Vous êtes sur la page 1sur 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA

BIOQUÍMICA APLICADA À FISIOTERAPIA

BIOQUÍMICA DA APOPTOSE E SUA RELAÇÃO COM A DOENÇA DE

ALZHEIMER

NATAL/ RN
Junho 2009

Glênia Soares Saldanha


Gleyson Luiz Lopes Bezerra
Priscilla Rique Furtado
Suzane Beatriz Calixto de Lira
Tathyanna Kelly Macêdo Furtado

BIOQUÍMICA DA APOPTOSE E SUA RELAÇÃO COM A DOENÇA DE

ALZHEIMER

Pesquisa referente à disciplina de

Bioquímica Aplicada à Fisioterapia, cuja

avaliação será equivalente à nota parcial

da 3º unidade.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fernandes

2
SUMÁRIO
Pág.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4
2 CONCEITO DE APOPTOSE .................................................................. 5
3 MECANISMOS BIOQUÍMICOS DA APOPTOSE ...................................5
3.1 VIA POR RECEPTORES DE MORTE ................................................. 5
3.2 VIA MITOCONDRIAL ........................................................................... 6
3.3 MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA APOPTOSE .............................7
4 RELAÇÃO ENTRE APOPTOSE E ALZHEIMER ................................... 8
4.1 MECANISMOS DAS APOPTOSES DO ALZHEIMER ......................... 8
4.2 COMO PREVENIR O ALZHEIMER ..................................................... 9
ANEXOS .................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS ..........................................................................................12

3
1. INTRODUÇÃO

A apoptose é um tipo de “auto-destruição” em que a célula investe


energia em uma cascata de sinalização que resultará em sua própria morte.
Essa morte induzida pode ser gerada como forma de defesa diante de
mutações do DNA ou por regulação fisiológica. Esse processo é de grande
importância, pois contribui para a manutenção da homeostase (GRIVICICH;
REGNER; ROCHA, 2007). O descontrole da regulação deste processo pode
estar associado a doenças neurodegenerativas, dentre elas o mal Alzheimer.
No desenvolvimento desta pesquisa iremos apresentar os dois principais
mecanismos pelos quais ocorrem a apoptose, assim como sua relação com o
Alzheimer, e conseqüentemente, levantar possíveis formas de diminuir os
riscos de obtenção da doença.
O Alzheimer é marcada por progressiva degeneração do sistema
nervoso, a qual afeta mais de 18 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo
a maioria destes idosos (BACSKAI, 2008). Visto o gradual processo de
envelhecimento da população mundial (Fig. 1 em anexo), é de fundamental
importância que doenças características dessa faixa etária sejam investigadas.
O Alzheimer está intimamente relacionado com processos de apoptose
celular induzidos. Esses processos são constituídos por um conjunto de
respostas metabólicas, que são estimuladas tanto por fatores ambientais, como
corporais, resultantes de uma cadeia de reações preliminares, que podem ser
causadas por estímulos fisiológicos, como as sinalizações de morte por
linfócitos T, e causas patológicas, como estresses oxidativos.
Recentemente, vários cientistas vêm comprovando os efeitos benéficos
de exercícios aliados a uma dieta saudável no combate ao início desta cadeia
apoptótica, pois acabam por impedir a formação de radicais livres, além de
ajudar na manutenção da homeostase iônica (ROCHA, 2005).
No campo da fisioterapia temos várias técnicas de exercícios que se
adéquam, dentre as quais se destaca o Pillates, pois é ideal para todas as
idades, além de proporcionar um bom condicionamento cardiovascular, aliado
ao fortalecimento da musculatura esquelética.

4
2. CONCEITO DE APOPTOSE

Apoptose, ou morte celular programada, é um processo vital normal que


ocorre a todo o tempo nos organismos, de forma ativa e fisiológica, constituindo
um mecanismo de remoção de células lesadas e de renovação celular e
tecidual (ANAZETI; MELO, 2007). Esse processo ocorre nas mais diversas
situações como, por exemplo, na organogênese e hematopoiese normal e
patológica, na reposição fisiológica de certos tecidos maduros, na atrofia dos
órgãos, em doenças neurodegenerativas, em respostas inflamatórias e na
eliminação de células após dano celular por agentes genotóxicos.
É um fenômeno complexo marcado por condensação cromatínica,
fragmentação do DNA e formação dos corpos apoptóticos, porções da extinta
célula envoltas por membrana celular, conferindo características morfológicas
muito marcantes e coordenadas (ANAZETI; MELO, 2007).
De um modo geral, a apoptose é um fenômeno bastante rápido, no qual
ocorre uma retração da célula, causando perda da aderência com a matriz
extracelular e células vizinhas. As organelas celulares mantêm a sua
morfologia, podendo ser reaproveitadas assim como outros produtos
resultantes do material que foi degradado. Porém, se as mitocôndrias forem
lesadas no caso do mecanismo de via intrínseca que será explicado adiante,
elas não serão reaproveitadas(GRIVICICH; REGNER; ROCHA, 2007).

