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INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
6.1 Introdução
Na primeira parte do capítulo mostraremos como obter uma função conhecendo apenas a sua
derivada. Este problema é chamado de integração indefinida.
Definição 6.1. Uma função F (x) é chamada uma primitiva da função f (x) no intervalo I se para todo
x ∈ I, tem-se:
F ′ (x) = f (x)
Muitas vezes não faremos menção ao intervalo I, mas a primitiva de uma função sempre será
definida sobre um intervalo.
Exemplo 6.1.
x4
[1] Seja f (x) = x3 , então F (x) = é uma primitiva de f em R, pois F ′ (x) = x3 = f (x).
4
x4
F (x) = + 5 é também uma primitiva de f em R, pois F ′ (x) = x3 = f (x). Na verdade,
4
x4
F (x) = + c, para todo c ∈ R é primitiva de f pois F ′ (x) = x3 = f (x).
4
[2] Seja f (x) = cos(x), então F (x) = sen(x) + c, para todo c ∈ R é uma primitiva de f . De fato,
F ′ (x) = cos(x) = f (x).
[3] Seja: (
1 x ∈ [a, b]
f (x) =
0 x∈/ [a, b].
Não existe função definida em todo R cuja derivada seja igual a f (x). Por outro lado, considere
a seguinte função:
0
x<a
F (x) = x − a x ∈ [a, b]
b − a x ≥ b.
F (x) é uma função contínua em todo R e F ′ (x) = f (x) se x ∈ (a, b). Logo, F é uma primitiva
de f em (a, b).
Em geral, uma função f admite uma infinidade de primitivas sobre um intervalo. É o que
assegura a seguinte proposição:
231
232 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
Proposição 6.1. Seja F uma primitiva da função f no intervalo I. Então, G(x) = F (x) + c, c ∈ R, é
também primitiva de f no intervalo I.
A pergunta natural que surge, a seguir, é: se F e G são primitivas de uma função f sobre um
intervalo, será que F e G estão relacionadas de alguma forma? A resposta a esta questão é dada
pela seguinte proposição:
Proposição 6.2. Se F e G são primitivas de uma função f num intervalo I, então existe c ∈ R tal que
G(x) = F (x) + c, para todo x ∈ I.
Prova: Seja H(x) = F (x) − G(x); então, para todo x ∈ I, temos que: H ′ (x) = F ′ (x) − G′ (x) =
= f (x)− f (x) = 0. Como consequência do Teorema do Valor Médio, para todo x ∈ I, H(x) = c;
então, para todo x ∈ I, F (x) − G(x) = c.
Em outras palavras, duas primitivas de uma função diferem por uma constante. Logo, se co-
nhecemos uma primitiva de uma função, conhecemos todas as primitivas da função. De fato,
basta somar uma constante à primitiva conhecida para obter as outras.
Exemplo 6.2.
[1] Seja f (x) = cos(x). Uma primitiva desta função é F (x) = sen(x); logo, toda primitiva de f
é do tipo G(x) = sen(x) + c, c ∈ R.
3
-6 -4 -2 2 4 6
-1
-2
eax
[2] Seja f (x) = eax , a 6= 0. Uma primitiva desta função é F (x) = a ; logo, toda primitiva de f
ax
é do tipo G(x) = ea + c, c ∈ R.
Definição 6.2. Seja F (x) uma primitiva da função f (x) no intervalo I. A expressão F (x) + c, c ∈ R
é chamada a integral indefinida da função f e é denotada por:
Z
f (x) dx = F (x) + c
Note que
Z
f (x) dx = F (x) + c ⇐⇒ F ′ (x) = f (x)
em particular: Z
f ′ (x) dx = f (x) + c.
6.1. INTRODUÇÃO 233
Z
α f (x) + β g(x) dx = α F (x) + β G(x) + c = α F (x) + c1 + β G(x) + c2
Z Z
=α f (x) dx + β g(x) dx.
Exemplo 6.3.
1
Z
[2] 10 ex + √
dx.
4
x
Z
[3] sen2 (x) dx.
Z Z Z
sec(x) tg(x) + cos(x) dx = sec(x) tg(x) dx + cos(x) dx = sec(x) + sen(x) + c.
1 dx
Z Z Z
x x
10 e + √ dx = 10 e dx + √ .
4
x 4
x
′ 4 √
4 ′ 1
Como ex = ex e x3 = √ , então:
3 4
x
1 4√
Z
10 ex + √ dx = 10 ex +
4
x3 + c.
4
x 3
1
[3] Observe que sen2 (x) = (1 − cos(2 x)); logo:
2
1 x sen(2 x)
Z Z
2
sen (x) dx = (1 − cos(2 x)) dx = − + c.
2 2 4
234 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
Assim o processo de integrar se reduz a descobrir uma função conhecendo apenas sua deri-
vada; usando a tabela de derivadas do capítulo anterior, obtemos uma lista de integrais cha-
madas imediatas. Esta lista pode ser comprovada derivando cada resultado da integral e con-
sultando a tabela de derivada. Por exemplo, na tabela de derivadas do capítulo anterior temos
que:
1 dx
Z
(arctg(x))′ = ; então, = arctg(x) + c.
1 + x2 1 + x2
No entanto, não incluimos como imediatas, por exemplo, integrais do tipo ln(x) dx, pois não
R
é evidente encontrar uma função que tem como derivada ln(x). Para resolver este impasse,
estudaremos os chamados métodos de integração, que nos permitirão calcular integrais não
imediatas.
6.2 Tabela
du
Z Z
1. du = u + c 13. = arctg(u) + c
1 + u2
du
Z
du
Z
2. = ln(|u|) + c 14. √ = arcsec(u) + c
u u u2 − 1
uα+1
Z
3. uα du =
Z
+ c, α ∈ R − {−1}
α+1 15. senh(u) du = cosh(u) + c
au
Z
4. au du = + c, a > 0, (a 6= 1)
Z
ln(a) 16. cosh(u) du = senh(u) + c
Z
5. eu du = eu + c Z
17. sech2 (u) du = tgh(u) + c
Z
6. sen(u) du = −cos(u) + c Z
Z 18. cosech2 (u) du = −cotgh(u) + c
7. cos(u) du = sen(u) + c Z
Z 19. sech(u)tgh(u) du = −sech(u) + c
2
8. sec (u) du = tg(u) + c
Z
Z 20. cosech(u) cotgh(u)du = −cosech(u) + c
9. cosec2 (u) du = −cotg(u) + c
du
Z
21. √ = argsenh(u) + c
Z
10. sec(u)tg(u) du = sec(u) + c 1 + u2
du
Z Z
11. cosec(u)cotg(u) du = −cosec(u) + c 22. √ = argcosh(u) + c
u2 − 1
du du
Z Z
12. √ = arcsen(u) + c 23. √ = −argsech(|u|) + c
1 − u2 u 1 − u2
6.3. MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO 235
Métodos de Integração
Nas próximas seções apresentaremos os métodos mais utilizados que nos permitirão determi-
nar uma grande quantidade de integrais não imediatas. O primeiro a ser estudado se baseia na
regra da cadeia.
