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Produto: ESTADO - SP - 7 - 08/09/08


C7 -
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SEGUNDA-FEIRA, 8 DE SETEMBRO DE 2008


O ESTADO DE S. PAULO
CIDADES/METRÓPOLE
CIDADES/METRÓPOLE C7
C7

RETRATOS DO BRASIL q

Voluntárias dispensam polícia na


luta contra a prostituição infantil
Agentes eram informantes da rede de abusos que se formou após o avanço na extração de bauxita no Pará
CELSO JUNIOR/AE

Leonencio Nossa
ENVIADO ESPECIAL
JURUTI E PARAUPEBAS (PA)

Antes, acompanhadas da polí-


cia,elaspercorriambares,pros-
tíbulos e hotéis de Juruti para
combater a exploração sexual
decrianças.Comotempo,ogru-
po de mulheres ligado à Pasto-
raldaCriançaeaoConselhoTu-
telar percebeu que os policiais
queas acompanhavameram in-
formantes dos donos dos esta-
belecimentos. Mesmo diante
dos riscos oferecidos por cafe-
tões, policiais corruptos e trafi-
cantes, o grupo de mulheres
mantém a ronda noturna. “Não
podemos confiar na polícia, ela
dribla a gente”, diz a professora
aposentada Rosineide Barroso.
Essas mulheres chegam a levar
as crianças prostituídas para
casa, como revelou o Estado na
edição de ontem.
Rosineide avalia que a cidade
não estava preparada para o
crescimento, com a chegada
dos investimentos na mina de
bauxita, da Alcoa. “Não estáva-
mosestruturadosparaessepro-
jeto. Temos muitas adolescen-
tes nas drogas e no alcoolismo.”
AservidorapúblicaVarluceAu-
gusta dos Santos, integrante da
ronda, diz que a exploração se-
xualdecriançasestava“incuba-
da” – com a chegada da empre-
sa, o problema se tornou maior
evisível.“Aprópriafamíliajuru-
tiense sofreu o impacto. Quem
era agricultor no interior veio RONDA NOTURNA – A professora aposentada Rosineide Barroso (à esq.) e a servidora pública Varluce Augusta dos Santos mantêm visitas a bares e prostíbulos, apesar dos riscos
para a cidade”, afirma. “As em-
presas não dão trabalho para concreto para permitir às ado- movimentado à noite, com jo- são que chegam ao conselho
quem não tem instrução”, afir- ●●●Por duas semanas, o Estado lescentesdeixaremarua.”Rosi- vens circulando por bares com por mês, a maioria é por abuso
ma. “Na cidade, os pais, analfa- navegou 1.682 km pelo Rio Ama- neide também lamenta que as roupas de marcas, motos e car- praticado por familiares. São
betos, tapam os olhos e deixam zonas e percorreu outros 400 preocupações da empresa não ros luxuosos. A maioria dos mo- 25 casos de exploração sexual
as coisas acontecerem.” km de carro, para retratar a ex- chegaram no tempo certo. radores, porém, vive em quar- todo mês. “Já esteve pior. Hoje
Varluce ainda cita casos de ploração infantil na Amazônia. “Veio tarde. Ninguém sabe o tos alugados ou casebres em lo- a gente diz: são só 25.”
crianças agredidas. “Muitos ho- Os repórteres ganharam o 4.º que fazer com os filhos”, diz. “E teamentosirregulares.“Aspes- ElaadmitequeoConselho es-
mens que vieram trabalhar na Concurso Tim Lopes para Proje- tambémfaltaestruturadaJusti- soas vêm atraídas pela propa- tánumasituaçãomaisconfortá-
mina,comfamílialonge,seapro- tos de Investigação Jornalística, ça. Não temos promotor e juiz, ganda de riqueza”, diz Edson vel em sua região, a ponto de
veitam das meninas. E os gesto- realizado pela Andi e pelo Chil- os casos são resolvidos em Óbi- Barbosa, do Conselho Tutelar. fazerdoações.Parauapebas,po-
res públicos não se preocupa- dhood Instituto WCF-Brasil, do, a quatro horas de barco.” MariaAlexandraSilva,presi- rém, só conta com um carro pa-
ram com a questão da infância.” com apoio de Unicef, OIT, Fenaj dente do Conselho, avalia que o raajudarnaapuraçãodedenún-
Mas ela admite que a empresa e Abraji. O valor da bolsa-repor- SÓ UM CARRO tamanho reduzido das mora- cias. Há pouco tempo, esse veí-
demonstra interesse em deba- tagem, R$ 9,4 mil, será doado Parauapebas parece uma cida- diasagravaoproblemadosabu- culo estava em reforma. O Cor-
ter o problema com os morado- aos Fundos Estaduais dos Direi- de do interior paulista. Ou- sos dentro de casa. Famílias de po de Bombeiros, num treina-
res,masfaltapolíticapúblicapa- tos da Criança e do Adolescente tdoors com anúncios de em- até dez pessoas dividem quar- mentodeagentes,recortouote-
ra combater a exploração se- do Amazonas e do Pará. ● preendimentos imobiliários, tos de 20 m². De 100 casos em to com um maçarico – sem dar
xual. “Até hoje não tem nada prédios em construção, centro média de denúncias de agres- satisfações.●

Entrevista
Roger Agnelli: presidente da Vale
CELSO JUNIOR/AE–24/8/2006
feito claramente gosta de dis-

‘Os prefeitos Quem é:


Roger Agnelli
curso, mas fazer não faz. Esse
é o ponto. No discurso é cam-
peão. Agora, olhar a questão
social e do desenvolvimento so-
cial a longo prazo, fazer parce-

é que não ● É economista e presidente


da Vale, a segunda maior
mineradora do mundo

● Anteriormente, esteve por 20


rias e respeitar o próximo, isso
não faz.

