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2ª Edição Eletrônica
Poesia
CÉLIA LAMOUNIER
Autora
Outubro de 2009
Londrina - PR
2
ÍNDICE
A Editora 4
Número 10 5
Número 11 11
Número 12 23
Número 13 27
Número 14 43
Número 15 48
Número 16 51
Número 17 56
Número 18 64
Número 19 67
Número 20 70
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CÉLIA LAMOUNIER
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Nº 10 - abril/2004
Nossa antologia @teneu Poesi@
1 - Convite
Nossa antologia do grupo Ateneu , denominada @teneu.poesi@ lançada
na BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO no Stand da
Editora Scortecci no dia 23.04.04 horário das 11:30 às 15:30.
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Cristina Pires - Elane Tomich - Fátima Cunha - José F. Marques de Souza
(Zéferro) - Lílian Maial - Lizete Abrahão - José-Augusto de Carvalho -
Lucelena Maia - Nathan de Castro - Olga Matos - Simone Barbariz - Valdez
de Oliveira Cavalcanti - Vanderley Caixe - Vanderli Medeiros.
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foi imposta, e alguns textos preferem temáticas abstratas e vistas como
elevadas ou edificantes. O leitor saberá encontrar esses textos.
Embora os varões não predominem nesse livro, são uma boa mostra do
imaginário masculino. Alguns dizem mesmo que desejam, que devoram, que
possuem a amada. Permanência do canibalismo amoroso ou afastamento do
"bom mocismo"? Mas, nem sempre, conseguem livrar-se do estereótipo da
"mulher casta" ou "inacessível", como se desejo, prazer e transgressão fossem
atributos exclusivos do masculino. Não posso pedir que os homens escrevam
como José F. Marques de Souza, pág. 107, que fala de fazer amor, tentando
entender ou interpretar o que acontece com a parceira. Fingimento? – o
imaginário feminino não é contra o fingimento, José.
E por falar nisso, além de ser excelente aproveitamento da cultura
popular, é muito lindo o "Canto de uma donzela apaixonada no dia do
casamento", pág. 188: tentativa de tradução da paixão, da entrega e da rebeldia
femininas. Forjamento da dicção feminina: "flor de macambira" autêntica.
Esse é para ser relido e repassado na internet.
Como persigo o máximo de economia verbal (ponto de vista
personalíssimo), considerando o tempo multimidiático em que vivemos e
nosso instrumento de trabalho, destaco como preferência: "Recolhimentos" e
"Sós", pág. 57, o "Hai-Cai" da pág. 63 e, especialmente, o "Hai Cai" da pág.
161: síntese; poema que fala de poesia (metalinguagem); retomada de uma
forma tradicional da cultura oriental; mas se o texto é bem feito e feito no
cuidado da palavra exata, deixa de ter idade ou passaporte, e vira poesia - esse
hai kai eu gostaria de ter escrito; é uma felicidade que alguém tenha pensado
nele antes de mim.
Como tenho o privilégio de conhecer a travessia poética de Vanderley
Caixe, não posso deixar de retomar algumas de minhas opiniões sobre seus
textos. Eis um poeta bissexto: por resistir à confissão lírica, raramente escreve
ou mostra o que escreve. E Vanderley não só é lírico quando interioriza as
angústias de "Dionila camponesa", como dá força de libelo a seu discurso em
defesa dos direitos humanos. Sua poesia se faz de versos brancos e livres,
quase sempre fugindo das palavras "preciosas". Às vezes explode na confissão
da solidão, como em "Não importa!" (cujo original integra meus arquivos) ou
em "Se você soubesse...", ainda que, nesse último, cometa o arbítrio de julgar
que os dias da amada são todos iguais ("são marias"), por não saber ou não
querer saber que a saudade dela se renova a cada amanhecer. O discurso
amoroso de Vanderley sempre traduz a ausência da amada, por circunstâncias
ou por decisão do Eu. A solidão tematizada em seus textos resulta, por um
lado, de um Eu lírico que resiste à cumplicidade amorosa e, por outro lado, de
um Eu lírico que prefere exaltar a militância, ainda que nessa experiência
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continue só, na angústia de experimentar como seus os padecimentos do
Outro. Para confirmar o que digo veja-se "Lá embaixo, a escória", ou releia-se
o elegíaco "Dionila camponesa".Como toda antologia que reúne material
livremente escolhido pelos autores, essa também não se caracteriza pela
unidade (seja temática, seja formal). Cabe ao leitor encontrar suas preferências
entre os 20 autores reunidos.