Exemplo 6.4.
u3 sen3 (x)
Z Z
sen2 (x) cos(x) dx = u2 du = +c= + c.
3 3
dx du
Z
[3] . Fazendo u = 3x + 7, então du = 3 dx ou, equivalentemente, = dx. Substi-
(3 x + 7)7 3
tuindo na integral:
dx du 1 du 1 1
Z Z Z
= = =− +c=− + c.
(3 x + 7)7 3 u7 3 u7 18 u6 18 (3 x + 7)6
√
sec2 ( x) √ dx
Z
[4] √ dx. Fazendo u = x, então du = √ . Substituindo na integral:
x 2 x
√
sec2 ( x) √
Z Z
√ dx = 2 sec2 (u) du = 2 tg(u) + c = 2 tg( x) + c.
x
ln(x) dx
Z
[5] dx. Fazendo u = ln(x), então du = . Substituindo na integral:
x x
2
ln(x) u2 ln(x)
Z Z
dx = u du = +c= + c.
x 2 2
236 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
sen(αx)
Z
[6] tg(α x) dx; α ∈ R. Reescrevemos a integral fazendo: tg(α x) = . Se u = cos(αx),
cos(αx)
du
então du = −α sen(αx) dx ou, equivalentemente, − = sen(αx) dx. Substituindo na integral:
α
sen(αx) 1
du 1 1
Z Z Z
tg(α x) dx = dx = − = − ln(|u|) + c = − ln(|cos(αx)|) + c.
cos(αx) αu α α
dx dx 1 dx
Z Z Z
[7] 2 2
; a 6= 0. Reescrevemos a integral como: 2 2
= 2 2 .
x +a x +a a x
+1
a2
x dx
Fazendo u = , então du = . Substituindo na integral:
a a
dx 1 du 1 1 x
Z Z
= = arctg(u) + c = arctg + c.
x2 + a2 a u2 + 1 a a a
Muitas vezes, antes de efetuar uma substituição adequada, é necessário fazer algumas mani-
pulações, como, por exemplo, o completamento de quadrados.
dx
Z
[8] Calcule . Completando os quadrados x2 + 2x + 5 = (x + 1)2 + 22 ; então,
x2 + 2x + 5
dx dx
Z Z
2
= .
x + 2x + 5 (x + 1)2 + 22
Fazendo u = x + 1, teremos du = dx. Substituindo na integral:
du 1 u 1 x + 1
Z
2 2
= arctg + c = arctg + c.
u +2 2 2 2 2
1
dx 3(u − 1)2 u5/2 2 u3/2 √
Z Z Z
−
2
p √ = √ du = 3 (u − 2u + 1)u 2 du = 6 − + u +c
1+ 3x u 5 3
1 √ 2 √ √
q q q
=6 3
(1 + x) − 5 3 3
(1 + x) + 1 + 3 x + c.
5 3
x2 + 1
Z
[3] dx. Seja u = 3 (x + 3); então, x = u3 − 3 e dx = 3 u2 du; x2 + 1 = u6 − 6 u3 + 10.
p
√3
x+3
x2 + 1 3u8 18u5
Z Z Z
6 3 7 4
√ dx = 3 (u − 6u + 10)u du = 3 (u − 6u + 10u) du = − + 15 u2 + c
3
x+3 8 5
3 p
= 3
(x + 3)2 (5 x2 − 18 x + 101) + c.
40
6.4. INTEGRAIS DE PRODUTOS E POTÊNCIAS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 237
dy
Z p
[4] p . Fazendo u = y 3 − 1, u2 = y 3 − 1 e y 3 = u2 + 1. Logo, 2 u du = 3 y 2 dy e
y y3 − 1
y dy = 23 u du.
2
dy y2 2 du 2 2
Z Z Z p
= dy = = arctg(u) + c = arctg( y 3 − 1) + c.
u2 + 1
p p
y y3 − 1 y 3 3
y −1 3 3 3
cos (α − β) x) − cos (α + β) x)
sen(α x) sen(β x) = ;
2
então:
1
Z Z
sen(α x) sen(β x) dx = cos (α − β) x) − cos (α + β) x) dx
2
1 sen (α − β) x) sen (α + β) x)
= − .
2 α−β α+β
1 − cos(2 α x)
Se α = β, utilizamos sen2 (α x) = ; então:
2
1 1 sen(2 α x)
Z Z
2
sen (α x) dx = 1 − cos(2 α x) dx = x−
2 2 2a
Z
2
[2] sen2 (x) cos5 (x) dx. Como sen2 (x) cos5 (x) = sen2 (x) 1 − sen2 (x) cos(x), fazendo
u = sen(x), temos du = cos(x) dx e:
Z Z Z
sen2 (x) cos5 (x) dx = sen2 (x) (1 − sen2 (x))2 cos(x) dx = u2 (1 − u2 )2 du
u3 2 u 5 u7
Z
= (u2 − 2 u4 + u6 ) du = − + +c
3 5 7
sen3 (x) 2 sen5 (x) sen7 (x)
= − + + c.
3 5 7
Z
[3] tg3 (x) dx. Fatorando tg3 (x) = tg(x) tg2 (x) = tg(x) sec2 (x) − 1 ;
1
Z Z
3
tg(x) sec2 (x) − tg(x) dx = tg2 (x) + 2 ln cos(x) + c.
tg (x) dx =
2
Z
[4] sec(x) dx.
Fazendo u = sec(x) + tg(x), temos du = (sec(x)tg(x) + sec2 (x)) dx. Substituindo na integral:
Estes exemplos nos mostram que para determinar a primitiva de uma integral que envolve
produtos ou potências de funções trigonométricas é necessário, em primeiro lugar, transfor-
mar a função a integrar por meio de identidades trigonométricas conhecidas, para depois usar
alguns dos métodos.
ou, equivalentemente, f (x) g′ (x) = (f (x) g(x))′ − f ′ (x) g(x). Integrando ambos os lados:
Z Z
f (x) g (x) dx = f (x) g(x) − f ′ (x) g(x) dx;
′
Exemplo 6.7.
e2x
Z
[2] x e2x dx. Façamos u = x e dv = e2x dx; então, du = dx e v = ; logo:
2
x e2x 1 xe2x e2x
Z Z Z Z
x e2x dx = u dv = u v − v du = − e2x dx = − + c.
