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Resumo
Introdução
As mudanças globais vêm sendo denunciadas há séculos, mas nas últimas décadas o
caos socioambiental se instalou a despeito dos alarmes dos cientistas. Os principais
causadores das mudanças globais negativas, ou seja, os empresários ou seus prepostos vêm
tentando desacreditar os cientistas, acusando-os de serem exagerados, pessimistas e
apocalípticos. Mas qualquer pessoa pode identificar graves mudanças, por exemplo, no clima.
Alguns poucos autores brasileiros vêm se debruçando sobre esse tema (MARENGO, 2007;
BUCKERIDGE, 2008).
A Fig. 1 mostra que as emissões brasileiras são causadas essencialmente por mal uso
da terra como queimadas no caso do CO2 e pela agropecuária no caso do Metano. Protestos
contras as mudanças climáticas tem sido cotidianos na mídia tanto científica como pela
televisão, filmes, desenhos animados, jornais, revistas, etc, manifestados também por
cientistas de centenas de universidades e de ativistas de Organizações Não-Governamentais
(ONGs) e vem se multiplicando a cada dia. A questão ambiental deixou de ser assunto só de
pesquisadores e ativistas ambientais e sociais, passando a integrar pautas de setores
econômicos e políticos. Muitos dos coletivos empresariais perceberam que os cientistas não
estavam nem estão brincando com o apocalipse socioambiental. Assim, a busca pela solução
dos efeitos nefastos das mudanças ambientais globais, em especial das mudanças climáticas
(MCs) é assunto urgente, inevitável e de responsabilidade planetária. Todos os meios, técnicas
e recursos devem ser adotados imediatamente com o fim de minimizar, extinguir os efeitos
previsíveis e imediatos de holocausto da humanidade (PEDRINI, 2008a) e planejar como
adaptar a civilização humana para seus atuais efeitos.
Porém, o tema EA x MCs é ainda exíguo no Brasil e esse artigo busca sintetizar alguns
elementos para propor essa construção coletiva para os variados atores sociais envolvidos, ou
seja: cientistas, empresários, governos, políticos e mídias. O próximo capítulo apresenta
algumas publicações emblemáticas de amplo acesso público e comenta seu conteúdo tentando
correlacioná-lo com o contexto da EA. Objetiva também incentivar a que interessados nessa
área possam buscar essa informação nas suas fontes.
A produção bibliográfica brasileira tanto das MCs como dela com a EA,
inacreditavelmente, é escassa. Parece até que o tema não é urgente ou emergencial. Mas,
serão apresentadas algumas delas que podem ser consideradas emblemáticas, tanto por serem
de qualidade como por serem facilmente obtidas pela Internet, gratuitamente ou não.
As estratégias para enfrentar e tentar atingir os setes objetivos acima listados são:
Cabe destacar que esse é o primeiro plano governamental fora do contexto da EA que
trata dela, dando-lhe o justo realce. Porém, nota-se claramente que apenas o Ministério da
Educação através de sua Coordenação-Geral de Educação Ambiental graças ao Programa
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Vamos Cuidar das Escolas é que vem fazendo grandes esforços com ações em EA e MCs. O
MMA, bem como seus órgãos, como o IBAMA, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade
(ICMBio) e Agência Nacional de Águas (ANA) estão demasiadamente carentes em ações de
EA e MCs. Pode ser que o Fundo Nacional do Meio Ambiente numa de suas linhas de
financiamento em Qualidade Ambiental tenha apoiado financeiramente algum projeto ou ação
nesse sentido, mas como ele não publica amplamente nem incentiva a feitura de sínteses sobre
seus apoios nada se sabe de efetivo. Nas centenas de deliberações da II CNMA que teve como
tema as MCs dezenas delas foram exclusivamente sobre EA x MCs, e, pasmem, nada foi
feito, respeitando as 120 mil pessoas que as subscreveram. É um total desprezo pelo escasso
dinheiro da sociedade, sugerindo que esses eventos só servem para criar decepções entre os
que deles participam. A taxa de implementação dessas deliberações deve ser baixíssima!
De fato, os setes objetivos específicos e as estratégias acima listadas são insuficientes,
mas se atingidos serão grandes conquistas socioambientais para o povo brasileiro. De fato, o
verdadeiro problema a ser resolvido não foi elencado que seria uma mudança na postura
empresarial frente à sua responsabilidade socioambiental planetária, pois quando a natureza já
estiver em situação calamitosa não haverá retorno à situação pré-industrial mesmo que as
empresas passem a ter uma conduta adequada. Não há mais tempo a perder!