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volta. Farei projetos novos de novos projetos .Penso agora em escalar altos
montes e me refugiar entre os monges. Darei minhas descarnada mãos aos
cânticos, que me guiarão ao cimo das colinas
Enfim, poetas do Ateneu, numa torre, poetando ao som de um sino e cá
embaixo uma escada, levando ninguém a nada... Coisa de gente sem
tino,simbiose de amor desesperado, onde o que cada um que cada um dá
também recebe! Poemas de marfim esculpidos no vento, ao feitiço de
incenso.Na cor do poema em mim, quando o esculpiste ao vento por magia
ardeu incenso.
Sopram neste Ateneu, ventus sanctus! Ergue-te boreas! e oblata ao
mundo todos estes nossos cantos.
PS** usei de forma aleatória, um pouquinho do dizer de cada um.
Obrigada, meus amores.
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Fátima, ZéFerro, Lílian, Lizete, José-Augusto, Lucelena, Nathan, Olga,
Simone, Valdez, Vanderley e Vanderli - imortalizando-os."
Haverá, sempre, em lembrança à 18a Bienal - o Herculano poeta e seu
largo sorriso amigo, vivo, dentro de cada um de nós.
Haverá o ar discreto de Valdez, a simpatia da Angela, sapequice do
ZéFerro, a sobriedade do Nathan, espontaneidade da Fatinha, Lílian
contagiando com seu olhos azuis, Kika eufórica, chegando atrasada, Arlete
que não aproveitou quase nada, Anselmo, um ser tranqüilo e eu... Que,
saboreei cada olhar amigo guardando-os no meu livro @teneu.poesi@ por
todos autografado. lucelena maia 25/04/2004
- PARABÉNS ao grupo ATENEU... Com abraços da Célia
Lamounier!
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Nº 11 - julho de 2004
ZEFERRO para amigos Ateneu
11
1 - Canção para amiga que parte - 25.12.02 JF Marques para Angélica
12
2 - Recebendo no Ateneu a Vanderli:
Zéferro 29/11/2002
13
3 - Recebendo no Ateneu a Célia - Zéferro 30/11/2002
14
4 - Para a querida PRENDA
Zéferro 22/11/2002
15
5 - Zéferro. 19.set 2003 - PARA A DIABA
"Aut insanit homo, aut versus facit"
Eu até que sou bem quieto Se não encontro fogueira
Gosto de jogar confetes Para rir da brincadeira
Reconheço o valor Mas respeito a bandeira
16
6 -Zéferro, 10 .05.04 - LOAS para CRISTINA
"AUT INSANIT HOMO, AUT VERSUS FACIT"
Exaltar a poetisa
Cantar loas à mulher
Ao poeta realiza
É só isto que ele quer
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7 - Para Elane - Zéferro, 04.12.03
Tu é a minh'a fulô
Kum xero di manaká
Eu ti mandu meus zamô
Ki eu tô loko pra ti dá
Eu tô tronxo di sodadi
Ti kerenu juntu a mim
Purkê tu é a bondadi
A beleza du jardim
Tu é gazela di rasa
Muierãum pra mais di mil
Ondi tu passa tu arrasa
Mais bunita num si viu
Mi dexa todu in braza
Mi trepanu nas paredi
Inrolo us dedu dus pé
Fiku torradu di sedi
Improranu kafuné
Kerenu ti furungá
Nu kangoti tão xerozo
I depois ti akoxá
Kuma gibóia nu boti!
