seu determinante :
Warning, the protected names norm and trace have been redefined and unprotected
[ BlockDiagonal, GramSchmidt , JordanBlock , LUdecomp, QRdecomp, Wronskian, addcol, addrow, adj , adjoint , angle,
augment , backsub, band, basis, bezout , blockmatrix , charmat , charpoly, cholesky, col, coldim , colspace, colspan,
companion, concat , cond, copyinto, crossprod, curl, definite, delcols, delrows, det , diag, diverge, dotprod, eigenvals,
eigenvalues, eigenvectors, eigenvects, entermatrix , equal, exponential, extend, ffgausselim , fibonacci, forwardsub,
frobenius, gausselim, gaussjord, geneqns, genmatrix , grad, hadamard, hermite, hessian, hilbert , htranspose, ihermite,
indexfunc, innerprod, intbasis, inverse, ismith, issimilar, iszero, jacobian, jordan, kernel, laplacian, leastsqrs, linsolve,
matadd, matrix , minor, minpoly, mulcol, mulrow, multiply, norm, normalize, nullspace, orthog, permanent , pivot , potential,
randmatrix , randvector, rank , ratform , row, rowdim, rowspace, rowspan, rref , scalarmul, singularvals, smith, stackmatrix ,
submatrix , subvector, sumbasis, swapcol, swaprow, sylvester, toeplitz, trace, transpose, vandermonde, vecpotent , vectdim,
vector, wronskian ]

Coordenadas retangulares Coordenadas polares


Y
 x  r cos 
P  x, y   P  r,     x2  y2  r 2  r   x2  y2
 y  r sen 
r y
  x  r cos  y r sen y
    tg    arctg
0 x A X  y  r sen  x r cos  x

> J:= jacobian ( [r*cos(theta), r*sin(theta)], [r, theta] ) ; #Expressa a matriz jacobiana :
cos(  ) r sin(  )
J :=  

 sin(  ) r cos(  ) 
> `det(J)`:= simplify (det(J)) ; #Calcula seu determinante : det(J) := r

Exemplo ilustrativo . Uma carga elétrica é distribuída sobre um disco x² + y² ≤ 4 , de modo que a densidade de
carga em cada ponto do disco seja  (x, y) = x + y + x² + y² , medida em coulombs por metro quadrado .
Determinar a carga total no disco . - Problema 2, página 1016 do James Stewart .
Y
Resolução : Tal como operamos o cálculo da massa total, a distribuição de uma carga elétrica sobre uma
região plana R é obtida por meios análogos . Sua carga elétrica total é dada pela expressão

x  y  x  y 2  dy dx ,
r 4  x2
   x, y  dA
2
Q  Q4  
2
 X 0 0
R dA
  x, y 
0 (2, 0)
mostrando inequívocos sinais da conveniência de convertê-la em coordenadas polares :

   r cos   r sen  r  r dr d
2 2
r 2  cos   sen    r 3  dr d
2 2
Q   
2

r :: 00  22
0 0 0 0
D polar :   x, y dA

> Int ( Int ( (r^2*(cos(theta)+sin(theta) )+r^3 ), r = 0..2), theta = 0..2*Pi ) ;


2 2
> value (%) ; 8    2
  r ( cos(  )sin(  ) )r 3 dr d
 
> evalf (%, 3) ; 25.1  
0 0
ou
> Int ( Int ((r^2)*(cos(t)+sin(t))+r^3), r = 0..2), t = 0..2*P i) =
int ( int ((r^2)*(cos(t)+sin(t))+r^3), r = 0..2), t = 0..2*Pi ) ;
2 2
> with (plots) : implicitplot (r = 2, r = 0..2,   2
theta = 0..2*Pi, coords = polar) ;   r ( cos( t )sin( t ) )r 3 dr dt8   25,1coulombs
 
 
0 0
21
Problemas ilustrativos
x
1. Calcular, por coordenadas polares, a integral
pelo círculo x² + y² = 1 .

D x  y2
2
 dA , sendo D a região plana do 1°. quadrante limitada

Resolução : Lembrando que x = r cos  e y = r sen  , teremos



 
 : 0  x 2 1
r cos 
r D D

2   x2  y 2
 dA   r
r dr d
 r : 0 1 D 0 0


1
0 X 2
r2
  cos  
2
d
> Int (Int (r*cos(t), r=0..1), t=0..Pi/2) = 0 0
int (int (r*cos(t), r=0..1), t=0..Pi/2) ; 
 2
1
2 1 
2  cos  .d
  1 0
  r cos( t ) dr dt 
  2 1 
1
> plot ( [1, t, t=0..Pi/2], coords=polar ) ; 0 0  sen  0
2  
ou 2 2
> with(plots): implicitplot (r=1, r=0..1, theta=0..Pi/2, coords=polar) ;

 e
x 2 y 2
2. Calcular, por coordenadas polares, a integral . dA , sendo D a região plana limitada pelos círculos
x² + y² = 1 e x² + y² = 9 . D
Resolução : O domínio é uma coroa circular de raios 1 e 3 .


2 3 2 3
 : 0  2 1
  e r r dr d    2r e dr d 
y2
 . dA 
2 2
r2
r D
r : 13 ex
D  D 0 1
2 0 1
0 2 2

e  e  d   e  e  .
X 1 3 1 9
 e d 
2
r 9

2 0
1 2 0

> Int (Int (r*exp(r^2), r=1..3), t=0..2*Pi) =


int (int (r*exp(r^2), r=0..3), t=0..2*Pi) ;
2 3
  ( r2 )
  9
  e r dr dt e  e 
 
 
> with(plots): implicitplot ([r=1, r=3], r=0..3.1, 0 1
theta=0..2*Pi, color=[blue,red], coords=polar) ;

3. Determinar a área plana limitada pelas curvas r  2cos  e r  4 cos  .


Resolução : As equações representam dois círculos que contêm o polo, centros no eixo polar e raios 1 e 2 .

   4 cos 
 :  
2

r D 2 2  A     r dr d r

 r : 2 cos   4 cos  
2 cos

 2
0
D X
D Podemos explorar a simetria existente, escrevendo :
  
2 4 cos  2 2
4 cos 
A  2   r dr d   r2 d   12 cos  . d
2
2 cos 
0 2 cos 0 0

> plot ({[2*cos(t), t, t = -Pi/2..Pi/2],
sen 2   2
[4*cos(t), t, t = -Pi/2..Pi/2]}, coords = polar) ;
  12   
2 4 cos( t )
 2 4  0
> Int (Int (r, r=2*cos(t)..4*cos(t)), t=-Pi/2..Pi/2) = 


 r dr dt 3   A  3   9,42 u.a.
int (int (r, r=2*cos(t)..4*cos(t)), t=-Pi/2..Pi/2) ;  
 2 cos( t )

2
22
4. Determinar a área da região plana limitada pelo eixo polar, o círculo r = 4 e a cardioide r = 4 (1 + cos ) .
Resolução :  
  2 2
r2
4  4 cos 
 : 0  4  4 cos 
D 2   r dr d    r dr d   2
d 
 
4

 r : 4  4 1  cos  D dA 0 0 4

r
  32 cos   16 cos   .d
2
1
D  2

 2 0
D 
  16 sen   4  2 sen 2  0
2

 16  2  A  22,28 u.a.

> with (plots): implicitplot ([r=4, r=4*(1+cos(theta))],


> plot ( { [4*(1+cos(t)), t, t=0..Pi/2],
ou r=4..4*(1+cos(theta)), theta=0..Pi/2, color = [blue,red],
[4, t, t=0..Pi/2] }, coords=polar ) ;
coords = polar) ;

> Área:= Int (Int (r, r=4..4+4*cos(t)), t=0..Pi/2) = 2 44 cos( t )
 
int (int (r, r=4..4+4*cos(t)), t=0..Pi/2) ; Área :=   r dr dt 162 
 
0 4

5. Determinar o volume do sólido limitado pelo cone z = r e o cilindro r = 3 sen , no 1°. octante .
Z 
Resolução : 2 3 sen 
V   z dA    r 2 dr d
D 0 0

3 sen
2
r3
 
0
3
d
0

2
 9 
0
sen 3 .d


 cos 3   2
 9   cos  
0
X  3  0
Y
 r  V  6 u.v.

X > with (plots): implicitplot3d ( {z=sqrt(x^2+y^2), x^2+y^2-3*y=0},


x = -3..3, y = -3..4, z = 0..3, numpoints = 10000 ) ;
   z  x2  y2
 : 0  
D:  2  D:  > Volume:= int (int (r^2, r = 0..3*sin(t)), t = 0..Pi/2) ;
 x  y  3y  0

2 2

 r : 0  3 sen  Volume := 6
coordenadas cartesianas
coordenadas polares

Advertência . Se tentarmos utilizar as coordenadas polares na construção


gráfica da região abordada, seremos levados a trabalhar no espaço tri-
dimensional e, portanto, apelar para as coordenadas cilíndricas . Tal
assunto será tratado mais adiante, porém nada nos impede de mostrar
seu arcabouço geométrico e a respectiva formulação sintática :

> with (plots): implicitplot3d ({z=r, r=3*sin(theta)}, r=0..3, theta=0..Pi/2,


z = 0..3, numpoints = 10000, coords = cylindrical) ;
23
6. Problema 16 , livro-texto, página 1006 : Determinar a integral
compreendida entre os círculos x² + y² = 4 e x² + y² = 2x .
 x dA , onde D é a região do primeiro quadrante
D
 
2 2 cos 
Resolução :  x dA   
0
2
0
r 2 cos  dr d    0
2
0
r 2 cos  dr d
r : 0  2 D

D D1 :    
: 0 8 8

 2
 r : 0  2 cos 

3  0
2
cos  d 
3  0
2
cos 4 d

D2 :   

  cos   cos   d
 : 0 8 8
 2  2 4
   .
0 3 0 3 2
> int (int (r^2*cos(t), r=0..2), t=0..Pi/2) – 8  Ver James Stewart, Tabela de Integrais :
- int (int (r^2*cos(t), r=0..2*cos(t)), t=0..Pi/2) ;  1 3 sen 2 
 cos  .d  4 cos  .sen  4  2  4 
4 3
3 2

7. Problema 17, página 994 do livro-texto : Determinar a área da região plana limitada pela lemniscata r² = 4 cos 2 .
( 4ª. edição)
Resolução : A equação polar genérica da curva é r² = 2a² cos 2 e o do-
r  2 a cos 2
2 2 mínio, em cada quadrante, é dado por
 
P  r,    : 0 
D 4

 r : 0  2 cos 2 .
Diante da generosa simetria apresentada pela curva, podemos
B  a,   A  a, 0  X calcular a área escrevendo
 
2 cos 2
4
2 cos 2
4
r2
“ laço de fitas ”
A   r dr d
D
 4  
0
0
r dr d  4 
0
2
d 
dA 0
2a 
4 
 8 
0
cos 2 d  4 sen 2 0
4  A  4 u.a.

> Área:= 4*int (int (r, r=0..2*sqrt(cos(2*t))), t=0..Pi/4) ;


Área := 4
> with (plots) :
polarplot (sqrt (50*cos(2*theta) ), theta = 0..2*Pi ) ;

8. Problema 30 , livro-texto, página 1006 : Calcular a integral iterada, convertendo-a antes para coordenadas polares
3

x  y2 
a a 2y 2
Y
 
2 2 dx dy .
a 0
Resolução : A primeira busca a fazer é a interpretação algébrico-geométrica do domínio :
 y : a  a   
  :  
D  x : 0  a2  y2 : x  a2  y2  D 2 2
0, a  r

semicírculo de
 r : 0  a
centro na origem
e raio a
0  X Podemos ainda explorar a simetria e fazer
D 3  

x 
a a 2y 2 a a
  y dx dy  2   r r dr d  2   r 4 dr d 
2 2 2 2 3 2
a 0 0 0 0 0

 a 
r5 2a5 a 5
0,  a   2  0
2
5
d 
5  0
2
d 
5
.
0

2 a 5
  4 a 
> Int (Int (r^4, r=0..a), t=-Pi/2..Pi/2) = int (int (r^4, r=0..a), t=-Pi/2..Pi/2) ; 

 r dr dt 

  5
 0

2
24
2.4. Aplicações da integral dupla : centro de massa e momento de inércia .

Além das ilustrações do cálculo de áreas e volumes já estudadas, a integral dupla apresenta interes-
santes aplicações em diversas áreas da engenharia, da economia, da estatística e probabilidades . Sua utilidade nos cálculos
de centro de massa e momento de inércia, por exemplo, é bastante explorada . Excetuando-se alguns casos especiais, as in-
tegrais simples permitem determinar essas grandezas somente para regiões planas homogêneas, ao passo que as integrais
duplas são capazes de efetuar esses cálculos também para lâminas não homogêneas .

Suponhamos uma lâmina com a forma de uma região fechada R, no plano XOY , e seja  x i , y i  
a medida da densidade de área da lâmina num ponto qualquer x i , y i do i-ésimo retângulo de  

área  A e massa m i   x i , y i .  A . 
 
n
Y A massa total da lâmina será dada por M  lim   x i , y i A     x , y  .dA , sendo a
n
função  contínua em R . i 1 R

As medidas dos momentos de massa da lâmina, em relação aos eixos cartesianos, são :

 y  x , y i  A 
n

 y   x , y  .dA
yi
M x  lim i i
n
i 1 R

 x  x , y i  A 
n
M y  lim
n
i 1
i i  x   x , y  .dA
R
0 X
 x, y 
xi
As coordenadas do centro de massa da lâmina são dadas por
My Mx
x  e y  .
M M
Momento de inércia de uma partícula de massa m , em relação a um eixo t :

 kg  m 
m
t It  m d 2 2

d n
sistema de n partículas : I t  m
i 1
i d i2

d : raio de rotação da partícula em torno do eixo t


Então, os momentos de inércia da distribuição contínua de massa pela superfície da lâmina, em re-
lação aos eixos cartesianos, são :
  x i , y i  A 
n
I x  lim
n
y
i 1
2
i  y   x, y  dA
2

  x i , y i  A 
n
I y  lim
n
x i 1
2
i  x   x, y  dA
2

e o momento de inércia , em relação à origem (ou ao eixo OZ) , é

 x  y i2    x i , y i  A    x  y 2    x, y  dA
n
I 0  lim 2
i
2
n
i 1 R

momento polar de inércia


Em tempo : É fácil concluir que I0  I x  I y .

Exemplo 1 . Determinar a massa e o centro de massa da chapa cuja forma é a região plana limitada pela curva y = sen x
e o eixo OX, de x = 0 a x =  . A densidade de área varia com a distância ao eixo OX .
Y
y  sen x
Resolução : R  xy :: 00  sen

x
e   x, y   k y
sen x
 sen x  y2 k 
R M   ky dy dx  k  dx   sen 2 x dx 
0 0 0 2 0
2 0


0  X k  x sen 2x  k
     .
2  2 4  0
4
 sin( x )
  k
> M:= Int (Int (k*y, y=0..sin(x)), x=0..Pi) = int (int (k*y, y=0..sin(x)), x=0..Pi) ; M :=   k y dy dx 
  4
0 0
25
 sen x k  k 
Mx    
sen x
ky 2 dy dx  sen 3 x dx 
y3 dx 
0 0 3 0 3 0 0

k  cos 3 x  4k
   cos x   .
3  3  0 9
 sen x k  k 
My    
sen x
kxy dy dx  xy 2 dx  x sen 2 x dx
 0 0 2 0 0 2 0
x


2 ux  du  dx
por partes :   v  x  sen 2x
dv  sen 2 x dx
 2 4
  16  
 , 
 2 9  k  x 2
x sen 2x x 2
cos 2x  k2
       .
2  2 4 4 8  0 8
 My 
> Mx:= int (int (k*y^2, y=0..sin(x)), 4k  x  
x=0..Pi) ; Mx :=  M 2
9  
> My:= int (int (k*x*y, y=0..sin(x)), 2  Mx 16
k  y  
x=0..Pi) ; My :=  M 9
8

Observação : Como a densidade de área é simétrica, em relação ao eixo vertical x ,
2
a abscissa do centro de massa poderia ter sido calculada imediatamente .

Exemplo 2 . Dada uma chapa homogênea de densidade de área  , limitada pelas curvas 4y = 3x , x = 4 e o eixo OX ,
determinar os momentos de inércia , em relação aos três eixos cartesianos .
 x: 04
Resolução : 
R 3 e   x, y   
y: 0  x
Y 
 4
3
y x 4
3
x  4
3
 27 3
4
Ix     
x
4 4
y 2  dy dx  y3 4 dx  x dx
x4 0 0 3 0 0 3 64 0
4
R 9  x4
  9 .
0 64 4 0
X
4
3
x 4 3 4 3 3
Iy    4 0
x
4
x 2  dy dx  x2 y x dx
4 dx 
0 0 0 0

3 4
4

 x  48  .
16 0
I0  I x  I y  I0  9   48   57  .

> Ix:= int (int (y^2*p, y=0..3/4*x), x=0..4) ; Ix := 9 p

> Iy:= int (int (x^2*p, y=0..3/4*x), x=0..4) ; Iy := 48 p

Exemplo 3 . Problema 2, página 1004 do JS : Uma carga elétrica é distribuída sobre um disco x² + y² ≤ 1 , de modo
que a densidade de carga em cada ponto do disco seja  (x, y) = 1 + x² + y² , medida em coulombs por
metro quadrado . Determinar a carga total no disco . (4ª. edição)
Resolução : Tal como operamos o cálculo da massa total, a distribuição de uma carga elétrica sobre uma
Y região plana R é obtida por meios análogos . Sua carga elétrica total é dada pela expressão

1  x  y 2  dy dx ,
1 x2
  x, y  dA  Q  4
1
Q   
2

r 0 0


R dA
  x, y 
à feição do modelo já exibido na página 96 deste compêndio :
0 X 1
 r2 r4  3
  1  r  r dr d
2 1 2 3 2
Q    d   d Q 
2
  coulombs
0 0 0
 2 4  4 0 2
  x, y dA 0
26
Exemplo 4 . Problema 12, página 1016 do JS : Determinar o centro de massa da lâmina que ocupa o l°. quadrante do
disco x² + y² ≤ 1 , quando sua densidade, em qualquer ponto, for proporcional ao quadrado da distância do
ponto à origem .

k
  x, y   k  x 2  y 2   k r 2  M 
1
Y Resolução :
 
0
2
0
k r 3 dr d 
8

1 k 2 k
M x   2  k r 4 sen  dr d 
5 0
sin  d 
r 0 0 5
 
1 k 2 k
M y   2  k r 4 cos  dr d 
5 0
cos  d 
0 X 0 0 5
 My Mx   8 8 
  
x, y   ,    ,
 5 5 
 
 M M 
k
> Mx:= int (int (k*r^4*sin(t), r=0..1), t=0..Pi/2) ; Mx :=
5
k
> My:= int (int (k*r^4*cos(t), r=0..1), t=0..Pi/2) ; My :=
5

Exemplo 5 . Problema 18, página 1016 do JS : Considere um ventilador quadrado com pás de comprimento 2 e seja o
x
canto inferior esquerdo a origem . Se a densidade das pás for   x, y   1  , verificar o que é mais
10
difícil fazer : girar as pás em torno do eixo OX ou do eixo OY .

Resolução : O momento de inércia de uma partícula, num movimento de rotação, desempenha uma função
semelhante ao da massa dessa partícula num movimento linear : tais entidades nos permitem
calcular a grandeza da resistência ao movimento, tanto para iniciá-lo quanto para cessá-lo .
Portanto, no problema em tela, basta calcular os momentos de inércia em relação aos dois eixos
Y e verificar qual dos resultados é maior :
2
x y 2 2  x  8 
2 x  8  x2  88
Iy  m x Ix    y 1   dy dx   0  10 
   
2
 
2
1 dx x
x, y   10  3 3  20  15
0 0
0
x 2
2 2  x  2  2 x 3
 x x  3 4
92
Iy    x 1   dy dx  2  0  x  10  dx  2  3  40  
y 2

0
0 0
 10  0
15
X
2
Ix  m y  I y  I x , sendo necessário, portanto, o empenho de uma força maior para girar as pás
em torno do eixo OY . 88
> Ix:= int (int (y^2*(1+x/10), y=0..2), x=0..2) ; Ix :=
15
92
> Iy:= int (int (x^2*(1+x/10), y=0..2), x=0..2) ; Iy :=
15

Recomendação útil : Até agora, em todas as operações efetuadas com o aplicativo Maple, executamos
uma sentença de cada vez, passo a passo . Todavia, se preferirmos digitar todo o
comando sintático num único pacote, objetivando maior agilidade nas operações,
basta selecionar todas as sentenças, aplicar um “copiar” e transportá-las para
o aplicativo Maple mediante um “colar” ( paste ) . Clicando enter ao final da
última sentença, os resultados surgirão na mesma ordem estabelecida .

Ix:= int (int (y^2*(1+x/10), y = 0..2), x = 0..2) ; > Ix:= int (int (y^2*(1+x/10), y = 0..2), x = 0..2) ;

Iy:= int (int (x^2*(1+x/10), y = 0..2), x = 0..2) ;


 > Iy:= int (int (x^2*(1+x/10), y = 0..2), x = 0..2) ;
88
- Para importar os resultados obtidos na tela do Maple , Ix := -----
15
basta clicar Edit , Select All e Copy as Maple Text
e, após colá-los na página de trabalho, aplicar os ar- 92
remates desejados: cores, fontes, dimensões e outros . Iy := -----
15
Neste exemplo, utilizamos a fonte Arial .
27
2.5. Integral tripla em coordenadas cartesianas .

Tal como tratamos as integrais duplas na resolução de problemas que envolvem funções de duas va-
riáveis independentes, definiremos as integrais triplas para aplicá-las nas funções de três variáveis independentes . Trata-se,
portanto, de uma inevitável extensão das integrais duplas que, por sua vez, consistem na extensão das integrais simples .
Seja u  f  x, y, z  uma função definida e contínua num domínio fechado D :
f  x i , y i , z i  x i y i z i
n n

 f  x, y,z  dV  lim


n 

i 1
ou lim
V i  0
u
i 1
i V i .
D

O cálculo de uma integral tripla é feito mediante as execuções sucessivas de três integrais simples .
1 1 x 1 y 2
Exemplo 1 . Calcular a integral
  0 0 2y
x dz dy dx .
Resolução : Desmontando, ordenadamente, o novelo de integração proposto, chegaremos ao resultado

x  1  y 2  2 y  dy dx 
1 1 x 1 y 2 1 1 x 1 y 2 1 1 x
  
0 0 2y
x dz dy dx    0 0
xz 2y
dy dx    0 0
1 x
 1 xy 3 2 
 0  xy 
3
 xy 
 0
dx

1 x 2
  0  x  x  3 1  x   x 1  x   dx
2 3

1
1  x2 x5  1 1 1

1 1
3  0
 x  x  dx 
4

3  2
  
5  0
  
3 2 5
1

10
> Int (Int (Int (x, z=2*y..1+y^2), y=0..1-x), x=0..1) = int (int (int (x, z=2*y..1+y^2), y=0..1-x), x=0..1) ;
2
1 1x 1y
   1
   x dz dy dx 
   10
0 0 2y
 
xz y
Exemplo 2 . Calcular a integral
  
0
2
z
2
0
cos
z
dy dx dz .
    xz
xz y y
Resolução :
  
0
2
z
2
0
cos
z
dy dx dz   
0
2
z
2
z sen
z 0
dx dz
   
   0
2
z
2
z sen x dx dz   0
2
 z cos x z
2 dz

  2
z cos z dz

 dvu  zcos z dz   duv  sen


0
dz
integrando por partes
z

 z sen z  cos z 0
2

 
 0 0 1   1  0,57 .
2 2
> Int (Int (Int (cos(y/z), y=0..x*z), x=z..Pi/2), z=0..Pi/2) = int (int (int (cos(y/z), y=0..x*z), x=z..Pi/2), z=0..Pi/2) ;
 
2 2 xz
  
   y 
   cos  dy dx dz1 > evalf (%, 3) ; 0.571
ou 0.57
 
   z 2
  
0 z 0
28
Exemplo 3 . Determinar o volume do sólido limitado pelo cilindro x² + y² = 25 e os planos x + y + z – 8 = 0 e XOY .
Resolução : O domínio de integração e o volume do sólido devem ser vistos como
 x : 5  5

x + y + z – 8 = 0 D  y :  25  x  25  x e V 
2 2
f  x, y, z  dV    dx dy dz
z : 0  8x y
Z  D
1
D

Portanto, o volume do sólido será calculado pela integral


5 25  x2 8x y
 
5  25  x2  0
dz dy dx   200   628 u.v.
Em situações desse porte, é comum encontrarmos problemas que nos conduzem
a cálculos cansativos, extremamente fastidiosos, muitas vezes inviabilizando a
resolução por essas vias. Somos levados então a buscar alternativas em outros
malabarismos algébricos, geométricos e trigonométricos . Mais adiante, mos-
0 Y traremos dois sistemas de coordenadas extremamente simples e funcionais na
resolução de problemas onde as coordenadas usuais revelarem-se ineficazes .
> Int (Int (Int (1,z=0..8-x-y), y=-sqrt(25-x^2)..sqrt(25-x^2)), x=-5..5) =
X int (int (int (1,z=0..8-x-y), y=-sqrt(25-x^2)..sqrt(25-x^2)), x=-5..5) ;
2
5 25x 8x y
  
   1 dz dy dx 200 
  
-5 2 0
 25x > evalf (%, 4) ; 628.3628.4

> with (plots): implicitplot3d ({z=0, z=8-x-y, x^2+y^2=25},


x=-6..6, y=-6..6, z=0..16, numpoints=10000) ;

Exemplo 4 . Problema 32, página 1029 do JS : A figura mostra a região de integração para a integral tripla
1 x 2 1 x
f  x, y,z  dy dz dx
1
 
0 0  0
Reescrever essa integral como uma integral iterada equivalente em
cinco modos diferentes .
1 x 2 1 x
f  x, y,z  dy dz dx 
1
Resolução :  
0 0  0
1 y 1 x 2
f  x, y,z  dz dx dy
1
   
0 0 0
1 z 1 x
f  x, y,z  dy dx dz
1
   
0 0 0
1 x 1 x 2
f  x, y,z  dz dy dx
1
   
0 0 0
A quinta articulação exige um malabarismo mais apurado : a interseção da superfície cilíndrica parabólica
z = 1 – x² com o plano y = 1 – x projeta-se ortogonalmente no plano coordenado YOZ como a curva

 z  1  x 2  z  1  1  y 2 ou z  2 y  y 2 .
y  1 x
 
Então, a região quadrada do plano YOZ fica parcelada em duas sub-regiões
y: 0 1 y: 0 1
 
R1  z : 0  2 y  y 2 e R2  z : 2 y  y 2  1

 x : 0  1 z  x : 0  1 y

e a integral dada pode assumir também a forma
1 x 2 1 x
f  x, y,z  dy dz dx 
1
 
0 0  0
2y y2 1 z 1 y
f  x, y,z  dx dz dy  f  x, y,z  dx dz dy
1 1 1
   0 0  0  
0 2y y 2  0
29
2.6. Integral tripla em coordenadas cilíndricas e coordenadas esféricas .
Coordenadas cilíndricas . Basicamente, o sistema de coordenadas cilíndricas resume-se na
aplicação das coordenadas polares ao espaço tridimensional e, tal como já foi mostrado nas integrais duplas, simplifica sig-
nificativamente as operações algébricas decorrentes . Mostraremos a estrutura de seu funcionamento, deduzindo o fator de
conversão (jacobiano) da transformação das coordenadas cartesianas em coordenadas cilíndricas :
Z
 x  r cos   r 0
 f  x, y,z  dx dy dz  f  r,  , z  r dr d dz
z
  
P  y  r sen e  0    2
zz    z   
 D D
y 
coordenadas cartesianas coordenadas cilíndricas
 r Y
x
Verificação geométrica : Observemos que a expressão do volume do paralelepípedo elementar deve ser
X Z
área da base X altura :
 V i  ri  ri  i  zi
área da base altura
 zi
Portanto, a integral tripla genérica, em coordenadas cilíndricas,
assume a forma n

 f  x, y,z  dx dy dz  lim


V i  0
 f  x, y,z  V
i 1
i
0 D
n

 f  r,  , z  V
Y
 i  lim i
V i  0
i 1
n
X
 ri
ri  i  lim
V i  0
 f  r,  , z  r
i 1
i  ri  i  z i

Em tempo : A aplicação de tal sistema ajusta-se às estruturas das


superfícies cilíndricas e sólidos envolvidos com ex-
  f  r,  , z  r dr d dz .
D
pressões do tipo x² + y² , no espaço ℝ³.
modelo mecânico : elevador giratório longitudinal, com extensor
de braço .

Coordenadas retangulares Coordenadas cilíndricas


Z
z
 x  r cos   r 0
P  
 y  r sen  e  0    2
zz
    z   

y

x  r Y

Z > with (linalg) :


X
> J:= jacobian ( [r*cos(theta), r*sin(theta), z], [r, theta, z] ) ;
cos(  ) r sin(  ) 0
 
 
 zi J :=  sin(  ) r cos(  ) 0
 
 
 0 0 1
> `det(J)`:= simplify (det(J)) ; det(J) := r
0
Y
 i

 ri
X ri  i

Exemplo ilustrativo . Determinar o momento de inércia , em relação ao eixo OZ, do sólido homogêneo limitado
pelo cilindro r = 5 , o cone z = r e o plano XOY. A densidade de volume, em qualquer ponto do sólido,
é k kg/m³ .
30
Resolução : As superfícies que contornam o sólido foram dadas por suas equações polares :

 r  5 : círculo de centro no polo e raio 5  x  y  25


2 2
Z
 z  r : cone de revolução  z  x  y
2 2

 z  0 : plano XOY
 r: 05

Apliquemos, pois, as coordenadas cilíndricas D cil   : 0  2
 z: 0  r

e o momento de inércia será calculado como segue
 mi
 k  x  y 2  dV
n

0 Y
I z  lim
n 

i 1 V i
 d i2  V i  2

  k r dz dr d
3

D
> Int ( Int ( Int (k*r^2*r, z=0..r), r=0..5), theta=0..2*Pi ) ; 2 5 r
X
2 5 r     k r 3 dz dr d
0 0 0
   3
   k r dz dr d
    I z  1250 k   3927 k .
  
0 0 0
> value (%) ; 1250 k 
> evalf (%) ; 3926.990818 k ou I z  1250 k   3927 k
ou 2 5 r
> Int(Int(Int(k*r^2*r, z=0..r), r=0..5), theta=0..2*Pi) =   
   k r 3 dz dr d1250 k 
= int(int(int(k*r^2*r, z=0..r), r=0..5), theta=0..2*Pi);   
  
0 0 0
Observação . Se quisermos calcular o volume do sólido limitado pelas superfícies acima, teremos :
> Volume:= Int(Int(Int(r,z=0..r),r=0..5),theta=0..2*Pi) = int(int(int(r,z=0..r),r=0..5),theta=0..2*Pi) ;
2 5 r
   250
Volume :=    r dz dr d  ou Volume  261,8 u.v.
   3
0 0 0

Exemplo 1 . Determinar o volume do sólido limitado pelo cilindro x² + y² = 25 e os planos x + y + z – 8 = 0 e XOY .


Resolução : Este problema constitui o exemplo 3 da página 28 deste compêndio . Vamos resolvê-lo à luz
do sistema de coordenadas cilíndricas para mostrar sua eficiência simplificadora :
 x : 5  5  r: 05
 
D cart  y :  25  x 
2
25  x 2  D cil   : 0  2
z : 0  8x y  z : 0  8  r cos   r sen


2 8  r cos   r sen
f  x, y,z  d V 
5
x+y+z–8 = 0 V     
0 0 0
r dz d dr 
Z D
1

   8r  r cos   r sen   d dr
5 2
 2 2
0 0

  8r  r sen   r cos   dr


5  2
 2 2
0 0
5
 16 r dr  8 r  200  V  628 u.v.
2 5

0 0

Y > Volume:= int (int(int (r, z=0..8-r*cos(t)-r*sin(t)), t=0..2*Pi), r=0..5) ;


0 Volume := 200 

X > with(plots): implicitplot3d ({r=5, z=8-r*cos(theta)-r*sin(theta)},


r=0..5, theta=0..2*Pi, z=0..16, numpoints=5000,
coords = cylindrical) ;
31
Exemplo 2 . Determinar o volume do sólido limitado pelo paraboloide de revolução z = x² + y² , o cilindro x² + y² = 4
e o plano z = 0 .
Z Resolução : Convertendo essas equações cartesianas para o sistema polar, teremos, respectivamente :
z  r2, r  2 e z 0 .
 x : 2  2 r : 0  2
 
 y :  4x  4x  D cil   : 0  2
2 2
D cart
z: 0 x y2 2 
 z: 0  r
2

2 4x 2 x 2 y 2 2 2 r 2

V  4   0 0  0
dz dy dx    
0 0 0
r dz d dr
0 Y
X sistema cartesiano sistema cilíndrico
Apesar das condições de simetria apresentadas pelo problema, a simplicidade
dos cálculos exibida pelas coordenadas cilíndricas beira as raias da fantasia :
2 2
   r d
3
> with (plots) : implicitplot3d ( { r = 2, z = r^2 }, dr
0 0
r=0..2, theta=0..2*Pi, z=0..4, numpoints=8000, 2
  2 r dr
3
coords = cylindrical ) ;
0
> Volume:= Int (Int (Int (r, z=0..r^2), 2
 r4
t=0..2*Pi), r=0..2) ;   V  8  u.v.
2 2
2 2 r 0
  
Volume :=    r dz dt dr > value(%) ; 8 
  
0 0 0

Coordenadas esféricas . Busquemos um procedimento análogo ao anterior para tratarmos o


sistema de coordenadas esféricas, facilitando sua assimilação e tornando mais atraentes os efeitos de sua aplicação .
Z  x   sen  cos    0
 
 f  x, y,z  dx dy dz   f   ,  ,    sen  d  d d
2
z
 y   sen  sen e  0    2
 z   cos 
 0  
 D D

y coordenadas cartesianas coordenadas esféricas
 : longitude Z
x  Y
 : latitude
X Verificação geométrica : A expressão do
volume aproximado do paralelepípedo esfé-
rico elementar pode ser construída com as
medidas apresentadas no esboço ao lado .
Consideremos como base o retângulo curvi-
. i sen  i
líneo ABCD e, como altura, o segmento
curvilíneo AE .
área da base : AB . AD
altura : AE i
 AB   i

sendo  AD   i sen  i  i i  i
 AE   i  i

Concluindo, o volume infinitesimal será
0
V i   i2 sen  i  i  i  i Y
 i
e a integral genérica assume a forma X

 f  x, y,z  dx dy dz   f   ,  ,    sen  d  d d .


