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Reação Inicial a Incidentes de Materiais Perigosos

Capacitação sobre Operações de Conhecimentos


Básicos
Introdução

A presença de materiais perigosos dentro de uma empresa,


indica que potencialmente em algum local e em qualquer momento,
um incidente com materiais perigosos irá ocorrer. Os produtos
químicos e tóxicos na localização do incidente e em outra situação de
emergência na operação de materiais perigosos agregam uma nova
dimensão de risco de incidente.

As brigadas de resposta a incidentes com materiais perigosos


devem proteger o seu pessoal no local, o paciente a caminho do
hospital e toda gente dentro da empresa. Este manual pretende
ajudar as brigadas a responder de forma satisfatória diante de um
incidente com materiais perigosos e melhorar a capacidade de
controle diante destes acidentes, de forma apropriada.

Assegurar que o cuidado da área afetada, de forma apropriada


e oportuna, também como a proteção do trabalhador, dependem de
se ter uma compreensão de todos os procedimentos de
descontaminação e do equipamento de proteção pessoal qualificado.

No controle de emergências é necessário descrever os


procedimentos apropriados que se seguem por todo o pessoal
brigadista de emergência para cuidar com segurança toda a empresa,
a equipe, pessoal e a outros que possuem risco de exposição. Este
caderno para as brigadas de resposta a emergências se desenha para
familiarizar os leitores com os conceitos, terminologias e
considerações dominantes que afetam o controle de incidentes com
materiais perigosos.

Este documento pode ser utilizado para determinar capacidades


com respeito a materiais perigosos potenciais nas áreas de trabalho e
para se desenvolver planos de resposta usando recursos específicos
disponíveis. A segurança e o treinamento do brigadista são também
fatores dominantes no controle eficaz de incidentes. Este documento
também pretende proporcionar um material de fonte para
desenvolvimento de protocolos locais de treinamento e segurança.

A seção de reconhecimento do perigo apresenta uma direção


geral para determinar se uma situação constitui um perigo de
incidente com materiais perigosos e detalhar os vários sistemas de
classificação dos materiais. Se apresenta uma terminologia
toxicológica e química básica que todo o pessoal de emergência
necessita para conduzir com eficácia aos incidentes, assim como um
contorno dos equipamentos de proteção pessoal tal como dispositivos
respiratórios e roupa protetora.

A resposta e o controle do incidente incluem os assuntos para a


preparação e resposta a um incidente perigoso potencial com
materiais. Além disso, expõe assuntos para o tratamento de
pacientes expostos na descontaminação dos mesmo e dos
equipamentos de proteção individual.

Deve-se mencionar que este caderno é baseado sob a norma


472 da NFPA (National Fire Protection Association), a qual se
predispõe de maneira mais indicada, os preceitos e todas as
disposições que se devem tomar em conta para o manejo da resposta
das brigadas com incidentes de materiais perigosos. Tanto a equipe
como as pessoas envolvidas em um incidente, suas respostas
imediatas de conhecimento e operação se encontram dentro das
características deste documento.

Objetivos
• Que as pessoas encarregadas de segurança da empresa
estejam fortalecidas com um manual para manejo de incidentes
com materiais perigosos;

• Que o pessoal da planta possa consultar o manual e ter ciência


das disposições na matéria de prevenção de incidentes e
controle operacional dos mesmos;

• Procurar a eficácia dos processos e ações das brigadas de


resposta diante dos incidentes com materiais perigosos;

• Ter conhecimento e fácil acesso aos processos e os sistemas de


controle dos incidentes com materiais perigosos;

• Fornecer conhecimento a administração sobre materiais


perigosos;

• Saber o que está ocorrendo com o manejo de materiais


perigosos, assim como as pessoas envolvidas e o alcance que
tem o incidente, que são vitais diante de uma situação real de
emergência;

• Capacitar de maneira eficiente e com o requisitos necessários


todo o pessoal brigadista.
Índice

I. Introdução

II. Objetivos

III. Justificativas

IV. Nível de Primeira Resposta de Reconhecimento

a. Geral

- O que são os materiais perigosos e os riscos associados a um


incidente

- Resultados potenciais associados com uma emergência


quando a materiais perigosos presentes

- Reconhecer a presença de materiais perigosos e determinar a


informação básica do perigo e resposta

- Observar o papel da primeira resposta na cena de um


incidente de materiais perigosos com base no plano de
contingências para incidentes com materiais perigosos

- Reconhecimento da necessidade de recursos adicionais e


fazer notificações necessárias

- Iniciar o manejo na cena do Sistema de Comando de


Incidentes (SCI)

b. Segurança
- Diferenciar os incidentes de materiais perigosos de outras
emergências

- Materiais perigosos danosos para as pessoas em incidentes de


materiais perigosos

- Vias gerais de entrada para a exposição humana a materiais


perigosos

- Limitações dos trajes e uniformes de trabalho nas cenas com


materiais perigosos

- Ameaças que apresentam os vazamentos de materiais


perigosos para as propriedades e ao ambiente

- Precauções necessárias para prestar atendimento médico de


emergência a vítimas de incidentes com materiais perigosos

- Fontes de ignição típicas que se encontram nas cenas dos


incidentes com materiais perigosos

c. Recursos e Planejamento

- Procedimentos locais para solicitar recursos adicionais para


combater incidentes de materiais perigosos

- Funcionamento da primeira resposta no cenário de um


incidente com materiais perigosos, tal como se identifica no plano de
contingência para incidentes com materiais perigosos

d. Manejo de Incidentes

- Objetos, necessidades e benefícios do SCI no cenário de um


incidente com materiais perigosos

- Processo de implantação do SCI em emergências de materiais


perigosos

- Técnicas básicas para negar a entrada a um local

- Técnicas básicas usadas para isolar o local imediatamente

- Técnicas básicas para evacuação em incidentes de materiais


perigosos

e. Reconhecimento de materiais perigosos

- As nove classes de materiais perigosos e seus perigos


primários
- Seis grupos de indícios para detectar a presença de materiais
perigosos

- Lugares onde se fabricam, transportam, armazenam e usam


materiais perigosos

- Cartelas, rótulos, etiquetas, marcas de embalagens e


documentos de embarque utilizados no transporte dos materiais
perigosos (vantagens e limitantes no reconhecimento de materiais
perigosos)

- Documentos de embarque encontrados nas diferentes formas


de transporte, as pessoas responsáveis dos documentos e o lugar
onde se levam e encontram durante um incidente

- Identificação das embalagens e o material que se pode


encontrar

- Tipos de sistemas de marcas especializadas que se encontram


em instalações fixas (marca de comunicações de perigos especiais na
NFPA 704, “Sistema Normalizado para a Identificação dos Riscos de
Incêndio de Materiais”)

f. Classificação, Identificação e Verificação

- Terminais de Materiais Perigosos e Mercadorias Perigosas

- Identificação do nome específico de um material perigoso


embalado em uma emergência e classificação do material por seu
perigo primário (marcas de embalagens, placas e etiquetas, etiquetas
de pesticidas, documentos de embarque, etiquetas de segurança de
materiais, “MSDS/FISQP”)

- Fontes para se obter informação sobre riscos na resposta a


materiais perigosos e tipo de informação obtida por eles

- Uso do Guia de Resposta a Emergências (ABIQUIM – Pró-


Química), avaliação de perigos e ações de resposta e determinar as
distancias de isolamento e evacuação

- Uso da ficha de Informação de Segurança de Materiais


(MSDS/FISQP) para obter informação sobre perigos e respostas.
Determinar as distâncias de isolamento e evacuação

- Dificuldade de identificar o nome específico dos materiais


perigosos e sua informação de perigo e resposta a uma emergência

g. Avaliação de Perigo e Risco


- Riscos associados com os materiais perigosos localizados e
transportados através da comunidade, prédios e sua ameaça
potencial para as pessoas, propriedades e meio ambiente

V. Primeira Resposta de nível operacional

a. Geral

- Avaliações iniciais de perigos básicos e riscos

- Quando é apropriado o uso de equipamento de proteção


individual adequado a primeira resposta pelas autoridades
competentes em suas atividades normais de resposta, para um
incidente particular de materiais perigosos e o uso adequado do
equipamento

- Terminologias básicas de materiais perigosos

- Desempenho de operações de controle de materiais perigosos


dentro das capacidades de recursos e equipamentos de
proteção pessoal

- Processos de descontaminação

- Tarefas básicas de levar registros

- Ampliação do Sistema de Comando de Incidente (SCI)

b. Segurança

- Sistema de trabalho em duplas para controlar os incidentes de


materiais perigosos

- Vantagens e perigos das missões de busca e resgate em


incidentes de materiais perigosos

- Precauções para proteção quando se combate incêndios que


compreendam materiais perigosos

- Vantagens e perigos associados com o resgate, extração e


remoção de uma vítima de um incidente de materiais perigosos

- BLEVE nos recipientes

- Utilização da prudência a observar e aproximar a um incidente


de materiais perigosos

c. Recursos e Planejamento
- Graus de incidente e níveis de respostas de materiais
perigosos indicados no plano local de contingências

- Necessidade de um planejamento de resposta a materiais


perigosos e seus principais elementos

- A coordenação entre entidades nos cenários de incidente com


materiais perigosos

- Planejamento pré-emergência em relação a locais específicos

d. Manejo de Incidentes

- Elementos do Sistema de Comando do Incidente (SCI) para


assegurar a coordenação das atividades de resposta aos
incidentes de materiais perigosos

- As habilidades de: Assumir o comando, estabelecer o controle


da cena através das zonas de controle, estabelecer um posto
de comando

- Critérios para determinar a localização das zonas de controle


em um incidente de materiais perigosos

- Procedimentos normais de operação das organizações em


relação aos materiais perigosos

e. Reconhecimento de Materiais Perigosos

- Identificação do nome do material, número de registro,


precauções, perigos, ingredientes ativos, etiquetas

f. Classificação, Identificação e Verificação

- Selecionar e interpretar a informação que seja útil para


determinar os perigos do material, mediante MSDS/FISQP

g. Química dos materiais perigosos

- Propriedades físicas e químicas e sua importância no processo


de avaliação dos riscos (ponto de ebulição, limites de
Inflamabilidade, ponto de Inflamabilidade temperatura de
ignição, densidade de vapor, pressão de vapor, solubilidade em
água)

- Radiação alfa, radiação beta, radiação gama

h. Equipamento de Proteção Pessoal


- Os perigos respiratórios que se encontram em incidentes de
materiais perigosos e a necessidade dos equipamentos de
proteção respiratória adequados, segundo a OSHA

- Requisitos físicos de uma pessoa que utiliza os equipamentos


de proteção respiratória

- Limitações das pessoas que trabalham com aparatos de


proteção da respiração

- Tipos de equipamentos de proteção respiratória. Vantagens e


limitantes de cada um nos incidentes

- Procedimento para limpar e desinfetar os equipamentos de


proteção respiratória

- Partes operacionais dos tipos de equipamentos de proteção


respiratória

- Uso de dispositivos respiratórios de envio de ar com pressão


positiva

- Vestimenta especial de proteção utilizada nos incidentes

- Aplicação, uso e limitantes dos diferentes graus de trajes de


proteção utilizados em incidentes

- Forma adequada de postura, posição e uso de proteção


respiratória

- Fatores para selecionar a proteção respiratória adequada nos


incidentes

i. Controle de Materiais Perigosos

- Técnicas para o controle de vazamentos de materiais


perigosos disponíveis para a primeira resposta

j. Descontaminação

- Procedimentos de descontaminação nos incidentes de


materiais perigosos

- Formas em que se contaminam pessoas, equipamentos,


ferramentas. Limitações de processos de descontaminação

- Procedimentos básicos de descontaminação

k. Procedimentos de Término
- Documentação dos incidentes, registros de treinamento,
registros de exposição, informes de incidentes e informes
críticos

IV. Nível de Primeira Resposta de


Reconhecimento

a.) Geral
Existem vários termos que podem se referir aos materiais
perigosos. As definições para quatro termos comumente utilizados
nos Estados Unidos se encontram abaixo.

Material Perigoso

Uma substância ou material que foi identificado como capaz de


colocar em risco a saúde e a propriedade quando está sendo
transportado (US DOT – Companhia de Transporte dos EUA).

Despejo Tóxico
Substância capaz de incendiar, corrosivo, reativo ou tóxico e
que coloque em perigo potencial ou substancial a saúde humana, a
segurança e o meio ambiente quando manejado de forma inadequada
(US EPA – Agência de Proteção Ambiental dos EUA).

Substância Perigosa

Qualquer material que pode produzir efeito adverso sobre a


saúde e a segurança de uma pessoa exposta (US EPA; US DOT;
OSHA).

Substância Extremamente Perigosa (EHS)

São substâncias consideradas extremamente tóxicas e que


podem viajar a grandes distâncias, contaminando em um longo
alcance. Atualmente a US EPA mantém uma lista com 360
substâncias químicas com estas características.

MATERIAIS PERIGOSOS E SEUS RISCOS

Em um acidente, o material exposto pode atingir um grande


número de substâncias que são perigosas devido a suas
características biológicas, radiológicas ou químicas.

Os agentes biológicos são organismos vivos (ou seus produtos)


que podem causar doenças ou morte aos indivíduos expostos.

Os materiais radiológicos são considerados perigosos por sua


habilidade para emitir vários tipos de radiação a diferentes
intensidades que podem ser danosas as pessoas de resposta que
estão inadequadamente protegidos contra a fonte de radiação por um
determinado período de tempo.

Os riscos químicos são classificados em vários grupos, incluindo


os riscos de fogo, toxicidade, corrosividade e reatividade. Um
material pode apresentar mais de um risco químico durante um
incidente.

Muitos riscos podem apresentar-se em um incidente. Isso é


importante para entender os fundamentos de cada um e suas
relações assim como práticas de segurança que sejam usadas para
reduzir o risco ao público e a pessoa de resposta.

RISCOS BIOLÓGICOS
Existem cinco categorias de agentes biológicos que são capazes
de causar infecção ou enfermidades nos indivíduos expostos. Estes
são: vírus, toxinas, bactérias, fungos e parasitas. Esses tipos de
agentes podem estar presentes em locais de despejos perigosos e
derramamentos de materiais perigosos. Riscos químicos parecidos
podem ser dispersos através do ambiente pela água ou vento.

Muitos agentes biológicos têm ciclos de vida biológicos que


requerem organismos hospedeiros e intermediários para completar
seus ciclos de crescimento. Os roedores, por exemplo, são portadores
do vírus da raiva. Neste caso, ele é o intermediário.

Os mesmos requisitos de proteção pessoal que são utilizados


contra os riscos podem ser aplicados aos riscos biológicos. Deve se
utilizar coberturas para o corpo e proteção respiratória. A limpeza
pessoal é especialmente importante. Banhos após retirar as roupas
protetoras, lavando perfeitamente as partes do corpo quando
expostas, incluindo mãos e face.

RISCOS RADIOLÓGICOS

Os materiais radioativos que podem ser encontrados em um


local podem emitir três tipos de radiação: partículas alfa, partículas
beta e raios gama. Os três tipos de formas lesam os organismos vivos
pela inflexão de energia a qual ionizam as moléculas nas células.
Assim, as três são referidas como radiação ionizante. A ionização
pode alterar a função normal celular causando mal funcionamento da
célula ou morte.

Uma partícula alfa esta carregada positivamente. A beta é um


elétron que possui carga negativa. Ambas as partículas tem massa e
energia. Ambas são emitidas do núcleo. Elas viajam poucas distâncias
antes que a interação entre si cause a perda de sua energia. As
roupas exteriores geralmente não protegem contra essas partículas.
Por isso, se consideram perigosas principalmente quando entram no
corpo através de inalação ou ingestão.

A radiação gama é uma energia eletromagnética pura e tem um


comportamento ondulatório maior do que de partícula. Os raios gama
passam através de todos os materiais em certo grau.

A roupa, incluindo a de proteção, não previne contra a interação


da radiação gama nos tecidos do corpo.
Algumas substâncias perigosas parecidas que podem possuir
certas propriedades as quais podem alertar o pessoal de resposta
contra a exposição (odor, irritação ou sabor), a radiação não se toma
como propriedades de advertência. Prevenir que o material radioativo
entre em contato com o corpo protegendo contra a radiação externa
é a melhor forma de proteção. Como os riscos biológicos e químicos,
o uso de equipamento de proteção respiratória e de proteção pessoal,
cumprindo com uma higiene pessoal, irá proporcionar uma boa
proteção contra as partículas radioativas.

RISCOS QUÍMICOS

a. Riscos de Fogo

Combustibilidade

A combustibilidade é uma propriedade de um material de atuar


como um combustível. Os materiais que podem queimar rapidamente
e manter a combustão podem ser considerados combustíveis.
Quando isso não acontece, são chamados de não combustíveis.
Necessitam-se três elementos para que a combustão ocorra:
combustível, oxigênio e calor. As concentrações de combustível e de
oxigênio deverão ser suficientes altas para levar a ignição e manter o
processo de queima. A combustão é uma reação química que requer
calor para acontecer.

O calor é aplicado por uma fonte de ignição e é mantido pela


combustão. Os incêndios podem ser extintos ao se retirar um destes
três componentes.

Quando um material gera por si mesmo uma quantidade


suficiente de calor para auto-ignição e combustão, ocorre uma
combustão espontânea, gerando fogo ou explosão.

Inflamabilidade

A inflamabilidade e a propriedade de um material (liquido ou


gás) de gerar a quantidade suficiente de vapores combustíveis sob
condições normais para prender e que se produza chama. Neste caso
é necessário produzir uma relação apropriada de ar combustível
(expressadas como porcentagem de combustível no ar) para chegar a
combustão. Existe um alcance de concentração de combustível para
cada material no qual existem os valores ótimos para ignição e
sustentação da chama. Este limite é definido como Alcance de
Inflamabilidade. A menor concentração de combustível neste alcance
é o Limite Inferior de Inflamabilidade (LII). AS concentrações menores
que a LII não são inflamáveis devido a baixa quantidade de
combustível, chamada de mistura pobre. A relação mais alta na qual
a mistura é inflamável, é denominada Limite Superior de
Inflamabilidade (LSI). As concentrações maiores que a LSI é chamada
mistura rica e também não é inflamável devido ao deslocamento do
oxigênio, que fica em baixas proporções.

O fogo pode ser definido como uma chama de combustão auto


sustentada. Cada lado do triangulo do fogo representa um dos
elementos necessários para que haja fogo.

Um material INFLAMÁVEL é considerado altamente combustível


e pode queimar a temperatura ambiente.

Um material COMBUSTÍVEL não é necessariamente inflamável


devido a sua impossibilidade de queimar facilmente e manter a
ignição.

Um material PIROFÓRICO pode queimar a temperatura normal


na presença do ar.

Explosões de gás ou vapor

Uma explosão de gás ou vapor é uma liberação de energia


rápida e violenta. Se a combustão é extremamente rápida, são
liberadas grandes quantidades de calor, energia cinética e gases. O
maior dos fatores que contribuem a uma explosão é o confinamento
do material inflamável. Quando os vapores ou gases não podem ser
dissipados livremente, eles entram em combustão aumentando o
grau rapidamente. O confinamento também aumenta a energia
associada com essas moléculas, a qual incrementa o processo
explosivo.

Considerações Práticas

O fogo e as explosões requerem combustível, ar (oxigênio) e


uma fonte de ignição (calor). Em um incidente com materiais
perigosos, os dois primeiros não são facilmente controlados.
Conseqüentemente, quando se encontram trabalhando em um local
aonde existe risco de fogo, devera conhecer as concentrações dos
gases no ar, devendo monitorar qualquer fonte de ignição e retira-las
da área.

b. Riscos de Explosão

Explosivos

Um explosivo é uma substância na qual se observa uma


transformação química muito rápida produzindo grandes quantidades
de gases e calor devido ao calor produzido. Alguns gases produzidos
(nitrogênio, monóxido de carbono, vapor) se expandem rapidamente
e podem ultrapassar a velocidade do som. Estas são denominadas
ondas de choque e ruído.

Tipos de Riscos de Explosão

ALTO DETONANTE: Ocorre uma transformação química muito


rápida com velocidade de detonação acima de quatro milhas por
segundo. A expansão rápida dos gases produz uma onda de choque
que pode ser seguida por uma combustão.

ALTO EXPLOSIVO PRIMÁRIO: Onda detonante, produzida em um


período de tempo extremamente curto. Pode detonar por movimento,
calor ou fricção.

ALTO EXPLOSIVO SECUNDÁRIO: Geralmente necessitam de um


estopim para gerar sua detonação. Relativamente não sensível ao
choque, calor ou fricção.

BAIXA DEFLAGRAÇÃO: A velocidade de deflagração é de 1000


pés por segundo. Geralmente a combustão é seguida por uma onda
de choque.

Considerações Práticas

Fatores altos ou baixos não indicam o risco de explosão.


Indicam unicamente a velocidade de transformação química.
As explosões podem ocorrer como um resultado de reações
entre alguns químicos não considerados como explosivos. O nitrato
de amônio, um fertilizante, pode explodir em condições favoráveis.
Os metais alcalinos e a água explodem quando misturados, assim
como a água e peróxidos. O ácido pícrico e certos compostos de éter
podem transformar-se em compostos altamente explosivos com o
tempo. Os gases, vapores e partículas finamente divididas, quando
confinados, também podem explodir se há uma fonte de ignição.

c. Riscos Tóxicos

Toxicidade

Os materiais tóxicos causam efeitos locais ou sistêmicos em um


organismo. A exposição a tais materiais não resultam em morte
quando se tomam medidas imediatas. Os tipos de riscos tóxicos
podem ser divididos em categorias pelo efeito fisiológico que pode
incluir: asfixia, sensibilização alérgica, envenenamento, mutagenesis
e carcinogenesis.

A probabilidade de que alguns destes efeitos sejam


experimentados por um organismo depende não somente da
toxicidade do material, mas também do tempo de exposição e a rota
de exposição (ingestão, inalação, absorção pela pele).

d. Riscos de Corrosão

Corrosão

A corrosão é um processo de degradação de um material. O


contato com um material corrosivo pode destruir os tecidos do corpo,
metais, plásticos e outros materiais. Um agente corrosivo é um
composto reativo que produz uma mudança química destrutiva sobre
o material onde atua. Corrosivos comuns são os halogênios, ácidos e
bases. Irritação e queimaduras na pele são resultados típicos quando
o corpo entra em contato com um material deste tipo.

e. Riscos devido a Reatividade Química

Riscos de Reatividade

Uma reação química é uma interação de uma ou mais


substâncias, resultando em mudanças químicas. As reações químicas
exotérmicas geram calor e podem ser mais perigosas. As reações
químicas endotérmicas necessitam de calor para acontecer.

A velocidade de uma reação depende de:

• Área superficial das substâncias reativas no local;

• Estado físico da substância;

• Temperatura;

• Pressão;

• Presença de catalizadores.

Compatibilidade

Substâncias compatíveis são aquelas que quando em contato,


não reagem ou não produzem riscos.

Muitos acidentes em locais de despejo acontecem pela mistura


de diferentes materiais incompatíveis entre si. Os principais riscos da
incompatibilidade são:

Geração de Calor; Fogo; Explosão; Produção de Gás Tóxico ou Vapor;


Produção de Gás Inflamável ou Vapor; Formação de uma substância
com toxicidade maior; Formação de compostos sensíveis a choque;
Pressurização de recipientes fechados; Solubilização de substâncias
tóxicas; Dispersão de pós e neblinas tóxicas; Polimerização Violenta.

A identificação dos reativos desconhecidos pode ser


determinada por uma analise química. Um químico poderá antecipar-
se a qualquer reação química resultante da mistura dos reativos.

Algumas vezes a identificação de um despejo é impossível de


averiguar devido aos contratempos de dinheiro e tempo. Neste caso,
provas simples podem ser realizadas para determinar a natureza do
material ou mistura. Provas como pH, potenciais de oxidação ou
redução são usados. Em adição, pequenas quantidades de reativos
podem ser cuidadosamente combinados para determinar
compatibilidade.

Considerações Práticas

Se os materiais são compatíveis, podem ser armazenados


juntos em tanques ou transferidos a tanques temporários para sua
ultima disposição. Se for necessário, se deve estabelecer a
compatibilidade dos materiais através de analises prévias.
A informação de compatibilidade também é muito importante
na avaliação de um incidente envolvendo vários materiais perigosos
diferentes.

CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PERIGOSOS

As atividades que se requerem para controlar uma emergência


com materiais perigosos se baseiam na identificação dos materiais
perigosos envolvidas. A facilidade e rapidez com que se controla uma
emergência melhora consideravelmente se é disponibilizado um bom
sistema de identificação.

Em alguns casos, placas (rótulos), etiquetas, papéis de


embarque ou envio e o conhecimento acerca das substâncias
armazenadas na instalação ou em informe de um testemunho ocular,
supondo que este seja boa fonte, podem fazer o processo de
identificação muito mais fácil.

Em outros casos, podem tomar uma quantidade considerável de


tempo para determinar a identidade do material. Também as
substâncias simples que podem se misturar em um acidente, os
produtos de combustão, todos apresentam problemas especiais em
determinar os perigos que podem ser encontrados.

Quando não se conhece quais os materiais envolvidos,


se deve supor que existe uma situação grave e se toma
medidas de segurança e precauções máximas para prevenir
qualquer efeito indesejável no pessoal de emergência ou em
qualquer outra pessoa da área.

Uma vez que se identificou o material, se pode


determinar os perigos associados com ele e pode se fazer
uma avaliação de seu impacto potencial. Podem-se
estabelecer as medidas de controle mais apropriadas para o
tipo de material e seus perigos, assim como medidas de
segurança tanto para o pessoal que atende a emergência
como para o resto das pessoas, respeitando os perigos que
correm.

Os materiais perigosos são transportados e


armazenados freqüentemente em grandes quantidades. Um
vazamento acidental destes materiais apresenta um perigo
potencial para o público e o meio ambiente. O acidente pode
ser manejado mais rapidamente quando o material perigoso é
identificado e caracterizado especificamente. Pode ser que o
conteúdo das cargas não esteja identificado. Pode ser que os
papéis de embarque ou registros não estejam disponíveis.
Sempre é necessária uma pessoa com experiência para definir
os perigos e sua gravidade.

Devido à necessidade imediata de informação referente a um


material perigoso, se têm desenvolvido vários sistemas de
identificação dos mesmos. Todos ajudam aos que participam no
acidente a enfrentar com rapidez e segurança a um problema que
pode originar a saúde e ao meio ambiente.

O primeiro sistema que se apresenta é o proposto pela


Associação Nacional de Proteção contra Incêndios dos Estados Unidos
(National Fire Protection Association – NFPA) e de maneira específica
o Sistema de Normas para a Identificação de Riscos de Incêndios de
Materiais, NFPA 704, o qual se emprega em tanques de
armazenamento e recipientes pequenos (instalações permanentes). O
segundo sistema se usa exclusivamente em depósitos e tanques
transportados na comercialização dos materiais perigosos. O
Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) é responsável
deste sistema, apoiado nos alinhamentos do sistema de classificação
proposto pelas Nações Unidas. Seu uso se baseia em placas e
etiquetas.

O número necessário de pessoas para uma ação-reação diante


de um acidente com materiais perigosos pode variar muito. Estas
pessoas devem estar organizadas, assim seja um grande ou pequeno
grupo. Sem um esforço coordenado na organização, não se pode
alcançar o objetivo principal da resposta, que é proteger a saúde
pública, o ambiente e a propriedade.

Todo acidente relacionado com um material perigoso é um caso


específico. O material envolvido, seu efeito, assim como também as
operações requeridas para evitar ou diminuir os efeitos de seu
descarregamento, são fatores específicos no acidente. Todos os
acidentes têm em comum a necessidade de planejar, organizar e
localizar recursos (pessoal, equipe e fundos) e programar as
operações de ação-reação.

Planos para ação-reação diante de emergências

Quando acontece um acidente no qual existem materiais


perigosos ou diante de qualquer desastre, seja natural ou causado
pelo homem, as pessoas que se encontram na área afetada deverão
controlar e aliviar a situação. Se desenvolverá algum tipo de
organização com todos os que estão disponíveis. Sem planos, a
capacidade de controlar a situação de forma eficaz pode ser limitada.
É possível que não se disponha rapidamente de pessoal com
experiência, equipamentos e outros recursos necessários, os quais
causarão demora na resposta necessária para mitigar a situação.

Sem um planejamento para a emergência na comunidade, se


diminui a capacidade de controlar qualquer crise de forma eficaz. É
possível que haja casos durante um período considerável de tempo,
antes que se controle a situação e se chegue a um nível normal.
Perde-se tempo definindo o problema, organizando o pessoal,
localizando recursos e reagindo. Estes obstáculos impedem as
atividades de resposta e criam problemas adicionais que pode evitar-
se se forem tomadas ações-reações imediatamente.

Quando existe um plano para eventualidades pode obter-se


uma ação-reação mais eficaz que qualquer resposta de pessoal que
tenha recebido capacitação. Pode-se requerer pessoal adicional de
agências estatais e federais, assim como em outras indústrias
privadas. Estes grupos, cada um como uma unidade coesa e uma
equipe de ação-reação, serão capazes de executar as atividades
corretivas necessárias.

Para funcionar de forma eficaz, a organização que se estabelece


diante de uma emergência deve:

• Ter um líder;

• Estabelecer autoridade;

• Desenvolver as normas e procedimentos;

• Determinas responsabilidades;

• Administrar os recursos (dinheiro, equipamento e pessoal);

• Planificar e dirigir as operações;

• Organizar as comunicações internas;

• Organizar as comunicações com organizações externas.


Sem um plano de ação-reação para as eventualidades de uma
emergência, deve-se criar uma organização funcional para o caso
específico com o que está disponível.

Organograma

Em qualquer organização para ação-reação é necessário definir


sua estrutura mediante a elaboração de um organograma que define
a relação entre os diversos componentes (divisão, ramos ou seções)
da organização. Apresentar a hierarquia de comando e estabelecer os
canais de comunicação interna.

Os requisitos chaves de um organograma são:

• Devem apresentar uma hierarquia de comando;

• Devem assinalar responsabilidades e funções;

• Devem especificar os requisitos de pessoas;

• Devem estabelecer a linha das comunicações internas.

Pessoal chave e suas funções

A equipe de resposta é um grupo organizado de pessoas, cada


uma com tarefas e responsabilidades assinaladas. O plano de ação-
reação normalmente específica o pessoal chave e suas tarefas. Todo
o inicio e durante as operações, é possível que se necessite fazer
adaptações a toda estrutura planificada da organização.

O posicionamento, funções e responsabilidades dos acidentes


variam. Os acidentes de maior envergadura requerem pessoas com
diversidades de experiências e habilidades. Para acidentes com
menor gravidade, se necessitam menos pessoas e recursos. O
pessoal chave deve ajustar-se para satisfazer as necessidades de um
acidente particular com materiais perigosos.

O pessoal chave e as funções que podem ser necessárias são as


seguintes:

 Chefe do Local, Coordenador do Local ou Administrador para o


acidente: tem autoridade e responsabilidades claramente
definidas de administrar e dirigir todas as operações de ação-
reação;
 Oficial Técnico em Ciências: dirige e coordena os estudos
científicos, obtenção de amostras, observações de campo,
análises de amostras e interpretação dos resultados.
Recomenda ações corretivas e proporciona orientação técnica a
diretoria do acidente nestas áreas;

 Oficial de Segurança: assessora o diretor sobre todos os


assuntos relacionados com a saúde e a segurança de quem
participa das operações do campo. Estabelece e dirige o
programa de segurança. Pode deter as operações se existem
condições perigosas. Coordena as atividades com o oficial
técnico de ciências;

 Chefe de Campo: dirige as atividades relacionadas com a


limpeza e outras pessoas que participam nas medidas de
emergência e de restauração em longo prazo;

 Oficial de Informação Pública: proporciona informação de


imprensa e noticias a todo público em geral, em relação às
atividades do campo;

 Oficial de Segurança na Emergência: dirige a segurança física


do campo. Proporciona coordenação das equipes e bombeiros.
Controla o acesso ao local;

 Encarregado de Registro: mantém registro das atividades do


campo;

 Oficial de Operações: dirige as atividades dos líderes de equipe.


Coordena estas atividades com o assessor cientifico e o oficial
de segurança;

 Chefe de Setor: dirige as tarefas designadas especificamente,


tais como:

- equipe de entrada;

- descontaminação;

- observação;

- equipamento;

- fotografia;

- comunicações.
 Oficial Financeiro: proporciona respaldo financeiro e
contratual;

 Oficial de Logística: provê todos os equipamentos


necessários e outros recursos;

 Oficial Médico: oferece apoio médico. Atua como


coordenador da comunidade médica.

O sistema de Comando de Acidentes

O sistema de comando de acidente é um sistema de comando


no local que o serviço de bombeiros utiliza quando proporcionar
auxílio em incêndios, emergências médicas, operações de resgate,
acidentes de materiais perigosos e outras operações. O sistema
identifica quem é o responsável, estabelece uma hierarquia de
comando e apresenta uma lista de pessoal chave e suas funções.

O sistema de comando se ativa automaticamente quando


acontece um acidente no qual o serviço de bombeiros deve agir. O
primeiro oficial que chega é o comandante do acidente, e é quem
permanece nesse cargo durante o acidente, a não ser que um oficial
de maior cargo exista na base. O comandante do acidente pode
adaptar a estrutura administrativa e de organização para controlar a
situação.

A equipe de ação-reação diante de materiais perigosos

Localmente, a equipe de ação-reação diante de materiais


perigosos (Hazardous Material Response Team – HMRT) geralmente
está associada com o serviço de bombeiros. É possível que seja uma
equipe dedicada unicamente a responder os acidentes com materiais
perigosos, mas geralmente tem outras funções especializadas.
Dependendo do acidente, a equipe pode ser uma unidade de serviço
da brigada. Se existem outras unidades participando ou se é um
acidente de proporções importantes, a equipe pode se juntar e formar
uma organização geral do sistema como um dos setores do
organograma.

A equipe de ação-reação, como entidade pode ser separado do


sistema e deve estar organizada de forma que possa atuar de forma
eficaz para controlar e restaurar a situação. A equipe necessita ter
um organograma e uma declaração de funções do pessoal que siga
as linhas paralelas da estrutura de comando do sistema.