Interlocutores do Planalto dizem


que o presidente Lula reclama que

investem’ anos no Bradesco e comandou


a Bradespar

● Atuou ainda em Globocabo,


Latasa, VBC e CPFL
a Vale não investe.
Você acredita?!

O sr. aceita discutir mudanças nos


royalties?
USO DE ROYALTIES – ‘Estados têm de fazer o que está na Constituição’ Aceito, não vejo problema. No
Brasil, o que menos se quer
mos aceitar e compactuar. chamar parcerias com a inicia- Há muita exploração sexual na re- sistema de portaria de Cara- ver é o imposto subir. Quando
Economista destaca que Mas existe uma certa confu- tiva privada. De maneira ge- gião. A empresa tem responsabili- jás. Reduzimos o tempo de des- se fala em royalties de petró-
não se deve misturar as são entre o que deve ser feito ral, existe desvirtuamento des- dade social? carregamento de equipamen- leo, é bom não esquecer que a
responsabilidades do pelo poder público e pela inicia- ses recursos. Isso é o que acon- Sim, em absoluto. A prostitui- tos de dois dias para três ho- gente paga na gasolina e no die-
poder público e das tiva privada. Em Parauapebas tece. Não falta dinheiro. Tal- ção infantil é um problema que ras. A questão da prostituição sel os maiores preços (impos-
empresas privadas e nas áreas em torno das ope- vez faltem projetos porque fal- todos têm de atacar. A ação so- infantil, infelizmente, é uma tos) do mundo. Não se esqueça
rações de Carajás, o que temos ta capacitação na maioria das cial da Vale é forte. Temos realidade – que repudiamos. Fi- de que a Petrobrás, bem ou
BRASÍLIA
feito é desenvolver com a co- cidades. Vários municípios me- uma fundação com vários pro- co indignado ao ver esse tipo mal, é monopólio. Não se es-
munidade e as prefeituras par- nores não têm condições de fa- jetos, dentre os quais o afetivo de coisa. Quando investimos queça que quanto mais se car-
Presidente da Vale, a segunda cerias no sentido de criar pro- zer projetos do PAC (Progra- sexual, voltado aos homens em Canaã dos Carajás foi uma rega na carga tributária, mais
maior mineradora do mundo, jetos para saneamento, saúde, ma de Aceleração do Crescimen- que vão trabalhar no sistema, das preocupações. O primeiro paga o consumidor. Quanto
Roger Agnelli, disse ao Estado educação e tratamento de to). Nós estamos ajudando os para evitar práticas como es- pedido ao prefeito foi para ti- mais aumenta a carga, mais se
que não se deve misturar as água. Temos feito parcerias municípios a fazer. sa. O que é preciso deixar cla- rar um prostíbulo que tinha na tira competitividade da indús-
responsabilidades do poder pú- também com o Ministério das ro é que não se pode confundir porta da cidade. tria. O grande problema dos
blico e das empresas privadas. Cidades e o governo do Esta- Mas as melhorias não são visíveis. o papel do Estado com o papel Estados e das empresas expor-
“Se os Estados e municípios fi- do. Os recursos que a gente pa- Parauapebas já foi referência da empresa. Uma empresa Os prefeitos cobram mais partici- tadoras está no ICMS, na Lei
zessem o que está escrito na ga de royalties são importan- em termos de IDH (desenvolvi- tem de trabalhar de forma pre- pação da empresa. Kandir. Como compensar? To-
Constituição, usar os royalties tes para o município. Nos últi- mento). Tivemos a gestão de al- ventiva, não pode se furtar, Está muito fácil, hoje, para al- dos perdem. O royalty da mine-
para investir em infra-estrutu- mos anos, esse valor foi multi- guns prefeitos que foi calamito- porque a regra do jogo é essa. gumas autoridades, jogar o ração não é royalty, é uma con-
ra e educação, vários prefeitos plicado por três, porque o pre- sa. Não se pensou em longo Agora, o papel de polícia é do problema no colo do governo tribuição, não é tributo. E se os
não estariam se queixando. ço do minério subiu e a CFEM prazo. (...) O presidente Lula Estado. O combate à prostitui- do Estado ou da iniciativa pri- Estados e municípios fizessem
Eles não investem.” (Contribuição Financeira pela diz que tem de ter reforma polí- ção é (competência) do poder vada. Eles (os políticos) têm de o que está escrito na Constitui-
Exploração de Recursos Mine- tica. Sem dúvida tem de ter, público, a participação das em- olhar para si mesmos. Onde es- ção, usar esses royalties para
Como o senhor avalia o problema rais) é fixada com base no pre- porque a gente precisa parar presas é auxiliar. É por isso tamos não faltam recursos pa- investir em infra-estrutura e
da exploração sexual de crianças? ço de venda do minério. O po- de pensar nas próximas elei- que acreditamos na importân- ra os municípios. O que falta é educação, vários prefeitos não
A prática da exploração sexual der público é que tem de olhar, ções. Temos de pensar o Brasil cia de reforçar o papel do Esta- seriedade no trato da coisa pú- estariam se queixando. Eles
infantil é nefasta, não pode- investir mais em educação e para os próximos 40 anos. do. Há dois anos, mudamos o blica. Em Parauapebas, o pre- não investem. ●

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