2 2 2 4
Z
[3] x2 sen(x) dx. Façamos u = x2 e dv = sen(x) dx; então, du = 2 x dx e v = −cos(x); logo:
Z Z Z Z
2 2
x sen(x) dx = u dv = u v − v du = −x cos(x) + 2 x cos(x) dx.
Z
Calculemos agora x cos(x) dx, novamente por partes. Fazendo u = x e dv = cos(x) dx, temos
du = dx e v = sen(x); logo:
6.5. MÉTODO DE INTEGRAÇÃO POR PARTES 239
Z Z Z Z
x cos(x) dx = u dv = u v − v du = x sen(x) − sen(x) dx = x sen(x) + cos(x).
Z
Então: x2 sen(x) dx = −x2 cos(x) + 2(x sen(x) + cos(x)) + c.
Z
[4] eax sen(b x) dx; a, b 6= 0. Façamos u = eax e dv = sen(bx) dx; então, du = a eax dx e
cos(b x)
v=− ; logo:
b
−eax cos(b x) a
Z Z Z Z
eax sen(b x) dx = u dv = u v − v du = + eax cos(b x) dx. (6.1)
b b
Z
Calculemos eax cos(b x) dx, novamente integrando por partes. Fazendo u = eax e
sen(b x)
dv = cos(b x) dx, temos du = a eax dx e v = ; logo:
b
eax sen(b x) a
Z Z Z Z
ax
e cos(b x) dx = u dv = u v − v du = − eax sen(b x) dx. (6.2)
b b
Z
Denotemos por I = eax sen(b x) dx. Então, de 6.1 e 6.2, temos:
dt
Substituição: seja t = x2 ; então, dt = 2 x dx ou = x dx;
2
1
Z Z
x3 cos(x2 ) dx = t cos(t)dt.
2
Integrando por partes, fazemos u = t e dv = cos(t) dt; então, du = dt e v = sen(t):
1 1 1
Z Z Z Z
3 2
x cos(x ) dx = t cos(t)dt = u dv = u v − v du
2 2 2
1 1
Z
= (t sen(t) − sen(t) dt) = (cos(x2 ) + x2 sen(x2 )) + c.
2 2
Z
2
[6] x3 ex dx. Aqui usamos, novamente, os dois métodos:
dt
Substituição: seja t = x2 ; então, dt = 2 x dx ou = x dx;
2
240 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
1
Z Z
2
x3 ex dx = t et dt.
2
1 1 1 1
Z Z Z Z Z
2
x3 ex dx = t et dt = t et − et dt
u dv = uv − v du =
2 2 2 2
2
1 ex
= (t et − et ) = (x2 − 1) + c.
2 2
Z
[7] x3 sen(2x2 ) dx. Aqui usamos, novamente, os dois métodos:
dt t
Substituição: seja t = 2x2 ; então, dt = 4x dx ou = x dx e x2 = ;
4 2
1
Z Z
3 2
x sen(2x ) dx = t sen(t)dt.
8
1 1 1
Z Z Z Z
3 2
x sen(2x ) dx = t sen(t) dt = u dv = u v − v du
8 8 8
1
= (sen(2 x2 ) − 2 x2 cos(2 x2 )) + c.
8
onde a > 0.
√
Caso 1: a2 − u2
π π √
Para − ≤ θ ≤ , seja u = a sen(θ); então, du = a cos(θ) dθ. Logo a2 − u2 = a cos(θ).
2 2√
Denotando por c = a2 − u2 :
a u
θ
c
d u
θ
a
√
Caso 3: u2 − a2
π 3π
Para 0 ≤ θ < ou π ≤ θ < , seja u = a sec(θ); então, du = a sec(θ) tg(θ) dθ. Logo
√ 2 2 √
u2 − a2 = a tg(θ). Denotando por e = u2 − a2 :
u e
θ
a
Exemplo 6.8.
a x
π π x
x = a sen(θ) e − ≤ θ ≤ ; então, θ = arcsen( ); estamos no caso 1: θ
c ; onde
2 2 √ a
√ x a2 − x2
c = a2 − x2 ; logo, sen(θ) = e cos(θ) = . Substituindo no resultado da integral:
a a
a2 x xp
Z p
a2 − x2 dx = arcsen + 2 a2 − x2 + c.
2 a a
dx
Z
[2] p .
(x2 + 3)3
242 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
√ √ π π
Seja x = 3 tg(θ); então, dx = 3 sec2 (θ) dθ; − < θ < . Em tal caso (x2 + 3)3 =
p
√ 2 2
( 3 sec(θ))3 :
Z √
dx 3sec2 (θ) 1 dθ 1 1
Z Z Z
p = 3 dθ = = cos(θ) dθ = sen(θ) + c.
2
(x + 3)3 3
3 2 sec (θ) 3 sec(θ) 3 3
d x
√ √ x
Estamos no caso 2: θ
a ; onde a = 3 e d = x2 + 3. Logo, sen(θ) = √ . Substi-
x2 + 3
tuindo:
dx x
Z
p = √ + c.
(x2 + 3)3 3 x2 + 3
dx
Z
[3] √ .
16 − 9 x2
4 4 π π √
Seja x = sen(θ); então, dx = cos(θ) dθ; − < θ < . Neste caso, 16 − 9 x2 = 4 cos(θ):
3 3 2 2
dx 1 θ
Z Z
√ = dθ = + c.
16 − 9 x2 3 3
a x
√
16 − 9 x2 3x 3x
Estamos no caso 1: θ
c ; onde c = ; logo, sen(θ) = ; então, θ = arcsen( ).
3 4 4
Substituindo no resultado da integral:
dx 1 3 x
Z
√ = arcsen + c.
16 − 9 x2 3 4
dx
Z
[4] I = .
9 x2 − 1
Reescrevendo a integral:
dx
Z
I= .
9 (x2 − 91 )
1 1 π 3π
Seja x = sec(θ); então, dx = sec(θ) tg(θ) dθ; 0 < θ < ou (π < θ < ). Neste caso,
3 3 2 2
1 1 1
x2 − = (sec2 (θ) − 1) = tg2 (θ):
9 9 9
dx 1 sec(θ) 1 1
Z Z Z
2
= dθ = cosec(θ) dθ = ln |cosec(θ) − cotg(θ)| + c.