Operações de ação-reação

A descarga potencial de um material perigoso requer operações


que eventualmente restituam à situação as condições existentes
antes do acidente. Cada acidente estabelece seus próprios requisitos
de operação, mas existem operações comuns a todas as ações-
reações.

A planificação e implementação de uma ação-reação requer que


os auxiliadores efetuem as atividades seguintes:

 Organizar: estabelecer uma organização. Selecionar o pessoal


chave. Determinar responsabilidades. Efetuar modificações na
medida em que prosseguem as operações;

 Avaliar a situação: com a informação disponível, efetuar uma


avaliação preliminar do perigo. Determinar o impacto do
acidente com ou sem intervenção;

 Desenvolver um plano de ação: desenvolver um plano


preliminar de operações para recopilar a informação, implantar
imediatamente medidas de ataque e operações de resgate e
estabelecer atividades de emergência. Avaliar
permanentemente a situação, na medida em que se obtém
informação adicional;

 Efetuar investigações preliminares fora do campo: obter dados


adicionais para avaliar a situação. Usar instrumentos de leitura
direta, obter amostras, efetuar observações visuais e
estabelecer atividades de emergência para proteger a saúde
pública e o ambiente. Identificar requisitos para
reconhecimentos no campo. Determinar o nível de proteção se
necessário, para o pessoal locado fora do campo. Estabelecer
limites as áreas contaminadas;

 Efetuar um reconhecimento do campo: obter dados (usar


instrumentos de leitura direta, obter amostras, fazer
observações visuais) para determinar ou verificar as condições
perigosas e realizar uma avaliação global do acidente. Modificar
os procedimentos de segurança de entrada inicial, na medida
em que se obtenham mais dados. Determinar os níveis de
proteção para os equipamentos de entrada inicial e para
operações posteriores. Planificar e implantar procedimentos de
controle do campo e descontaminação;

 Modificar o plano de operação original: modificar ou adaptar o


plano original com base nas informações adicionais obtidas
durante as entradas iniciais;

 Revisar as medidas imediatas de emergências.

As atividades em longo prazo do plano são as seguintes:

1- Observar e fazer amostragem adicional;

2- Determinar os requerimentos de recursos;

3- Elaborar um plano de segurança do campo;

4- Realizar a limpeza e estabelecer medidas de restituição;

5- Revisar as implicações legais e litígios;

6- Documentar as atividades do campo.

São de grande importância para qualquer ação-reação a


segurança e a saúde do pessoal envolvido. O risco do pessoal
aumenta na medida em que se aproxima dos materiais perigosos. As
operações no campo devem ser planificadas e executadas
cuidadosamente. Antes de entrar na área de uma descarga, se deve
obter a maior quantidade de informações possíveis, por exemplo,
documentação de embarque, placas de transporte, arquivos
existentes, etiquetas de recipientes e outras observações visuais
(dentro do tempo disponível) em relação com os tipos de materiais,
graus de perigo e riscos que possam existir.

A informação disponível é utilizada para determinar o seguinte:

• A necessidade de tomar medidas fora do campo;

• A necessidade de entrar no campo;

• Os tipos de equipamento disponíveis;

• Os dados que se necessitam para avaliar os perigos;


• Vapores e gases orgânicos;

• Vapores e gases inorgânicos;

• Partículas;

• Concentração de oxigênio;

• Radiação;

• Amostras necessárias para analise de laboratório.

Para que a equipe de entrada tenha o nível de proteção


adequado, se deve considerar:

• Qual equipamento se necessita;

• Numero de pessoas da equipe de entrada;

• Freqüência com que devem dar instruções a equipe de ação-


reação;

• A necessidade de procedimentos de controle no campo


incluídos:

- Designação das zonas de trabalho;

- Controle de Acesso;

- Barreiras Físicas;

- Identificação dos procedimentos de descontaminação


requeridos.

• A necessidade de dispor de respaldo médico;

• Levar a cabo atividades ou medidas de ataque de emergência;

• A prioridade de obter dados e amostras.

O pessoal de ação-reação deve estar organizado em uma


unidade de operação para poder prevenir ou diminuir, de forma
eficaz, o impacto que um acidente com materiais perigosos pode ter
sobre as pessoas ou o ambiente. Para que uma organização de ação-
reação seja eficaz, deve ter sido desenvolvido com antecedência, ter
sido realizado simulações com êxito e ser parte integral de um plano
para acidentes com materiais perigosos. Em grande parte, o êxito de
uma reação depende da boa organização do pessoal de resposta.
Quanto mais organizado se encontre, mais rapidamente poderá
começar a funcionar a organização. Quando se desenvolve uma
organização, deve ser suficientemente flexível para adaptarem-se as
mudanças contínuas que ocorrem à medida que o acidente progride.

INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTE

O sistema de comandos de incidentes (SCI) é um modelo de


gestão desenvolvido para comando, controle e coordenação da
resposta a uma situação de emergência e o seu objetivo é estabilizar
e proteger a vida, as propriedades e o ambiente.

A gestão completa de um incidente e a crescente necessidade


de ações de vários grupos de atuação faz ser indispensável que
exista um único sistema de gestão que sirva de guia para todos. Os
princípios do SCI permitem que diferentes grupos desenvolvam
atividades conjuntas com elementos comuns: comando unificado,
planos de ação, terminologia, administração, recursos humanos e
materiais, flexibilidade organizacional, conceitos de segurança,
procedimentos padronizados, etc..

A flexibilidade do SCI permite ampliar ou restringir a gestão de


acordo com as diferentes necessidades, o que possibilita criar um
sistema eficiente.

O sistema foi provado e validado em resposta a todos os tipos


de incidentes e situações de emergência, como por exemplo:
emergências com produtos perigosos, acidentes com um grande
numero de vitimas, eventos planejados (celebrações, desfiles
militares, concertos, etc.), catástrofes, incêndios, missões de buscas e
salvamento, programas de evacuação massiva, etc..

O SCI foi desenvolvido na década de setenta em resposta a uma


serie de grandes incêndios florestais no sul da Califórnia. Neste
período, se reuniram as autoridades municipais, organismos estatais
e federais envolvidos na luta contra os incêndios para formar o
FIRESCOPE (Firefighting Resources of California Organized for
Potential Emergencies). Esta unidade identificou os problemas que
podem ocorrer quando distintos grupos participam de uma mesma
missão, como:

• Falta de padronização da terminologia usada;

• Falta de capacidade de ampliar e restringir a estrutura de


gestão do incidente;
• Ausência de padronização e integração nos meios de
comunicação;

• Falta de instalações apropriadas;

• Ausência de planos de ação consolidados.

Os esforços para resolver estas dificuldades levaram ao


desenvolvimento do modelo original do SCI para a gestão de
incidentes. O sistema inicialmente concebido para combater
incêndios florestais inovou ao chegar a ser um sistema aplicável a
qualquer tipo de emergência, sendo incêndio ou não.

O grande êxito do SCI é um produto da aplicação direta de:

• Uma estrutura organizacional comum;

• Princípios de gestão padronizados.

A organização do SCI

Em todo o incidente ou evento, se deve executar certas


atividades e ações de administração. Sempre se realizam atividades
administrativas, inclusive de maneira inconsciente,
independentemente do alcance do acidente.

A organização do SCI consiste em cinco setores funcionais:

- Comando;

- Operações;

- Planejamento

- Logística;

- Finanças.

Estes cinco componentes principais são base do


desenvolvimento de uma organização SCI. Isto se aplica durante uma
pequena emergência ou um incidente em grande escala.

Em incidentes de pequena escala, uma só pessoa, o


comandante do incidente (CI) pode administrar todos os
componentes. Os acidentes em grande escala, em mudanças,
requerem que cada componente ou setor tenha um responsável
administrativo que responda como ao CI. Por ele, cada um dos
setores primários do SCI, com exceção do comando de incidentes, se
podem dividir em funções secundárias segundo a necessidade.

A organização do SCI pode ampliar ou restringir para satisfazer


as necessidades dos incidentes, mas todos os incidentes,
independentemente de sua dimensão ou complexidade, deverão ter
nomeado um comandante. Em um SCI básico, quando o CI tiver que
deixar o posto de comando (PC) para realizar uma operação ou
supervisionar o local do acidente, o cargo de CI deverá ser transferido
à outra pessoa.

b.Segurança
A indústria química tem se desenvolvido a um ritmo acelerado e
em muitos países representa um dos principais fatores de
desenvolvimento econômico. Sem impedimentos, não tem existido
um ritmo paralelo no estabelecimento de programas de preparação
para fazer frente aos acidentes que podem apresentar-se. Estes
programas são de vital importância para atingir a meta principal que
eles têm que é minimizar ou impedir os efeitos resultantes da
exposição às substâncias químicas.

Para que a preparação é necessário ter em conta as


particularidades que tem os acidentes químicos, o que os diferencia
de outros tipos de desastres e que fazem que as ações de resposta
médica tenham suas características especiais.

Quando se fala de preparação devemos referir ao conjunto de


ações que se devem realizar antes que se produzam os acidentes
químicos e com a qual se preparam as condições para que se
responda de uma maneira adequada.

A resposta a um acidente químico exige uma coordenação


multiinstitucional e multidisciplinar e a ausência desta coordenação
pode repercutir negativamente ou piorar os efeitos que se produzem
por causa do acidente. Existem sistemas bem estabelecidos para
atuar no caso de emergências provocadas por desastres naturais.
Sem impedimentos, em muitos casos estes sistemas não estão
preparados adicionalmente para enfrentar de forma adequada aos
acidentes que envolvem materiais perigosos.
Elementos a ter em consideração nos preparativos para a
resposta a acidentes químicos

Características próprias dos acidentes químicos (diferenciando


de outros tipos de desastres)

 Os acidentes com materiais perigosos variam desde os


relativamente confinados a um lugar específico até os que se
expandem ao ponto em que é provável por em perigo toda uma
comunidade;

 Se levamos em consideração a exposição às substâncias


químicas, todas as vítimas do acidente sofrem do mesmo tipo
de efeito nocivo, variando somente a magnitude do dano. Sem
levar em conta que existem elementos que não devemos deixar
de ter em consideração, como a susceptibilidade individual, o
estado de saúde prévio, etc..

 Pode haver uma zona tóxica que somente poderá ser penetrada
usando equipamentos de proteção adequados. As demais
pessoas nunca devem entrar em tais zonas;

 As vítimas expostas a químicos podem constituir um risco para


o pessoal de resgate, podendo se contaminar ao contato.
Conseqüentemente uma descontaminação deve, de
preferência, efetuar-se antes que as vitimas sejam atendidas
por pessoal medico e os demais responsáveis devem dar
atenção e conhecer como avaliar e manejar as afecções
médicas que as vitimas contaminadas apresentam, alem de
saber proteger-se dos riscos potenciais que se derivam da
contaminação secundária;

 O conhecimento geral das propriedades e feitos de muitos


produtos químicos pode não ser completo, portanto devem-se
identificar sistemas efetivos para obter informação essencial
dos químicos envolvidos e oferecer esta informação aos grupos
de resgate e outras pessoas que necessitem de tais
informações;

 Pode ser necessária a realização de estudos toxicológicos


ambientais e/ou em fluidos biológicos de pacientes
contaminados, por qual devem identificar-se nos laboratórios
com capacidade de realizar este tipo de investigação.
A EXPOSIÇÃO HUMANA AOS MATERIAIS PERIGOSOS

Acidentes Químicos

A organização mundial de saúde (OMS) utiliza os termos


acidente químico e emergência química para fazer referência a um
acontecimento ou situação perigosa que resulta da liberação de uma
substância ou substâncias que representam um risco para a saúde
humana e/ou meio ambiente, em curto prazo. Estes acontecimentos
ou situações incluem incêndios, explosões, fugas ou liberações de
substâncias tóxicas que podem provocar enfermidades, lesões,
invalidez ou morte, a uma grande quantidade de seres humanos.

A contaminação da água ou da cadeia alimentar que resulta de


um acidente químico pode afetar as populações dispersas,
principalmente a população exposta que está dentro ou muito
próxima de uma zona industrial. Em uma área urbana a população
exposta pode estar, por exemplo, nas proximidades de um veículo
acidentado que transporta substâncias perigosas. Com menos
freqüência, a população exposta esta a certa distância do local do
acidente, incluindo zonas do outro lado de fronteiras de países.

Esta definição deve manter-se unida ao conceito de incidente


químico, unindo uma exposição originada por liberações de uma
substância ou substâncias químicas que podem resultar em
enfermidades. O número de pessoas afetadas por um incidente
químico pode ser reduzido e a enfermidade, incapacidade ou morte
pode ocorrer em grandes períodos de tempo, até anos após os
acidentes.

Os efeitos para a saúde humana, os acidentes químicos pode


resultar em um dano considerável em longo prazo ao meio ambiente
com grandes quantidades de custos humanos e econômicos.

Classificação dos acidentes químicos

Desde a perspectiva da saúde, existem várias maneiras de


classificar os acidentes químicos, das quais nenhuma é completa ou
mutuamente excludente. Por exemplo, a classificação poderia basear-
se em: quais substâncias químicas envolvidas, a quantidade, a forma
física, onde e como ocorreu a fuga, as fontes de liberação, a extensão
da área contaminada, o número de pessoas expostas, as vias de
exposição. Algumas considerações são necessárias para clarear essa
classificação e são apresentadas:
Substâncias Envolvidas

As substâncias envolvidas em um acidente podem ser


agrupadas de acordo com:

• Substâncias perigosas, por exemplo explosivas, líquidos ou


sólidos inflamáveis, agentes oxidantes, substâncias tóxicas ou
corrosivas;

• Aditivos, contaminantes e adulterantes, por exemplo, na água


potável, bebidas ou alimentos, medicamentos e bens de
consumo;

• Produtos radioativos, que não são considerados nesta


apresentação.

A quantidade da substância química liberada e suas


propriedades tóxicas deveriam também ser consideradas. Por
exemplo, um quilo de cianeto de sódio é mais perigoso que um quilo
de gás cloro.

Fontes de liberação

As liberações podem originar-se pela atividade humana ou ter


origem natural, pode ser antropogênicas ou naturais. Entre as
antropogênicas se incluem: manufatura, armazenamento,
manipulação, transporte (ferroviário, rodoviário e aquaviário), uso e
eliminação. Entre as fontes de origem natural se incluem atividades
vulcânicas, incêndios e toxinas de origem animal, vegetal ou
microbiano.

Extensão da área contaminada

Os acidentes podem classificar-se de acordo com: se foram


delimitados a uma área de uma instalação e não afetam a nada em
seu exterior; se afetam unicamente as imediações da planta; se
afetam uma zona extensa ao redor da instalação ou se dispersam
muito.

Número de pessoas expostas

Os acidentes podem classificar-se pelo número de pessoas


afetadas, calculado em termos de mortos, lesionados e/ou evacuados.
A gravidade de um acidente químico não permite determinar
unicamente sobre este quesito e assim deve-se levar em
consideração todas as circunstâncias e conseqüências conhecidas.
Vias de exposição

Visto a perspectiva da saúde, as vias de exposição podem ser


um meio de classificar os acidentes químicos. Existem quanto vias
principais: inalação, exposição ocular, contato com a pele e ingestão.
Nenhuma destas vias é excludente.

Conseqüências para a saúde

Os acidentes químicos podem ser classificados também


segundo as conseqüências médicas para a saúde, em função do
sistema ou órgão afetado. Exemplos seriam os acidentes que causam
efeitos carcinogênicos, teratogênicos, dermatológicos, imunológicos,
hepáticos, neurológicos, pulmonares e outros.

Aspectos toxicológicos para a atenção de um acidente


químico

Alguns dos desastres que ocorreram recentemente colocaram


em evidência a necessidade do conhecimento da toxicidade dos
compostos usados na indústria. Este conhecimento é essencial para a
aplicação de um tratamento efetivo e rápido dos efeitos tóxicos,
como também para o tratamento de intoxicações acidentais. No caso
do acidente de 1984 em Bhopal, India, onde eram fabricados o
inseticida Carbaril, o produto da emissão foi isocianato de metila.
Nessa época pouco ou nada se conhecia sobre a toxicidade desta
substância e como conseqüência o tratamento das vítimas foi
incorreto e inadequado.

A pergunta que surge, diante da grande quantidade de


substâncias químicas, é: “Todas as substâncias químicas são
tóxicas?”. Provavelmente a melhor resposta seria: “Não há
substâncias químicas seguras e sim maneiras seguras de usar-las
(Timbrell,1989).

Em um documento OPS/OMS (1998) se aconselha que as


autoridades locais deveriam estar preparadas para tomar parte do
processo de conscientização e preparação para acidentes químicos ou
em um programa similar, incluindo intercâmbio de toda a informação
importante da comunidade e da indústria local. Assim, deve-se
participar deste processo os hospitais e outras instalações destinadas
ao tratamento, aos profissionais de saúde e aos centros de
informação toxicológica e os centros para emergências químicas.

Deste ponto de vista se consideram importantes que os


participantes, na atenção de uma emergência química, tenham
conhecimentos básicos de toxicologia. Estes conhecimentos
facilitarão as atividades dos profissionais que participam da atenção
da emergência assim como a proteção adequada para evitar efeitos
tóxicos.

Toxicologia

A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos


produzidos pelas substâncias químicas sobre os organismos vivos. O
ser humano, os animais e as plantas podem estar expostas a uma
grande variedade de substâncias químicas. Estas podem ser desde
metais e substâncias inorgânicas até moléculas orgânicas complexas.

Segundo o Programa Nacional de Toxicologia do Serviço de


Saúde Pública dos EUA (1999) existem nesse país 80.000 substâncias
químicas a que seus habitantes podem estar expostos através de
produtos industriais e de consumo, como também estar presentes
nos alimentos, na água para beber e no ar que se respira. Geralmente
se supõe que poucas representam um risco significativo para a saúde
humana devido as concentrações de exposição existentes e que os
efeitos de saúde produzidos pela maioria das substâncias é
desconhecido.

Conceitos básicos de toxicologia

Alguns termos de uso freqüente na toxicologia são importantes


e devem ser conhecidos. Por exemplo: substância perigosa, risco de
toxicidade, dose de exposição, absorção, biodisponibilidade,
distribuição, acumulação, biotransformação, eliminação e efeito
tóxico.

Substância Perigosa

Uma substância perigosa ou um agente perigoso tem a


capacidade de causar dano em um organismo exposto. Um exemplo
ira clarear este conceito: a estricnina é uma substância química
extremamente tóxica. Quando está em um frasco perfeitamente
fechado pode-se manipular sem que produza um efeito tóxico. Sua
toxicidade mudou pois não está em contato com um organismo vivo e
não é possível evidenciar sua capacidade de produzir um efeito
tóxico.

Risco

Risco é a probabilidade de que se apareça um efeito nocivo


devido a exposição a uma substância química.

Toxicidade

A toxicidade de uma substância química se refere a capacidade


de causar dano em um órgão determinado, alterar os processos
bioquímicos ou alterar um sistema enzimático.

Dose

Paracelso, no século XVI afirmou: “Todas as substâncias são


tóxicas. Não há alguma que não seja tóxica. A dose estabelece a
diferença entre um tóxico e um medicamento”. Esta afirmação
continua sendo de grande importância para a toxicologia e envolve a
idéia de dose.

Uma informação muito usada é denominada dose letal 50


(LD50), que é a quantidade de uma substância química que quando
administrada em uma dose única por via oral, expressada em massa
da substância por massa do animal, produz a morte de 50% dos
roedores em um experimento dentro de um período de observação de
14 dias (Swanson,1997).

Exemplos de DL50 (IPCS, 1997)

Substância Química DL50, rato macho, via oral, MG/kg de


peso corporal

Etanol 7000

Cloreto de Sódio 3000

Sulfato de Cobre III 1500

DDT 100

Nicotina 60

Tetradotoxina 0,02

Dioxina (TCDD) 0,02


Outro valor utilizado é a concentração letal 50 (CL50), que é a
concentração no ar de uma substância química que quando é inalada
continuamente durante 8 horas produz a morte de 50% dos roedores
no experimento.

Se a dose de uma substância é suficientemente alta ela pode


ser perigosa para qualquer ser vivo, como também se a dose de uma
substância muito tóxica é muito baixa poderá não produzir efeito
adverso. A água, um elemento essencial para a vida, ingerida em
grandes quantidades pode ser tóxica. Isso se deve a um cálculo na
qual um volume superior a aquele considerado como ingestão diária
normal para um adulto (entre 2L e 2,5L) podem causar eliminação
pela urina de substâncias que são essenciais para o organismo.

O período de tempo em que se administra uma dose e a


freqüência são informações muito importantes.

Outros dados importantes são denominados “concentração de


interesse” que é a concentração no ar de uma substância
extremamente perigosa que poderá produzir efeitos graves na saúde
ou morte como resultado de uma única exposição durante um
período relativamente curto. Algumas publicações (USEPA,1987)
consideram a concentração de interesse (LOC em inglês) como a
décima parte da concentração denominada de perigo imediato para a
vida ou a saúde (cuja sigla em inglês é IDLH, em português IPVS). O
IDLH é publicado pelo National Institute of Occupational Safety and
Health (NIOSH). Os valores IPVS no Brasil são definidos pelo Ministério
do Trabalho.

Exposição

Para que uma substância química produza efeito, esta deve


estar em contato com o organismo por três vias principais: digestiva,
respiratória e dérmica. Depois do ingresso por qualquer destas vias,
as substâncias químicas podem ser absorvidas e passar ao sangue,
distribuir-se por todo o organismo, chegar a determinados órgãos
onde são biotransformados, produzir efeitos tóxicos e posteriormente
ser eliminados pelo organismo.

Também uma substância química pode entrar no organismo por


outras vias, como por exemplo injeções venosas ou intramusculares,
mas estas vias não são de grande interesse do ponto de vista
toxicológico e especialmente quando se tratam de acidentes
produzidos por substâncias químicas.

Absorção

A absorção indica que a substância química atravessa


membranas biológicas. No caso de uma substância ser ingerida, esta
pode ser absorvida em qualquer parte do trato gastrointestinal. A
maior absorção se produz no intestino delgado, de onde a substância
química passa para o sistema circulatório e é transportada
diretamente ao fígado.

A inalação é uma via mais rápida pela qual uma substância


química ingressa no organismo. Um exemplo é a inalação do éter
etílico, um gás anestésico, que ao chegar no pulmão é absorvido,
passa ao sangue e posteriormente sente-se o efeito. Também podem
ingressar pela via respiratória substâncias como material particulado
ou gases.

A via cutânea é outro modo de ingresso importante. A


espessura da pele em algumas regiões do corpo influi na absorção.
Assim, na região do abdômen e genital, onde a pele é mais fina, a
absorção é mais rápida que em outras onde a pele é mais grossa,
como a planta do pé e a palma da mão. Quando uma área grande de
pele está em contato com uma substância química a quantidade
absorvida será maior que em uma superfície pequena. O tempo de
contato também é importante, sendo maior a absorção quanto maior
for o tempo de contato.

Biodisponibilidade

Alguns fatores físicos ou químicos podem afetar a absorção de


uma substância em relação a quantidade a ser absorvida e o tempo
de absorção. Por exemplo, nem todas as formas químicas de um
metal são bem absorvidas no intestino, assim no caso da ingestão do
mercúrio metálico, pouco será absorvido, mas não ocorre a mesma
coisa com o composto orgânico como metilmercúrio.

Distribuição
Depois da substância química ser absorvida, se distribui por
todo o sangue a todo organismo causando efeitos nocivos,
principalmente nos órgãos brancos.

Entende-se como órgãos brancos todo órgão onde se evidencia


primeiro uma evidência de efeito nocivo. Para produzir estes efeitos a
substância química deve alcançar uma concentração determinada no
órgão, razão pela qual é importante a dose. A existência de um órgão
branco não significa que em outros órgãos não se verifiquem efeitos.
Considera-se que a medida que a concentração e o tempo de
exposição aumentam, outros órgãos serão atingidos.

Acumulação

Uma parte da substância química que é distribuída no


organismo pode acumular-se. Isso pode ocorrer também no sangue já
que algumas substâncias unem-se as proteínas sanguíneas. O flúor e
o chumbo pode acumular-se nos vasos, os bifenilpoliclorados (PCB)
podem acumular-se nos ácidos graxas (gordura).

Biotransformação

Assim como se utiliza a denominação metabolismo para indicar


a transformação de diferentes substâncias que são necessárias para a
vida, tem se proposto a denominação biotransformação para o
processo de conversão de substâncias que não são necessárias para
o organismo como o caso das substâncias tóxicas. O término da
biotransformação descreve como os organismos transformam as
substâncias tóxicas absorvidas em outras de toxicidade menor e
geralmente, em produtos solúveis na água, ou em metabólitos de
maior toxicidade como é o caso do ácido fórmico na biotransformação
do metanol. O fígado é essencial nestes processos.

Eliminação

As substâncias solúveis em água são eliminadas pela urina. As


substâncias que são voláteis, como etanol, acetona e os gases se
eliminam parcialmente pelo ar expirado. Alguns também são
eliminados pelo suor.
Efeitos Nocivos

Os efeitos toxicológicos observados podem ser: danos aos


tecidos e outras modificações patológicas, lesões bioquímicas, efeitos
teratogênicos, efeitos na reprodução, efeitos irritantes e reações
alérgicas.

AS SUBSTÂNCIAS MAIS TÓXICAS DO PLANETA

Natureza Substância Origem LD50 (ratos)


µg/kg

Proteíca Toxina Clostridium 0, 000 05


Botulínica Botulinum

Proteíca Toxina Tetânica Clostridum Tetanis 0, 000 1

Proteíca Toxina Clostridum 0, 000 1


Gangrênica Perfringens

Proteíca Ricina Mamona 0, 03

Proteíca Toxina Crotálica Veneno da Cascavel 80

Não Batrotoxina Rã Colombiana 2


Proteíca

Não Tetrodotoxina Salamandra 5


Proteíca

Não Amtoxinas Amanita 150


Proteíca

Não Estricnina Strychnos sp 500


Proteíca

Não Cianeto de Sódio Inorgânico 10 000


Proteíca

Não Tri óxido de Inorgânico 11 000


Proteíca Arsênio

LIMITES DOS TRAJES DE ENTRADA OU UNIFORME DE


TRABALHO EM UM CENÁRIO DE INCIDENTE COM MATERIAIS
PERIGOSOS
Os trajes de entrada ou uniformes usuais para desempenhar o
trabalho cotidiano têm varias limitações no momento de um incidente
com material perigoso.

Os materiais perigosos manejados na empresa podem ter varias


propriedades químicas e físicas que afetam aos trajes usuais.

Os tipos de material (sólido, líquido, gasoso) variam de acordo


com as propriedades. Um material perigoso utilizado dentro da planta
pode ser viscoso, corrosivo, inflamável, tóxico, radiativo, etc..

A efetividade da roupa de trabalho tem limitações relacionadas


a três características:

• Degradação;

• Permeabilidade;

• Penetração.

Degradação: ocorre quando as características do material que


se utiliza são alteradas por contato direto com o material perigoso. A
degradação pode terminar no incremento da permeabilidade da
roupa ou no fim da proteção.

Permeabilidade: é o processo por quais os componentes


químicos ou materiais perigosos cruzam a barreira protetora do
uniforme. O grau de inclusão de um componente no uniforme de
trabalho depende das características químicas da substância, da
natureza do material e do material do uniforme e da concentração do
componente sobre o uniforme. Muitos fabricantes de roupas de
trabalho provem informações sobre as propriedades dos uniformes e
o grau de permeabilidade das roupas para um amplo campo de
componentes químicos.

Penetração: ocorre quando existe uma abertura ou um rasgo no


tecido. Estas aberturas incluem: costuras, buracos de botões e
fechos. Freqüentemente tais aberturas são resultado do próprio
desenho do uniforme.

AMEAÇAS DOS VAZAMENTOS DE MATERIAIS PERIGOSOS NO


AMBIENTE

CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS


Com o surgimento da edafologia (estudo da relação do solo e a
vida dos seres humanos), o solo deixou de ser considerado como um
meio inerte que refletia a composição da uma rocha. Como se tem
dito, o solo nasce e evolui por ações de fatores ativos ao meio, clima
e vegetação, sobre a matriz mineral original. O solo atravessa
sucessivas etapas de juventude e amadurece fazendo uma situação
de equilíbrio com a vegetação.

Entre os múltiplos elementos e compostos que formam o solo


natural se encontram substâncias que por suas características podem
considerar-se contaminantes, mas que com exceções, se encontram
no solo em níveis aceitáveis. Sua presença não impute risco, visto
que, muitos solos necessitam destes nutrientes para a vegetação.

Entende-se por solo contaminado uma porção delimitada de


terreno superficial ou subterrâneo, cujas qualidades originais foram
modificadas por ação humana, ao incorporar-se algum fator que
segue a classificação de agentes contaminantes podendo ser:

• Contaminação física, com variação de parâmetros como


temperatura, condutividade, radioatividade;

• Contaminação biológica, ao incluir proliferação de espécies ou


cepas patógenas;

• Contaminação química, pela ação de elementos ou compostos


em concentrações que alterem a composição original do solo.
Este tipo de contaminação é a predominante.

O critério para poder estabelecer o limiar máximo de


concentração ou quantidade permitida para qualquer dos possíveis
agentes contaminantes do solo, deve ser sua capacidade para alterar
ou degradar a qualidade do mesmo, ao perder algumas
características originais implicadas no desenvolvimento de suas
funções dentro de ecossistemas, gerando-se, um risco ao dano ao
meio ambiente.

A diferença do que ocorre nos meios hídricos e atmosféricos, no


solo o contaminante é a principio, pouco móvel, com que os efeitos
diluentes característicos desempenham um papel marginal.

Hoje em dia, a variedade e quantidade de produtos


potencialmente contaminantes de um solo é praticamente indefinível,
mais para os solos mencionamos os grupos mais característicos:
• Metais pesados: a presença natural dos metais no solo é
quantificada como traços, produtos da própria geoquímica dos
materiais que originaram, sendo muito deles elementos
essenciais para a vegetação. O risco potencial se apresenta
quando se produz um acumulo de grandes quantidades no solo;

• Contaminantes inorgânicos: os contaminantes inorgânicos


presentes no solo de forma natural estão em concentrações
reguladas pelos ciclos biológicos associados a cada solo. A
saturação de alguns deles faz com que se alcance
concentrações consideradas como contaminantes, alterando os
ciclos de regulação;

• Contaminantes orgânicos: os contaminantes orgânicos


constituem um grupo formado por um elevado numero de
substâncias, em sua maioria produzida pelo homem, com
grande diversidade estrutural e efeitos diferentes no meio,
sendo muito deles altamente tóxicos. Entre ele podemos
destacar os compostos aromáticos, hidrocarbonetos policíclicos,
hidrocarbonetos clorados, pesticidas, etc..

FONTES DE CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS

O abandono ou depósito de todo tipo de material no solo tem


sido durante décadas uma solução efetiva e barata para se livrar dos
resíduos. Nos anos sessenta e setenta se evidenciou o erro desta
prática em países como Holanda e EUA o qual produziram casos
graves de contaminação da população devido a resíduos enterrados
durante anos.

Na atualidade não existem suficientes instalações adequadas


para o tratamento e eliminação dos resíduos perigosos que são
gerados pela indústria e a capacidade existente é muito inferior as
necessidades reais.

A diferença dos outros meios, a consideração do solo como um


recurso importante a ser conservado não tem encontrado um elo eco-
social necessário e nem medidas administrativas precisas para
favorecer uma rápida proteção e melhora do mesmo.

CLASSIFICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS


As formas de contaminação de um solo com origem
antropogênico comum, podem ser classificadas de diferentes modos:

Superficial: derivado de uma acumulação de resíduos sólidos ou


líquidos descarregados acidentalmente ou voluntariamente no
terreno. Se gera de uma infiltração dos contaminantes lixiviados as
camadas interiores do solo e um arraste pelo escorrimento de águas
pluviais.

Subterrânea: corresponde com o caso típico de enterramento de


resíduos, sendo que sua localização é realmente complexa, tendo
como único indicio aparente a mudança de textura superficial do
terreno.

Contaminação difusa: é a que não existe foco concreto de


contaminação do solo, sem que se manifeste de forma extensiva.
Normalmente trata de contaminações de baixa concentração, mas
com grandes volumes absolutos. Exemplos: áreas agrárias com
utilização intensa de fertilizantes e produtos fitossanitários, a
deposição de contaminantes emitidos por núcleos industriais, etc..

Contaminação pontual: é originada a partir de um espaço concreto. É


uma contaminação localizada, com um núcleo emissor desde que,
através de diferentes vias, podem mover-se os contaminantes a
outras vias como atmosfera, água superficial ou subterrânea.

CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO DOS SOLOS

Pode-se definir o tratamento e recuperação dos solos


contaminados como um conjunto de operações que se deve realizar
com o objetivo de controlar, diminuir ou eliminar os contaminantes e
seus efeitos.

Diante da presença de um espaço contaminado se pensa se é


necessário a sua recuperação, e se for o caso determinar o nível. Para
nos realizarmos um estudo de viabilidade no que se foca no estudo
da caracterização do espaço contaminado e a análise de riscos deve
ponderar-se as alternativas de tratamento e os custos econômicos a
fim de se obter um desenho ótimo e sua efetiva implementação.

Uma das possibilidades de divisão dos sistemas de tratamento


se estabelece em função de três categorias de atuação:

• Sem recuperação;
• Contenção ou isolamento da contaminação;

• Recuperação.

A contenção ou isolamento da contaminação é um


planejamento intermediário entre a recuperação e a não recuperação.
Consiste em estabelecer medidas corretivas de segurança que
possam controlar a situação atual, impedindo a progressão da
contaminação para o meio e diminuindo os riscos relacionados com
esta dispersão dos contaminantes. Em alguns casos, se adotam
medidas que reduzem a contaminação.

1- Isolamento – consiste em isolar o foco emissor da contaminação


limitando o potencial da migração e difusão dos contaminantes
mediante a construção de barreiras superficiais e/ou
subterrâneas, de forma que se impeça a movimentação
horizontal dos contaminantes.