3. MECANISMOS BIOQUÍMICOS DA APOPTOSE

O processo apoptótico pode ser desencadeado, principalmente, por


duas vias: A via extrínseca, a qual envolve receptores de morte, e a via
intrínseca, também chamada de mitocondrial. (HERR; DEBATIN, 2001)

3.1 VIA POR RECEPTORES DE MORTE

A via extrínseca é iniciada por membros da família de receptores de


morte celular, tal como o Faz. Ligantes específicos sinalizam a agregação e a
formação de um complexo indutor de morte, o qual recruta um grupo de
proteases baseadas em cisteína chamado de caspases (Fig. 3 em anexo).

5
Essas proteases se dividem em dois subgrupos: as iniciadoras, que são as
caspases 8, 9 e 10 e as efetoras, que são as caspases 3, 6 e 7 (BOATRIGHT;
SALVESEN, 2003).
A princípio, as caspases são sintetizadas como precursores inativos
denominados zimogênios (pró-caspases), sendo, posteriormente, ativadas por
clivagem proteolítica. Essas proteases ativas possuem um resíduo de cisteína
no sítio ativo e clivam, em sequências específicas, outros substratos que
possuem resíduos de ácido aspártico. Sabe-se que a especificidade pelos seus
respectivos substratos é determinada por quatro resíduos amino-terminal no
sítio de clivagem.
Essas enzimas podem ser classificadas de acordo com o tamanho do
pró-domínio da cadeia, que será eliminado na clivagem de ativação da
caspase, e pelo seu papel na apoptose. Caspases iniciadoras possuem pró-
domínios longos e estão envolvidas na iniciação da cascata proteolítica,
enquanto que as caspases efetoras apresentam pró-domínios curtos ou
inexistentes, responsáveis pela clivagem de substratos (RUPNARAIN;
DLAMINI; NAICKER; BHOOLA, 2004).
Resumindo, na via por receptores de morte, pró-caspases do grupo das
iniciadoras serão reunidas, através de proteínas de domínio de morte
associada ao receptor. Estas darão origem à forma ativa das caspases
iniciadoras, que irão, por sua vez, ativar as caspases efetoras, responsáveis
pela degradação das proteínas da célula (ANURADHA; KANNO; HIRANO,
2001).

3.2 VIA MITOCONDRIAL

Além dos receptores da morte, a apoptose pode também ser deflagrada


por sinais de estresse intracelular que resultem em disfunção mitocondrial.
Esse estresse pode ser: lesão do DNA reconhecida pela p53; alterações nas
vias metabólicas devido ao aumento do cálcio intracelular, redução do pH ou
estresse oxidativo; toxinas; privação dos fatores de crescimento e até mesmo
drogas (PAROLIN; REASON, 2001).
Na presença de sinais de estresse intracelular ocorre a translocação de
proteínas pró-apoptóticas, como o Bax e Bid, do citosol para a mitocôndria.

6
Essas proteínas são membros da família de proteínas Bcl2, que exercem
importante função reguladora da apoptose, como será discutido adiante.
A translocação das proteínas pró-apoptóticas para a mitocôndria resulta
na liberação do citocromo c, o qual estava na região entre membranas da
mitocondria e passa para o citosol. No citosol, o citocromo-c forma um
complexo com o fator ativador da apoptose 1, o apaf-1, levando à ativação da
caspase-9, que irá ativar as caspases efetoras (Fig. 4 em anexo). Portanto, a
ativação das caspases pode ser desencadeada via receptores da morte ou via
disfunção mitocondrial, com liberação do citocromo-c (PAROLIN; REASON,
2001).
A expressão da família Bcl-2 com reguladores anti-apoptóticos, como
Bcl-2 e Bcl-XL, que previnem a liberação de citocromo c, é capaz de inibir a
geração de espécies reativas do oxigênio e a acidificação intracelular, bem
como estabilizar o potencial de membrana da mitocôndria (MURPHY;
RANGANATHAN; FARNSWORTH; KAVALLARIS; LOCK, 2000).