9x − 1 3 tg(θ) 3 3
x e r
1 3x
Estamos no caso 3: θ
1/3 ; onde e = x2 − ; logo, cosec(θ) = √ e cotg(θ) =
9 9 x2 − 1
1
√ . Substituindo no resultado da integral:
9 x2 − 1
dx 1 1 3 x − 1
Z
2
= ln |cosec(θ) − cotg(θ)| + c = ln + c.
9x − 1 3 6 3x + 1
dx
Z
[5] √ .
x x2 − 16
3
6.6. MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA 243
π 3π
Seja x = 4 sec(θ); então, dx = 4 sec(θ) tg(θ) dθ; 0 < θ < ou π < θ < . Neste caso
√ 2 2
x − 16 = 4 tg(θ) e:
2
dx 1 dθ 1
Z Z
√ = = θ + sen(θ)cos(θ) + c.
x3 x2 − 16 64 sec2 (θ) 128
x e
√
√ 4 x2 − 16
Estamos no caso 3: θ
4 ; onde e = x2 − 16; logo, sen(θ)cos(θ) = . Para
√ x2
calcular θ, devemos ter cuidado, pois x − 16 é definida para x > 4 e x < −4.
2
x x π
Se x > 4, então sec(θ) = > 1 e θ = arcsec , onde 0 < θ < .
4 4 2
x x π
Se x < −4, então sec(θ) = < −1 e θ = arcsec , onde < θ < π.
4 4 2
3π x
Mas π < θ < e sec(2 π − θ) = sec(θ); logo, para x < −4, θ = 2 π − arcsec , onde
2 4
3π
π<θ< ; substituindo no resultado da integral:
2
√
dx 1 x 4 x2 − 16
Z
i) x > 4: √ = arcsec + + c.
x3 x2 − 16 128 4 x2
√
dx 1 x 4 x2 − 16 π
Z
ii) x < −4: √ = − arcsec + 2
+ c1 , onde c1 = + c.
3 2
x x − 16 128 4 x 64
dx
Z
[6] 3 .
(5 − 4 x − x2 ) 2
Primeiramente completamos os quadrados: 5 − 4 x − x2 = 9 − (x + 2)2 ; fazendo u = x + 2,
temos du = dx. Substituindo na integral:
dx du
Z Z
3 = 3 .
(5 − 4 x − x2 ) 2 (9 − u2 ) 2
−π π 3
Seja u = 3 sen(θ); então du = 3 cos(θ) dθ; <θ< e (9 − u2 ) 2 = 27 cos3 (θ).
2 2
dx 1 tg(θ)
Z Z
3 = sec2 (θ) dθ = + c.
(5 − 4 x − x2 ) 2 9 9
u x+2
Estamos no caso 1: tg(θ) = √ =√ . Substituindo no resultado da integral:
9−u 2 5 − 4 x − x2
dx x+2
Z
3 =
√ + c.
(5 − 4 x − x2 ) 2 9 5 − 4 x − x2
x
Z
[7] √ dx.
2
4x + 8x + 5
Completando os quadrados: 4x2 + 8x + 5 = 4(x + 1)2 + 1; fazendo u = x + 1, temos du = dx.
Substituindo na integral:
x (u − 1)
Z Z
√ dx = √ du.
4 x2 + 8 x + 5 4 u2 + 1
tg(θ) 1 √
Seja u = ; então du = sec2 (θ) dθ e 4 u2 + 1 = sec(θ):
2 2
244 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
(u − 1) 1 1 1
Z Z
√ du = tg(θ) sec(θ) − 2sec(θ) dθ = sec(θ) − ln |sec(θ) + tg(θ)| + c.
2
4u + 1 4 4 2
√
Estamos no caso 2: tg(θ) = 2 u = 2 (x + 1) e sec(θ) = 4 x2 + 8 x + 5. Substituindo no resultado
da integral:
x 1p 2 1
Z p
√ dx = 4 x + 8 x + 5 − ln | 4 x2 + 8 x + 5 + 2 (x + 1)| + c.
4 x2 + 8 x + 5 4 2
Exemplo 6.9.
[1] P (x) = x2 − 3x + 2 = (x − 2) (x − 1).
[2] P (x) = x3 + 4x2 + 5x + 2 = (x + 1)2 (x + 2).
[3] P (x) = x3 − x2 + x − 1 = (x2 + 1) (x − 1).
[4] P (x) = x8 + x7 − 9x6 + 3x5 − 33x4 + 3x3 − 35x2 + x − 12 = (x2 + 1)5 (x − 3) (x + 4).
P (x)
Seja uma função racional . A decomposição de uma função racional em frações mais
Q(x)
simples, depende do modo em que o polinômio Q(x) se decompõe em fatores lineares e/ou
quadráticos. Se numa função racional o grau de P (x) é maior ou igual ao grau de Q(x), então
podemos dividir os polinômios. De fato, se grau(P (x)) ≥ grau(Q(x)) então
P (x) A1 A2 An
f (x) = = + + .......... +
Q(x) (x − a1 ) (x − a2 ) (x − an )
6.7. MÉTODO PARA INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS 245
Exemplo 6.10.
Calcule as seguintes integrais:
Z 3
x + 5x2 − x − 22
[1] I = dx.
x2 + 3 x − 10
Observe que grau(P (x)) > grau(Q(x)). Dividindo os polinômios:
x3 + 5x2 − x − 22 3x − 2
2
= (x + 2) + 2 .
x + 3 x − 10 x + 3 x − 10
A seguir, aplicamos o método à última parcela da direita:
3x − 2 x2 3x − 2
Z Z Z
I = (x + 2) dx + dx = + 2x + dx.
x2 + 3 x − 10 2 x2 + 3 x − 10
3x − 2
Z
Calculemos dx.
x2 + 3 x − 10
Fatorando: x2 + 3 x − 10 = (x + 5) (x − 2); temos:
3x − 2 A1 A2 A1 (x − 2) + A2 (x + 5)
= + = .
x2
+ 3 x − 10 x+5 x−2 x2 + 3 x − 10
Comparando os numeradores: 3x − 2 = A1 (x − 2) + A2 (x + 5). As raízes do polinômio Q(x) são
x = 2 e x = −5; agora substituimos cada raiz na última expressão. Se x = 2 teremos 4 = 7 A2 e
4 17
A2 = . Se x = −5, então −17 = −7 A1 e A1 = . Logo, podemos decompor a fração inicial
7 7
em:
3x − 2 17 4
= + .
x2 + 3 x − 10 7 (x + 5) 7 (x − 2)
3x − 2 17 4
Z
Então, pelo Caso 1: dx = ln(|x + 5|) + ln(|x − 2|). A integral procurada é:
x2
+ 3 x − 10 7 7
x 2 17 4
I= + 2x + ln(|x + 5|) + ln(|x − 2|) + c.