As barreiras consistem em paredes de cimento ou betonita,


materiais impermeabilizantes sintéticos, cortinas de cimento, etc..
Esta tecnologia pode ser usada como medida temporária para evitar
a geração de lixívias, a entrada dos contaminantes nos cursos de
água ou a infiltração nas águas subterrâneas.

As condições que as medidas podem ser utilizadas dependem


da topologia, profundidade das águas subterrâneas, geologia e a
mobilidade dos contaminantes. Em todo o caso, se adotam as
precauções e medidas de controle necessárias.

2- Redução da volatização – pretende suprimir as correntes de ar


para evitar a volatização dos compostos orgânicos. Os métodos
incluem a redução do volume de aberturas no solo mediante a
adição de água ou por compactação ou selando a capa
superficial do solo mediante membranas sintéticas, acrílicas,
asfalto, cimento, agentes seladores, etc..

Os fatores que controlam sua eficácia são a volatilidade do


contaminante e a área da zona contaminada, sem esquecer que se
trata de uma solução temporária.

3- Recolhimento e controle das lixívias – o objetivo é impedir a


dispersão de contaminantes através das águas, recolhendo as
lixívias procedentes do solo contaminado nas situações em que
isso é possível, como em depósitos controlados de resíduos
sólidos urbanos.
Outro sistema de controle consiste em bombear as águas
subterrâneas afetadas pela lixiviação dos contaminantes.

Planejada a situação de que um espaço deve ser recuperado, se


estuda a escolha de uma técnica a adotar, os critérios de desenho e o
desenvolvimento do procedimento, cada situação com suas
particularidades.

A elaboração de um plano de saneamento precisa de uma certa


delimitação do resultado mínimo a alcançar, segundo cada uma das
alternativas viáveis, fundamentados nas normas existentes e a
certificação dos usos do solo. Todo isso condicionado aos custos
econômicos.

A definição dos objetivos incide na elaboração do plano


estratégico de acordo com os parâmetros de qualidade que se
objetiva.

Se divide os tipos de tratamento e/ou recuperação dos solos em


dois grandes grupos:

• Tratamentos in situ, que implicam a eliminação dos


contaminantes sob o próprio terreno, sem remoção do mesmo;

• Tratamento ex situ, que se produz a movimentação e translado


do solo para instalações do tratamento ou disposição final.

Contenção Alternativas Contaminante

In Situ Degradação Química 1,2,3,4,6,12

In Situ Isolamento do 4,7,12


Emissor

In Situ Redução de 1,2,3,4


Volatização

In Situ Biodegradação 1,2,3,4,5,9,14

In Situ Vitrificação 13

In Situ Estabilização/Solidific 8,12,13,15


ação

In Situ Lavagem do Solo 1,2,3,4,6,8,10,12


In Situ Aeração do Solo 1,3

In Situ Compostagem 1,2,3,4

Ex Situ Vertedouro 1,2,3,4,6,7,10,11

Ex Situ Destruição Térmica 1,2,3,4,6,7,10,11

Ex Situ Lavagem do Solo 6,12

Códigos numéricos

1 – Compostos orgânicos halogenados voláteis;

2 – compostos orgânicos halogenados semi-voláteis;

3 – compostos orgânicos voláteis não halogenados;

4 – compostos orgânicos semivoláteis não halogenados;

5 – pesticidas;

6 – metais voláteis;

7 – amianto;

8 – substâncias corrosivas inorgânicas;

9 – PCB;

10 – substâncias corrosivas orgânicas;

11 – elementos tóxicos não metálicos;

12 – metais ao voláteis;

13 – materiais radioativos;

14 - cianetos orgânicos;

15 – cianetos inorgânicos;

16 – agentes oxidantes e redutores.

Na continuação se descreve sucintamente algumas das técnicas


dos tratamentos existentes, assim como os fatores que influem na
eficiência do procedimento.
1 – Técnica de Tratamento in situ

O tratamento do solo contaminado sem necessidade de


modificar sua situação apresenta múltiplas vantagens. Logicamente,
o impacto ambiental induzido é baixo pois o tratamento do solo
implica na instalação de equipamento adequado, os custos podem ser
muito competitivos e no principio são métodos facilmente aplicáveis a
diversas situações.

Os inconvenientes se centram na incerteza sobre os resultados


reais, os quais não podem ser controlados durante o processo de
tratamento. Ainda assim, estas técnicas se encontram em fase de
investigação e desenvolvimento ou experiências piloto, sendo ainda
escassas em sua aplicação comercial.

1.1 – Biodegradação in situ

Persegue a transformação de substâncias potencialmente


perigosas em produtos inócuos PR ativação dos processos biológicos
naturais ou mediante microorganismo específicos para cada
contaminante.

As dificuldades são encontradas em:

• Adaptar espécies não nativas;

• Insuficiência do nível de oxigênio do solo;

• Umidade e permeabilidade do solo suficiente para permitir a


movimentação dos microorganismos;

• Temperatura;

• Deficiência de nutrientes;

• pH do solo (>5,5);

• Fatores de inibição de crescimento;

• Produtos secundários da biodegradação.

O último ponto requer uma análise profunda, visto que alguns


contaminantes podem converter-se em substâncias mais tóxicas que
as originais ou podem induzir a movimentação do contaminante
enquanto degrada outro.
1.2 – Vitrificação

A vitrificação é um processo onde o solo e os contaminantes se


fundem em uma matriz vítrea mediante a criação de um campo
elétrico entre dois eletrodos enterrados. A resistência do terreno a
passagem de corrente gera altas temperaturas, que são suficientes
para fundir o solo.

Os componentes não voláteis se integram na matriz vítrea, visto


que os constituintes orgânicos são destruídos em um processo
parecido a pirólise. Os gases que evaporam podem ser capturados
em uma armadilha instalada na superfície do terreno.

O processo se favorece com baixos conteúdos de umidade,


podendo utilizar-se em solos saturados, porém com alto custo, sendo
necessário uma disposição de eletricidade suficientemente alta e um
equipamento adequado.

1.3 – Degradação Química

Consiste na adição de uma substância química para induzir a


degradação. Existem três tipos:

• Oxidação mediante aeração ou adição de agentes oxidantes;

• Redução por adição de agentes redutores;

• Polimerização de certas substâncias orgânicas mediante a


adição de ferro e sulfatos.

Os fatores que controlam a eficiência do sistema são:

• Tipo de contaminante;

• Características do solo (permeabilidade);

• Presença de obstáculos subterrâneos que impeçam a mistura


superficial;

• Profundidade da contaminação do solo;

• Geração de contaminantes mais tóxicos que os originais.


1.4 – Estabilização/Solidificação

Consiste em misturar o solo contaminado com um meio de ação


formando uma massa endurecida e pouco permeável na qual se
imobilizam os contaminantes.

Os aditivos são substâncias derivadas do cimento, cal, materiais


termoplásticos, polímeros orgânicos, etc.. Pode realizar-se in situ ou
em solo extraído.

Os fatores que controlam a eficiência deste sistema são:

• Tipo de solo e distribuição do tamanho das partículas;

• Alta quantidade de matéria orgânica;

• Óleos e graxas em quantidades superiores a 1%;

• Uso potencial de materiais solidificantes;

• Impacto gerado a longo prazo;

• Presença de metais que por oxidação se transformam em


substâncias mais tóxicas e/ou móveis.

1.5 – Lavagem do solo

Consiste na adição por água por injeção superficial com um


aditivo que favoreça a dissolução dos contaminantes, movendo para
um meio de extração. O líquido resultante é coletado mediante o
sistema de drenagem ou por poços de bombeamento, podendo em
alguns casos recuperar os aditivos empregados.

O aditivo pode ser um ácido, uma base, um complemento ou


um tensoativo específico para cada contaminante.

A eficiência estará determinada pela presença de outros


contaminantes não considerados, da variabilidade das concentrações
no sítio e do conhecimento da dinâmica do fluxo da mistura da
lavagem (é necessário um solo com uma permeabilidade que permita
a infiltração do aditivo e uma camada não permeável para prevenir a
migração vertical).
1.6 – Aeração do solo

Este é um método de extração baseado no movimento dos


vapores através do solo mediante uma diferença de pressão gerada
por bombeamento de ar desde o exterior que faz circular através do
local contaminado, extraindo através de um poço.

Os fatores chave a considerar na aplicação desta técnica são as


propriedades físico-químicas do contaminante (pressão de vapor,
solubilidade, densidade, etc..), as características do solo
(permeabilidade, umidade) e as condições particulares do local
(saturação residual).

É uma técnica de amplas possibilidades dada a sua facilidade


de instalação e operação, baixo custo e impacto mínimo.

2 – Técnicas de tratamento ex situ

Entre as vantagens destas técnicas destaca-se sua eficiência,


enquanto que o solo contaminado é fisicamente eliminado e se
otimiza o processo de tratamento da homogeneização do solo através
da sua escavação. Além disso, se pode controlar o processo e o
alcance do tratamento por seus resultados e atuar com
independência de fatores externos (clima, hidrologia, etc.).

Entretanto, se têm inconvenientes, especialmente do tipo


econômico, que limita a possibilidade do tratamento de grandes
volumes de solo. Além disso, se pode criar novos problemas de
contaminação de outros locais durante a escavação, transporte e
armazenamento.

São métodos mais utilizados que os in situ e continuamente


sujeitos a desenvolvimento e melhora de resultados.

2.1 – Tratamento Químico

Consiste em uma técnica similar a explicada na degradação


química in situ, com a diferença que este caso apresenta melhor
eficiência na homogeneização do solo com reativos controlados
durante todo o processo.

2.2 – Degradação Biológica


Este sistema de tratamento persegue a transformação de
contaminantes altamente tóxicos em substâncias assimiláveis pela
natureza mediante processos metabólicos de microorganismos
específicos para os diferentes tipos de contaminação.

O solo contaminado é estendido em camadas finas para


otimizar a oxigenação, empregando-se um sistema de controle de
parâmetros como umidade, temperatura e porcentagem de oxigênio.
O procedimento da seqüência de tratamento é semelhante aos
resíduos de processo, incluindo um controle de processo biológico e
das lixívias geradas.

Para a metabolização efetiva dos contaminantes se requer que


estes seja suscetíveis de serem biodegradados, aerobicamente ou
anaerobicamente, e instalações que permitam controlar o conteúdo
de umidade do solo, permeabilidade, temperatura, nutrientes, pH,
obtendo-se bons resultados com solos arenosos e argilosos.

2.3 – Destruição Térmica

O princípio da destruição térmica ou incineração é submeter o


solo contaminado a altas temperaturas para que os contaminantes
(tanto orgânicos como alguns inorgânicos) sejam destruídos pela
combustão.

Este método requer duas câmaras de combustão e um sistema


eficiente de esfriamento e depuração de gases, assim como da coleta
de cinzas. Este sistema é aplicável para contaminantes com alta
capacidade calorífica.

2.4 – Extração ou lavagem dos solos

É um sistema de tratamento na qual se extrae os


contaminantes do solo por um líquido, separando a carga
contaminante.

Os fatores a considerar para a utilização deste sistema são:

• As características dos contaminantes (solubilidade, coeficiente


de partição, densidade, etc.);
• As características do solo (tamanho da partícula e conteúdo de
matéria orgânica);

• Quantidade de solo a ser tratado;

• Variação da concentração do contaminante;

• Destinação do material tratado;

• Eliminação de águas residuais.

2.5 – Confinamento controlado

É um sistema de armazenamento seguro de resíduos perigosos,


provido de um sistema de impermeabilização e coleta de lixívias.

Uma porção do solo contaminado poderá ser enviado a um


confinamento controlado uma vez que tenha sido classificado como
resíduo perigoso e tenha sido avaliado o custo-benefício.

Em geral, ao selecionar o método para a reabilitação de um solo


contaminado, deve-se equilibrar-se fatores como viabilidade, impacto
ao ambiente, rentabilidade e cumprimento de normas e leis.

PREPARAÇÃO DO SETOR DE SAÚDE E AÇÕES DE RESPOSTA MÉDICA


NAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Introdução

Identificação de recursos
Deve-se identificar os recursos necessários, incluindo pessoal,
equipamentos, instalações, medicamentos que estarão disponíveis
para a resposta aos acidentes.

Pessoal

Deve se manter um registro de profissionais de saúde que


podem ser chamados para atuar na resposta a um acidente, os quais
periodicamente deve receber capacitação nas etapas preparatórias.

Dentro do setor de saúde tem que se levar em consideração:

• Autoridades do Ministério de Saúde;

• Autoridades locais e regionais;

• Primeiros no local (o setor de saúde inclui os paramédicos,


polícia, bombeiros,etc.);

• Profissionais médicos de diferentes áreas. Nas emergências


químicas todos os médicos que receberam capacitação prévia
para o tratamento de vítimas de um acidente participam da
resposta. Existem áreas que são importantes, como
toxicologistas, epidemiologistas, psiquiatras, cirurgiões,
traumatólogos, etc.;

• Trabalhadores de hospitais e de outras instalações de


tratamento;

• Profissionais de segurança ocupacional, inspetores de saúde e


inspetores de fábrica;

• Provedores de informação;

• Provedores de produtos farmacêuticos;

• Equipe de laboratórios;

• Veterinários;

• Etc..

Equipamentos

Determinar os tipos de equipamento médico necessário para


casos de emergência e manter um inventário dos mesmos é uma das
atividades do processo de preparação do setor de saúde.
São incluídos:

• Equipamentos de transporte;

• Equipamentos de descontaminação para uso no local e em


hospitais;

• Equipamentos para o tratamento de emergências (para


manutenção da função respiratória, cardiovascular, para
tratamento sintomático e específico);

• Equipamentos de proteção pessoal (roupa de proteção e


equipamento de proteção respiratória);

• Outros (embalagens para amostras, etc.).

É necessário efetuar inspeções periódicas do funcionamento


adequado do equipamento.

Medicamentos e antídotos

Se deve ter em quantidades suficientes de medicamentos de


emergência e antídotos para o tratamento das vítimas de um
acidente químico. Muito destes medicamentos e antídotos devem ser
utilizados nos primeiros momentos da exposição a substâncias
químicas e devem estar disponíveis imediatamente. Para dar a
resposta a esta necessidade em muitos países se tem criado kit
antitóxicos em locais de instalações perigosas, ambulâncias, hospitais
e outras unidades de tratamento e bancos de antídotos nos centros
de informação toxicológica.

Dada a data de validade de muito destes produtos, é necessário


fazer um controle rígido dos mesmos através de revisões periódicas.

Instalações

Inclui: áreas de armazenamento para equipamento de


emergência, instalações para descontaminação, triagem de
pacientes, instalações para tratamento (centros médicos, hospitais e
outras unidades), centros de informação toxicológica e locais
alternativos (pode ser necessária a transformação de instalações que
se utilizam com outros fins).

Necessidade de informação e comunicação


As necessidades de informação devem ser cobertas durante a
etapa preparatória. Elas incluem:

• Determinar que tipo de informação se requer dependendo do


usuário da mesma;

• Determinar os recursos informativos (etiquetas técnicas,


publicações, bases de dados, etc.) que venham a ser utilizados
e sobre todos os exercícios para uso e interpretação da
informação disponível;

• Determinar e manter um inventário dos centros que coletam,


processam e oferecem informações nas emergências, incluindo
centros de informação toxicológica e centros de resposta
química. Estes centros devem funcionar 24 horas, 365 dias por
ano;

• Deve ser estabelecido quais os equipamentos de comunicação


que podem ser utilizados, tendo em conta todas as situações
que podem apresentar-se, para assegurar a disponibilidade e
difusão da informação;

• Deve se ter em consideração que nenhuma fonte prevista de


informação substitua o lugar dos especialistas, mas é
importante manter uma capacitação contínua dos profissionais
que trabalham em informação toxicológica.

Planos do setor de saúde para as emergências químicas

As atividades anteriormente descritas devem ser contempladas


nos planejamentos que o setor de saúde realiza na etapa
preparatória, os quais devem ser submetidos a testes periódicos e
devem ser de conhecimento de todos os envolvidos na resposta.

Ações de resposta médica

O setor médico pode subdividir-se em várias áreas de


responsabilidade. Estas incluem:

• Resgate e salvamento de pacientes;

• Classificação (triagem) de pacientes;

• Tratamento e estabilização de pacientes;

• Transporte de pacientes e distribuição a instituições médicas;

• Recursos médicos.
1- Resgate e salvamento de pacientes

Nas atividades de resgate e salvamento, deve se ter em conta


alguns aspectos relacionados com o foco de contaminação:

• Denomina-se Foco de Contaminação Química todo o território


que se encontra sob influência, sob efeitos destrutivos e sob
contaminação produzida por fatores que intervêm nos
acidentes que envolvem substâncias químicas perigosas;

• É muito difícil delimitar o território que inclui um foco de


contaminação química, visto que no mesmo intervêm as
características geográficas do terreno, condições
meteorológicas (direção e velocidade dos ventos
predominantes), caráter das edificações, tipo de população
(urbana e rural), tipo e quantidade de substâncias químicas,
propriedades tóxicas e concentrações capazes de provocar
alterações da saúde;

• No foco de contaminação é característica a passividade e


simultaneidade na aparição das vítimas, assim como também
nas possibilidades de envolver ao mesmo tempo um território
amplo;

• As vias de penetração das substâncias tóxicas no organismo


são as seguintes: inalatória, digestiva, pele e mucosas;

• A toxicidade das substâncias, podem variar desde


extremamente elevada e produzir intoxicações graves em
doses muito baixa (e portanto requer uma rápida atenção
médica), até substâncias com baixa toxicidade;

• O risco de contaminação secundária, elemento a se examinar


quando atendemos uma vítima do acidente;

• Para prevenir exposições não necessárias qualquer envolvido


no processo de resgate deve ser considerado contaminado;

• Como regra geral o pessoal médico não deve estar envolvido no


controle direto ou manejo de liberações de materiais perigosos.

2- Classificação (Triagem) de pacientes

A triagem é um processo que consiste na avaliação e


classificação das condições de pessoas expostas e na designação de
prioridades para descontaminação, tratamento e transporte para
instituições de saúde.

É um processo contínuo e deve ser realizado a intervalos


regulares, levando em consideração que a condição dos pacientes
pode variar dramaticamente em diferentes pontos da cadeia de
tratamento, como por exemplo, quando recebe uma terapia
específica ou em dependência da disponibilidade de recursos.

O objetivo principal da triagem é prover a melhor assistência


possível a um número grande de pacientes, com os recursos
disponíveis. Durante acidentes químicos em grande escala, o número
de pacientes supera as capacidades de atenção imediata do pessoal
médico e onde há boa disponibilidade de recursos (pessoal, materiais,
medicamentos, transporte, etc.) todos os afetados devem receber
cuidado ótimos; no entanto em situações onde os recursos não são
suficientes, pode ser necessário retardar o tratamento de pessoas
severamente lesionadas oferecendo somente tratamento de suporte
(em virtude do consumo de recursos) e focar a atenção principal aos
levemente lesionados e com maior possibilidade de sobreviver.

A classificação dos lesionados depois de uma exposição a


produtos químicos segue os mesmo princípios que qualquer outro tipo
de acidente. As bases para classificação por sintomas são as mesmas
que se utiliza usualmente. No entanto, um grupo especial que pode
ser identificado como “grupo químico” são os expostos a alguns tipos
de substâncias cujos sintomas não são imediatos, podendo retardar
até a hora que apareça, como por exemplo, a exposição a gases
irritantes como óxidos de nitrogênio ou a exposição aos produtos
químicos que são absorvidos através da pele.

Numerosos sistemas estão disponíveis para priorizar pacientes


para tratamento e transporte a um hospital. Os mais usados são os
códigos de cor e/ou numéricos que categorizam o estado do paciente
e a prioridade de tratamento. Estes sistemas são baseados em cinco
níveis de prioridade:

Prioridade I – Pacientes em estado crítico. Tratamento e transporte


imediato.

Prioridade II – Pacientes com danos moderados e severos. Transporte


de emergência necessário.

Prioridade III – Pacientes com danos leves ou sem danos. Não é


necessário transporte de emergência. A avaliação e o tratamento
com consultoria do hospital já é suficiente.
Prioridade IV – Pacientes não viáveis. Não requerem transporte e
somente tratamento de suporte.

Prioridade V – Pacientes assintomáticos, mas que devem ficar em


espera na observação do quadro clínico, pois se espera o
desenvolvimento dos sintomas. Necessitam observação,
provavelmente tratamento imediato e transporte a instalações
médicas.

Uma boa classificação dos pacientes por prioridades é


necessária em uma emergência visto que uma operação de
transporte massivo somente dificulta as atividades básicas do
hospital interferindo com seu objetivo primário que é a atenção a
pacientes severamente lesionados.

Tratamento e estabilização de pacientes

A zona de tratamento deve estar localizada onde os pacientes e


o pessoal médico estejam seguros de exposições tóxicas. A área deve
também prover bom acesso para os veículos de transporte. Em
acidentes com um grande número de pacientes a área de tratamento
deve ser subdividida em zonas, correspondentes com os níveis de
prioridade estabelecidos na triagem.

O exame inicial de um paciente contaminado quimicamente


deve abranger:

• Quais os danos estão relacionados com substâncias tóxicas;

• Que partes do corpo têm sido mais severamente expostas;

• Via de entrada da substância química.

O tratamento de um paciente intoxicado em um acidente segue


os mesmos princípios básicos do tratamento de qualquer intoxicado
isolado e vai depender do estado do paciente, do tipo de substância
química, da via de entrada e da disponibilidade de recursos. Os
princípios básicos do tratamento de um intoxicado são:

Tratamento Não-Específico
• Para manutenção das funções vitais: incluem reanimação
cardiorrespiratória, tratamento das convulsões, correção de
desequilíbrios hidroeletrolíticos,etc.;

• Para eliminar a substância tóxica na via de entrada e diminuir a


absorção: são os chamados procedimentos de
descontaminação;

• Para eliminar a substância tóxica absorvida: é a chamada


terapia de eliminação ativa.

Tratamento Específico

• Antídotos aplicáveis.

O paciente contaminado deve ser libertado de toda a roupa


antes de entrar na seção de tratamento para evitar a contaminação
não necessária do pessoal médico. A simples remoção da roupa do
paciente reduz o potencial de contaminação do pessoal de resgate e
pessoal hospitalar em 85%. Toda a roupa deve ser adequadamente
embalada em recipientes de segurança.

Se a condição dos pacientes indica perigo de vida, as medidas


de suporte cardíaco e suporte de traumas devem ser priorizadas em
relação aos procedimentos de redução da descontaminação. Se a
descontaminação ao foi completa, estes procedimentos devem ser
realizados com adequado equipamento de proteção pessoal.

Transporte de pacientes e distribuição a instituições médicas

O transporte de pessoal em um acidente químico constitui um


verdadeiro risco tanto para o pessoal que transporta como para a
equipe transportada. É por isso que algumas medidas devem ser
tomadas para diminuir ao mínimo as conseqüências que isso pode
trazer; por exemplo, o uso de roupa de proteção pessoal.

Durante o transporte se deve oferecer assistência a funções


vitais dos pacientes transportados e utilizar medidas apropriadas para
este fim (oxigênio, fluidos, reanimação, etc.). Em alguns casos se
pode utilizar antídotos durante o transporte, como atropina em caso
de intoxicação por substâncias organofosforadas.

Os hospitais que vão receber intoxicados devem ser


previamente avisados para que estejam preparados e possam
estabelecer contatos com centros de informação toxicológica, e se
existir, informação sobre assistência médica especializada de acordo
com o tipo de tóxico.

O oficial de transporte é responsável pelo volume de pacientes


e sua distribuição e transporte a áreas hospitalares. Isso requer
coordenação com o comando médico, o oficial de tratamento e as
entidades médicas receptoras. Os incidentes com materiais perigosos
podem rapidamente saturar as capacidades dos hospitais locais; em
conseqüência o oficial de transporte deve cuidadosamente monitorar
o estado das instalações médicas e suas capacidades para aceitar
pacientes.

Dada a possibilidade de contaminação do transporte e


do pessoal que realiza o translado dos pacientes é necessário
manter uma proteção adequada a esta atividade.

Recursos Médicos

Uma das etapas mais importantes na planificação da resposta a


um acidente químico é prever os recursos médicos que são
necessários para a atenção as vítimas.

Lista de Equipamentos básicos para o tratamento de


emergência de pacientes vítimas de um acidente químico

Para manutenção da função respiratória

• Oxigênio;

• Laringoscópio;

• Sondas endotraqueais;

• Máscaras para oxigênio;

• Sistemas de sucção (mecânico);

• Bolsa auto-inflável;

• Equipamento para traqueostromia (incluindo sondas);

• Ventilador mecânico portátil.

Para manutenção das funções cardiovasculares


• Monitor Cardíaco;

• Desfibrilador;

• Marcapasos externos.

Para tratamento sintomático e específico

• Líquidos (colóides e cristalóides);

• Fármacos (incluindo antídotos e eletrólitos).

Para descontaminação

• Regadores portáteis;

• Reserva de água, sabão e soluções para enxágües específicos;

• Equipamento para lavagem dos olhos (incluindo anestésicos


locais).

Outros artigos necessários

• Cateter para vesícula;

• Embalagens para amostras (químicas e biomédicas);

• Desinfetantes líquidos;

• Material para curativos;

• Cobertores, batas (para os pacientes depois da


descontaminação);

• Bolsas de plástico (para isolar os materiais contaminados);

• Equipamento de proteção para o pessoal médico.

Lista de medicamentos e antídotos necessários

Antídoto / Fármaco Indicação

Nitrito de amila (inalável) Cianetos


Atropina (injetável) Organosfosforados, carbamatos

Budesonida (inalável) Gases irritantes

Betametasona (injetável) Gases irritantes

Gluconato de cálcio (tópico) Ácido fluorídrico

Sais de cálcio (injetáveis) Ácido fluorídrico

Edetato de cobalto Cianetos

Solução de cobre Fósforo branco (amarelo)

Dimercaprol Arsênico, mercúrio

DMPS , DMSA Arsênico, mercúrio

Hidroxocobalamina Cianetos

Metiltionina (azul de metileno Nitritos, dinitrobeneno (e outros


injetável) agentes formadores de
metahemoglobina)

Tetracaína hidrocloro Para lavagem dos olhos


(solução ocular)

Recursos e planejamento

PROCEDIMENTOS LOCAIS PARA SOLICITAR RECURSOS


ADICIONAIS PARA COMBATER INCIDENTES DE MATERIAIS
PERIGOSOS

A prevenção, preparação e resposta a um incidente químico é


de responsabilidade de todos. A efetividade no cumprimento das
funções de cada instituição ou nível participante permitirá que se
desenvolva um plano coordenado de resposta a emergência, o que
contribuirá a minimizar suas conseqüências.

As funções variam de acordo co o alcance geográfico, seja


nacional, regional, local ou internacional e com o tipo de atividade
que desempenhe a instituição a qual pertence, que pode ser
reguladora, assistencial, preventiva, acadêmica, etc..

As responsabilidades de cada um dos participantes na


prevenção, preparação e resposta a um acidente químico, objetivo
principal desta apresentação, tem sido definidas pelo PNUMA
(Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) através de sua
metodologia APELL, que define o papel das autoridades nacionais e
locais, da indústria e da comunidade. Por outro lado, a OCDE
(Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) tem
ênfase no papel das autoridades públicas, dos trabalhadores e da
empresa. Assim mesmo, a OMS (Organização Mundial da Saúde),
através do Programa Internacional de Segurança de Substâncias
Químicas (IPCS), apresenta as funções do setor de saúde em suas
diferentes instâncias. Na continuação se menciona as principais
funções descritas por instâncias ou entidades as quais se pertencem.

Responsabilidades e funções das autoridades públicas

(Fonte: Princípios Guia da OCDE para a prevenção, preparação e


resposta a acidentes químicos).

• Motivar a todos os setores da sociedade sobre a necessidade


das ações de prevenção, preparação e resposta a acidentes
químicos;

• Estabelecer objetivos de segurança e garantir que sejam


alcançados;

• Definir uma estrutura de controle clara e coerente;

• Monitorar a segurança em instalações perigosas;

• Incentivar a investigação e reporte dos acidentes e gerar e


implementar os instrumentos que os facilitem;

• Estabelecer procedimentos apropriados para a avaliação do


impacto ambiental de instalações perigosas que se pretende
construir;

• Defender o “direito de saber da comunidade” para garantir ao


público potencialmente afetado o acesso a informação
apropriada sobre instalações perigosas;
• Criar programas de preparação para as emergências, incluídas
a realização de simulações;

• Propiciar o desenvolvimento, implementação, prova e


atualização no local e fora do sítio dos planos de emergência
em coordenação com a participação de todos os envolvidos,
incluídos os administradores de instalações perigosas,
empregados e comunidades vizinhas;

• Garantir que os sistemas de alarme de acidentes estejam


disponíveis para avisar ao público potencialmente afetado;

• Facilitar e promover a disseminação de informação e


intercâmbio de experiências relacionadas com a prevenção,
preparação e resposta a acidentes.

Para cumprir estas responsabilidades, as autoridades públicas


tanto ao nível nacional como local devem contar com uma equipe
técnica devidamente capacitada e recursos adequados.

As responsabilidades mencionadas anteriormente são


competências a todas as autoridades públicas incluindo as de saúde
em todos os níveis (nacional, regional e local). Existem algumas
responsabilidades que são específicas das autoridades públicas de
saúde, como por exemplo:

• Gerar planos do setor de saúde para a resposta a acidentes,


incluídas as funções;

• Normalizar os elementos básicos do Plano de Resposta, tais


como:

o Identificar possíveis situações de risco;

o Realizar o inventário de perigos;

o Identificar os recursos;

o Garantir a disponibilidade e administração de antídotos;

o Examinar as necessidades de comunicação;

o Avaliar as necessidades de informação: bibliografia


básica;
o Fazer uso dos centros de informação toxicológica e
centros de resposta química nas emergências;

o Identificar os laboratórios toxicológicos;

o Criar um sistema de notificação de casos de emergência;

o Prover locais alternativos para a atenção das vítimas;

o Desenvolver sistemas para a recepção e manejo de


grandes quantidades de pacientes (“triagem”);

o Estabelecer um sistema de alerta para os profissionais da


saúde;

o Desenvolver e implementar programas de capacitação


dos profissionais da saúde, incluídos as simulações;

o Estabelecer comunicação com o público;

o Fomentar a investigação;

o Criar mecanismos de cooperação internacional;

o Fomentar os programas de conscientização e preparação


local, por exemplo, mediante a aplicação do processo de
Conscientização e Preparação para Emergências no Nível
Local (APELL) do PNUMA ou outras atividades similares.

Responsabilidade dos Produtores de Substâncias Químicas

Promover a administração segura de qualquer substância


perigosa que produzam, através do ciclo de vida total da substância,
consistente com o princípio de “acompanhamento do produto”.

Responsabilidades dos administradores de instalações


perigosas

• Função principal: Desenhar, construir e operar uma instalação


perigosa de forma segura, desenvolver os meios para
realização e incorporar a proteção a saúde e ao meio ambiente
como parte integral das atividades econômicas da empresa;
• Aspirar a alcançar o objetivo: “zero incidentes”;

• Garantir que os perigos estejam identificados e classificados e


que os meios para minimizar-los ou eliminá-los estejam
estabelecidos;

• Garantir que os procedimentos de operação segura esteja


documentada;

• Garantir que todos os empregados, incluídos os temporários,


recebam capacitação apropriada para desempenhar suas
tarefas;

• Por em prática medidas de segurança, tais como evitar ou


minimizar o uso de substâncias potencialmente perigosas,
substituir substâncias mais tóxicas por outras menos tóxicas,
simplificar processos, reduzir ao mínimo as exposições, etc.;

• Assegurar a qualidade durante a construção da instalação


perigosa;

• Garantir a transferência de informação;

• Garantir a disponibilidade de equipamento de proteção pessoal;

• Supervisionar e garantir a conveniência do armazenamento de


substâncias perigosas;

• Monitorar regularmente a segurança das instalações;

• Prover, em coordenação com as autoridades públicas,


informações apropriadas sobre as ações a tomar em caso de
acidentes;

• Desenvolver, implementar, provar e atualizar os planos de


emergência;

• Identificar e avaliar os acidentes que possam surgir na


instalação e suas possíveis conseqüências;

• Garantir sistemas no local para a detecção rápida de um


acidente ou ameaça de acidente e para a notificação imediata
de todo pessoal de resposta a emergências;

• Investigar todos os incidentes significativos para identificar as


causas e empreender ações para corrigir qualquer deficiência
na tecnologia ou procedimentos.
Responsabilidade dos empregados

Levar a cabo seu trabalho de maneira segura e contribuir


ativamente ao desenvolvimento de políticas e práticas de segurança.

Responsabilidades das agências de ajuda financeira

• Ajudar a reduzira probabilidade de acidentes com substâncias


potencialmente perigosas e oferecer assistências técnica,
educação e capacitação para desenvolver a capacidade e
infraestrutura institucional;

• Filtrar as propostas de ajuda adequadamente para minimizar a


possibilidade de que estes cenários de ajuda possam contribuir
a criar, manter ou aumentar um risco irracional de um acidente
relacionado com substâncias perigosas;

• Monitorar e fazer o seguimento dos projetos a fim de garantir


que os requerimentos de segurança essenciais sejam
alcançados;

• Prover ajuda financeira para desenvolver políticas e


procedimentos que minimizem os riscos de acidentes em
instalações perigosa.

Muitas das responsabilidades, apesar de recaírem com maior


força sobre uma entidade determinada, requerem o trabalho
coordenado de diversas instituições. Alguns exemplos que justificam
está afirmação pode ser:

• A realização de inventários de perigos. Neste caso se pode


solicitar a participação das autoridades locais, dos responsáveis
da proteção ambiental e de medicina preventiva, corpos de
polícia e bombeiros, hospitais, centros de controle de
emergências, defesa civil e autoridades militares, industria,
etc.;
• Os programas de conscientização e preparação local; por
exemplo, a aplicação do processo de Conscientização e
Preparação para Emergências ao Nível Local (APELL) da PNUMA
que requer o trabalho conjunto do governo, indústria e
comunidade;

• A capacitação do pessoal através de simulações, que devem ser


o mais próximo possível da realidade e contar com a
participação de todos os setores envolvidos.