3.3 MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA APOPTOSE

Após um estímulo de morte, a Bcl-2 inibe a permeabilização da


membrana externa da mitocôndria, pelo seqüestro de Bax ou por competir por
sítios na membrana externa mitocondrial que seriam ocupados por essa
proteína. Isso ocorre para impedir a promoção da apoptose através da
interação da Bax com a mitocôndria.
Outras proteínas reguladoras, além da família Bcl-2, também estão
relacionadas com o ciclo celular e após uma estimulação, podem induzir
proliferação celular; parada do ciclo ou morte celular. Essas proteínas são:
c-Myc, p53, pRb, Ras, PKA, PKC, NF-κB, CDK, ciclinas e CKI.
Dois exemplos são a proteína c-Myc e a p53. A indução de apoptose por
c-Myc parece ocorrer quando há privação de fatores de sobrevivência celular.
Essa proteína pode estar relacionada com a liberação do citocromo c
envolvendo proteínas Bax funcionalmente ativas, assim como a expressão de
Fas ligante e de receptor Faz. Já a proteína p53, é amplamente conhecida
como indutora de parada do ciclo celular. Essa fase é importante pois nela

7
ocorre a verificação da integridade do DNA, “optando” pela continuação do
ciclo, ou pela apoptose.
Estas alterações são comuns a todas as células em apoptose explícita,
independentemente do agente indutor do processo. Isso significa que a ação
destas caspases representa uma via final comum que opera em todas as
células programadas para morrer (HENGARTNER, 2000).

4. RELAÇÃO ENTRE APOPTOSE E ALZHEIMER

Nos últimos anos, muitos pesquisadores tem apontado para a relação da


apoptose com doenças neurodegenerativas, dentre elas o mal de Alzheimer
com mais de 18 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo.
O Alzheimer é caracterizado como uma desordem crônica e progressiva,
marcada pela perda seletiva e simétrica de neurônios motores, sensoriais e do
sistema cognitivo. O seu processo de desenvolvimento é fruto de um conjunto
de fatores como: o aumento do stress oxidativo, que pode provocar danos a
proteínas, lipídeos ou DNA; deficiência na regulação de cálcio intracelular,
levando à perda da homeostasia iônica; além de disfunções mitocondriais que
podem dar início à cascata apoptótica (ROCHA, 2005).

4.1 MECANISMOS DAS APOPTOSES DO ALZHEIMER

O mecanismo pelo qual ocorre a indução do neurônio à apoptose do


Alzheimer ainda não é completamente conhecido. Entretanto, sabe-se que a
elevada concentração extra-celular de uma proteína chamada beta-amilóide
pode ser o ponto chave para se chegar a uma resposta (BACSKAI, 2008).
A beta-amilóide é formada a partir da quebra irregular de uma proteína
transmembrana do neurônio percursora da proteína amilóide (PPA). Isso é feito
por uma versão mutante da enzima preselina (Fig. 2 em anexo). A causa dessa
clivagem anormal pode ser dada por herança genética, onde é possível ter uma
fragilidade na transcrição desse gene, aumentando os riscos deste sofrer
mutação, ou ainda por exposição do material genético a agentes mutagênicos,
como, por exemplo, os radicais livres.

8
O acúmulo desta proteína mutante é chamada de placas neuríticas. Sua
presença é tóxica para os neurônios adjacentes, pois induz a entrada
descontrolada de cálcio para dentro dos mesmos, o que dá início à cascata
apoptótica através da ativação das caspases (CAMPAGNE; MARAMBAUD;
FOSKETT, 2008).

4.2 COMO PREVENIR O ALZHEIMER

Para prevenir o desenvolvimento da doença de Alzheimer, duas coisas


são importantes: manter tanto a mente quanto o corpo submetidos a exercícios
regulares, além de uma dieta adequada, rica em antioxidantes (ROCHA, 2005).
Infelizmente, os idosos são os maiores candidatos a adquirirem a
doença, dada a fragilidade física típica desta faixa etária que contribui para o
sedentarismo. Neste sentido, os fisioterapeutas seriam os profissionais mais
indicados para tratar dos idosos, com o objetivo de prevenção desta e de
muitas outras doenças neurodegenerativas.
Técnicas como o Pillates são as mais indicadas, pois, além de não
apresentam limites etários para os praticantes, permitem trabalhar toda a
musculatura corporal, bem como condicionar o sistema cardiovascular, o que
contribui para a manutenção de um bom suprimento sanguíneo para os
neurônios.
Os fatores induzidos pelos exercícios físicos, juntamente com a dieta
restrita, podem agir como protetores das proteínas contra os radicais oxidantes,
atuando na homeostase do cálcio intracelular e inibindo a cascata bioquímica
da apoptose, além de contribuir para o crescimento de novas células nervosas.
Esses são, portanto, fatores neurotróficos, os quais contribuem para a
neurogênese (ROCHA, 2005).