2 7 7
5x3 − 6x2 − 68x − 16
Z
[2] I = dx.
x3 − 2x2 − 8x
Note que grau(P (x)) = grau(Q(x)). Dividindo os polinômios:
5 x3 − 6 x2 − 68 x − 8 x = 5 (x3 − 2 x2 − 8 x) + (4 x2 − 28 x − 16).
246 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
5 x3 − 6 x2 − 68 x − 16 4 x2 − 28 x − 16
Então: = 5 + .
x3 − 2 x2 − 8 x x3 − 2 x 2 − 8 x
4 x2 − 28 x − 16 4 x2 − 28 x − 16
Z Z Z
I = 5 dx + dx = 5 x + dx.
x3 − 2 x 2 − 8 x x3 − 2 x2 − 8 x
4x2 − 28x − 16
Z
Aplicando o método à última parcela da direita, calculemos II = dx.
x3 − 2x2 − 8x
Primeiro observemos que x3 − 2 x2 − 8 x = x (x − 4) (x + 2):
4 x2 − 28 x − 16 A1 A2 A3 A1 (x − 4) (x + 2) + A2 x (x + 2) + A3 x (x − 4)
3 2
= + + = .
x − 2x − 8x x x−4 x+2 x3 − 2 x 2 − 8 x
Comparando os numeradores:
4 x2 − 28 x − 16 = A1 (x + 2) (x − 4) + A2 x (x + 2) + A3 x (x − 4);
as raízes do polinômio Q(x) são x = 0, x = 4 e x = −2; agora substituimos cada raiz na última
expressão.
8 14
Se x = 0, então, A1 = 2; se x = 4 então, A2 = − e se x = −2, então, A3 = . A fração inicial
3 3
pode ser decomposta em:
4 x2 − 28 x − 16 2 8 14
3 2
= − + .
x − 2x − 8x x 3 (x − 4) 3 (x + 2)
8 14
Pelo Caso 1, temos: II = 2 ln(|x|) − 3 ln(|x − 4|) + 3 ln(|x + 2|) + c. A integral procurada é:
8 14
I = 5 x + 2 ln(|x|) − ln(|x − 4|) + ln(|x + 2|) + c.
3 3
4 x2 − 28 x − 16 = A1 (x + 2) (x − 4) + A2 x (x + 2) + A3 x (x − 4).
4 x2 − 28 x − 16 = (A1 + A2 + A3 ) x2 + + (−2 A1 + 2 A2 − 4 A3 ) x − 8 A1 .
Comparando os polinômios e sabendo que dois polinômios são iguais se e somente se os coe-
ficientes dos termos do mesmo grau são iguais, temos que resolver o seguinte sistema:
A1 + A2 + A3
=4
2 A1 − 2 A2 + 4 A3 = 28
8 A1 = 16,
8 14
que tem como solução: A1 = 2, A2 = − e A3 = .
3 3
du
Z
[3] , a 6= 0.
u2 − a2
grau(P (u)) < grau(Q(u)); e u2 − a2 = (u − a) (u + a); aplicando o método:
1 A1 A2 A1 (u + a) + A2 (u − a)
= + = .
u2 −a2 u−a u+a u2 − a2
6.7. MÉTODO PARA INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS 247
du 1 1 u − a
Z
= ln(|u − a|) − ln(|u + a|) + c = ln +c
u2 − a2 2a 2a u+a
Aplicamos esta última fórmula para completamento de quadrados.
Exemplo 6.11.
dx du 1 u − 2
+ c = 1 ln x − 4 + c,
Z Z
2
= 2
= ln
x − 4x u −4 4 u+2 4 x
onde as últimas igualdades são obtidas pela fórmula anterior.
dx
Z
[2] .
5 − x2 − 4x
Completando os quadrados 5 − x2 − 4x = 9 − (x + 2)2 e fazendo u = x + 2, temos du = dx.
Substituindo:
dx du 1 + c = − 1 ln x − 1 + c,
u − 3
Z Z
2
= − 2
= − ln
5 − x − 4x u −9 6 u+3 6 x+5
onde as últimas igualdades são obtidas pela fórmula anterior.
B1 B2 Br
+ 2
+ .......... +
(x − ai ) (x − ai ) (x − ai )r
onde B1 , B2 , .......Br são constantes a determinar. Em tal caso, integrando esta expressão obte-
mos:
B2 Br
B1 ln(|x − ai |) − + ....... +
x − ai (1 − r)(x − ai )r−1
Os fatores lineares não repetidos são tratados como no caso 1.
248 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
Exemplo 6.12.
3 x2 + 4 x + 2 A1 B1 B2
3 2
= + + .
x + 2x + x x x + 1 (x + 1)2
Comparando os numeradores: 3 x2 + 4 x + 2 = A1 (x + 1)2 + B1 x (x + 1) + B2 x. As raízes do
polinômio Q(x) são: x = 0 e x = −1; agora, substituimos cada raiz na última expressão. Se
x = 0, então A1 = 2 e se x = −1, então B2 = −1. Falta determinar B1 . Para calcular o valor
da constante B1 , formamos o sistema de equações, obtido da comparação dos coeficientes dos
polinômios. 3 x2 + 4 x + 2 = (A1 + B1 ) x2 + (2A1 + B2 + B1 ) x + A1 ; então:
A1 + B1
=3
2A1 + B2 + B1 =4
A1 =2
3 x2 + 4 x + 2 2 1 1
3 2
= + − ;
x + 2x + x x x + 1 (x + 1)2
3 x2 + 4 x + 2 1
Z
logo, dx = ln x3 + x2 +
3 2
+ c.
x + 2x + x x+1
x3 + 3 x − 1
Z
[2] dx.
x4 − 4 x2
Como grau(P (x)) < grau(Q(x)); x4 − 4 x2 = x2 (x − 2) (x + 2). O fator x tem multiplicidade 2
e os fatores x − 2, x + 2 são como no caso 1.
x3 + 3x − 1 A1 A2 B1 B2
4 2
= + + + 2.
x − 4x x−2 x+2 x x
Comparando os numeradores:
x3 + 3 x − 1 = A1 x2 (x + 2) + A2 x2 (x − 2) + B1 x (x + 2) (x − 2) + B2 (x − 2) (x + 2); as
raízes do polinômio Q(x) são: x = 0, x = 2 e x = −2. Agora substituimos cada raiz na última
1 13 15
expressão. Se x = 0, então B2 = ; se x = 2, então A1 = e se x = −2, então A2 = . Falta
4 16 16
determinar B1 . Para calcular o valor da constante B1 , formamos o sistema de equações obtido
da comparação dos coeficientes dos polinômios.
x3 + 3 x − 1 = (A1 + A2 + B1 ) x3 + (2 A1 − 2 A2 + B2 ) x2 + ....;
note que o coeficiente da potência cúbica nos dá o valor de B1 . De fato, sendo A1 + A2 + B1 = 1,
3
então B1 = − .