Zédoidaum
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Amado por todos nós
Mas um grande trapalhão
Mais cretino dos avós
Será mais uma das musas
Que enfeitam o Ateneu
Não aceito se recusa
Aceitar-me em himeneu
Sou humilde cearense
Respeitador e modesto
Desprovido de pertences
Bom caráter manifesto
Não tenho grande estudo
E sou pobre como Jó
E não sou um cabeludo
Meu cabelo foi pro pó
Já disse o que queria
Eis minha candidatura
Uma coisa pediria
Não conte à "cavalgadura"
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10 - Zéferro, 24/04/2003 - AMIGOS
"A gente não faz amigos, reconhece-os"
Vinicius de Moraes
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11 - RÉU CONFESSO - Zéferro, 12-out-03
Dedicado à insigne Poetisa e Delegada Dra.Stella Benedictis
Rendo a vós o louvor que tenho mais Pois tornais esta vida diferente
E por vires do solo abençoado Pelos deuses, os santos e orixás
Vos dedico o martelo agalopado Com ternura, o meu canto é veraz!
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12 - A prece da minha devoção terrena
MULHER
Zéferro, 09/07/2003
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Nº 12 - setembro de 2004
Nosso OURO nas Olimpíadas
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Ele havia se preparado com afinco. Muito treino, muito sacrifício, uma
estratégia inteligente, e parecia surpreender o mundo esportivo, correndo em
direção a uma histórica medalha de ouro...
MAS... Um louco consegue burlar a segurança Movido por interesses
escusos, agarra-o e derruba-o. Quase consegue afastá-lo da competição.
Vanderlei é ajudado por espectadores, já que praticamente não havia
segurança. Redobra seus esforços, superando o incrível obstáculo. Adentra o
Estádio do Coliseum em terceiro lugar, para receber a medalha de bronze.
Valeu!!! Vanderlei...
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DESTREZA, SUPERAÇÃO FÍSICA TÊM O SEU VALOR... MAS, "A
BONDADE", ESTA PERMANECE PARA SEMPRE!"
Maria Pia
5 - Recordando Gabriella:
OLÍMPIADAS
Célia Lamounier
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PÁTRIA AMADA
Nilson Matos Pereira
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Nº 13 - outubro de 2004
Conheçam um Resumo ATENEU
Ateneu
Resumo Semanal das Actividades do Grupo Ateneu
27/09 - 03/10/2004
1- Apocalipse Cumprido
Adelmario Sampaio
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2- Inocência - Angélica T. Almstadter
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3- Lamento - Arlete de Andrade
Atravessa-me o peito
Esta espada profundamente n’alma!
Grande é o meu sofrimento!
Esvai-se profusamente minhas forças.
Se me atormenta o arrependimento, também não
Posso tornar a ver o passado, não tivesse ele,
Quando presente, passado tão sorrateiramente.
Era moço e tão belo;
Tão faceiro e encantador!
Dói essa ferida que não fecha,
Incerto é o meu lamento...
É caminhar embaixo de um sol escaldante
E mirar o oásis...delírio!
Pega-me pelas mãos o destino, e me conduz.
Deixo-me levar como um menino
Pelas mãos da mãe.
Ah! Se eu pudesse encontrar
O vento que soprava,
A mesma estrela que brilhava,
Quando eu, ainda livre, podia
Caminhar a seu lado.
Qualquer agonia de espera é melhor
Do que o que não pode ser...
Estou em terra estranha,
Num lugar onde não falam minha
Língua, não usam meus costumes,
Não vivem o que acredito.
Sou culpada pelo que sinto,
Condenada pelo que quero.
Nem mesmo posso arrancar de mim
Essa lâmina.
Posta. Ainda que esmoreça se
Arranca-la morrerei.
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4- Te Necessito - Célia Lamounier
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5- Versos Agônicos... - Cristina Pires
Tenho as mãos calejadas pelas águas,
E a voz enregelada pelos fados
Moribundos de Outonos arroxados,
Que fenecem nas vísceras das fráguas!
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7- Aragem - Gerson F. Filho
Desatei os laços
Cobri os espaços
O frio e o vazio
Não fazem morada
No meu coração.
Rompi os sortilégios
Quando minha alma
Fugiu dos teus encantos
Tanto quanto foram
A queda, a saída o pranto.