do Rio de Janeiro foi responsável pela liberação para a atmosfera de 56,9 milhões de
toneladas de gás carbônico, devidas, principalmente, à queima de combustíveis fósseis – gás
natural, óleo diesel, coque, gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP). Foi a primeira vez que
um estado brasileiro elaborou um inventário das suas emissões de gases de efeito estufa que
intensificam o aquecimento global. Muitas propostas de ações mitigadoras já estão sendo
implantadas no Estado do Rio de Janeiro, pelo governo estadual, sendo apresentados na
reunião do IPCC, em Bali, na Indonésia, em 8 de dezembro de 2008. O governo fluminense
possui dois projetos extremamente importantes no campo das MCs: a) Projeto Evolução das
Emissões de Gases de Efeito Estufa no Estado do Rio de Janeiro e Alternativas para sua
Redução e b) Projeto de Vulnerabilidades do Estado do RJ às mudanças climáticas globais,
envolvendo: saúde/social, recursos hídricos, elevação dos níveis dos mares e florestas. No
entanto, a parte de EA x MCs continua incipiente ou desconhecida.
3.1. Programas federais em execução para redução dos efeitos das MCs.
O trabalho de Rovére (2008) evidenciou que já existem vários programas e planos
governamentais federais que são uma demonstração inequívoca da preocupação estatal para
enfrentar e mitigar os efeitos maléficos das MCs . São exemplos: a) Proálcool; b) Programa
Nacional de Biodiesel; c) Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(Proinfa); d) Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Pro-cel); e) Programa
Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e do Gás Natural (Conpet); f)
Programa de Etiquetagem de Aparelhos Domésticos a Gás (Peadg). Esses programas
induzirão à redução de 14% das emissões de CO2 e da queima de combustíveis fósseis em
2020. Rovére (op.cit.) também revelou que a consolidação desses programas e a adoção de
ações complementares de eficácia energética aumentariam o índice acima para 29%. É o que
ele denominou de quantificação das emissões evitadas, que poderiam ter existido caso tivesse
havido seqüência da tendência histórica e que foram neutralizadas por políticas
governamentais ou iniciativas privadas. A maioria dessas emissões evitadas foi financiada por
iniciativas nacionais e não envolveu o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado
pelo Protocolo de Quioto, no qual, países em desenvolvimento poderiam vender aos países
ricos as suas reduções nas emissões obtidas por meio de projetos aprovados por especialistas.
O Proinfa (iniciado em 2002), estabeleceu metas até 2022, para que 10% do total da
eletricidade seja a partir de fontes alternativas. O Conpet utilizou um sistema de inspeções e
testes nos veículos de transporte de combustível da Petrobras, reduzindo o uso de diesel em
15%. O Peadg exige que os fogões e aquecedores a gás fossem rotulados para eficiência de
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Foram observadas conexões com outras disciplinas, integrando diferentes saberes, unindo as
Ciências através da Língua Inglesa. Por exemplo, no caso da Biologia verificou-se o impacto
da poluição nos organismos. Na Química, conhecendo os agentes químicos poluidores e suas
respectivas fórmulas moleculares. Na Geografia, identificando os locais onde ocorre maior
incidência de desastres ambientais e de variadas formas de degradação e poluição. Com a
Língua Inglesa foi possível identificar de vocábulos novos, encontrar termos técnicos em
Inglês e descobrir expressões idiomáticas usadas na temática ambiental. Com a integração de
todo o conhecimento acumulado foi possível formularem os seus resumos e os cartazes
usados na apresentação oral do Seminário. Isso nada mais mostra a capacidade da Língua
Inglesa ensejar a transversalidade do tema ambiental no ensino formal.
Os alunos conseguiram adquirir conhecimentos relativos aos graves problemas
ambientais, pelos quais o nosso planeta vem passando, através da pesquisa em sites, leitura de
revistas, jornais e periódicos, onde eles puderam se inteirar de tais questões, refletir sobre suas
causas e a gravidade e extensão de suas conseqüências.Através de debates em sala de aula,
tentaram chegar a possíveis soluções,cada um participando de forma efetiva,colaborando com
idéias, sugestões e mesmo citando suas próprias experiências,vividas em suas comunidades.
Considerando e respeitando as diferentes formas de vida do planeta, analisaram, também, o
impacto nelas causado pelo desrespeito à natureza, com a poluição de suas águas, seu solo e
atmosfera. Então, conseguiram despertar e sensibilizar nos seus círculos comunitários o tema
ambiental através do AG, ensejando a conscientização de outros grupos afins, através de
conversas informais com vizinhos, amigos, colegas de outras turmas, familiares e conhecidos
de lugares onde freqüentam.