4
x3 + 3x − 1 13 15 3 1
4 2
= + − + ;
x − 4x 16 (x − 2) 16 (x + 2) 4 x 4 x2
6.7. MÉTODO PARA INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS 249
logo:
x3 + 3 x − 1 13 x − 2 + 15 ln x + 2 − 3 ln x − 1 + c.
Z
dx = ln
x4 − 4 x 2 16 16 4 4x
Cx + D
a x2 + b x + c
onde C, D são constantes a determinar. Os fatores lineares são tratados como no caso 1 e 2.
Exemplo 6.13.
8x2 + 3x + 20 A1 Cx + D
3 2
= + 2 .
x + x + 4x + 4 x+1 x +4
Comparando os numeradores:
8 x2 + 3 x + 20 = A1 (x2 + 4) + (Cx + D) (x + 1) = (A1 + C) x2 + (C + D) x + 4 A1 + D. A raiz
real do polinômio Q(x) é x = −1; agora substituimos esta raiz na última expressão. Se x = −1,
então A1 = 5. Formamos o sistema de equações, obtido da comparação dos coeficientes dos
polinômios: A1 + C = 8, logo C = 3 e C + D = 3 implica em D = 0.
8 x2 + 3 x + 20 5 3x
3 2
= + 2 .
x + x + 4x + 4 x+1 x +4
Portanto:
x
Z
5
p
I = 5 ln(|x + 1|) + 3 dx = ln(|(x + 1) (x2 + 4)3 |) + c,
x2 + 4
onde a última integral é resolvida usando substituição simples.
2 x2 + 5 x + 4
Z
[2] Calcule I = dx.
x3 + x2 + x − 3
Primeiramente observamos que grau(P (x)) < grau(Q(x)). Fatorando x3 + x2 + x − 3 =
= (x − 1) (x2 + 2 x + 3). O único fator quadrático irredutível é x2 + 2 x + 3. O fator x − 1 é como
no caso 1.
2 x2 + 5 x + 4 A1 Cx + D
3 2
= + 2 .
x +x +x−3 x − 1 x + 2x + 3
Comparando os numeradores:
2 x2 + 5 x + 4 = A1 (x2 + 2 x + 3) + (Cx + D) (x − 1) = (A1 + C) x2 + (2 A1 − C + D) x + 3 A1 − D;
a raiz real do polinômio Q(x) é x = 1; substituindo esta raiz na última expressão: Se x = 1,
250 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
11
então A1 = . Formamos o sistema de equações, obtido da comparação dos coeficientes dos
6
1 3
polinômios: A1 + C = 2; logo C = e 3A1 − D = 4; logo D = . Então:
6 2
2
2x + 5x + 4 11 1 x+9
3 2
= + 2
;
x +x +x−3 6 (x − 1) 6 x + 2 x + 3
logo:
11 1 x+9
Z
I= ln x − 1 + dx,
6 6 x2 + 2x + 3
onde a última integral é resolvida usando substituições; de fato: x2 + 2 x + 3 = (x + 1)2 + 2.
Então, considere u = x + 1; logo du = dx e:
x+9 u+8 u 8
Z Z Z Z
2
dx = 2
du = 2
du + 2
du.
x + 2x + 3 u +2 u +2 u +2
A segunda integral é imediata, pois:
8 8 u 8 x + 1
Z
2
du = √ arctg √ + c1 = √ arctg √ + c1 .
u +2 2 2 2 2
dt
Na primeira integral fazemos t = u2 + 2; logo = u du:
2
u 1 dt 1 1
Z Z
2
du = = ln(|t|) + c2 = ln(|x2 + 2 x + 3|) + c2
u +2 2 t 2 2
e: √
11 1 2 2 2 x + 1
I= ln x − 1 + ln x + 2x + 3 + arctg √ + c.
6 12 3 2
3 x3 + 11 x − 16
Z
[3] Calcule I = dx.
(x2 + 1)(x2 + 4 x + 13)
Observemos que grau(P (x)) < grau(Q(x)); x2 + 1 e x2 + 4 x + 13 são fatores quadráticos
irredutíveis. Temos:
3 x3 + 11 x − 16 C1 x + D1 C2 x + D2
2 2
= 2
+ 2 .
(x + 1) (x + 4x + 13) x +1 x + 4 x + 13
Comparando os numeradores:
3 x3 + 11 x − 16 = (C1 + C2 ) x3 + (4 C1 + D1 + D2 ) x2 + (13 C1 + 4 D1 + C2 ) x + (13 D1 + D2 ).
Formando o sistema de equações, obtido da comparação dos coeficientes dos polinômios:
C1 + C2 =3
4 C + D + D
1 1 2 =0
13 C1 + 4 D1 + C2 = 11
13 D + D
1 2 = −16
Resolvendo o sistema: C1 = 1, D1 = −1, C2 = 2 e D2 = −3; logo:
3 x3 + 11 x − 16 x−1 2x − 3
2 2
= 2 + 2 .
(x + 1) (x + 4 x + 13) x + 1 x + 4 x + 13
6.7. MÉTODO PARA INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS 251
C1 x + D1 C2 x + D2 Ck x + Dk
2
+ 2 2
+ ......... +
a x + b x + c (a x + b x + c) (a x2 + b x + c)k
onde Ci , Di são constantes a determinar, i = 1, ...., k. Os outros fatores são tratados como nos
casos 1, 2 e 3.
Exemplo 6.14.
x3 + x + 2 A C1 x + D1 C2 x + D2
2 2
= + + 2 .
x (x + 1) x x2 + 1 (x + 1)2
Comparando os numeradores:
x3 + x + 2 = (A + C1 ) x4 + D1 x3 + (2 A + C1 + C2 ) x2 + (D1 + D2 ) x + A. Formando e resolvendo
o sistema de equações obtido da comparação dos coeficientes dos polinômios e lembrando que
Q(x) tem uma raiz real x = 0, obtemos, A = 2, C1 = −2, D1 = 1, C2 = −2 e D2 = 0. Logo:
x3 + x + 2 2 2x − 1 2x
2 2
= − 2 − 2 . Calculando as integrais correspondentes:
x (x + 1) x x +1 (x + 1)2
Z 3
x +x+2 x2 1
2 2
dx = ln( 2
) + arctg(x) + 2 + c.
x (x + 1) x +1 x +1
Z 5
x + x4 + 4 x 3 + 4 x 2 + 8 x + 4
[2] Calcule I = dx.