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9 - Ainda Te Espero - Lizete Abrahão
33
11-Vivência Irretocável - Mônica F. Camargo
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Vem abrigo no manto do anoitecer
cálido abraço por êxtase ostentado
No deleite de carícias à entorpecer
é o paraíso... estamos lado a lado
E com tantos encantos por viver
na linguagem do amor sem limite
maleável cumplicidade por amar
e aroma gostoso de paixão no ar
deixam a sensibilidade envolver
e nos lábios... te amo...prender
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12- Fragilidade - Morgana Meirelles
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13- Preciso Te Falar - Nathan de Castro
37
14-Festa das Flores - Nilson Matos Pereira
Tampouco a do governante
Do poderoso e do rico
Sofre o povo ignorante
Com ele me identifico
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15- Poço Raso - Olga Matos
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17- Saindo de Cena - Vanderli Medeiros
40
18-O Papel - Watfa Ramos
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19 - V I D A - Zéferro
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Nº 14 - NOVEMBRO DE 2004
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2- A PAZ NA INTERNET - ZéFerro
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4- PAZ E AMOR NA INTERNET - Nilson Matos Pereira
45
6-A PAZ NA INTERNET
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7- Tristeza Virtual - Lizete Abrahão - Jun./2000/04
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Nº 15 - DEZEMBRO DE 2004
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6ª- Perdem cedo as esperanças
todos aqueles que vão
as suas tristes lembranças
guardando no coração.
Humberto Del Maestro, ES/95
7ª- Guardando no coração
a semente da bondade,
onde existe gratidão
o crime jamais invade.
Áurea Venâncio,Divinópolis/95
8ª - O crime jamais invade
quem se faz preso em Jesus
e sabe na adversidade
suportar a sua cruz.
Renato Báez, São Paulo/95
9ª- Suportar a sua cruz
sem violência ou sem queixume,
é encher a noite de luz
e o dia encher de perfume.
Albertina Moreira Pedro, RJ/95
10ª - E o dia encher de perfume
dessas rosas, que beleza!
É um quadro que resume
O primor da natureza.
Carlos Ribeiro Rocha, BA/95
11ª- O primor da natureza
ver destruído me dói:
obra de Deus, com certeza...
e a moto-serra destrói.
Eugênia M. Rodrigues, Rio Novo - MG
12ª - E a moto-serra destrói
pelas mãos do homem bruto...
Levando o planeta herói
A pagar grande tributo.
João Nery Araújo, Ipatinga/95
13ª- A pagar grande tributo,
ordeno aos réus, por sentença
de s a b e r a b s o l u t o:
O CRIME? JAMAIS COMPENSA!
Célia Lamounier, setembro/95
49
Academia Itapecericana de Letras e Cultura – MG
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Nº 16 - DEZEMBRO DE 2004
CIRANDINHA DE POEMÍNIMOS
Abrindo - "Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida mas
a poesia (inexplicável) da vida"
Carlos Drummond de Andrade
1-Laboratório poético
Herculano Alencar
Poeta:
Laboratório mental;
Alquimia;
Embriogênese...
Poesia:
Química emocional;
Filoginia;
Psicogênese...
Poeta e poesia
São apenas a magia
Da mais ousada ousadia
De um embrião cerebral.
51
2-Tempestade Poética
zéferro
quando a pressão dos sentimentos
se combina com o frio na alma,
na mente surge
o turbilhão da poesia
que é o escape
que o coração emprega
para evitar a loucura que se aproxima.
3- LONGE DE MIM
Célia Lamounier - 07.11.04
Longe o poeta
em versos chega - turbilhão
aquecendo o frio.
A saudade no verso,alquimia
é abraço que conforta
e alegra o dia.
Chega, apesar de longe
a mensagem - poesia
Troca solidão por alegria.
A vida de repente
é luz - magia
de coração contente.
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4- Ocultos Sentidos
Maria Thereza Neves
5- Ser poeta
Vanderli Medeiros
Ser poeta é
deixar o coração falar e fantasiar,
em sua poesia,
deixar um rastro de sua vida
e de seus sentimentos;
escritos no mundo,
para a eternidade...