Deboni (2008) apresentou reflexões sobre a questão das mudanças globais (também
centrado no AG) e a EA. Ele apresentou uma série de conjecturas sobre a EA e a mídia,
propondo aos educadores ambientais: a) aprofundar o tema em termos teórico-conceituais não
se limitando a repetir o que é visto na TV ou em filmes como “Uma Verdade Inconveniente”,
que tem um caráter visivelmente de autopromoção do Al Gore, devendo explorar
profundamente a questão do AG; b) questionar urgentemente abordagens pragmáticas e
propor soluções mais pensadas e de longo prazo; c) buscar um pacto articulado em diferentes
níveis espaço-temporais, potencializando a EA; d) avaliar se a EA brasileira está contribuindo
para a solução do AG; e) verificar onde e como a questão das mudanças climáticas está sendo
trabalhada no país; f) identificar o montante de recursos financeiros aplicados pelo Brasil para
a questão do AG; g) há educadores ambientais capacitados para abordar com eficácia o AG?;
h) o que os variados atores sociais estão fazendo para enfrentar e solucionar essa questão no
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Brasil? Desse modo, Deboni (op.cit.) enseja pesquisas no campo e incita os governos a
assumirem suas responsabilidades para o aprofundamento dos estudos desse inestimável
problema ambiental no contexto dos educadores ambientais brasileiros.
Apesar da clareza dos pressupostos pedagógicos da EASS e de Tbilisi a confusão
conceitual no seio dos educadores ambientais ainda é um fato (PEDRINI e DE-PAULA,
2008). Desse modo, pesquisas que possam apontar como operacionalizar a EASS nos
diferentes contextos onde ela possa ser aplicada são demandas urgentes. Várias tem sido as
tentativas ao longo do tempo (CZAPSKI, 1988; MADUREIRA e TAGLIANI, 1997;
PEDRINI e BRITO, 2006; PEDRINI e PELLICCIONE, 2007; PEDRINI, 2007a,b, 2008a,b).
No Quadro 2 são apresentados os oito indicadores conceituais qualificativos para o
entendimento do que poderia ser um conceito mínimo de qualidade. Esses indicadores seriam
uma tradução livre da essência dos principais pressupostos pedagógicos da Declaração de
Tbilisi e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global (TEASS).
4.Proposta Orientadora
Escala Individual
(pequenas atitudes fazem diferença na contabilidade coletiva)
Escala Coletiva
Familiar Amizades Colegas Bairro Irmãos Vizinhança Cidade Estado País Terra
de
credo
A maioria das sugestões abaixo vem sendo apresentadas em folhetos e propagandas, tanto
feitas pelos governos como pelas empresas.
4.1.1. Em relação aos Resíduos:
Primeiro:
Reduzir
(p.ex. não aceitar embalagem para embrulhar como em remédios, balas, etc);
Depois:
Reutilizar
(p. ex. escrever no verso de papéis de recado, etc);
Depois:
Reaproveitar
(p.ex.; transformar seus baneres de eventos em bolsas de compras; pneus em vasos de plantas;
latas em artesanato etc)
1. Escolher produtos de empresas certificadas pela ISO 9000 (Qualidade) ou 14001 (Gestão
Ambiental);
2. Levantar os antecedentes dos produtos que costuma usar para evitar comprar os que são de
empresas que usam mão-de-obra escrava ou infantil;
3. Comprar produtos orgânicos, substituindo sua dieta alimentar com transgênicos e alimentos
com agrotóxicos;
4. Substituir remédios químicos por aqueles que constam na lista do Ministério da Saúde
como fitoterápicos das plantas medicinais brasileiras;
4. Evite o consumo de carne vermelha, pois a sua produção emite muito mais CO2 do que a
produção de plantas.
5. Ande sempre com caneca reutilizável, evitando compra de vasilhames PET ou copos de
plástico:
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7. Faça um levantamento sobre ONGs ambientalistas de sua região e filie-se a algumas delas,
contribuindo financeiramente ou com seu trabalho voluntário;
8. Identifique quais são os políticos que foram eleitos com seu voto e verifique se eles têm
alguma proposta para a área ambiental ou de saúde;
1. Divulgar amplamente suas mudanças internas com efeitos externos que correspondam a
novos hábitos, posturas e condutas sobre aquilo que deseja mudar nos outros;
2. Promover ações permanentes de ajuda a seres vivos que lhe sejam próximos e que
sejam/estejam pior que você;
3. Desenvolver sua espiritualidade, p.ex., desejando o bem a quem precisa através de seus
pensamentos e orações, caso não possa ajudar em atos ou ajuda material;
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5. Considerações Finais
6. Agradecimentos
À Dra. Nathalia Ghilardi-Lopes pela revisão desse texto. À Célia Carraro pelo envio de
algumas fontes bibliográficas.
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7. Bibliografia Citada
BUCKERIDGE, M. S. (Org.) Biologia & Mudanças Climáticas. São Carlos: RiMa, 2008,
316 p.
DIAS, G. F. Pegada Ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo: Gaia, 2002, 257 p.
PEDRINI, A.de G. The National Public Policies with Environmental Education in Brazil:
Evolutions and Perspectives. In: AZEITEIRO, U. et al (Orgs) World Trends in
Environmental Education. Peter Lang Editors, 2004, p. 115-122.