(x2 + 2)3
Primeiramente observamos que grau(P (x)) < grau(Q(x)) e x2 + 2 é o único fator quadrático
irredutível, de multiplicidáde 3.
x5 + x4 + 4 x3 + 4 x2 + 8 x + 4 Ax + B Cx+D Ex+F
= 2 + 2 + .
(x2 + 2)3 x +2 (x + 2)2 (x2 + 2)3
Formando e resolvendo o sistema de equações obtido da comparação dos coeficientes dos po-
linômios; obtemos, A = 1, B=1, E = 4 e C = D = F = 0. Logo:
x dx x
Z Z Z
I= 2
dx + 2
+4 dx,
x +2 x +2 (x + 2)3
2
252 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
e: √
p 2 x 1
I = ln( x2 + 2) + arctg √ − 2 + c.
2 2 (x + 2)2
dx 2 du
Z Z
= ,
a + b sen(x) a (1 + u2 ) + 2 b u
dx 2 du
Z Z
= .
a + b cos(x) a (1 + u ) + b (1 − u2 )
2
Exemplo 6.15.
dx
Z
[1] Calcule . Neste caso a = 2 e b = 1; logo:
2 + sen(x)
√ √
dx du du 2 3 3 (2 u + 1)
Z Z Z
= = = arctg +c
2 + sen(x) 2
u +u+1 1 2 3
3 3
u+ +
2 4
√ √ x
2 3 3 (2 tg + 1)
= arctg 2 + c.
3 3
dx
Z
[2] Calcule .
1 − cos(x) + sen(x)
dx du 1 1
Utilizando as mudanças: = =( − ) du; logo:
1 − cos(x) + sen(x) u (u + 1) u u+1
dx 1 1 u 1 − cos(x)
Z Z
= − du = ln + c = ln + c.
1 − cos(x) + sen(x) u u+1 u+1 1 − cos(x) + sen(x)
Exemplo 6.16.
[1] Obtenha a equação de uma família de curvas, sabendo que o coeficiente angular da reta
tangente à cada curva, num ponto, é igual a menos duas vezes a abscissa do ponto. Obtenha a
equação da curva que passa pelo ponto (1, 1).
Temos y ′ = −2 x; integrando: Z
y=− 2 x dx = −x2 + c.
x3
Z
y = ′
(x2 − 1) dx = − x + c.
3
1
O coeficiente angular da reta: x + 12 y = 13 é − e a reta tangente à curva no ponto (1,1) é
12
1 1 7 x3 7
paralela a esta reta: − = y ′ (1) = − 1 + c; logo, c = e y′ = −x+ .
12 3 12 3 12
x4 x2 7x
Integrando novamente: y = − + + c (vermelho). Usando o fato de que y(1) = 1
12 2 12
5
temos c = e
6
x4 x2 7x 5
y= − + + (azul).
12 2 12 6
-2 -1 1 2
-1
Figura 6.5:
[1] A taxa de produção de uma mina de cobre t anos após a extração ter começado foi calculada
como R(t) = 50 t e0.1t mil toneladas por ano. Determine a produção total de cobre ao final do
ano t.
Seja P = P (t) a produção total ao final do ano t; então, a taxa de produção é P ′ = P ′ (t); logo,
P ′ (t) = R(t) = 50 t e0.1t ; integrando:
Z
P (t) = 50 t e0.1t dt + c = 5000 e0.1t (0.1 t − 1) + c.
254 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
Ao final do ano zero a produção é zero; logo, P (0) = 0, donde obtemos c = 5000; portanto, a
produção total de cobre ao final do ano t é dada por:
dT
= k (A − T (t)), (k > 0). (∗)
dt
Para determinar T , integramos (∗) em relação a t:
dT
Z Z
= −k dt + c; obtendo ln(T − A) = −k t + c;
T −A
logo, T (t) = A + C e−kt . Se a temperatura inicial é T (0) = T0 ; então, C = T0 − A e:
dN
= k N (N1 − N ), (k > 0). (∗∗)
dt
Para determinar N , integramos (∗∗) em relação a t, aplicando o método de frações parciais:
Z
dN 1 dN dN
Z Z Z
=k dt + c; logo, + = k t + c;
N (N1 − N ) N1 N N1 − N
6.10. EXERCÍCIOS 255
e:
N
ln( ) = k t N1 + c1 .