2

D D
Em tempo : A aplicação desse sistema harmoniza-se com as estruturas
das superfícies esféricas e cônicas , no espaço ℝ ³ .
modelos mecânicos : - escavadeira giratória longitudinal / latitudi-
nal, com extensor de braço .
- ascensor para reparos em postes elétricos .
32
Coordenadas retangulares Coordenadas esféricas

> with (linalg) :


> J:= jacobian ( [rho*sin(phi)*cos(theta), rho*sin(phi)*sin(theta), rho*cos(phi)], [rho, theta, phi] ) ;

sin(  ) cos(  )  sin(  ) sin(  )  cos(  ) cos(  )


 
 
J :=  sin(  ) sin(  )  sin(  ) cos(  )  cos(  ) sin(  ) 
 
 
 cos(  ) 0  sin(  ) 

2
> `det(J)`:= simplify (det(J)) ; det(J) := sin(  ) 

Calcular a massa M do sólido limitado, no 1°. octante, pelas superfícies x  y  z  16 ,


2 2 2
Exemplo ilustrativo .
x  y  z  9 e os planos coordenados, sendo   x 2  y 2  z 2 a densidade de massa em cada
2 2 2

ponto do sólido .
Resolução : As superfícies que contornam o sólido são duas esferas de raios 4 e 3 , respectivamente .
Portanto, utilizaremos as coordenadas esféricas :
 
4
  : 3 

4 M    dV    
0
2
0
2
3
 3 sen  d  d d

 
D
 : 0    4
D esf 4
Z

: 0  
2   
0
2
0
2
4
sen  d

 2 3
 
175
P, ,  
  
0
2
0
2
4
sen  d d
175 2 

4 0
   cos  0
2 d


175 2
4 0
 d
0
0, 3, 0 

Y 175 
M  kg  68,75 kg .
8
X  4, 0, 0  Utilizando o sistema computacional Maple , teremos

> M:= Int ( Int ( Int (rho^3*sin(phi), rho=3..4), phi=0..Pi/2), theta=0..Pi/2 ) ;


 
2 2 4
   3 175 
M :=   
    sin(  ) d d d > value (%) ; > evalf (%, 4) ; 68.75
   8
0 0 3
e uma outra posição da região espacial pode ser mostrada :
> with (plots) : implicitplot3d ({x^2+y^2+z^2=16, x^2+y^2+z^2=9},
x=0..5, y=0..5, z=0..5, numpoints=10000) ;

ou

> with (plots): implicitplot3d ({rho=4, rho=3},


rho=0..4, x=0..4, y=0..4, numpoints=8000,
coords = spherical ) ;
33
Exemplo 1 . Deduzir o volume da esfera de raio R .
Resolução : A equação da superfície esférica no sistema cartesiano e no sistema esférico são,
Z respectivamente, x² + y² + z² = R² e  = R .
x: R  R  : 0R
 
D cart y:  R x  R x
2 2 2 2
 D esf   : 0  2
 z :  R2  x2  y2  R2  x2  y2
  : 0  

R R 2 x 2 R 2 x 2  y 2  2 R
V  8  
0 0  0
dz dy dx    
0 0 0
 2 sen  d  d d
sistema cartesiano : 8 octantes sistema esférico
R 3  2
3 0 0
 sen  d d
2 R 3 

3 0 sen  d
 : longitude 2 R 3

2 R 3 4
 : latitude    cos     1  1 V   R 3 u.v.
3 0
3 3

Exemplo 2 . Determinar o volume do sólido limitado pelas superfícies cujas equações, em coordenadas esféricas, são

 e  cos   1 .
Z 3
Resolução :

(plano z = 1)   : 0  2 (giro longitudinal de 360°)




 : 0  
D esf  (superfície cônica de revolução)
 3
1
: superfície cônica de revolução  : 0  (plano perpendicular a OZ)

 cos 
0 Y  1
2
X V    0 0
3
0
cos 
 2 sen  d  d  d
1 2 3 sen 
3  0  0 cos 3 
 d d

1 2 1
  tg  3 d
2

3 0 2 0
1 1 2 
   3  d  V    3,14 u.v.
3 2 0

sen  sen  1 v2
Em tempo :  cos 3 
d   
cos  cos 2 
d   tg  sec 2  d   v dv 2
v  dv
1
 tg 2
2
> with (plots) : implicitplot3d ( {z = 0, z = sqrt(x^2+y^2), z =1 },
x = -1.2..1.2, y = -1.2..1.2, z = 0..1.2, numpoints = 10000) ;

> Volume:= Int (Int (Int (rho^2*sin(phi), rho=0..1/cos(phi)),


 1 phi=0..Pi/3), theta=0..2*Pi) ;
2  3 cos(  )
   2
Volume := 
  
   sin(  ) d d d > value (%) ; 
  
0 0 0
34
Aplicações da integral tripla .

1. Determinar o momento de inércia , em relação ao eixo OZ, do sólido homogêneo limitado pelo cilindro r = 5 , o
cone z = r e o plano XOY . A densidade de volume em qualquer ponto do sólido é k kg/m³ .
Resolução : As superfícies que contornam o sólido foram dadas por suas equações polares, como é fácil verificar :
 r  5 : círculo de centro no polo e raio 5  x  y  25
2 2
Z
 z  r : cone de revolução  z  x  y
2 2

 z  0 : plano XOY
 r: 05

Apliquemos, pois, as coordenadas cilíndricas D cil   : 0  2
 z: 0  r

e o momento de inércia será calculado como segue
 mi
 k  x  y 2  dV
n
I z  lim
n 

i 1 V i
 d i2  V i  2

0 Y D

  k r dz dr d
3

X D
2 5 r
> with (plots) : implicitplot3d ( { r = 2, z = r^2 },
r=0..2, theta=0..2*Pi, z=0..4, numpoints=8000,
   
0 0 0
k r 3 dz dr d
coords = cylindrical ) ;
 I z  1250 k   3927 k .
ou

> with (plots) : implicitplot3d


( {z=0, z=sqrt(x^2+y^2), x^2+y^2=25 },
x=-6..6, y=-6..6, z=0..5, numpoints=5000) ;

> Iz:= Int (Int (Int (k*r^3, z=0..r), r=0..5), theta=0..2*Pi) ;


2 5 r
   3
Iz :=   
   k r dz dr d > value (%) ; 1250 k 
  
0 0 0

1 1 y 2 x 2 y 2
2. Problema 34, página 1036 do JS : Calcular a integral  
0 0  x 2 y 2
x y z dz dx dy , convertendo-a em
coordenadas cilíndricas .
Resolução . Basta confrontar a expressão do domínio de integração nos dois sistemas referenciais :

y: 01  
 : 0  2
Z

 
 x : 0  1 y 2 
D cart   D cil r : 0 1
 semicírculo 
z: x y  x y z : r2  r
2 2 2 2

 
Y paraboloide cone de 
revolução
0,1,0 
de revolução
0


X 1,0,0  1 1 y 2 x2y2 1 r

0 0  x y
2 2
x y z dz dx dy   
0
2
0 r2
z r 3 sen  cos  dz dr d
1 2 1 5

2  0  0
 r  r 7  sen  cos  dr d

1
96 0
 2
2 sen  cos  d
 sen 2
35
> with (plots) : implicitplot3d ({z=r, z=r^2},
r=0..1, theta=0..Pi/2, z=0..1,
numpoints=8000, coords=cylindrical) ;

ou 
1  cos 2  2
  
96  2  0
> with (plots) : implicitplot3d
1
({x=0, y=0, z=x^2+y^2, z=sqrt(x^2+y^2), z=1},  .
x=0..1.2, y=0..1.2, z=0..1.01, numpoints=10000) ; 96

> Int (Int (Int (z*r^3*sin(theta)*cos(theta), z=r^2..r), r=0..1), theta=0..Pi/2) ;



2 1 r
   1
   z r 3 sin(  ) cos(  ) dz dr d
   > value (%) ;
   96
0 0 2
r

x  y 2  z 2  dz dx dy ,
3 9 y 2 18  x 2  y 2
  
2
3. Problema 36, página 1036 do JS : Calcular a integral
0 0 x 2 y 2
convertendo-a em coordenadas esféricas .
Z
0, 0, 3 2  y: 03
  
0, 0, 3  P, ,     : 0  2
 
 x : 0  9  y 2 
D cart   D esf : 0
 semicírculo  4
 
  : 0  3 2
Y
 z : x 2  y 2  18  x 2  y 2
0

0, 3, 0  0, 3 2, 0  
cone de hemisfério de raio 3 2
 3, 0, 0  revolução

3   

x  y 2  z 2  dz dx dy 
2 , 0, 0 3 9 y 2
18  x  y
2 2
3 2
       4 sen  d  d d
2 2 4
X 0 0 x y
2 2
0 0 0

972 2 2 4
Em tempo : A interseção das superfícies cônica e esférica 
5 0 0 sen  d d
foi obtida por meio do sistema de equações
972 2 2  2 2

z x2  y 2 
5

2 0 d



z 18   x 2  y 2   z 2  18  z 2

1944 2 1   
 z30 20
  126 ,49
resultando, como consequência,   
4

> plot3d ( [sqrt (x^2+y^2), sqrt (18-x^2-y^2) ],


x=0..sqrt(9-y^2), y=0..3, numpoints=10000 ) ;

> Int (Int (Int (rho^4*sin(phi), rho=0..3*sqrt(2)), phi=0..Pi/4), theta=0..Pi/2) ;


 
2 4 3 2
   4
    sin(  ) d d d
   > evalf (%, 5) ; 126.49
  
0 0 0
36
4. Problema 37, página 1036 do JS : No Projeto de Laboratório do Capítulo 12 (página 843), investigamos a família
de superfícies   1  5 sen m sen n que foram usadas para modelar tumores . A “esfera
1

rugosa” com m = 6 e n = 5 está mostrada no gráfico abaixo . Utilizar o sistema de computação


algébrica Maple para determinar seu volume .

Resolução . A equação da superfície que limita o sólido sugere a utilização do sistema de coordenadas esféricas :
  : 0  2

D esf  : 0  
  : 0  1 1
sen6 sen 5
 5

Portanto, seu volume será calculado por meio da integral tripla


2  1 1
sen6  sen5
V   d V      2 sen  d  d d
5

0 0 0
D

> with (plots) : implicitplot3d (rho =1+1/5*sin(6*theta)*sin(5*phi),


rho = -1.2..1.2, phi = 0..Pi, theta = 0..2*Pi,
numpoints =15000, coords = spherical ) ;

O cálculo da integral tripla será feito mediante a formulação sintática :

> V:= Int (Int (Int (rho^2*sin(phi), rho = 0..1+1/5*sin(6*theta)*sin(5*phi)),


phi = 0..Pi), theta = 0..2*Pi ) ;
1
1 sin( 6  ) sin( 5  )
2  5
   2
V :=   
    sin(  ) d d d
  
0 0 0
136  > evalf (%, 4) ; 4.317 u. v.
> value (%) ;
99

Num outro Projeto de investigação, foi encontrada a equação   1,3 sen  como formatação ideal do envoltório

5.
para as larvas disseminadoras da esquistossomose . Utilizar o Maple para exibir tal superfície .
Resolução . Resta informar que o domínio de integração foi construído com a seguinte catalogação obtida
  : 0  2

D esf   :    

  : 0  1,3 sen 

> with (plots) : implicitplot3d ( rho=1.3^(phi)*sin(theta),


rho = 0.1..3, phi = - Pi..Pi, theta = 0..2*Pi,
numpoints = 15000, coords = spherical ) ;

“ caramujo”
37
Problemas propostos

1 1 x2
1. Dada a integral
 0 0
2 x .dy .dx ,seguir as instruções abaixo :
a) esboçar a região do domínio . 2
b) inverter a ordem de integração . Resp.:
3
c) resolvê-la .

3 9  x2 2
  
1
2. Dada a integral  dz  dy  dx , seguir as instruções abaixo :
0 0 0
x2  y2
a) esboçar a região do domínio .
b) escrever a integral em coordenadas cilíndricas . Resp.: 3 
c) resolvê-la .

y6
2
3. Inverter a ordem de integração em
 
0 2y
2 f  x, y  .dx .dy .
3
x
4
x
Resp.:  0 0
2 f  x, y  .dy .dx  
3
2
2 x 6
f  x, y  .dy .dx

4. Escrever, em coordenadas esféricas, os limites de integração da integral


 f  r,  ,   . d V , sendo D
D
a região sólida limitada pelas superfícies x 2  y 2  z 2  1, y  x , z  0 e y  0 .
 x
1
Resp.:   
0
4
0
2
0
f  r,  ,   .r 2 .sen  .dr .d .d

5. Utilizar coordenadas cilíndricas para calcular o volume do sólido limitado pelo cone z 2  x 2  y 2 , pelo
cilindro x  y  4 e pelos planos coordenados, no 1º. octante .
2 2 4
Resp.: V 
3
6. Calcular o volume do sólido limitado pelas superfícies cujas equações cilíndricas são z  4r2, r 1
e z  0.
9
Resp.: V 
8

7. Utilizando integração dupla, calcular o volume do tetraedro limitado pelos planos cartesianos
e o plano inclinado expresso pela equação 3x  8 y  24z  24  0 .
Resp.: V  4u.v.

y=x 8. Inverter a ordem de integração e resolver a integral dupla


Y
y    5 sen x
 
0 y x
dx dy
D
0 X Resp.: 10
x 

y
9. Mediante o sistema de coordenadas polares, calcular a integral dupla 
R x  y2
2
 dA , sendo R a

região plana limitada pela curva x2  y 2  4 . Resp.: 0


38
Z 10. Calcular a massa M do “pilão” não homogêneo, limitado pelas três
superfícies x2  y 2  9 , z  x2  y 2 e z  0 . Em cada ponto
do sólido, a densidade de massa é   
x, y  x 2
 y 2
kg / m3 .

- Utilizar coordenadas cilíndricas, levando em conta que


n
M i
M  lim
n 

i 1
Vi
 Vi    dV kg .
ou D
0 Y V i  0

0,  3  r 0, 3  Resp. : M 


486
 kg  305,2 kg
 5
X  3, 0 

x 
2 4  y2
   y 2 .dx .dy , em coordenadas polares, e resolvê-la .
2
11. Escrever a integral
Resp.: 2 
0 0

12. Utilizando coordenadas esféricas , calcular o volume comum à esfera r = 3 e ao cone φ = π/3 .
Resp.: 9 

13. Determinar o momento de inércia, em relação ao eixo OZ, do sólido homogêneo limitado pelo cilindro r = 3,
o paraboloide z = r² e o plano z = 0 . Em qualquer ponto do sólido, a densidade é δ kg/m³ .
Resp.: I O Z  243  

14. Utilizando coordenadas esféricas , calcular o volume de uma cunha esférica, de raio R , limitada por dois
planos diametrais formando entre si um ângulo de π/3 rad . 2
Resp.: V   R3
9
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 39
- Roteiro Sinóptico -
- Cursos de Engenharia -
Unidade 3 - CURVAS PARAMETRIZADAS

3.1. Funções escalares , funções vetoriais e curvas parametrizadas .


Nesta terceira unidade do curso, estaremos abordando alguns tópicos da denominada Geometria Diferencial,
tratando o estudo das entidades geométricas associado aos elementos do Cálculo Diferencial e Integral . Originariamente, a
Geometria Diferencial clássica preocupava-se apenas com as propriedades locais das curvas e superfícies, vale dizer, visava
tão-somente o comportamento dessas curvas e superfícies na vizinhança de um ponto, limitando-se ao espaço euclidiano .
Após as teorias de Riemann, em meados do século XIX, tal estudo estendeu-se aos espaços não euclidianos,
propiciando os avanços na linguagem matemática que suportam inúmeras aplicações da Física e das teorias da relatividade .
Em se tratando de uma abordagem inicial, nesta unidade estaremos particularmente interessados nos aspectos
clássicos do assunto, atendo-nos à teoria das curvas e superfícies associada aos conceitos e operações do Cálculo Diferencial
e Integral, valendo-nos das brilhantes contribuições legadas por Gauss. Fixemos o conceito de uma função escalar emℝ ³ :

D ℝ Função escalar é uma lei de correspondência


(x, y, z) f (x, y, z) f : D 3
 ,
tal que, a cada ponto (x, y, z) ∈ D , corresponde
um único número real f (x, y, z) .
Z
f
z
f

Y
X

X x  2

Exemplos : 1. f  x, y,z   3x z  5xyz :
2 3
 y  3  f  2,  3,1  12   30   42
z  1
 x  1

2. f  x, y,z   n  x  2 yz   cos  x  y  z   :  y  1  f 1,  1,0   0  1  1
z  0

Analogamente, conceituamos uma função vetorial em ℝ ³:
V
D
Sejam f1 , f 2 e f 3 funções
v  f1 i  f 2 j  f 3 k ℝ³
 x, y,z 
escalares de e seja V o
conjunto de vetores desse espaço
f
Função vetorial é uma lei de correspondência f : D → V que associa a imagem de cada ponto
(x, y, z) , do domínio D , ao vetor v  f1 i  f 2 j  f 3 k de ³ . Z
 f1  x, y,z   3xy
z

Exemplos : 1. v  3xy i   x  2z  j   x  yz  k ,  f x, y,z   x  2z


 2  v

 f 3  x, y,z   x  yz
y
Y
Por exemplo, o ponto (2, -1, 5) v   6 i  12 j  7 k X

2. v  e x i  sen xy j  n  x  yz  z 2  k , sendo X
 f  x, y,z   e x  f1 1,  ,  2   e
 1 
 f 2  x, y,z   sen xy   f 2  1,  ,  2   0 1,  ,  2  v  e i  n  5  2  k
 
 f 3  x, y,z    n  x  yz  z   f 3  1,  ,  2    n  5  2 
2
40
Definição de curvas planas paramétricas . Suponhamos que exista a necessidade de analisar a trajetória
de uma partícula ao longo de uma curva C , no espaço ² , tal como a figura nos mostra .
Y Obviamente, uma equação formal do tipo y = f (x) ou f (x, y) = 0 não pode
C ser utilizada para descrever essa trajetória porquanto seu tratamento funcional
seria inviável, pelo menos em toda a extensão do domínio, pois, parte de seus
elementos acusam mais de uma imagem, contrariando o conceito de função.

0 X Existe um recurso algébrico bastante prático que nos proporciona uma


condição mais confortável para descrever tal curva . Referimo-nos à utilização
de uma terceira variável t atuando como um parâmetro independente ao qual
as variáveis x e y prestam total obediência : x = g(t) e y = h(t) . Estas duas
equações denominam-se equações paramétricas da curva C .

Por meio de alguns exemplos, tentaremos mostrar algumas vantagens de sua utilização :

Exemplo 1 : Problema 2 , página 645 do livro-texto, James Stewart :  x  3t


Determinar a equação cartesiana da curva cujas equações paramétricas são  , 1 t  4 .
Resolução : Explicitando as duas igualdades em termos do parâmetro t :
 y  2t  3

t  3 x
 y3
 y3   3  x  y  3  6  2x  y  2x  3 reta inclinada
 t 2
 2 (-1, 5) Y
 x  3   1  4
  x  3  4  1 t=4
t  1:  t  4: 
 y  2  1  3  5
  y  83  5
 4,  5    1, 5  X

(4, -5)
t = -1

Exemplo 2 : Problema 12 , página 645 do livro-texto, James Stewart :


Esboçar a curva e indicar o sentido no qual é traçada quando o parâmetro cresce :
 x  nt

 , t 1.

 y  t
Resolução : Explicitando as duas igualdades em termos do parâmetro t :
x
t  ex  y2  ye 2 curva exponencial

x0 (0, 1)
t  1: 
 y1

Exemplo 3 : As trajetórias circulares e as curvas cônicas usuais têm uma importância significativa em vários setores da en-
genharia, motivo por que abrimos um destaque especial para analisar sua parametrização :

 x  r cos t
a)  , 0  t  2 .
 x  a cos t
b)  , 0  t  2 . 
c) 
x
a
2
e t  e t 
 y  r sent  y  b sent 
 y  b e t  e t 
Resolução : 
 2
Y
a) 
 x  r cos t
2 2 2

 2  x 2  y 2  r 2  cos 2 t  sen2 t   x2  y 2  r 2
 y  r sen t

2 2 t
1
círculo de centro 0 X
na origem e raio r
41

 x
2

   cos t
2

 x  a cos t  a x2 y2
b)      1
 y  b sen t a 2 b2
2
 y 
  sen t
2

 b  elipse de centro
na origem

 
 x  2

a t
e  e t  
x
a
 cosh t
x2 y2
c)       cosh 2 t  senh 2 t
y
 2

b t
e  e t  

y
b
 senh t
a2 b2 1

x2 y2
   1
a2 b2
hipérbole de centro
na origem

Exemplo 4 : Problema 14 , página 645 do livro-texto, James Stewart :


Esboçar a curva e indicar o sentido no qual é traçada quando o parâmetro cresce :
 x  cos t

 y  cos 2t
Resolução :
 x  cos t ,  1  x  1

 y  cos 2t  y  cos 2 t  sen 2 t  cos 2 t  1  cos 2 t   2 cos 2 t  1

  x2

 y  2 x 2  1 parábola de vértice no eixo OY

Exemplo 5 : Deduzir as equações paramétricas de uma cicloide .


Cicloide é o lugar geométrico percorrido por um ponto fixo de um círculo que rola, sem deslizamento,
sobre uma reta fixa .
Dedução : Consideremos o ponto referencial O , comum ao círculo dado e à reta dada, e façamos tal círculo
rolar por uma volta completa sobre a tal reta :

 OA  AP  r   x  OD  OA  PB  r   r sen
 e 
 OO'  2  r
  y  PD  CA  CB  r  r cos 
C
 Então, as equações paramétricas são
P  x, y  B
r
 x  r   sen 

0 D A 0'  y  r  1  cos  
2r

Adendos : 1º.) Epicicloide é a curva descrita por um ponto fixo de um círculo de raio r que rola, exteriormente e sem
deslizamento, sobre um outro círculo de raio R .  Rr 
 x   R  r  cos   r cos  r  

Suas equações paramétricas são   
 y   R  r  sen   r sen  R  r  
  
  r 
42

A epicicloide para a qual se tem R = r é uma cardioide e, nesse caso, o polígono epicicloidal tem um
único ciclo, começando e terminando no mesmo ponto do círculo suporte .
Suas equações paramétricas são obtidas por

 x  2 r cos   r cos 2

 y  2 r sen  r sen 2

2º.) Hipocicloide é a curva que se obtém quando o rolamento é feito interiormente e sem deslizamento .

Suas equações paramétricas são análogas às da epicicloide, bastando substituir r por - r


:  Rr 
 x   R  r  cos   r cos  r  
  

 y   R  r  sen   r sen  R  r  
  
  r 
A hipocicloide correspondente ao caso R = 4 r representa uma curva de quatro ciclos e, como o rola-
mento é interior, a curva apresenta quatro pontos singulares (pontos de reversão ou cúspides) . Tal fi-
gura denomina-se astroide ou asteroide ou ainda tetracúspide , sendo as duas primeiras denominações
decorrentes do fato de ser esta curva a evolvente de uma família de elipses que, como sabemos, represen-
tam as trajetórias dos astros .

Para encontrarmos as equações paramétricas, basta fazer R = 4 r :


 x  3 r cos   r cos 3

 y  3 r sen  r sen 3
e substituindo-se cos 3 e sen 3 em função de cos  e sen  , tais equa-
ções paramétricas se apresentam como

 x  4 r cos 
  x  R cos 

3 3

 ou 
 y  4 r sen 
  y  R sen 

3 3

2 2 2
e sua equação cartesiana é .
x 3
 y 3
 R 3

Utilizando a linguagem MATLAB R12 , analisar a parametrização da função do exemplo 2 da


 x  nt
página 40, construindo seu gráfico de acordo com a respectiva sintaxe :  x

 , t 1  ye 2

y
 t

 x  n t
 , t 1 :
 y  t
 t  linspace( 1,100,100 );
 x  log( t );


 y  sqrt( t );
 plot( x, y ) x

ou ye 2
:
 x  linspace( 0,6 ,100 );

 y  exp( x / 2 );
 plot( x, y )

43

Modelos ilustrativos de parametrização de algumas curvas cônicas seguem abaixo, com as respec-
tivas construções dos gráficos, mediante a utilização da linguagem MATLAB R12 :

Elipse
Círculo

 x  1 2  y  2 2
Equação cartesiana : x2  y 2  9 Equação cartesiana :   1

 xy  3cos(  xy  23cos(
4 9
Equações paramétricas : t) Equações paramétricas : t )1
3 sen( t ) sen( t )  2
Sintaxe : Sintaxe :
t=linspace(0,2*pi,100); t=linspace(0,2*pi,100);
x=2*cos(t)-1; x=2*cos(t)-1;
y=3*sin(t)+2; y=3*sin(t)+2;
plot(x,y) plot(x,y)

x2 y2
Equação cartesiana :   1
16 9
 et  e  t
 x   4 cosh t ou  4
Hipérbole Equações paramétricas :  t
2
 y  3 senh t ou 3 e t
 e
 2
Sintaxe :
t=linspace(-1,1,100); t=linspace(-1,1,100);
x=4*cosh(t); x=4*[exp(t)+exp(-t)]/2;
y=3*sinh(t); y=3*[exp(t)-exp(-t)]/2;
plot(x,y) ou plot(x,y)
hold on; hold on;
x=-4*cosh(t); x=-4*[exp(t)+exp(-t)]/2;
y=3*sinh(t); y=3*[exp(t)-exp(-t)]/2;
plot(x,y) plot(x,y)

Parábola Equação cartesiana : y  2x 2  1


Equações paramétricas : 
x  cos t
y  cos 2t

Sintaxe :
t=linspace(0,2*pi,100);
x=cos(t);
y=cos(2*t);
plot(x,y)
44
O conceito de função vetorial é usualmente empregado no estudo do movimento de partículas no espaço .
Para determinar a posição de um ponto no espaço tridimensional, necessitamos de um terno ordenado ( x. y, z ) de números
reais e a presença do parâmetro t , indicador do tempo, torna-se imprescindível . Portanto, em cada instante t , o terno orde-
nado ( x, y, z ) deverá ser encarado parametricamente como  x, y, z    f1  t  , f 2 t  , f 3 t   e o vetor correspondente
a cada ponto do espaço deverá ser v  t   f1  t  i  f 2  t  j  f 3  t  k ou  f1 t  , f 2 t  , f 3 t   
Ao deslocar-se no espaço, a partícula terá sua trajetória descrita pela extremidade do vetor, surgindo aí uma
curva espacial cuja parametrização é dada pela equação anterior . Se a função vetorial v  t    f1  t  , f 2  t  , f 3  t  
representa uma curva espacial contínua, então v  t  é um vetor de posição de cada ponto P  f1  t  , f 2  t  , f 3  t   dessa
curva . Portanto, qualquer função vetorial v  t  , contínua, do espaço tridimensional, define uma curva desse espaço .
Utilizando os recursos do aplicativo Maple 12 , mostremos a ilustração geométrica de uma função vetorial :

Sintaxe de comando : P  x, y, z 
> with (plots) :
spacecurve ( [cos(t), sin(t), t ], t = 0..4*Pi ) ;
v t 
Em tempo : Se quisermos imprimir animação à curva, com o intuito de
acompanhar sua construção, basta utilizarmos o comando
> with (plots) :
animate ( spacecurve , [ [ cos(t), sin(t), t ],
t = 0..n ], n = 0..4*Pi, numpoints = 2000 ) ;

Analisemos uma sequência de exemplos variados de funções vetoriais em ℝ ³, alguns retirados do livro-
texto de Cálculo, James Stewart , páginas 848 / 855 , volume II, 5ª. edição :

 x t2
f  t   v   t 2 , cos t,
1 
Exemplo 1 :  ou f  t    y  cos t
2t
 z  1/ 2t
  
> spacecurve ( [ t^2, cos (t), 1/(2-t) ], t = 0..6*Pi ) ;

 x  cos 4t

Exemplo 2 : f  t   v   cos 4t, t, sen 4t  ou f t    y  t
 z  sen 4t

> spacecurve ( [ cos (4*t), t, sin (4*t) ],
numpoints = 3000, t = 0..4*Pi ) ;

xt

Exemplo 3 : f  t   v   t, t , e
2 t
 ou f t    y  t 2
 z  et

> spacecurve ( [ t, t^2, exp (-t) ],
numpoints = 3000, t = -10..10 ) ;

xt

1  1
Exemplo 4 : f  t   v   t, , t 2  ou f t    y 
1 t 2  1 t 2
 z  t2

> spacecurve ( [ t, 1 / (1+t^2), t^2 ],


numpoints = 3000, t = -10..10 ) ;
45
Exemplo 5 : f  t   v   e  t cos 10t, e  t sen10t, e  t 
ou
 x  e  t cos 10t

f  t    y  e  t sen10t
 z  et

> spacecurve ( [ exp (-t)*cos (10*t), exp (-t)*sin (10*t), exp (-t) ],
numpoints = 3000, t = -2*Pi..2*Pi ) ;

 x  cos t

Exemplo 6 : f  t   v   cos t, sen t, sen 5t  ou f  t    y  sen t
 z  sen 5t

> spacecurve ( [ cos (t), sin (t), sin (5*t) ],


numpoints = 1000, t = -2*Pi..2*Pi ) ;

 x  cos t

Exemplo 7 : f  t   v   cos t, sen t, n t  ou f  t    y  sen t
 z  nt

> spacecurve ( [ cos (t), sin (t), ln (t) ],


numpoints = 2000, t = -2*Pi..8*Pi ) ;

Panorama visto de cima :


 f  t   v   sen t, 0, cos t 

Exemplo 8 : 
 g  t   w   cos t  1, sin t, 0 

> spacecurve ( { [ sin (t), 0, cos (t), t = 0..2*Pi ], [ cos (t) +1, sin (t), 0, t = -Pi..Pi ] },
numpoints = 1000 ) ;
> animate ( spacecurve , [ { [sin(t), 0, cos(t) ], [ cos(t)+1, sin(t), 0 ] }, animação
t = -n..n ], n = -Pi..Pi, numpoints = 2000 ) ;

Panorama visto de cima :


visualização plana
 f  t   v   t sen t, t, t cos t 

Exemplo 9 : 
 g  t   w   4 cos t, 4 sin t, 0 

> spacecurve ( { [ t*sin (t), t, t*cos (t) ] , [ 4*cos (t), 4*sin (t), 0 ] },
t = - Pi..2*Pi , numpoints = 1000 ) ;
46
Exemplo 10 : f  t   v    10 cos t  2 cos 5t  15sen2t,  15 cos 2t  10sent  2sen 5t, 10 cos 3t 

> knot := [ -10*cos (t) - 2*cos (5*t) + 15*sin (2*t) , - 15*cos (2*t) + 10*sin (t) - 2*sin (5*t) ,
10*cos (3*t) , t = 0..2*Pi ] :
Nó visto de cima :
Em inglês : knot → nó visualização plana

> spacecurve ( knot ) ;

Exemplo 11 : f  t   v   10 cos  r / 30  , 10 sen  r / 30  , r / 3 

> helix_points := [ seq ( [ 10*cos (r/30) , 10*sin (r/30) , r/3 ] , r = 0..240 ) ] :

Hélice vista de cima, sem nó :


( Hélice circular ) visualização plana

> spacecurve ( helix_points ) ;

Exemplo 12 : f  t   v   10 cos  r / 30  , 10 sen  r / 30  , r / 3 


Hélice vista de cima, com nó :
trevo de três folhas

> spacecurve ( { helix_points , knot } ) ;

Exemplo 13 : f  t   v    4  sen 20 t  cos t,  4  sen 20 t  sent, cos 20 t  : toroide espiral


> spacecurve ( [ (4+sin (20*t))*cos (t), (4+sin (20*t))*sin (t), cos (20*t) ] ,
numpoints = 3000, t = 0..4*Pi ) ;
> animate ( spacecurve , [ [ (4+sin (20*t))*cos (t), (4+sin (20*t))*sin (t), cos (20*t) ],
t = 0..n ], n = 0..4*Pi, numpoints = 3000 ) ;
Panorama visto de cima :
visualização plana
47
Exemplo 14 : Determinar a função vetorial que representa a curva obtida pela interseção do paraboloide z = 4 x² + y²
e o cilindro parabólico y = x² . - Problema 36, página 854, James Stewart, 5ª. edição .

Resolução . Fazendo a plotagem das duas superfícies dadas, teremos :


> with (plots) : implicitplot3d ( { z=4*x^2+y^2, y=x^2}, x=-2..2, y=-3..3, z=0..3,
numpoints = 3000 ) ;
Para resolver o problema, algebricamente, podemos escrever :
 xt

 z  4x  y
2 2

Curva :   Parametrizando :  y  t 2
yx

2
 z  4t 2  t 4

Então, a função vetorial representativa da curva será
f  t   v   t , t 2 , 4t 2  t 4 

Se quisermos mostrar a solução gráfica do resultado encontrado, basta fazer :


> spacecurve ( [ t, t^2, 4*t^2+t^4 ] , numpoints = 3000, t = -2..2 ) ;

Como sugestão, mostramos duas


posições visuais alternativas .

Exemplo 15 : Problema 39, página 854, James Stewart, 5ª. edição .


Se dois objetos viajam pelo espaço ao longo de duas curvas diferentes, é sempre importante saber se eles
irão colidir-se . (Um míssil vai atingir seu alvo móvel ? Duas aeronaves se colidirão ?) . As curvas
podem se interceptar, mas precisamos saber se os objetos estarão na mesma posição no mesmo instante .
Suponhamos que as trajetórias das duas sejam dadas pelas seguintes funções vetoriais
r1  t    t 2 , 7t  12, t 2  e r2  t    4t  3, t 2 , 5t  6  , para t  0 .
As partículas colidem ?
Resolução . Fazendo a plotagem das duas curvas dadas, teremos :
> spacecurve ( { [ t^2, 7*t-12, t^2 ] , [ 4*t-3, t^2, 5*t-6 ] },
t = 0..5 , numpoints = 2000 ) ;

Tanto no espaço tridimensional quanto na


visualização plana, a figura nos garante,
inequivocamente, que haverá colisão .

Exemplo 16 : Problema 42, página 854, James Stewart, 5ª. edição . Utilizar o Maple (tubeplot) para traçar a
curva espacial dada pela função vetorial f  t     2  cos1.5t  cos t ,  2  cos1.5t  sent , sen1.5t 
- O sistema “tubeplot” (gráfico em tubo) propõe apresentar a curva tal como um fio de arame encap-
sulado por um revestimento plástico .
Resolução . > tubeplot ( [ (2+cos (1.5*t))*cos (t), (2+cos (1.5*t))*sin (t), sin (1.5*t) ],
t = 0..2*Pi, radius = 0.2, numpoints=100 ) ;
Panorama visto de cima : plano XOY
48
y2 y3 z 3
Exemplo 17 : Plotar as duas retas r: x 1   4z e s: 5  x   e verificar se
3 1 4
as mesmas são reversas .
Resolução . Primeiramente faremos a parametrização das duas curvas :
 x  1 t  x  5t
 
r :  y  2  3t e s :  y  3  t
 z  4 t  z  3  4t
 
Algebricamente, não é possível encontrar um valor de t
que satisfaça aos dois sistemas, simultaneamente .