6- Tu(meu mistério)
Lizete Abrahão -05.10.01/02
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7- Faço Poesia
Elane Tomich 06.12.04
8- SIM E NÃO
Nilson Matos Pereira
9- D O R E S
Arlete de Andrade
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10-T E M P O
Chico Steffanello
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Nº 17 - Janeiro de 2005
TSUNAMI
Tenho mensagens com retratos de antes e depois. Célia
1-Tsunami
Angélica T. Almstadter - 29.12.04
Boa Noite? Nossos olhos de ressaca ainda não conseguiram adormecer sem
pavor,
o corpo estremece e a alma sacudida sente frio e calor ao mesmo tempo...
os pensamentos se chocam procurando entre si...respostas...
Porque a mãe terra se aborreceu tanto e sacudiu teu manto... Tirou tudo do
lugar...
Fecho os olhos e vejo a grande bocarra avançando feroz ...lambendo e
engolindo tudo que conseguiu encontrar pela frente... Não houve gritos ou
preces para aplacarem a fúria da natureza ...
que descontrolada...desconsolada...resolveu mostrar tua ira...
Perdoa mãe terra o sangue derramado sobre teu seio...
Perdoa a violência das palavras e dos gestos...a guerra sem fim...
Perdoa as bombas armadas ...na calada das madrugadas...Perdoa o tiroteio...
Cessaram os gritos...já não há mais pavor...só sussurros e o medo...
As águas serenas vêm beijar as praias ...chorar baixinho pelos que se foram...
olhar pelos que ficaram...sem rumo e sem destino...
No dia em que as águas quase tocaram os céus...e ameaçadoras lavaram a
terra, o vento se calou... cúmplice da terra e das águas ...a vida girou no eixo
da Terra...confusa...
e em difusas lágrimas, chorou ...
Enquanto os cacos de vida procuram seus pedaços fragmentados...uma
grande inquietação circula na nossa veia... convida à reflexão... Rasgamos
nosso pranto de mangas arregaçadas...ou vamos morrer lamentando as dores
do mundo, com os braços cruzados...
beijos muitos - Angélica T. Almstadter
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2-Tsunami
Angélica T. Almstadter - 05-01-05
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3-Perdão Humanidade!
Maria Thereza Neves
58
4- Fato consumado - Gerson F. Filho
A dádiva da tempestade
incita-me ao mar remoto
onde o azul se transforma
em porquês de maremoto.
Lavei minhas poucas verdades
onde a pergunta se forma.
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Lá, onde o mar se contorce
qual dança de naja encantada,
dunas guardando o segredo
calado espanto no aporte
às águas dos afogados
e às cinco mágoas do medo.
Parece interrogação
entrando dentro da gente
imenso não sei do mar,
de curvas faz furacão,
De dúvidas, meio ambiente
em verde de azul chorar
http://www.elanetomich.com.br
Ondas provocadas?
Lágrimas da natureza?
Tsunami atômica?
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7- HAI-CAI
Célia Lamounier
Mundo iluminado
No fim... eis o tsumani
dando seu recado
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8- Hai Cai
ElaneTomich
água no avesso
do espelho era mágoa
matou seu anverso
###
60
9-Tsumani
Faiçal
Nome de serpente
veneno em ondas
dizimando gente
###
10-Theca Angel:
Dor infinita na
crista espumante
Vida tão linda e vencida
###
11-Belquis:
Monstros de Poseidón
eclipse de sóis
água salgada nas almas
###
12-Rosélia Martins:
13-Tsumani
Antonieta E. Manzieri:
Chegou de surpresa,
ceifou tantas vidas
acabou com a natureza.
###
61
14- Tsunami
Querrién ® Caracas-Venezuela
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que se desplazó a gran velocidad al través del mar de Andaman, azotando Sri
Lanka, el Sur de India, Las Islas Maldivas, Malasia, Myanmar y los
Balnearios de Tailandia, llenos de turistas que festejaban sus vacaciones
navideñas.
El poder de la inconmensurable, ola, llegó hasta lugares tan remotos
como el este de África, donde también dejó miles de provincianos muertos en
Kenya, las islas Seychelles, Somalia y Tanzania. Las aldeas de pescadores,
los puertos y los recursos marinos quedaron arrasados. Sin energía ni
comunicaciones, miles de casas y edificios fueron destruidos.
En Indonesia "Aceh", provincia norteña, llamada - El campo de la
muerte - fue la que estuvo más cerca del epicentro, donde incontables
cadáveres estaban amontonados en las calles.
Más de mil personas murieron en un campo deportivo cuando una ola de
la altura de un edificio de tres pisos, los barrió por completo.
Muchísimos hoteles destruidos a lo largo de la playa de "Khao Lak, en
Tailandia" Balneario, imán de turistas: Escandinavos, Alemanes,
Finlandeses, Checoslovacos, Suecos e Italianos, donde comenzó a "escupir"
literalmente cientos de cadáveres hinchados, despedazados y en estado de
putrefacción. En Khao Lak los hoteles de playas fueron derribados desde sus
cimientos.
El desastre es considerado único, como para abarcar un área tan grande
y tantos países a la vez; el cálculo de esta devastación es indefinido, ni
siquiera podríamos imaginar el costo para estas comunidades, más aún para
los pescadores y aldeas, de gentes de mar, que simplemente fueron eliminados
para siempre del mundo.
Ha sido el peor día en la historia en Sri Lanka, que ahora está entre
escombros frente al mar, en la devastada Galle.
Millones de personas sin hogar, de las costas meridionales de Sri Lanka,
más de 1,5 millones de personas, están sin hogar, muchos se alojaron
apretujados, en templos budistas, hospitales y escuelas; como pueden.
En ese clima de ansiedad, se sospecha brote de epidemias producidas
por aguas contaminadas y por los miles de restos de humanos y animales en
visible estado de putrefacción.
¡Dios Apiádate De Ellos. Entre Un Rezo Universal Lo Suplicamos!
Querrién ® Caracas-Venezuela
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Nº 18 - Abril de 2005
"Nueva Poesía Hispanoamericana"
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15- Wenceslao Serra Deliz,poeta puertorriqueño.
16-Enrique Verastegui, poeta peruano,Beca Guggenheim.
65
Zelada "En esta antología están expresadas la mayoría de las
tendencias actuales de la poesía actual: el neorromanticismo Erótico,
la nueva poesía social, la poesía del ciber-espacio y la estética de
la posmodernidad".
Según las palabras del poeta y ensayista peruano Leo Zelada compilador de
esta Antología:
"Ésta es la primera antología que se presenta ante el lector hispano-hablante de
los nuevos poetas de nuestro firmamento poético, ellos y su poesía serán los
responsables
ante el tiempo de la vigencia de nuestra valiosa tradición literaria".
Sean bienvenidos a la lectura de nuestra publicación
"Nueva Poesía Hispanoamericana".
Lord Byròn Ediciones - Lima Peru
Poetica II
leozelada@yahoo.com
"Siempre hay una banca vacía para reposar la soledad del poeta.En los
claustros de la pontificia catedral se desliza como dragón sigiloso
el bardo tratando de ocultar su inmanente presencia.
Duro es entonces el trabajo del aedo,cincelar fonemas en hermosas
gemas de mampostería, atrapar imágenes como mariposas de colores a lo
eterno: revelaciòn ataraxia, energía esencial, puro conocimiento.
La poesía es sólo un texto".
8va edición - Antologia "Nueva Poesía Hispanoamericana".
Leitor, saiba que nós gostamos D+ de você
Abraços da Célia Lamounier
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Nº 19 - Junho de 2005
Poemínimos
Ciranda da Saudade
67
***********
Saudade é o perfume inesquecível
que exala do que foi bom.
7-Najah ÐL® - 13.04.05
***********
Saudade batendo lanho, em meu lombo dolorido
tinge de cinza meu sonho, desbotando o colorido...
8-Lisieux
***********
Saudade... Da certeza de ter vivido momentos lindos....
O agradecimento por ter tido o prazer de vivê-los.
9-LuliCoutinho
***********
Desejo da presença, dos braços...
Daquele que orientou meus primeiros passos.
10-Mifori
***********
Na solidão dos dias tristes é na sua saudade
que encontro consolo para o presente.
11-TecaMiranda
***********
Saudade - Lembrar meus tempos de criança
quando meu pai brincava comigo.
12-Pedro Valdoy
***********
Acordei destemperado, lembrei-me que ontem não te vi
Estou sem sal mas com muita saudade
13-Pablo Nykçaht
***********
A saudade não me devora .
Ao contrário, ela me revigora...