N1 − N
Como N (0) = N0 , c1 = ln( N1N−N
0
0
); então,
N N0
ln( ) = N1 k t + ln( );
N1 − N N1 − N0
N N0 eN1 kt
logo, = donde:
N1 − N N1 − N 0
N0 N1
N (t) = ,
N0 + (N1 − N0 ) e−N1 kt
6.10 Exercícios
1. Calcule as seguintes integrais usando a tabela e, em seguida, derive seus resultados para
conferir as respostas:
1
Z Z Z
(a) x(x + 3)(x + 1) dx (h) 2+7
dx (o) 5eax dx
Z x
1
Z
(3x2 + 5)3 dx 1
Z
(b) (i) √ dx (p) (9t2 − √ 3 ) dt
x 2+4
Z
1 t
dx
Z
(c) dx (j) √ √
1
1 x x
Z
2
Z xn 8 − x (q) ( √ + ) dx
2
2
Z x 3
(d) (x 3 + 1) dx (k) 2
tg (x) dx
√
Z
√ √ (r) x3 4 x dx
Z Z
√ √ √
(e) x(x − x + 1)dx (l) x( 2 − x) dx2
x2
Z
Z 2 2
(x + 1)(x − 2) (s)
Z
(f) dx x dx
2 (m) 10 dx x2 + 1
x 3
(x3 − x2 )2
Z x
(x5 + 2x2 − 1)dx
Z
e +4
Z
(g) √ dx (n) dx (t)
x ex x4
x 4x2
Z Z Z
(a) √5
dx (f) √ dx (k) sen(2x) cos2 (2x) dx
2
x −1 x3 + 8
x x
Z
3x
Z
6x
Z
(b) dx (g) dx (l) tg( ) sec2 ( ) dx
2
x +1 (5 − 3x2 )2 2 2
cos(ax)dx
Z
√
Z
dy
Z
(c) x + 5 dx (h) (m) p
(b + ay)3 b + sen(ax)
1
Z
dy
Z Z
(n)
p
(d) √ (i) x3 a + bx4 dx dx
b − ay x(ln(x))2
x3
Z
ln(x) + 2
Z Z
(e) 2
y(b − ay ) dy (j) dx (o) √ dx
x 1 + x4
256 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
√
x+3
Z Z
cos( x + 1)
Z
2 x3
(p) x e dx (t) dx (x) √ dx
(x + 6x)2
2
1+x
arcsen(y) dx
Z Z
(q) p dy (u)
2 1 − y2 x ln(x) Z
x5
(y) √ dx
ex
Z Z arcsen(x)
e 3
x6 + 4
(r) 2x
dx (v) √ dx
e + 16 1 − x 2
sen(θ)
Z
sen(ln(x))
Z Z
(s) dθ (w) dx (z) 3x cos(3x ) dx
(5 − cos(θ))3 x
√
Z Z Z
(i) sec3 (x) dx (r) (x5 − x3 + x) e−x dx (z) x x + 1 dx
Z Z √
11 4 x
(b) x cos(x ) dx (d) e dx
6.10. EXERCÍCIOS 257
√
Z Z
2
(e) sen( x) dx (f) x5 ex dx
sen2 (x)
Z Z
(a) dx (f) (cotg2 (2x) + cotg4 (2x)) dx
cos4 (x)
cos4 (x)
Z Z
5 3
(b) tg (x)sec (x) dx (g) dx
sen6 (x)
Z Z
(c) sen2 (x)cos2 (x) dx (h) sen4 (ax) dx
sen5 (x)
Z Z
(d) p dx (i) sen3 (y) cos4 (y) dy
cos(x)
sen(x) sen4 (x)
Z Z
(e) dx (j) dx
tg2 (x) cos6 (x)
sen(x) dx cos(x)
Z Z Z
(a) 3 dx (b) 3 (c) p dx
2
(25 − cos (x)) 2 2
x((ln(x)) − 4) 2 4 + sen2 (x)
dx dx x
Z Z Z
(a) √ (e) √ (i) √ dx
−3 + 8x − 4x 2 x2 − x − 1 x2 − 3 x + 4
x 5x + 3
Z Z
x+2
Z
(b) √ dx (f) √ dx (j) √ dx
1 − x + 3x 2 2
4x + 3x + 1 2
x + 6 x + 34
2x dx
Z Z
(c) dx (g) √
(x2 + 3x + 4)2 4 x − x2 − 3
dx 1 − 2x
Z Z
(d) √ (h) √ dx
2
x + 3x + 5 2 x − x2 + 3
258 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA
dx dx
Z Z
(a) 3
(l)
x +8 (x + 1)(x2 + x + 1)2
4dx
Z
dx
Z
(b) 4 (m)
x −1 x + x6
8
Z 5 3
x + 4x 3x + 1
Z
(c) 2 3
dx (n) 2
dx
(x + 2) x −x+1
x3 + 3x dx
Z Z
(d) dx (o) 4 3
2
(x + 1) 2 x − 3x + 3x2 − x
x
Z
dx
Z
(e) 4 2
(p) 4
dx
x +x x −1
Z 3
x +x−1 5x3 − 3x2 + 2x − 1
Z
(f) dx (q) dx
(x2 + 1)2 x4 + 9x2
Z 4
x + 8x3 − x2 + 2x + 1
Z 5
x + 4x3 + 3x2 − x + 2
(g) 2 3
dx (r) dx
(x + x)(x + 1) x5 + 4x3 + 4x
dx 2x + 2
Z Z
(h) (s) dx
3 2
x (x + 1) x(x + 2x + 2)2
2
x+1
Z
dx
Z
(i) dx (t)
(x2 + 4x + 5)2 x3 + 3x2 + 7x + 5
Z 3
x +x+1 x2 − 3 x + 2
Z
(j) dx (u) dx
x(1 + x2 ) x3 + 6 x2 + 5 x
x3 + 1 3 x3 + x2 + x − 1
Z Z
(k) dx (v) dx
(x2 − 4x + 5)2 x4 − 1
x4 + 1
Z Z
(a) cos(x) ln(sen(x)) dx (k) dx
Z x (x2 + 1)
(b) x 5x dx sen(x) cos2 (x)
Z
(l) dx
Z 5 + cos2 (x)
(c) x5 cos(x3 ) dx Z
x2
(m) dx
(x + 1)3
Z
(d) tg(x) sec3 (x) dx
dx
Z
Z (n) 2
4 x + 12 x − 7
(e) cos(3 x) cos(4 x) dx
2x + 3
Z
Z
x (o) dx
(f) p dx x3 + 3 x
(x + 4)5
2 Z
3 x2 − 4 x + 5
Z
dx (p) dx
(g) √ (x − 1) (x2 + 1)
x2 + 4 x + 8
x3
Z
(q)
Z p √ dx
(h) et 9 − e2t dt 3
x2 + 1
Z √
Z
x2 + 2 x x
(i) dx (r) dx
x3 + 3 x2 + 4 x+1
dx
Z
x−3
Z
(j) dx (s) √
(x + 2 x + 4)2
2 (x + 9) x2 + 4
2
6.10. EXERCÍCIOS 259
dx 1 − tg2 (x)
Z Z
(t) √ (w) dx
(x − 1) x2 + 2 x − 2 sec2 (x) + tg(x)
Z
dx
Z
dx
(u) 1+2 sen(x) cos(x)+sen2 (x) (x) √ dx
(x + 3) x − 1
2 cos2 ( x2 )
Z
(v) dx
x + sen(x)
dx dx
Z Z
(a) (c)
sen(x) − cos(x) 3 + cos(x)
dx cos(x) dx
Z Z
(b) (d)
sen(x) + cos(x) sen(x) − cos(x)
12. Em todos os pontos de uma curva y = f (x) tem-se que y ′′ = cos(2 x) − sen(x). Obte-
nha a equação da curva, se esta passa pelo ponto (0, 1) e a reta tangente nesse ponto é
perpendicular à reta y − x = 0.
13. Em alguns estudos, a degradação ambiental produzida por detritos tóxicos é modelada
pela equação de Haldane:
dS as
= ,
dt b + c s + s2
onde a, b, c > 0, S = S(t) é a concentração do substrato ( a substância do resíduo na qual
as bactérias agem). Determine S = S(t).
Qual é a probabilidade dos circuitos continuarem funcionando após 600 horas?
260 CAPÍTULO 6. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA