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O Estado e o Poder

O Estado
Segundo alguns autores, nomeadamente, Marcelo Caetano na sua
obra «Manual de Ciência Política e Direito Constitucional», o Estado é
constituído por um povo, fixado num território, de que é senhor, e
que dentro das fronteiras desse território institui, por autoridade
própria, órgãos que elaboram as leis necessárias à vida colectiva e
imponham a respectiva execução. Sem no essencial pôr em causa
esta definição, vemos Freitas do Amaral, numa interpretação
meramente de Ciência Política, encontrar conceitos mais abrangentes
para as palavras-chave desta definição.
Assim, considera este autor ser a palavra comunidade um
complemento ao termo povo, por ser este “uma das diferenças
específicas do conceito e não o seu género próximo”. Quanto à
designação “fixado num território” entende também ser de utilizar
“se assenhoreia de território”, ou seja, “em vez da simples menção
(sociológica ou geográfica), de que há um povo fixado num
território”. Temos por último que “poder político” não é, somente,
elaborar e aplicar leis, mas que a “função política é, por definição, tão
importante como as funções legislativa, administrativa e jurisdicional,
na delimitação da noção do poder político”.
É assim que Freitas do Amaral conclui a sua definição de Estado,
como sendo “a comunidade constituída por um povo que, a fim de
realizar os seus ideais de segurança, justiça e bem-estar, se
assenhoreia de um território e nele institui, por autoridade própria, o
poder de dirigir os destinos nacionais e de impôr as normas
necessárias à vida colectiva”. Resumindo, podemos concluir que:
• o Estado é uma comunidade humana;
• os elementos essenciais do Estado são três: o povo, o território
e o poder político;
• os fins do Estado são também três: a segurança, a justiça e o
bem-estar.
Vale a pena referir, de outros autores, os conceitos de Estado:
comunidade humana constituída por um povo, um território e dotada
de poder político. Assim, território, povo e poder político são os
elementos constitutivos do Estado.

Para tanto, importa ter uma visão que um homem da Igreja Católica
tem quanto às origens e fins do Estado, promovendo o Renascimento
do Aristotelismo. Socorremo-nos, para o efeito, de J. Silva Cunha na
sua obra «História Breve das Ideias Políticas», em que refere que
para São Tomás o Estado é produto da natureza social racional e livre
do homem que exige uma autoridade encarregada de procurar o bem
comum e, portanto, que os homens esclarecidos e ilustres pelas sua
vontade ao serviço dos seus semelhantes, dirigindo-os. A qualidade
de animal social e político, é portanto, uma qualidade própria da
maneira de ser do homem. A Sociedade e o Estado constituem, pois,
um produto da natureza, não no sentido que sejam causados
directamente, por ela, mas porque correspondem a um agir de que é
consequência dos impulsos profundos e essenciais dos seres
humanos. O Estado é, ainda na óptica da religião, um produto de um
acto voluntário. Não de um contrato ou pacto, mas de um
consentimento tácito comum revelado em actos de cooperação.
Para Josef Acosta o Estado foi idealizado pela inteligência humana
com o objectivo de controlar o poder político. Ele não existe e no
entanto o seu lugar não pode ficar vazio, é necessária a presença do
homem para gerir o poder (gerindo desta forma os conflitos que lhe
forem aparecendo, assim como os antagonismos). O homem, por sua
vez, não deve assumir-se como Estado, deve sim pensar que é um
lugar transitório.

O Poder
O Exercício do Poder, que reveste já na Antiguidade diversas formas,
segundo Norberto Bóbbio, nomeadamente a fisiocracia, burocracia,
partidocracia, poliarquia, exarquia e outros, encadeia-se hoje na
teoria dos três poderes: o Económico, o Ideológico e o Político.
Temos assim que, a Sociedade, o Estado e o Direito representam uma
cadeia de fenómenos ligados uns aos outros por veículos indissolúveis
com o objectivo de exercer o Poder: Capacidade que determinado
sujeito tem de obter certos efeitos desejados;
Ex: o fogo tem o poder de fundir os metais; o soberano tem o poder
de fazer leis.
– Quem detém o poder induz os outros a agirem de um modo que de
outra forma não agiriam; por conseguinte, esta noção de poder está
relacionada com a noção de liberdade:
• O poder de A implica a não-liberdade de B;
• A liberdade de A implica o não-poder de B.

Para Luís Sá, em obra recentemente publicada, o Poder Económico é


o que se vale da posse de certos bens, necessários ou entendidos
como tais, numa situação de escassez, para induzir aqueles que os
possuem a terem uma determinada conduta, que consiste
principalmente na execução de um trabalho útil.
Quanto ao Poder Ideológico é, ainda de acordo com Norberto Bóbbio,
o que se vale da posse de determinadas formas do saber, doutrinas,
conhecimentos e até apenas informações, ou mesmo códigos de
conduta, para exercer uma influência sobre o comportamento de
outrém e induzir os membros do grupo a realizar ou não realizar, uma
acção.
Culmina este autor por destacar ser o Poder Político o Poder que está
em condições de recorrer, em última instância, á força (e está em
condições para o fazer porque detém o monopólio dela). É uma
definição que tem a ver com o meio de que se serve quem detém o
Poder para obter os efeitos pretendidos.

Ao Serviço de Quem Está o Estado?


A questão está em nome e benefício de quem se exerce o poder. Daí
que o conhecimento e a cultura sejam determinantes para
funcionarem como árbitro da sociedade. Banalizar o conhecimento é
uma função do Estado, sendo fundamental para que o
desenvolvimento da sociedade não fique comprometido.
Se na ordem religiosa se considera que a Moral distingue o bem do
mal, pela forma como organiza a nossa relação num processo de
socialização da sociedade e no Liberalismo se refere a Ética como
uma escolha individual, em que cada um elabora a sua escala de
valores, que promove e favorece a mudança através de uma
construção pessoal, impõe-se que se esclareça esta questão.
Em nosso entendimento importa clarificar que o sentido do bem ou do
mal não deve ser dado pela moral mas pela política, dado que cabe
aos políticos a responsabilidade enorme de elevar culturalmente a
sociedade, pois são eles, em última instância, que perante os
bloqueamentos da sociedade têm que encontrar formas de alterar as
regras e normas de comportamento e de intervenção, que venham a
ser socialmente aceites pela sociedade.
Desiludam-se assim todos aqueles que, à esquerda ou à direita,
defendem a supressão do Estado como condição para a libertação do
Homem na sociedade. Acreditamos mesmo que este reforçará cada
vez mais a sua intervenção, naturalmente que em moldes diferentes
e com uma participação mais activa e individualizada dos cidadãos,
num claro reforço do princípio da subsidariedade, princípio este que
tem como definição jurídica que as decisões políticas e
administrativas sejam tomadas em órgãos que estejam o mais
próximo possível dos cidadãos.

São disto exemplo duas reformas importantes com que a sociedade


portuguesa se debate neste momento:
1 – a revisão da lei eleitoral, onde se procura aproximar e identificar,
cada vez mais, o eleito com o eleitor, na base da criação de círculos
uninominais, em que o eleitor vota em candidatos e não somente em
partidos, mantendo-se contudo o princípio da proporcionalidade, de
modo a permitir que os partidos continuem a ser um instrumento
importante de intervenção política e democrática na mobilização e
direcção da sociedade;
2 – à Descentralização Administrativa para as autarquias, reforçando
as suas competências, chumbada que foi, recentemente, a
Regionalização, até à posterior reforma da administração pública,
substituindo os actuais dirigentes dos órgãos desconcentrados da
Administração Central (CCR’s, Governos Civis e Direcções Regionais
de diversos Ministérios), por eleitos, como condição determinante
para uma maior participação e intervenção dos cidadãos na gestão do
Estado, na base da proximidade entre governantes e governados,
como consta do texto constitucional

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