14-Watfa
***********
Ontem fomos um mundo de amor, findo na desilusão!...
Hoje sem amanhã!... Na condição a saudade...
15-Carmen Ortiz (Cristal)
***********
68
Saudade é a canção de dor
de um coração solitário
16-Zena Maciel
***********
Saudade tem rima sem dor não...
É frio correndo o chão. Amor cortado com facão.
17-Soraia Maria
***********
Saudade...um sentir ambíguo
Por vezes é companhia...por vezes é solidão fria....
18-Priscila de Loureiro Coelho
***********
Saudade é um vazio
que preenche todos os meus poros
19-Lara
***********
Duas linhas
Saudade é ter saudade na segunda linha
Das lembranças deixadas na primeira
20-Sérgio Souza
***********
Saudade: nunca se sabe ao certo
se dá alegria à vida ou vontade de morrer...
21-Clevane Pessoa (metade de uma trova...)
***********
A sensação de perda que temos
é a dor da saudade que sentimos.
22-Hilza M. Barranco.
***********
Infinito
No vazio do céu cheio de estrelas
tão vazio quanto uma lua cheia
claro ... é a saudade.
23-Dreyf
*************
69
Nº 20 - Novembro de 2005
Preparando corações para o NATAL
70
Depois de comer, então - E a pobre sorriu contente - Queria um par de
sapatos e uma blusa grande e quente...
Depois... queria uma casa, assim como todos têm... Depois de tudo... eu
queria uma boneca também...
- Pois saiba, Mariazinha, eu lhe digo que assim seja! Você hoje terá tudo
aquilo que mais deseja.
- Mas, o senhor quem é mesmo? E ele afirma, olhos em luz: - Sou seu
amigo de sempre, Minha filha, eu sou Jesus!...
Mariazinha, encantada, tonta de imensa alegria, pôs a cabeça cansada nos
braços que ele estendia...
E dormiu, vendo-se outra, em santo deslumbramento, aconchegada a
Jesus na glória do firmamento.
No outro dia, muito cedo, quando o lojista abre a porta, um corpo caiu,
de leve... A menina estava morta.
71
iria corroer. Confesso que sai um pouco chateado do Shopping, afinal eu saíra
para comprar um presente para Você Jesus, e não havia achado nada.
Na porta do Shopping um menino muito miudinho sorriu para mim,
perguntou meu nome e eu o dele, ele riu e me estendeu a mão , tinha o rosto
muito sujo, as mãos encardidas, perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros,
sobre seu pai, nem sabia onde estava... perguntei se ele queria tomar um
lanche, ele sorriu um sim, pegou na minha mão.
Na porta do Shopping olhou para suas roupas e olhou para mim, sabia
que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo, era a senha para
ser feliz, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas
bonitas como se fosse um filme de Walt Disney...
Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória e sorriu como "reizinho" , e
entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes como dois velhos amigos.
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol, coisas
importantes para o ser humano, principalmente quando somos crianças.
Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete gigante
como sobremesa, seus olhos brilharem feito o sol, pedi um instante, e fui até o
caixa, quando voltei com os sorvetes na mão ele já não estava ali... Por
instantes pensei que tinha ido ao banheiro, ou estaria olhando a lanchonete,
mas ali não estava mesmo.
Foi quando sobre a caixa de batatas vazias vi um papelzinho, um
bilhetinho escrito com letra miúda que dizia assim: "Obrigado pelo melhor
presente de aniversário que poderia me dar: Fizeste feliz um dos meus
pequeninos do mundo!
Assinado, Jesus
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acenando a um e outro, quando seus olhos fixaram numa senhora, que com
olhar tristonho, observava a vida, que passava no movimento das nuvens, no
bater das asas dos pássaros, no vento que derrubava folhas de árvores em sua
cabeça grisalha.
Lavínia aproximou-se dela. Tinha um porte elegante, deixando
transparecer em suas roupas rotas, um "quê" de elegância, de altivez... - Como
é seu nome, senhora? - Meu nome é Jacyra, minha jovem. Por que pergunta? -
Porque sua figura me chamou a atenção. Tem algo de belo que ficou em seu
rosto, embora envelhecido pelo tempo... - E pela tristeza, minha filha. -
Tristeza ? Por que ? - Eu fui uma jovem feliz, muito cortejada. Moça de
sociedade, como diziam... - E como veio parar aqui, neste lugar tão diferente
de seus costumes? - Tive uma vida de luta e com sacrifício conseguí
independência financeira e social. Casei... fui feliz. Perdi meu pai... minha
mãe...Os irmãos nunca ligaram para mim... - E a senhora, nunca teve filhos? -
Sim. Tive um. Razão de minha vida. Viveu conosco até encontrar a mulher
amada e casar-se. Foi uma festa linda e luxuosa. Meu marido e eu fizemos
tudo para que ele fosse feliz. E a vida continuou... - E, onde está seu marido ?
- Era meu companheiro de todas as horas... Coitado... Partiu, sentindo o
abandono do filho. - Mas, como seu filho os abandonou?
- Na verdade, ele se afastou de nós no dia em que começou a namorar a
tal moça que escolheu para casar. Ficava mais com ela do que conosco. Como
dizia Ghiaroni: "...e de repente, uma mulher bonita, surgindo o rouba e a velha
mãe aflita, ainda se volta para abençoá-los..." - E ele é feliz? - Não sei. Depois
que meu marido partiu e fiquei sozinha, vim parar aqui. - Curtir a solidão
mesmo tendo parentes em várias cidades. Não conheço meus netos, não
recebo visitas. Quando você se aproximou de mim, senti o coração pulsar de
alegria. - Você é uma moça muito boa. Bonita e caridosa. Não sabe o valor de
sua visita para uma velha abandonada... - Que isso minha amiga!!! Virei
sempre visitá-la. Prometo. Vou trazer fotos de papai, mamãe e meu irmão. -
Como é o nome de seu pai? - Meu pai é Alberto, minha mãe Eugênia e meu
irmão Ruddi. São nomes de família, creio. - Lindos nomes, minha querida.
Um desses, era o nome do meu marido.
- Por que chora, senhora? Os nomes trouxeram recordações boas ou más?
- Claro que boas. Saber dos nomes de seus familiares deixa a gente mais
próxima uma da outra. Posso falar neles como se fossem meus conhecidos:
seus pais, seu irmão, você. - Ainda bem. Não queria que minha visita a
magoasse!!! - Você nem imagina como estou feliz, Lavínia. Bonito nome,
sabia? - Bem, agora vou embora. Tenho que fazer mil coisas. Confesso que
adorei conhecer a senhora e voltarei sempre. Sinto que nossos corações batem
igualmente juntos, de felicidade. Lavínia beijou a mulher e saiu, com a certeza
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de ter feito uma boa ação. E Jacyra, deixando as lágrimas rolarem pelo seu
rosto, balbuciou baixinho: - Vai com Deus, minha neta...
NATAL
Crônica de Célia Lamounier de Araújo
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Noel ainda respondia por escrito, dizendo: "Muito obrigado, os biscoitos
estavam uma delícia, continuem sempre bonitas, tirem notas boas, levem um
abraço para os amiguinhos, nasceu Jesus".
Saudades do meu pai. Eram coisas assim que o "velhinho" escrevia e
pensávamos que Papai Noel era Deus, pai de Jesus. Só podia ser isto, pois,
mistério! Ele conseguia passar em todas as casas onde houvesse crianças,
numa noite apenas. E vestidas de pastorinhas, no dia de Natal, íamos cantar
nas casas onde havia presépios. Passaram-se os anos. As histórias foram-se
misturando, as gerações se sucedendo e agora, parece, o Natal mudou. A
árvore de Natal é falsa, os presentes são comprados sem surpresas, o silêncio e
o sonho foram trocados pela música altissonante. Não há expectativas, não há
chaminés nem missa do galo, não há mais pastorinhas. O Papai Noel não
visita as casas, multiplicou-se pelas lojas, até emagreceu e deixou de ser
velho. Estranho! Nossa geração não conseguiu manter viva a tradição, não
conseguiu transmitir a fé, não conseguiu criar aquela felicidade simples.
E o menino... O menino renasce em poucos corações... A hóstia foi
trocada pela bebida, a fantasia morreu.
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