> spacecurve ( { [1+t, -2+3*t, 4-t], [5-t, -3-t, 3-4*t] },


t = -15..15, numpoints = 300 ) ;
- Mediante um exame visual com a manipulação da figura, é
fácil perceber que as duas retas são reversas .

Exemplo 18 : Plotar a mola helicoidal representada pela função vetorial f  t   v   6 cos t, 6sent, 2t /   ,
promovendo a animação de seu percurso .
Resolução . > animate ( spacecurve, [ [ 6*cos(t), 6*sin(t), 2*t/Pi ], t = 0..n ],
n = 0..8*Pi , numpoints = 2000 ) ;

Em tempo . Torna-se imperioso ressaltar que o tratamento dispensado às funções vetoriais do


espaço bidimensional é inteiramente análogo aos procedimentos já utilizados .
Vejamos os dois exemplos seguintes :
 x  2 cos t
Exemplo 19 : Construir o gráfico da função vetorial f  t   v   2 cos t, 2sent  ou f t   
 y  2sent

> plot ( [ 2*cos (t), 2*sin (t), t = 0..2*Pi ], numpoints = 200 ) ;

( círculo )

Exemplo 20 : Construir o gráfico da função vetorial f  t   v   t  sen  t / 3  , 1  cos  t / 3  

 x  t  sen  t / 3 

ou f t   
 y  1  cos  t / 3 

> plot ( [ t-sin(t/3), 1-cos(t/3), t = -35*Pi..35*Pi ], numpoints = 500 ) ;

( cicloide )
49
3.2. Aplicações ao movimento .
Em nosso curso, estaremos sempre empenhados na utilização das funções vetoriais para analisar o comporta-
mento da trajetória de um corpo movendo-se no espaço . Portanto, o estudo das derivadas e integrais dessas funções veto-
riais é imprescindível para lograrmos êxito nessa empreitada .
Felizmente, o tratamento desse problema apoia-se no mesmo roteiro e em procedimentos análogos àqueles
já desenvolvidos no estudo das funções numéricas reais, tanto nos aspectos conceituais quanto nos operacionais :

Z v'  t 
dv v t  h   v t 
 v'  t   lim
Q

v t  h  v t 
P
dt h 0 h
v t  h Se tal limite existir, o vetor secante PQ  v  t  h   v  t   0
v t 
se aproxima de um vetor que tem a direção da reta tangente à
C
curva C . Portanto, definimos o vetor v'  t  como vetor
tangente a essa curva definida por v t no ponto P . 
O
Y v'  t 
Usualmente, chamamos o vetor unitário do vetor tangente por versor tangente : T  t   
v'  t 
X
Teorema . Se v  t    f1  t  , f 2  t  , f 3  t    f1  t  i  f 2  t  j  f 3 t  k , sendo
f1 , f 2 e f 3 funções deriváveis, então
v'  t    f1 '  t  , f 2 ' t  , f 3 ' t    f1 ' t  i  f 2 ' t  j  f 3 ' t  k .
Demonstração . Fazendo h = Δ t , poderemos escrever :

  f1  t   t  , f 2  t   t  , f 3  t   t     f1  t  , f 2  t  , f 3  t   
 v'  t   lim 
dv
dt t  0 t
 f1  t   t   f1  t  , f 2  t   t   f 2  t  , f 3  t   t   f 3  t  
 lim
t  0 t
f1  t   t   f1  t  f t   t   f2 t  f t   t   f3 t 
 lim  , 2 , 3 
t  0 t t t
f1  t   t   f1  t  f t   t   f 2 t  f  t   t   f3 t 
  lim , lim 2 , lim 3 
t  0 t t  0 t t  0 t
  f 1'  t  , f 2'  t  , f 3'  t   ou f 1'  t  i  f 2'  t  j  f 3'  t  k

No terreno dos procedimentos analógicos, não é difícil verificar que as regras práticas de derivação das
funções vetoriais situam-se na mesma esteira das funções numéricas reais :
d  f t   g t   h t   
  d f t   d g t   d h t  
Soma e diferença :
dt dt dt dt
d  k . f  t   d f t 
Produto por constante:  k
dt dt
d  f  t  . g  t   d g t  d f t 
Produto por função real :  f t    g t  
dt dt dt
d  f t  g  t   d g t  d f t 
Produto escalar :  f t   g t 
dt dt dt
d  f  t   g  t   d g t  d f t 
Produto vetorial :  f t     g t 
dt dt dt
d f  g  t   d g t  d f  g  t   ou f '  g  t  = g'  t  . f '  g  t  
Regra da cadeia :  
dt dt dt
50
À guisa de ilustração, faremos a verificação dessa última operação, deixando a cargo do prezado leitor a
prazerosa incumbência de demonstrar as demais, reavivando habilidades e destrezas já adquiridas anteriormente :
d f  g  t   d f   d f   d
Seja g  t =   . Então,     f '      ' t 
dt dt d dt
notação de Lagrange

 f '  g  t    g '  t  .
Com o objetivo de liberar o caminho para as próximas incursões, mostremos desde logo que :
Sendo v  t  diferenciável e v  t   c  constante  , então v'  t   v  t  , t  dom v' .
Demonstração . Se v  t   c , podemos escrever :
d  v  t  v  t   d c 2 
v t  v t   v t 
2
 c2    0
dt dt
d  v  t  v  t   d  v  t   d  v  t   d c 2 
Mas,  v t   v t    0
dt dt dt dt
Derivada do produto escalar : v' v  v v'  2 v v'

2 v  t  v'  t   0  v  t  v'  t   0  v  t   v'  t  .


condição de ortogonalidade

Dada a função vetorial v = < 2t - t, n 2t, 3t  , determinar :


3
Exemplo 1 :
a) a função derivada de v .
b) o vetor tangente de v , no ponto de parâmetro t = 1 , vale dizer, ponto P ( 1, ln 2, 3 ) .
c) o versor tangente nesse ponto .
Resolução . a ) v'  t  = < 6t 2 -1, 1 , 3 
t
b) t  1  v'   < 5, 1, 3 
1 =
v'  1 1
c) T  1   < 5, 1, 3 
v'  1 35
- Utilizemos o Sistema Computacional Maple :
> with (plots) : > spacecurve ( [ 2*t^3-t, ln(2*t), 3*t ], t=0..5, axes=normal, title= Curva C`) ;
3
> C:= ( [ 2*t^3-t, ln(2*t), 3*t ] ) ; C := [ 2 t t , ln( 2 t ), 3 t ]
 2 1 
> dC:= diff (C, t ) ; dC :=  6 t 1, , 3 
 t 
> subs ( t = 1, dC ) ; [ 5, 1, 3 ]
> fieldplot3d ( [ 6*t^2-1, 1/t, 3 ], t = 0..5, y = -1..1, z = 0..6, grid = [5,5,5],
title = `Campo de vetores tangentes a C`) ; # O comando
para visualizar um campo de vetores é fieldplot3d ( [ f (x,y,z) ],
x = a..b, y = c..d, z = e..f ) .
Como as coordenadas do campo (x, y, z) dependem da variável t ,
a sintaxe utilizada acima está rigorosamente correta .

> CurvaC:= spacecurve ( [ 2*t^3-t, ln(2*t), 3*t], t = 0..5, axes = normal ) :


> Campo:= fieldplot3d ( [ 6*x^2-1, 1/y, 3 ], x = 0..5, y = -1..1, z = 0..6, grid = [5,5,5] ) :

> display (CurvaC, Campo, title = `A Curva C e seu campo


de vetores tangentes` ) ;
51
 x  2t
Exemplo 2 : Sendo a função v  t  , com equações paramétricas  , determinar o vetor posição v  2 
 y  1t
2

e o vetor tangente v'  2  .

Resolução . v  t  =  2 t , 1- t 2   v'  t  =  2 , - 2 t 

 v  2  =  4,  3  : vetor posição

Então, t2  
 v'  2  =  2,  4  : vetor tangente

- Maple 12 : É oportuno mostrar que a sintaxe utilizada no exemplo anterior, evidentemente, também é
aplicável às funções vetoriais do espaço bidimensional, desde que consideremos :
2 3

v  t    2 t , 1  t 2    2 t , 1- t 2 , 0 
> with (plots) : Parábola
> spacecurve ( [ 2*t, 1-t^2, 0 ], t = -3..3,
axes = normal, title = `Parábola`) ;
> Parábola:= ( [ 2*t, 1-t^2 ] ) ; 2 vp
Parábola := [ 2 t , 1t ]
> vposição:= subs (t = 2, Parábola) ; vposição := [ 4, -3 ]

> dParábola:= diff (Parábola, t ) ; dParábola := [ 2, 2 t ]


> vtangente:= subs (t = 2, dParábola) ; vtangente := [ 2, -4 ]
> fieldplot3d ( [ 2, -2*y, 0 ], x = -3..3, y = -3..2,
z = -1..1, grid = [4,4,4], title = `Campo de
vetores tangentes à parábola`) ;
# O comando para visualizar um campo de vetores é
fieldplot3d ( [ f (x,y,z) ], x = a..b, y = c..d, z = e..f ) .
Como as coordenadas do campo (x, y, z) dependem da
variável t , a sintaxe utilizada acima está correta .

> Parábola:= spacecurve ( [ 2*t, 1-t^2, 0 ], x = -3..3, axes = normal ) :


> Campo:= fieldplot3d ( [ 2, -2*y, 0 ], x= -3..3, y = -3..2, z = -1..1,
grid = [4,4,4] ) :
> display (Parábola, Campo, title = `A Parábola e seu campo de vetores
tangentes` ) ;

A Parábola e seu campo de vetores tangentes

> vposição:= subs (t = 2, Parábola) ;


vposição := [ 4, -3 ]
vp  4,  3   2,  4 
vt
vt

> vtangente:= subs (t = 2, dParábola) ;

vtangente := [ 2, -4 ]
52
Exemplo 3 : Visualizar o campo de vetores tangentes à hélice cilíndrica espiralada (hélice circular) definida pelo vetor
v   cos t, sent, t  , 0  t  4 .
- Maple :
Hélice cilíndrica
> with (plots) :

> spacecurve ( [ cos(t), sin(t), t ], t = 0..4*Pi , axes = normal,


numpoints=2000, title = `Hélice cilíndrica` ) ;

> Hélice:= ( [ cos(t), sin(t), t ] ) ; Hélice := [ cos( t ), sin( t ), t ]

> dHélice:= diff (Hélice, t ) ; dHélice := [ sin( t ), cos( t ), 1 ]

Campo de vetores
tangentes à hélice

> fieldplot3d ( [ -sin(t), cos(t), 1 ], t = -1..1, y = -1..1, z = 0..12,


grid = [4,4,4], axes=normal, title = `Campo de vetores tangentes à
hélice`) ;
# Conforme já vimos no exemplo anterior, o comando para visualizar um
campo de vetores é fieldplot3d ( [ f (x,y,z) ], x = a..b, y = c..d, z = e..f ) .
Como as coordenadas do campo (x, y, z) dependem da variável t , a
sintaxe utilizada acima está correta .
> Hélice:= spacecurve ( [ cos(t), sin(t), t ], t = 0..4*Pi, axes = normal ) :
> Campo:= fieldplot3d ( [ -sin(x), cos(y), 1 ], x = -1..1, y = -1..1, z = 0..12, grid = [4,4,4] ) :

> display (Hélice, Campo,


title = `A Hélice e seu campo de vetores tangentes` ) ;

Exemplo 4 : Analisemos a curva hélice cônica definida pelo vetor v   t cos 8t, t sen 8t, t  , 0  t  2 .
Análise .
v  t  =  t cos 8t , t sen 8t , t   v' t  =  cos 8t  8t sen 8t , sen 8t  8t cos 8t, 1 
No ponto t = π/2 , por exemplo, teremos o vetor tangente :
 
v  t  =  t cos 8t , t sen 8t , 1   v'   =  1, 4 , 1 
 2 
- Maple 12 : Hélice cônica
> with (plots) :
> spacecurve ( [ t*cos(8*t), t*sin(8*t), t ], t = 0..2*Pi ,
axes = normal, numpoints=2000, title = `Hélice cônica` ) ;
> Hélice:= ( [ t*cos(8*t), t*sin(8*t), t ] ) ; Hélice := [ t cos( 8 t ), t sin( 8 t ), t ]
> vposição:= subs (t = Pi/2, Hélice ) ; 1 1 
vposição :=   cos( 4  ),  sin( 4  ), 
  2 2 2
> simplify (%) ;  , 0, 
2 2
> dHélice:= diff (Hélice, t ) ; dHélice := [ cos( 8 t )8 t sin( 8 t ), sin( 8 t )8 t cos( 8 t ), 1 ]
> vtangente:= subs (t = Pi/2, dHélice ) ;
vtangente := [ cos( 4  )4  sin( 4  ), sin( 4  )4  cos( 4  ), 1 ]
> simplify (%) ; [ 1, 4  , 1 ]
53
Exemplo 5 : Problema 29, página 860, James Stewart, 5ª. Edição .
Verificar se as duas curvas seguintes são lisas (suaves) :
b r t    t 3  t , t 4 , t 5  c r  t    cos 3 t , sen 3t 
Resolução . Podemos priorizar a visualização gráfica :
- Maple :

b r t    t 3  t , t 4 , t 5 
> with (plots) :
> spacecurve ( [ t^3+t, t^4, t^5 ], t = -3..3 ) ;
Portanto, podemos afirmar que a curva é suave, pois,
seu gráfico não apresenta nenhum cúspide, vale dizer, Hélice cônica
admite vetor tangente não nulo em todos os pontos .

c r  t    cos 3 t , sen 3t 
> spacecurve ( [ cos(t)^3, sin(t)^3, 0 ], t = 0..2*Pi ) ;
Trata-se de uma curva no espaço bidimensional e, em
cada interseção com os eixos OX e OY, ocorre um
ponto cúspide . Então, a curva não é suave . Tal
curva denomina-se hipocicloide (astroide) e será ob-
jeto de mais detalhes quando estudarmos as integrais
de linha .

Exemplo 6 : Problema 30, página 860, James Stewart, 5ª. Edição .


a) Determinar o ponto de interseção das retas tangentes à curva r  t    sen  t , 2sen  t , cos  t  ,
nos pontos t = 0 e t = 0,5 .
b) Fazer a ilustração gráfica .

Resolução . a) Determinemos os vetores de posição e os vetores tangentes nos pontos assinalados :


 r  0    0, 0, 1 

vetores de posição : 
 r  0,5    1, 2, 0 

 r'  t     cos  t , 2 cos  t ,   sen  t 


vetores tangentes :  r'  0     , 2 , 0 

 r'  0,5    0, 0,   

Podemos, então, escrever as equações paramétricas das duas retas tangentes à curva
 x  t
x 0 y 0 z 1 
reta s :    t   y  2 t
 2 0  z 1

 x 1
x 1 y 2 z 0 
reta u :   t   y2
0 0   z   t

e o ponto de interseção das duas retas, se houver, será dado por :
reta s reta u

 x, y, z     t , 2 t , 1    1, 2,   t 
Portanto, o ponto de interseção das duas retas tangentes será P (1, 2, 1) .

b) Utilizemos o Maple 12 na construção do gráfico :


> with(plots):
> spacecurve ({ [sin(Pi*t), 2*sin(Pi*t), cos(Pi*t) ],
[ Pi*t, 2*Pi*t, 1], [1, 2, -Pi*t] }, t = -1..1 ) ;
- Observemos que as retas tangentes são perpendiculares,
pois, r'  0   r'  0,5    .0  2 .0  0.    0
54
Exemplo 7 : Problema 32, página 860, James Stewart, 5ª. Edição .
a) Determinar o ponto de interseção das curvas
r1  t    t , 1  t , 3  t 2  e r2  s    3  s, s  2, s 2  .
b) Determinar o ângulo formado pelas curvas nesse ponto, com precisão de graus .

Resolução . a) O ponto de interseção deve ser o resultado da igualdade dos dois ternos ordenados :
 t  3s


 1t  s  2  s  3 t

3t  s  3  t 2  3  t 
2 2 2

3  t 2  9  6t  t 2
t 1
6t  6  
s2
Levando esses valores às coordenadas das duas curvas, teremos o ponto de interseção
P ( 1, 0, 4 ) .

b) O ângulo descrito pelas duas curvas é calculado mediante o produto escalar dos vetores tangentes :
r1 '  t    1,  1, 2  e r2 '  s     1, 1, 4 
r1 '  t   r2 '  s   r1 '  t  r2 '  s  cos 

r1 '  t   r2 '  s 
cos  
r1 '  t  r2 '  s 
 1,  1, 2    1, 1, 4 

6 . 18
6 3
   0,58
6 3 3
   arccos 0,58  54,5  .

Maple :
> with (plots) :
> spacecurve ( { [t, 1-t, 3+t^2, t = -5..5, color = red ],
[3-s, s-2, s^2, s = -5..5, color = blue ] },
numpoints = 2000 );

Integrais de funções vetoriais .


Tal como já fizéramos no tratamento das derivadas, a integral definida de uma função vetorial opera-se nos
mesmos moldes das funções numéricas reais . A integral definida de uma função vetorial v  t    f1  t  , f 2  t  , f 3  t  
se desdobra na integral de suas funções componentes :
b

 v t  . t
n

 v  t  .dt  lim i
n 
a i 1

 n   n   n  
 lim   f1  t i  .  t  i    f 2  t i  .  t  j    f 3  t i  .  t  k 
n 
 i  1   i 1   i 1  
b
b  b  b 
  v  t  .dt    f1  t  .dt  i    f 2  t  .dt  j    f 3  t  .dt  k
a a  a  a 
55
Expressão vetorial do Teorema Fundamental do Cálculo .
Para as funções vetoriais contínuas, o Teorema Fundamental do Cálculo se expressa
b

 v  t  .dt  V t   V b   V  a  ,
b

a
a
sendo V  t  uma função vetorial primitiva de v  t  , ou seja, V '  t   v  t  .

Exemplo 1 : Problemas 34, 35 e 37, página 861, James Stewart, 5ª. Edição .
Calcular as integrais :
1 4 2t   1 4   1 2t 
34) 0  1  t 2 j  1  t 2 k  dt   0 1  t 2 dt  j   0 1  t 2 dt  k
n 1  t 2 
1
 4 arctg t j 
1
0
k
0

  
 4  0 j   n 2  0 k
 4 
  j  n2 k ou  0,  , n 2 

Maple :

> with (plots) :


> spacecurve ( [ 0, 4/(1+t^2), 2*t/(1+t^2) ], t = 0..1,
axes = normal, numpoints = 2000) ;

> Curva:= ( [ 0, 4/(1+t^2), 2*t/(1+t^2) ] ) ;

 4 2t 
Curva :=  0, , 
 2 2 
1
 1t 1t 

 
  0, 4 , 2 t  dt
> Int (Curva, t = 0..1) ;   
  1t 2 1t 2 


0

> Int (4/(1+t^2)*j+2*t/(1+t^2)*k, t = 0..1) = int (4/(1+t^2)*j+2*t/(1+t^2)*k, t = 0..1) ;


1

 4j 2tk
  dt  j ln( 2 ) k


 1t 2 1t 2

0

  3 sen t .cos t i  3 sen t .cos 2 t j  2 sen t .cos t k  dt 


2 2
35) 0

        
   2 3 sen 2 t .cos t dt  i    2 3 sen t .cos 2 t dt  j    2 2 sen t .cos t dt  k
     
0 0 0

faz  se: faz  se:


sent  v  dv  cos t .dt cos t  u  du   sent .dt
 t 0
 v  0
  t 0
 u  1

t    t   

 2 v  1
 
 2 u  0

  1

0
3 v 2 . dv  i   1

0
3 u 2 . du   

0

j    2 sen 2t .dt  k

0
3 1 3 1 cos 2t
 v i  u j  k
0 0 2 
2

 1 1
 1  0  i  1  0  j    k
 2 2
 i  j  k ou  1, 1, 1 
56
Maple 12 :

> with (plots) :


> spacecurve ( [ 3*sin(t)^2*cos(t), 3*sin(t)*cos(t)^2, 2*sin(t)*cos(t) ], t = 0..Pi/2,
axes = normal, numpoints = 2000) ;

> Curva:= ( [3*sin(t)^2*cos(t), 3*sin(t)*cos(t)^2, 2*sin(t)*cos(t) ] ) ;


2 2
Curva := [ 3 sin( t ) cos( t ), 3 sin( t ) cos( t ) , 2 sin( t ) cos( t ) ]

2

 [ 3 sin( t ) 2 cos( t ), 3 sin( t ) cos( t ) 2, 2 sin( t ) cos( t ) ] dt
> Int (Curva, t = 0..Pi/2) ; 

0
> Int ( 3*sin(t)^2*cos(t)*i + 3*sin(t)*cos(t)^2*j + 2*sin(t)*cos(t)*k, t = 0..Pi/2 ) =
int (3*sin(t)^2*cos(t)*i + 3*sin(t)*cos(t)^2*j + 2*sin(t)*cos(t)*k, t = 0..Pi/2 ) ;

2

 3 sin( t ) 2 cos( t ) i3 sin( t ) cos( t ) 2 j 2 sin( t ) cos( t ) k dt j k i


0

 e i  2t j  n t k  dt
t
37)
Trata-se de uma integral indefinida e, portanto, o padrão de resolução deve ser

 e
t
i  2t j  n t k  dt    e .dt  i    2t.dt 
t
j   
n t.dt k  C ,
onde C é um vetor constante de integração . Então,

 e
t
i  2t j  n t k  dt    e .dt  i    2t.dt 
t
j   
n t.dt k  C

 e t i  t 2 j  t  n t  1 k  C
int egração
por partes
Maple :
> with (plots) :
> spacecurve ([exp(t), 2*t, ln(t)], t = -12..12,
color = blue, numpoints = 1000 ) ;

> Int ( exp(t)*i + 2*t*j + ln(t)*k, t ) + C = int ( exp(t)*i + 2*t*j + ln(t)*k, t ) + C ;


 t
e i2 t j ln( t ) k dt Ce t it 2 j k t ln( t )k t C


t  ln t  1 k

Exemplo 2 : Problema 40, página 861, James Stewart, 5ª. Edição .


Se r'  t   sen t i  cos t j  2t k e r 0   i  j  2 k , determinar r  t  .
Resolução . Ora, a função vetorial primitiva de r'  t  deve ser

  sen t i  cos t j  2t k  dt    cos t  i   sen t  j  t 2 k  C


r t 

Então, r  0    1 i  0 j  0 k  C  i  j  2 k
C  2i  j 2k
e o vetor r t    2  cos t  i  1  sen t  j  2  t 2  k
57
Maple :
> with (plots) :
> spacecurve ( { [ (2-cos(t)), (1-sin(t)), (2+t^2) ], [ sin(t), -cos(t), 2*t ] },
t = -2*Pi..2*Pi, numpoints = 2000 ) ;

> Int ( sin(t)*i - cos(t)*j + 2*t*k, t ) = int ( sin(t)*i - cos(t)*j + 2*t*k, t ) ;


 2
sin( t ) icos( t ) j 2 t k dt i cos( t )j sin( t )k t

Desmembrando as duas funções vetoriais, teremos :
> spacecurve ( [ (2-cos(t)), (1-sin(t)), (2+t^2) ], > spacecurve ( [ sin(t), -cos(t), 2*t ],
t = -2*Pi..2*Pi ) ; t = -2*Pi..2*Pi ) ;

r t  . r'  t  .

As duas curvas vistas de cima : r'  t  . r t  .

Se quisermos apreciar a construção ritmada das curvas, basta seguir o comando :


> animate ( spacecurve , [ { [ 2-cos(t), (1-sin(t)), (2+t^2) ], [ sin(t), -cos(t), 2*t ] },
t = -n..n ], n = -2*Pi..2*Pi, numpoints = 2000 ) ;

Exemplo 3 : Problema 50, página 861, James Stewart, 5ª. Edição .


Se uma curva apresenta o vetor de posição r  t  sempre perpendicular ao vetor tangente r'  t  , mos-
trar que tal curva se desenvolve ao longo de uma superfície esférica com centro na origem .

Demonstração . r  t   r'  t   r t  r'  t   r  t  r'  t  cos  0
2
produto escalar

De acordo com a derivação do produto escalar de dois vetores, podemos escrever :


d  r  t  r  t  
 r  t  r'  t   r  t  r'  t   2 r  t  .r'  t   0
dt
 0 , por hipótese

d  r t  
2
d  r  t  r  t      0 , resulta :
Como  r  t   const.R .
dt dt
Por via de consequência, se o vetor posição r  t  tem módulo constante R , somos
levados a concluir que, no espaço tridimensional, tal vetor descreve uma superfície es-
férica de raio r t   R .
Z

R
Y
O

X
58
3.3. Movimento no espaço : vetor tangente e vetor normal .
Neste último item da Unidade 3 mostraremos, mediante ilustrações resolvidas, a imprescindível utilização dos
vetores tangente e normal no estudo do movimento de uma partícula que se move ao longo de uma curva C no espaço .
Suponhamos um vetor de posição r  t  de uma partícula movendo-se na trajetória C , num dado instante t .
Pelo que vimos nas páginas anteriores, sabemos que o vetor r'  t   v  t  é tangente à curva C , orientado na direção do
deslocamento instantâneo da partícula . Portanto, o vetor v  t  representa o vetor velocidade da partícula, no instante t :

r'  t   v  t  dr
Z v  t   r'  t  
dt
Q
ds
P cujo módulo é v  t   r' r'  , sendo s o com-
r t  h   r t  dt
primento do arco que mede, sobre a curva, a distância da par-
r t  h tícula a um ponto fixo dada . A taxa de variação da distância,
r t  em relação ao tempo (rapidez), é dada pelo módulo do vetor ve-
C locidade . Tal como acontece no sistema bidimensional, a ace-
leração da partícula é dada pela derivada da velocidade :
O
Y a  t   v'  t   r''  t 

X
Exemplo 1 : Seja a função vetorial plana, definida pela equação r  t    R cos wt, R sen wt  e, portanto, re-
presentando uma trajetória circular com centro na origem . Supondo positivo o sentido da trajetória, ana-
lisar a velocidade e a aceleração do movimento .
Resolução . As equações paramétricas x = R cos wt e y = R sen wt nos levam ao vetor velocidade :
dr
v  t   r'  t      Rw sen wt, Rwcos wt   v  t   Rw
dt
v
Como se vê, o módulo da velocidade é constante e a velocidade angular v a  w.
R
v t 
O vetor aceleração será a  t   v'  t   r''  t     Rw cos wt ,  Rw sen wt 
2 2

a t   a t  ou
a t    w 2 r t 

O módulo da aceleração também é constante, pois, a   w2 r  w 2 R , deno-


minada aceleração centrípeta . A Segunda Lei de Newton nos assegura que o vetor acele-
ração centrípeta tem o sentido voltado para a origem : F  ma  m w2 r
O vetor oposto representa a aceleração centrífuga . sentido contrário
ao do vetor r

Adendo . Se imprimirmos valores numéricos à questão anterior, por exemplo, R = 2 m e w = 3 , virá :


v  t     6 sen 3t, 6 cos 3t   v t   6 m / s

a  t     18 cos 3t,  18 sen 3t   a  18 m / s 2

Maple :
> C:= [ 2*cos (3*t), 2*sin (3*t) ] ;
C := [ 2 cos( 3 t ), 2 sin( 3 t ) ]
> vtangente:= diff (C, t ) ;
vtangente := [ 6 sin( 3 t ), 6 cos( 3 t ) ]
> velocidade:= sqrt ( (-6)^2 ) ;
velocidade := 6
> vaceleração:= diff (C, t$2 ) ;
vaceleração := [ 18 cos( 3 t ), 18 sin( 3 t ) ]
> aceleração:= sqrt ( (-18)^2 ) ; > plot ( [ 2*cos (3*t), 2*sin (3*t), t = 0..2*Pi /3 ] ) ;
aceleração := 18
59
Se quisermos dar um tratamento tridimensional ao problema, basta repetir o que já mostramos anteriormente :

> with (plots) :


> spacecurve ( [ 2*cos (3*t), 2*sin (3*t), 0 ], t = 0..2*Pi / 3 ) ;

- Os cálculos da velocidade e da aceleração seguem os mesmos padrões .

Exemplo 2 : Problema 6, página 877, James Stewart, 5ª. edição .


Determinar a velocidade, a aceleração e a rapidez da partícula cuja função posição é dada pelo vetor

r  t    sen t, 2 cos t  , no ponto t  
6
Resolução . Basta seguir o roteiro resolutivo já mostrado :
 
3
v  t   r'  t    cos t ,  2 sen t   v 
6 , 1 
2

v   
6 
3
4
1 
7
2
 1,32 m / s

a  t   v'  t     sen t ,  2 cos t   a  



6
1
2
,  3 

   13
a 6   1,80 m / s 2
2
É fácil perceber que a equação dada representa uma elipse :
 x  sen t
 x  sen t  x2 y2
   y   1
 y  2 cos t   cos t 1 4
 2
Maple :
> Elipse:= [ sin (t), 2*cos (t) ] ;
Elipse := [ sin( t ), 2 cos( t ) ]
> vvelocidade:= diff (Elipse, t ) ; > vaceleração:= diff (Elipse, t$2 ) ;
vtangente := [ cos( t ), 2 sin( t ) ] vaceleração := [ sin( t ), 2 cos( t ) ]
> subs (t = Pi/6, vvelocidade) ; > subs (t = Pi/6, vaceleração) ;
         
 cos , 2 sin    sin , 2 cos  
 6  6   6 6 
 3   -1 
> eval (%) ; 
 , -1  > eval (%) ;  ,  3 
 2  2 
> velocidade:= sqrt ( 3/4 +1 ) ; > aceleração:= sqrt ( 1/4 +3 ) ;
7 13
velocidade := aceleração :=
2 2
> evalf (%, 3) ; 1.32 > evalf (%, 3) ; 1.80

1 
 , 3
2 

v t 
a t 

> plot ( [ sin (t), 2*cos (t), t = 0..2*Pi ] ) ;  3 


 ,  1

 1   2 
 , 3
 2 
60
Exemplo 3 : Problema 8, página 877, James Stewart, 5ª. edição .
Determinar a velocidade, a aceleração e a rapidez da partícula cuja função posição é dada pelo vetor
r  t    t, t 2 , t 3  , no ponto t  1 .
Resolução . Utilizemos os recursos do Maple :
> C:= [ t, t^2, t^3 ] ; 2 3
C := [ t , t , t ]
> vvelocidade:= diff (C, t ) ; 2 > vaceleração:= diff (C, t$2 ) ;
vvelocidade := [ 1, 2 t , 3 t ] vaceleração := [ 0, 2, 6 t ]

> subs (t = 1, vvelocidade) ; > subs (t = 1, vaceleração) ;


[ 1, 2 , 3 ] [ 0, 2 , 6 ]

> velocidade:= sqrt ( 1+4+9 ) ; > aceleração:= sqrt ( 0+4+36 ) ;


velocidade := 14 aceleração := 2 10
> evalf (%, 3) ; 3.74 > evalf (%, 3) ; 6.32

> spacecurve ( [ t, t^2, t^3, t = -2..2 ], 1, 1, 1


numpoints = 1000 ) ;

Exemplo 4 : Problema 16, página 877, James Stewart, 5ª. edição .