9
ANEXOS

Fig. 1 – Prevalência da doença de Alzheimer

Fonte: <http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1013>

Fig. 2 – Processo de formação das placas neuríticas a partir da ação de uma Preselina
mutante sobre a APP, produzindo a proteína beta-amilóide.

Fonte: <http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1014>

10
Fig. 3 – Via extrínseca de ativação da apoptose
Fonte: Ivana GRIVICICH, Andréa REGNER, Adriana Brondani da ROCHA. Morte celular por
apoptose. Revista Brasileira de Cancerologia, 2007, 53(3) : p.339.

Fig. 4 – Via intrínseca de ativação da apoptose


Fonte: Ivana GRIVICICH, Andréa REGNER, Adriana Brondani da ROCHA. Morte celular por
apoptose. Revista Brasileira de Cancerologia, 2007, 53(3) : p.339.

11
REFERÊNCIAS

Brian BACSKAI. How Amyloid Plaques May Damage Brain Cells In


Alzheimer's Disease. Disponível em:
<http://www.sciencedaily.com/releases/2008/07/080730140623.htm>. Acesso
em: 25 Maio 2009.

C. D. ANURADHA, S. KANNO, S. HIRANO. Oxidative damage to mitochondrial


is a preliminary step to caspase-3 activation in fluoride-induced apoptosis in
HL60 cells. Free Rad. Biol. & Med, n.31, 2001, p.367 – 373.

C. RUPNARAIN, Z. DLAMINI, S. NAICKER, K. BHOOLA. Colon cancer:


genetics and apoptotic events. Biol Chem, 2004, 385 : 449 – 64.

Daniele Martins ROCHA. Uma velha receita: o que dieta e exercício podem
fazer contra a doença de Alzheimer. Ciências & Cognição, vol 6, 2005, p.145
– 147.

Fabien CAMPAGNE, Philippe MARAMBAUD, Kevin J. FOSKETT. Mechanism


Explains Calcium Abnormalities In Alzheimer's Brain. Disponível em:
<http://www.eurekalert.org/pub_releases/2008-06/cp-mec061908.php>. Acesso
em: 25 Maio 2009

I. HERR, K. M. DEBATIN. Cellular stress response and apoptosis in cancer


therapy. Blood, n.98, 2001, p.2603 – 2614.

Ivana GRIVICICH, Andréa REGNER, Adriana Brondani da ROCHA. Morte


celular por apoptose. Revista Brasileira de Cancerologia, 2007, 53(3) : 335 –
343.

JH NAISMITH, SR SPRANG. Modularity in the TNF-receptor family. Trends


Biochemistry Sciello, 1998, 23 : 74-79.

12
K. M. BOATRIGHT, G. S. SALVESEN. Mechanisms of caspase activation. Curr
Opin Cell Biol, 2003, 15 : 725 – 31.

K. M. MURPHY, V. RANGANATHAN, M. L. FARNSWORTH, M. KAVALLARIS,


R. B. LOCK. Bcl-2 inhibits Bax translocation from cytosol to mitochondria during
drug-induced apoptosis of human tumor cells. Cell Death Differ, 2000, 7 : 102
– 11.

Maristella Conte ANAZETTI, Patrícia Silva MELO. Morte celular por apoptose:
uma visão bioquímica e molecular. Metrocamp Pesquisa, jan./jun., 2007, v.1,
n.1, p.37 – 58.

M. O. HENGARTNER. The biochemistry of apoptosis. Nature, n.407, 2000,


p.770 – 776.

Mônica Beatriz PAROLIN, Iara J. Messias REASON. Apoptose como


mecanismo de lesão nas doenças hepatobilliares. Arquivos de
Gastroenterologia, v.38, n.2, abr./jun., 2001

13

Vous aimerez peut-être aussi