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A experiência do PEI na editora Abril

Luís Alberto Shaffer/ José Renato Siqueira Júnior


No final do primeiro semestre de 98 foi iniciada a aplicação da
metodologia do prof. Reuven Feuerstein em sete profissionais (gerentes e
supervisores de Produção da Impressão) pertencentes à diretoria de
Operações Industriais da Abril S/A. O relato que segue tenta repassar um
pouco do raciocínio e sentimentos que levaram o cliente (Luís Shaffer,
gerente responsável pela área) a pensar no PEI (Programa de
Enriquecimento Instrumental) como alternativa para as necessidades de
desenvolvimento de sua equipe direta, as estratégias utilizadas pelo
consultor (José Renato, Aplicador da metodologia) para viabilizar o
projeto, bem como, os resultados já alcançados decorridas 50% das
etapas.

A Visão do Cliente - Editora Abril


O que me levou a pensar no PEI? A perspectiva de
trabalhar diretamente com o processo de aprender e de
raciocinar de cada um.

"Minha equipe e eu precisamos de ajuda. Nossas rotinas e


processos são constantemente modificados em face das exigências de mercado e
tecnológicas, obrigando-nos a, permanentemente, reciclar métodos, incorporar novos
conceitos, remodelar tarefas, assumir responsabilidades e riscos, etc. É desafio atrás de
desafio num moto contínuo em aceleração geométrica."

Este depoimento é meu, mas não estranharia se o visse impresso em alguma das revistas
de negócio que colocamos semanalmente nas casas de nossos leitores. Ouço, reconheço
e cobro-me crescentemente que preciso aprender e reaprender, que é fundamental
inovar, evoluir em habilidades e comportamentos (competências) e que se eu, enquanto
profissional não o fizer e, enquanto gerente, não sensibilizar meu "time" para estas
necessidades, fatalmente fracassarei. Minha equipe, como todas aliás, é formada por
pessoas com idades, históricos, estilos, maturidades, expectativas e necessidades
diferentes. Isso me fez lembrar que o repasse de uma filosofia de trabalho com
metodologias de gerenciamento extremamente capazes de garantir uma base de
melhoria contínua estruturada, não está mais sendo suficiente para alcançar o nível de
autonomia, discernimento e velocidade necessários.

Percebi que nem mesmo a formulação compartilhada dos objetivos, metas e planos de
ação tem conseguido isto. São pontos evidentemente necessários mas ainda
insuficientes para darem conta de todo este "enrosco". Então o que me levou a pensar no
PEI como possível e inovadora alternativa?

A perspectiva de trabalhar diretamente com o processo de aprender e de raciocinar de


cada um, respeitando as dificuldades e o "timing" específicos, a oportunidade de fazê-
los incorporar um novo modo de encarar atividades inusitadas, absolutamente diferente
de qualquer experiência anterior, aumentando, em primeiro lugar o potencial de
abstração (a capacidade de extrair aprendizados de um contexto e transportar para
outros), em segundo lugar a competência e a tranqüilidade para enfrentar o novo
(alterando o potencial de adaptação ativa, a prontidão para o inédito) e, finalmente
proporcionando ampliação do autoconhecimento, da capacidade reflexiva e da
consciência do próprio papel, sua importância e influências no sistema. A minha busca
era a de aprender "como se aprende e assim habilitar minha equipe e eu como
"aprendizes permanentes" um importante e necessário passo para a construção da tão
almejada "learning organization".

As estratégias da aplicação e os resultados já obtidos


Sim, é verdade. Inteligência se aprende. Sim, é possível.
Aprende-se como melhor se aprende.
Em nossa cultura, acostumada a soluções tipo "café instantâneo", um processo longo,
isento de conteúdos específicos e que se propõe a trabalhar no processo pessoal de
raciocínio, um campo ainda pouco conhecido fora do meio educacional, é uma
oportunidade impar de consolidar as crenças sobre o potencial de desenvolvimento
humano que o prof. Feuerstein "inocula" em quem toma contato com sua teoria,
experiências e metodologia.

Por razões logísticas, algumas limitações nos foram impostas, como por exemplo a
carga máxima semanal para o projeto (somente 1 hora por pessoa) e a impossibilidade
de aplicar o PEI em grupo, uma vez que estes supervisores trabalham em horários
diferentes e é praticamente impossível reuni-los mais do que uma ou duas vezes por
mês. Respaldado por consultas feitas a Marcos Bruno e ao "guru" Meir Ben-Hur (um
dos principais aplicadores do método nas empresas, trabalhando desde 1977 nos
Estados Unidos), iniciamos o trabalho, utilizando a forma abreviada e em sessões
individuais. Até o final de dezembro realizamos 30 delas, sendo duas de medição, uma
antes da 1ª sessão e outra ao final do semestre. Esta medição teve por objetivo averiguar
se o progresso, percebido por mim e pelos participantes (diminuição da impulsividade,
aumento da capacidade crítica, da percepção sistêmica, da visão de consequências, do
nível de precisão, da maior preocupação com comunicação, do interesse maior em
desenvolver empatia e da melhor captação de significados e estruturas implícitas, nos
problemas, desafios, processos e relacionamentos) ficava também evidente nos testes de
inteligência usuais. Para isto, com o apoio técnico do Instituto Pieron, foram aplicados
os testes Ross de processos cognitivos, diagnosticando-se oito funções entre elas,
análise de informações relevantes, análise de padrões não evidentes, relações lógicas e
abstratas, raciocínio inferencial e dedutivo e capacidade de síntese.

Também foi aplicado o teste Equicultural de Inteligência Geral (Fator G). Para nossa
satisfação os resultados confirmaram as impressões e sentimentos e apontaram que, em
relação ao primeiro teste, 24% das pessoas foram melhor nos testes de análise, 57%
cresceram nos testes de síntese e 44% evoluíram nos testes de raciocínio dedutivo
(capacidade de julgamento). Entretanto, o número que mais nos surpreendeu foi o
obtido no Equicultural, no qual todos alcançaram melhor resultado em precisão, embora
tenham perdido um pouco de velocidade; reflexo da menor impulsividade e da maior
preocupação em pensar antes de agir (uma perda previsível e desejável pela
metodologia).

Esta experiência tem reforçado a crença de que ganhos em autonomia e desempenho


através do aumento da capacitação e dos conhecimentos, são produtos dependentes,
entre outras, da autoconfiança e do desejo individual ("sou capaz de aprender, posso e
quero melhorar e ampliar minhas contribuições") do significado e da importância que
este "aprender" e seus benefícios previsíveis possuem, ("vale a pena e faz sentido para
mim, na prática, no dia-a-dia") mas sobretudo de um processo de mediação que,
respeitando as individualidades, consiga trabalhar os paradigmas e as crenças pessoais
sobre o próprio potencial e limite.

Isto o PEI está nos ensinando ser perfeitamente possível, necessário e aplicável. Sim, é
verdade. Inteligência se aprende. Sim, é possível. Aprende-se como melhor se aprende.

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