Determinar os vetores velocidade e de posição de uma partícula, dadas a sua aceleração a  t    10 k ,
v 0   i  j  k e r 0   2 i  3 j .
Resolução . A resolução exige a operação inversa . Portanto, em vez da derivada, usaremos a integral :
a  t    10 k  v t    10 k .dt   10 t k C

v 0   0  C  i  j  k  C i  j k
Portanto, o vetor velocidade será 
v  t    10t k  i  j  k   i  j  10t  1 k
v  t   i  j   10 t  1 k  r t     i  j  10 t  1 k  .dt

 t i  t j   5t 2  t  k  C

r  0   C  2i  3 j
e o vetor de posição da partícula (vetor representativo da trajetória) escreve-se
r  t   t i  t j   5t 2  t  k  C   2  t  i   3  t  j   5t 2  t  k

> with (plots) :


> spacecurve ( [ 2+t, 3+t, -5*t^2-t ], t = -2..3 ) ;
61
Exemplo 5 : Determinar a força necessária para que um corpo de massa m = 5 kg apresente a equação de posição
r t   t 3 i  t 2 j  t 3 k .
Resolução . De acordo com a 2ª. Lei de Newton , F  t   m a .
Então, F  t   m v''  F  t   m  6t, 2, 6t 
m  5: F  t    30 t, 10, 30 t  

Exemplo 6 : Uma bola de golfe é atirada num ângulo de elevação de 45 ° em relação ao solo plano . Se essa bola toca
o solo a uma distância de 90 m do ponto de lançamento, determinar sua velocidade inicial . Determinar
ainda a altura máxima atingida pela bola e a medida do ângulo de elevação para se conseguir uma distân-
cia horizontal máxima de lançamento .
Resolução . A questão pode ser tratada no espaço bidimensional. Desprezando a resistência do ar e su-
pondo que o peso da bola, atuando para baixo, seja a única força interveniente, teremos :
Trajetória da bola
g

F  t   m a   m g j , sendo a  g  10 m / s 2 , ou seja, a   10 j .
Como estamos interessados na velocidade, devemos ter
a  t   v'  t    10 j  v t     10 j . dt   10 t j  C

No instante inicial t = 0, a velocidade inicial procurada será representada por v 0 :


v 0   C  v0  v  t    10 t j  v0

Observando a figura acessória e fazendo v0  v 0 , vem :

v 0  v 0 cos 45 i  v 0 sen 45 j


2 2
  v0 , v0 
2 2

Busquemos agora a equação vetorial da curva a fim de abordarmos as posições :


r'  t   v  t    10 t j  v0  r t     10 t j  v  . dt
0

  5 t j  t v0  D
2

Levando em conta que, no instante inicial, r 0   D  0 , resulta :


2 2
r t    5 t 2 j  t v0   5 t 2 j  t v0 i  t v0 j
2 2
2  2 
 r t   t v0 i   v0  5 t  t j
2  2 
 
ordenando o polinômio vetorial

Por mera conveniência, utilizemos as equações paramétricas da trajetória :


 2
x  v0 t
 2

 y   2 
v0  5 t  t
  2 
  
62
A distância horizontal x = 90 m será obtida quando y = 0 :
 t'  0
 2  
 v0  5 t  t  0  
 2
 2   t''  v0
 10
2 2
Então, x   v0   v 0  90  v 02  900
2 10
 v 0  30 m / s .
Maple : Aplicando esse resultado encontrado na equação da curva, teremos o gráfico
> plot ( [ 15*sqrt (2)*t , ( 15*sqrt (2)-5*t)*t, t = 0..5 ], x = 0..90 ) ;

h máx

Sendo a trajetória parabólica, já sabemos que a altura máxima corres-


ponde à ordenada do vértice :
y  t   15 2 t  5t 2  y'  t   15 2  10 t  0
3
 t  2
2
Então, a altura máxima da trajetória será dada por
 3  3 9
y 2   15 2  2  5  h m áx  22,5 m .
 2  2 2
Se quisermos utilizar uma linguagem estritamente informatizada, teremos :
2
> y:= t-> 15*sqrt(2)*t – 5*t^2 ; y := t15 2 t 5 t
> eq:= diff (y(t),t)=0 ; eq := 15 2 10 t0
3 2
> solve (eq,t) ;
2
45
> eval (15*sqrt(2)*t-5*t^2, t=3/2*sqrt(2)) ;
22.5 2
> evalf (%, 3) ;

Em tempo : Aproveitemos o ensejo para comprovar de vez o célebre princípio mecânico do lançamento de
um projétil, afirmando que, nas condições propostas pelo nosso problema, o alcance horizontal
máximo é obtido mediante o ângulo de elevação de 45 ° .
r'  t   v  t    g t j  v0  r t      g t j  v  . dt
0

g 2
  t j  t v0  D
2
r 0   D  0
g 2 g 2
r t    t j  t v0   t j  v 0 cos  t i  v 0 sen  t j
2 2
 g 
 r  t   v 0 cos  t i   v 0 sen   t t j
 2 
ordenando o polinômio vetorial

 x  v 0 cos  t
 g 2 
r t   v 0 cos  t i   v 0 sen  t  t  j   g 2
 2   y  v 0 sen  t  t
x
y
 2
g 2 2 v 0 sen 
Teremos x máx quando y = 0 : y  v 0 sen  t  t  0  t'  0 e t'' 
2 g
2 v 0 sen  v 02
Então, x máx  v 0 cos     sen 2  2  90     45 
g g valor
constante máximo: 1
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 63
- Roteiro Sinóptico -
- Cursos de Engenharia -
Unidade 4 - INTEGRAIS DE LINHA
4.1. Campos escalares e campos vetoriais . Operadores diferenciais .
Esta quarta unidade abre o início da fase culminante do Cálculo Vetorial . Em textos de tratamento
teórico mais avançado é comum encontrarmos maior detalhamento e rigor na exposição deste assunto e, neste caso, sua deno-
minação pertinente muda-se para Análise Vetorial .
O alvo predominante nessas explanações é a entidade matemática vetor e, portanto, grande parte do
que for tratado no capítulo terá como suportes algébricos, geométricos e físicos o conceito desse extraordinário ente abstrato,
bem como suas propriedades e operações . Na página 1052, nosso livro-texto inicia o assunto afirmando :
“ Os vetores podem representar campos de velocidade, como correntes oceânicas, velocidade do vento
durante um tornado ou o fluxo de ar passando por um aerofólio inclinado.”
Após afirmar que “ os campos vetoriais são funções que associam vetores a pontos do espaço” ,
o autor sintetiza as incursões que serão efetuadas nas páginas seguintes utilizando-se de três tópicos básicos :
- Integral de linha : usada para determinar o trabalho executado por um campo de força agindo sobre
um objeto que se move ao longo de uma curva .
- Integral de superfície : utilizada para determinar a taxa de vazão de um fluido através de uma superfície .
- Redimensionamento do Teorema Fundamental do Cálculo :
estabelece conexões entre esses novos tipos de integrais e aquelas já estudadas (sim-
ples, duplas e triplas), ampliando o alcance do Teorema Fundamental do Cálculo medi-
ante a análise de três teoremas :
* Teorema de Green (George Green - 1793/1841)
* Teorema de Stokes
* Teorema de Gauss (da divergência)
Carl Friedrich Gauss
(1777 – 1855)
George Gabriel Stokes
(1819 – 1903)

OPERADORES DIFERENCIAIS
Existe uma entidade vetorial de grande utilidade nas inúmeras aplicações do Cálculo Vetorial .
Trata-se de um vetor simbólico gerador de algumas funções escalares e vetoriais (conceitos já mostrados na página 39 des-
te compêndio) que serão tratadas nas próximas páginas . Referimo-nos ao operador del , representado por  e definido
por
  
 i  j  k ,
x y z
recebendo também a denominação de operador nabla (por semelhança com antigo instrumento musical), atled (a palavra
delta escrita ao contrário) ou ainda vetor simbólico de Hamilton (1805-1865) . Tal operador aplica as derivadas parciais
do que lhe segue, enquadrando-se nas propriedades operacionais dos vetores .
Passemos agora ao estudo de alguns conceitos instrumentais de grande importância no desenvolvi-
mento teórico e no painel das aplicações práticas contidas nas unidades restantes deste nosso curso :

GRADIENTE de uma Função Escalar . Dada uma função escalar f (x, y, z), o cam-
po vetorial gradiente (ou função vetorial gradiente) de f é definido por

f f f f f
 f  x, y   i  j ou  f  x, y,z   i  j  k
x y x y z
campo vetorial em ℝ² campo vetorial em ℝ³
Exemplos : 1. f  x, y,z   x 3 y 2 z  5 y  2z  5   f  x, y,z   3x 2 y 2 z i   2x 3 yz  5  j   x 3 y 2  2  k
2. f  x, y,z   e x  y z  
 f  x, y,z   e x  y z i  z j  y k 
3. Sendo r x i y j z k e r r x 2  y 2  z 2 , calcular  r .
64
r x x r y r z
  ;  ; 
x x2  y2  z2 r y r z r

r 
x
r
i 
y
r
j 
z
r
k 
1
r
x i  y j z k  1
r
r
Teorema . Sendo dada uma superfície de equação f (x, y, z) = C , o vetor  f é normal a ela em cada um de seus
pontos (x, y, z) .
Verificação : Por ocasião do estudo da derivada direcional de uma função z = f (x, y), já cuidáramos des-
sa demonstração e desenvolvêramos algumas ilustrações físicas e geométricas. Todavia, uma
recapitulação sempre nos ajuda a reforçar o domínio do assunto .
Sendo f (x, y, z) = 0 a equação da superfície S , sua diferencial total nos dá
f f f
df  dx  dy  dz  0 ,
x y z
igualdade esta que pode ser escrita na forma de um produto escalar de dois vetores:
f f f 

x
i 
y
j 
z
k

 dx i  dy j  dz k   0.
d r : vetor direcional da derivada de f
vetor gradiente de f
O produto escalar nulo revela a ortogonalidade dos dois vetores que, associada ao
fato de o vetor d r ser tangente à superfície S , nos conduz à tese :
f d r  0  f  d r  f  S .
Comentário adicional . Na esteira de tudo que já vimos acerca do vetor gradiente, podemos acrescentar ainda inú-
meras aplicações em mecânica dos fluidos, eletromagnetismo, campo eletrostático, potencial elétrico, pesquisas me-
teorológicas, calorimetria e muitas outras áreas da engenharia . Permite determinar as taxas de variações direcio-
nais, anulando-se nos pontos de máximo, de mínimo e de sela, atuando tanto nos campos escalares quanto nos cam-
pos vetoriais . Recomendamos ao prezado leitor uma revisão das páginas 88 a 98 do compêndio de Cálculo III .

Para informatizar esse tratamento (Maple), deveremos utilizar o pacote Álgebra Linear :
> restart : with (linalg) :   
'grad (f,[x,y])' = [ Diff (f,x), Diff (f,y) ] ; linalg:-grad( f , [ x , y ] ) f , f 
 x y 
ou
   
'grad (f,[x,y,z] )' = [ Diff (f,x), Diff (f,y), Diff (f,z) ] ; linalg:-grad( f , [ x , y, z ] ) f , f , f 
  x  y z 
ou, ainda mais simplesmente,
   
grad (f (x,y,z), vector ([x,y,z] ) ) ;  f( x , y, z ) 
 f( x , y, z ), f( x , y, z ),
 x y z 

Resolvendo os três problemas da página anterior, resulta :


1. f  x, y,z   x3 y 2 z  5 y  2z  5
3 2
> f:= (x,y,z)-> x^3*y^2*z+5*y-2*z-5 ; f := ( x , y, z )x y z5 y2 z5
2 2 3 3 2
grad (f (x,y,z), vector ( [x,y,z] ) ) ; [ 3 x y z, 2 x y z5, x y 2 ]
2. f  x, y,z   e x  y z ( x y z )
> f:= (x,y,z)-> exp(x+y*z) ; f := ( x , y, z )e
( x y z ) ( x y z ) ( x y z )
grad (f (x,y,z), vector ( [x,y,z] ) ) ; [e ,ze ,ye ]

3. Sendo r  x i  y j  z k e r r x 2  y 2  z 2 , calcular  r .


> f:= (x,y,z)-> sqrt (x^2+y^2+z^2) ; 2 2 2
f := ( x, y, z ) x y z
 x y z 
grad (f (x,y,z), vector ( [x,y,z] ) ) ;  , , 
 2 2 2 2 2 2 2 2 2 
 x y z x y z x y z 
r
ou  r  
r
65
Propriedades do Gradiente :
G.1 )  
  a f   a  f , sendo a constante .
 a f   a f   a f 
Verificação :   a f   i  j  k > g:= (x,y,z)-> a*f(x,y,z) ;
x y z g := ( x , y, z )a f( x , y, z )
a f a f a f
 i  j  k grad (a*f(x,y,z), vector ([x,y,z])) ;
x y z
 
 a f   
 a 
 
f( x , y, z ) , a 
  
f( x , y, z ) , a  f( x , y, z )  
  x   y   z 
G.2 )   f  g    f  g ou a f   a  f  
Verificação :   f  g  
 f  g  f  g  f  g
i  j  k
x y z - Utilizando o sistema computa-
 f g   f g   f g  cional Maple, esta e as demais
    i    j   k propriedades são demonstra-
 x x   y y   z z  das nos moldes da anterior .
  f  g

G.3 )   f g   f g  g  f
f g  g f f g  g f f g  g f
Verificação :   f g   i  j  k
x y z
 g g g   f f f 
 f i  j  k   g i  j  k   f g  g  f
 x y z   x y z 

 f  g  f  f g
G.4 )   
 g  g2
Verificação : Basta seguir o roteiro de derivação de uma função quociente, sendo, portanto, análoga à anterior .
f
G.5 )   f  g   
g
g ou f ' g  g 
  f  g     f  g     f  g  
Verificação :   f  g   
  i   j   k
x y z
  f  g   f g
Como  , pela regra da cadeia, vem :
x g x
f g f g f g
  f  g    i  j  k
g x g y g z
f  g g g  f
  i  j  k   g
g  x y z  g

Problemas ilustrativos
1. Determinar o gradiente da função módulo do vetor posição de um ponto (x, y, z) , r x i y j z k .
Resolução : r  r x2  y 2  z 2  r  2x
i 2y
j 2z
k
2 x2  y 2  z 2 2 x2  y 2  z 2 2 x2  y 2  z 2

 1
x  y z
2 2 2 x i  y j z k  1
r
r

2. Calcular r ,3
utilizando a quinta propriedade G.5 . > restart : with (linalg) :
Resolução : Fazendo g  r  r e f g  g  r ,
3 3
> g:= (x,y,z) -> sqrt (x^2+y^2+z^2) ;
podemos escrever 2 2 2
 r 3   f  g   f '  g  g g := ( x, y, z ) x y z
> f:= g^3 ; 3
f := g
 3g 2  g
> grad (f (x,y,z), vector ( [x,y,z] ) ) ;
1
 3 r2  r  3r r [3
2 2 2
x y z x, 3
2 2 2
x y z y, 3
2 2 2
x y z z ]
r
ou  r 3  3 r r
66
3. Calcular  r n ,. n∊ℝ.
Resolução : Generalizando, podemos usar a quinta propriedade, escrevendo g  r  r e f  g   g n  rn :
 r n   f  g   f '  g  g
1
 n g n 1  g  n r n 1  r  n r n2 r
r
4. Determinar o unitário do vetor gradiente da função > restart : with (linalg) :
f (x, y, z) = 2x² - y² + 5z , no ponto (1, 2, - 3) . > f:= (x,y,z) -> 2*x^2-y^2+5*z ;
Resolução :  f  f i  f j  f k  4x i  2 y j  5 k 2 2
f := ( x , y, z )2 x y 5 z
x y z
No ponto (1, 2, - 3) , o vetor gradiente é > g:= grad (f .(x,y,z), vector ( [x,y,z] ) ) ;
[ 4 x , 2 y, 5 ]
f  4 i 4 j 5k > valueg:= subs(x=1,y=2,z=-3,eval (g));
Portanto, seu unitário será valueg := [ 4, -4 , 5 ]
f
4 i 4 j  5 k
u 
f

16  16  25
 u 
1
57
4 i 4 j5k 
5. Determinar o vetor unitário normal à superfície de equação f (x, y, z) = 3x² + 4y² - z – 12 = 0 , no ponto (2, - 1, 4) .
Resolução : Como o vetor gradiente é normal à superfície, basta calcular o unitário do gradiente no tal ponto .
 f  2,  1,4   f  2,  1,4   f  2,  1,4 
f  i  j  k  12 i  8 j  k
x y z
f 12 i  8 j  k
Então, u 
f

144  64  1
 u 
1
209

12 i  8 j  k 
Observemos que a superfície z = 3x² + 4y² - 12 é um paraboloide elíptico de vértice (0, 0, - 12),
concavidade voltada para cima, traço em XOY :

x2 y2
> with(plots): implicitplot3d 4  3 1
z=3*x^2+4*y^2-12, x=-4..4, y=-4..4,
z=-15..20, numpoints=5000) ;

V 0,0,  12 

6. Escrever a equação do plano tangente ao parabolóide elíptico 4 x² + y² - 16 z = 0 , no ponto P (2, 4, 2) .


Resolução : O vetor gradiente de uma função u = f (x, y, z) tem a direção normal à superfície de nível que contém
o ponto considerado . Por conseguinte, se quisermos escrever a equação do plano tangente à tal super-
fície f (x, y, z) = C , num dado ponto P , basta considerar o vetor gradiente como normal ao plano :
 f f f
  x i   y j   z k : gradiente (vetor normal)

 P  x , y ,z  : ponto de tangência
 0 0 0 0
e a equação do plano tangente à superfície dada, no ponto considerado, será construída como segue :

u u u
 x  x0    y  y0    z  z0   0 .
x y z
Aplicando os valores numéricos fornecidos pelo enunciado do problema, teremos :
 f f f
  x i   y j   z k  16 i  8 j  16 k
  16  x  2   8  y  4   16  z  2   0
 P  x , y ,z   P  2,4,2  ou
 0 0 0 0
2x+y–2z–4 = 0 .

> with (plots) : implicitplot3d


( {4*x^2+y^2-16*z=0, 2*x+y-2*z-4=0},
x = -15..15, y = -18..18, z = 0..20,
numpoints = 5000 ) ;
67
7. Escrever as equações simétricas da reta normal à superfície do problema anterior, no ponto indicado .
Resolução : Neste caso, o vetor gradiente será utilizado para direcionar a reta e, como o ponto dado também lhe per-
tence, resulta :
x  x0 y  y0 z  z0 x2 y 4 z 2 x 2 y 4 z 2
     ou  
u u u 16 8 16 2 1 2
x y z equações simétricas equações simétricas simplificadas

8. Mostrar que as duas superfícies f (x, y, z) = x² + 4y² - 4z² - 4 = 0 e g (x, y, z) = x² + y² + z² - 6x – 6y + 2z + 10 = 0


são tangentes no ponto P (2, 1, 1) .
Resolução : Basta mostrar que as duas superfícies têm um plano tangente comum, no ponto dado . Para tanto, após
verificar que o ponto P é comum, torna-se suficiente mostrar que os parâmetros diretores dos dois veto-
res gradientes são proporcionais :
 f  2,1,1  f  2,1,1  f  2,1,1
f  i  j  k  4i  8 j 8 k
x y z
 g  2,1,1  g  2,1,1  g  2,1,1
g  i  j  k  2 i  4 j  4 k
x y z
4 8 8 Portanto, os dois gradientes têm a mesma direção, ou seja, o plano
   2 :
2 4 4 tangente é comum .

> with(plots): implicitplot3d


({x^2+4*y^2-4*z^2-4=0, x^2+y^2+z^2-6*x-6*y+2*z+10=0},
x=-20..20, y=-10..10, z=-10..10, numpoints=10000) ;

9. O potencial elétrico, em qualquer ponto (x, y) de um plano dado é V  f  x, y   e  2 x . cos 2 y volts , em MKS .
Determinar a taxa de variação máxima do potencial V , no ponto P  0,   .
 4 
Resolução : O vetor gradiente nos dá a direção da razão de variação máxima e seu módulo expressa sua medida :
   
 V  0,   V  0, 
V   4 i   4 j  0 i  2 j   2 j
x y
> plot3d (exp(-2*x)*cos(2*y),
 dV 
     V  2 volts / metro x=-3..3, y=-5..5,
 dD max numpoints=10000) ;
60
10. A temperatura de um sólido é dada pela função T  f  x, y,z   graus , em qualquer um de
x  y  z2  3 2 2

seus pontos, no sistema CGS . Determinar a razão de variação máxima da temperatura, no ponto P (3, - 2, 2) .
 dT 
Resolução : Tal como no problema anterior, teremos :     T  1,53 graus / centímetro
 dD max

Problemas propostos
1. Calcular : a ) r4 b )  r3 Resp.: a) 4r2 r b )  3 r5 r
2. Sendo f (x, y, z) = sen x² , calcular f Resp.:  f  2 x cos x 2 i
3. Sendo f  x, y,z   n  x 2  y 2  z 2  , calcular  f Resp.: 2 r
2
r
4. Em cada caso abaixo, determinar o vetor unitário normal à superfície dada, no respectivo ponto indicado :
 x  3 y  z  5  0 Re sp.:
 z  x 2  y 2 
a)  Resp.: n 
1

2 i 4 j  k  c)  1
 
 
 P  1,2,5  21 P 1,1,1 n  i 3 j  k
 11
 x 2  z 2  8
b) 
 P  2,0,2 
Resp.: n 
1
ik  x  4
d)  Resp.: n  i
 P  4,1,3 
2
68
5. Mostrar que as duas superfícies f (x, y, z) = xy + yz – 4xz = 0 e g (x, y, z) = 5x – y – 3z² = 0 são ortogonais no
ponto P (1, 2, 1) .
6. Determinar a direção segundo a qual a função z = x² + y² + xy cresce mais rápido no ponto P (- 1, 1) . Calcular
o valor da razão de variação nessa direção . Resp.:  f   i  j ;  dz  
  2
 d v  max

7. Escrever a equação cartesiana do plano tangente à superfície f (x, y, z) = x² + y² + z² - 6x – 6y + 2z + 10 = 0 no


ponto P (2, 1, 1) . Resp.: x + 2 y – 2 z – 2 = 0
x2 y2 z2
8. Mostrar que a equação do plano tangente à superfície    1 , no ponto P  x0 , y0 , z0  , é
a2 b2 c2
x x0 yy zz
2
 2 0  20  1 .
a b c
DIVERGÊNCIA de uma Função Vetorial . Dada uma função vetorial
v  f1  x, y,z  i  f 2  x, y,z  j  f 3  x, y,z  k ,
o campo escalar divergência (ou função escalar divergente) de v é definido por
      f1  f 2  f 3
 v  
x
i 
y
j 
z
k

f 1 i  f2 j  f3 k  ou
 v 
x

y

z
produto escalar de dois vetores em ℝ³ campo escalar em ℝ³

 f 1  x, y , z   3xy
Exemplos : 1. v  3xy i   x  2z  j   x  yz  k , sendo 
 f 2  x, y , z    x  2z

 f 3  x, y , z   x  yz
 f1  f 2  f 3
Então,  v     3y  0  y  2 y
x y z
No ponto P (3, 5, -2) , por exemplo, a divergência de v é 10 .
 f 1  x, y,z   e x


2. v  e x i  sen xy j  n  x  yz  z 2  k , sendo  f 2  x, y,z   sen xy
 f 3  x, y,z    n  x  yz  z 
2

 f1  f 2  f 3 y  2z
 v     e x  x cos xy 
x y z x  yz  z 2
No ponto P (0, -7, -1) , a divergência de v é 11/6 .
Se tivéssemos considerado o ponto P (0, 3/2, 1/2) , por exemplo, a divergência seria 0 .

Interpretação físico-geométrica da divergência : Por definição, o divergente de uma função vetorial resume-se num pro-
duto escalar de dois vetores e, portanto, constitui-se num gerador de campos escalares . Essa linguagem vetorial
produz importantíssimas aplicações nas áreas de fluxos elétricos, mecânicos e magnéticos, compressibilidade de
fluidos, forças gravitacionais e outras áreas da engenharia . Imaginemos a correnteza de um rio, a água passan-
do através de uma rede de pesca esticada : medir a taxa da corrente de água que atravessa a rede, ou seja, o volu-
me do fluido que passa, por unidade de tempo, significa calcular o fluxo através da superfície da rede. Analoga-
mente, podemos calcular fluxos elétricos e magnéticos .
O conceito matemático da divergência nos permite caracterizar o com-
portamento de um campo vetorial num ponto do espaço, a partir do valor encontrado no produto escalar . Quan-
do o fluxo que sai de uma determinada região é maior do que a quantidade de fluido que entra, a divergência é
positiva , significando que a velocidade das partículas desse fluido divergem (afastam-se de um dado ponto) ,
por unidade de volume numa unidade de tempo : tal região apresenta uma fonte de fluxo . Caso contrário, ou
seja, quando o fluido converge para a tal região (quantidade que entra é maior do que a que sai), dizemos que a
região é um sorvedouro (ou sumidouro) e o valor encontrado será negativo . Se a divergência for nula, dize-
mos que o campo vetorial é solenoidal , vale dizer, as partículas ficam muito próximas entre si, lembrando os
anéis espiralados de uma bobina . Um fenômeno análogo ocorre num campo elétrico E , onde a densidade
de linhas de força que entram ou saem apresenta o seguinte quadro :

 E 0  fonte
 E 0  sumidouro ou poço
 E 0  campo solenoidal
69
Ilustrações :

 
1. Mostrar que em todos os pontos do domínio de v  xy 2 ï  x  y 3 j  2y 2 z k a função é solenoidal .
2. Determinar o valor de p tal que v  px i  3 py j  4z k seja um campo solenoidal . Resp. : p = 2

 
3. Se v  e x i  e y z j  3 k , determinar   v , no ponto P (0, 0, -1) . Resp.:    v   i  j  k

Para trabalhar com tais operadores, deveremos utilizar o pacote Álgebra Linear :
> restart : with (linalg) :
‘diverge (f,[x,y,z])’ = [Diff (f,x) + Diff (f,y) + Diff (f,z)] ;         
linalg:-diverge( f , [ x , y, z ] )  f  f  f  
   x    y   z  
Então, teremos :
 f1  x, y,z   3xy

1. v  3xy i   x  2z  j   x  yz  k , sendo  f 2  x, y,z    x  2z

 f 3  x, y,z   x  yz
> f:= vector ( [3*x*y, -x-2*z, x-y*z] ) ; f := [ 3 x y, x 2 z, x y z ]
divf:= diverge ( f, [x,y,z] ) ; divf := 2 y
valuedivf:= subs (x=3, y=5, z=-2, divf) ; valuedivf := 10
 f 1  x, y,z   e x

2. v  e x i  sen xy j  n  x  yz  z 2  k , sendo  f 2  x, y,z   sen xy

 f 3  x, y,z    n  x  yz  z 
2

x 2
> f:= vector ([exp(x), sin(x*y), -ln(x-y*z+z^2)]) ; f := [ e , sin( x y ), ln( x y zz ) ]
x y2 z
divf := e cos( x y ) x 
divf:= diverge ( f, [x,y,z] ) ;
2
x y zz
0 5
valuedivf:= subs (x=0, y=-7, z=-1, divf) ; valuedivf := e 
6
simplify(%) ;
11
6

Ilustração . Mostrar que em todos os pontos do domínio de v  xy 2 ï  x  y 3 j  2y 2 z k a
função é solenoidal .

2 3 2
> v:= vector ( [x*y^2, x-y^3, 2*y^2*z] ) ; v := [ x y , x y , 2 y z ]
divv:= diverge ( v, [x,y,z] ) ; divv := 0
Propriedades da Divergência :

D.1 )    a  v  , sendo a constante .


 av
 a f   a f   a f 
Verificação :   a v    1
 2 3

x y z
a f1 a f 2 a f 3
  
x y z
 a  v  

 v  f1 i  f 2 j  f 3 k
D.2 )  v  w   v   w , sendo 
 w  g1 i  g 2 j  g 3 k

  f1  g1    f2  g2    f3  g3 
Verificação :

 ¨v  w  x

y

z
 f f f   g1 g 2 g 3 
  1 2  3    
 x y z   x y z 
  v  w
70
D.3 )   f v   f  v    f  v , sendo f é uma função escalar .
 f v    x    y    z 
Verificação :   f f  f f  f f 1 2 3

f1 f f f f f
 f  f1  f 2  f2  f 3  f3
x x y y z z
 f f f   f f f 
 f  1  2  3  f1  f2  f3 
 x y z   x y z 


 f  v  f    v

Problemas propostos

  43 r
3

1. Sendo r  x i  y j  z k , mostrar que : a)  r 3 f)   r  2


b)  r r  4r  g)   r r    n  3 r
n n

 r 
r  5r2
   r r   10 r
2
c) 2
h)
 
d)  r 3
r   6r 3

i )   f  r  r   3 f  r   f '  r  r
 r r 
2
 
1
e) j )  r 3 r 0
r

2. Sendo v  e x y i  e y z j  e x z k , calcular  v no ponto P(1, 1, 1) . Resp. : 3 e

3. Calcular o gradiente da divergência de v  e x y i  e y z j  e x z k , no ponto P(1, 1, 1) .


Resp. :   v    e 3 i  j  k 
4. Calcular a divergência do gradiente da função escalar f  x, y,z   e xyz
, no ponto P(1, 1, 1) . Resp. : 3 e

 
1

b )    x y z 2   2 x y
10
5. Mostrar que : a)  3
r r r 3
3
6. Determinar o valor de p tal que v  px i  3 py j  4z k seja um campo solenoidal . Resp. : p = 2

7. Se v  e x i  e y z j  3 k , determinar   v  , no ponto P (0, 0, -1) . Resp.:   v   i  j k


- Ainda como estímulo adicional, mostremos as resoluções informatizadas dos dois últimos :
> restart: with (linalg):
'diverge (v,[x,y,z] )‘ = [ Diff(v,x)+Diff(v,y)+Diff(v,z) ] ;         
linalg:-diverge( v , [ x , y, z ] )  v  v  v  
  x    y   z  
6. Determinar o valor de p tal que v  px i  3 py j  4z k seja um campo solenoidal .
> v:= vector ( [p*x,-3*p*y,4*z] ) ; v := [ p x , 3 p y, 4 z ]
divv:= diverge (v, [x,y,z] ) ; divv := 42 p
eq:= 4-2*p=0 ; eq := 42 p0
solve (eq, p) ; 2

7. Se v  e x i  e y z j  3 k , determinar   v  , no ponto P (0, 0, -1) .


x (y z)
> v:= vector ( [exp(x), exp (y*z), 3] ) ; v := [ e , e , 3]
x (y z)
divv:= diverge ( v, [x,y,z] ) ; divv := e z e
x 2 (y z) (y z) (y z)
g:= grad (divv, vector ( [x,y,z] ) ) ; g := [ e , z e ,e z y e ]
0 0 0
valueg:= subs ( x=0, y=0, z=-1, eval (g) ) ; valueg := [ e , e , e ]
simplify (%) ; [ 1, 1 , 1 ] ou   v  i  j k
71
ROTACIONAL de uma Função Vetorial . Dada uma função vetorial
v  f1  x, y,z  i  f 2  x, y,z  j  f 3  x, y,z  k ,
o campo vetorial rotacional (ou função vetorial rotacional) de v é definido por

i j k
     f3  f2    f1  f 3    f 2  f1 
 v   v     i    j   k
x y z ou
 y z   z x   x y 
f1 f2 f3 campo vetorial em ℝ ³
produto vetorial de
dois vetores em ℝ ³
 f1  x, y,z   3xy
Exemplos : 1. v  3xy i   x  2z  j   x  yz  k , sendo 
 f 2  x, y,z    x  2z

i j k  f 3  x, y,z   x  yz
  
 v    2  z  i   0  1 j   3x  1 k
x y z
3xy  x  2z x  yz
  2  z  i  j   3x  1 k . No ponto P (3, -5, -2) , por exemplo, teremos :
  v  4 i  j  10 k .
 f1  x, y,z   x

2. Calcular  r , sendo r  xi  y j  z k ,  f 2  x, y,z   y

i j k  f 3  x, y,z   z
  
 r   0 i 0 j 0 k   r  0 :
x y z Neste exemplo, em qualquer ponto P (x, y, z)
x y z do campo r , o rotacional é o vetor nulo .
Quando tal acontece, dizemos que o campo
é irrotacional ou conservativo.
Interpretação físico-geométrica do rotacional : Vimos que a divergência de um campo vetorial é uma operação de deri-
vada escalar (taxa de variação) que mede o fluxo de entrada ou de saída, por unidade de volume. Analogamen-
te, o rotacional analisa e mede a circulação de um campo de vetores no espaço . Sendo um produto vetorial de
dois vetores, o rotacional constitui-se num gerador de campos vetoriais . Também aqui, tal linguagem vetorial
nos leva a entender inúmeros fundamentos das diversas áreas da engenharia .
O rotacional nos permite analisar o movimento do fluido ao longo da
circunferência de um disco circular, perpendicular ao vetor normal n ,
supondo-se o disco tendendo a um ponto . O rotacional atinge seu
valor máximo quando sua direção e sentido forem os mesmos de n .
Da cinemática, sabemos que a velocidade angular de uma partícula em
movimento giratório é representada por um vetor w , de direção orto-
gonal ao plano de rotação e sentido positivo .

O módulo de w é igual ao da velocidade angular de rotação


v
w  ou v  w d ,
d
 sendo v a velocidade tangencial da partícula P e d sua distância ao eixo de rotação.
Considerando r como vetor de posição de P em relação a um sistema referencial,
com a origem O sobre o eixo de rotação, podemos escrever :
d  r sen  v  w d  w r sen  v  wr

ou v  wr ,
sendo esta última forma de grande utilidade para a determinação da velocidade v em qualquer ponto do disco . Ora,
imprimindo a linguagem do rotacional nesse movimento, levando em conta o tratamento cartesiano w  w k (por ter
a mesma direção e sentido do eixo OZ) e r  x i  y j  z k , teremos :
72
i j k
  
rot v   v    wr  
x y z
 2w k   v  2 w .
0 0 w 0 0 w
x y z x y z  wy wx 0
v   wy i  wx j
Portanto, num movimento de rotação de um corpo rígido, o rotacional da velocidade é um vetor com a direção do eixo
de rotação e módulo igual ao dobro do módulo da velocidade angular .
Apelando para o aplicativo Maple , teremos : > restart : with (linalg) :
> restart : with (linalg) : f:= vector ( [-w*y, w*x, 0] ) ;
curlf:= curl ( f, [x, y, z] ) ;
> f:= vector ( [-w*y, w*x, 0] ) ; f := [ w y, w x , 0 ]
f := [-w y, w x, 0]
> curlf:= curl ( f, [x, y, z] ) ; curlf := [ 0, 0, 2 w ]
ou  v  2 w . curlf := [0, 0, 2 w]

Observação : Um campo vetorial v denomina-se campo vetorial conservativo se representa o gradiente de alguma
função escalar, vale dizer, se existir alguma função escalar f tal que v   f .
Nesse caso, a função f diz-se função potencial de v . Nem todos os campos vetoriais são conservati-
vos, mas aqueles que o são aparecem com grande frequência nas aplicações da física como, por exemplo,
o campo gravitacional de Newton .
Teorema de Clairaut . Se f é uma função escalar de três variáveis, com derivadas parciais de segunda

Demonstração .
ordem contínuas, então
  f  0 .  
i j k
    2 f 2 f   2 f 2 f   2 f 2 f 
  f  
x y z
   
 yz zy 
i    
 zx xz 
j   
 xy yx 
k  0 .

f f f 0 0 0

x y z
- A recíproca desse teorema não é irrestritamente verdadeira . Consultar página 1090 do JS :
“ Tal recíproca é válida se o domínio for simplesmente conexo, isto é, não apresentar furos.”
Corolário . Desde que  f  v , o campo vetorial v é conservativo . Podemos então concluir :
Se um campo vetorial é conservativo, então seu rotacional é o vetor nulo .

Propriedades do Rotacional :

R.1 )    a   v  , sendo a constante .


 a v - Tais propriedades são inteiramente
análogas àquelas estudadas para a di-

    v   w
vergência . À guisa de recapitulação,
R.2 )  v  w deixamos ao prezado leitor a grata in-
cumbência de verificá-las .

R.3 ) 
 f v   f   v    f   v , sendo f é uma função escalar .

Problemas ilustrativos
1. Mostrar que a divergência do rotacional de um campo vetorial é nula .
Demonstração : Seja o campo vetorial v  m i  n j  p k , com derivadas parciais de segunda ordem contínuas
. i j k
       
  v   
x
i
y
j k
z  x y z
m n p

      p n m  p n m 


  i j k     i    j   k 
x y z  y z  z x x  y  
 2 p  2n  2m  2 p  2n  2m
       0.
x y x z y z y x z x z y
73
2. Mostrar que  f é um campo irrotacional .
Demonstração : Seja o campo escalar f (x, y, z) , com derivadas parciais de segunda ordem contínuas .

i j k
    2 f 2 f   2 f 2 f   2 f 2 f 
  f  x y z
   
 y z z y 
i    
 z x x z 
j    k  0
 x y y x 
f f f
x y z

3. Problema 36, página 1095 do livro-texto, James Stewart :


As equações de Maxwell relacionam o campo elétrico E e o campo magnético H quando variam com o tempo, numa
região que não contenha nem carga nem corrente, obedecendo as relações abaixo
div E = 0 div H = 0
1 H 1 E
rot E =  rot H =
c t c t
onde c é a velocidade da luz . Use essas equações para provar o seguinte :
1 2 E 1 2 H

a )   E    c 2 t 2
b) 
  H    c 2 t 2
Demonstração : Sejam os vetores E  e1 i  e2 j  e3 k e H  h1 i  h2 j  h3 k , com deri vadas parciais
de segunda ordem contínuas .
i j k
 1 H    
a)  
  E       
1
 c t  c x y z
rot E  h1  h2  h3
t t t
1    2 h3  2 h2    2 h1  2 h3    2 h2  2 h1  
     i    j   k 
c   y t z t   z t x t   x t y t  
1     h3  h2    h1  h3    h2  h1  
     i    j   k 
c t    y  z   z x   x y  
1 E
rot H 
c t

1  1 E  1 2 E
      
c t  c t  c2 t 2
Mutatis mutandis, demonstra-se o item b) .

Para trabalhar com tais operadores no aplicativo Maple, deveremos utilizar o pacote Álgebra Linear :
> restart : with (linalg) :
curlf:= curl ( f, [x, y, z] ) ;
 f1  x, y,z   3xy

1. v  3xy i   x  2z  j   x  yz  k , sendo  f 2  x, y,z    x  2z

 f 3  x, y,z   x  yz
> f:= vector ( [3*x*y, -(x+2*z), x-y*z] ); f := [ 3 x y, x 2 z, x y z ]
> curlf:= curl ( f, [x, y, z] ) ; curlf := [ z2, -1 , 13 x ]
> valuecurlf:= subs ( x=3, y=-5, z=-2, eval (curlf) ) ; valuecurlf := [ 4, -1 , -10 ]

 f1  x, y,z   x

2. Calcular  r , sendo r  xi  y j  z k ,  f 2  x, y,z   y

> f:= vector ( [x, y, z] ); f := [ x , y, z ]  f 3  x, y,z   z
> curlf:= curl ( f, [x, y, z] ) ; curlf := [ 0, 0, 0 ] : campo irrotacional ou conservativo.
74
Problemas propostos

1. Sendo r  x i  y j  z k , calcular : a )  r Resp. : 0


b )   f  r  r  0

 
c )  r  3 r 0

d)   r r 4
0

2. Sendo  
f  x, y,z   x 2 y z 3 , calcular   f . Resp. : 0

3. Calcular a divergência do rotacional de v  x z i  x y 2 j  x 2 y z k . Resp. : 0

4. Assinalar as notações desprovidas de significado operacional matemático :


a)   v   
d )  f 
g )   v  Resp.: d, e, f, g
b)  f  e)   u h)    u 
c)    f  f)    u  i)    r 

5. Calcular  v , no ponto P (1, 1, 1) , sendo v  x2 i  y z2 j  x z k . Re sp.: 2 i  j

6. Calcular : 
a )   e x  y  Resp.: 0 
b )  n r r  Resp.: 0

1
7. Se v  y i  2 p x j  3 z k , determinar o valor de p tal que o campo vetorial seja irrotacional . Resp.: p =
2

8. Provar que v  e x i  e y j  e z k é irrotacional .

Conceituação Adicional . O cálculo da divergência do gradiente de um campo escalar revela um outro operador
diferencial, denominado laplaciano, de larga aplicação em vários setores da física .
Seja uma função escalar f (x, y, z) e calculemos   f :  
      f f f  2 f 2 f 2 f
 f   
x
i
y
j k 
z   x
i
y
j k 
z 
 
 x2  y2  z2
ou   ou  2

operador de 2ª . ordem

- O operador laplaciano constitui o suporte matemático da equação de Laplace ,  2   f   f   f  0 ,


2 2 2

imprescindível em inúmeras questões de mecânica, eletromagnetismo e outras áreas . x 2


y 2
z2
Se uma função escalar satisfaz a equação de Laplace, para qualquer ponto de seu domínio, nós a chamamos de
função harmônica .

Ilustrações :
2 f 2 f 2 f
1. A função f  x, y,z   e x cos y é harmônica :    e x cos y  e x cos y  0  0 .
x2  y2 z2

2. Se r  x i  y j  z k e r r  x 2  y 2  z 2 , a função f (r) = r³ não é harmônica :


Problema 2, página 63 deste compêndio :  r 3  3 r r   3r r   2
r 3  12 r  0 .

Ver problema 1 – i , página 68


75
4.2. Integral de linha ou Integral curvilínea de uma função escalar . Massa de um fio em ℝ² .
Basicamente, uma integral de linha (ou integral curvilínea) se resume numa extensão natural do con-
ceito de integral definida, constituindo-se numa operação mais abrangente, mais funcional e até mais confortável que esta .
A sistematização da teoria das integrais de linha data de menos de dois séculos, pois, foram desenvolvidas para socorrer,ma-
tematicamente, os desafios da termodinâmica e eletromagnetismo na revolução industrial . Na unidade seguinte, estudare-
mos as integrais de superfície que, analogamente, representam a extensão das integrais duplas .
b
Quando calculamos uma integral definida  f  x  .dx
a
, a operação se efetua ao longo do eixo OX ,

ao passo que, numa integral de linha, a integração se dará ao longo de uma curva qualquer de ℝ ² ou ℝ ³ :

 f  x  .dx : opera-se ao longo do eixo OX


b

 f  x, y  .ds : opera-se ao longo de uma curva qualquer


C
S

 x    y   dx    dy 
2 2
:  si   ds 
2 2 2
i i

comprimento aproximado
 si do arco AB

 yi
 x    y    z 
2 2 2
ou 3
:  si  i i i
C
 xi 
ds   dx    dy    dz 
2 2 2

comprimento aproximado
do arco AB

Z Supondo z  f  x, y   constante:
2 2
 dx   dy 
 f  x, y  .ds   f  x, y       . dx
z  f  x, y  C C
 dx   dx 
ou
C
2
 dy 
  f  x, y   1   . dx
0
C
 dx 
Y altura lateral
da sup erficie comprimento da curva C
cilíndrica
- Tal como uma integral simples, uma integral de linha pode ser encarada
como uma área : área lateral de uma superfície cilíndrica .
X Se utilizarmos uma parametrização para expressar a curva C , teremos :
 x  g t 
 2 2
 dg   dh 
f  x, y  .ds  f  g  t  , h  t   .
b
 , a t b,       . dt
 y  h t 
  dt   dt 
C a

Ilustração : Seja C : x² + y² = 4 . Calcular


C
ds . 
Resolução : Trata-se de uma curva circular fechada e, portanto, a área lateral da superfície correspondente
deve ser encarada como um cilindro de revolução : 2
Z  x 
C f  x, y  .ds   C ds  2   2 1   4  x 2  . dx
2
: z 1
1  
2 2
(0 , 0, 1)  4  dx
0
4  x2
2
(-2 , 0, 0) x
 8 arc sen
O 2 0
Y
(2 , 0, 0) - Observemos que o valor encontrado representa o  
 8  0
X comprimento do círculo e também a área lateral  2 
do cilindro de altura h = 1 : ds  2  r .  C
  C
ds  4  .
76
Se fizéssemos a parametrização da curva, teríamos :
 x  2 cos t  dx  2 sen t .dt
C:  , 0  t  2 , 
 y  2 sen t  dy  2 cos t .dt
2 2
2  dx   dy 
 ds   f  x  t  , y  t   .      . dt
C 0
 dt   dt 
altura h  1
comprimento da curva
2 2
  0
4 sen 2t  4 cos 2 t . dt  2 
0
dt   C
ds  4  .

Exemplo 1 : Se a curva C corresponde a um quadrante de círculo x 2  y 2  1 , determinar 


C
x y 2 ds .
Resolução : Lembrando que as equações paramétricas do círculo são  x  r cos t 
 , 0t ,
  y  r sen t 
2

 
2 2

 x y 2 ds  cos t .sen 2t . sen 2t  cos 2 t .dt   sen


2
t .cos t .dt
C
0 0

1 2
 sen 3t
3 0

1
> with (plots) : implicitplot3d ( {z=x*y^2, y=sqrt(1-x^2) } ,   0,33
x = 0..1, y = 0..1, z = 0..0.4 ) ; 3
Observações : 1ª.) Se fizermos f (x, y) = 2 , por exemplo, a integral de linha resultante nos dará a medida da
área lateral de um quadrante de cilindro circular, centro na origem e raio 1 :
Z z = 2 : plano secante ao cilindro, paralelo à base no plano XOY
(0,0,2) 1
área lateral do quadrante de cilindro : S L   2  rh    3,14 unidades
  4
2 2 

 C
2 ds  2
0
sen 2 t  cos 2 t .dt   2 dt  2 t
0
0
2

Y
C    3,14 unidades
X Portanto, tal como acontece com a integral definida, o valor numérico resultante de uma
integral de linha também pode ser encarado como a área de uma superfície . Neste últi-
mo caso, fizemos f (x, y) = 2 , altura constante, com o único intuito de facilitar o entendi-
mento. Porém, no exemplo acima, em cada ponto (x, y) do domínio, a altura do cilindroide
é dada por f (x, y) = xy² , altura variável, correspondendo, pois, a uma área lateral de
aproximadamente 0,33 unidades .
2ª.) Se quiséssemos calcular o comprimento da curva C , bastaria fazer f (x, y) = 1 , pois, desse
modo obteríamos a medida da área lateral do quadrante de cilindro de altura unitária, corres-
pondendo à mesma medida do comprimento da base :
 
2 2 

 C
1 ds  
0
sen 2 t  cos 2 t .dt   dt
0
 t 0
2 
2
 1,57 unidades

3ª.) Em muitas ocasiões, surge a necessidade de calcular as integrais de linha em relação às va-
riáveis x e y , separadamente :

 6 x 2 y dx  xy dy ao longo do gráfico de y  x  1 , de (-1, 0) a (1, 2) .


3
Exemplo 2 : Calcular a integral
C
Resolução : Trata-se de uma operação que corresponde à soma de duas integrais curvilíneas :

Y  C
6 x 2 y dx  xy dy  C
6 x 2 y dx   C
xy dy

6 x 2  x 3  1 dx   x  x 3  1 3x 2 dx
1 1
(1, 2)   1 1

x  1 dx  x  x 3  1 3x 2 dx
1
 
2 3
6x
1
(-1, 0 ) X
1
 
   6 x  6 x  3x  3x  dx   x 6  2x 3  x 7  x 4 
1 3 3 34
5 2 6 3

1
 7 4  1
7
77
xt  dx  dt  1  x  1
- Se tivéssemos utilizado a parametrização, teríamos :     
 y  t 1  dy  3t dt  1  t  1
3 2

6t 2  t 3  1 dt   t  t 3  1 3t 2 dt
1 1

C
6 x 2 y dx  xy dy   1 1

6t 2  t 3  1 dt  t  t 3  1 3t 2 dt
1
  1

 6t  6t 2  3t 6  3t 3  dt
1
 5
1
1
 3 3 
  t 6  2t 3  t 7  t 4 
 7 4  1

34

7

 x  3 cos t

Exemplo 3 : Calcular a integral  xy  z  ds , sendo a curva C a hélice tridimensional  y  3 sen t 0  t  2 .

C
 z  2t

Resolução : Como a equação da curva já foi dada na forma paramétrica, resulta :
 dx  3 sen t dt

 dy  3 cos t dt
 dz  2 dt e a integral pode ser escrita

2
  xy  z  ds    9 sen t cos t  2 t   3 sen t    3 cos t   2 2 dt
2 2
C 0

9  sen 2t  cos 2 t   4 dt
2
   9 sen t cos t  2 t 
0
1

2
 
 9  2 sen t cos t   2 t  dt
 13  0  2 
  sen 2t 
2
 9  cos 2t 
 13    t2
 2 2  0

9 
 13   0  4  2 
 2  - Para construir o gráfico da
 4 13  2 hélice cilíndrica espiralada ,
analisar a sequência mos-
trada nas páginas 44 ou 48
deste compêndio .

Exemplo 4 : Um fio é colocado na forma de um semicírculo com raio de 2 unidades . Se a densidade de massa linear
num ponto genérico é diretamente proporcional à sua distância do diâmetro, determinar a massa desse fio .
 x  2 cos t  dx  2 sent dt
Resolução : Já vimos que a parametrização do círculo é feita como segue  0 t  
 y  2 sent  dy  2 cos t dt
  y   ky ( k : coeficiente de proporcionalidade )

m     x, y  ds   2 k sen t 4 cos 2 t  4 sen 2t dt
C
0

-2 2
  2 k sen t . 2 dt
0

 4 k `  cos t  0

 m  8 k unidades de massa .
78
4.3. Integral de linha ou Integral curvilínea de uma função vetorial . Trabalho realizado por um
campo vetorial nos espaços ℝ ² e ℝ ³ .
Nas integrais simples, exploramos os requisitos didáticos clássicos envolvidos com os conceitos in-
tuitivos de áreas e volumes . Agora, estaremos empenhados em fazer da idéia de trabalho mecânico o guia das articulações
das integrais de linha no campo vetorial .

Consideremos uma força variável F  x, y,z   f 1  x, y,z  i  f 2  x, y,z  j  f 3  x, y,z  k ,


onde f 1 , f 2 e f 3 são funções contínuas, e formulemos uma expressão do trabalho realizado quando o ponto de aplicação
de F move-se ao longo de uma dada curva suave C com equações paramétricas
 x  g t 

 y  h t  , a  t  b ,

 z  k t 
supondo que tal movimento se processe no sentido definido pelos valores crescentes do parâmetro t (sentido positivo) .

Dividimos a curva C em n subintervalos infinitesimais tais que Pi  1 Pi   ri  0,


sendo o vetor deslocamento infinitesimal  ri   x i i   y i j   z i k .
Se o subintervalo  ri é suficientemente pequeno, a força variável F pode ser
considerada constante nesse subintervalo e o trabalho Wi realizado por F nesse subin-
tervalo será expresso pelo produto escalar
Wi  F  ri
ou
Wi  f 1 i  f2 j  f3 k   x i  y
i i j  z i k 
 f 1 x i  f 2 y i  f 3 z i

O trabalho total W , realizado ao longo de toda a curva suave C , será

 n

 nlim
 F  ri
n  i 1

W  lim  W i   ou
n 
i 1 
f x i  f 2 y i  f 3 z i 
ou n
 ri 0  lim
 n 
1
i 1

Escrevendo tais expressões na linguagem das integrais curvilíneas, resultam :


 C
n F d r : expressão vetorial
W  lim  Wi  
 C 1
n 
i 1  f dx  f 2 dy  f 3 dz : expressão cartesiana

Obviamente, se a curva C pertencer ao espaço bidimensional, teremos :


 C
n F d r : expressão vetorial
W  lim  Wi  
 C 1
n 
i 1  f dx  f 2 dy : expressão cartesiana
79
Exemplos ilustrativos :

1. Calcular o trabalho realizado pela força F  x 2 i  xy 2 j ao longo da curva y = x², do ponto A(1, 1) a B(2, 4).
Resolução : C : y  x 2 , 1  x  2 , dy  2x .dx
B
W   C
F dr   C
x 2 dx  xy 2 dy
2
  1
x 2 dx  x 5 .2x .dx
2
x3 2x 7
   x  2x  .dx 
A 2
2
 6
1 3 7 1

811

21
 xt  dx  dt
Se fizermos a parametrização :    , 1 t  2
 y t  dy  2t .dt
2

2
W   C
F dr   1
t 2 dt  2t 6 dt

 t  2t 6  .dt 
2 811
 2
1 21
Se invertermos o sentido de percurso BA:

 t  2t 6  .dt  
1 811
W   F dr  2
C 2 21

2. Sejam a função vetorial F   x  y  i   y  z  j  z k e a reta C definida pelos pontos A (1, -1, 1) e


B (0, 2, -1) . Calcular
 C
F d r , de A até B .
Resolução : Neste caso, nada melhor do que buscarmos as equações paramétricas da reta AB :
 xt  dx  dt
x 0 y2 z 1    x: 10
  t   y  3t  2  dy  3 .dt e 
10 1  2 11  z  2t  1  dz  2 .dt  t : 10
equações simétricas da reta AB  
equações paramétricas

  t  3t  2  .dt   3t  2  2t  1 3 dt    2t  1 2 dt


1
W   C
F dr 
0

5
  9  13t  .dt
1
  W  
0 2

3. Se a força f   xy ,  x 2 , 0  atua sobre uma partícula, movendo-a ao longo do círculo x² + y² = 4 , mos-


trar que o trabalho realizado por essa força sobre a partícula é nulo .
 x  2 cos t  dx  2 sent .dt
Resolução : Parametrizando a equação do círculo :    , 0  t  2
 y  2 sent  dy  2 cos t .dt
2
W   F dr   4 cos t .sen t  2 sen t .dt   4 cos 2 t .2 cos t .dt
C 0

 sen t .cos t  cos t  .dt


2
 8 2 3
0

cos t  sen 2t  cos 2 t  .dt


2
 8
0
1
2
  8 sen t 0
 W 0 .
80
4. Dado o campo vetorial F   x  1 i  x 2 y j , sendo C o contorno positivo da região D limitada pelas curvas
y x , y  0 e x  y  2 , calcular
F dr .
Resolução . a) Utilizando a parametrização já estudada, podemos construir :

C1 : x  t 
y 0   dxdy  dt0 , 0t 2
2
 t2 
0   0  
2 2
 C1        t   4
2 2
F d r x 1 .dx x y.dy t 1 .dt t .0 .0 
 2  0

C2 : x  t
y  2t 
 dx  dt , 2  t  1
dy  dt 
  t  1 .dt  t  2  t  . dt 
1
 dr  2
F
C2 2
1
t4 2t 3 t2 19 1, 1
   t  
4 3 2 12


2

C3 : x  t
yt
2
  dxdy  2t.dt
dt
, 1t 0
D

 t  1 .2t.dt  t 5 .dt
0
 dr  C1 : y  0
2
F
C3 1 Então,
0
t6 t4 5 19 5 3

6

23
t2  
3  C
F dr  4 
12

3

4

1

- Todavia, existe um teorema que nos permite relacionar uma integral de linha, ao longo de uma curva fechada sim-
ples C , com uma integral dupla, numa região plana D cercada pela curva C :

4.4. Teorema de Green .


Tal teorema nos permitirá relacionar uma integral de linha, ao longo de uma curva fechada simples C ,
e uma integral dupla numa dada região plana D, simplesmente conexa (sem buracos), cercada pela curva C .
A figura abaixo ilustra esse fato : Orientação positiva : sentido anti-horário .
Se a curva C for tratada como uma função vetorial
C : r t   M t  i  N t  j , a  t  b ,
a região D estará sempre à esquerda do andarilho .
Orientação negativa : sentido horário .
- É oportuno salientar a frequência com que ocorre o uso

 
C das notações ou , indicando a integral de li-
D C C
nha da curva fechada C , com a orientação positiva .

Teorema . Seja C uma curva plana simples, fechada, contínua e orientada positivamente, deli-
mitando uma região plana D . Se M e N são funções contínuas e têm derivadas par-
ciais de primeira ordem contínuas, sobre uma região aberta contendo D , então
 N M 
F
C
dr   M dx  N dy
C
  
D
x
  dA .
y 
Demonstração . A demonstração mais rigorosa deste teorema envolve requisitos teóricos além
C 2 : y = f2 (x) dos propósitos pragmáticos do nosso curso . Todavia, podemos nos aventurar na abordagem
Y de casos mais simples que se apresentam sempre nas situações práticas :
M b f 2  x M
C4
D C3 
D
y
 dA   
a f 1  x y
 dy .dx

f 2  x
M  x, y 
b

C 1 : y = f1 (x)
  a f 1  x
.dx

 M  x, f 2  x    M  x, f 1  x    .dx
b
0 a b X    
 x: a  b

a

M  x, f 2  x   .dx  M  x, f 1  x   .dx
D
 1
b b

 y : f 1  x  f 2  x
   a  a
81
Ora, sendo dx = 0 nas curvas C 3 e C 4 , a integral curvilínea, ao longo da
curva C , é

 M  x, y  .dx   M  x, y  .dx   M  x, y  .dx   M .0   M .0


C C1 C2 C3 C4
Y
C4 0 0
d
M  x, f 1  x   .dx  M  x, f 2  x   .dx 2
b b
  a  a
C 1 : y = g1 (y) Comparando as igualdades (1) e (2), concluímos :
D
M
C3
C 2 : y = g2 (y) 
C
M . dx   D
y
 dA .
c Mutatis mutandis, facilmente chegaremos à igualdade análoga
0 X
N
 y: c  d

 N . dy    dA ,
D x
 x: g 1  y   g 2  y 
 C
garantindo, portanto, a validade da proposição :
D

 N M 
 M .dx  N .dy
C
  
D
x
  .dA
y 
b) Valendo-nos do Teorema de Green, vamos resolver o problema anterior :
 N
  2xy
 M  x 1
N  x2y
 D:
y: 0  1
x: y2  2 y 
e 

x
M
 0
 y
2 y
 C  x  1 .dx  x y .dy    2xy  0  .dx .dy
1
 dr  
2
Então, F
C 0 y2
1 2 y
  x y .dy
2
0 y2

  4 y  4 y  y  y  .dy
1
 2 3 5
0
1
4y3 y4 y6
 2y   2

3 4 6 0
3
 
Maple : 4
> restart : with (linalg) : with(plots) :
curva(1):= [ t, 0, t = 0..2 ] ; curva( 1 ) := [ t , 0, t 0 .. 2 ]
curva(2):= [ t, 2-t, t = 2..1 ] ; curva( 2 ) := [ t , 2t , t 2 .. 1 ]
2
curva(3):= [ t^2, t, t = 1..0 ] ; curva( 3 ) := [ t , t , t 1 .. 0 ]
vf:= [ x+1, x^2*y ] ; # Campo vetorial : M = x+1 , N = x^2*y
2
vf := [ x 1, x y ]
F:= fieldplot ( vf, x=-0.5..2.5, y=-0.5..1.5 ) :
# Gráfico do campo vetorial
G1:= plot (curva(1)) :
G2:= plot (curva(2)) :
G3:= plot (curva(3)) :
display ( { F,G1,G2,G3 } ); # Gráficos simultâneos
Int ( Int ( 2*x*y-0, x = y^2..2-y ), y = 0..1 ) ;
1 2y
 
  2 x y dx dy
 
0 2
y
evalf (%, 2) ; 0.75 Legenda :
82
Em tempo : Aproveitemos o ensejo para instituir uma expressão vetorial para o Teorema de Green :
Sejam uma região plana D , sua curva fronteira C e as funções M (x, y) e N (x, y) satisfazendo as
condições do teorema de Green . Podemos então considerar o campo vetorial F  M i  N j .
Sua integral de linha é F dr   
M dx  N dy e seu rotacional é
C C

i j k
   0 M  N M  N 0  N M 
rot F    F   i j    k  i j     k
x y z y z  x y  z x  x y 
0 0 0 0
M N 0
 N M  N M
O produto escalar rot F k   F 
k  
 x
 k k 
y  x

y
nos permitirá ex-

pressar o Teorema de Green na forma  C


F dr      F 
D
k dA
rot F

c) Mostremos uma terceira resolução do problema em pauta, mediante essa tal expressão vetorial :
i j k
  
F   x  1 i  x 2 y j  rot F    F   2xy k
x y z
Então ,
x1 x2y 0
1 2 y 3
 C
F dr   rot F
D
k dA   2xy .dA   
D
0 y 2
2xy .dx .dy  
4

d) A resolução do problema 3, página 77 , nos mostra : i j k


  
F  xy i  x 2 j  rot F    F    3x k
x y z
xy x2 0
2 4x 2

Então ,
 C
F dr   rot F
D
k dA   
2  4x 2
3x .dy .dx  0

2. Problema 2, página 1087 do livro-texto JS : Calcular a integral de linha


círculo com centro na origem e raio 1 , por dois métodos :
 C
y dx  x dy , C : x 2  y 2  1 ,
a) diretamente (ou método convencional) .
b) utilizando o Teorema de Green . C
Resoluções . a) Parametrizando a curva C , teremos :

 
D
x  cos t  dx   sent dt , 0  t  2 (1, 0)
y  sent dy  cos t dt
2 2

 y dx  x dy    sent   sent   cos 2 t  dt     sen t  cos t  dt


2 2
C
0 0
2
 t 0
  2
b) Apreciemos agora o poder simplificador do teorema de Green :
  x   y 
 C
y dx  x dy  
D

 x

 y
 dA   2

 D
dA   2  .
 12  
-- Sugerimos ao leitor resolver esse problema utilizando também a expressão vetorial do teorema .
Maple : > restart : with(linalg) : with(plots) :
curva:= [ cos(t), sin(t), t=0..2*Pi ] ; # Tratamento vetorial da curva :
curva := [ cos( t ), sin( t ), t 0 .. 2  ] x = cos(t) , y = sin(t)
vf:= [ y, -x ] ; # Campo vetorial : M = y , N = -x vf := [ y, x ]
Int (Int (-1-1, y=-sqrt(1-x^2)..sqrt(1-x^2)), x=-1..1) =
= int (int (-1-1, y=-sqrt(1-x^2)..sqrt(1-x^2)), x=-1..1)
2
1 1x
 
  -2 dy dx 2 
 
-1 2
 1x
83
> F:= fieldplot ( vf, x=-2..2, y=-2..2 ) : # Gráfico do campo vetorial
> G:= plot (curva) : # Gráfico da curva
> display ({F,G}) ; # Plotagem simultânea do campo e da curva
- Se invertermos a orientação do campo
vetorial , o resultado final mudará de sinal :
> vf:= - [ y, -x ] ; # M = - y, N = x
2
1 1x
 
  2 dy dx 2 
 
-1 2
- sentidos contrários -  1x - mesmo sentido -

Observação. Nunca é demais lembrar que poderíamos ter calculado a integral dupla na região D seguindo os padrões
já estudados na unidade 2 deste compêndio :
1  x2
 x: 0  1
1 1
D
 y : 0  1 x
2  4  
0 0
2 dy dx   8 
0
1  x 2 dx
faz  se: x  sen   dx  cos  d
 
2
 sen 2  2
 8  cos d   8    2
2

0  2 4  0

y2
3. Aplicar o Teorema de Green para calcular a integral curvilínea
2 2  C 1 x 2
 dx  2 y arctg x . dy , onde C é
x y 1 .
3 3 Círculo fixo
a hipocicloide (astroide)

Resolução .
 M 2y
 y2  y  1  x 2
Círculo móvel
 M   M N
 1 x 2    
 N  2 y arctan x  N 2 y y x
 

  x 1  x 2

     .dA  0 .
N M
F .dr  Mdx  Ndy  x  y
C C D
0

Advertência . Se tentássemos resolver o problema pelo processo convencional, encontraríamos terríveis impli-
cações algébricas .
Como outra opção de cálculo, poderíamos também aplicar o operador diferencial rotacional :

i j k
   2y 2y
rot F    F   k  k  0
x y z 1 x 2
1 x 2
y2 e concluir que a função vetorial
2 y .arctg x 0
1 x2 dada é um campo conservativo .
y x
4. Sejam M e N  2  Se R é a região delimitada pelo círculo unitário C , de centro na ori-
x y
2 2
x  y2
 N M 
 M dx  N dy    x 
gem, mostrar que
 dA .
C
R
y  Justificativa : As funções
C M e N não são contínuas
Justificar o motivo pelo qual o teorema de Green não é aplicável aqui. R r
y x  na origem (centro da região
Demonstração . M  2 e N  2  0
circular unitária) .
x y 2
x  y2 (1, 0) Portanto, não são contínuas

 xy  sent
cos t   dydx  cos
 sent dt , 0  t  2
t dt
em toda a região R e o
teorema de
Green não se aplica .
A parametrização nos permite escrever :
2 2

0 1   sent  dt  1 cos t dt   0  sen t  cos t  dt   2 .


sent cos t
C M dx  N dy  2 2

N M x2  y 2  N M 
Por outro lado     



 dA  0   C M dx  N dy .
x y x y
2 2 2 R

 x y  
` 0
84
5. Problema 14, página 1074 do livro-texto JS, 4ª. edição : Utilizando o teorema de Green, com orientação positiva,

 x  y 3  dx   x3  y 3  dy , sendo C a fronteira da região contida entre os


3
calcular a integral de linha
C
círculos x² + y² = 1 e x² + y² = 9 .
Resolução .  M
 y  3 y
2
M  x y 3 3
N M
 N  x3  y 3      3x 2  3 y 2
 N x y
  3x 2
Y  x
Orientação positiva :
D r Região D sempre à esquerda da

 linha de percurso do andarilho . D


0 X
Sendo a região D uma coroa circular, optemos pelo sistema polar :


2 3

D  : 0  2   3  x
2
y 2
 dA    3r r dr d
2
 120  .
r :13
D 0 1

Em tempo : Julgamos de extrema importância atentarmos para algumas considerações de pormenores e sutilezas
que rodeiam este importante capítulo que ora estudamos . Os efeitos simplificadores do teorema de
Green devem ser destacados como precioso suporte no cálculo de uma integral curvilínea e o proble-
ma que acabamos de resolver presta-se a confirmá-lo irrefutavelmente . Se tentarmos resolvê-lo me-
diante os recursos convencionais das parametrizações, iremos encarar uma tarefa mais longa e can-

 xy  cos  dydx  cos


sativa :
C 1 : x2  y 2  1 t   sen t dt , t : 2  0
sen t t dt
0

 M dx  N dy    cos t  sen 3t    sen t  dt   cos 3 t  sen 3t  cos t dt


3

C1 2
0 Y
   sen t  cos t . sen t  cos t  sen t .cos t  dt
4 3 4 3

2 r C3
Ufa !!! D C2
Que tarefa estafante !!! 

 xt 
 dx  dt , t : 1  3
0 X
C1 C4
C2 :
y 0 dy  0
3

 M dx  N dy  t dt  20
3

C2 1

r  t   cos t i  sen3 t j , 0  t  2 .

C 3 : x 2  y 2  9 x  3 cos t  dx  3 sen t dt , t : 0  2
y  3sen t dy  3 cos t dt
2

 M dx  N dy    27 cos t  27sen 3t   3 sen t  dt   27 cos 3 t  27sen 3t  3 cos t dt
3

C3 0
2

 81   sen t  cos t . sen t  cos 4 t  sen 3t .cos t  dt


4 3

0
Cruzes !!!
Outra vez ???
C4 :  xy  t0   dxdy  0dt , 1
t : 31

 M dx  N dy  t dt   20
3

C4 3

Portanto, é fácil perceber que a tentativa de calcular a integral dada pelas trilhas da parametrização nos
coloca em situações bastante indigestas :
???
 x  y 3  dx   x3  y 3  dy  C 1  C 2  C 3  C 4  120  .
3
C
85
6. Problema 18, página 1087 do livro-texto JS : Uma partícula, inicialmente no ponto (- 2, 0), se move ao longo do
eixo OX até (2, 0) e, a partir daí, ao longo do semicírculo y  4  x 2 até o ponto inicial . Utilizar o teorema de
Green para determinar o trabalho realizado pelo campo de força F  x, y    x , x 3  3xy 2  .

Resolução . O trabalho W será dado pela equação W   F dr   x dx   x 3  3xy 2  dy .


C C

 3  x  y 2  dA  3
 2
  r 2 r dr d  W  12  J .
2
Então,
D 0 0

Maple : > restart : with (linalg) : with (plots) :


curva(1):= [ t, 0, t = -2..2 ] ; curva( 1 ) := [ t , 0, t -2 .. 2 ]

curva(2):= [ 2*cos(t), 2*sin(t), t = 0..Pi ] ; curva( 2 ) := [ 2 cos( t ), 2 sin( t ), t 0 ..  ]


vf:= [ x, x^3+3*x*y^2 ] ; # Campo vetorial : M = x , N = x^3+3*x**y^2
3 2
vf := [ x , x 3 x y ]
F:= fieldplot ( vf, x=-3..3, y=-1..3 ) : # Gráfico do campo vetorial

G1:= plot (curva(1)) :


G2:= plot (curva(2)) :
display ( {F,G1,G2} ) ;

Int ( Int ( 3*(x^2+y^2), y =0..sqrt (4-x^2)),


x = -2..2 ) ;
2
2 4x
  2 2
  3 x 3 y dy dx
 
 
-2 0
Legenda :
evalf (%, 3) ; 37.7 J

Observação : O Teorema de Green nos oferece um precioso suporte para calcular a área de uma região plana D ,
delimitada por uma curva fechada simples C :

 N M   N  x e M 0

 F dr   M .dx  N .dy   
 x
  .dA  A
y 
 

ou
e M  y

C C
D  N 0
1

 A
Portanto,   x .dy 1

A 
C
 y .dx
 A
2  x .dy  y .dx .

C
 C

7. Deduzir a área da elipse de semieixos a e b .


Resolução . Parametrização da elipse : x2
a 2

y2
b 2
2
y  b sent 
 1 : x  a cos t  dx  a sent .dt 0  t  2
dy  b cos t.dt
2

A 
1
2  C
x dy  y dx 
1
2 0
 ab .cos t  ab . sen t  dt  2 ab  dt   a b
2 2 1
0
Maple : > restart : with (linalg) : with (plots) :
curva:= [ a*cos(t), b*sin(t), t = 0..2*Pi ] ; curva := [ a cos( t ), b sin( t ), t 0 .. 2  ]
 
 b a 2x 2
ou

curva:= [x, b/a*sqrt(a^2-x^2), x=-a..a]; curva :=  x , , x a .. a 
 a 
2 2
vf:= [ 0, x ] ; # Campo vetorial : M = 0 , N = x vf := [ 0, x ] b a x
a a
Int ( Int ( 1, y =-b/a*sqrt(a^2-x^2)..b/a*sqrt(a^2-x^2)), x = -a..a ) ;  
  1 dy dx
 
2

a 2 2
value(%) ;
b a b a x
1 
a a
2
a
86
8. Problema 20, página 1074 do livro-texto JS, 4ª. edição : Determinar a área da região plana limitada pela curva
cuja equação vetorial é r  t   cos t i  sen3 t j , 0  t  2 .
Resolução .
1
A 
2  C
x dy  y dx
2 2

  3 sen t cos t  sen t  dt   3 sen 2t cos 2 t  sen 2t 1  cos 2 t   dt


1 1
 
2 2 4

2 0
2 0  
2 2
1 1   3
  sen 2t dt    sen 2t  dt   
2

2 0 4 0 2 4 4
 A  2,35 u.a.

 x  a cos 3 t
9. Deduzir a área da hipocicloide (astroide de raio a)  y  a sen3 t , 0  t  2 .
Dedução . Tal como as deduções anteriores, teremos :

2

A 
1
2 C
x dy  y dx 
1
2 0

3a 2 sen 2 t cos 4 t  3a 2 cos 2 t sen 4 t dt 
2
3a 2
  sen t cos
2 2
t dt
2 0

2
3a 2
  4 sen t cos
2 2
t dt
8 0
0
2
3a 2
  sen
2
2t d  2t 
16 0

2
3a 2  2t sen 4t  3a 2
    A 
16  2 4  0
8

10. Problema 22, página 1087 do livro-texto JS : Seja D a região limitada por um caminho simples fechado C no
plano XOY . Utilizar o teorema de Green para provar que as coordenadas do centroide  x, y  de D são
1 1
x 
2A  C
x 2 dy e y  
2A  C
y 2 dx ,
sendo A a área de D .

Demonstração . Desenvolvendo as integrais curvilíneas pelo teorema de Green, teremos

 1 1    x2   0   1
  x dy      dA 
A 
x dA  x
2

 2 A C 2 A D  x y 
  D

  0    y  
2
 1 1 1
        dA 
A 
y dA  y
2
 2A C y dx
2 A D  x y 
   D

Em tempo : Procedimento análogo nos leva a desenvolver as expressões dos momentos de inércia de uma
lâmina plana, com densidade constante  (x, y) = k , limitada por uma curva simples fechada,
em relação aos eixos cartesianos :
 
 I x  
3  C
y 3 dx
 
Iy 
 3  C
x 3 dy
87
4.5. Campos vetoriais conservativos . Independência do caminho .
No Cálculo II estudamos o Teorema Fundamental do Cálculo que acaba se resumindo na igualdade
f  x  .dx  F  b   F  a  ,
b
 a

sendo a função f contínua no intervalo real  a, b . Considerando agora o vetor gradiente


f f f f f
 f  x, y   i  j ou  f  x, y, z   i  j  k
x y x y z
de uma função de duas ou de três variáveis como derivada de f , podemos estabelecer a versão do Teorema Fundamental
do Cálculo para as integrais curvilíneas :
F d r  f d r  f  r  b    f  r  a  
C C

- Sugerimos ao leitor estudar, atentamente, as páginas 1072/1079 do livro-texto JS .

Em seguida, apresentaremos um resumo sinóptico do conteúdo dessas páginas mencionadas e uma


sugestiva coletânea de exemplos ilustrativos :
Tipos de curvas : Tipos de regiões :

C1
Sendo dadas as curvas C1 , C 2 , C 3 , C 4 , tais que

A
C2 B 
C1
F d r  
C2
F d r  
C3
F d r 
C4
 F d r  ,

C3 todas elas cumprindo a trajetória de A até B , podemos estabelecer as seguintes


conclusões :
1ª. ) A integral
F
C
d r , da posição A até a posição B, independe do caminho .
2ª. ) F é um campo conservativo (o resultado permanece o mesmo, não importando
a forma do caminho) .
C4
Teorema . Se F  x, y   M  x, y  i  N  x, y  j é contínua numa região conexa
aberta D , então a integral curvilínea
F d r é independente do caminho se,
e somente se, F é conservativo, C

ou seja, F  x, y    f  x, y  para alguma função escalar f .


- A demonstração mais rigorosa pode ser estudada e analisada no livro-texto e outros compêndios .
Em nossas aulas, a exiguidade de tempo nos impõe a busca de atalhos teóricos conducentes ao pro-
cedimento pragmático voltado para os conceitos e fenômenos inerentes às disciplinas tecnológicas
que integram a grade curricular do curso .
Em síntese, o teor desse teorema enunciado pode ser tratado pela igualdade
x 2 , y 2 
 F d r  f  x, y  , sendo f : função potencial de F
x 1 , y 1
C ou
potencial escalar de F
88
Teorema . Se F d r é uma diferencial total, ou seja, se existe “ f ” tal que F d r d f ,
então F é um campo de forças conservativo .
Demonstração . Com efeito, se F d r  d f , podemos escrever :
 f  B   f  A .
B B
 d r   d f  f B
F A
A A

Como A   x 1 , y 1 , z 1  e B   x 2 , y 2 , z 2  , resulta :
d r  f  x 2 , y 2 , z 2   f  x 1 , y 1 , z 1  , mostrando que
B
 A
F
o resultado depende unicamente das posições de A e B , não importando a
forma da trajetória desse percurso .

Corolário . Se F é um campo conservativo e C é uma curva fechada simples, então


B

D
C  F dr   F dr 0. A C

Demonstração . Com efeito, AB  x , y , z   x , y , z  .


2 2 2 1 1 1

f x , y , z   f x , y , z 
B
AB
Então,
 A
F d r  2 2 2 1 1 1  0 .

Definição . Se existe uma função f , tal que F   f , dizemos que f é um potencial escalar de F
ou uma função potencial de F .

Teorema . Se F tem potencial escalar, então F é um campo de forças conservativo .


f f f
Demonstração . Com efeito, se F   f , então F  i  j  k .
x y z
Sendo d r  dx i  dy j  dz k , poderemos escrever
f f f
F dr  dx  dy  dz  d f (diferencial total)
x y z
Portanto, F é um campo de forças (ou campo vetorial) conservativo .

Diante dessa sequência de conceitos e teoremas, chegamos à conclusão que as três afirmativas abaixo
se equivalem no teor de seu conteúdo :
1ª. ) F constitui um campo vetorial conservativo .
2ª. ) F tem potencial escalar (corresponde a afirmar que F é um vetor gradiente) .
3ª. ) F é irrotacional (   F  0 ) .
Na esteira dessas conclusões, acrescentaremos outras duas consequências imediatas :

4ª. ) Teorema . Se F é um campo de forças conservativo, então o trabalho realizado por F ao longo
de qualquer caminho C , de A até B, é igual à diferença dos potenciais A e B :
 x2 , y2 ,z2 

W   F d r  f  x2 , y2 , z2   f  x1 , y1 , z1  .
 x1 , y1 , z1 
f f
5ª. ) Como consequência do primeiro teorema dessa série, se fizermos M  e N na igualdade
x y
F  x, y   M  x, y  i  N  x, y  j , teremos

 M 2 f
 
 y y x M N
   
 N 2 f y x
 x  x y

M N
Portanto, se a integral curvilínea

C
F d r é independente do caminho, então
y

x

89
A recíproca dessa última proposição é falsa . Todavia, torna-se verdadeira se impusermos as restrições
de o domínio D ser uma região simplesmente conexa ( sem buracos: toda curva fechada C em D
contém somente pontos de D ) .
Sintetizando : Teorema . Se M  x, y  e N  x, y  têm derivadas parciais primeiras contínuas
numa região simplesmente conexa D , então a integral curvilínea

 M  x, y  dx  N  x, y  dy
é independente do caminho em D se, e somente se, M  N 
C

y x
Corolário . Se M  x, y  e N  x, y  têm derivadas parciais primeiras contínuas
M N então
numa região simplesmente conexa D e  , F é
um campo conservativo . y x

Problemas ilustrativos

1. Problema 8, página 1079 do livro-texto JS :


Verificar se F  x, y   1  2xy  n x  i  x 2 j é um campo vetorial conservativo . Caso o seja, determinar
a função potencial escalar f , tal que F   f .

Resolução . Para fazer tal verificação, podemos aplicar o último corolário acima :
F  x, y    1  2xy  n x  i  x 2 j  M i  N j
 M
 y  2x M N
 N    2x  F constitui um campo conservativo .
  2x y x
 x
Como outra opção de cálculo, poderíamos também aplicar o operador diferencial rotacional :
i j k
  
 F   0 i  0 j   2x  2x  k  0
x y z
e concluir que a função vetorial dada
1  2xy  n x x2 0 é um campo conservativo .
Na construção da função potencial escalar f , utilizaremos o processo da integração parcial :
 f  x, y 
 M   1 2y  n x  f  x, y    1  2xy  n x  dx  x 2 y  x n x  g  y 
x
 f  x, y 
 N  x 2  g'  y   x 2  g'  y   0  g  y   C
 y
Portanto, a função potencial escalar de F é f  x, y   x 2 y  x n x  C :  f  F .

Observação . Na construção da função potencial escalar de F podemos também lançar mão de um proce-
dimento bastante simples, consistindo nos seguintes passos :


C
F d r    1  2xy 
C
n x, x 2   dx, dy     1  2xy 
C
n x  dx  x 2 dy 

Calculamos as integrais
 1  2xy  n x  dx  x  x 2 y  x n x  x  x 2 y  x n x

 x dy  x2 y
2

e a função potencial escalar f(x, y) será dada pela soma dos termos comuns e não comuns, sem
repetição . No exercício acima, poderíamos ter feito :
f  x, y   x 2 y  x n x  C .
90
2. Problema 11, página 1080 do livro-texto JS :
A figura mostra o campo vetorial F  x, y    2xy, x 2   2xy i  x 2 j
e três curvas que começam em (1, 2) e terminam em (3, 2) .
a) Explicar por que

C
F d r tem o mesmo valor para as três curvas .
b) Determinar esse valor comum .

Resolução . a) O domínio D é uma região simplesmente conexa , M(x, y) = 2xy


e N(x, y) = x² admitem derivadas parciais primeiras contínuas e
M N
  2x . Então, F  x, y  é um campo conservativo
y x
e  F d r independe do caminho .
C

b) Calculemos a função potencial f , tal que  f  F :


 2xy dx  x 2 y

  f  x, y   x 2 y  C
  x 2 dy  x 2 y

Portanto, a função potencial escalar de F é f  x, y   x 2 y  C : f  F .
Então,
 F d r  f  3, 2   f 1, 2   18  2  16 .
C

Em tempo : Como se trata de um campo conservativo, nesse último item b podemos arbitrar uma trajetória
qualquer (por exemplo, a reta determinada pelos dois pontos dados) e calcular a integral de
linha mediante a parametrização dessa reta :
x 1
2

y2
0
t   xy  2t2  1   dydx  02 dt , 0t 1
1

 d r    2xy dx  x dy    2  2t  1 .2 .2 dt   2t  1
2 2
Então, F .0
C C 0

 16 t  8  dt 8 t  8t
1
  2
 16 .
0
0

3. Problema 12, página 1080 do livro-texto JS :


a) Dada a função F  x, y   y i   x  2 y  j , determinar uma função f tal que F   f .
b) Utilizar o item a para calcular

F d r sobre o semicírculo superior que começa em (0, 1) e acaba em (2, 1) .
C
Resolução . a) 

y dx  x y
  f  x, y   x y  y 2  C
   x  2 y  dy  xy  y 2
 A função dada é um campo conservativo e independe do caminho .
b) Consequentemente, a integral de linha será calculada por
 2, 1
 F d r   xy  y 2   3 1  2 .
0, 1
C

4. Problema 18, página 1067 , 4ª. edição do livro-texto JS :


a) Dada a função F  x, y, z   4xe z i  cos y j  2x 2 e z k , determinar uma função f tal que F   f .
b) Utilizar o item a para calcular F d r sobre a curva C : r  t   t i  t 2 j  t 4 k , 0  t  1 .

C
Resolução . a)
 4xe z dx  2x 2 e z


  cos y dy  sen y  f  x, y, z   2x 2 e z  sen y  C

 2x 2 e z dz  2x 2 e z

A função dada é um campo conservativo e independe do caminho .
91
Desde que  t 0  r  0    0, 0, 0 
b)  : Do ponto  0, 0, 0  ao ponto  1, 1, 1 a integral de
t 1  r 1   1, 1, 1 
linha será calculada por
 F d r  f 1, 1, 1  f 0, 0, 0   2e  sen1 .
C

5. Problema 20, página 1067, 4ª. edição do livro-texto JS :

  2y  12x3 y 3  dx   4xy  9x 4 y 2  dy independe do caminho e calcule-a sobre


2
Mostre que a integral de linha
C
qualquer trajetória de (1, 1) a (3, 2) .
Demonstração . Podemos provar tal proposição construindo a função potencial escalar da função vetorial ou, então,
invocando o teorema e respectivo corolário da página 89 deste compêndio .
Ora, como as derivadas parciais primeiras de M e N são contínuas, numa região simplesmente
conexa, basta verificar que M N
 4 y  36 x3 y 2  
y x
Portanto, tratando-se de um campo vetorial conservativo, a integral dada, em qualquer trajetória, é
calculada mediante as imagens da função potencial escalar :
 M dx  2xy 2  3x4 y 3

  f  x, y   2xy 2  3x 4 y 3
  N dy  2xy 2  3x4 y 3

  2y  12x3 y 3  dx   4xy  9x4 y 2  dy  f  3, 2   f 1, 1   1919 .


Cálculo da integral : 2

6. Problema 22, página 1080 do livro-texto JS : 2


Determinar o trabalho realizado pelo campo vetorial de força F  x, y   y i  2 y j movendo um objeto do
ponto P(1, 1) a Q(4, - 2) .
x2 x

Resolução . A função potencial f , se existir, será obtida por


 y2
  M dx   y x dx  
2 2

 x y2
  f  x, y    : campo vetorial conservativo .
 2y y2 x
  N dy    x dy  
 x
Então, qualquer que seja a trajetória entre os dois pontos dados, o trabalho realizado é
 4,  2 
y2
T   F dr  
x
 11  0 .
C 1, 1

7. Se F é uma força constante, provar que o trabalho realizado ao longo de uma curva arbitrária, com extremidades P
e Q , é expresso pelo produto escalar F PQ .

H  
 F x, y, z   c i  c j  c k   c, c, c  : força constante
 PQ  Q  P   x2  x1 , y2  y1 , z2  z1 
T W F PQ
Demonstração . É fácil mostrar que F é um campo de forças conservativo :
 c dx  c x

Então, a função potencial escalar é f(x, y, z) = cx + cy + cz e a integral de
 linha correspondente pode ser escrita
  c dy  c y  x2 , y2 , z2 
 d r  f  x2 , y2 , z2   f  x1 , y1 , z1 
 c dz  c z W  F
  x1 , y1 , z1 
 c  x2  x1   c  y2  y1   c  z2  z1 

 F PQ
92
8. Problema 27, página 1080 do livro-texto JS :
Mostrar que, se um campo vetorial F  x, y, z   P i  Q j  R k é conservativo e P, Q e R têm derivadas
parciais de primeira ordem contínuas, então P Q P R Q R
 ,  e  
y x z x z y
  f  x, y, z   F  x, y, z   P i  Q j  R k

H 


P, Q e R têm derivadas parciais primeiras contínuas
 P Q P R Q R
T   ,  e 
 y x z x z y
f f f
Demonstração . Por hipótese, já sabemos que P  , Q , R e, como tais funções P, Q e R são
deriváveis, teremos : x y  z
P  2 f Q 2 f R 2 f
  
x x 2 x x y x x z

P 2 f Q  2 f R 2 f
  
y y x y y 2 y y z

P 2 f Q 2 f R  2 f
  
z z x z z y z z 2
Como o Teorema de Clairaut já mostrou que a ordem em que são escritas as diferenciais dos
denominadores é optativa, concluímos : P Q P R Q R
 ,  e  
y x z x z y

9. Se F  x, y, z   g  x  i  h  y  j  k  z  k , onde g , h e k são funções contínuas, mostrar que F é um campo


vetorial conservativo .
H  F  x, y, z   g  x  i  h  y  j  k  z  k , sendo g , h e k funções contínuas
 g  x  dx  G  x
T   f  x, y, z  escalar tal que  f  x, y, z   F 

Demonstração . Sendo contínuas, as funções g , h e k são integráveis :   h  y  dy  H  y 

 k  z  dz  K  z 

Obviamente, tais funções primitivas G , H e K são
deriváveis e, portanto, é possível estabelecer uma fun-
ção potencial escalar de F :
f  x, y, z   G  x   H  y   K  z  e, portanto, F é um campo vetorial conservativo .

10. Problema 33, página 1080 do livro-texto JS :


P Q
Seja F  x, y    y i  x j  a) Mostrar que  
x y
2 2 y x
b) Mostrar que F dr 
C
não é independente do caminho .

Demonstração . a)

y P  x 2  y 2  2 y 2 y 2  x2
P   
x  y2 y  x2  y 2   x2  y 2 
2 2 2
P Q
  ,   x, y   0, 0 
y x
y Q x 2  y 2  2x 2 y 2  x2
Q   
x  y2 x  x2  y 2   x2  y 2 
2 2 2

C
b) Não podemos afirmar que a integral curvilínea independe do caminho no domínio D , pois,
D a origem (0, 0) constitui um buraco em D : a função F não existe nesse ponto .
(1, 0) De fato, se atendermos a sugestão inscrita no enunciado do problema, encontraremos resul-
tados numéricos diferentes . Portanto, também neste episódio o teorema da página 87 des-
te compêndio permanece forte e confiável, pois, a região D não é simplesmente conexa .
93
11. Problema 3, página 81 deste compêndio : O teorema citado nos permite resolver o problema como segue :
y2 2 2

 C 1 x 2
 dx  2 y arctg x . dy , onde C é a hipocicloide (astroide) x  y 3 1 .
3

 M 2y
 y  1  x 2
Resolução .  y2 Círculo fixo

 M   M N
 1 x 2    
 N  2 y arctan x  N 2 y y x
 

 x 1 x 2
Círculo móvel

Então,

B x2 , y2 
 F d r  f  x 2 , y 2   f  x1 , y1   0 ,

A x1 , y1 
pois, A  B .
F é um campo vetorial conservativo .

12. Problema 34, página 1081 do livro-texto JS :


a) Suponha que F seja um campo vetorial quadrado inverso, ou seja, F r 
cr
r 3
para alguma constan-  
te c , onde r  x i  y j  z k .
Determinar o trabalho realizado por F ao mover um objeto, de um ponto P1 a um ponto P2 , em função das
distâncias d 1 e d 2 desses pontos à origem .

Resolução . De acordo com os dados fornecidos pelo problema, podemos escrever :


c x i y j z k  
F r   
cr
ou F  x, y, z   3

 
3
r x2  y 2  z 2 2
 P1  x1 , y1 , z1  d  x 2  y 2 z 2
  1 1 1 1
  
 P2  x2 , y2 , z2 
 
 d 2  x2  y2  z2
2 2 2

É fácil mostrar que um campo vetorial quadrado inverso é conservativo :


cx
 3
dx  faz  se : x 2  y 2  z 2  u  du  2x dx
x 2
 y2  z2  2  K
1

c c
3
c du c u 2 c 
 3  u du  2  1  x2  y 2  z 2  r

2

2
2

u2 
2
c y cz c
Analogamente,  3
dy   3
dz  
x y z
2 2 2 2
 x y z
2 2
 2 2
 r

 c e então
Como não devemos considerar termos repetidos na soma, resulta f  x, y, z   ,
 x2 , y2 , z2  r
W  F d r  f  x2 , y2 , z2   f  x1 , y1 , z1 
 x1 , y1 , z1 
c c c c
   
x2  y2  z2 x1  y1  z1 d1 d2
2 2 2 2 2 2

 1 1  d2  d1
W  c   ou W  c 
 d1 d 2  d1 d2

13. Se uma força variável F desloca uma partícula sobre uma curva C do espaço, mostrar que o trabalho realizado por
essa força corresponde, numericamente, à variação da energia cinética da partícula .
 F  x, y, z   f 1  x, y, z  i  f 2  x, y, z  j  f 3  x, y, z  k : força variável
 F
 v  x, y, z   v 1  x, y, z  i  v 2  x, y, z  j  v 3  x, y, z  k : vetor velocidade v

Hip  r  x, y, z   x i  y j  z k : vetor posição da partícula

 dr
dr  dt  v dt , tempo t
 dt
94
 1 2
Tese  W   F dr 
m v
 C 2
dr
Demonstração . Como v  , teremos d r  v dt e a segunda Lei de Newton nos permite escrever
dt
d v , massa m e aceleração a .
F m a  F m
Então,
dt
dv
W  F d r   m v dt
C C dt

m d v v   
d v v   dv dv   dv 
  C 2 dt
d t , pois,
dt

 dt
v
dt
v   2
  dt
v

derivada do produto escalar
2
m d v

2  C dt
dt

m 2

2
  C
d v
- Numericamente, o trabalho realizado corresponde à variação
m 2
( ganho ou perda ) de energia cinética da partícula .
 W  v
2 Para W = 0 , a força é considerada conservativa .

14. Consideremos o campo de vetores vf (“vectorfield”) : = [ 2x, 2y, 1] e a hélice cônica ch


(“conichelix”) : = [t*cos(8*t), t*sin(8*t), t, t = 0,,2] .
Plotemos o campo de vetores e a curva para antever o que se pode esperar da integral de linha .
Resolução : Bastante simples a manipulação dos comandos sintáticos :
> restart : with (linalg) : with (plots) :
vf:= [2*x, 2*y, 1] ; #Campo vetorial 3-d : vf := [ 2 x , 2 y, 1 ]
fieldplot3d (vf, x=-2..2, y=-2..2, z=-2..2) ;
# Plotagem do campo vetorial :

ch:= [t*cos(8*t), t*sin(8*t), t, t = 0..2 ] ; # Parametrização da hélice :


ch := [ t cos( 8 t ), t sin( 8 t ), t , t 0 .. 2 ]
spacecurve (ch) ; # Plotagem da hélice :

F:= fieldplot3d (vf, x=-2..2, y=-2..2, z=-2..2) :


G:= spacecurve (ch) :
display3d ({F,G}) ;
# Plotagem simultânea do campo vetorial e da hélice :

linhaint3d:= proc (vf,ch) # Cálculo da integral de linha

Int ( dotprod (subs( x=ch[1], y=ch[2], z=ch[3], vf ), diff ([ch[1],ch[2],ch[3]],t)), ch[4] )


= int ( dotprod (subs( x=ch[1], y=ch[2], z=ch[3], vf), diff ([ch[1],ch[2], ch[3]], t)), ch[4] ) ;
linhaint3d (vf, ch) ;
2
end : 
 12 t cos( 8 t ) ( cos( 8 t )8 t sin( 8 t ) )2 t sin( 8 t ) ( sin( 8 t )8 t cos( 8 t ) ) dt6

0 - Resultado positivo, conforme o esperado pela visualização da figura .
2 Interpretação : Ao longo da curva C , a integral de linha representa,
simplify (%) ; 
 
1 2 t d t 6 numericamente, o trabalho realizado por uma força que desloca uma
 partícula sobre a tal curva, na presença do campo F . Isso equivale a
0 dizer que a integral de linha de F, ao longo da curva C, mede o grau de
concordância da circulação do campo F com a orientação da curva C .
95
Problemas propostos

1. Dada a função vetorial v  x z i  x y 2 j  x 2 y z k , calcular   rot v  .


Resp.: 0
2. Determinar o parâmetro p de modo que o campo de velocidades
v  x, y, z   p x y  z3 ,  p  2  x 2 , 1  p  x z 2
seja conservativo ( vale dizer, irrotacional ) . Resp.: p  4

3. Determinar o valor de p tal que v  px i  3 py j  4z k seja um campo solenoidal .


Resp.: p  2

4. Verificar se o campo vetorial F  3x 2 y 2 z i  2x3 y z j  x3 y 2 k é conservativo .


é um campo vetorial conservativo .

5. Sendo v  x, y, z   x z,  x y 2 , x 2 y z , verificar se o campo rot v representa uma fonte , um poço


ou um solenoide . é um campo vetorial solenoidal .

Y 6. Aplicando o teorema de Green, determinar o trabalho realizado pelo campo de


x2  y 2  4
forças F   x3  y 3  i   x3  y 3  j para deslocar uma partícula ao longo
r da trajetória circular x2  y 2  4 , no sentido anti-horário . - Sistema MKS -

Resp.: W  24 J ou W  75,39 J
 2, 0  0  2, 0  X
 x : 2  2
D:
 y :  4x  4x
2 2 
 D :  : 0  2
r : 02
coordenadas cartesianas coordenadas polares

7. Aplicando o teorema de Green , calcular a integral curvilínea


 xy dx   x  y  dy , sendo C o
C
círculo x  y  1 .
2 2
Y

r
Resp.:  C
xy dx   x  y  dy   .

 X
0

R:  : 0  2
r: 0 1
coordenadas polares

Y 8. Aplicando o teorema de Green , calcular o trabalho realizado pelo campo de


y2
yx forças F  x, y   i  2 y arctg x j ao deslocar uma partícula ao longo
1  x2
da trajetória mostrada na figura .
D
yx 2
Resp.: W  0 .
0 X

9. Verificar se, no ponto P ( 3, - 2, 1 ) , o campo vetorial de forças F  2x i  6 y j  4z k representa uma


fonte , um poço ou um solenoide .
Resp. : O campo de forças, em qualquer ponto do espaço, é solenoidal .
96
10. Mostrar que o campo vetorial v  ex i  ey j  ez k é conservativo .
Conclusão : rot v  0  v é conservativo .

 
11. O campo de forças F  2x  y 2 i   3y  4x  j desloca uma partícula ao longo da trajetória triangular
fechada, tal como mostra a figura . Utilizando o teorema de Green , calcular o trabalho realizado .
Y
 2, 1 14
Resp.: W     4,66 
C3  x : 0  2 3
região R :  1
C2 y: 0  x
R  2
0 C1  2, 0  X


1
12. Sendo A  x dy  y dx ,calcular a área A da elipse 9x² + 16y² - 144 = 0 .
2 C
Y

r Resp.: A  12  37,68 u.a.


A 
 4, 0  0  4, 0  X

13. Mostrar que o trabalho realizado pela força F  x, y    y , x  , ao longo dessa elipse, é nulo .
2 2

y2
14. Mediante o Teorema de Green , verificar se o campo vetorial F  x, y    , 2 y arctg x 
1 x 2
constitui um campo conservativo ao longo da astroide de equações paramétricas
 x  cos 3 t
 y  sen 3t , 0  t  2 .

    .dA  0 .
N M
0 Verificação: F .dr  x
 y
C D
0
Portanto, o campo vetorial F é conservativo .

15. Dado o campo vetorial F  x, y, z    x, y, xz  y  , calcular  ds ao longo da reta r de equações


C

xt

paramétricas r :  y  2 t , desde a origem O até o ponto ( 1, 2, 4 ) .
 z  4t
 23
Resp. :  C
ds 
6
 3,83

16. Verificar se, num ponto qualquer de


3
,, o campo vetorial elétrico E  xy 2 i  x  y 3   j  2 y2 z k
representa uma fonte, um poço ou um solenoide .
Resp. : O campo elétrico é solenoidal .
Y
y 9  x2
17. Calcular o trabalho realizado pelo campo de forças F  x 2 i  x3  3xy 2 j  
ao deslocar um corpo ao longo do contorno fechado da região D, partindo do ponto
.   3, 0  .
D - Resolver por parametrização e também pelo Teorema de Green .
243
Resp.: W    190,85 .
 3, 0  0  3, 0  X 4

Y  2, 1 18. O campo de forças F   x 2  2y  i   4x  3y  j desloca uma partícula ao longo da tra-


C1 jetória triangular fechada, tal como mostra a figura . Utilizando a expressão vetorial do
C2
R teorema de Green , calcular o trabalho realizado, em joules .
Resp.: W  2 J .
0 C3  2, 0  X
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL IV 97
- Roteiro Sinóptico -
- Cursos de Engenharia -
Unidade 5 - INTEGRAIS DE SUPERFÍCIE
5.1. Integral de superfície de uma função escalar .
Em paralelo ao estudo da integral de linha, podemos instituir o conceito de integral de superfície de
uma função dada f , bastando para isso um estudo mais atento dos conceitos e comentários contidos nas páginas 1017 e 1106
do nosso livro-texto J. S. , 5ª. edição . Inevitavelmente, seremos arremessados às expressões abaixo

2
 z   z 
2

 f  x, y, z  dS   f  x, y, g  x, y        1 dA
S S XY
 x   y 
ou
 y   y 
2 2

  f  x, h  x, z  , z       1 dA
S X Z
 x   z 
ou
2
 x   x 
2

  f  k  y, z  , y, z       1 dA
S  y   z 
Y Z

onde S XY , S X Z e S Y Z representam as projeções ortogonais da superfície dada S: z = g(x, y) sobre os planos XOY,
2
 z   z 
2
XOZ e YOZ , respectivamente, sendo notória a analogia entre a área da superfície, A  S         1 dA ,
2 D  x   y 
 dy 
b
sobre o plano XOY , e o comprimento de uma curva no plano, L 

a
1 
 dx 
dx .
2 2
 z   z   z   z 
2 2
Advertência : Se considerarmos f  x, y, z      1  f  x, y, g  x, y         1  f  x, y  ,
 x   y   x   y 
b y2  x 
poderemos escrever :
 f  x, y, z  dS
S
  f  x, y  dA
R XY
   f  x, y  dy dx .
a y1  x 
Em síntese, a integral de superfície representa uma generalização da integral dupla, pois, nesta, a integração
efetua-se numa superfície R do plano XOY, ao passo que, na integral de superfície, a integração é aplicada
sobre uma superfície qualquer S do espaço tridimensional .
Comentário adicional : Entendemos que, para estabelecer um fechamento convincente dessas afirmativas, convém justificar
2
 z   z 
2
a presença da expressão
D  x    y   1 dA , representativa da área da superfície S ,
no desenvolvimento da integral de superfície da função f .

Pi  Ti A figura ao lado nos ajudará a confirmar, de maneira inquestionável, o


seguinte detalhe : se a superfície S é contínua em todo o domínio D e
possui derivadas parciais contínuas na vizinhança do ponto P , a porção
∆S da superfície dada é aproximadamente congruente com o retângulo
Si ∆T que caracteriza uma porção do plano tangente à superfície S , no
ponto P .
Portanto, a relação lim  S  lim  T é uma decorrência imediata
 A 0  A 0
do que foi dito e a integral de superfície da função f , sobre a superfície
S se define como
n n

 f  x, y, z  dS  lim
A  0
 f  x , y , z  S
i 1
i i i i  lim
A  0
 f  x , y , z  T
i 1
i i i i
S

x i , yi  - Tal procedimento, aliás, vem sendo utilizado desde os nossos primeiros


passos na assimilação do conceito de integral definida, vale dizer, sem-
pre considerando as aproximações de figuras geométricas, com alguns
componentes curvilíneos, em confronto com outras constituídas apenas
por segmentos retilíneos .
98
z b A justificativa da expressão mencionada pode ser feita por meio do
produto vetorial de dois vetores, tendo em vista que o módulo do
P y vetor produto nos dá a área do retângulo ∆T e, por aproximação,
a z
teremos a área da porção de superfície ∆S . Analisemos os vetores
x
T a e b como combinações lineares dos vetores unitários dos eixos
cartesianos :
a // XOZ deve ser da forma  m, 0, p   x i  z k
 z 
 x i     x k
 x 
z
 x i  x k
x

b // YOZ deve ser da forma  0, n , p   y j  z k


A  z 
 y j     y k
 y 
z
 y j  y k
Calculando o produto vetorial dos vetores a e b , resulta : y

i j k
2
z  z z   z   z 
2

a  b  x 0 x    i  j  k  x y  ab        1 . A
x  x y   A  x   y 
z
0 y y
y
Portanto, fica definitivamente assentada a expressão da integral de superfície de uma função escalar f sobre uma dada
superfície S : z = g(x, y) , projetada ortogonalmente sobre o plano XOY :
2
 z   z 
2

 f  x, y, z  dS
S
  f  x, y, g  x, y         1 dA
 x   y 
S XY

As deduções das integrais de superfície relativas aos dois outros planos XOZ e YOZ são feitas analogamente .

Aplicações ilustrativas .

1. Problema 6, página 1116 do livro-texto, JS : Calcular a integral de superfície


região triangular com vértices (1, 0, 0) , (0, 2, 0) e (0, 0, 2) .
 x y dS ,
S
sendo a superfície S a

Z
Resolução . Como ilustração, vamos calcular a integral considerando as três projeções :
0, 0, 2   f  x, y, z   x y : função dada

a) Projeção sobre XOY : 
 z  g  x, y   2  2x  y : superfície

2 1 22x
 z   z 
2


S
x y dS   xy       1 dA 
 x   y 
 
0 0
xy 4  1  1 dy dx
S XY
0 Y 1

  4x  8x  4x 3  dx 
6 6
S xy  2

1, 0, 0  0, 2, 0  2 0
6

X
Maple : > Int (Int (x*y*sqrt(6), y = 0..2-2*x), x = 0..1) =
int (int (x*y*sqrt(6), y = 0..2-2*x), x = 0..1) ;
1 22 x
  6
  x y 6 dy dx 
  6
0 0 > with (plots) : implicitplot3d
(z=2-2*x-y, x = 0..1, y = 0..2, z = 0..2,
numpoints = 5000) ;
99
Z b) Projeção sobre XOZ : y  2  2x  z
0, 0, 2 
1 22x
 y   y 
2 2


S
x y dS   xy       1 dA 
 x   z 
  x  2  2x  z 
0 0
4  1  1 dz dx
S XZ
22x
1
 xz 2 
   
2
6  2xz 2x z  dx
S xz 0  2  0
0 Y 1

  x  2x  dx
6
0, 2, 0   2 6 2
x 3
 
1, 0, 0  0
6
X
Maple : > Int (Int (x*(2-2*x-z)*sqrt(6), z = 0..2-2*x), x = 0..1) =
int (int (x*(2-2*x-z)*sqrt(6), z = 0..2-2*x), x = 0..1) ;
1 22 x
  6
  x ( 22 x z ) 6 dz dx 
  6
0 0 > with(plots):implicitplot3d
(y =2-2*x-z, x = 0..1, y = 0..2, z = 0..2,
numpoints = 5000) ;

Z y z
c) Projeção sobre YOZ : x  1  
0, 0, 2  2 2
1 1
 x y dS
S
  xy
4
  1 dA
4
S YZ

S YZ 2 2 y
6  y2 zy 
0 Y

2  
0 0


y 
2

2 
 dz dy
0, 2, 0 
1, 0, 0  6
  2 2y
X 6    1 1 
   y y 2 y z  6
   2 2  6
> Int (Int ((y-y^2/2-y*z/2)*sqrt(6)/2, z=0..2-y), y=0..2) =   dz dy
 
= int (int ((y-y^2/2-y*z/2)*sqrt(6)/2, z=0..2-y), y=0..2) ;   2 6
 
 
0 0

 x dS , sendo a superfície S o hemisfério superior de x  y  z  9 .


2 2 2 2
2. Calcular a integral de superfície
Z S

Resolução . Calculemos a integral, projetando a superfície no plano XOY :


 f  x, y, z   x 2 : função dada


 z  g  x, y    9  x 2  y 2 : superfície

Y
SXY 2
 z   z 
2

 x dS 
r        1  dA
2 2
x
S S XY
 x   y 
X 2 2
 x:  3  3 9  x2    
x  y
3
      1  dy dx
SXY :     x2
 9  x 2  y 2  

 y:  9  x  9  x
2 2 3  9  x2
    9   x2  y 2  

3 9  x2
x2  y 2  9   x2  y 2 
  
3 
x2
9   x2  y 2 
 dy dx
9x 2

3 9  x2
3
  
3 
x2 
9   x2  y 2 
 dy dx
9x 2
100
Aplicando o sistema de coordenadas polares :
2 3
3
  r cos 2   r dr d
2

  : 0  2

9  r2
SXY :  0 0
2 3
 r: 0  3
 r3
 3 
0 0 9r 2
cos 2  dr d

fazendo 9  r 2  u  du 
 r dr
9r 2  ur :: 03  30
2 0

 3   cos   9  u  du d
2 2

0 3
2 0
 u3 
  3  cos   9u  2
 d
0  3  3
2 2
 sen 2 
 54  cos  d  54    54  .
2

0  2 4  0
Maple :
> 3 * Int (Int (r^3*(cos(theta))^2 / sqrt(9-r^2), r = 0..3), theta = 0..2*Pi) =
= 3 * int (int (r^3*(cos(theta))^2 / sqrt(9-r^2), r = 0..3), theta = 0..2*Pi) ;
2 3
 
  3 2
  r cos(  )
3


 dr d54 

 
 9r
2
 
0 0

> plot3d (sqrt (9-x^2-y^2) ,


x = -3..3, y = - sqrt (9-x^2)..sqrt (9-x^2) ) ;

- Recomendamos ao leitor efetuar o cálculo da integral, considerando as outras duas projeções .

Problema 35, página 1117 do livro-texto, JS : Determinar o centro de massa do hemisfério x  y  z  a ,


2 2 2 2
3.
z  0 , sabendo-se que sua densidade é constante .
Z Resolução . Se o hemisfério tem densidade constante, sua massa é uniformemente dis-
tribuída :  (x, y, z) = k .
Deveremos, pois, calcular a massa m    x, y, z  dS e o mo- 
 z   x, y, z  dS do hemisfério para chegarmos ao
S
 a
G  0, 0,  mento MXY 
 2
S

SXY centro de massa  x, y, z  . Ora, já sabemos que as duas primeiras

 r Y coordenadas são nulas, pois, o eixo OZ é eixo de simetria da região he-


misférica . Resta, portanto, calcular z e o faremos na esteira do proble-
 f  x, y, z   x : função dada

X ma anterior : 2


 z  g  x, y    a 2   x 2  y 2  : superfície

Cálculo do centro de massa z :
2 a
Cálculo da massa m : a
MX Y
 k a2  r 2 .
a  r2
2
r dr d
z 
0 0
2
 z   z 
2

m   k dS   k       1 dA
 x   y 
m 2 a
m
S S XY
  k a r dr d k a3 2
2 a
k ar  0 0
 
2 k a2
  a r2 2
dr d   2 k  a2
a
m 2
0 0
 z 
2
101
4. Problema 36, página 1117 do livro-texto, JS : Determinar a massa de um funil fino com o formato do cone
z  g  x, y   x 2  y 2 , 1  z  4 , sendo sua função densidade   x, y, z   10  z .

Z Resolução . O funil tem densidade variável, sua massa não é uniformemente distribuída :

   x, y, z   10  z  10  x 2  y 2 : função dada

 z  g  x, y   x  y : superfície
2 2

superfície cônica Projetemos a superfície no plano XOY e apliquemos o sistema polar :
2x r cos 
de revolução g' x    cos  e g' y  sen 
2 x y 2 2 r

0
r Y
1 z  4  r :: 1042 2 4
e
2 2
g' x  g'y  1  2

 m    x, y, z  dS
S
 2   10  r  r dr d
0 1
2
X
 54 2 
0
d  m  108 2  .

5. Problema 37, página 1117 do livro-texto, JS :


a) Formular uma expressão integral para o momento de inércia I Z , em torno do eixo OZ, de uma folha fina no for-
mato de uma superfície S se a função densidade é  .
b) Determinar o momento de inércia I Z do funil do problema anterior .
Resolução . a) Já vimos que o momento de inércia de um sistema de partículas, em relação a um dado eixo t ,
n
é dado por I t  lim
n
m
i 1
i d i2 , sendo d i a distância de cada ponto ao eixo considerado .

IZ   d   x, y, z  dS ou   x  y 2    x, y, z  dS .
Portanto, 2 2
Z
S S

b) O momento de inércia I do funil será

 
Z
IZ    x  y 2    x, y, z  dS    x  y 2  10  x 2  y 2 dS
2 2

 y   10  
S S

   x x2  y 2
2 2
2 dA
S
2 4

   10 r  r 4  dr d
3
2
0 1

4329
 2 .
5
6. Problema 38, página 1117 do livro-texto, JS : A superfície cônica z 2  x 2  y 2 , 0  z  a , tem densidade
constante k . Determinar seu centro de gravidade e o momento de inércia em torno do eixo OZ .

Z Resolução . O cone tem densidade constante, sua massa é uniformemente distribuída :


   x, y, z   k : função dada

 z  g  x, y   x  y : superfície
2 2

 2a 
G 0 , 0 ,  . Projetemos a superfície no plano XOY e apliquemos o sistema polar :


 3 

0  z 2  x 2  y 2  a 2   : 0  2
superfície cônica 2 2
e g' x  g'y  1  2
de revolução r : 0a
= r²
A massa m da superfície cônica é dada por
0 Y

r m  k dS  k 2 dA 
S

S XY
2 a

X  2 k   r dr d m  2 k a 2 .

 
0 0
Também aqui, o centro de gravidade será 0 , 0 , z , pois, a densidade é constante . Então,
2 a

 k z dS   r dr d 2
2
MXY
2 k 2 k  a3
3 2a  2a 
z   S
 0 0
   G 0 , 0 ,  .
m m m 2 k a 2
3  3 
102
IZ    x  y 2    x, y, z  dS   r k dS   r
2 2 2
Momento de inércia : 2 k dA
S S S
2 a

  r dr d
3
2 k
0 0
2
 IZ  k  a4 .
Maple : 2
> sqrt (2) * k * Int ( Int ( r^3, r = 0..a ), theta = 0..2*Pi ) = Simulação : a = 3

= sqrt (2) * k * Int (Int ( r^3, r = 0..a ), theta = 0..2*Pi ) ;


2 a 4
  3 2ka 
 
2 k   r dr d > with (plots):implicitplot3d
  2 z = sqrt(x^2+y^2), x = -3..3,
0 0 y = -3..3, z = 0..3) ;

5.2. Integral de superfície de uma função vetorial .


Nas unidades anteriores vimos as integrais simples, duplas e triplas sendo definidas em regiões de
duas e três dimensões . Assim como estudamos as integrais de linha, atuando ao longo de curvas bi e tridimensionais, vimos
também a possibilidade de considerar uma outra modalidade de integral (integral de superfície) de uma função escalar, ope-
rando sobre uma dada superfície S , ocasião em que observamos o quanto a integral de uma superfície e a área dessa mesma
superfície guardam uma relação bastante semelhante àquela existente entre a integral de linha e o comprimento da curva .
Nos próximos parágrafos estudaremos essa mesma integral de superfície, porém aplicada a uma fun-
ção vetorial e, por via de consequência, os desdobramentos teóricos resultantes dessa análise nos conduzirão aos teoremas
de Gauss e de Stokes, pilares básicos do tratamento dos fluxos elétricos, mecânicos e magnéticos . Voltamos a repetir, o
encaminhamento de nosso curso estará sempre inclinado para raciocínios algébricos e geométricos, intuitivos e dedutivos,
perseguindo sempre os resultados práticos e compatíveis com os conceitos físicos e as disciplinas tecnológicas que compõem
o conteúdo programático dos cursos de engenharia .
Façamos algumas considerações sobre uma dada superfície plana S e sua projeção ortogonal S
sobre um outro plano :
n : vetor unitário normal ao plano 


n : vetor unitário normal ao plano 
 S
s: medida da área S

s : medida da área S 

Da Trigonometria, concluímos :
S
 s  s cos 
Apliquemos agora esses conceitos iniciais aos planos cartesianos :

Projeções ortogonais de uma área plana S sobre os planos coordenados :


Z n : vetor unitário do gradiente

Syz A área S está contida num plano normal ao vetor n


Convenções :
Sxz S ângulo formado por n e i : 
ângulo formado por n e j : 
ângulo formado por n e k : 
 s x y  s cos 
k 

Consequências :  s x z  s cos 
j Y
i 
 s
X
Sxy  y z  s cos 
103
Orientação convencional de uma superfície :
Seja S uma superfície aberta : A representação algébrica da superfície é
z = f (x, y) : forma explícita
F (x, y, z) = 0 : forma implícita

F : face positiva da superfície ( face voltada para o
P sentido do vetor gradiente da função, no ponto
S considerado P )

F : face negativa da superfície ( face voltada para o
sentido oposto do vetor gradiente da função, no
ponto considerado P )
Se S é uma superfície fechada :

F : face positiva da superfície é sua face externa


F : face negativa da superfície é sua face interna

Fluxo de um vetor : Seja S : f(x, y, z) = 0 uma superfície contínua de área s , de modo que
cada um de seus pontos P seja definido por um único vetor F .
F Apliquemos em P o vetor unitário n :
f
n  : vetor unitário do gradiente
 f
P
S

Definição 1 . Chama-se fluxo de F através da superfície S , no ponto P , o produto

 F  F n ds ,  
sendo  F  0 , se o sentido de F é de F  F

F  0 , se o sentido de F é de F  F

Advertência : Outra representação desse fluxo pode ser dada na forma F  F dS ,


onde F é um campo vetorial definido sobre uma superfície orientada S .
Poderemos então, a partir de agora, considerar equivalentes as duas expressões

Z F
 Integral de superfície de uma função vetorial .
S
ds A integral de superfície de uma função vetorial F,
através de uma superfície S , também denominada
fluxo F através de S , é definida por

k F    F
S

n ds , se S é aberta

j Y ou
F 
i
X  F   n ds , se S é fechada
d s x y  dx dy
S
104
Cálculo da integral de superfície . De acordo com a situação problemática apresentada, ana-
lisamos a conveniência da escolha de um dos três planos cartesianos XOY , XOZ ou YOZ onde projetar a superfície S
para desenvolver o cálculo da integral . Evidentemente, há situações em que a ocorrência de simetrias permite uma op-
ção aleatória por qualquer um desses planos ou por dois ou, ainda, por apenas um deles .

a) Projetando a superfície S sobre o plano XOY :


d s x y  ds cos   dx dy , pois n , k   
dx dy
Como n k  n k cos   cos   n k  cos   ds 
n k

  F  F n
Portanto,
S
n ds   n k
dx dy
S xy

b) Projetando a superfície S sobre o plano XOZ :


d s x z  ds cos   dx dz , pois n , j   
dx dz
Como n j  n j cos   cos   n j  cos   ds 
n j

  F  F n
Portanto,
S
n ds   n j
dx dz
S xz

  F  F n
c) Projetando a superfície S sobre o plano YOZ : Mutatis mutandis,
S
n ds   n i
dy dz
S yz

Aplicações elucidativas . A seguir, alguns exemplos ilustrativos :

1. Calcular a integral
  F 
n ds , sendo F  x i  y j  z k e a superfície S é o hemisfério superior
S x2  y 2  z 2  4 .
Z F
n
Resolução . S : x 2  y 2  z 2  4  z  f  x, y   4  x 2  y 2

ou f  x, y, z   x 2  y 2  z 2  4  0
f 2x i  2 y j  2z k F z
n     n k 
f 2 x y z
2 2 2 2 2
 r Y

 x, y, z   dx dy
  F    F  dx dy  2 dx dy
X
S
n ds  n
n k
    x, y, z  2
 z

  F
z
S XY S XY S XY
2
4
  4   x2  y 2 
dx dy
S XY

Cabe aqui a aplicação do sistema polar para integrais duplas :


2 2
4
 
0 0 4  r2
r dr d

 r dr
faz  se 4  r 2  v  dv  e v:2 0
4  r2
2 0 2

 4   dv d
0 2
 4 
0
 2 d  16  .

- Sugerimos ao leitor a resolução da integral, projetando a superfície nos outros dois planos coordenados,
devendo encontrar o mesmo resultado numérico .
105
2. Calcular o fluxo de F  x i  y j  z k através da superfície do plano 2x + 3y + z – 6 = 0 , no 1º. octante .
Z Resolução . Projetemos a superfície sobre o plano YOZ , por exemplo .
0, 0, 6  O domínio da região projeção será
F
n S yz :  zy:: 00  62  3y
f  x, y, z   2x  3 y  z  6  0
S yz f 2i  3 j  k 2
n    n i 
0 Y f 14 14
0, 2, 0  2x  3 y  z 6
F n  
X 14 14
 3, 0, 0  2 6 3 y 2
F n dz dy
Então,  F   dy dz  
6
0 14 2  3 0 6  3y  dy   F  18 .
S yz
n i 0
14
- Reiteramos a sugestão feita no problema anterior para encontrar, nos outros dois casos, o mesmo re-
sultado encontrado neste .

3. Calcular o fluxo de F  i  y j  xz k através da superfície S do cilindro parabólico x² - y = 0 , situado no


primeiro octante e limitado pelos planos z = 0, z = 3, x = 0 e y = 1 .
Z
0, 0, 3 Resolução . S : x 2  y  0  y  f  x, z   x 2

ou f  x, y, z   x 2  y  0
f 2x i  j 2 y
S yz n    n i 
f 4x  1
2
4y 1
Y
F   1
0
0, 1, 0  2x  y 2 yy n y
F n   
4x 2  1 4y 1 n i 2
1, 0, 0  
1
3 1  y  3
y3 
X Então,  F   F n
dy dz   1 

 dy dz 
  y  dz F 4 .
2  3 
S yz
n i 0 0   0   0
- Sugerimos ao leitor a resolução da integral projetando a superfície no plano XOZ , pois, se tentarmos
projetá-la no outro plano XOY , encontraremos apenas uma curva e esta inviabiliza o cálculo de uma
integral de superfície .

4. Problema 22, página 1117 do livro-texto, JS : Determinar o fluxo da função vetorial F  x i  y j  z4 k


através da superfície S : parte do cone z x2  y 2 abaixo do plano z = 1, com orientação para baixo .

Z Resolução .
S : x 2  y 2  z 2  0  z  f  x, z   x2  y 2
(plano z = 1) Consideremos a projeção da superfície cônica no plano XOY ,
pois, nos outros dois planos as projeções não são regulares :
superfície cônica f 2x i  2 y j  2z k 2z
de revolução n    n k 
f 4x 2  4 y 2  4z 2 2 x2  y 2  z 2
z

0 2 z
r Y
 
2
2
X 2  x2  y 2  z 5  z2  z5 
F n 
F n   
2
 z  z4     z  z4
2 x2  y 2  z 2 2z 2 n k
106
Levando em conta a orientação negativa recomendada e a pertinência do sistema polar
essa situação, teremos :
z x2  y 2  r  para
2 2 1
1
 r3 r6  
    r  r  r dr d
F n
F    dx dy   4
     d 
S xy
n k 0 0 0  3 6  0
3

5. Uma carga elétrica positiva pontual q situa-se na origem de coordenadas e gera um campo vetorial que, segundo a
Lei de Coulomb , em cada ponto do espaço existe o vetor força
q
F  x, y, z   k 3
r , k constante ,
r
sendo r  x i  y j  z k o vetor dirigido ao longo da superfície e r a distância de cada ponto à origem .
Mostrar que o fluxo do campo vetorial através de uma superfície esférica de raio R e centro na origem é 4  k q .
q
Demonstração . F  x, y, z   k 3
r , k constante ,
r
r  x i  y j  zk
S : superefície esférica de centro na origem e raio R = r
r Então, o fluxo será calculado como segue :
 
 F    F 
n dS  
k
 2
q
n  dS

r
S S  r r 
 
 
kq r
 2 S  r n  dS
r  
r
Os vetores e n são unitários e de mesma direção, pois, a superfície é esférica :
r kq
 2  1 dS
r S

 4  R 2 : área da superfície esférica

  F  4 k q .
Em tempo : Se quisermos ajustar essas operações aos padrões das resoluções anteriores, basta seguir o roteiro
f  x, y, z   x 2  y 2  z 2  R 2  0
2
S : x2  y 2  z 2  R2  r 
 r

f 2x i  2 y j  2z k x i  y j  zk r z
n      n k 
f 4x 2  4 y 2  4z 2 x2  y 2  z 2 r r
  r
2

F n  k q
r
r
 kq 
kq

F n

kq
 3  4 2
R2  x2  y 2
 r  r r r n k r
 
Cálculo do fluxo no hemisfério superior :
 
 F    F  k q n
kq r
n dS 
r
  2
r 
r
 
S S

kq dx dy k q 2 R r dr d

r

S R  x2  y 2
2

r 0   0
R2  r 2
R 2  r 2  v  dv 
2r dr
2 R2  r 2
 r: 0  R
v: R  0
kq 2 R

r 0   0
dv d Haja vista a simetria existente entre as regiões hemisféricas, o
fluxo no hemisfério inferior também apresentará o mesmo re-
2 R k q sultado e, portanto, o fluxo total do campo através da super-
  2 k q
r
fície esférica será
 total F  4  k q .
107
6. Problema 42, página 1117 do livro-texto, JS : Utilizar a Lei de Gauss para calcular a carga dentro de um cubo com
vértices   1,  1,  1  , se o campo elétrico é E  x, y, z   x i  y j  z k .

Z
Resolução . A Lei de Gauss (da eletrostática) diz : “A carga contida numa super-
fície S é Q   0 
E d S , onde  é a constante de permissivi- 0
0, 0, 1 S
dade do espaço livre e E é um campo elétrico .”
 1, 0, 0 
Y
F  E  x, y, z   x i  y j  z k , Q   0  F  
n dS
S
0,  1, 0  0 0, 1, 0   f
1, 0, 0  n  k  n k 1
S1 : z  1  f  x, y, z   z  1 :  f

0, 0,  1 F n z
 
1 1 1 1
X Q1   0  E d S   0  F
S S
n dS   0 
1 1
  z  1 dx dy   0  1 1
 dx dy  4 0

 f
n     k  n k 1
S2 : z  1  f  x, y, z   z  1 :  f

F n   z
 
1 1 1 1
Q 2   0  E d S   0  F n dS   0 
S S 1 1
   z   1  dx dy  0 
1 1
 dx dy  4 0

Repetindo as operações com as outras quatro faces, encontraremos :


Q 3  Q 4  Q 5  Q6  4 0  Q total  24  0 .

7. Problema 44, página 1117 do livro-texto, JS : A temperatura em um ponto de uma esfera com condutividade k é in-
versamente proporcional à distância ao centro da esfera . Determinar a taxa de transmissão de calor através dessa su-
perfície esférica S de raio R = a e centro na origem do sistema de coordenadas .
Resolução . O fluxo de calor é definido como o campo vetorial F   k  u , onde k é a constante de conduti-
vidade térmica da substância e  u é um campo de temperatura . A Lei do fluxo de calor (Fourier)
declara : “A taxa de fluxo de calor através de uma superfície S é dada pela integral de superfície

 F dS   F n dS   k   u d S ."
S S S - Ver página 1102 do JS – 4ª. edição
c
Portanto, u  x, y, z   , pois, neste problema, a temperatura é inversamente pro-
x  y2  z2
2
porcional à distância ao centro da esfera .
 
cx i cy j cz k
F   k  u   k    
 x2  y 2  z 2
3
x2  y 2  z 2
3
x2  y 2  z 2
3

 

kc
3
kc

x i  y j  zk  3 x i  y j  zk
a
  
x2  y 2  z 2
Como se trata da superfície esférica f  x, y, z   x  y  z  a , seu vetor normal unitário é
2 2 2 2

n 
f


2 x i  y j  zk  e F n 
k ca2

kc

f
3
2a aa a2
Então, a taxa de transferência de calor através da superfície esférica será :

  F  kc kc
 F
S
dS 
S
n dS 
a2  d S
S

a 2
 4  a2   F
S
d S  4 k c .

- Observemos a exuberante analogia do resultado encontrado ( fluxo térmico) com a expressão do


fluxo elétrico analisado na aplicação 5 da página anterior .
108
5.3. Teorema de Gauss .
Também denominado Teorema da divergência ou, como preferem alguns autores europeus, Teorema de
Ostrogradsky (1801-1862, matemático russo que o publicou em 1826) , tal teorema estabelece o fluxo de um campo veto-
rial sobre uma superfície fechada S que atua como fronteira de uma região tridimensional R .
Essa tal superfície fechada S pode ser uma superfície esférica, um elipsoide, um tetraedro, um cubo ou
qualquer superfície fechada mais complicada . O teorema é demonstrável para quaisquer situações que sejam compatíveis
com as restrições impostas para sua aplicabilidade : admitir integrais triplas em R , admitir integrais de superfície em S ,
orientação convencional positiva para S . Todavia, o aprofundamento teórico exigido para tanto nos leva a omitir sua de-
monstração para o caso genérico, porém nos acende o interesse em apresentá-la apenas para aquelas regiões cuja natureza
recaia nos moldes geométricos de maior utilidade em nosso curso e que já tenham sido objeto de nossos estudos .

Seja R uma região em três dimensões, delimitada por uma superfície S , e denotemos
por n o vetor normal unitário exterior a S , em (x, y, z) . Se F é uma função vetorial dotada de de-
rivadas parciais contínuas em R , então


S
F n dS   
R
F dV ou 
S
F dS   div F
R
dV

isto é, o fluxo de F sobre S é igual à integral tripla da divergência de F sobre R .

Demonstração . A demonstração mais encontrada nos textos de Cálculo compatibiliza-se in-


teiramente com a apresentada pelo nosso autor, J S , página 1111, 4ª. edição :
Seja F  f  x, y, z  i  g  x, y, z  j  h  x, y, z  k .
f g h
Então, div F   
x y z

f g h

R
div F d V  
R
x
dV  
R
y
dV  
R
z
dV

 F d S  
 F n dS   f i  g j  h k n dS 
S S S

  f
S
i n dS   g j n dS   h k
S S
n dS

Para arrematar a demonstração, basta mostrar a veracidade das três relações


f
 f
S
i n dS   x dV
R

g
 g
S
j n dS   R
y
dV

h
 h k
S
n dS   R
z
dV

- Observe que a sequência dos lances de demonstração guarda uma esmerada analogia com a do Teorema
de Green . Portanto, seguindo o roteiro do livro-texto, chegaremos ao desfecho final .
Z
Exemplos ilustrativos :
0, 0, 1
 1, 0, 0  1. Aplicar o teorema da divergência para calcular  F n dS , sendo
F  y sen x i  y 2 z j   x  3z  k e S é a superfície da região delimitada
S

pelos planos x   1 , y   1 e z   1 .
0,  1, 0  0 0, 1, 0  Y
Resolução :
  
1, 0, 0  
  i  j  k
 x y z   F  y cos x  2 yz  3
0, 0,  1

 F  y sen x i  y 2
z j   x  3z  k
e S é uma superfície cúbica de aresta 2 , centro na origem .
X
109
1 1 1
Então,
 
R
F dV      y cos x  2 yz  3  dz dy dx
1 1 1
1 1

   yz cos x  yz  3z 
1
 2
dy dx
1
1 1
1 1 1

 2 y cos x  6  dy dx   y cos x  6 y 
1
 
2
dx
1
1 1 1
1
  12 dx
1
   F dV  24
R
Significado físico : Taxa de variação do fluxo que sai (sen-
tido para fora : + 24 u³/t ), com a velocidade F : fonte .

Maple : > restart : with (linalg) : with (plots) :


2
> vf:= [ y*sin(x), y^2*z, x+3*z ] ; #Campo vetorial : vf := [ y sin( x ), y z, x 3 z ]
> vF:= (x,y,z) -> [ y*sin(x), y^2*z, x+3*z ] ; #Fluxo de F
(função vetorial) sobre a superfície S :
2
vF := ( x , y, z )[ y sin( x ), y z, x 3 z ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=-2..2, y=-2..2, z=-2..2 ) :
#Plotagem do campo vetorial F :
> G:= plot3d ({-1,1}, x=-1..1, y=-1..1) : #Plotagem da
superfície S :
> display3d ({F,G}) ; #Plotagens simultâneas :
> Int (Int (Int (diverge(vF(x,y,z), [x,y,z]), z=-1..1), y=-1..1), x=-1..1) ;
1 1 1
  
   3y cos( x )2 y z dz dy dx
   > value(%) ; 24
-1 -1 -1

2. Determinar o fluxo de F  x i  y j  z k através da superfície do plano 2x + 3y + z – 6 = 0 , no 1º. octante .


Resolução : Mostremos a resolução do problema 2, página 105, por meio do teorema de Gauss .
 F  xi  y j  z k

 S : 2x  3 y  z  6  0 ou x  y  z  1 : plano inclinado

 3 2 6
  x   y   z 
 F     3 : divergência
x y z
F  
S
F n dS   
R
F dV
2
3 2 x 6  2 x 3 y
  
0 0
3
3 .dz .dy .dx
0
2
2
6  2x  3 y  .dy .dx
3 x
 3  3
0 0
Maple :  2
3 
> restart : with (linalg) : with (plots) :  3   x  4x  6  .dx 2

 3
0

> vf:= [ x,y,z ] ; vf := [ x , y, z ]  3  6  18  18    F  18 .
> vF:= ( x,y,z ) -> [ x,y,z ] ;
vF := ( x , y, z )[ x , y, z ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=0..3, y=0..2, z=0..6 ) :
> G:= plot3d ( 6-2*x-3*y, x=0..3, y=0..2-2/3*x ) :
> display 3d ( { F,G } ) ;
> int (int (int (diverge ( vF(x,y,z), [x,y,z] ),
z = 0..6-2*x-3*y ), y = 0..2-2/3*x ), x = 0..3 ) ; 18
110
2 2 2
3. Determinar o fluxo de F  yz i  xz j  xy k , sendo S a superfície x 3
y 3
z 3
 1 (astroide) .
Resolução :   yz    xz    xy 
 F     0
x y z


S
F n dS    R
F dV

  0 dV
R

 0 . Conclusão : A taxa de variação do fluxo é nula e, portanto, o campo de


velocidade F , na superfície asteróidica, é solenoidal .

Maple : > vf:= [ y*z, x*z, x*y ] ; #Campo vetorial : vf := [ y z, x z, x y ]


> vF:= (x,y,z) -> [ y*z, x*z, x*y ] ; #Fluxo de F
(função vetorial) sobre a superfície S :
vF := ( x , y, z )[ y z, x z, y x ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=-1..1, y=-1..1, z=-1..1 ) :
#Plotagem do campo vetorial F :
> G:= plot3d ({-sqrt(1-x^(2/3)-y^(2/3))^3, sqrt(1-x^(2/3)-y^(2/3))^3},
y = -1..1, x=-1..1) : #Plotagem da superfície S :
> display3d ({F,G}) ; #Plotagens simultâneas :
> Int (Int (Int (diverge(vF(x,y,z), [x,y,z]), z = -sqrt(1-x^(2/3)-y^(2/3))^3 . . sqrt(1-x^(2/3) -
3 - y^(2/3))^3), y = -1..1), x = -1..1) ;

 

2
 2 2
 
   
 


  
3 3
1 1  1x y 
   > value(%) ; 0
   0 dz dy dx
  
-1 -1 3

 

2
 2 2
 
 
 
 


 3 3
 1x y 

4. Calcular a integral de superfície  F


S
n dS , sendo F  y 3 e z i  xy j  x arctg y k e S é a superfície
da região delimitada pelos planos coordenados e o plano x + y + z = 1 . Z
Resolução : Aplicando o teorema de Gauss, teremos 0, 0, 1

S
F n dS   
R
F dV

   x dV
R
0 Y
1 x 1 x  y
0, 1, 0 
1
   0 0  0
 x dz dy dx

1, 0, 0   x :0 1
  x  x  xy  dy dx
1 1 x
X 
 2
R :  y: 0  1 x
0 0
 z : 0  1 x  y

 x31 x
  0   2  x  2  dx
2

1 div F  0 :
x4 x3 x2 1 P(x, y, z) é um sor-
 
8

3

4 0
 
S
F n dS  
24
 vedouro ou poço .
111
3 z
Maple : > vf:= [ y^3*exp(z), - x*y, x*arctan(y) ] ; vf := [ y e , x y, x arctan( y ) ]
> vF:= (x,y,z) -> [ y^3*exp(z), -x*y, x*arctan(y) ] ;
3 z
vF := ( x , y, z )[ y e , y x , x arctan( y ) ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=0..1, y=0..1, z=0..1 ) :
> G:= plot3d ({0, 1-x-y}, y=0..1-x, x=0..1) :
> display3d ({F,G}) ;
> Int (Int (Int (diverge( vF(x,y,z), [x,y,z] ),
z=0..1-x-y), y=0..1-x), x=0..1) ;
1 1x 1x y
   -1
    x d z dy d x > value(%) ;
   24
0 0 0

5. 
Calcular o fluxo de F  x  sen yz i  y  xe
2
  z
j z 2
k , sendo S a superfície da região limitada pelos
planos x + z = 2 , z = 0 e o cilindro x² + y² = 4 .
Resolução :
Z
 F  2x  2z  1 e 
S
F n dS   
V
F dV    2x  2z  1 dV
V
Em coordenadas cilíndricas, a região V será expressa por
  : 0  2

V :  r : 0 2
0, 0, 2   z : 0  2  x  2  r cos 

0 Y 
S
F n dS    2x  2z  1 dV
V
r 0, 2, 0  2 2 2  r cos 
 2r cos   2z  1 r dz dr d
    
0 0 0
 2, 0, 0     r cos   r cos   6r  dr d
2 2
 3 2 2

X 0 0
 
2 8 
   12  3 cos   4 cos   d
2
0
2
8  sen 2 
 12  sen  4   
3  2 4  0
 20  .

Maple :
> vf:= [ x^2+sin(y*z), y-x*exp(-z), z^2 ] ;
2 ( z ) 2
vf := [ x sin( y z ), yx e ,z ]
> vF:= (x,y,z) -> [ x^2+sin(y*z), y-x*exp(-z), z^2 ] ;
> with (plots) : implicitplot3d 2 ( z ) 2
( {r=2, z = 2-r*cos(theta) }, vF := ( x , y, z )[ x sin( y z ), yx e ,z ]
r = 0..2, theta = 0..2*Pi, z = 0..4, > F:= fieldplot3d ( vf, x=-3..3, y=-3..3, z=0..3 ) :
coords = cylindrical,
numpoints =1 000) ; > G:= plot3d ({0, 2-x}, y=-sqrt(4-x^2)..sqrt(4-x^2), x=-2..2) :
> display3d ({F,G}) ;
> Int (Int (Int (diverge( vF(x,y,z), [x,y,z] ),
z=0..2-x), y=-sqrt(4-x^2)..sqrt(4-x^2)), x=-2..2) ;
2
2 4x 2x
  
   12 x 2 z dz dy dx
  
-2 2 0
 4x
> value (%) ; 20 
> evalf (%, 5) ; 62.832
112
- Poderíamos ainda utilizar um outro discurso sintático :
2 ( z ) 2
> F:= [x^2+sin(y*z), y-x*exp(-z), z^2] ; F := [ x sin( y z ), yx e ,z ]
> divF:= diverge (F, [x,y,z]) ; divF := 12 x 2 z
> Int(Int(Int (diverge(vF(x,y,z), [x,y,z]), z=0..2-x), y=-sqrt(4-x^2)..sqrt(4-x^2)), x=-2..2) =
= int(int(int (diverge(vF(x,y,z), [x,y,z]), z=0..2-x), y=-sqrt(4-x^2)..sqrt(4-x^2)), x=-2..2) ;

2
2 4x 2x
  
   12 x 2 z dz dy dx 20 
  
-2 2 0
 4x
> divF:= subs(x=r*cos(theta), y=r*sin(theta), z=z, divF) ;
# Se quisermos utilizar as coordenadas cilíndricas

> Int (Int (Int (r*divF, z=0..2-r*cos(theta)), theta=0..2*Pi), r=0..2) =


= int (int (int (r*divF, z=0..2-r*cos(theta)), theta=0..2*Pi), r=0..2) ;
2 2  2r cos(  )
  
   r ( 12 r cos(  )2 z ) dz d dr20 
  
0 0 0
- Se quisermos visualizar a plotagem vetorial da região, teremos :

> vf:= [x^2+sin(y*z), y-x*exp(-x), z^2 ] ;


2 ( x ) 2
vf := [ x sin( y z ), yx e ,z ]
> vF:= (x, y, z) -> [x^2+sin(y*z), y-x*exp(-x), z^2 ] ;
2 ( x ) 2
vF := ( x , y, z )[ x sin( y z ), yx e ,z ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=-2..2, y=-2..2, z=0..2 ) :

> G:= plot3d ({0, 2-x}, y=-sqrt(4-x^2)..sqrt(4-x^2),


x=-2..2) :
> display3d ({F,G}) ;

6. Verificar o teorema da divergência (de Gauss), calculando a integral de superfície e a integral tripla, confrontando as
tarefas e os resultados : F  x i  y j  z k e S : esfera x 2  y 2  z 2  4 .
Resolução : O cálculo dessa integral de superfície (fluxo) já foi feito na resolução da 1ª. aplicação, na página 100
desta unidade . Naquela ocasião encontramos o valor 16  para o hemisfério superior .
Considerando n uma normal unitária para o hemisfério inferior de S , encontraremos o mesmo valor,
graças à simetria existente entre as duas regiões hemisféricas de centro na origem . Portanto, o fluxo


total será
 total  F n dS  32  . Confrontemos tal resultado com a integral tripla :
S
  : 0  2

 F  111  3 e R:   : 0  
Z F  :02

n
coordenadas esféricas
P, , 
 2  2

  
R
F dV    
0 0 0
3  2 sen  d  d  d
2 
  sen  d d
0  8
0 0
 Y  2 
 8   cos  d 0
0
 2
X  16  d
0
 32  .
- São notórias as vantagens oferecidas pelas vias da integração tripla .
113
Maple : > vf:= [ x, y, z ] ; vf := [ x , y, z ]
> vF:= (x, y, z) -> [x, y, z] ; vF := ( x , y, z )[ x , y, z ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=-3..3, y=-3..3, z=-3..3 ) :
> G:= plot3d ({-sqrt(4-x^2-y^2), sqrt(4-x^2-y^2)},
y=-sqrt(4-x^2)..sqrt(4-x^2), x=-2..2) :
> display3d ({F,G}) ;

> Int (Int (Int (diverge ( vF(x,y,z), [x,y,z] ),


z =-sqrt (4-x^2-y^2)..sqrt(4-x^2-y^2) ),
y =-sqrt (4-x^2)..sqrt(4-x^2) ),
x =-2..2 ) ;

2 2 2
2 4x 4x y
  
   3 dz d y dx > value (%) ; 32 
  
-2 2 2 2 100.531
 4x  4x y > evalf (%, 6) ;

7. Problema 42, página 1117 do livro-texto, JS : Utilizar a Lei de Gauss para calcular a carga dentro de um cubo com
vértices   1,  1,  1  , se o campo elétrico é E  x, y, z   x i  y j  z k .
Z Resolução . Na página 103 deste compêndio, o problema já foi resolvido pelo proces-
so convencional de cálculo da integral de superfície. Mostremos agora a
resolução por meio do teorema da divergência :
0, 0, 1
 1, 0, 0 
F  E  x, y, z   x i  y j  z k , Q   0  F 
n dS
Então, Q   0
 E 
d S   0  E n dS  S

Y S S

0,  1, 0  0, 1, 0 
 
0
1, 0, 0    0   E dV
V

0, 0,  1 1 1 1

X
 0    3 dx dy dz
1 1 1
 Q  24  0 .

Maple : > vf:= [ x, y, z ] ; vf := [ x , y, z ]


> vF:= (x,y,z) -> [ x, y, z ] ; vF := ( x , y, z )[ x , y, z ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=-1..1, y=-1..1, z=-1..1 ) :
> G:= plot3d ({-1, 1}, y=-1..1, x=-1..1) :
> display3d ({F,G}) ;
> Int (Int (Int (diverge( vF(x,y,z), [x,y,z] ),
z=-1..1), y=-1..1), x=-1..1) ;
1 1 1
  
   3 d z dy dx > value (%) ; 24
  
-1 -1 -1
- Como a carga Q é dada por Q   0  F n dS , resulta : Q  24  0 .
S

8. Problema 44, página 1117 do livro-texto, JS : A temperatura em um ponto de uma esfera com condutividade k é
inversamente proporcional à distância ao centro da esfera . Determinar a taxa de transmissão de calor através dessa
superfície esférica S de raio R = a e centro na origem do sistema de coordenadas .
Resolução . Também já foi resolvido na página 103 . Apliquemos o teorema da divergência :
F   k u ,
u  x, y, z  
c
x2  y 2  z 2
 F 
kc
a3

x i  y j  zk  e  F 
3k c
a3
114
3k c 3 k c 4  a3
A taxa de transmissão de calor será 
R
 F dV 
a3  R
dV 
a3

3
 4 k c .

volume da
esfera de raio a
- Se quiséssemos resolver a integral acima, bastaria apelar para as coordenadas esféricas :

  : 0  2
 2  a 4  a3
R:   : 0    dV      2 sen  d  d d   
  :0  a
 3
0 0 0
R

Problema 10, página 1129 do livro-texto, JS : Calcular o fluxo de F  x, y, z   x y i  x y j  x y z k ,


3 2 2 2
9.
sendo S a superfície do sólido limitado pelo hiperboloide x 2  y 2  z 2  1 e pelos planos z = - 2 e z = 2 .

Resolução . div F   F  3x2 y  2x2 y  x 2 y  0


Então,  div F dV
R
  0 dV
R
 0. Portanto, F é um campo vetorial solenoidal .

10. Calcular o fluxo de F  x, y, z   y i  2xz j  z k através da superfície S limitada pelo cilindro x² + y² - 2y = 0,


pelo cone z² - x² - y² = 0 e pelo plano z = 0 , situada na região z  0 .
Z  : 0  

 F  1 e R:  r : 0  2 sen 
z :0r

 2 sen r
 F
S
n dS   dV
R
  
0 0  0
r dz dr d
 2 sen
   r dr d
2
0 0
8 
3 
 sen  d 3
0

8  cos 3  
   cos  
3  3  0
0
32
 
 r 9
X

Maple : > vf:= [ y, 2*x*z, z ] ; vf := [ y, 2 x z, z ]


> vF:= (x, y, z) -> [y, 2*x*z, z] ; vF := ( x , y, z )[ y, 2 x z, z ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=0..2, y=-1..1, z=0..3 ) :
> G:= plot3d ({0, sqrt(x^2+y^2)}, y=1-sqrt(1-x^2)..1+sqrt(1-x^2), x=-1..1) :
> display3d ({F,G}) ;

> Int (Int (Int (diverge( vF(x,y,z), [x,y,z] ),


z =0..sqrt(x^2+y^2)), y =1-sqrt(1-x^2)..1+sqrt(1-x^2)),
x =-1..1) ;
2 2 2
1 1 1x x y
  
   1 dz d y dx
  
-1 2 0
1 1x
115
1
1 1 1x
2 2
x y
2 
> value (%) ;  22 1x
2
22 1x
2
1x
2
   
   1 dz dy dx   
    2 2
-1 2 0 
1 1x 
-1
2 2 2
1 2 2 2 22 1x 22 1x 1x
 x ln( 1 1x  22 1x ) 
2 2 2
1 2 2 2
 x ln( 1 1x  22 1x ) dx
2

- Para desfazer esse imbróglio, utilizaremos as coordenadas cilíndricas na região D :


 x: 1  1  : 0 
 
D cart  y: 1 1 x  1
2
1 x 2 D cil  r : 0  2 cos 
 z: 0  x2  y2  z: 0  r

e escrevemos a integral no novo sistema :

> Int ( Int ( Int (1*r, z=0..r), r=0..2*sin (theta)), theta=0..Pi ) ;


 2 sin(  ) r
   32
   r dz dr d  > value (%) ; > evalf (%, 3) ; 3.56
   9
0 0 0

11. Problema 23, página 1130 do livro-texto, JS : Se a é um vetor constante, provar que  a n dS  0 .
Hip . a  c i  c j  c k S

Demonstração .
 a n dS    a dV
Tese .  a n dS  0 S R
 c c c 
   x  y  z  dV  0.
S

R
0

12. Problema 24, página 1130 do livro-texto, JS :


1
Se F  x, y, z   x i  y j  z k , provar que V  R   F n dS .
3 S
Hipótese
Tese
Demonstração . O volume V(R) é dado por V  R    dV .
R
De acordo com o teorema da divergência , podemos escrever :
1 1 x y z
3  F
S
n dS 
3  
R
F dV e, como  F   
x y z
 3 , resulta :
1
  3 dV   dV  V  R .
3 R R

13. Problema 25, página 1130 do livro-texto, JS : Supondo que R e S satisfaçam as condições do teorema da diver-
gência e que as funções escalares e componentes do campo vetorial tenham derivadas parciais de segunda ordem
contínuas, provar que

rot F d S  0 .
S

Demonstração .  rot F
S
dS    rot F
S

n dS    
R
rot F dV 
       F   dV
R

  0 dV  0
R ( pois ,  e  F são ortogonais )
116
14. Problema 29, página 1130 do livro-texto, JS : Supondo que R e S satisfaçam as condições do teorema da diver-
gência e que f seja uma função escalar com derivadas parciais contínuas, provar que


S
f n dS    f
R
dV .

Essa superfície e a integral tripla da função vetorial são vetores definidos integrando cada função componente .
Sugestão : Comece aplicando o teorema da divergência a F  f c , onde c é um vetor constante arbitrário .

Demonstração . Atendendo à recomendação de aplicar o teorema de Gauss a f c , sendo c  c i  j  k  :


  f c 
S
n dS     f c  dV
R
.

Mas, de acordo com as propriedades do produto escalar de dois vetores, podemos escrever
    f c    f c 
 fc
f c n  c f n e  f c  x y z
 f f f   c c c 
 c  c  c    f f f 
 x y z   x y z 
 c f 0

 c f
Então,
 c  f n  dS
S
  c  f  dV
R
e, como c é um vetor constante, resulta

c 
S
f n dS  c   f dV
R
ou 
S
f n dS    f dV
R
.

15. Problema 30, página 1130 do JS : Um sólido ocupa a região R com superfície S e está imerso num líquido com den-
sidade constante  . Consideremos um sistema de coordenadas onde o plano XOY coincida com a superfície do líqui-
do e valores positivos de z sejam medidos para baixo, entrando para dentro do líquido . Então a pressão na profundi-
dade z é p =  g z , onde g é a aceleração da gravidade. A força de empuxo total sobre o sólido, devida à distribuição
de pressão, é dada pela integral de superfície F  

 n dS onde n é o vetor normal apontando para fora .
S
Utilizar o resultado do problema anterior para mostrar que F   W k ,sendo W o peso do líquido deslocado pelo
sólido ( F é direcionado para baixo porque z está direcionado para baixo ) .
Demonstração . De acordo com a tese da proposição anterior, podemos escrever :
F   
S
p n dS     p dV
R
      g z  dV
R

   m 
    g k
R
dV    g   dV  k    g VR k   
 R   VR
g VR  k   W k .

 W : força peso
Princípio de Arquimedes : A força de empuxo sobre o corpo é igual ao peso do líquido deslocado .

16. Uma carga elétrica positiva pontual q situa-se na origem de coordenadas e gera um campo vetorial que, segundo a
q
Lei de Coulomb , em cada ponto do espaço existe o vetor força F  x, y, z   k 3
r , k constante , sendo
r
r  x i  y j  z k o vetor dirigido ao longo da superfície e r a distância de cada ponto à origem .
Mostrar que o fluxo do campo vetorial através de uma superfície esférica de raio R e centro na origem é 4  k q .
Resolução . Mostremos ainda a resolução do problema 5, página 102, por meio do teorema de Gauss :
Ora, sendo a divergência  F  3 k q e a superfície esférica, apliquemos o sistema de coordenadas
3
esféricas : r
2  R 3kq R 3 3kq 2 
F    
0 0 0 3
  2 sen  .d  .d .d 
3
 3
   sen  .d
0 0
r r
 2
 kq   cos   0
 d
0
 2kq .2
  F  4 kq .
117
17. A figura mostra o escoamento de um líquido para fora do condutor cilíndrico, com a velocidade
v  x, y, z   n x 2  y 2 i   y  1 j  2 k .
Determinar a taxa de variação desse escoamento, sendo a superfície S do condutor limitada por
x2  y 2  4 e 0z4 .
- Utilizar o sistema MKS e lembrar que a taxa de variação solicitada (volume do líquido que escoa, por unidade
de tempo) significa, numericamente, o fluxo do campo de velocidade v através da superfície cilíndrica S .
X Resolução : Aplicando o teorema de Gauss, teremos
dv
 v  
(2, 0, 0)
 v  n dS  v dV
 dt S R
(0, 0, 4) v
r
Z
0
(0, 2, 0)

Y
  : 0  2
R :  r :0  2
 z : 0  4
coordenadas cilíndricas

Maple :
> Int (Int (Int (x/(x^2+y^2)+1, z = 0..4), y = -sqrt (4-x^2)..sqrt (4-x^2) ), x = -2..2 ) =
= int (int (int (x/(x^2+y^2)+1, z = 0..4), y = -sqrt (4-x^2)..sqrt (4-x^2) ), x = -2..2 ) ;

2
2 4x 4
  
   x
   1 dz dy dx 16 
  

    2
 x y 2
  
-2 2 0
 4x

> plot3d (x/(x^2+y^2) +1, x = -2..2, y = - sqrt (4-x^2)..sqrt (4-x^2) ;


118
5.4. Teorema de Stokes .
Trata-se de uma ampliação do Teorema de Green , vale dizer, estabelece uma relação entre uma integral
de superfície sobre uma dada superfície tridimensional S e uma integral em torno da curva tridimensional fechada C que
contorna a superfície S . Tal curva C denomina-se bordo ou contorno de S .
Podemos afirmar que o Teorema de Stokes transforma uma integral de linha numa integral de superfície e
vice-versa, sendo demonstrável para quaisquer situações que sejam compatíveis com as restrições impostas para sua aplicabi-
lidade : a superfície S deve ser contínua, orientada, e sua fronteira C deve ser simples, fechada, com orientação convencio-
nal positiva . Tendo em vista o envolvimento teórico extremamente avançado exigido pela demonstração genérica , optamos
por nos preocupar apenas com algumas de suas importantes aplicações .

Se a curva fronteira C delimita a superfície S , então

 C
F dr     F 
S
n dS
ou
 C
F dr    rot F 
S
n dS

A integral de linha do campo vetorial F , ao longo da curva fronteira C orientada positivamente,


é igual à integral de superfície do componente normal do rotacional de F sobre S .

Em tempo : O teorema de Green constitui uma particularidade do teorema de Stokes . Para mostrá-lo, basta apli-
car este último numa superfície S do plano XOY, por exemplo, situação em que n  k :

 F  n
 C
F dr   
S
 F  n dS   n k
dx dy
S XY

 F  k
  k k
dx dy
S XY

  C
F dr     F  k dx dy
S XY

- expressão vetorial rotacional do teorema de Green -

Comentário adicional : O teorema de Stokes nos propicia ensaiar uma interpretação física do rotacional de F .
Seja P o ponto central de um disco circular plano S , de raio R , e representemos por C a

   rot F 
rot F curva fronteira de S :
F dr  n dS
C
S   R2
n Se F representar um campo de velocidade de um fluido, a integral curvilínea
C
F dr 
representará sua circulação ao longo da curva C , ou seja, nos fornecerá a tendência média
do fluido circular ao longo da curva .
P R
No ponto P , a igualdade acima nos permite escrever

C 
 rot F  n   lim
1
 P R 0  R2  C
F dr ,
relação que nos informa acerca do movimento do fluido ao longo da curva circular C , quando o disco tende a reduzir-se
ao ponto P . Nesse caso, como rot F e n têm a mesma direção, a circulação ao longo da fronteira C adquire seu
valor máximo : rot F // n   rot F n  é máximo .
 P
O sistema de pás mecânicas giratórias ao lado é uma boa ilustração da situação proposta :
trata-se de um medidor de rotacional , onde um campo de velocidade atuando sobre as pás
faz com que a roda gire em torno de seu eixo . Se n é um vetor unitário dirigido segundo
o eixo de rotação, o movimento giratório das pás será mais rápido quando rot F // eixo .
n Eixo de rot F n  0 : as pás giram no sentido positivo (anti-horário)
rotação
rot F n  0 : giram no sentido negativo (horário)
Pás mecânicas rot F n  0 : a circulação é nula e as pás não giram (campo vetorial irrotacional)
119
Aplicações ilustrativas :

1. Analisar as propriedades rotacionais do campo vetorial F  m i  n j  p k , sendo m, n e p constantes dadas .


Análise : Todos os vetores do campo F têm o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido . Portanto, um
medidor de rotacional, inserido num ponto arbitrário desse campo, não acusará movimento giratório :
i j k
  
rot F   F   0  F é irrotacional .
x y z
m n p

2.    
Se F  x, y, z   y i  x  e z j  1  y e z k , mostrar que F é irrot acional .
Demonstração .
i j k
  
rot F   F   ez i  k  k ez i  0
x y z
y xez 1 ye z

3. Utilizar o teorema de Stokes para calcular


  rot F 
S
n dS , sendo F  x, y, z   y 2 i  z 2 j  x 2 k
e S é a superfície do plano x + y + z = 1 , no l°. octante .

Z Resolução . F  y 2 i  z 2 j  x2 k
0, 0, 1 S : x  y  z  1  f  x, y, z   x  y  z  1

f i  j k 1
n    n k 
f 3 3

i j k
0 Y
0, 1, 0    
 F    2z i  2x j  2 y k
x y z
X 1, 0, 0  y2 z2 x2
1

 2z  2x  2 y  2x  y  z
 F  n 
3

3
 
2
3

   F 
1 x 2 dy dx
 1  x  dx
1 1
Então,
S
n dS   
0 0

3 1
 2
0

3
1
 x2 
  2 x  
 2  0
 1 .

Observação . Se calcularmos por meio da integral de linha, teremos :  C


F dr   C
y 2 dx  z 2 dy  x 2 dz ,
 C 1 : y  x  1
sendo  xt
 x 0
 xt

 C 2 : z   y  1 , C 1 :  y  t  1 , 1  t  0, C 2 : y  t , 1  t  0, C 3 :  y  0 ,0 t 1 .
 C 3 : z   x  1 z 0
  z  t  1
  z  t  1

1 1 1
d r    t  1 dt    t  1 dt   t 2 dt    
0 0 1

A integral de linha total será F
2 2
 1 .
C 1 1 0 3 3 3
120
Maple : > restart: with(linalg): with(plots):
> vf:= [ y^2, z^2, x^2 ] ; #Campo vetorial dado :
2 2 2
vf := [ y , z , x ]
> surf:= [ x, y, 1-x-y ] ; #Superfície dada :
surf := [ x , y, 1x y ]
> rg:= [ x=0..1, y=0..1-x ] ; #Região considerada
na superfície dada :
rg := [ x 0 .. 1, y0 .. 1x ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=0..1, y=0..1, z=0..1 ) :
#Plotagem do campo vetorial :

> G:= plot3d (surf, x=0..1, y=0..1-x) :


#Plotagem da região considerada :

> display3d ({F,G}) ; #Plotagens simultâneas :

> N:= crossprod (diff(surf, x), diff(surf, y)) ; #Vetor normal : N := [ 1, 1, 1 ]


> n:= norm (%,2) ; #Norma de N: sqrt(1²+1²+1²)) : n := 3
N 3
> N1:= N/n ; #Vetor unitário do vetor normal : N1 :=
3
> rotvf:= curl (vf, [x,y,z]) ; #Rotacional do campo vetorial :
rotvf := [ 2 z, 2 x , 2 y ]
> rotvf:= subs (z=1-x-y, [-2*z, -2*x, -2*y]) ; #Tratar com 2 variáveis :
rotvf := [ 22 x 2 y, 2 x , 2 y ]
> Int (Int (dotprod (rotvf, N), y=0..1-x), x=0..1) ; #Integral resultante :
1 1x
 
  -2 dy dx > value (%) ; #Solução : -1
 
0 0

4. Problema 2, página 1122 do livro-texto, JS : Utilizar o teorema de Stokes para calcular  rot F d S , sendo
F  x, y, z   yz i  xz j  xy k e S a parte do paraboloide z = 9 – x² - y² que está acima do plano z = 5 ,
S

com orientação para cima .

S : z  9  x 2  y 2  f  x, y, z   x 2  y 2  z  9
Resolução . Z

0, 0, 9 
f 2x i  2 y j  k 1
n    n k 
f 3 3

i j k
  
 F    x  x i   y  y j   z  z  k  0
x y z
0 Y yz xz xy
0, 3, 0 
 F  n 
0
 0
 3, 0, 0  3
X
Então,
 rot F
S
dS   rot F
S
n dS   0 dS
S
 0.
121
- Resolvendo o problema por integral de linha, teremos :
z  5  9  x 2  y 2  5 ou C : x 2  y 2  4 : círculo de centro na origem e raio 2
Y
 C
F d r   C
yz dx  xz dy  xy dz
 x  2 cos   dx  2 sen d
r
 
 Parametrização : C :  y  2 sen   dy  2 cos  d , 0    2
 z5  dz  0
0 X  
2
 C
F d r   0
 20 sen 2 d  20 cos 2  d

  cos   sen   d
2
 20 2 2
0
 2
 20  cos 2 d
0
2
 sen 2 
 20  
 2  0
 0 .
Maple : > vf:= [ y*z, x*z, x*y ] ; vf := [ y z, x z, x y ]
2 2
> surf:= [ x, y, 9-x^2-y^2 ] ; surf := [ x , y, 9x y ]
> rg:= [ x=-3..3, y=-sqrt (9-x^2)..sqrt (9-x^2) ] ;

2 2
rg := [ x-3 .. 3, y 9x .. 9x ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=-3..3, y=-3..3, z=5..10 ) :
> G:= plot3d (surf, x=-3..3, y=-3..3) :
> display3d ({F,G}) ;
> N:= crossprod (diff(surf, x), diff(surf, y)) ; N := [ 2 x , 2 y, 1 ]

> n:= norm (%,2) ; 2 2


n := 14 x 4 y
N
> N1:= N/n ; N1 :=
2 2
14 x 4 y

> rotvf:= curl (vf, [x,y,z]) ; rotvf := [ 0, 0, 0 ]


> Int (Int (dotprod (rotvf, N), y=-sqrt(9-x^2)..sqrt(9-x^2)), x=-3..3) ;
2
3 9x
 
  0 d y dx > value (%) ; 0
 
-3 2
 9x

5. Problema 8, página 1122 do livro-texto, JS : Utilizar o teorema de Stokes para calcular


 C
F d r , sendo
F  x, y, z   e x
i  e j  e k e C a fronteira da parte do plano 2x + y + 2z = 2 , no 1°. octante .
x z

Resolução . F  x, y, z   e  x i  e x j  e z k
Z
S : 2x  y  2z  2  f  x, y, z   2x  y  2z  2
0, 0, 1
f 2 i  j  2k 2
n    n k 
f 3 3
i j k
  
 F   ex k
0 Y x y z
0, 2, 0  ex ex ez

X 1, 0, 0   F  n 
2 x
3
e
122
F  x, y, z   e  x i  e x j  e z k
S : 2x  y  2z  2  f  x, y, z   2x  y  2z  2

f 2 i  j  2k 2
n    n k 
f 3 3
i j k
  
 F   ex k
x y z
ex ex ez
 F  n 
2 x
3
e

   F 
1 22x 2 x dy dx
Então,
 C
F dr 
S
n dS   
0 0 3
e
2
1 22x
3
 2 e  dx e  dx   
x
1
x
 2x e x
 2
1
x
 xe x e dy dx
0 0 0 0
1 22x
    e y dx
x
( integração
 1 1 
 2   e x dx  0 x e dx 
0 0
por partes ) x

  2 e  2x e  dx
1
0
  e 1   x x
 por partes 

 
0
ux

du  dx  2 e  4  1,44 .
dv  e x dx v  ex
 2e  2  2e  2e  2
 2e  4

Maple :
( x ) x z
> vf:= [ exp(-x), exp(x), exp(z) ] ; vf := [ e,e ,e ]
 y
> surf:= [ x, y, 1-x-y/2 ] ; surf :=  x , y, 1x  
 2
> rg:= [ x = 0..1, y = 0..2-2*x ] ;
rg := [ x 0 .. 1, y0 .. 22 x ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=0..1, y=0..2, z=0..1 ) :
> G:= plot3d (surf, x=0..1, y=0..2-2*x) :
> display ({F,G}) ;

 1 
> N:= crossprod (diff(surf, x), diff(surf, y)) ; N :=  1, , 1 
3  2 
> n:= norm (%,2) ; n :=
2
2N
> N1:= N/n ; N1 :=
3
> rotvf:= curl (vf, [x,y,z]) ; x
rotvf := [ 0, 0, e ]
> Int (Int (dotprod (rotvf, N), y=0..2-2*x), x=0..1) ;
1 22 x
  x
  e dy dx > value (%) ; 2 e 4 > evalf (%, 3) ; 1.44
 
 
0 0
123
6. Problema 17, página 1122 do livro-texto, JS : Utilizando o teorema de Stokes, calcular o trabalho realizado pelo cam-
   
po de força F  x, y, z   x x  z 2 i  y y  x 2 j  z z  y 2 k quand o uma partícula se move sob sua in-  
fluência ao redor da borda da parte da esfera x 2  y 2  z 2  4 que está no primeiro octante, na direção anti-horária
quando vista de cima .
Resolução . F  x, y, z    x x  z 2  i   y y  x 2  j   z z  y 2  k
Z F S : x2  y 2  z 2  4  f  x, y, z   x 2  y 2  z 2  4
n
f 2x i  2 y j  2z k x i  y j zk z
n     n k 
f 2 x y z
2 2 2 2 2

Y i j k
 r
  
 F   2 y i  2z j  2x k
x y z
X x  z2
x
y  x2
y
z z  y2

2  xy  yz  xz 
 F  n 
2
 xy  y 4   x2  y 2   x 4   x2  y 2 


 xy  rr cos  dy  r cos d

Aplicando as coordenadas polares  :0    dx   r sen d , poderemos escrever :
 2  sen
 r: 02

W  C
F dr     F 
S
n dS

 r sen cos  r sen 



2 r dr d
   4  r 2  r cos  4  r2
2 2
0 0
4  r2
2

2  2r 2 
   0
2
0

 4  r2
sen cos   2r sen  2r cos   r dr d

 
 
2 2r 3 32
  0
2
0
4  r2
sen cos  dr d 
3  0
2 sen cos  d , após fazer :
 r dr
 4  r 2  u  du 
16

3  0
2 sen 2 d
 r 
4  r2

 dr  2   u 2  4  du
2 0

16  cos 2 

2
 0
 2r 2  
 2 
4r  2

 
    2   u 2  4  du
2
3  2  0 0
16 32
 
3
3
   
2 2
   
2 2
  0
2
0
2r sen r dr d    0
2
0
2r 2 sen  dr d 0
2
0
2r cos  r dr d 
0
2


0
2r 2 cos  dr d

16 16
  0
2
3
sen d   0
2
3
cos  d
 
16 16
   cos   0
2  sen 0
2
3 3
16 16
 
3 3
16 16 16
Portanto, o trabalho total realizado será W     W  16 J
3 3 3 ( sistema MKS )
124
x 2 y 2 z 2
Maple : > vf:= [ x^x+z^2, y^y+x^2, z^z+y^2 ] ; vf := [ x z , y x , z y ]

2 2
> surf:= [ x, y, sqrt(4-x^2-y^2) ] ; surf := [ x, y, 4x y ]
2
> rg:= [ x = 0..2, y = 0..sqrt(4-x^2) ] ; rg := [ x0 .. 2, y0 .. 4x ]

> F:= fieldplot3d ( vf, x=2..4, y=2..4, z=2..4 ) :


> G:= plot3d (surf, x=0..2, y=0..2) :
> display ({F,G}) ;

> N:= crossprod (diff(surf, x), diff(surf, y)) ;


 x y 
N :=  , , 1 
 2 2 2 2 
 4x y 4x y 

2 2
x y
> n:= norm (%,2) ; n := 1 
2 2 2 2
4x y 4x y

N
> N1:= N/n ; N1 :=
2 2
x y
1 
2 2 2 2
4x y 4x y

> rotvf:= curl ( vf, [x,y,z] ) ; rotvf := [ 2 y, 2 z, 2 x ]


> rotvf:= subs ( z=sqrt(4-x^2-y^2), [2*y,2*z,2*x] ) ;
2 2
rotvf := [ 2 y, 2 4x y , 2 x ]
> Int (Int (dotprod (rotvf, N), y=0..sqrt(4-x^2)), x=0..2) ;
2
2 4x
 
   
  x 2 2 y 
  2 y  2 4x y  2 x dy dx
 
   2 2   2 2 
   4x y   4x y 
0 0
> value (%) ; 16 - O trabalho total realizado é de 16 joules ( sistema MKS ) .

7. Sendo F  x, y, z   yz i  xy j  xz k e C é o quadrado de vértices (0, 0, 2), (1, 0, 2), (1, 1, 2) e (0, 1, 2) ,


utilizar o teorema de Stokes para calcular
 C
F dr .
Resolução . F  x, y, z   yz i  xy j  xz k
Z
S: z  2  n k  n k 1
0,0,2  0,1,2  i j k
  
1,0,2  1,1,2   F 
x y z
  y  2 j   y  2 k   F  n  y2
0 Y ( lembrar que z = 2 )
yz xy xz

   F     y  2  dx dy
1 1
Então,  C
F dr 
S
n dS 
0 0

  y  2  dy
1
X 
0
1
y2
  2y   1,5 .
2 0
125
Observação . Se desenvolvermos o cálculo por meio das integrais curvilíneas, teremos
xt
 x 1
 xt
 x 0

C1 :  y  0 , 0  t  1 C2 :  y  t , 0  t  1 C3 :  y  1 , 1  t  0 C4 :  y  t , 1  t  0
z2
 z2
 z2
 z2


1 0
teremos :
C
F dr   C1
0 dt   C2
t dt   C3
2 dt   C4
0 dt   0
t dt  
1
2 dt
1
t2
  2t   1,5 .
2 0

Maple : > vf:= [ y*z, x*y, x*z ] ; vf := [ y z, x y, x z ]


> surf:= [ x, y, 2 ] ; surf := [ x , y, 2 ]
> rg:= [ x = 0..1, y = 0..1, z=2 ] ;
rg := [ x 0 .. 1, y0 .. 1, z2 ]
> F:= fieldplot3d ( vf, x=0..1, y=0..1, z=2..4 ) :
> G:= plot3d (surf, x=0..1, y=0..1) :
> display ({F,G}) ;

> N:= crossprod (diff(surf, x), diff(surf, y)) ; N := [ 0, 0, 1 ]


> n:= norm (%,2) ; n := 1
> N1:= N/n ; N1 := N
> rotvf:= curl (vf, [x,y,z]) ; rotvf := [ 0, yz, yz ]
> rotvf:= subs (z=2, [0, y-z, y-z] ) ; rotvf := [ 0, y2, y2 ]
> Int (Int (dotprod (rotvf, N), y=0..1), x=0..1) ;
1 1x
 
  y2 dy dx
 
0 0
> evalf (%, 3) ; -1.50

Reportando a uma outra linguagem paralela, podemos construir a resolução :


> restart : with (linalg) :

> f := vector ( [y*z,x*y,x*z] ) ; f := [ y z, x y, x z ]

> curlf := curl ( f, [x,y,z] ) ; curlf := [ 0, yz, yz ]

> with (VectorCalculus) ;


[ &x , *, +, -, ., <,> , <|>, AddCoordinates , ArcLength , BasisFormat, Binormal, CrossProd, CrossProduct, Curl, Curvature, D, Del,
DirectionalDiff , Divergence, DotProd, DotProduct , Flux , GetCoordinateParameters , GetCoordinates , Gradient, Hessian, Jacobian ,
Laplacian, LineInt, MapToBasis, Nabla, Norm, Normalize, PathInt , PrincipalNormal, RadiusOfCurvature, ScalarPotential ,
SetCoordinateParameters , SetCoordinates , SurfaceInt , TNBFrame, Tangent , TangentLine , TangentPlane , TangentVector , Torsion,
Vector , VectorField , VectorPotential , Wronskian, diff , evalVF , int , limit , series ]

> DotProd (<0,y-z,y-z>, <0,0,1>) ; yz ou y - 2


> Int (Int (y-2, x=0..1), y=0..1) = int (int (y-2, x=0..1), y=0..1) ;
1 1
  -3
  y2 dx dy
  2
0 0
126
Problemas propostos

 x dS , sendo a superfície
2
1. Calcular a integral de superfície S o hemisfério superior da esfera
Z S x  y  z2  9 :
2 2 a ) projeção no plano XOZ
b ) projeção no plano YOZ

SXZ SY Z
Resp.: 54 π, em ambos os casos .

Y
 r
X

2. Se as pás mecânicas de um exaustor estiverem submetidas ao campo de veloci-


dade v  x, y, z   y i   x  e z  j  1  y e z  k , podemos
afirmar que : a) não haverá movimento giratório dessas pás
b) haverá movimento rotacional positivo
c) haverá movimento rotacional negativo
n Eixo de
rotação
Resp.: Não haverá movimento giratório das pás mecânicas .

Pás mecânicas

3. Calcular a integral de superfície   F


S

n ds, sendo F  x i  y j  z k e a superfície S é o

hemisfério superior da esfera x2  y 2  z 2  4 : a ) projeção no plano XOZ


Z b ) projeção no plano YOZ
F
n
S XZ
SY Z Resp.: 16 π, também nos dois casos .

Y
 r
X

Z 4. Calcular o fluxo de F  x i  y j  z k através da superfície do plano


2x + 3y + z – 6 = 0 , no 1º. octante : a ) projeção no plano XOY
F b ) projeção no plano XOZ
n

Resp.: φ F =18 , para os dois itens .

0 Y
S XZ S XY
X
127
Z 5. Calcular o fluxo de F  i  y j  x z k através da superfície S
do cilindro parabólico x² - y = 0 , situado no 1º. octante , e limitado
pelos planos z = 0 , z = 3 , x = 0 e y = 1 :
a ) projeção no plano XOY
b ) projeção no plano XOZ

S XZ Y
0 Resp.:  F  4

S XY
X

6. Valendo-se do teorema de Gauss (da divergência), calcular o


fluxo  F   F n dS do campo vetorial
S
F   z  5x  i   y  z  j   x  y  k
através da superfície cilíndrica de revolução S : y² + z² = 1 ,
limitada pelos planos x = 0 e x = 2 .
  : 0  2
R : r : 0 1 Resp. :  F   8   25,12
 x : 0  2 O campo vetorial configura um poço de
coordenadas cilíndricas fluxo : sorvedouro ou sumidouro

Z 7. Apoiado no Teorema de Stokes , verificar se o campo magnético

C
F  2 x y2 z i  2 x2 y z j   x2 y 2  2 z  k ,
ao longo da interseção das superfícies 4x² + z² = y² e y = 4 , produz
Y
uma circulação positiva, negativa ou nula .
0 ( 0, 4, 0 )

4x² + z² = y² : Resp.: rot F  0 .


X
superfície cônica elíptica F é irrotacional ( circulação nula ) .

8. A figura mostra o escoamento de um líquido para fora do condutor cilíndrico, com a velocidade
v  x, y, z   xy i   x  y  j  2 yz k .
Determinar a taxa de variação desse escoamento, sendo a superfície S do condutor limitada por
x2  y 2  4 e 0 z5 .
- Utilizar o sistema MKS e lembrar que a taxa de variação solicitada ( volume do líquido que escoa, por
unidade de tempo ) significa, numericamente, o fluxo do campo de velocidade v através da superfície
cilíndrica S .
X


v
r
Z
0

Y
  : 0  2 dv
R :  r :0  2 Resp.:  v   62,83 m 3 / s
dt
 z : 0  5 O campo de velocidades é uma fonte .
coordenadas cilíndricas
128
Z 9. Aplicar o teorema de Stokes para calcular o trabalho W   C
F dr
realizado pelo campo de forças
z 1
(0,0,1)
F  x, y, z    3z  sen x  i   x 2  e y  j   y 3  cos z  k ,
sendo a curva C dada pelas equações paramétricas

 x  cos t

 y  sen t , 0  t  2 .
O Y

 r (0 , 1, 0 )
 z 1
 Resp.: W  0
X (1 , 0, 0 )
  : 0  2
S: 
 r : 0  1
coordenadas cilíndricas

Z 10. Aplicando o teorema da divergência (de Gauss) e as coordenadas esféricas,


F
n determinar o fluxo de F  x, y, z   x i  y j  z k , através da su-
perfície esférica de centro na origem e raio unitário .
P, , 

   : 0  2
 : 0  Resp.:  F  4
0
  : 0  1
 Y
coordenadas esféricas

11. Valendo-se do teorema de Gauss (da divergência), calcular o fluxo  F   F n dS


do campo vetorial F   x  z i
  y  z  j   x  y  k através da superfície ci- S

líndrica de revolução S : y² + z² = 1 , limitada pelos planos x = 0 e x = 2 .

  : 0  2 Resp.:  F  0
R : r : 0 1
 x : 0  2
coordenadas cilíndricas

Z 12. Utilizar o teorema da divergência (de Gauss) para calcular a integral de superfície

S
F n dS , sendo S a superfície cilíndrica y² + z² = 1 , limitada pelos planos
x=0 e x=2.
O campo vetorial é F   x  z i   y  z j   x  y k .
r
0 Y

(2,0,0) Resp.: 
S
F n dS  4

X
  : 0  2
R : r : 0 1
 x : 0  2
coordenadas cilíndricas
129

Referências Bibliográficas

1. ANTON , Howard - Cálculo, um novo horizonte, 2 volumes


- Bookman Companhia Editora, 1999

2. DACORSO NETO , César - Elementos de Análise Vetorial


- Companhia Editora Nacional, 1971

3. HIMONAS , Alex ; HOWARD , Alan - Cálculo, Conceitos e Aplicações


- LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora
S. A., 2005

4. KAPLAN , Wilfred ; DONALD, J. Lewis - Cálculo e Álgebra Linear, 4 volumes


- LTC – Livros Técnicos e Científicos Edi-
tora S. A. e Editora Universidade de
Brasília, 1973

5. KREYSZIG , Erwin - Advanced Engineering Mathematics, 3 volumes


- LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2009

6. LUCINI , Manuel - Lecciones sobre Teoría de la Mecánica y sus Aplicaciones


- Editora Labor S. A., Barcelona, 1965

7. PISKUNOV , N. - Cálculo Diferencial e Integral, 2 volumes


- Lopes da Silva Editora, Porto, 1972

8. QUINET , J. - Matemática Superior, 6 tomos


- Editora Globo, 1969

9. SIMMONS , George F. - Cálculo com Geometria Analítica, 2 volumes


- Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda., 1987

10. STEWART , James - Cálculo, 2 volumes


- Pioneira Thomson Learning, 2006

11. SWOKOWSKI , Earl W. - Cálculo com Geometria Analítica, 2 volumes


- Makron Books do Brasil Editora Ltda., 1994

12. SYMON , Keith R. - Mechanics


- Addison Wesley Publishing Company, Inc., 1965

13. W. G. , McLean ; E. W. , Nelson - Theory and Problems of Engineering Mechanics


- Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda., 1970

14. ZILL , Dennis G. - Equações Diferenciais com Aplicações em Modelagem


- Pioneira Thomson Learning, 2003

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