Responsabilidades dos organismos internacionais

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e


Desenvolvimento (CNUMAD), celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em
junho de 1992, adotou a Agenda 21. No capítulo 19, dedicado
exclusivamente as substâncias químicas, se reconhece a necessidade
de fomentar a cooperação internacional eficiente na relação com a
prevenção, preparação e resposta diante das emergências químicas.
Assim mesmo, se destaca a necessidade de que os organismos
internacionais, incluída a Organização Mundial da Saúde/Organização
Panamericana da Saúde, Organização de Cooperação e
Desenvolvimento Econômicos (OCDE), Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e outros, unam esforços a fim de melhorar a
preparação dos países para enfrentar os acidentes químicos. Para
efetivar, estes esforços estão dirigidos a:

• Proporcionar uma base cientifica internacionalmente avaliada


para que os países possam desenvolver suas próprias medidas
de segurança química e fortalecer sua capacidade nacional para
a prevenção e manejo dos efeitos danosos dos produtos
químicos e manejar os aspectos de saúde diante das
emergências químicas;

• Desenvolver princípios, procedimentos e guias para fazer frente


as emergências químicas;

• Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que


facilitem o acesso rápido a informação sobre sustâncias
químicas e manejo de emergências;

• Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que


facilitem as ações de prevenção, preparação e resposta em
todos os níveis;
• Elaborar diretórios de centros de resposta a emergências e
diretórios de profissionais com experiência no tema;

• Incentivar a padronização na apresentação dos informes e


investigação dos acidentes;

• Estimular o intercâmbio de informação entre os países.

Primeira Resposta e Plano de Emergência aos Incidentes com


Materiais Perigosos

Padrão de resposta em emergências químicas

Existem atividades básicas para o sistema de resposta ao


incidente que se possa dividir em cinco segmentos ampliados que
interagem entre si:

• Reconhecimento: identificação das substâncias implicadas e


suas características que determinam seu grau de
periculosidade;

• Avaliação: impacto ou risco que representa uma substância


para a saúde e ao ambiente;

• Controle: métodos para eliminar ou reduzir o impacto do


incidente;

• Informação: conhecimento adquirido sobre as condições ou


circunstâncias de um determinado incidente;

• Segurança: proteção contra os possíveis danos para todos os


recursos humanos e materiais envolvidos na resposta do
incidente.

Estes segmentos formam um sistema com uma disposição


ordenada de componentes que interatuam para cumprir uma tarefa.
No desenvolvimento da atenção do incidente, a tarefa é prevenir e
reduzir o impacto do incidente nas pessoas, propriedades e ambiente
para restaurar as condições normais da maneira mais rápida possível.
Para alcançar este objetivo, o pessoal deve realizar uma série de
atividades, por exemplo: combater incêndios, obter amostras,
desenvolver planos de intervenção, instalar sistemas de controle
físico, manter comunicações, avaliações, etc.. Estas atividades estão
relacionadas; o que ocorre em uma, afetará todas as outras.
As atividades do sistema de atenção de emergências estão
classificadas por cinco elementos. Estes elementos descrevem as
atividades de reconhecimento, avaliação e controle que orientam as
ações. Estas permitem obter um resultado: a identificação de uma
amostra, da instalação de um sistema de controle, a identificação de
um produto ou a determinação de um risco.

A informação e segurança são elementos de apoio. São


complementos ou resultados do reconhecimento, da avaliação e do
controle.

A compreensão do sistema e conhecimento da relação entre as


atividades servem de apoio para o desenvolvimento e o balanço da
atenção das emergências.

Reconhecimento

De forma geral, um dos primeiros passos que se deve seguir na


atenção de uma emergência provocada por produtos perigosos é o
reconhecimento do tipo e grau de risco presente do incidente. É
necessário identificar as substâncias implicadas e determinar suas
propriedades químicas e físicas. Como um passo preliminar, se pode
revisar estas propriedades para analisar o comportamento ou prever
problemas relacionados com este material.

O reconhecimento pode ser fácil; por exemplo, se pode ver as


placas (sinalização) de um carro ou tanque para identificar
rapidamente seu conteúdo. Por outro lado, será difícil reconhecer e
identificar de maneira detalhada um depósito de resíduos químicos. O
reconhecimento implica no uso de toda a informação disponível,
resultados de amostras, dados históricos, observação visual, análise
instrumental, rótulos, documentos de embarque e outras fontes para
identificar as substâncias envolvidas e re-estabelecer as condições
normais. Também se incluem medidas sobre a saúde publica, como
por exemplo o abandono ou corte da distribuição de água potável
para prevenir a contaminação causada pelo produto nas pessoas.

Informação

A informação é um componente importante do sistema de


atenção de emergências causadas por produtos perigosos.

Todas as atividades que compõem o sistema de atenção de


emergências, se baseiam no processo de receber e transmitir
informação. A informação é um elemento de apoio ao
reconhecimento, avaliação e controle. É um elemento de suporte para
os elementos de ação que oferece dados para a tomada de decisões.
Além disso, o resultado do balanço vem dos demais elementos.

A amostra de um determinado produto pode oferecer


informação para determinar as opções de tratamento do incidente. A
informação provem de três fontes:

• Inteligência: informação obtida de registros ou documentos


existentes, placas, etiquetas, rótulos, configuração dos
recipientes, observação visual, informes técnicos e outros;

• Instrumentos de leitura direta: informação obtida com relativa


rapidez através de instrumentos;

• Amostragem: informação obtida através da re-coleta de porções


representativas do meio ou materiais para sua posterior análise
nos laboratórios de campo ou fixos.

A aquisição de informação, a análise e a tomada de decisão,


são processos interativos que definem a extensão do problema e a
seleção de possíveis ações de resposta ao incidente. Para que a
atenção do incidente seja efetiva, é necessário estabelecer uma base
de informação precisa, válida e oportuna. Durante o desenvolvimento
do incidente, se reúnem, processam e aplicam um fluxo intenso de
informação.

Segurança

Todas as intervenções para atender eventos causados por


produtos perigosos apresentam diversos riscos para quem trabalha
em tarefas de resposta. Para estabelecer um programa de proteção
contra tais riscos, se deve analisar as características físico-químicas
dos produtos e relacionar-las com cada operação de resposta. As
considerações de segurança contribuem para uma execução de cada
atividade que se inicia e, algumas vezes, são produtos de cada
intervenção realizada. Toda organização de atenção de emergências
químicas devem contar com um programa efetivo de segurança,
incluídos os exames médicos, equipamentos de segurança
apropriados, procedimentos operacionais padronizados e um ativo
programa de capacitação.

Relação entre os elementos

O reconhecimento, avaliação, controle, informação e segurança,


descrevem os cinco elementos do sistema de atenção de
emergências provocadas por produtos perigosos. Cada elemento
inclui uma variedade de atividades e operações. Os elementos não
são necessariamente passos secundários do processo de atenção. Em
algumas situações, se pode começar pela adoção das medidas de
controle antes de identificar todas as substâncias. Em outros, se deve
realizar uma avaliação mais completa da dispersão dos materiais
antes de poder determinar as ações corretas de controle.

Todos os elementos e atividades estão relacionados. Se deve


construir um dique (controle) para reter a água residual do incêndio
de um depósito que possivelmente contenha agrotóxicos. Se for
determinado a inexistência de produtos químicos perigosos na água
(reconhecimento) e que as concentrações nessa água estão abaixo
dos limites aceitáveis (avaliação), se estabelece que o tratamento
não é necessário e se pode eliminar o dique. Este conhecimento
(informação) altera os requisitos de segurança para todos os que
atendem o incidente.

O sistema de atenção de emergências causadas por produtos


perigosos é um conceito que explica, em termos gerais, os processos
implicados na intervenção durante o incidente. Todas as intervenções
requerem os elementos de ação: reconhecimento, avaliação e
controle, apoiados pela informação e segurança.

Plano de Emergência para Responder os Acidentes Químicos

A gestão de riscos em instalações ou atividades perigosas


devem considerar as medidas necessárias para prevenir a ocorrência
de acidentes maiores, o que requer avaliar a freqüência das falhas
capazes de provocar acidentes, assim como as possíveis
conseqüências destes acidentes a fim de minimizar os impactos nas
pessoas e no ambiente.

O plano de emergência forma parte do programa de gestão de


riscos (PGR), cuja a finalidade é minimizar os danos provocados pelos
acidentes. Para elaborar um plano de emergência adequado, que
permita enfrentar os possíveis danos causados pelos acidentes de
uma planta industrial, primeiro se deve fazer um estudo detalhado de
análise de risco com a finalidade de avaliar adequadamente os tipos
de acidentes, recursos e ações necessárias para minimizar os
impactos.

Portanto, o estudo de análise de riscos é um requisito básico


para elaborar um plano de emergência. O alcance dos danos
causados por um acidente maior é proporcional ao nível de
planificação. Por seguinte, um plano de emergência devidamente
elaborado e implementado, tem mais possibilidades de evitar que um
acidente se transforme em um desastre.

Objetivos e características

O objetivo de um plano de emergência é proporcionar um


conjunto de diretrizes e informação destinadas a adoção de
procedimentos lógicos, técnicos e administrativos estruturados para
facilitar respostas rápidas e eficientes em situações de emergência.

Em termos gerais, um plano deve ter as seguintes


características:

• Deve possibilitar restringir que os impactos ultrapassem os


limites previamente designada para evitar que os impactos
ultrapassem os limites de segurança pré-estabelecidos;

• Deve contemplar todas as ações necessárias para evitar que


situações, internas ou externas, das instalações envolvidas no
acidente contribuam a seu agravamento;

• Deve ser um instrumento prático que facilite respostas rápidas


e eficazes em situações de emergência;

• Deve ser o mais sucinto possível e contemplar de forma clara e


objetiva as atribuições e responsabilidades das pessoas
envolvidas.

Estrutura

Como se mencionou anteriormente, o estudo de análise de


riscos é um requisito para a elaboração do plano de emergência e
que permitira extrair, entre outras, as seguintes informações:

• Cenários de Acidentes;

• Conseqüências esperadas de cada um dos acidentes


considerados;

• Possíveis impactos e áreas afetadas;


Essa informação permite planificar a elaboração do plano de
emergência porque facilita a proteção adequada das seguintes ações:

• Isolamento;

• Sinalização;

• Definição de pontos de encontro e vias de escape;

• Determinar a quantidade e localização estratégica de


equipamentos de segurança e proteção individual;

• Definição de procedimentos contra fugas e incêndios.

De forma geral, um plano de emergência para atenção de


acidentes ambientais provocados por produtos ou atividades
perigosas deve seguir a seguinte estrutura:

a. Introdução.

b. Características das instalações e atividades.

c. Objetivo.

d. Área de alcance.

e. Estrutura organizacional.

f. Funcionamento.

g. Procedimentos de luta contra acidentes:

• Avaliação;

• Isolamento e evacuação;

• Combate contra incêndios;

• Controle de fugas;

• Reparações de emergência;

• Ações para evitar o reavivamento de incêndios (depois da


emergência).

Anexos necessários:

• Formulário de registro de acidentes;

• Lista de ações;
• Recursos materiais;

• Fichas de informação sobre substâncias químicas.

Pode se definir procedimentos guias, é importante estabelecer


ações de combate compatíveis com os possíveis danos esperados
para cada um dos possíveis acidentes mencionados previamente e
seus respectivos cenários. Os resultados dos estudos de
conseqüências, obtidos através de modelos de simulação, podem
proporcionar dados importantes para a definição de ações
específicas, como isolamento e a evacuação de áreas, baseadas na
extensão alcançada pelas fugas ou outros fenômenos previamente
estudados.

Exemplo: Estrutura de organização do plano de emergência

O plano para acidentes maiores do setor de saúde deve conter


ao menos os seguintes elementos (que normalmente são combinados
pelos funcionários responsáveis).

• Um sistema de comando e controle, e a disposição de um


sistema de comunicação de emergência;

• A disponibilidade (onde for apropriado) de uma brigada de


emergência no hospital que é enviado ao cenário do acidente;

• As medidas adequadas de transporte de pacientes;

• As instalações de descontaminação;

• As medidas a nível hospitalar;

• Disposição de macas e leitos;

• Área de recepção de pacientes;

• Identificação e documentação dos pacientes;

• Amostras biológicas dos pacientes, sobre as quais basear


analises se seguimento;

• Fármacos e equipamentos;

• Roupas de proteção;

• Convocação de pessoal;
• A informação direta aos pacientes/público em geral (ou através
dos meios de massa) e relações com os meios de comunicação;

• A remoção dos serviços de emergência;

• O seguimento e avaliação dos pacientes;

• O treinamento no uso do Plano, provas práticas do Plano e a


avaliação dos resultados das provas;

• As relações com outras pessoas que participam na resposta a


emergência.

O quadro a seguir apresenta um esquema geral de ações


baseadas nos possíveis impactos em diferentes cenários de
acidentes.

Ações de controle seguindo os impactos esperados

Impacto Área 1 (risco de Área 2 (risco a Área 3 (mal


vida) saúde) estar)

Explosão Isolamento e Evacuação de Isolamento da


avaliação da área pessoas área

Incêndio Isolamento e Isolamento e Uso de roupas


evacuação da evacuação da especiais.
área. Uso de área.
roupas
adequadas.

Fuga de Isolamento e Remoção de Isolamento.


tóxicos evacuação da pessoas de alto Fechamento de
área. Uso de risco portas e janelas
roupas e
máscaras

Implementação e manutenção

O êxito de uma operação de atenção de acidentes maiores


depende das ações de resposta previstas e desenvolvidas no plano de
emergência. Desta maneira, para efetivar os resultados esperados
através das ações previstas no plano durante a ocorrência de
situações de emergências, é necessário divulgá-lo devidamente,
dentro da instituição, e integrá-lo a outros planos locais e regionais,
assim como a outras entidades que deverão atuar conjuntamente na
resposta aos acidentes.

Além da devida divulgação, a implementação do plano está


relacionada com a disponibilidade dos recursos humanos e materiais
necessários e compatíveis com a gravidade das possíveis ocorrências
que se atenderão.

O plano também deve considerar a implementação e


manutenção de um programa de capacitação em diferentes níveis de
dificuldade, incluídos:

• Capacitação teórica;

• Capacitação individual;

• Exercícios de campo;

• Operações simuladas de coordenação.

Depois da etapa de implementação, o plano de emergência se


deve atualizar e revisar periodicamente, sobre a base da experiência
adquirida ao longo do tempo, tanto durante as ocorrências reais,
como durante a capacitação. A manutenção do plano deve
contemplar as seguintes atividades:

• Sistema de atualização da informação;

• Registro dos casos atendidos;

• Re-avaliação periódica dos procedimentos;

• Renovação de recursos.

MANUSEIO DE INCIDENTES

Objeto, necessidade e benefícios do SCI nos cenários de um


incidente de materiais perigosos

Sistema para o comando do incidente


O objetivo desta seção é promover uma vista geral do sistema
de Comando do Incidente. Depois de completar esta seção o
estudante estará capacitado como explicar as funções básicas do SCI
e explicar a toda a comunidade uma resposta de agencias simples ou
múltiplas.

O sistema para o Comando de Incidente (SCI) provê um enfoque


padrão para todos os tipos de emergência. O SCI pode ser utilizado
para qualquer tipo ou tamanho de emergência, por exemplo:
tornados, incêndios, inundações, emergências que requerem a
imposição da lei, terremotos. Serviços Médicos de Emergência (EMS),
assim como materiais perigosos. Os parâmetros de um SCI podem ser
maiores ou estenderem dependendo de cada situação.

História

A necessidade de SCI foi reconhecida nos Estados Unidos em


1970 depois de uma série de desastres ocorridos por causa de
incêndios de campo aberto no sul da Califórnia. A participação de
agências federais, estatais, municipais e dos condados tem sido mais
evidente na necessidade de uma cooperação e coordenação de
recursos desde uma variedade de áreas. Os recursos do serviço de
Bombeiros da Califórnia organizados para emergências
desenvolveram o FIRESCOPE para determinar as dificuldades em uma
resposta de agências múltiplas, incluindo a ineficiência de
comunicações, falta de responsabilidades e falta de uma estrutura
bem definida.

Este esforço resultou em um desenvolvimento do SCI original.


Finalmente, o sistema evoluiu em um plano de organização
desenhado para todos os tipos de emergências que envolvem ou não
incêndios.

Autoridade

Nos Estados Unidos, o uso do SCI é requisito em nível nacional


para todos os incidentes relacionados com materiais perigosos. A lei e
regulamentos para este assunto são encontrados no titulo III da lei de
Reautorização e Emendas para Locais Contaminados, SARA
( Superfund Amendments and Reathorization act.) de 1986 e no
capítulo 29, Código de Regulamentos Federais, Seção 1910.120,
respectivamente.

Componentes
O sistema para o SCI tem nove componentes vitais para uma
operação efetiva. São eles:

• Organização modular;

• Terminologia comum;

• Comunicações integradas;

• Estrutura de comando unificado;

• Planos consolidados de ação;

• Controle da extensão do manejo;

• Procedimento padrão de operação;

• Facilidades pré-designadas de incidente;

• Manejo completo de recursos.

As seguintes seções descrevem cada um destes componentes.

Organização Modular do SCI

Para que um SCI tenha êxito, cada uma de suas cinco seções
funcionais deve ser realizadas.

Cinco funções Primárias

As cinco funções primárias de um SCI estão divididas nas


seguintes:

• Comando de incidente;

• Finanças;

• Logística;

• Operações;

• Planejamento.
Funções Primárias para o Comando do Incidente

Comando do Incidente

Seguranç
a

Vínculo

Oficial de
Informaçã
o Pública

Operaçõe
Finanças Logística Planejamento
s

Dependendo do tamanho do incidente, pode requerer-se


pessoal adicional na área. Para incidentes de grande magnitude pode
ser necessária a divisão da organização em mais partes:

• Comandante de Incidente;

• Pessoal de Comando;

• Seção;
• Ramo;

• Divisão ou Grupo;

• Unidade.

Comandante de Incidente

O primeiro responsável de um SCI é o Comandante do Incidente


(CI). É o encarregado da efetividade da operação. O CI é a pessoa
responsável pelo estabelecimento e gerenciamento do plano geral de
operação. O CI deve ficar a cargo do incidente e direcionar todas as
atividades de resposta incluindo o desenvolvimento e implementação
das estratégias a serem usadas. Todas as informações
proporcionadas a imprensa são gerenciadas pelo CI.

O CI está a cargo de todo o pessoal e prove as medidas gerais


para o bem-estar e saúde de todo o pessoal presente no incidente.

O CI tem a autoridade de delegar responsabilidades as pessoas


do incidente. E orientar as unidades de volta ao serviço e também
organizar as autoridades. Um posto e CI é estabelecido onde o pessoa
possa ser informado brevemente aos planos de ação.

O CI aprova os recursos adicionais requeridos para a


emergência. Um incidente é dado como terminado somente pelo CI.

Para incidentes maiores, pode requerer-se pessoal adicional e


as pessoas de comando:

• Oficial de Informação – é o oficial de informação que fórmula e


proporciona a informação sobre o incidente a imprensa e outras
agências e organizações;

• Oficial de Relações – é o ponto de contato para representantes


interativos de agências envolvidas no incidente;

• Oficial de Segurança – a lei dos EUA pede como requisito


obrigatório que cada incidente tenha um Oficial de Segurança
como parte do Pessoal de Comando. O oficial de Segurança
(OS) é designado pelo CI para avaliar e monitorar situações
perigosas ou pouco seguras e para desenvolver medidas que
garantem o bem estar e segurança do pessoal. O OS identifica
toda situação de perigo associada com o incidente. Ele deve
exercitar autoridade em situações de emergência para parar ou
prevenir qualquer situação que não ofereça segurança. O OS
pode terminar uma atividade de resposta que não ofereça
segurança. Não está autorizado para dar término a todo o
incidente. O término do incidente somente pode ser
determinado pelo CI.

• Oficial Financeiro – a pessoa a cargo das finanças mantém os


registros de gastos associados com:

o Avaliação do custo de equipamento utilizado;

o Monitorar custos do pessoal, horas extras;

o Ordenar ou policiar a recuperação de custos.

• Oficial de Logística – operações táticas de um incidente. Suas


funções incluem:

o Estabelecer fornecimento de água;

o Delinear uma área onde o pessoal de resposta pode


descansar, tomar líquidos, resguardar-se do calor ou do
frio e onde se possa fazer um check-up médico.

• Oficial de Operações – a pessoa a cargo das operações se


assegura que os recursos dirigidos ao incidente sejam
efetivamente usados para causar efeito nos objetivos do
incidente. Suas funções incluem:

o Implementação dos planos estratégicos do CI;

o Supervisão dos grupos de reforço do Serviço Médico de


Emergência;

o Pedir recursos extras aos comandantes do incidente;

o Avaliação do progresso das operações;

o Assegurar o desenvolvimento organizado das operações.

• Planejamento – o encarregado do planejamento é responsável


pela coleta e avaliação da informação destinada as operações
presentes e futuras em um incidente crítico. Esta informação
leva a formulação dos planos orais e escritos. Suas funções
incluem:

o Coleta, avaliação e aplicação de informação referente ao


desenvolvimento do incidente;
o Resgatar informação para manter o controle da situação
presente e desenhar métodos alternativos para o controle
do incidente;

o Trabalhar em todos os planos com o comando do


incidente;

o Estar a par dos detalhes do SCI;

o Levar um registro de todos os recursos;

o Antecipar a necessidade dos recursos adicionais.

Terminologia Comum

O uso da terminologia comum é essencial para a efetivação das


operações realizadas pelo SCI. Geralmente, confusão é um fator
presente em um incidente que afeta a diversas agências aonde os
participantes não falam o mesmo idioma técnico.

Se tem estabelecido finalizações idênticas para funções


primárias ou seções, sub-seções, recursos e facilidades.

A finalização descrevendo as funções ou seções do SCI e suas


partes tem sido estabelecidos. Por exemplo, uma seção está definida
como um nível de organização responsável pelos segmentos
primários das operações do incidente tais como finanças, logística,
operações e planejamento. Uma seção é o nível organizativo entre o
nível de segmento e o pessoal do comando.

Os recursos se referem a qualquer pessoa, ou a combinação de


ambos utilizada nas operações táticas do incidente. Os nomes
comuns tem sido estabelecidos para toso os recursos utilizados em
um SCI. Por exemplo: caminhão motorizado está definido como um
veículo de solo que prove uma bomba, água e a capacidade de uma
mangueira, em nível especifico de pessoal não está bem definido.

Os elementos de identificação comum são utilizados naquelas


facilidades dentro ou ao redor da área onde ocorreu o incidente na
qual será utilizada durante o curso do mesmo. Estas facilidades
incluem coisas como o posto de comando, as áreas de observação e a
base do incidente. Por exemplo: a área de observação está definida
como o lugar onde o pessoal e equipamento do incidente são
designados de acordo ao que é requerido de forma imediata.
Comunicações Integradas

As Comunicações Integradas são implementadas com plano de


comunicação comum e um centro de comunicações do comando.

O Sistema para Comando do Incidente enfatiza o uso pleno da


linguagem sem códigos. Todas as comunicações devem ser concisas,
mensagens essenciais que ajudam a efetivar as metas previstas. Os
modos de comunicação incluem:

• Redes radiais dedicadas ao incidente;

• Telefone no local do acidente;

• Sistemas de direção pública;

• Telefone e microondas fora da área do incidente.

No plano do sistema de Comunicações Integradas deve ser pré-


estabelecidos com o acordo de todas as pessoas envolvidas no uso de
equipamento compatível.

As redes radiais para incidentes de grandes magnitudes


geralmente são organizados como segue a continuação:

• Rede de comando: une o comando do incidente, membros


importantes do pessoal, oficiais de seção, divisão e
supervisores de grupo;

• Rede tática: pode ser estabelecida ao redor das agências,


departamento de áreas geográficas ou inclusive funções
específicas;

• Rede de apoio: gerenciamento de recursos viáveis, assim como


requerimentos de apoio e outras funções de comando.

Estrutura de Comando Unificado

Geralmente os incidentes não respeitam limites. Sem


contradições, as agências individuais estão restringidas usualmente a
jurisdições simples na responsabilidade e autoridade. Por eles, para
efetividade da resposta de um incidente é essencial que todas as
agências envolvidas comportem as responsabilidades do manejo
geral da situação. Todas as agências devem contribuir com a
estrutura do comando.

Os elementos de identificação comum são utilizados nas


facilidades dentro ou ao redor da área onde ocorreu o incidente na
qual será utilizada durante o curso do mesmo. Estas facilidades
incluem coisas tais como o posto de comando, ás áreas de
observação e a base do incidente. Por exemplo: a área de observação
está definida como o lugar onde o pessoal e equipamento do
incidente são assinalados de acordo com o que é requerido de forma
imediata.

Comunicações Integradas

As comunicações integradas são implementadas com um plano


de comunicação comum e um centro de comunicações do comando.

O SCI enfatiza o uso pleno de linguagem sem códigos. Todas as


comunicações devem ser concisas, mensagens essenciais que
ajudem a efetivar as metas previstas. Os modos de comunicação
incluem:

• Redes radiais dedicadas ao incidente;

• Telefone no local do incidente;

• Sistemas de direcionamento público;

• Telefone e microondas fora da área do incidente.

O plano do sistema de Comunicações Integradas deve ser pré-


estabelecidos com o acordo comum de todas as pessoas envolvidas
com o uso de equipamento compatível.

As redes radiais para incidentes de grandes magnitudes


geralmente são organizados como a seguir:

• Rede de comando: une o comando do incidente, membros


importantes do pessoal, oficiais de seção, divisão e
supervisores de grupo;

• Rede tática: pode ser estabelecida ao redor das agências,


departamento de áreas geográficas ou incluindo funções
específicas;
• Rede de apoio: gerencia recursos variáveis, assim como
requerimentos de apoio de outras funções de comando.

Estrutura de Comando Unificado

Geralmente os incidentes não respeitam limites. As agências


individuais estão restritas usualmente a jurisdições simples em
responsabilidade e autoridade. Por eles, a efetividade da resposta de
um incidente é essencial que todas as agências envolvidas
comportem as responsabilidades do gerenciamento geral da situação.
Todas as agências devem contribuir a estrutura do comando do
incidente:

• A determinação das metas gerais do incidente;

• A seleção de estratégias seguintes;

• Coordenação das operações táticas;

• Uso eficiente dos recursos;

• Incorporação das metas responsáveis, estratégias e táticas em


um plano consolidado de ação.

Plano Consolidado de Ação

Cada incidente requer um Plano Consolidado de Ação (PCA).


Para pequenos incidentes de curta duração este plano pode ser
verbal e não necessita estar escrito. Os planos devem ser escritos
quando:

• Quando os recursos de agências múltiplas são utilizados;

• Quando várias jurisdições estão envolvidas;

• Quando um incidente requer troca nos grupos de pessoal e/ou


equipamento.

O PCA deve cobrir todas as atividades táticas e de apoio


requisitadas durante o incidente. Os objetivos comuns e estratégias
desenvolvidas pelo comando unificado devem guiar e delinear o
desenvolvimento deste plano.
O CI terá uma autoridade decisiva no estabelecimento dos
objetivos, estratégias e táticas para o incidente baseando-se nos
requerimentos da jurisdição.

Controle de Extensão Gerenciável

Em um SCI, a extensão do controle de qualquer pessoa cuja


responsabilidade está no gerenciamento da situação de emergência,
deve contar com três a sete pessoas, o número ótimo de pessoas é
cinco.

Um controle de extensão gerenciável se assegura de que a


eficiência não seja sacrificada como resultado de muita gente e
informação para uma única pessoa. Em situações de emergência um
controle de extensão gerenciável é vital para assegurar a segurança e
um bom gerenciamento da situação.

O tipo de incidente, natureza do perigo da operação, os fatores


de segurança e a distância entre elementos vai influenciar as
considerações sobre a extensão do controle. É importante planificar
as mudanças na extensão do controle durante o desenvolvimento
organizativo do SCI.

Procedimentos Padrões de Operação

Quando a resposta de um incidente relacionado com os


materiais perigosos é desorganizada, o pessoal é exposto a um nível
de risco inaceitável, resultando em uma lesão grave ou morte. Por
essa razão, os Procedimentos Padrões de Operação (PEO) devem ser
escritos, impostos por lei, treinados, examinados e revisados.

A princípio o sistema para o comando tem bom resultados ou


não dependendo do gerenciamento das unidades presentes. As
pessoas a cargo das unidades presentes no evento devem:

• Assumir o controle;

• Confirmar o comando;

• Selecionar o modo de comando;

• Estabelecer uma área de observação;

• Requerer assistência necessária;

• Abandonar o comando quando for necessário.


Condições pré-designadas do Incidente

Definições

As pessoas que vão estar no comando potencial de um


incidente devem saber com antecipação que condições e localizações
podem ser cruciais para as operações no incidente. O pessoal deve
estar alerta a:

• Acesso a recursos e reparação de equipamento;

• Comunicação de capacidades de apoio;

• Serviços médicos de emergência e condições para evacuação.

As condições pré-designadas do incidente podem ser


importantes dentro e ao redor do incidente. A decisão com respeito a
quais condições e suas localizações serão essenciais para o incidente
é definido pelo CI.

Posto de Comando

O Posto de Comando (OPC) é o local onde se dirigem todas as


operações do incidente. Somente deve existir um OPC para o
incidente. Em uma estrutura de comando unificado, onde várias
agências ou jurisdições se encontram respondendo, o pessoal
designado de cada uma destas agências está baseado o OPC. Assim
mesmo a planificação e as comunicações do incidente estarão
situados no OPC.

Base do Incidente

Também referido como Base, é a localização que se realiza as


ações primárias de apoio. A Base acomoda todo o equipamento e o
pessoal de apoio das operações. A seção de logística pode ser
localizada na Base. Somente deve estabelecer-se uma Base durante o
incidente. Sua localização deve ser permanente. A Base se distingue
da área de observação, a qual se encontra em uma localização
temporária.

Áreas de Observação

As área de observação são áreas de recursos de ordem onde as


unidades se reportam e esperam por tarefas e direções específicas.
As áreas de observação podem estar em qualquer lugar no qual o
equipamento móvel possa ser estacionado temporariamente no
aguardo de novas tarefas. As áreas de observação podem incluir
serviços de segurança assim como sistemas de aprisionamento de
combustível.

A alimentação pode ser oferecida na área de observação por


cozinhas móveis ou em bolsas e lancheiras. Estas áreas altamente
móveis podem ser criadas como seja necessário durante o incidente.
O encarregado da área checa todos os recursos de entrada e saída de
acordo a necessidade da oficina de operações e pode dar apoio da
seção de logística como for necessário para os recursos localizados
nas áreas de observação.

Gerenciamento Compreensivo dos Recursos

O uso prudente dos recursos reduz os custos político-sociais e


fiscais da operação. Para manter a utilização precisa e atualizada de
todos os recursos é necessário que todos os recursos sejam
designados a um estado atual e que toda mudança na localização dos
recursos ou níveis sejam reportados com rapidez.

Os recursos podem ser gerenciados por três diferentes


maneiras, dependendo das necessidades do incidente. Os recursos
estão categorizados a seguir: Os recursos simples são caminhões,
motoniveladoras, pessoal, helicópteros, escadas, unidades ou
socorristas que serão designados como unidades táticas primárias.
Uma peça de equipamento e o pessoal necessário pode constituir um
recursos simples.

Uma força de trabalho é a combinação dos recursos simples


criados para uma missão especifica. As forças de trabalho devem ser
estabelecidas para cobrir todas as necessidades específicas e devem
ser desmobilizadas como uma só fonte. Todos os recursos dentro de
uma força de trabalho devem contar com um líder e com um
equipamento compatível de comunicações.

Os equipamentos repentinos são um número determinado de


recursos do mesmo tipo com um número mínimo de pessoal
estabelecido. Os equipamentos repentinos sempre levam um líder e
um equipamento compatível de comunicações. Essencialmente os
equipamentos repentinos podem incluir qualquer tipo de pessoa ou
equipamento.

Uso dos Sistemas Para o Comando de Incidentes

Resposta Inicial
O SCI deve ser estabelecido uma vez se tem recebido uma
chamada inicial de assistência. Os encarregados da primeira resposta
devem tomar um controle imediato no cenário, visto que se poderá
causar confusão maior e por em risco as pessoas presentes, se é
esperado por oficiais superiores. Os encarregados da resposta inicial
devem estabilizar o incidente uma vez que cheguem no local. Isso
pode ser feito em duas fases:

• Primeira fase: Estabelecer um controle do sítio;

• Segunda fase: Controlar os recursos providos e estabelecer


comunicação com outras agências associadas.

É provável que diferentes pessoas sejam designadas como CI


durante o ocorrer do incidente. A medida que o pessoal superior
chegue ao cenário os encarregados prévios irão repassando a
responsabilidade aos seus superiores.

Um dos problemas maiores com os que encontram um CI e todo


o pessoal em geral é evitar o “mãos a obra”. Durante uma
emergência é difícil resistir ao desejo de ajudar as vítimas. Muitos
comandantes e supervisores perdem o controle da situação tomando
parte da ação no lugar ao invés de dirigir a ação. Os líderes devem
ser capazes de avaliar todo o incidente objetivamente.

Problemas com o SCI

A continuação apresenta alguns dos principais problemas


dentro do SCI.

Poucos departamentos ou agências adotam um SCI completo,


muito menos o mesmo sistema.

• A mudança no comando leva a uma perda de informação e a


um gerenciamento ineficaz;

• O SCI não é capaz de integrar atividades de agências de


governo e voluntários;

• O SCI tende a realizar uma super mobilização de grupos de


desastres específicos, enviando unidades em excesso;

• Comunicação e coordenação continuam sendo problemas


sérios, inclusive no melhor dos SCI.
Reconhecimento de Materiais Perigosos

As nove classes de materiais perigosos e seus perigos


primários

Quando se produzem incidentes com produtos químicos é


necessário tomar medidas e cuidados específicos para controlar
diferentes situações, as quais exigem a intervenção de pessoas
devidamente capacitadas e equipadas.

O conhecimento dos riscos e características específicas dos


produtos usados é um fator de suma importância. Para este fim, a
ONU – Organização das Nações Unidas – agrupou estes produtos em
nove classes distintas. Na continuação, se aborda os principais
aspectos observados nos acidentes de acordo com as classes de risco
dos produtos.

Riscos Químicos

Classe 1 – Explosivos

O explosivo é uma substância que, submetida a uma


transformação química extremamente rápida, produz grandes
quantidades de gases e calor. Devido ao calor, os gases liberados, por
exemplo o nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, dióxido de
carbono e vapor de água, se expandem a altíssimas velocidades, o
que provoca o desprendimento do ar circundante e aumento da
pressão atmosférica normal (sobrepressão).

Muitas das substâncias pertencentes a esta classe são sensíveis


ao calor, choque e fricção. Existem produtos desta mesma classe que
necessita de um intensificador para explodir.
Segundo a rapidez e sensibilidade dos explosivos, pode ter dois
tipos de explosões: a detonação e a deflagração.

A detonação é um tipo de explosão na qual a transformação


química se produz muito rapidamente, com uma velocidade de
expansão dos gases muito superior a velocidade do som no ambiente.
A deflagração, é a troca, apresenta uma transformação química muito
mais lenta e a velocidade máxima de expansão dos gases é a
velocidade do som no ambiente. Neste caso também pode ocorrer a
combustão.

A detonação se caracteriza por apresentar picos de pressão


elevada em um período extremamente breve, e na deflagração
ocorre o contrário.

A sobrepressão gerada a partir de uma explosão pode alcançar


valores elevados e provocar danos destrutivos nas edificações e
pessoas. A sobrepressão normalmente se expressa em bar. O
seguinte quadro contem alguns valores característicos de danos as
estruturas:

Sobrepressão (bar) Danos nas Estruturas

0,3 Catastróficos

0,1 Graves

0,03 100% de ruptura de vidros

0,01 10% de ruptura de vidros

Os danos catastróficos são as estruturas inabilitadas devido ao


colapso. Os danos graves com buracos, desabamento de teto, porta
danificada ou arrancada, etc. não afetam toda a estrutura.

É importante observar que o valor de 0,3 bar representa 3


metros de coluna de água, um valor que normalmente não implica
danos para o ser humano. Isso quer dizer que o ser humano é mais
resistente a sobrepressão que as estruturas porque não é uma
estrutura rígida, o que permite que o organismo absorva o impacto.

No ser humano, o dano mais comum provocado por uma


explosão é a ruptura do tímpano que se produz com valores maiores
que 0,4 bar de sobrepressão.
Dado que uma explosão é um fenômeno extremamente rápido
e incontrolável, durante a atenção de acidentes com produtos deste
tipo se deverá adotar medidas preventivas. Estas medidas incluem o
controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura
(calor), choque e fricção.

Nos casos de incêndio, dentro do risco iminente de explosão,


pode haver emanação de gases tóxicos ou venenosos. Nestes casos,
mesmo com uso de roupas especiais, é adequado para a proteção
respiratória o uso de equipamento autônomo de respiração de ar
comprimido.

Estes equipamentos oferecem proteção ilimitada nos incêndios


provocados por substâncias explosivas porque somente são eficientes
para a proteção contra os gases gerados por incêndio, mas não
contra os efeitos causados por um eventual explosão.

Outro aspecto importante se refere a atenção das explosões.


Segundo as características do produto usado, é provável que a
explosão não tenha consumido toda a carga e tenha deixado
produtos intactos nas imediações do local do acidente, por isso a
remoção dos explosivos sempre deve ser manual e com cuidado
necessário.

Classe 2 – Gases

O gás é um dos estados da matéria. No estado gasoso, a forma


e volume da matéria são variáveis. A força da repulsão entre as
moléculas é maior que a de coesão. Os gases se caracterizam por
apresentar baixa densidade e capacidade para mover-se livremente.

A diferença dos líquidos e sólidos, os gases se expandem e


contraem facilmente quando se altera a pressão e/ou temperatura.

Como os gases se expandem indefinidamente basta ocupar o


recipiente que os contém, seu estado físico representa uma grande
preocupação, independente do risco do produto. No caso de escape,
os gases tendem a ocupar todo o ambiente mesmo quando possuem
densidade diferente da do ar.

Além disso o risco inerente ao estado físico, os gases podem


apresentar outros riscos como inflamabilidade, toxicidade, poder de
oxidação e corrosão, entre outros.

Alguns gases, como cloro, apresentam odor e cor


característicos, sendo que outros, como o monóxido de carbono, não
apresentam odor nem coloração, o que pode dificultar sua
identificação na atmosfera e nas medidas de controle durante uma
fuga eventual.

Como se iniciou, os gases sofrem alterações por variações de


pressão e/ou temperatura. A maioria destes podem se liquefazer com
o aumento de pressão e/ou diminuição da temperatura. O amoníaco
pode se liquefazer quando submetido a uma pressão de
aproximadamente 8 kg.f/cm2 ou a uma temperatura de
aproximadamente -33 °C.

Uma vez liberados, os gases liquefeitos por ação da pressão


e/ou temperatura, tendem a retornar a seu estado natural nas
condições ambientais, ou seja, seu estado gasoso. Durante as
mudanças de estado líquido ao gasoso, o produto expande
consideravelmente e gera volumes gasosos muito maiores que o
volume ocupado pelo líquido. Isto se denomina taxa de expansão. O
cloro tem um taxa de expansão de 457 vezes, ou seja, um volume de
cloro líquido gera 457 vezes esse volume de cloro gasoso.

Para reduzir a taxa de evaporação do produto, se pode aplicar


uma capa de espuma sobre o produto formado, sempre e quando
este material for compatível com o produto vertido.

A prioridade nas fugas é sempre de produtos em estado gasoso


e não em estado liquefeito.

Uma propriedade físico-química relevante durante a atenção


das fugas de gases é a densidade do produto em relação com o ar. Os
gases mais densos que o ar tendem a acumular-se no nível do solo e,
por conseqüência, tendem a uma dispersão difícil comparada com os
gases com uma densidade próxima ao inferior a do ar.

Outro fator que dificulta a dispersão dos gases é a presença de


grandes obstáculos, como as edificações nas áreas urbanas.

Alguns gases considerados biologicamente inertes, ou seja, que


não são metabolizados pelo organismo humano pode representar
riscos ao homem sob certas condições. Todos os gases, com exceção
do oxigênio, são asfixiantes. Os grandes escapes, inclusive de gases
inertes, reduzem o conteúdo de oxigênio dos ambientes fechados, o
que causa danos que podem provocar a morte das pessoas expostas.

Assim, em ambientes confinados, se deve monitorar


constantemente a concentração de oxigênio. Nas situações na qual o
oxigênio tem sua concentração inferior a 19,5%, se deverá adotar
medidas para restabelecer o nível normal de oxigênio, ou seja, um
volume aproximadamente de 21%. Estas medidas consistem
basicamente na ventilação, natural ou forçada, do ambiente.

Dadas as características do ambiente, a proteção respiratória


terá que ser autônoma. Nestas situações é muito importante
monitorar freqüentemente o nível de oxigênio e os possíveis gases
presentes na atmosfera.

Se deve prestar atenção especial quando o gás é inflamável,


principalmente se está confinado. As medidas constantes dos índices
de explosão no ambiente, através do uso de equipamentos
intrinsecamente seguros, e a eliminação de possíveis fontes de
ignição, são medidas prioritárias.

Segundo as características do produto usado e do cenário do


acidente, pode ser necessário aplicar neblina de água para solubilizar
os gases ou vapores emanados pelo produto.

A operação para solubilizar os gases será mais eficiente desde


que sua solubilidade seja boa na água.

Cabe recordar que a água usada para solubilizar os gases deve


ser re-coletada posteriormente a fim de evitar a contaminação dos
recursos hídricos na região do acidente.

Para os produtos com baixa solubilidade em água, a retenção


dos gases também poderá ser feita com neblina de água que, neste
caso, atuará como um bloqueio físico frente ao desprendimento da
nuvem.

Cabe ressaltar que a neblina de água somente deverá ser


aplicada sobre a nuvem e não sobre eventuais leitos formados por
gás liquefeito, visto que isso provocaria uma intensa evaporação do
produto e, por sua vez, aumento dos vapores na atmosfera.

Depois da fuga de um gás liquefeito, a fase líquida do produto


estará a uma temperatura próxima da sua temperatura de ebulição,
quer dizer, em um valor suficientemente baixo para que, em caso de
contato com a pele, nos provoque queimaduras.

Outro aspecto relevante nos acidentes com produtos perigosos


é a possibilidade de incêndios ou explosões. Os recipientes com gases
inflamáveis também podem explodir em caso de incêndio. A radiação
térmica das chamas muitas vezes é suficientemente alta para
provocar um aumento da pressão interna do recipiente, o que pode
causar sua ruptura catastrófica e, em conseqüência, sua explosão a
grandes distâncias com danos as pessoas, estruturas e equipamentos
em volta.

Em muitos casos, segundo a análise da situação, é provável que


a alternativa mais segura não seja extinguir o fogo, e sim
simplesmente controlar, especialmente se é impossível eliminar a
fonte de fuga.

Alguns acidentes provocados por produtos gasosos de alta


toxicidade ou inflamabilidade, exigem a evacuação da população ao
redor. A decisão de evacuar ou não a população dependerá de
algumas variáveis, por exemplo:

• Risco apresentado pelo produto;

• Quantidade do produto derramado;

• Características físico-químicas do produto;

• Condições meteorológicas;

• Topografia;

• Proximidade das área habitadas.

2.2.1 Gases Criogênicos

Para liquefazer este tipo de gás, se deve refrigerar a uma


temperatura inferior de 150ºC. Alguns exemplos destes gases são
exibidos a seguir:

Substância Temperatura de Ebulição (°C)

Hidrogênio -253

Oxigênio -183

Metano -161,5

Devido a sua natureza, os gases criogênicos apresentam quatro


riscos principais.
Riscos a Saúde

Devido a sua baixa temperatura, ao entrar em contato com o


líquido ou envolto no vapor, os gases criogênicos podem provocar
severas queimaduras no tecido.

A formação de uma nuvem a partir de um gás criogênico


sempre constitui um risco, dado que a densidade do vapor será maior
que a do ar devido a sua temperatura baixa, o que provocará o
desprendimento do ar atmosférico e, por conseqüência, a redução da
concentração de oxigênio no ambiente.

Efeitos sobre outros materiais

A baixa temperatura destes gases levará a situações de risco,


visto que o simples contato com outros materiais poderá danificar-los.
Por exemplo, o contato do produto com tanques de armazenamento
de produtos químicos os deixará mais frágeis, o que poderá produzir
uma fuga do produto armazenado.

Outro efeito significativo é a capacidade dos gases criogênicos


para solidificar ou condensar outros gases. Não se deve duvidar que a
temperatura de solidificação da água é de 0°C a pressão atmosférica.
Sendo assim, a água presente no ar atmosférico poderá congelar, e
se isso ocorre, uma válvula por exemplo, terá grande dificuldade de
manobras.

Por conseqüência, jamais se deve jogar água diretamente sobre


um sistema de escape ou sobre válvulas de um tanque criogênico e
nem em seu interior, visto que a água atuará como objeto aquecido
(15°C a 20°C), formará vapores e, portanto, aumentará a pressão
interna do tanque.

Intensificação dos Riscos do Estado Gasoso

Mesmo que os riscos inerentes ao próprio estado gasoso, sendo


que anteriormente, a fuga de um gás criogênico poderia intensificar
tais riscos.

Por exemplo, a fuga de oxigênio líquido aumentará a


concentração deste produto no ambiente, o que poderia causar a
ignição espontânea de certos materiais orgânicos. Por essa razão, não
se deve utilizar roupas de material sintético (nylon), mas sim roupas
de algodão. Um aumento de 3% na concentração de oxigênio
provocará um aumento de 100% na taxa de combustão de um
produto.
O hidrogênio, a sua vez, pode impregnar-se em materiais
porosos e fazer-los mais inflamáveis que em condições normais.

Alta taxa de expansão na Evaporação

Ao ser exposto a temperatura ambiente, os gases criogênicos


tendem a expandir-se e gerar volumes gasosos muito superiores ao
volume do líquido inicial.

No caso do nitrogênio, um litro do produto líquido gera 697


litros de gás, sendo que para o oxigênio essa proporção é de 863
vezes. Assim, está claro que os recipientes que contém gases
criogênicos ou com um sistema de refrigeração danificado, jamais
poderão esquentar porque correm o risco de causar sobrepressão do
tanque sendo que é provável que os sistemas de fuga não suportem a
demanda de vapores e acabe ocorrendo a ruptura do tanque.

A nuvem gerada pela fuga de um gás criogênico será fria,


invisível (a parte visível não indica a extensão total da nuvem),
dificultará a visibilidade e tenderá a acumular-se sobre o solo sendo
que, devido a baixa temperatura, a densidade do produto será maior
do que a do ar. Desta forma, durante a atenção aos acidentes
causados por um gás criogênico, se deve seguir estritamente
algumas regras, entre as quais destacamos:

• Trabalho nas áreas livres do derrame;

• Evitar entrar na nuvem. Para fazer-lo, use roupas herméticas


não porosas, mascará autônoma de respiração, luvas de
amianto ou de coro e botas de goma;

• Utilize neblina de água para conter a nuvem e fortes jorros de


água para esfriar os tanques expostos ao fogo. Não aponte a
água aos sistemas de fuga da pressão e nem a leitos formados
pelo produto;

• Evacue áreas grandes (600 m) ao redor de um tanque


criogênico em chamas. Não apague o fogo a não ser que seja
possível deter a fuga de gás;

• Em caso de queimaduras, lave a área com água fria, abra as


roupas da vítima e leve-a ao hospital;

• Tente deter a fuga, mas se tem dúvidas, controle a situação até


que um técnico da empresa fabricante do produto, com
conhecimento mais especializado, chegue ao lugar.
Os temas abordados neste capítulo abordaram somente os
riscos inerentes ao estado físico do produto e não seus riscos
intrínsecos, como a inflamabilidade, toxicidade ou corrosão.

Classe 3 – Líquidos Inflamáveis

Para uma resposta mais segura em casos de acidentes com


líquidos inflamáveis, é necessário ter pleno conhecimento de algumas
de suas propriedades físico-químicas antes de adotar qualquer
medida. Estas propriedades, assim como suas respectivas aplicações
são:

Ponto de Ignição (Flash Point)

É a menor temperatura em que uma substância libera vapores


em quantidades suficientes para que a mescla de vapor e ar sobre a
superfície propague uma chama a partir do contato com uma fonte de
ignição.

Limites de Inflamabilidade

Para queimar um gás ou vapor inflamável se requer, além da


fonte de ignição, uma mescla chamada ideal entre o ar atmosférico
(oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é
praticamente constante, um volume aproximado de 21%.

A quantidade de gás combustível necessária para a queima


varia para cada produto e suas dimensões dependem das constantes:
limite inferior de explosividade (LIE) e limite superior de explosividade
(LSE).

O LIE é a mínima concentração de gás que, misturada com o ar


atmosférico, pode provocar a combustão do produto a partir do
contato com uma fonte de ignição. As concentrações de gás
superiores ao LSE não são combustíveis porque essa condição
oferece excesso do produto e pouca quantidade de oxigênio para que
se produza a combustão. Essa condição é denominada mistura rica.

Os valores de LIE e LSE geralmente indicam em porcentagens


de volume a aproximadamente 20°C e 1 atm. Para qualquer tipo de
gás, 1% em volume representa 10.000 ppm.

Ser pode concluir que os gases ou vapores combustíveis


somente queimam quando sua porcentagem de volume está entre os
limites (inferior e superior) de explosão, que é uma mistura ideal para
a combustão.
% 0% LIE LSE 100 %

Concentração Mistura Pobre Mistura Ideal Mistura Rica

(% em
volume)

Conseqüência Não há Pode haver Não há


combustão combustão combustão

Produto LIE LSE

Acetileno 2,5 % 80 %

Benzeno 1,3 % 79 %

Etanol 3,3 % 19 %

Atualmente, existem equipamentos capazes de medir a


porcentagem de volume de um gás ou vapor combustível no ar. Estes
instrumentos são conhecidos como explosímetros.

Os explosímetros são equipamentos compostos


fundamentalmente por sensores, resistores e circuitos
transistorizados. O princípio de funcionamento se baseia na Ponte de
Wheatstone.

Quando uma mistura de gás combustível/ar penetra no sensor


do aparelho, entra em contato com um resistor quente e provoca sua
combustão imediatamente. O calor gerado nesta queima modifica o
valor do resistor e desequilibra a Ponte de Wheatstone. Um circuito
eletrônico se encarrega de mostrar uma deflexão no ponteiro de
medição proporcional ao calor gerado pela queima.

Nas operações de emergência onde existem gases ou vapores


combustíveis que exigem o uso do explosímetro, é importante que o
operador tome algumas precauções básicas para seu uso em uma
área não contaminada por gás.

• Calibrar o aparelho sempre em uma área sem contaminação;

• Realizar medições freqüentes em diversos pontos da região


afetada e considerar as propriedades do gás e fatores como a
localização e direção do vento, entre outros;
• Em lugares onde existem grandes quantidades de gás
combustível, é conveniente calibrar o equipamento depois de
cada medição para evitar sua saturação, sendo que ela nem
sempre é percebida pelo operador;

• Além do ponto de ignição e do limite de inflamabilidade, se


deve considerar a presença de possíveis fontes de ignição;

• Na maioria das situações de emergência se encontram diversos


tipos de fontes que podem provocar a ignição de substâncias
inflamáveis. Entre elas se destacam:

o Chamas vivas;

o Superfícies quentes;

o Automóveis;

o Cigarros;

o Faíscas por fricção;

o Eletricidade estática.

Se deve dar atenção especial a eletricidade estática visto que é


uma fonte de ignição de difícil percepção. Na realidade, se trata da
acumulação de cargas eletrostáticas que, por exemplo, adquirem um
caminhão tanque durante o transporte.

Se por algum motivo o produto inflamável que se está


transportando, seja líquido ou gás, se tem que transferir a outro
veículo ou recipiente, será necessário que estes estejam
interconectados a fim de evitar uma diferença de potencial, o que
pode gerar uma faísca elétrica e apresentar uma situação com alto
potencial de risco.

Cabe recordar que, igualmente aos equipamentos de medição,


todos os demais como lanternas e bombas, devem ser muito seguros.

Por questões de segurança, muitas vezes não é recomendável a


contenção de um produto inflamável pelo lugar da fuga a fim de
evitar altas concentrações de vapores em um local com muito
trânsito de pessoas ou equipamentos.
Classe 4 – Sólidos Inflamáveis

Estes sólidos incluem todas as substâncias que podem queimar


na presença de uma fonte de ignição, em contato com o ar ou com a
água e que não sejam classificadas como explosivos.

Segundo o estado físico dos produtos desta classe, a área


afetada por um acidente geralmente é bastante restringida, visto que
a mobilidade no meio é muito pequena comparada com a dos gases
ou líquidos, o que facilita as operações de controle da emergência.

São sólidos inflamáveis quando estão expostos ao calor,


choque, fricção ou chamas vivas. A facilidade de combustão será
maior quanto mais finamente dividido é o material.

Os conceitos do ponto de ignição e limites de inflamabilidade


apresentados no capítulo anterior, também são aplicáveis aos
produtos desta classe.

Existem também os produtos sólidos que podem se inflamar em


contato com o ar, inclusive sem a presença de uma fonte de ignição.
Devido a esta característica, a maioria destes produtos são
transportados em recipientes com atmosferas inertes ou submergidos
em querosene ou água.

Quando se produz um acidente com estes produtos, a perda da


fase líquida pode propiciar o contato dos mesmos com o ar, por isso
deve se deter o vazamento imediatamente.

Outra medida que se pode adotar em caso de acidente é jogar


água sobre o produto para manter-lo constantemente úmido, sempre
e quando este for compatível com a água para evitar sua ignição
espontânea.

O fósforo branco ou amarelo são exemplos de produtos que


entram em combustão espontaneamente em contato com o ar.

Outras substâncias sólidas podem, ao interagir com a água,


inflamar-se espontaneamente ou produzir gases inflamáveis em
quantidades perigosas.

Classe 5 – Oxidantes e Peróxidos orgânicos

Um oxidante é um material que libera oxigênio rapidamente


para suportar a combustão dos materiais orgânicos. Outra definição
semelhante afirma que o oxidante é um material que gera oxigênio a
temperatura ambiente ou com um ligeiro aquecimento.
Como se pode observar, ambas as definições coincidem com
que o oxigênio sempre é liberado por um agente oxidante.

Devido a facilidade de liberação do oxigênio, estas substâncias


são relativamente instáveis e reagem quimicamente com uma
grande variedade de produtos.

Apesar de que a grande maioria das substâncias oxidantes não


são inflamáveis, os simples contatos destas com produtos
combustíveis pode gerar um incêndio, inclusive sem a presença de
fontes de ignição.

Outro aspecto que se deve considerar é a grande reatividade


dos oxidantes com compostos orgânicos. No geral, estas reações são
energéticas e liberam grandes quantidades de calor que podem levar
ao fogo ou explosão. Os oxidantes, inclusive em frações pequenas,
podem causar a ignição de alguns materiais como o enxofre,
terebentina, carvão vegetal, etc..

Quando se aquece alguns produtos desta sub-classe, liberam


gases tóxicos que se dissolvem na mucosa do trato respiratório e
produzem líquidos corrosivos.

Assim sem a presença de uma fonte de ignição, as soluções de


peróxido de hidrogênio, em concentrações maiores de 50% (p/p) (200
volumes), em contato com materiais combustíveis podem causar a
ignição destes produtos.

Os peróxidos orgânicos são agentes de alto poder oxidante,


dado que a maioria são irritantes para os olhos, pele, mucosas e
garganta.

Os produtos desta sub-classe apresentam uma estrutura -o-o- e


podem ser considerados derivados do peróxido de hidrogênio (H2O2),
onde um ou ambos átomos de hidrogênio foram substituídos por
radicais orgânicos.

Desta maneira, os peróxidos orgânicos, de forma semelhante


aos oxidantes, são termicamente instáveis e podem sofrer uma
decomposição exotérmica e auto-aceleravel e criar um risco de
explosão. Estes produtos também são sensíveis ao choque e fricção.

Nos Estados Unidos, antes de aceitar um peróxido orgânico


para transporte, que seja de caminhão ou trem, o DOT
(Departamento de Transporte) exige uma série de provas de
sensibilidade, de ponto de ignição, taxa de queima, decomposição
térmica, prova de impacto, entre outros. O DOT autoriza seu
transporte unicamente depois destas provas e da diluição do produto.

Se alguns produtos estão expostos a hidrogênio ou a oxidantes


durante o armazenamento, poderão formar peróxidos e com maior
facilidade se estão em estado líquido.

Devido ao risco de formação de peróxidos, para alguns


compostos se sugere um período máximo de armazenamento de três
meses, como por exemplo para o éter isopropílico, acetileno divinílico,
cloreto de vinila, potássio metálico, entre outros.

Para outros produtos se sugere um período máximo de


armazenamento de 12 meses, como por exemplo: éter etílico,
tetrahidrofurano, dioxano, éteres vinílicos, ciclohexano, etc..

Por conseqüênci, quando alguns produtos estão armazenados


em estado líquido, seu potencial para formação de peróxidos
aumenta, principalmente o butadieno, clorobutadieno e
tetrafluoretileno, para que nestes casos se pode considerar um
período máximo de armazenamento de três meses.

No caso de suspeita de formação de peróxido, se deverá adotar


os seguintes procedimentos básicos:

• Isole a área;

• Inspecione visualmente os recipientes;

• Não tente movimentá-los;

• Verifique se existe corrosão, mofo ou ondulações na


embalagem ou na tampa. Eles são um indício da existência de
peróxidos;

• Verifique se existe formação de cristais brancos ou pó;

• Se o selo da tampa está rompido, considere o material


potencialmente explosivo;

• Se há suspeita de formação de peróxidos, não abra a


embalagem. Devolva ao fabricante;

• Se tiver que abrir a embalagem, gire a tampa lentamente no


sentido anti-horário para tentar minimizar a fricção;

• Se existe resistência ao abrir a tampa, pare. É um indicador de


que existe material explosivo;
O quadro mostra a distância e os danos provocados por
peróxidos segundo o volume existente:

Volume Distância pra Danos (metros)


(litro)
Algumas A maioria Estruturas Danos letais
janelas das janelas seriamente para o
quebradas quebradas danificadas homem

0,5 75 11 5 3

1 96 14 6 4

3,6 150 21 9 6

18 250 37 15 10

200 - 82 33 21

1800 - 175 71 45

9900 - 300 120 76

Quando for necessário conter ou absorver produtos oxidantes


ou peróxidos orgânicos, deverá ser considerado que a maioria deles
poderá interagir com a matéria orgânica e que, portanto, as ações de
contenção/absorção não poderá ser feita com terra, nem outro
material incompatível. Nestes casos se recomenda usar materiais
inertes e umedecidos, por exemplo areia.

Muitos dos produtos classificados aqui necessitam de


equipamentos específicos para as operações de transbordo. Isso se
deve a alta instabilidade química de certas substâncias desta classe.

Um dos métodos mais utilizados e eficientes para a redução dos


riscos que apresentam os produtos da classe 5 é a diluição em água,
sempre e quando o produto for compatível com ela. A finalidade da
diluição é reduzir o poder oxidante e sua instabilidade. Portanto,
devido a solubilidade de alguns destes produtos, a água da diluição
deverá ser armazenada para evitar contaminação.

Em caso de fogo, a água é o agente mais eficiente de extinção


visto que dispersa o calor do material em questão.

A espuma e o CO2 não serão eficazes porque atuam na base do


princípio da exclusão de oxigênio atmosférico e isso não é necessário
em um incêndio causado por substâncias oxidantes.

Classe 6 – Substâncias Tóxicas

São substâncias que ao ser ingeridas, inaladas ou postas em


contato com a pele, incluído em pequenas quantidades, podem
provocar a morte ou danos a saúde humana.

As vias que os produtos químicos podem entrar em contato com


o organismo são três:

• Inalação;

• Absorção cutânea;

• Ingestão.

A inalação é a via de entrada mais rápida. A grande superfície


dos alvéolos pulmonares, que representam de 80 a 90 m2 em um
homem adulto, facilita a absorção de gases e vapores, que podem
passar para a corrente sanguínea e ser distribuídos a outras regiões
do organismo.

Em relação com a absorção cutânea, se pode dizer que as


substâncias tóxicas podem atuar de duas formas. Primeiro, como
tóxico localizado, quando o produto que entra em contato com a pele
atua em sua superfície e causa uma irritação primária e localizada e
segundo, como tóxico generalizado, quando a substância tóxica atua
com as proteínas da pele ou penetra através dela, chega ao sangue e
se dispersa pelo organismo, com o risco de chegar a vários órgãos.

A pele e a gordura atuam como uma barreira protetora do


corpo, algumas substâncias como ácido cianídrico, o mercúrio e
alguns inseticidas tem uma capacidade de penetrar através da pele.

Em relação a ingestão, esta é considerada uma via secundária


de ingresso, visto que somente ocorrerá acidentalmente.
Os efeitos gerados pelo contato com as substâncias tóxicas
estão relacionados com seu grau de toxicidade e o tempo de
exposição ou dose.

Devido ao alto risco que implica os produtos desta classe,


durante as operações de atenção de emergências se requer
equipamentos de proteção respiratória.

Entre os equipamentos se pode mencionar as máscaras faciais


com filtros químicos e o equipamento autônomo de respiração de ar
comprimido.

É necessário ter sempre presente que os filtros químicos


unicamente retêm os contaminantes atmosféricos sem prover
oxigênio e que, segundo as concentrações, podem ser saturadas
rapidamente. Antes de escolher o tipo adequado de filtro, se deve
identificar o produto presente na atmosfera.

O equipamento autônomo de respiração de ar comprimido


deverá ser utilizado em ambientes confinados, quando o produto
empregado não se encontre na atmosfera em altas concentrações.

No geral, a existência de um produto em um ambiente se


associa com a presença de um odor. Entretanto, nem sempre esse
odor está presente. Algumas substâncias são inodoras, sendo que
outras têm a capacidade de inibir o sentido olfativo e levar o individuo
a situações de risco.

É fundamental que as operações de emergência por produtos


desta natureza, se realizem sob constante monitoramento da
concentração dos produtos na atmosfera.

Os resultados obtidos nestes monitoramentos poderão ser


comparados com valores de referência conhecidos, como o TLV (Valor
Limite de Tolerância), que é a concentração a que um trabalhador
pode ficar exposto durante oito horas diárias ou quarenta horas
semanais sem sofrer efeitos adversos ara sua saúde e o IDHL, que é o
valor imediatamente perigoso a vida e a saúde que uma pessoa pode
estar exposta durante trinta minutos sem danos a saúde.

Observando que o alto grau de toxicidade dos produtos desta


classe 6, é necessário lembrar que a operação de contenção destes é
muito importante visto que normalmente são muito tóxicos para a
vida aquática e representam um alto potencial de risco de
contaminação em corpos de água. Por conseqüência, deve se prestar
atenção especial aos corpos de água usados para a recreação,
irrigação, alimentação de animais e abastecimento público.

Classe 8 – Corrosivos

São substâncias que apresentam uma severa taxa de corrosão.


Evidentemente, estes materiais também são capazes de provocar
danos aos tecidos humanos. Basicamente, existem dois grupos
principais com essas propriedades e são conhecidos como ácidos e
bases.

Os ácidos são substâncias que, em contato com a água, liberam


íons H+ e provocam alterações de pH no intervalo de 0 a 7. As bases
são substâncias que, em contato com a água, liberam íons OH- e
provocam alterações de pH no intervalo de 7 a 14.

A maioria destes produtos reage com a maioria dos metais e,


como geram hidrogênio, que é um gás inflamável, trazem risco
adicional.

Alguns produtos apresentam como risco secundário um alto


poder oxidante, mostrando que outros podem reagir energeticamente
com a água ou com outros materiais, como por exemplo os
compostos orgânicos. O contato desses produtos com a pele e olhos
pode causar severas queimaduras, sendo que deve se empregar
equipamentos de proteção individual compatíveis com tal produto.
Para a manipulação de corrosivos, geralmente se recomenda usar
roupas de PVC.

O monitoramento ambiental durante as operações com estes


materiais pode ser realizada através de diversos parâmetros,
segundo o produto usado, entre os quais cabe destacar as medidas
de pH e condutividade.

Nos acidentes com ácidos e bases que chegam a corpos de


água, poderá se produzir uma maior ou menor variação de pH
natural, segundo diversos fatores, como por exemplo a concentração
do produto derramado, entre as características do corpo de água
afetado.

Um dos métodos que se pode aplicar para reduzir os riscos é a


neutralização do produto derramado. Esta técnica consiste em
agregar um produto químico, de maneira que se mantenha um pH
próximo ao natural.
Para a neutralização de substâncias ácidas, geralmente se usa o
carbonato de sódio e a cal hidratada, ambas com características
alcalinas. O uso de cal viva não é recomendado devido a sua reação
com os ácidos ser altamente energética.

Antes de se levar a cabo a neutralização, deve ser coletado a


maior quantidade possível de produto derramado a fim de evitar o
consumo excessivo do produto neutralizante e a geração de uma
grande quantidade de resíduos.

Se deve realizar a remoção total e disposição adequada dos


resíduos provenientes da neutralização.

Também podem ser utilizados técnicas para reduzir os riscos


nos acidentes como absorção, remoção e diluição, dependendo do
caso.

Para escolher o método mais adequado se deve considerar os


aspectos de segurança e proteção ambiental.

Se for optado pela neutralização do produto, deve se considerar


que esta consiste basicamente na disposição de outro produto
químico no ambiente contaminado e que, portanto, poderá haver
reações químicas paralelas a necessárias para a neutralização.

Também se deve avaliar a característica do corpo de água, que


algumas vezes direciona o seu monitoramento a fim de encontrar
uma diluição natural do produto. Estes casos normalmente se
produzem em águas correntes nas quais o controle da situação é
mais difícil devido a mobilidade do produto no meio.

Quando há o descontrole durante a neutralização, poderá haver


uma inversão brusca na escala do pH. Em geral, os corpos de água
onde há vida, não é recomendável a disposição de produtos químicos
sem a supervisão de especialistas.

Durante as reações de neutralização, quanto mais concentrado


esta o produto derramado, maior será a liberação de energia em
forma de calor, possibilitando os respingos de água, pelo qual se deve
reforçar a necessidade do uso de roupas adequadas de proteção.

A técnica de diluição unicamente deve usar quando a contenção


do produto derramado seja impossível e se possui um volume
bastante reduzido devido ao volume de água necessário para obter
concentrações seguras com este método sempre muito grande, na
ordem de 1000 a 10.000 vezes o volume do produto derramado.
Cabe ressaltar que se em volume de água agregado ao produto
não é suficiente para diluí-lo em níveis seguros, a situação se
agravará devido ao aumento do volume da mistura.

Como pode se observar a absorção e a coleta são técnicas mais


adequadas comparadas com a neutralização e a diluição.

Pode ser utilizada a tabela a seguir para cálculos rápido de


neutralização. Siga a fórmula: K x Quantidade do Produto (em kg)

Neutralizan HCl H2SO4 Cal CaC NaOH Na2S


te Hidrata O3 O3
da
Fator K

Concentraç 30 33 36 70 98 100 --- 50 98 100


ão

% (m/v)

HCl 30% N N N N N 0,31 0,44 0,6 0,3 N


6 3

HCl 33% N N N N N 0,36 0,50 0,7 0,3 N


3 6

HCl 36% N N N N N 0,40 0,55 0,8 0,4 N


0 0
HNO3 98% N N N N N 0,60 0,80 1,2 0,6 N
5 5

H2SO4 70% N N N N N 0,42 0,76 1,4 0,5 N


4 7

H2SO4 98% N N N N N 0,80 1,10 1,6 0,8 N


0 0

Cl2 N N N N N 1,10 1,50 1,8 0,9 N


0 0

NaClO 12% N N N N N N N N N 0,28

NaOH 50% 1,5 1,3 1,2 0,8 0,6 N N N N N


1 9 7 9 3

NaOH 98% 3,0 2,7 2,5 1,7 1,2 N N N N N


3 7 0 5 5

Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas

Esta classe agrupa os produtos que apresentam riscos


diferentes das demais classes.

Para estes produtos se aplicam todos os procedimentos básicos


descritos neste trabalho, além de outros específicos segundo o tipo
de produto e lugar do acidente.

Grupos de indícios para detectar a presença de materiais


perigosos

Identificação de materiais perigosos

Todos temos nossa experiência e exemplos sobre a importância


da verificação da informação recebida em um primeiro momento e de
como está as circunstâncias do comunicante, a situação da
emergência e pelas próprias dificuldades de receber uma informação
completa em um primeiro instante, que nem sempre se ajusta a
realidade. Assim mesmo, a falta da informação sobre a existência de
materiais perigosos faz com que em muitas ocasiões se corram riscos
que deveremos considerar desnecessários.

Portanto, diante de um incidente em que estes possam estar


envolvidos MMPP e frente ao impulso inicial de atuar com a máxima
velocidade, se deve impor um primeiro reconhecimento para entre
outras coisas, identificar a MMPP implicada.

Há sete métodos básicos de identificação de materiais


perigosos. São eles:

• Lugar e atividade;

• Tipo e forma dos recipientes;

• Sinalização e cores;

• Placas e etiquetas;

• Fichas e documentos;

• Equipamentos de detecção e medida;

• Sentidos.

A identificação ou verificação da informação recebida, pode


realizar-se na maioria dos casos a distancia, com a utilização se for
necessário, de binóculos, evitando desta forma submeter o pessoal
que intervém a riscos desnecessários sendo que sejam identificados
com segurança aos perigos existentes.

Método 1: Lugar e Atividade

A presença da MMPP, não somente estão restringidas as


emergências produzidas na indústria ou no transporte, sem que
também nos podemos encontrar em supermercados, garagens, e
inclusive em nossos trabalhos.

Essas localizações potenciais podem ser classificadas em 4


áreas básicas:

• Produção;

• Armazenamento;

• Transporte;

• Utilização.

Sendo que em muitas localizações é clara a presença de


materiais perigosos, em outros casos é muito mais duvidoso a
prioridade da determinação de sua presença.
Diante de uma emergência com MMPP, a localização da mesma
em alguma das 4 áreas básicas, nos pode dar desde os primeiros
momentos alguma referência sobre o tipo ou tipos de produtos que
podem estar envolvidos.

Por outro lado, é importante para a determinação destes


lugares potencialmente, realizar em cada comunidade e com caráter
preventivo, uma análise dos riscos existentes e de sua localização.

Método 2: Tipo e Forma dos Recipientes

O 2º método para identificar os materiais perigosos envolvidos


em um incidente, consiste em observar as características (tamanho,
forma, etc.) do recipiente que contém tal produto.

A forma de alguns recipientes é tão característica que a


presença de alguns materiais perigosos pode ser determinada. Este
indicador se converte particularmente importante quando se produz
um incidente no transporte.

Recipientes indicativos incluem os utilizados para o transporte


de materiais radiativos, produtos pressurizados, criogênicos e
corrosivos entre outros.

Veículo que pode conter cargas perigosas misturadas.

Veículo para conter cargas corrosivas

Método 3: Sinalização e Cores


A cor é utilizada cada vez mais na sinalização de segurança por
um sistema rápido de identificação de riscos.

Os recipientes que contém materiais perigosos, tem marcas


específicas ou cores que dão alguma indicação de seu risco, ou ao
menos, de seu conteúdo.

Entre a larga variedade de cores naturais existentes, se


selecionou e normalizou aqueles que por si só ou acompanhados de
símbolos, fixam tanto o risco como os níveis dos mesmos e em muitos
casos servem para orientar os atendentes da ocorrência.

Tubos industriais e cores de identificação

Em emergências intervindo tubulações industriais,


especialmente plantas químicas, a primeira coisa a fazer é identificar
o tipo de fluido que estão envolvidos. Pela cor se saberá todo
momento o produto afetado e se atuará com precisão. As cores
normalizadas se aplicam a tubulações grandes em bandas de 20-
25cm de diâmetro junto a válvulas, bombas e nome do produto e
fixar-lo nos lugares mais visíveis. A normativa recomenda empregar
pigmentos resistentes, para que os ácidos e outros fluidos que
circulem pelas tubulações não alterem ou deteriorem as cores de
identificação.

Sinalização por cor dos gases industriais

É imprescindível que os operadores conheçam a sinalização dos


gases industriais contidos nos cilindros. Desta forma e diante de
qualquer emergência, poderemos identificar a distância e com
rapidez, qualquer gás e atuar corretamente em cada caso. Os gases
contidos em cilindros ou garrafas, se identificam segundo seja sua
cor.

Corpo

A cor do corpo do cilindro identifica o grupo a que corresponde


o gás contido (Ex.: vermelho: gás inflamável).

Ponta

As cores do topo, permitem conhecer o gás contido em função


da cor do corpo do cilindro (Ex.: corpo vermelho e topo marrom:
acetileno).
Nas misturas dos gases industriais, os corpos dos cilindros vão
pintados com a cor correspondente ao gás majoritário, e os topos vão
pintados em forma de quartos com cores dos gases componentes.

As misturas de gases utilizados para fins específicos (misturas


de calibração), levam no corpo e topo a cor prateada.

Método 4: Placas e Etiquetas

Outro método de identificação das MMPP, consiste na colocação


nas unidades de transporte e nos fechos que contenham este tipo de
produto de painéis, etiquetas e rótulos especiais, indicativos de seus
riscos.

Estes sistemas de identificação, são simplesmente outra pista a


qualquer hora de identificar as MMPP, e podem não ser considerados
como uma definitiva fonte de identificação, visto que a experiência
demonstra que um número substancial de veículos sinalizados
incorretamente ou sem sinalizar.

Os procedimentos para identificação de MMPP mediante estes


sistemas são:

• Nome da mercadoria;

• Número ONU;

• Painel;

• Código europeu;

• Código HAZCHEM

• Código NFPA.

Nome da mercadoria; Número ONU.

Com a finalidade de facilitar a identificação de cada uma das


substâncias perigosas, foi adotado um código numérico de quatro
dígitos, dando um número a Daca uma das mercadorias perigosas:
número ONU.

A utilização do número das Nações Unidas, resolve o problema


dos distintos nomes técnicos que podem ter os produtos em cada
idioma e evita confusões que podem produzir-se devido ao uso de
diferentes denominações comerciais para um mesmo produto.

Em cada recipiente deve estar a designação oficial de


transporte da mercadoria perigosa e o correspondente número ONU.

Placas de perigo e rótulos

As placas de perigo indicativas dos riscos, estão destinadas


principalmente a ser colocadas sobre as mercadorias ou sobre os
recipientes que os contém.

O sistema de placas se baseia na classificação das mercadorias


perigosas e tem as seguintes finalidades:

• Fazer com que as mercadorias perigosas sejam facilmente


reconhecíveis a distância pelo aspecto geral (símbolo, cor,
forma) de suas placas;

• Fazer que a natureza do risco seja facilmente reconhecível


mediante símbolos. Os cinco símbolos principais são:

o A bomba: perigo de explosão;

o A chama: perigo de incêndio;

o A caveira e ossos cruzados: perigo de envenenamento;

o Tabela em trevo: perigo de radioatividade;

o Líquidos gotejando em um tubo de ensaio sobre uma mão


e uma placa: perigo de corrosão.

Outros símbolos conhecidos são:

• Uma chama sobre um círculo: comburentes;

• Uma garrafa: gases comprimidos não inflamáveis;

• Três luas minguantes sobre um círculo: substâncias infecciosas;

• Um X sobre um gérmen de trigo: substâncias nocivas que


devem ser postas a distância de alimentos;

• Sete faixas verticais: substâncias perigosas diversas.


Os rótulos são etiquetas de perigo ampliadas e devem ir postas
nas paredes externas das unidades de transporte para advertir que
as mercadorias transportadas são perigosas e apresentam riscos.

As unidades de transporte que levam MMPP ou resíduos, devem


levar rótulos ao menos em um dos lados opostos da unidade.

Exceto nas mercadorias classe 1, todas as outras devem levar o


número ONU da mercadoria no centro da etiqueta, ou uma placa
laranja de 30x23, colocada ao lado do rótulo.

Painel laranja

O painel laranja é uma placa retangular de 40x30 ou 40x40, de


cor laranja dividida horizontalmente por uma raia negra e com uma
borda negra, que se utiliza para sinalizar algumas unidades de
transporte de mercadorias perigosas.

Na parte superior do painel figura o código de perigo, um código


numérico que indica risco das
mercadorias transportadas. Se compõe
de dois ou três dígitos e as vezes uma
letra.

A cada dígito existe um significado


correspondente e segundo ele é
situado o primeiro, segundo e terceiro, com importâncias diferentes.

O dígito que está colocado em primeiro lugar indica o risco


principal da mercadoria transportada. O segundo ou terceiro dígito
indicam os perigos secundários. Na parte inferior do painel aparece
um número de quatro dígitos que indica o tipo de produto que é
transportado: número ONU.

Código Europeu

Código de Perigo

Código de Produto

Código de Identificação de Produto


É o número ONU de quatro dígitos designado oficialmente na
Europa a cada produto. Na ficha estão relacionados:

• Código de Identificação de Perigo;

• Placas de Perigo.

Código Hazchem

Código Hazchem é utilizado no transporte de MMPP no Reino


Unido. Este código não indica sobre as propriedades de um produto
químico, mas concentra-se em proveito imediato de emergência que
deve ser feito para atenuar os efeitos do incidente, e também garante
a segurança de pessoas com equipamento de emergência .

Está dividido em cinco sessões:

• Código de ação de emergência: consiste em um número


seguido por um máximo de duas letras.

O número de uma cifra se refere aos meios de extinção que


devem ser utilizados.

É importante ressaltar que sempre se pode usar meios de


extinção que possuam um número maior do que o indicado, mas em
nenhum caso pode ser utilizada um número menor do que indicado.
Por exemplo, se o número indicado é 2 (água em forma de neblina)
pode ser usado para extinção dos meios 3 (espuma) e 4 (seco
agente), mas em nenhum caso pode usar o número 1 (jato de água).

As letras apresentam outras indicações:

• W,X,Y,Z advertem que é necessário conter o produto e prevenir


sua entrada no meio ambiente reduzindo ou prevenindo danos;

• P,R,S,T avisa sobre a necessidade de diluir a substância e


permitir sua drenagem se ela não causa danos ao meio
ambiente;

• P,R,W,X indicam também que deve ser utilizado proteção


pessoal completa, como diz a CHA e traje de proteção química;

• S,T,Y,Z indicam que é necessário proteger-se com o uniforme


completo e ar mandado. Estas letras se apresentam as vezes
em letras brancas sobre fundo negro. Isso indica que em
circunstâncias normais, se requer exclusivamente o uniforme
completo de proteção contra incêndios. Somente quando a
substância está incendiada se requer o uso de proteção
respiratória.

• P,S,W,Y também indicam que a substância pode reagir


violentamente e os que trabalham na emergência deverão
assegurar que as operações se realizem em uma distância
segura ou protegidos.

“E” indica que se deve considerar a evacuação da zona, tendo


em conta que muitas vezes é mais seguro permanecer protegido,
dentro de um edifício com portas e janelas fechadas.

Diamante de Perigo

O diamante de perigo é um sistema de identificação


recomendado para produtos químicos perigosos, pela NFPA (National
Fire Protection Association - EUA). O diagrama, denominado
“diamante de perigo”, é um sensível e útil sistema de identificação de
produtos químicos perigosos, fácil de compreender e cujo o fim é
alertar apropriadamente, com informação básica, para poder proteger
vidas, tanto a comunidade como o pessoal que combate uma
emergência em uma planta industrial, áreas de armazenamento ou
em emergências durante o transporte.

Este sistema de identificação fornece uma visão geral dos


perigos inerentes a cada produto químico, bem como uma indicação
da ordem de gravidade de tais riscos sob condições de emergência,
como incêndios, vazamentos e derramamentos.

O diagrama identifica os perigos de um material entre


categorias, denominando "Saúde", "Fogo" e "Reatividade", e indica a
ordem de gravidade em cada uma das três categorias através de
cinco níveis, que variam de quatro (4 ), Indicando a mais grave
ameaça ou perigo, para zero (0), o que indica a ausência de um
perigo especial.
No diamante de perigo o termo "saúde", é identificado pela
esquerda, na cor azul, o perigo de "inflamável" no topo, em vermelho,
e o perigo de "reatividade", à direita, em amarelo . O espaço abaixo é
usado para identificar um reatividade com a água: bem, se ela estiver
vazia indica que você pode usualmente utilizar água como agente de
extinção. Um W com uma linha atravessada pelo seu centro é usada
para alertar o pessoal para a luta contra o incêndio do possível perigo
no uso da água. O espaço abaixo também pode ser usado para
identificar perigos das emissões radioativas pelo símbolo. Químicos
oxidantes também são identificados no espaço abaixo desta pelas
letras OX.

VERMELHO - INFLAMABILIDADE, onde os riscos são os seguintes:


4 - Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis, materiais pirotécnicos
3 - Produtos que entram em ignição a temperatura ambiente
2 - Produtos que entram em ignição quando aquecidos
moderadamente
1 - Produtos que precisam ser aquecidos para entrar em ignição
0 - Produtos que não queimam

AZUL - PERIGO PARA SAÚDE, onde os riscos são os seguintes:


4 - Produto Letal
3 - Produto severamente perigoso
2 - Produto moderadamente perigoso
1 - Produto levemente perigoso
0 - Produto não perigoso ou de risco mínimo

AMARELO - REATIVIDADE, onde os riscos são os seguintes:


4 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão a
temperatura ambiente
3 - Capaz de detonação ou decomposição com explosão quando
exposto a fonte de
energia severa
2 - Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas
e/ou pressões
elevadas
1 - Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando
aquecido
0 - Normalmente estável

BRANCO - RISCOS ESPECIAIS, onde os riscos são os seguintes:


OXY Oxidante forte
ACID Ácido forte
ALK Alcalino forte
Incompatível com água

Radioativo

Sistema padronizado para identificação de risco de incêndio


de materiais perigosos (NFPA 704)

O sistema de informação baseia-se no "diamante de 704", o que


representa visualmente as informações sobre as três categorias de
risco para a saúde, inflamabilidade e reatividade, para além do nível
de gravidade de cada um. Ele também observa dois perigos
especiais: reação com a água e poder oxidante. O diamante oferece
informação imediata, ainda que ao custo da precisão devido não
poder identificar qual produto ao olhar para ele. O sistema standard
(padrão) usa números e cores em um aviso para definir os perigos
básicos do material perigoso. Saúde, inflamabilidade e radioatividade
são identificadas e classificadas em uma escala de 0 a 4, dependendo
do grau de perigo.

As classificações dos produtos químicos individuais podem ser


encontradas no Guia para Materiais Perigosos da NFPA.

A informação pode ser útil, não somente em emergências mas


também durante as atividades de atenção a longo prazo quando se
requer caracterizar uma avaliação.

Fichas de Segurança

A regulamentação nacional para o Transporte de Mercadorias


Perigosas por Estrada, exige que todos os veículos que transportam
mercadorias desse tipo e em antecipação de qualquer acidente têm
que ter escrito uma "ficha de segurança."
Podemos enquadrar as fichas de segurança em dois grandes
grupos:
• Número de perigo

Este tipo de ficha abrange todos os produtos que têm o mesmo


código de perigo. Eles têm a vantagem de reduzir o número de fichas,
permitindo assim um acesso mais rápido às informações e em um
menor volume, por isso é muito manejável. No entanto, por ser tão
geral elas não são muito precisas.

• Pelo número do produto

Cada produto possui uma forma ficha. Isto permite uma maior
precisão e de ação específica. Dado o grande número de produtos
que são transportados todos os dias e que está sempre aumentando,
o número de fichas é elevado e, portanto, o seu arquivo é muito
grande, tornando o seu transporte e utilização mais difíceis.

Dentro de cada grupo existem diferentes modelos, basicamente


todos seguem o mesmo esquema:

• Natureza dos perigos;

• Instruções gerais;

• Medidas em caso de fuga e incêndio;

• Primeiros socorros.

No transporte ferroviário, embora nem o RID ou o TPF indicar


alguma coisa, uma instrução interna da RENFE afirma que os
maquinistas deverão ter as "fichas de dados de segurança das
mercadorias perigosas transportadas”.

Em relação ao transporte marítimo, essa ficha não existe, mas


todos os barcos que transportam MMPP devem ter uma cópia do
código IMDG, bem como um livro chamado "Índice de emergência" e
outro livro chamado "Guia para a Organização Marítima Internacional
de Primeiros Socorros" . Ambos os livros dão instruções para a ação
em caso de fuga, incêndios e outras emergências, bem como as
orientações para o tratamento de feridos em resultado dos incidentes
das mercadorias perigosas.

O regulamento de MMPP pelo ar, torna obrigatório o


conhecimento do piloto em comando na vasta gama de informações
sobre as mercadorias perigosas carregadas, assim como as
instruções para a tripulação de vôo sobre as medidas que devem
adotar no caso de situações de emergência.
As fichas também devem encontrar-se em todos os veículos no
parque de Intervenção e Serviços, para garantir que as suas ações,
nestes casos, são corretas e eficazes.
Existem vários modelos de fichas (tarjas, destacáveis, etc.) que
abrangem grande quantidade de produtos. Estas fichas nunca podem
substituir as que foram sinalizadas no regulamento do TPC, sendo que
só podem ser utilizadas para fins operacionais e de informações.

Equipamentos de Detecção e Medição

Equipamentos e aparelhos para detecção e medição


(explosímetros, tubos colorimétricos, etc.), são possíveis de dar-nos
pistas e os dados relativos à natureza dos riscos, ajudando-nos a
detectar explosivos ou inflamáveis, deficiências de oxigênio, certos
gases e vapores e radiações ionizantes, bem como identificar
materiais específicos envolvidos (SO2, CO2, etc.).

Embora nesta seção consideramos as medidas como uma


ferramenta para identificar MMPP, também pode ser útil para
determinar a localização e o tamanho das zonas e áreas de risco.
Equipamentos de Detecção e Medida

Tipo Risco Identificado Aplicação Comentários

Explosímetro Gases e Vapores Comprovar as concentrações Entendido para


Inflamáveis e de vapores de gás ou vapores utilização normal em
Combustíveis inflamáveis no ambiente atmosferas.
Os filamentos podem
ser danificados por
certos compostos como
o silicone, chumbo e
TETRAETILENO e
atmosferas
enriquecidas com
oxigênio.

Oxímetro Oxigênio Mede a quantidade de oxigênio Algumas substâncias


no ar (cloro, flúor) interferem
e indicam um nível de
oxigênio seguro MESMO
COM DEFICIÊNCIA DE
OXIGÊNIO.
Temperaturas extremas
podem retardar o
movimento do contador.

Tubos Gases e Vapores Indicam a presença e Medida da concentração


Colorimétricos e Específicos concentração de vapores ou do mesmo produto pode
Detectores de gás inflamável e pós em variar entre diferentes
Gases ambientes fabricantes de tubos.
Vários produtos
químicos podem
interferir com as
amostras.
Os tubos têm um
vencimento.
Primeiramente utilizada
para determinar se um
produto químico
específico esta ou não
presente.

pHmetro Corrosão Mede a corrosividade Determina se o produto


é ácido ou base.
Medidas maiores que 12
ou menores que 2
necessitam precaução
extrema.

Detectores e Radiações alfa, beta Define e mede as radiações Os medidores Geiser


Dosímetros de e gama ionizantes não detectam radiações
Radiação alfa.

Sentidos

A cor das placas pode ser vista a uma distância considerável.


Ouvir uma mudança no som de uma fuga de um gás sob pressão,
pode servir como um alerta a uma falha do recipiente.

Os sentidos podem oferecer pistas imediatas para a presença


de materiais perigosos. Para os nossos objetivos "sentidos" refere-se
a qualquer reação física ou psicológica com observação visual da fuga
de um material perigoso. Cheiros, sons incomuns, e vegetação
destruída, são exemplos.

Enquanto eles podem ser avaliados, o sentido é mais difícil de


acompanhar devido à grande variedade de produtos e das várias
reações psicológicas. Por exemplo, certas características químicas
que possam ter um segundo material de uma mesma família não tem
efeitos detectáveis, apesar de ambos serem igualmente perigosas. O
ácido sulfídrico, por exemplo, pode comprometer o bom senso do
olfato e levam a crer que estamos trabalhando em uma área segura,
quando o que acontece é o contrário.

O bom senso não é o principal método de identificação. Em


muitos casos, se você estiver perto o suficiente para cheirar, sentir ou
ouvir o problema, esta perto demais para agir de forma segura.

Os sentidos que utilizam "bom senso" podem nos ajudar a


detectar a presença de perigo.
f. Classificação, Identificação e Verificação
Definições de Materiais Perigosos

As seguintes definições foram extraídas do Código de


Regulamentos Federais, Título 49, Transporte, Partes 1OO 177. Refira-
se as seções de referência para os detalhes completos. Nota: Na
coluna (1), Seção 172.101, Tabela de Materiais Perigosos, o sinal (+)
fixa o nome de embarque próprio e a classe de risco. O nome e a
classe não podem ser alteradas sem que o material ou a classe não
sejam convenientes (Seção 1.72.101(a)(t)).

Material Perigoso: Uma substância ou material o qual foi


determinado pela Secretaria de Transporte capaz de representar um
risco a saúde, segurança e propriedade quando é transportado
comercialmente, e o qual foi designado como tal (Seção 171.8).

Riscos Múltiplos: Um material que reúne a definição de mais de


uma das classes de risco é classificado de acordo com seu
posicionamento na lista da Seção r73.2(a)y.(b).

Fontes para obter informação sobre riscos na reposta a


materiais perigosos

Na análise retrospectiva dos acontecimentos que envolvem


produtos químicos, as suas causas, as falhas na resposta e seu
impacto sobre a saúde humana ou no ambiente, é possível inferir que
um bom planejamento e preparação dos diversos setores envolvidos
na resposta, é um dos elementos que podem contribuir para prevenir
a ocorrência e minimizar os efeitos dos acidentes químicos.

Essa boa planificação e preparação deve ser baseada em


informação confiável, atualizada e acessível. A informação é um
elemento partilhado por todas as atividades relacionadas a um
acidente, quer para a prevenção, preparação e resposta. Em seguida,
deve se procurar responder às seguintes perguntas:

• Que requisitos devem ter as informações?

• Quem são os principais usuários?

• Qual é a natureza da informação que seja necessária e com que


finalidade?

• De que fontes para obter informações?


Que requisitos devem ter as informações para a prevenção,
preparação e resposta a um acidente químico?

Devem ser atualizados. Em dois aspectos:

a) Quanto à fonte, que deverá ser enriquecida com experiências


recentes ocorridas.
b) No que diz respeito aos relatórios atividades levada a cabo
antes, durante e após a ocorrência de um acidente:

• Você deve ser seletiva;

• A difusão da informação deve ter em conta o tipo de receptor a


que se destina e o seu nível de desempenho;

• Tem que ser acessível a todos;

• Deve ser claro, conciso e de fácil compreensão;

• Tem que ser oportuna:

o As informações devem ser fornecidas no momento em


que são exigidas;

o Deve levar em conta que os acidentes não avisam que


vão acontecer, portanto, deve ser possível acessar
informações 24 horas por dia, 365 dias por ano.;

• Tem que ser preparadas e fornecidas por pessoal treinado;

Quem são os principais usuários da informação ?

O pessoal envolvido na organização e planificação da resposta.

Os primeiros a ir até o local do acidente: bombeiros, policiais,


paramédicos, Cruz Vermelha, os trabalhadores em áreas perigosas e
outras construções.
Setor da saúde em todos os níveis da cadeia de tratamento (pessoal
das triagens, hospitais e outras instalações adaptadas, cuidados
intensivos, etc.).

• Organizações de proteção ambiental.

• As autoridades públicas.

• Público em geral (população potencialmente afetada).


• Meios de Difusão.

Quem oferece a informação ?

As principais fontes de informações antes e durante um


acidente químico são:

a) Indústria

Fornece informações relacionadas às atividades, processos e


pontos perigosos, bem como sobre a quantidade e natureza dos
produtos químicos manuseados, transportados e processados.

b) Os centros de informação especializada

Eles estão a compilar, tratar e difundir informações relacionadas


com os produtos químicos. Idealmente, os países têm dois modos: os
centros de reação química e informações toxicológicas. Em países
com maior desenvolvimento industrial e, portanto, mais vulnerável à
ocorrência de acidentes, é mais benéfico ter uma rede de tais
centros, que devem funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano.
Além disso, devem estar estreitamente ligados entre si a nível
nacional, e manter comunicação com as instituições internacionais e
organizações. Estes centros deverão ter pessoal treinado para prestar
as informações em suas bases de dados e publicações, bem como
para a interpretação e adaptação de informações às diferentes
circunstâncias que podem surgir em um acidente químico.

c) Os organismos internacionais

Várias organizações internacionais, tais como o IPCS / OMS


(Programa Internacional de Segurança Química), PNUMA (Programa
das Nações Unidas para o Ambiente), a EPA (Environmental
Protection Agency dos Estados Unidos), ATSDR (Agência para
Substâncias Tóxicas e Registro de Doenças), da OCDE (Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da OPAS
(Organização Pan-Americana da Saúde) elaboram e divulgam
informações relacionadas a produtos químicos, que podem ser
utilizadas a nível nacional pelos reguladores e pelo setor da saúde.

Quais recursos de informação existem, quais estão


disponíveis e para que tipo de usuário ?

São múltiplos recursos de informação que podem ser usados na


prevenção, preparação e resposta a situações de emergência
envolvendo produtos químicos. Descrevemos a seguir alguns dos
mais recomendados, de acordo com o tipo de usuário. Têm sido
considerado diversas fontes de informações: textos impressos, bases
de dados em discos compactos ou acessíveis através da Internet.

Informação para os responsáveis de tomar decisões:


autoridades públicas

Os tipos de informações necessárias estão contidas em manuais


e diretrizes que orientam sobre a forma de organizar as ações de
prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos. Também é
necessária a utilização de recursos:
• Faça inventários de instalações perigosas: localização,
atividades, processos e pontos perigosos, tipos e quantidades
de produtos químicos que estão sendo processados,
armazenados, transportados e utilizados;
• Categorizar os tipos de acidentes que poderiam ocorrer em uma
determinada região;
• Identificar a população potencialmente afetada;
• Relatório sobre instalações médicas disponíveis:
o Localização de hospitais e outras instalações médicas
(clínicas, policlínicas e outras formas de cuidados de
saúde);
o Recursos disponíveis nas instalações médicas: número de
camas, equipamentos médicos, medicamentos e
antídotos, e assim por diante;
o Principal meio de transporte da vítima (ambulâncias,
helicópteros, transporte adaptado, etc.), E as vias de
evacuação;
o Disponibilidade de laboratórios para investigações
clínicas e toxicológicas.

Informação para os primeiros a socorrer o local da


emergência

Exigir informações rápidas, que lhes permitam atuar sobre a


cena do acidente com o menor risco possível. Eles precisam de
informação sobre as propriedades físico-químicas dos produtos
envolvidos no acidente, os seus efeitos clínicos agudos e de longo
prazo, por diferentes vias de exposição, métodos para lidar com um
derrame, um vazamento, incêndio, primeiros socorros às vítimas de
um acidente químico, o equipamento de proteção pessoal e temas
afins.
As principais publicações que podem ser utilizados são:

• As mercadorias perigosas. Guia resposta inicial de emergência.


1992. CANUTEC. Canadá.
• Guia respostas de emergência. Primeira resposta aos acidentes
com materiais perigosos.

• Manual de Segurança. Chile.

• Guia de resposta a emergências causadas por materiais


perigosos. 1992. SETIQ. México.

Na Internet são as seguintes fontes:

ERG - Guia 2000 norte-americano de Resposta de Emergência


(Granada 96)
http://www.tc.gc.ca/canutec/erg_gmu/erg2000_menu.htm
(Desenvolvido em conjunto por Transportes do Canadá, o
Departamento dos Transportes dos Estados Unidos (DOT) e do
Ministério das Comunicações e Transportes do México (SCT), para
utilização pelos bombeiros, polícia e serviços de emergência pessoal
que pode ser o primeiro a chegar à cena de um incidente durante o
transporte de materiais perigosos).

MSDS. Material Safety Data Sheet

http://www.ilpi.com/msds/index.html
Permite o acesso a vários sites onde você pode encontrar
informações sobre fichas técnicas de segurança dos produtos
químicos.

Chemical Hazard Response Information System (CHRIS)


http://152.121.2.2/hq/g-m/mor/Articles/CHRIS.htm
Além de fornecer informações sobre as propriedades físicas e
químicas das substâncias, o risco de incêndio, reatividade química,
transporte de dados, etc., que pode ser utilizado por múltiplos
usuários, oferece um resumo do conteúdo, as suas características,
ações emergenciais e medidas de primeiros socorros.

A apresentação destas fontes facilita a busca rápida num


momento em que a velocidade é um fator que minimiza a perda de
vidas e efeitos deletérios sobre o meio ambiente. Os produtos
químicos podem ser encontrados por nome ou número de
identificação, que se refere a um guia que reúne os produtos em
função da sua natureza química.

Informação para o pessoal de saúde que oferece assistência


hospitalar

Esse pessoal Isso requer informações pessoais:

• Descontaminação dos pacientes;


• Tratamento médico (incluindo a utilização de antídotos), sob as
circunstâncias, a gravidade das vítimas, vias de exposição e de
disponibilidade de recursos, durante a cadeia de cuidados para
afetados (inclui pré-hospitalar e hospitalar);

• Medidas preventivas que devem ter o pessoal de resgate


responsável para lidar com as vítimas para evitar a
contaminação.

Esta informação pode ser obtida a partir de publicações, tais


como:

• Gerenciamento de incidentes com materiais perigosos. ATSDR.


Volume II: serviços de urgência hospitalar. Volume III: Gestão
orientações médicas para exposições Acute químicos. 1991. É
um excelente material de saúde, tanto a nível dos planejadores
e para os envolvidos na cadeia de tratar as vítimas de um
acidente químico. As informações sobre as características
físicas e químicas, a exposição, percursos, usos, limites de
exposição, propriedades físicas, incompatibilidades, efeitos
agudos e crônicos na saúde, no manejo de pacientes em
diferentes áreas, a partir da fonte de poluição em instituições
de cuidados intensivos, e os princípios do tratamento da
intoxicados, incluindo antídototerapia;

• Sullivan J.B. G.R. & Krieger Materiais perigosos, toxicologia.


Clínica e princípios de saúde ambiental. Williams & Wilkins,
1992. ISBN 0-683-08025-3;

• Substâncias Perigosas Banco de Dados (HSDB)


http://toxnet.nlm.nih.gov . É um banco de dados de texto
completo, com informações sobre 4300 substâncias químicas.
Inclui os aspectos toxicológicos e procedimentos para a gestão
de emergências, produtos detalhes, identificação, propriedades
físico-químicas, guia de emergência da DOT, classificação
NFPA, cuidados nos procedimentos para incêndio, explosão,
incompatibilidade de produtos, equipamentos de proteção
individual, métodos limpeza detritos, e assim por diante.

Como usar o Guia de Resposta a Emergência (Emergency


Response Guidebook – ERG)

Um: Identifique o material


Encontrando qualquer dos seguintes:
• Número de identificação;
• Placas de sinalização;
• Fichas de segurança;
• Fichas de transporte.

Dois: Busque o número na guia de três dígitos


Correspondente ao material em qualquer das seções:
• Número do índice (páginas de borda amarela);
• Nome do material (páginas de borda azul).

Se o número está com a letra P, isso indica que o material pode


sofrer polimerização violenta se submetido ao calor ou contaminação.
Se a entrada do índice esta destacada (tanto nas páginas
amarelas ou na cor azul), são materiais com risco de Tóxico por
inalação (RIT), uma arma química ou é um material que reage
perigosamente com a água (produz gases tóxicos em contato com
água).
Busque o número de identificação e o nome do material na
tabela de isolamento inicial e distâncias de ação protetora (páginas
de borda verde). Se for necessário, comece imediatamente as ações
de proteção. Se não são necessárias ações de proteção, utilize a
informação da Guia de Emergências dos três dígitos correspondentes.

Use a guia 112 para todos os explosivos, exceto para aqueles


explosivos da classe 1.4 (explosivos C) os quais se deve usar a guia
114.

Três: Muda para a guia numerada (páginas de borda laranja)


Se um número da guia não pode ser obtido seguindo os passos
anteriores e se pode ver uma placa ou sinal, busque na tabela
(páginas 16-17) e passe para a guia de três dígitos.

Se não se pode encontrar uma referência a uma guia e se crê


que este incidente envolva materiais perigosos, mude para a guia
111, e use-a visto que não existe mais informações disponíveis. Se o
documento de transporte indica um número de telefone de resposta a
emergência, chame esse número. Chame imediatamente o organismo
responsável exibido na porta traseira do veículo. Proporcione a maior
quantidade de informações possíveis, tal como nome do
transportador e número do veículo. Como último recurso consulte a
tabela de identificação de veículos de carga (páginas 18-19). Se o
veículo pode ser identificado utilize a guia correspondente. Grave a
guia correspondente a pior situação possível.

Guia de Resposta

O Emergency Response Guide 2004 (GRE 2000) foi


desenvolvido em conjunto pelo Departamento de Transportes do
Canadá (TC), o Departamento de Transportes dos Estados Unidos
(DOT) e do Ministério das Comunicações e Transportes do México
(SCT) para uso por bombeiros, policiais e outros serviços de
emergência que podem ser a primeira a atuar sobre a cena de um
acidente de transporte de materiais perigosos.
Principalmente é um guia para ajudar os primeiros na cena,
com uma rápida resposta e uma rápida identificação dos perigos de
forma genérica ou específica dos materiais envolvidos no incidente, e
para proteção pessoal e do público em geral durante a fase inicial do
incidente. Para efeitos do presente guia, a "resposta inicial é a fase ou
período que se segue à chegada ao local do acidente durante o qual a
presença e / ou identificação de um material perigoso for confirmada,
ações preventivas são iniciadas, se faz o isolamento da área, e
solicita o apoio de pessoal especializado. Este guia não descreve as
propriedades físicas e químicas de materiais perigosos.
A GRE 2000 integra na lista de materiais perigosos na edição
mais recente as Recomendações das Nações Unidas, bem como
outros regulamentos nacionais e internacionais.
Os explosivos não são listados numa base individual ou na lista
de nomes ou os números de identificação, apesar de aparecerem sob
o nome de "explosivos" na primeira página do Índice Números de
Identificação (páginas amarelas) e no nome da lista de material
(páginas azuis).
Por sua vez, a letra "P" que aparece após o número de
rastreamento, tanto nas páginas amarelas e azuis, identifica as
substâncias de risco de polimerização em determinadas condições,
tais como a acroleína, exibida na Guia 131p.
O pessoal de emergência em resposta com materiais perigosos
deve ser procurado o mais rapidamente possível, passando as
informações sobre qualquer produto que esteja envolvido no
incidente.
As informações obtidas da agência servem para entrar em
contato com a resposta a situações de emergência, pelo telefone em
caso de emergência ou de rever as informações e os documentos que
acompanham a transferência, pode ser mais específicos e precisos
que esta guia para tomar medidas para controlar os materiais
envolvidos.

Conteúdo da Guia

Páginas Amarelas:

Nesta seção, as substâncias são listadas em ordem numérica,


de acordo com uma série das Nações Unidas (ONU). O objetivo desta
seção é o de identificar rapidamente o diretório de emergência da
ONU como o número da substância envolvida no acidente. Nesta lista
são exibidos 4 dígitos do número da ONU, seguido do número do
"Guia de Emergência" e, finalmente, dado o nome da substância.
Páginas Azuis:

O objetivo desta seção é o de identificar rapidamente no "Guia


de Emergência" a partir do nome a substância envolvida no acidente.
Esta lista mostra o primeiro nome da substância, seguido da "Guia de
Emergência" e atribui o seu número da ONU.

Páginas Laranja:

Esta é a mais importante seção do guia, porque aqui é onde


você definir todas as recomendações de segurança.
Compreende um total de 62 "Guias de Emergência", fornecendo
dicas de segurança e de informações de resposta de emergência para
proteger o bombeiro e o público. Cada uma das "Guias de
Emergência" destinam-se a cobrir um grupo de substâncias que
tenham as mesmas características químicas e toxicológicas.

Páginas Verdes:

Ela é dedicada a materiais que produzem grandes quantidades


de gases tóxicos (RIT), quando em fuga para água. Esta seção é
constituída por uma tabela que lista, em ordem numérica
(dependendo do número das Nações Unidas), apenas as substâncias
que são tóxicas por inalação (Materiais com Risco Tóxico por
inalação), incluindo armas de destruição em massa (armas químicas),
substâncias que em contato com a água produzem vapores tóxicos.
Esta tabela fornece dois tipos de distâncias de segurança
recomendadas: "O isolamento distância para a rodada inicial" e "À
distância de proteção de pessoas de acordo com a direção do vento,
a partir do dia ou da noite."

Materiais com Risco Tóxico por Inalação

Trata-se de um líquido ou gás que é conhecido por ser muito


tóxico para a saúde humana e pode causar um risco para a saúde
durante o transporte ou na ausência de dados de toxicidade em
humanos, se presume ser tóxico para o homem devido aos testes em
animais de laboratório que obtiveram um valor de concentração letal
50 (LC50) que não seja superior a 5000 ppm.
É importante notar que o termo "áreas de risco" não
representam uma área ou a distância. A atribuição destas áreas é
estritamente na base da concentração letal 50 (LC50) (por exemplo,
uma Área de Risco Um é mais tóxica do que uma Zona D). Todas as
distâncias são listadas nas páginas verdes e são calculados mediante
o uso de modelos matemáticos para cada material com risco de
Tóxico por inalação.
A atribuição de áreas de risco é a seguinte:

• Zona de risco A: CL50 igual ou inferior a 200 ppm;


• Zona de risco B: CL50 maior que 200 ppm e inferior ou igual a
1000 ppm;
• Zona de risco C: CL50 maior que 1000 ppm e inferior ou igual a
3000 ppm;
• Zona de risco D: CL50 maior que 3000 ppm e inferior ou igual a
5000 ppm.

Distâncias de Isolamento e Evacuação

As distâncias de isolamento e evacuação estão refletidos na


guias de Emergência (páginas laranja) e do Quadro de isolamento
inicial e proteção com Distâncias (páginas verdes). Isso pode causar
alguma confusão se o pessoal não estiver totalmente familiarizado
com o guia GRE 2000.
É importante notar que alguns guias dizem respeito não só de
emergência para as substâncias que são tóxicas por inalação (40
guias) mas também referem-se a algumas substâncias tóxicas e não
tóxicas por inalação (22 guias). Um guia abrange tanto uma
substância tóxica quanto uma substância tóxica por inalação. Para as
substâncias ressaltadas, com aumento de ventos na direção o
isolamento deve aumentar a distância mostrada no critério
"segurança pública" que aparece sob o título DERRAMAMENTO sob a
seção EVACUAÇÃO. Lembre-se, se esta frase não aparece no Guia, ele
se refere a uma substância não tóxica por inalação.
Se a substância envolvida é uma substância tóxica quando
inalada (destacado na lista), as distâncias de isolamento e proteção
inicial podem ser encontradas nas páginas verdes. O Guia de
Emergência (páginas laranja) também lembram o usuário sobre o
direcionamento para páginas verde para obter informações
específicas sobre a evacuação.
Se a substância envolvida não se é uma substância tóxica por
inalação, mas o Guia de Emergência refere-se a uma substância
tóxica por inalação, a distância do isolamento se encontra sob o título
de "segurança pública" e é aplicável não só através da inalação de
substâncias tóxicas. Além disso, para os efeitos da evacuação, o Guia
de Emergência informa o usuário na seção EVACUAÇÃO -
DERRAMAMENTO, acrescidos, se necessário, as distâncias de
isolamento de substâncias ressaltadas na direção do vento, o que se
refletiu na "SEGURANÇA PÚBLICA ".

Precauções de Segurança

Entre com cuidado a favor do vento. Evite entrar na área do


acidente. Se há vítimas do acidente, eles devem ser resgatados pelo
pessoal capacitado e com equipamento de proteção adequado, após
a situação ser totalmente avaliada.
Assegurar o lugar. Sem entrar na zona de perigo, isolar a área e
garantir segurança a população e ao meio ambiente.
Manter o público afastado da cena, fora do perímetro de
segurança, em um setor com vento a favor. Mantenha um espaço
suficiente para mover e remover a sua própria equipe.
Identificar os riscos. Os cartazes, rótulos, os documentos, fichas
de dados,
Material de segurança, os quadros de identificação para veículos
pesados e reboques para transporte ferroviário e / ou pessoas.
Avaliar todas as informações à disposição e ver as
recomendações do guia de imediato para reduzir os riscos. Novas
informações fornecidas pela pessoa responsável pelo produto ou
obtidas a partir de outra fonte autorizada são valiosas, você pode
mudar alguns dos detalhes com enfoque no guia. Lembre-se, que o
guia oferece apenas as informações mais importantes para a resposta
inicial em relação a uma família ou classe de materiais perigosos.
Quanto mais informações específicas sobre os materiais, mais
adaptada a resposta será para a situação.
Avaliar a situação. Considere:

- Há um incêndio, um derrame ou um vazamento?


- Quais são as condições climáticas?
- Como está o terreno?
- Quem / O que está em risco: pessoas, bens ou o ambiente?
- Que medidas devem ser tomadas: uma evacuação é necessária? É
necessário
fazer um dique de contenção? Que recursos são necessários
(humanos e materiais) e
que estão imediatamente disponíveis?
- O que pode ser feito imediatamente?

Faça um pedido de ajuda. De um relatório da situação perante


os seus superiores para notificar unidades responsáveis e pedir o
apoio de pessoal.
Decida sobre a entrada no local. Evite tornar-se parte do
problema ao tentar salvar pessoas, proteger as propriedades e o
ambiente, sem equipamentos de proteção apropriados. Entre na área
somente quando se usa o equipamento de proteção adequado.
Responda de forma adequada. Estabeleça um posto de
comando e linhas de
comunicação. Preste socorro às vítimas, tanto quanto possível, e se
for necessário evacue. Mantenha o controle do local. Avalie se a
situação mudou e quantas vezes. O primeiro dever é considerar a
segurança das pessoas na área atingida, incluindo a si próprio.
Não caminhe sobre ou toque no material derramado. Evitar a
inalação de gás,
fumo ou vapor. Presume-se que não existem materiais perigosos
envolvidos. Não assuma que gases ou vapores são inofensivas porque
carecem de odor.

A quem chamar
Ao chegar no local, espera-se que a pessoa que responde
inicialmente reconheça a presença de materiais perigosos,
protegendo as pessoas, a área segura e peça a ajuda do pessoal
treinado logo que as condições o permitirem.
Siga os passos descritos nos procedimentos operacionais da sua
organização e / ou do plano para situações de emergência. Peça
pessoal de assistência qualificado. Geralmente a seqüência de
notificação e pedido de informações técnicas vai além
do que está disponível neste guia, o que deve ocorrer na seguinte
ordem:

• Organização / Entidades
Notificar a sua organização / entidade. Isto irá lançar uma série
de eventos com base nas informações prestadas. As ações podem ir
desde o envio de pessoal treinado para o cenário a fim de ativar o
plano de resposta que os serviços locais de emergência têm.
Assegurar-se que os bombeiros e a polícia foram notificados.

• Número de telefone de resposta em caso de emergência


Localize e ligue para o número de telefone indicado no
documento de embarque. A pessoa que ligar para o número de
resposta deve ter conhecimentos de materiais e de atenuação das
medidas a serem tomadas, ou devem ter acesso imediato aos
conhecimentos exigidos.

• Ajuda Nacional
Contate a unidade de resposta a emergência devidamente
indicados no verso
do guia quando o número de emergência não está disponível. Faça a
chamada descrevendo a natureza do incidente para prestar
informações imediatas sobre a movimentação nas fases iniciais. Pode
ser necessário contatar o carregador ou fabricante de solicitando
informações mais detalhada e pedir assistência no local do incidente,
quando necessário.

Obtenha e de tanta informação quanto você pode:


• Seu nome, número de telefone para receber chamadas, número
de fax;
• A localização e natureza do problema (vazamento, incêndio,
etc.);
• Nome e número de identificação do material envolvido;
• Remetente, ou destinatário / ponto de origem;
• Nome da transportadora, número de caminhões ou carro-
tanque;
• Tipo e tamanho das embalagens;
• Quantidade de material sendo transportado ou derramado;
• Condições locais (temperatura, terreno, a proximidade de
escolas, hospitais, vias navegáveis, etc.);
• Lesões e exposição ao material;
• Serviço de emergência local.

Uso das fichas de informação de segurança de materiais


(MSDS)

Interpretação das fichas de dados de segurança


Uma das ferramentas mais importantes para o gerenciamento
adequado de operações ou incidentes com materiais perigosos, é sim
a Ficha de Dados de Segurança ou também conhecida como MSDS. A
ficha de dados de segurança prove toda a informação relacionada
com o material ou materiais que estão presentes na operação ou em
algum incidente Haz-Mat (Siglas em Inglês para Materiais Perigosos).
Na atualidade existem mais de 5.000.000 de produtos químicos
diferentes e cada um deles representa diferentes riscos, assim é
impossível que alguém possa conhecer todos os produtos químicos
com seus respectivos riscos, mas mesmo assim, toda pessoa que
esteja envolvida com operações onde se trabalhe com materiais
perigosos ou que responda a Incidentes com eles, deve saber onde
buscar informação que seja de sua utilidade.
Não é suficiente colocar fichas de segurança nos lugares de
trabalho para que estejam disponíveis para os trabalhadores ou que o
pessoal de resposta a incidentes HazMat sempre conta com eles ou
que possa ler; o que realmente importa é que todo o pessoal que se
encontra em áreas onde se gerenciam materiais perigosos e que o
equipamento de resposta HazMat possa interpretar os dados que se
pode compilar, e além disso como eles podem relacionar com as
medidas pertinentes para efetivar uma melhor segurança e um
controle adequado do incidente; por conseqüência diminuir todos os
efeitos adversos (danos a saúde, danos ao meio ambiente e/ou danos
as instalações) que se possam chegar a apresentar tanto em
processos operacionais, como em incidentes com materiais perigosos.

É importante mencionar os seguintes aspectos:


• Deve se elaborar uma análise de processo para identificar todos
os materiais que se encontram tanto em armazenagem ou em
processos, se deve considerar tanto matérias primas,
subprodutos e produtos terminados, com a finalidade de
determinar as MSDS que sejam necessárias;
• Em toda operação onde se gerencia materiais perigosos deve
se colocar a MSDS a área de trabalho;
• O fabricante do produto é o responsável de entregar as MSDS a
seus clientes;
• Todas as companhias que transportam materiais perigosos ou
resíduos perigosos devem levar a MSDS e entregá-la quando se
apresenta alguma emergência ou quando seja requisitada por
alguma autoridade.
AVALIAÇÃO DE PERIGO E RISCO

Riscos associados com os materiais perigosos localizados e


transportados e sua ameaça potencial

Para todos os grupos de resposta, o conhecimento das


propriedades e os riscos envolvendo materiais no incidente é o
primeiro fator que deve determinar que, com base neles, deve se
estabelecer a estratégia e a tomada de decisões no controle da
situação de emergência.
A importância do conhecimento das propriedades de materiais
perigosos e os riscos envolvidos em um incidente é o primeiro fator a
determinar, uma vez que, são decisivos para definir os outros
elementos da estratégia de controle, incluindo:
• Definição de áreas de trabalho;
• Áreas de evacuação;
• Seleção de equipamentos de proteção individual;
• Materiais para o confinamento, as medidas de contenção e
absorção;
• Métodos de eliminação ou neutralização;
• Métodos de descontaminação;
• Procedimentos de transvase e processos de recuperação;
• Primeiros socorros para as pessoas expostas;
• Informação básica para as mutualidades e centros de saúde que
atendem a população exposta.

Classificação dos riscos

Os riscos representados pelos materiais são o resultado de suas


propriedades físicas, químicas e biológicas, de modo a lidar com elas,
em matérias perigosas, devemos ter em conta a natureza e assim, é
necessário dividir em 3 grupos:
• Físicos;
• Químicos;
• Biológicos.

A interação entre os materiais perigosos que vazaram ou foram


derramados durante um acidente e o ecossistema (inter-relações
entre os fatores bióticos e abióticos) do lugar, pode levar a criar um
impacto significativo neste último. É tarefa do Grupo de Resposta
Industrial, ter a capacidade de poder avaliar o impacto no ambiente
derivado do acidente.
Existem vários modelos e métodos com enfoque a avaliação de
Impactos Ambientais. Entende-se por metodologia um conjunto de
regras ou normas e de procedimentos que regem a realização dos
estudos de impactos sobre o meio ambiente.
Ao falar das metodologias que podem utilizar-se na realização
dos estudos de impacto ambiental, tem que referir-se a dois tipos de
ações ou cenários:
a) Os que podem produzir pequenos impactos.
b) Os que podem provocar grandes impactos.

Os que podem produzir pequenos ou grandes impactos


tampouco estão relacionados com o modo que se trata grandes
acidentes, mas sim a periculosidade do material e magnitude da fuga
ou derramamento. Da mesma forma, a complexidade do ecossistema
afetado, onde pode ter incluído água, solo, ar, flora e fauna, em
alguns casos são considerados como uma coisa única.
Os métodos para avaliar o impacto ambiental são muito
diferentes em um caso ou outro. A magnitude do impacto pode
decidir o estudo geral e breve do cenário de risco produzido pelo
acidente, em uma avaliação preliminar que deve sempre ser feita, se
operando por visitas sucessivas.
Em conjunto, trata-se de analisar um complexo sistema
constituído, em uma parte, pelos sistemas ecológicos naturais e, de
outra, por uma série de ações tecnológicas. Para eles tentamos
encontrar um modelo que nos represente ou nos de uma idéia real,
mesmo que seja uma escala reduzida, do comportamento do sistema.
É evidente que os modelos matemáticos são um reflexo,
expresso em equações e fórmulas matemáticas, de modelos intuitivos
elementais de nossa imagem do funcionamento do universo e da
mesma forma para as avaliações de impacto ambiental, tem por
objetivo efetuar uma previsão.
Os modelos podem ser dinâmicos ou estáticos, segundo a
introdução ou não destes em determinadas condições.
A primeira fase da construção de um modelo matemático é a
delimitação do sistema, ou seja, assumir o ecossistema em sentido
espacial e também temporal: o chamado universo de análise e a
determinação das unidades territoriais compreendidas ou estudadas
pelo modelo.
O segundo passo é determinar a grosso modo a magnitude do
impacto. A metodologia será muito distinta, enquanto o alcance e
profundidade da avaliação, se o impacto é pequeno ou grande. Para
eles se realiza um estudo preliminar sensível, que nos dará em
seguida uma idéia muito clara daquela magnitude.
Recordando que nas avaliações de impacto ambiental se opera
por aproximações sucessivas, e esse estudo preliminar deve fazer-se
para todas as alternativas.

a) Acidentes com pequeno impacto

Neste caso convém levar a regra às seguintes operações, e


todo ele de forma muito sensível, mediante estudo dos seguintes
aspectos:
• Características ou natureza do acidente;
• Condições e características do território afetado pelo acidente;
• Resguardar incluída proposta para o controle da contaminação
e proteção do entorno ambiental;
• Aspectos do acidente que podem alterar o meio ambiente;
• Aspectos do acidente que podem afetar adversamente ao meio
ambiente e razões que expliquem ou impossibilitem evitar
esses efeitos.

b) Acidentes com grande impacto

Quando se trata de acidentes com grandes impactos, a


avaliação deve incluir o seguinte:
• Descrição geral do acidente;
• Descrição das medidas corretivas previstas para reduzir o efeito
da contaminação;
• Identificação dos problemas humanos;
• Estudo dos fatores ambientais: sócio-políticos, econômicos e
geobiofísicos incluindo um inventário ambiental;
• Lista de indicadores de impacto, assim como métodos utilizados
para determinar suas escalas de magnitude e pesos relativos;
• Avaliação das magnitudes dos indicadores de impacto e do
impacto total do acidente.

Riscos Físicos

Tais riscos são devidos as propriedades físicas das substâncias,


que no caso de materiais perigosos são importantes as seguintes:

• Estado físico ou de agregação da substância no interior do


conteúdo e as
condições ambientes;
• Pressão de vapor;
• Temperatura de ebulição;
• Temperatura de fusão;
• Densidade;
• Viscosidade;
• Tensão superficial;
• Solubilidade dos vapores na água;
• Miscibilidade da substância com a água.

Neste grupo, incluem também as propriedades de risco que


dependem da estabilidade dos núcleos dos átomos que compõem as
moléculas da substância em questão.
Quando há átomos instáveis no núcleo causando radiações
provenientes de várias naturezas, se os átomos vizinhos colidirem
com átomos ou moléculas de ar
ou do material que as rodeia, devido ao seu alto teor energético são
capazes de fazer
eles perdem elétrons ou íons formando outros núcleos atômicos
instáveis, os
quais são conhecidas como "radiação ionizante" e dão lugar aos
chamados
“Riscos Radiológicos”.

Riscos Radiológicos

Como indicado acima, são integradas por terem radiações


ionizantes tem
energia suficiente para ionizar o material que o rodeia e é classificado
da seguinte forma:

Radiações alfa (α ) – de natureza corpuscular é composta de


agrupamentos de átomos hélio (He) e, portanto, têm carga positiva
(+) e massa suficientemente grandes, o que a limita a viagens muito
curtas e sua energia é relativamente baixa em relação às outras
radiações ionizantes.

Radiação beta (β ) – é do tipo corpuscular, composto de elétrons e


conseqüentemente tem carga negativa (-), são menores do que a Alfa e
com mais energia e, portanto, alcançam maiores distâncias.

Radiação gama (γ ) - Não é corpuscular, mas de natureza eletromagnética


com uma onda muito curto (mais curto espaço de espectro
eletromagnético) e, portanto, percorre distâncias virtualmente ilimitadas e
com um elevado teor energético, que a faz muito perigosa.

Radiação X (X) - Não é corpuscular, mas de natureza eletromagnética com


comprimentos de onda superiores a radiação gama, mas ainda muito Curtas
(no espectro eletromagnético, em termos de tamanho, é o menor
imediatamente anterior à radiação gama), com alto teor energético e capaz
de viajar grandes distâncias.

Nêutrons (n0) - De natureza corpuscular, partículas subatômicas sem


carga elétrica, que podem ter alta ou baixa energia, sendo a mais
perigosa por causa da baixa energia e de viajar mais devagar, dando-
lhes oportunidade de colidir com os núcleos dos átomos instáveis.

Pósitrons (β +) - De natureza corpuscular, corresponde a anti-partícula


dos elétrons, mas com carga positiva (+).

Para avaliar os riscos das radiações ionizantes devem ser


levadas em conta as suas naturezas, como já indicado antes, e além
disso:
a) Se for emitida fora ou dentro do objeto biológico ou em outras
palavras, se são fontes externas, ou de fontes internas, sendo este
último o mais perigosos.

b) Os 3 fatores que dão maior segurança no manuseio de radiação


ionizante: maior distância, tempo de exposição e roupas de proteção
e blindagem.

Riscos Químicos

São aqueles que resultam das propriedades químicas das


substâncias e podem ser divididas em:

Combustão

É a reação química entre um doador de elétron e um receptor


de elétron (oxidante e redutor) com uma alta velocidade de reação e
uma grande produção energia na forma de calor e luz.

São necessários 4 fatores para que exista fogo:


a) Combustível.
b) Oxigênio (ou outro comburente).
c) Calor (energia de ativação).
d) Reação em cadeia.

Toxicidade

Este risco é da propriedade de uma substância para inferir


algumas das reações
bioquímicas do metabolismo biológico , causando a sua resposta que
pode variar de danos a um local temporário e morte.
No entanto, uma vez que este tema é bastante extenso para
um grupo de Resposta de Emergência, será julgado em separado, a
fim de desenvolver vários dos parâmetros de avaliação.

Corrosividade

O fenômeno da "corrosão", embora se identifica como a


degradação de um material pode ter dois tipos de reações químicas:
1. A reação eletroquímica onde existem transferências
eletrônicas entre duas substâncias, onde um deles é um elemento ou
a liga deles e, na qual o item ou a liga ou outra substância dá elétrons
indo para a forma iônica.
2. A segunda maneira é que ele pode vir como uma reação
entre os dois reagentes químicos, um doador de elétron e um
receptor de elétron ou doador e receptor de próton, que tem uma
velocidade mais ou menos elevada e não requer ativação.

Reatividade

É a facilidade com que as substâncias reagem, quer para


produzir uma série de produtos pela decomposição ou reação com
outros produtos.

Do ponto de vista de materiais perigosos, interessam aquelas


reações que se requer baixa energia de ativação (-∆ G0) e que
desprendam grandes quantidades de energia (entalpia) (-∆ H0).

Por outro lado, ele deve ter em conta que existem outros
fatores que influenciam a velocidade da reação, tais como: pressão,
temperatura, superfície contato, o estado físico das substâncias, bem
como a presença de um catalisador ou impurezas.

Conhecendo as propriedades químicas do material perigoso,


você pode identificar outras substâncias que podem reagir com eles
que definem a "compatibilidade" desse material.

Riscos Biológicos

Com materiais perigosos "Riscos Biológicos" são aqueles que


podem causar doenças e podem ser divididas em:

• Patogenicidade (transição entre os vivos e inertes);


• Bactérias patogênicas (através de suas toxinas);
• Toxinas de bactérias patogênicas;
• Organismos parasitas do Reino Protista;
• Do Reino Fungi alguns fungos;
• Toxinas de alguns seres do Reino Plantae;
• Toxinas de alguns seres do Reino Animal.

Este tipo de risco é um dos mais perigosos visto que não há


instrumentos para determinar se ocorreu exposição. Em muitos casos
se conhece que houve exposição quando se apresentam os sintomas
da doença.

Frases de Risco

Como na fichas de dados químicos disponíveis em muitos países


agora contém os códigos para certo “risco expresso”, estes levam
sentidos e frases aos códigos:
• R1 – Explosivo quando seco;
• R2 – Risco de explosão por choque, fricção, fogo ou fonte de
ignição;
• R3 – risco extremo de explosão por choque, fricção, fogo ou
fontes de ignição;
• R4 – forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis;
• R5 – o aquecimento pode causar uma explosão;
• R6 – explosivo com ou sem o contato com o ar;
• R7 – fogo;
• R8 – o contato com material combustível pode causar fogo;
• R9 – explosivo quando misturado com material combustível;
• R10 – inflamável;
• R11 – altamente inflamável;
• R12 – extremamente inflamável;
• R13 – gás liquefeito extremamente inflamável;
• R14 – reação violenta com a água;
• R15 – contato com água libera gases extremamente
inflamáveis;
• R20 – Nocivo por Inalação;
• R21 – Nocivo em contato com a pele;
• R 22 – Nocivo por Ingestão;
• R23 – Tóxico por inalação;
• R24 – Tóxico em contato com a pele;
• R25 – Tóxico por ingestão;
• R26 – Muito tóxico por inalação;
• R27 – Muito tóxico em contato com a pele;
• R28 – Muito tóxico por ingestão;
• R33 – Perigo de efeitos cumulativos;
• R 36 – Irritante para os olhos;
• R39 – Perigo de efeitos irreversíveis muito graves;
• R40 – Possibilidade de efeitos irreversíveis;
• R45 – Pode causar câncer;
• R46 – Pode causar alterações genéticas hereditárias;
• R48 – Risco de efeitos graves para a saúde em caso de
exposição prolongada;
• R49 – Pode causar câncer por inalação;
• R50 – Muito tóxico para os organismos aquáticos;
• R60 – Pode prejudicar a fertilidade;
• R61 – Risco durante a gravidez com efeitos adversos para o
feto;
• R62 – Possíveis riscos de prejudicar a fertilidade;
• R20/21/22 – Nocivo por inalação, em contato com a pele e por
ingestão;
• R23/24/25 – Tóxico por inalação, em contato com a pele e por
ingestão;
• R39/23/24/25 - Tóxico: Risco de efeitos irreversíveis muito
sérios por inalação, em contato com a pele e por ingestão;
• R36/37/38 - Irritante para os olhos, vias respiratórias e pele;
• R 50/53 – Muito tóxico para os organismos aquáticos, podendo
causar efeitos negativos a longo prazo no ambiente aquático;
• R 51/53 – Tóxico para os organismos aquáticos, podendo causar
efeitos negativos a longo prazo no ambiente aquático
• R36/38 – Irritante para os olhos e pele;
• R21/22 – Nocivo em contato com a pele e por ingestão.
PRIMEIRA RESPOSTA A NIVEL OPERACIONAL

Identificação e avaliação de riscos

O primeiro passo para a concretização efetiva da prevenção e


da intervenção deve ser a identificação e avaliação dos riscos a que
estão expostas uma região, de modo que possam ser tomadas
medidas para facilitar a redução e gestão de tais riscos e
planejamento de intervenções de emergência.

No caso dos acidentes tecnológicos causados por substâncias


perigosas, deve se proceder de acordo com a seqüência descrita
abaixo (você pode fazer ajustes de acordo com condições específicas
de uma determinada região):

a. Inventário de estatísticas de acidentes provocados por substâncias


perigosas na região abrangida pelo estudo;

b. Inventário de atividades em que as substâncias perigosas são


tratadas:

• Indústria;

• Comércio;

• Terminais;

• Transporte sistemas:

o Terrestres;

o Ferroviários;

o Marítimos;

o Fluviais;

o Viadutos.

c. Caracterização das substâncias e suas respectivas quantidades.

d. Identificação dos riscos e possíveis conseqüências provocadas por


quaisquer acidentes, incluindo as atividades e os produtos
identificados.

e. Implementação de medidas para reduzir os acidentes e gestão de


risco.
Estas atividades não só fornecem os resultados de um ponto de
vista preventivo (redução e gestão do risco), mas também as
informações fundamentais para o planejamento de um sistema de
atendimento de acidentes tecnológicos na região de estudo.

Planejando um sistema de atendimento de acidentes


ambientais casa tecnologia

Tal como na fase anterior, o planejamento de um sistema de


atendimento de acidentes deve ser realizada por um grupo de
trabalho multidisciplinar, envolvendo diversos segmentos da
sociedade envolvidos, através de especialistas das diferentes áreas
envolvidas.

Antes de iniciar a organização de um sistema de atendimento


de acidentes, deve se identificar os diferentes sistemas de
emergência na região, dentre outros:

• Bombeiros;

• Polícia;

• Cuidados médicos.

O sistema de emergência que irá organizar e executar, deve


considerar as peculiaridades da região e agências participantes, por
forma de que as maiorias das estruturas existentes precisam de
adaptações.

O sistema de cuidados de acidente deverá incluir os seguintes:

a. Recursos humanos

Especialistas de diferentes áreas envolvidas (defesa civil,


médicos, ambientais, etc.) e a disponibilidade de materiais e
equipamentos em quantidade suficiente para atender a eventuais
acidentes investigados anteriormente.

b. Sistema de comunicação

Depois de ter definido o sistema e ao funcionamento das


agências, dependendo do tipo e dimensão do acidente, deve ser
posta em uso (ou mesmo a adaptar), os sistemas existentes, por
forma a facilitar a comunicação necessária em um tempo rápido e
confiável durante a atenção aos acidentes.
O sistema de comunicação deve considerar o uso de telefones
(tanto públicos como linhas privadas), rádio, entre outros.

c. Rotinas operacionais

Serão definidos pela rotina de procedimentos destinado ao


combate contra cada um dos possíveis acidentes estudados, com
uma organização hierárquica para implementá-lo durante a
emergência, bem como as funções que desempenham os vários
agentes envolvidos, e os recursos a serem mobilizados.

d. Treinamento

A implementação do sistema de saúde deve ser precedida de


sessões de formação em tipos diferentes e em diversos níveis,
visando:

• Coordenador;

• Participantes;

• Jornalistas;

• Comunidade.

e. Manutenção do Sistema

O sistema deve ser avaliado, periodicamente atualizado e


refinado, baseado na experiência, de modo a manter o nível desejado
de eficiência ao longo do tempo. Também é importante lembrar que a
constante formação contribui significativamente para a manutenção
eficiente, por isso, é necessário prever programas de formação
regulares.

Considerações gerais

Não se pode ignorar a possibilidade de ocorrência de acidentes


ambientais causados por produtos químicos. No entanto, é necessário
para tentar minimizar a probabilidade de ocorrência destes eventos, o
desenvolvimento de medidas preventivas adequadas.

É igualmente necessário desenvolver medidas de reparação


eficazes para reduzir eventuais impactos ao meio ambiente durante a
ocorrência de acidentes.
Com base nestas considerações, pode-se dizer que a gestão de
acidentes ambientais ocorre através de duas fases, que
correspondem a diferentes medidas.

A eficácia da prevenção de acidentes e a minimização dos seus


impactos ambientais, só será possível através do desenvolvimento de
um sistema adequado para ser continuamente atualizado e refinado,
com o objetivo de:

a. Preservar a vida humana.

b. Evitar impactos significativos ao meio ambiente.

c. Evitar ou minimizar perdas.

Equipamento de Proteção Pessoal (EPP)

Os "equipamentos de proteção individual (EPI)," deve do ponto


de vista de uma medida de segurança ser o último a ser usado, mas
em emergências com materiais perigosos e resíduos irão ser
permanentemente a única medida de proteção ao pessoal.

O EPP também é uma barreira entre a pessoa e o risco,


portanto depende de 5 fatores:
1. Ter sido selecionado para o risco adequadamente.

2. Ter o alinhamento das características antropométricas do usuário.

3. Que o usuário que deseje usar.

4. Que o usuário utilize corretamente.

5. Da manutenção que se proporciona.

No caso de pronto-atendimento com materiais perigosos e


resíduos, as rotas de entrada no organismo são basicamente 2:

• Inalação (através do sistema respiratório);

• Absorção (através da pele).

Deste modo, é necessário proteger o sistema (sistema


respiratório) e o maior dos órgãos que do homem (pele). Em cada
caso exige que se conheçam as propriedades dos materiais ou
resíduos perigosos para dar proteção adequada.
No caso do sistema respiratório, as propriedades de importância
são a reação do material / resíduos perigosos com água e de sua
solubilidade em água, que juntamente com o tamanho da molécula
vai determinar a capacidade de irritar, ou queimar os alvéolos ou
ainda passar a se dissolver no na corrente sanguínea através da
membrana plasmática.

Para a pele, o que importa é a sua solubilidade em gorduras


(liposolubilidade) e penetrar no organismo, ou, por outro lado, pode
existir reação com a água que pode causar necrose das células
epidérmicas, em zonas úmidas ou se a afinidade é muito elevada,
mesmo em zonas secas devem também ser tidas em conta as
afinidades com outros componentes das células, como o caso das
proteínas com o ácido nítrico (reação xantoprotéica).

Equipamento de Proteção Respiratória

O metabolismo aeróbico em seres humanos exige O2 (oxigênio)


para produzir sua energia por meio de um processo chamado de
respiração e que, em humanos, podem ser divididos em extracelular
e intracelular. A parte extracelular é basicamente o transporte de O2
pela hemoglobina no sangue.

A inalação do ar contém 21% de O2 e exalados pelos seres


humanos, cerca de 16% de O2.

O CO2 é exalado em uma concentração de 2%, porque boa


parte é utilizado para regular o pH do sangue.

Para proteger o sistema respiratório podem dividir as equipes


em dois grandes grupos:

• Purificadores de ar;

• Autônomos de atmosfera.

Purificadores do ar

Como o próprio nome indica, são equipamentos que usam um


filtro de ar para manter fora do trato respiratório as partículas em
suspensão, névoa, poeiras, aerossóis, ou absorver os poluentes
presentes no ar.

Suas limitações são:


• Focado somente em ar filtrado, de forma que ele deve ter pelo
menos 19% de O2;

• O filtro de média absorção tem uma capacidade de filtração e


saturação que varia com o contaminante; o filtro de média
absorção, dependendo das condições ambientais, em média,
excede mais de 180 ppm para ventilação e máximo de 2% por
um período não superior a 20 minutos.

• Não mostrar qualquer sinal de insuficiência ou saturação de O2.

Identificação dos filtros químicos por cor

• Branco - gases ácidos;

• Preto - vapores orgânicos;

• Amarela - gases ácidos e vapores orgânicos.;

• Verde – Amoníaco;

• Vermelho – “Universal” ou HEPA (alta eficiência na purificação


do ar).

O equipamento de filtragem do ar tem 2 parâmetros para


avaliar a sua eficácia ou comportamento.

• Fator de proteção;

• Limite máximo de uso.

Autônomo de Atmosfera

Esses equipamentos funcionam de uma forma que seja


totalmente independente do ambiente que os rodeia e pode ser
dividido em:

• De circuito fechado;

• De circuito aberto.

Equipamento de Circuito Fechado de Proteção Respiratória

Os equipamentos que são de circuito fechado geram o seu


próprio O2 e absorve o CO2 produzido durante a respiração, na
recirculação do ar, especialmente do N2, de forma que, além de ser
autônoma, não há gás libertado para a atmosfera. Esse é o caso do
equipamento utilizado pelos astronautas e utilizado pela Marinha.

Para o serviço de urgência com materiais perigosos, não são


utilizados porque é necessário que o equipamento de proteção
respiratória seja livre de produtos e para manter uma pressão
positiva na máscara.

Independente de equipas de Proteção Respiratória do Circuito


Aberto

São aqueles que libertam para a atmosfera o ar expirado, e


possuem pressão positiva que mantém a pressão do ar dentro da
peça facial maior que a atmosfera que o rodeia.
No serviço de emergência, quer Bombeiros Municipais, Equipe
de Engenharia de Resposta de Emergência para Material Perigoso ou
grupos de emergências industriais e resíduos perigosos, o
equipamento de proteção respiratória é um equipamento autônomo
de circuito aberto, tipo de pressão positiva. O mais comum é o
cilindro do ar, visto que a linha aérea, tem seus custos iniciais e de
manutenção maiores e é quase que exclusiva para os Grupos de
Resposta Industrial.

A máscara com cilindro de ar com regulador de pressão do tipo


demanda é habitual para conveniência. SCBA (Self Contein Breathing
Apparatus), e essa denominação que sempre se usará.

Antes de falar sobre o vestuário de proteção para os materiais


perigosos, o que se segue é um resumo de equipamento de proteção
respiratória, observando primeiro os filtros e, em seguida, o SCBA.

Organização do ICS

O grupo de resposta industrial deve ser formado por no mínimo


5 pessoas divididas em:

• 1 comandante do Grupo de Resposta Industrial (CGRI);

• 1 Grupo de Entrada de 2 pessoas (GE);

• 1 Grupo de Respaldo de 2 pessoas (GR).

Comandante do Grupo de Resposta Industrial

• Tem o controle do local;


• Conta com conhecimentos profundos sobre emergências com
materiais perigosos, saneamento de solos e água e disposição
final. Tem uma grande experiência especializada;

• Conta com capacidade de liderança;

• Tem o controle sobre o grupo de entrada e de respaldo;

• Tem o controle sobre os recursos materiais necessários para a


contenção, confinamento, tamponamento e travas;

• Controla o tempo de trabalho, relevo e vigia as condições


climatológicas e suas mudanças;

• Deve manter registros em relação aos acontecimentos,


decisões, tempos e recursos empregados.

Grupo de Entrada

• 2 ou mais pessoas;

• Altamente capacitadas nas atividades de resposta a materiais e


resíduos perigosos;

• Preparadas fisicamente.

Grupo de Rescaldo

• Semelhante ao GE.

Grupo de Descontaminação (GD)

• 2 ou mais pessoas dedicadas a atender a descontaminação das


pessoas e equipamentos que se utilizam.

Logística

• Localiza e prove os recursos materiais e humanos necessários;

• Controla e gerencia aqueles recursos materiais e humanos;


• Controle os terceirizados.

Necessidade de um plano de emergência a materiais


perigosos

OS OITO PASSOS DE UMA AÇÃO DE RESPOSTA

O SCI é um sistema útil para manejar materiais perigosos de


uma maneira organizada e efetiva. O SCI é uma ferramenta crítica
para uma ação de resposta. A resposta da ação consiste nos oito
passos:

• Manejo e controle do local;

• Identificação dos materiais perigosos;

• Avaliação dos riscos e perigos da situação;

• Roupas e equipamentos de proteção pessoal;

• Recursos e coordenação da informação;

• Controle, confinamento e contenção do produto;

• Descontaminação;

• Fim do acidente.

Manejo e controle do local

O manejo e controle do sítio é o processo na qual se realiza o


isolamento da população dos materiais perigosos do incidente. Isso
envolve o isolamento do incidente, evacuação do público, limitação
do acesso a área, construção de uma área de observação segura para
o SCI e solicitar aos oficiais encarregados do cumprimento da lei que
mantenham o público a uma distância segura.

Identificação de materiais perigosos

A identificação dos materiais perigosos em um incidente pode


salvar vidas humanas. A avaliação e seleção de estratégias e táticas
de resposta em um incidente relacionado com materiais perigosos
estão baseadas na identificação dos produtos presentes.
Avaliação dos perigos e riscos

Para poder avaliar os riscos, o encarregado de resposta deve


ser capaz de identificar as substâncias presentes e determinar seus
perigos e características de comportamento. Os perigos estão
categorizados baseando-se na saúde, inflamabilidade e reatividade.
Os encarregados da primeira resposta devem ser capazes de ler e
interpretar as MSDS. O encarregado da resposta deve ser capaz de
obter e compreender as seguintes informações:

• Nome do transporte;

• Classificação de perigos do DOT;

• Número de identificação;

• Número do STCC (código do transporte padrão de mercadorias);

• Número CAS;

• Estado físico;

• Cor;

• Odor;

• Densidade específica;

• Densidade do vapor;

• Ponto de ebulição;

• Ponto de fusão;

• Pressão de vapor;

• Solubilidade;

• Grau de solubilidade;

• Perigos para a saúde;

• Perigos de exposição;

• Dose letal (LD50);

• Concentração letal (LC50_;

• Valor máximo de exposição;


• LIE e LSE;

• Efeitos carcinogênicos, teratogênicos;

• Procedimentos de descontaminação;

• Procedimentos para emergências médicas;

• Perigos de incêndios;

• Ponto de inflamabilidade;

• Ponto de auto-ignição;

• Alcance de inflamabilidade;

• Produtos tóxicos gerados na combustão;

• Perigos de reatividade;

• Reatividade;

• Reatividade a água;

• Materiais pirofóricos;

• Polimerização;

• Perigos da corrosão;

• pH;

• Agentes de neutralização;

• Perigos radioativos;

• Outros.

Também o encarregado de resposta deve estar consciente e ser


capaz de utilizar outras fontes de informação incluindo livros,
panfletos, bancos de dados e linhas de emergência. Quando se obtém
a informação apropriada se pode avaliar os riscos apresentados pelos
materiais perigosos. Essa avaliação considera o objetivo geral dos
esforços de resposta, os quais estão destinados a evitar ou minimizar
o dano causado a pessoas, propriedades e meio ambiente. Deve se
fazer algumas perguntas, entre elas:
• É possível que os materiais se movam ?

• O que causará a migração dos materiais ?

• Se o material perigoso se mover, que impactos pode


ocasionar ?

Roupas e uniformes de proteção

As roupas e equipamentos de proteção usados na resposta


também terão que estar identificados. As principais preocupações ao
escolher essas roupas devem ser a resistência, dureza, flexibilidade,
resistência a temperatura e tempo, integridade geral e
descontaminação. A compatibilidade com as substâncias perigosas
envolvidas no incidente também deve ser considerada. O
encarregado da primeira resposta deve estar treinado na seleção do
equipamento de proteção apropriado. É também importante que o
pessoal de resposta inspecione periodicamente suas roupas e
equipamentos de proteção e que mantenham uma documentação
adequada com respeito ao uso e manutenção destas roupas e
equipamentos.

Recursos e coordenação da informação

O gerenciamento e a coordenação da informação em um


incidente relacionado com materiais perigosos geralmente
constituem uma tarefa complexa e ampla. Pode ser possível que seja
perigoso operar com informação insuficiente e também pode ser
perigoso iniciar ações de resposta se um está sobrecarregado por
muita informação.

As técnicas de contenção são aquelas ações necessárias para


manter o material dentro de seu envase de contenção. Estes
requerem ao entrar na Zona Quente para controlar o derrame e são
de forma geral técnicas ofensivas. Esses podem incluir levantar e
selar os recipientes, fechar e ajustar as tampas e cápsulas. Também
alguns materiais perigosos podem ser neutralizados através de uma
reação química.

Habilidades de assumir o comando

Conhecimento

Para abordar o tema da determinação das variáveis, é


necessário contar com um claro “conhecimento” do problema a
resolver. No entanto, falar de conhecimento é entrar um pouco na
Teoria do Conhecimento e, neste aspecto, sair do conhecimento
dogmático.

Conhecimento Empírico – Aquele que se obtém pela experiência


diária sem realizar um raciocínio formal e não se pode comprovar
mediante use de medição.

Conhecimento Científico – É aquele que é obtido da observação, a


experimentação, medição, comprovação e que facilita correlacionar
causa e efeito.

Conhecimento Empírico Conhecimento Científico


Obtém-se com base na própria Obtém-se por meio do raciocínio,
experiência levando em consideração sua relação
causa e efeito

Em sua obtenção intervém os Se obtém pela aplicação do método


sentidos cientifico

Não obedece a uma relação causa e Seus conhecimentos são aceitos


efeito universalmente

São transmitidos de forma oral São comprovados pela experimentação

Não objetiva dominar o objeto de Através da tecnologia se aplica as


estudo a fundo diversas áreas de qualquer humano

Controle Geral sobre a área dos acontecimentos

Deve se estabelecer zonas de controle no local de uma


emergência e perfeitamente marcar de acordo com o plano local ou
obter informações sobre os materiais envolvidos.

Zona de apoio - Área de segurança onde o pessoal que trabalha


com a situação de emergência, pode se mobilizar livremente. Aqui,
você deve definir a posição inicial do comando, estacionamento,
suprimentos, estação meteorológica portátil, armazenamento dos
equipamentos descontaminados. Ele também é conhecido como
"zona fria".

Espaço de Acesso limitado - A zona circundante ou zona restrita é


segura para transporte do equipamento de proteção individual e de
nível "B". Ele também era conhecido como "zona morna".
Acesso restrito - É uma zona de exclusão, estão diretamente
expostos aos riscos, é chamado de "zona quente". Somente é
permitida a entrada com equipamentos e ferramentas especiais.

Zona de perigo extremo – É o risco em si. Fugas, escapes,


incêndio; é denominada “zona negra”.

Roupas de proteção contra substâncias químicas

Em resposta a acidentes envolvendo produtos químicos, a


finalidade do vestuário de proteção é a salvaguarda do corpo dos
riscos do produto, tais como a causar danos à pele ou ser absorvida
por ela e afetar outros órgãos.

A escolha e o uso correto destas roupas, complementado com


equipamento de proteção respiratória, ajuda a proteger os técnicos
de ambientes hostis.

O material escolhido deve ser tão resistente quanto possível,


sobre o ataque químico. O modelo das roupas também é importante e
depende se o produto está envolvido no ar, ou se a exposição da pele
(contato com o produto) é direta ou através de respingos. Ele
também deve considerar outros critérios de seleção, incluindo a
probabilidade de exposição, a facilidade de descontaminação,
mobilidade, durabilidade e, em menor escala, custo.

Há uma variedade de materiais para a fabricação do vestuário


de proteção. Cada um desses materiais proporciona um grau de
proteção para a pele a partir de uma gama de produtos, mas nenhum
material oferece máxima proteção contra todos os produtos químicos.
Vestuário de proteção deverá ser selecionado com um material que
proporciona a maior resistência contra o produto conhecido ou que
podem estar presentes.

A seleção do vestuário de proteção adequado pode minimizar o


risco de exposição a substâncias químicas, mas não protege contra
perigos físicos, tais como incêndio, radiação e eletricidade. Para
garantir uma proteção completa para os técnicos, é importante
utilizar outros equipamentos de proteção. Capacetes resistentes são
utilizados para cabeça, para os olhos e rosto, vidros resistentes ao
choque, para os ouvidos são usados protetor auditivo, para os pés e
as mãos, botas e luvas resistentes aos produtos químicos.

Classificação do vestuário de proteção

As roupas são classificadas de acordo com os seus modelos e o


uso de materiais de vestuário.
Roupa totalmente encapsulada: as roupas que são totalmente
encapsuladas são uma peça que embrulha (encapsula) totalmente o
usuário. Botas, luvas e vestuário que compõem o usuário para testar
os gases e vapores, são incorporados, mas podem ser eliminados se
desejar, já que eles estão ligados à roupa através de dispositivos.
Mesmo o zíper oferece uma perfeita proteção contra gases ou
vapores. Este vestuário, à prova de gás, deve ser submetido a testes
para garantir a sua integridade.

A proteção respiratória é fornecida através de pressão positiva


e respiração autônoma incorporada na roupa ou por um tubo externo
do ar que mantém uma pressão positiva.

As encapsuladas são usadas para proteger o usuário contra


gases, vapores tóxicos e partículas no ar. Além disso, protege contra
respingos de líquidos. O grau de proteção oferecida pela roupa contra
um produto químico depende do material utilizado na sua fabricação.
Quando não há ventilação, há o perigo de acumular calor, o que pode
causar um risco para o usuário.

Devido à sua complexidade, o usuário vai precisar de ajuda


para vesti-la.

Existem vários acessórios que podem complementar estas


roupas para proporcionar conforto na operação, como coletes de
resfriamento, botas e sistema de rádio.

Roupas não encapsulados: vestuário protetor que não é


encapsulado, geralmente é conhecido como vestuário contra
respingos de químicos, e não se incluem, à proteção facial. Além
disso, você pode utilizar um tubo de respiração autônomo fora do
traje, bem como uma máscara de filtro químico. As roupas podem ser
de dois tipos: uma peça única, ou um conjunto de calça e casaca.
Qualquer um deles pode incluir um capuz e outros acessórios.

As roupas não encapsuladas não são concebidas para proteger


contra gases, vapores e partículas, apenas proteger contra respingos.
Mesmo assim, podem ser completamente fechadas, com a utilização
de fitas, nos tornozelos e no pescoço para evitar a exposição de
qualquer parte do corpo. No entanto, essas roupas não são
consideradas como a prova de gases, mas podem ser um bom
substituto para as roupas totalmente encapsuladas quando a
concentração do produto envolvido é baixa e material não é
altamente tóxico para a derme.

Uso único ou descartado:


Uma terceira classificação é a roupa descartável. Esta
classificação é relativa e é baseado no custo, facilidade de
descontaminação e de qualidade de vestuário. Geralmente o é
vestuário de proteção química que custa menos por peça. Em
situações em que é difícil descontaminação, pode ser mais barato que
roupas não-descartáveis.

Requisitos de desempenho de proteção química para


vestuário.

Para escolher o equipamento de proteção adequado, deve se


analisar vários requisitos. A importância do material depende da
atividade e as condições específicas do local. Os requisitos de
performance são os seguintes:

• Resistência química: a capacidade do material para suportar as


mudanças físicas e químicas. O desempenho é o requisito mais
importante de resistência química do material. Deve manter a
sua integridade estrutural e qualidade de proteção para estar
em contacto com produtos químicos;

• Durabilidade: a capacidade de um material para resistir ao uso,


ou seja, a capacidade de resistir à perfuração, abrasão e
arranhões. É a resistência inerente ao material;

• Flexibilidade: é a capacidade de dobrar. É muito importante


para luvas e vestuário de proteção, uma vez que afeta
diretamente a mobilidade, agilidade e restringe movimentos do
utilizador;

• Resistência a calor: a capacidade de um material para manter a


sua resistência química durante a temperaturas extremas (na
maior parte altas temperaturas) e manter-se flexível em baixas
temperaturas. A tendência geral da maioria das matérias é que
altas temperaturas reduzam a sua resistência química,
enquanto as menores reduzem a sua flexibilidade;

• Vida útil: é a capacidade de um material para resistir à


deterioração e envelhecimento. Os fatores como o tipo de
produto, temperaturas extremas, umidade, luz ultravioleta,
agentes oxidantes e outros, reduzem a vida útil do
equipamento. O armazenamento e o bom atendimento a esses
fatores podem ajudar a prevenir envelhecimento. Devem ser
consultadas no âmbito dos fabricantes recomendações para
armazenamento de roupas;

• Facilidade de limpeza: é a capacidade de efetivamente


descontaminar os materiais de proteção. É a medida relativa à
capacidade de um material para remover a substância
impregnada. É virtualmente impossível descontaminar alguns
materiais, por isso é importante cobrir com forros com
descartáveis para evitar a contaminação.

Níveis de proteção

As equipes de emergência devem usar equipamento de


proteção individual, em caso de eventual contato com substâncias
perigosas que podem afetar a saúde ou segurança. Isso inclui os
vapores, gases ou partículas que podem ser gerados durante as
atividades no local do acidente, que promove o seu contato com os
componentes da equipe. A máscara facial do equipamento de
respiração autônomo protege o trato respiratório, trato
gastrointestinal e os olhos do contato com essas substâncias. O
vestuário de proteção protege a pele do contato com substâncias que
podem destruir ou ser absorvidas através da pele.

O equipamento destinado a proteger o corpo humano do


contato com produtos químicos foram divididos pelos norte-
americanos (NFPA 471), em quatro níveis, de acordo com o grau de
proteção necessária:

Nível A de proteção

Ela deve ser usada quando é necessário o mais elevado índice


de proteção respiratória para a pele e olhos. É constituída por:

• Aparelho de respiração com pressão positiva ou tubo externo do


ar;

• Roupas totalmente encapsuladas;

• Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos


químicos;

• Capacete incorporado na roupa;

• Rádio.
Nível B de proteção

Deve ser utilizada no caso em que se requer uma taxa mais


elevada de proteção respiratória, mas com um menor grau de
proteção para a pele. É constituída por:

• Aparelho de respiração com pressão positiva;

• Vestuário de proteção contra respingos químicos confecionadas


em uma ou duas peças;

• Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos


químicos;

• Capacete;

• Rádio.

Nível C de proteção

Deve ser usado quando você deseja obter um grau de proteção


respiratória do menor que o Nível B, mas com as mesmas condições
de proteção para a pele. É constituída por:

• Aparelho de respiração autônomo, sem pressão positiva ou


máscara facial com filtro de produtos químicos;

• Vestuário de proteção contra respingos químicos


confeccionados em uma ou duas peças;

• Luvas internas, externas e botas resistentes a produtos


químicos;

• Capacete;

• Rádio.

Nível D de proteção

Deve ser utilizado apenas o uniforme ou roupas de trabalho em


locais não sujeitos a riscos para o sistema respiratório ou pele. Este
nível não inclui a proteção contra riscos químicos. É constituída por:
• Macacão, uniformes ou roupas trabalho;
• Botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos
químicos;
• Óculos de proteção ou viseiras;
• Capacete.

Seleção e utilização de vestuário protetor

Quando o produto químico é conhecido, é mais fácil escolher o


mais adequado. Mas quando você não conhece o produto em causa
ou quando é um mix de produtos conhecidos ou não, a seleção torna-
se mais difícil.
Outra grande dificuldade no processo de seleção do vestuário
de proteção é a desconhecimento sobre a resistência do material
contra diversos produtos químicos.
O processo de seleção de vestuário é:
• Avalie o ambiente em que irá trabalhar com os técnicos;
• Identificar os produtos envolvidos e determinar as suas
características físicas, químicas e toxicológicas;
• Avaliar se a substância representa qualquer risco para a pele,
se a concentração conhecida ou previsível;
• Escolha uma roupa protetora que proporcione em mais tempo
para as menores taxas de permeabilidade e de degradação;
• Determinar se o traje é totalmente encapsulado ou se não é
necessária.

Apesar das muitas variáveis existirem, muitas vezes o vestuário


de proteção adequado deve ser selecionado de acordo com o estágio
e a experiência do pessoal.
Abaixo está uma lista de algumas condições para escolher o
nível mais adequado de proteção.

Nível A de proteção

Esse nível de proteção deve ser escolhido quando:


• O produto químico foi identificado e exige o maior nível de
proteção para o sistema respiratório, pele e olhos;
• Existem suspeitas da presença de substâncias com elevado
potencial de dano à pele e possível contato, de acordo com a
atividade a ser executada;
• As ações são realizadas em espaços confinados, sem
ventilação;
• Se leituras diretas de monitoramento indicam concentrações
perigosas de gases ou vapores na atmosfera, por exemplo,
valores acima do IDLH (concentração imediatamente perigosa à
vida e à saúde).
Nível B de proteção

O nível B de proteção deve ser escolhido quando:


• O produto em causa e a sua concentração tenham sido
identificados e que exigem um elevado grau de proteção
respiratória, mas sem exigir o mesmo nível de proteção para a
pele. Por exemplo, atmosferas com uma concentração de
produto no nível de risco que representam IDLH sem a pele ou
mesmo se não for possível a utilização de máscaras com filtros
químicos para que a concentração e o tempo exigido façam a
atividade a ser executada;
• A concentração de oxigênio na atmosfera é de um volume
inferior a 19,5%;
• Há pouca probabilidade de formação de gases ou vapores em
altas concentrações que podem ser nocivos para a pele.

Nível C de proteção

O nível C de proteção deve ser escolhido quando:


• A concentração de oxigênio na atmosfera é de um volume
menor de 19,5%;
• O produto tenha sido identificado e sua concentração pode ser
reduzida a valores menores do que o seu limite de tolerância
com o uso de máscaras de filtragem;
• A concentração do produto não ultrapasse o IDLH;
• O trabalho a ser realizado não requer o uso de equipamento
autônomo de respiração.

Nível D de proteção

O nível D de proteção deve ser escolhido quando:


• Não há presença de poluentes na atmosfera;
• Não há possibilidade de espirrar, mergulhar ou potencial risco
de inalar qualquer substância química.

Como pode se ver, o nível de segurança utilizado pode variar


dependendo da obra a ser executada. No entanto, para a primeira
avaliação da cena do acidente o nível mínimo de proteção é o B.
Cada nível de proteção apresenta as suas vantagens e
desvantagens. Em geral, quanto maior o nível de proteção, mais
desconfortável serão as roupas.
O nível de proteção deve ser baseado principalmente na
segurança do técnico com o principal objetivo de proporcionar mais
de uma proteção adequada e, ao mesmo tempo, o máximo de
mobilidade e conforto.
Outros fatores a considerar quando se escolhe o nível mais
apropriado de proteção, entre outros, são:
• A fadiga causada pelo peso e calor;
• A freqüência do monitoramento;
• A decisão lógica, considerados os perigos e riscos;
• Condições atmosféricas,;
• As distintas funções fora da área contaminada.

O monitoramento da concentração de gás ou vapor na


atmosfera podem também ajudar a escolher o nível de proteção mais
adequado.

Recomendações para a redução do stress antes das


operações

Bom estado físico – O trabalho com roupas e equipamentos de


proteção química e respiratória gera um desgaste físico. Por essa
razão, qualquer condição que prejudique a capacidade normal de
trabalho, incluídas as enfermidades debilitantes, deverá ser motivo
para que o individuo não realize este tipo de trabalho.

Adaptação a roupa

Nem todos podem trabalhar com roupas de proteção química.


Para alguns, o stress psicológico é tão grande que provoca
claustrofobia. Muitas vezes, esta condição pode ser identifica durante
o treinamento, o que desqualifica o técnico para este tipo de trabalho.
A claustrofobia pelo uso de roupa pode ou não ser evidente em sua
forma de manifestação. Quando é evidente, o técnico tende a sair da
roupa imediatamente, mesmo quando não o faz, o técnico consumirá
o dobro de volume de ar por unidade de tempo.

Tamanho

Geralmente, as roupas são feitas em dois ou três tamanhos


padrões: médio, grande e extra grande. As pessoas que não se
adaptam a estes padrões não devem realizar este tipo de trabalho a
menos que sejam produzidas roupas por medida.

Obesidade

O stress provocado pelo calor afetará mais rapidamente e com


maior intensidade as pessoas obesas. O stress físico é uma
complicação ruim para este indivíduo.

Considerações médicas
É importante que exista um programa de controle de saúde
ocupacional para os técnicos que podem estar sujeitos ao stress
ocasionado pelo calor. Os técnicos devem receber capacitação nos
primeiros socorros, ressucitação cardiopulmonar e sinais e sintomas
dos efeitos agudos causados pelo calor.

Capacitação

O trabalho em ambientes excessivamente quentes pode dar


lugar a doenças causadas pelo calor, acidentes, aumento da
susceptibilidade as substâncias tóxicas e outros efeitos adversos.
Todos os técnicos que estão sujeitos ao stress provocado por calor
devem receber capacitação nas seguintes áreas: aclimatação,
reposição de água e sais, sinais e sintomas dos efeitos causados pelo
calor e pela combinação do calor com bebidas alcoólicas ou que
contenham cafeína.

Aclimatação

A aclimatação é um processo fisiológico de adaptação que


permite que um individuo trabalhe de forma mais produtiva com
menos incomodo sob condições de stress provocados pelo calor. De
forma geral, o processo de aclimatação dura de quatro a sete dias e
permite uma diminuição da temperatura corporal e freqüência
cardíaca que por sua vez dão lugar a uma redução de perda de sais e
um aumento substancial do desempenho no trabalho. Contudo, a
aclimatação pode ser perdida tão rapidamente quanto se obtém. Os
técnicos aclimatados que regressam ao trabalho depois de nove dias
ou mais de doença, devem submeter-se a um período de re-
aclimatação de quatro dias, e os técnicos não aclimatados de um a
seis, primeiro com 50% da carga de trabalho prevista e do tempo de
exposição do primeiro dia. Esta carga de trabalho e o tempo de
exposição podem aumentar em 10% diariamente até alcançar a
capacidade total de trabalho depois de seis dias.

Métodos de controle de derrames

Existem 4 métodos para o controle de derrames com materiais


perigosos, devendo mencionar que pode se utilizar mais de um
método de maneira simultânea durante o controle de vazamentos.

Os métodos são:
• Controle físico;

• Controle químico;

• Controle defensivo;

• Controle ofensivo.

Controle físico

É o controle e contenção de um material perigoso sem


modificar sua composição química. Os materiais devem ser mantidos
em armazenamento seguro, no entanto representam perigo ao meio
ambiente.

• Absorção – utiliza um material absorvente para reter líquidos,


geralmente os materiais absorventes tem a capacidade de reter
varias vezes seu volume, sem modificar a composição química
dos líquidos localizados;

• Cobertura – reduz a dispersão de sólidos, líquidos e vapores


emitidos de sólidos ou líquidos, esse pode se levar a risca por
cobertores físicos tais como plástico ou por capas de espuma
estendidos pela superfície do derrame para evitar a emanação
de vapores;

• Diluição – reduz a concentração do material derramado, mas ao


agregar água aumenta seu volume e a mobilidade do
vazamento;

• Direção – utiliza uma fonte externa de energia como um


ventilador de ar grande para mover os materiais derramados na
direção desejada;

• Dispersão – utiliza um gotejamento fino de água para reter


gases e vapores. Os gases e vapores inflamáveis podem reduzir
a concentração de seu limite inferior de inflamabilidade. Os
gases solúveis em água podem ser decantados com neblina de
água e serem diluídos (nunca se deve colocar água diretamente
sobre o vazamento);

• Barreiras compostas – utiliza materiais tais como tela de arame


ou palha. Seu uso é limitado a fluxos pequenos;
• Tampões – deve ser feito somente com materiais compatíveis
com o material derramado, pode ser usado para líquidos,
sólidos ou gases.

Controle químico

Utilizam processos específicos para neutralizar ou trocar a


natureza do material derramado. Qualquer forma de controle químico
tem que ser aceita pelo comandante do incidente no local e pode
requerer a autorização de autoridades locais ou federais.

• Adsorção – ocorre quando o material liberado se liga a


superfície do adsorvente.;

• Incineração controlada - é utilizada algumas vezes se ocorre à


combustão com temperatura suficientemente alta para destruir
todo o material perigoso e assim nenhuma outra instalação seja
afetada. É utilizado freqüentemente para destruir pesticidas,
herbicidas e materiais similares;

• Dispersão – se refere a adição de agentes biológicos ou


surfactantes para quebrar líquidos derramados, contudo a
dispersão estende o material sobre uma área grande e pode
intensificar o impacto ambiental. Se usa freqüentemente em
derramamentos de óleo e necessita de autorização das
autoridades locais ou federais;

• Gelatinização – emprega materiais os quais ao serem


adicionados coagulam o material derramado;

• Neutralização – se emprega materiais químicos específicos ao


material perigoso derramado para deixar seu pH em um nível
próximo a 7. Isso pode causar mudanças no estado do material
e freqüentemente libera calor. A técnica exige alto grau de
experiência em química;

• Solidificação – combina o material derramado com outro para


que o resultado seja um produto sólido.

Controle defensivo

Método de controle defensivo pode ser realizado por pessoal de


primeira resposta sempre que não se exponham ao contaminante,
dentro das estratégias de controle.
• Desvio do fluxo do líquido;

• Diques para contenção;

• Retenção do material derramado.

PROCEDIMENTOS DE DESCONTAMINAÇÃO DAS VÍTIMAS

Introdução

Os técnicos envolvidos no atendimento dos acidentes químicos


podem ser contaminados de maneiras diferentes:

• Através do contacto com os vapores, gases, nuvens ou


partículas;

• Respingos do produto.;

• Através do contato direto com poças formadas pelo vazamento;

• Através do contato com solo contaminado;

• Durante a manipulação de instrumentos ou equipamentos.

O vestuário de proteção e respiradores pode ajudar a prevenir a


contaminação do usuário. As boas práticas para reduzir a
contaminação de roupas, ferramentas e equipamentos. Contudo, a
contaminação é possível mesmo quando você seguir essas regras.

A descontaminação é um processo que envolve a remoção de


contaminantes físicos ou alteração de sua natureza química para
torná-los inofensivos.

Basicamente, existem três diferentes tipos de descontaminação


que podem ser feitas:

• Os produtos com baixa toxicidade;

• Os produtos com média toxicidade;

• Produtos com alta toxicidade.

A descontaminação é o procedimento mais comum a ser


utilizado no caso de produtos com baixa toxicidade, que pode ser
realizada após o regresso do trabalho de campo.
Para outros produtos, a descontaminação deve começar no
local da ocorrência, que pode ou não prosseguir com o retorno da
operação.

Para os produtos de alta toxicidade, o procedimento pode


envolver a descontaminação incluindo a total destruição do vestuário
e do equipamento utilizado.

Convém notar que, no processo de descontaminação, o mais


importante não é a velocidade mas sim o rigor.

Seguem-se os diferentes tipos de procedimentos de


descontaminação.

Procedimentos para a descontaminação de baixa toxicidade


1. Lavar toda a roupa com uma solução fraca (1 a 2%) de fosfato
trisódico e enxaguar com água.
2. Lavar cilindros, máscaras e acessórios de equipamento de proteção
respiratória com uma solução fraca (1 a 2%) de fosfato trissódico e
lavá-los, sem esfregar, algumas das válvulas. Voltar para enxaguar
todas as partes do computador com água limpa.
3. Lavar as mãos e o rosto com água e sabão.

Se a descontaminação não pode ser feita no campo, ele deve


levar as roupas e equipamentos em invólucros de plástico para
posterior descontaminação em local adequado.

Procedimentos de descontaminação dos produtos de toxicidade


média

Em um local concebido para a descontaminação:

1. Lavar com água, vestuário de proteção e equipamento de


respiração.

2. Após a lavagem, remover os equipamentos e vestuário, e colocá-


los em invólucros de plástico para transporte.

3. Não fumar, comer, beber ou tocar o rosto.

No mesmo local:

1. Lavar e esfregar todos os equipamentos, como a luvas, botas e


vestuário, além do aparelho respiratório com água. Não esfregar em
torno das válvulas.

2. Também deve se lavar e remover as roupas usadas por baixo das


roupas protetoras.
3. Banhar e esfregar todo o seu corpo com água e sabão com especial
cuidado nas áreas ao redor da boca, narinas e sob as unhas.

4. Não fumar, comer, beber, tocar o rosto ou urinar antes de você ter
concluído as etapas anteriores.

Processos de descontaminação da alta toxicidade dos produtos

Em um local concebido para a descontaminação:

1. Lavar com água, vestuário de proteção e equipamento de


respiração.

2. Após a lavagem, remover os equipamentos e vestuário, e colocá-


los em invólucros de plástico para transporte.

3. Não fumar, comer, beber ou tocar o rosto.

4. A equipe realizando a descontaminação deve usar vestuário


protetor e aparelho respiratório.

5. Equipamentos de medição, ferramentas e outros materiais usados


para o atendimento, devem ser colocados em invólucros de plástico
para posterior descontaminação.

Em um local concebido para a descontaminação:

1. Lavar e esfregar todas as partes, como a luvas, botas e vestuário,


além do aparelho respiratório, enxaguando com água.

2. É também necessário remover e lavar roupas usadas sob a


proteção.

3. Banhar e esfregar todo o corpo com água e sabão, com especial


cuidado nas áreas ao redor da boca, narinas e sob as unhas.

4. Não fumar, comer, beber, tocando o rosto ou urinar antes de ter


concluído as etapas anteriores.

5. Procure atendimento médico e fique informado sobre os produtos


envolvidos na ocorrência.
Comentário:
Ao chegar ao local de trabalho, invólucros de plástico que
contêm materiais contaminados devem ser colocados ao ar livre e em
uma área isolada para impedir que outras pessoas entrem em
contato com eles.

Recomendações

Quando for necessário mudar o cilindro do ar durante a


operação, deve se seguir os seguintes passos:

1. Lavar o cilindro com água antes de removê-lo.

2. O cilindro retirado deve ser colocado em um invólucro de plástico


para posterior descontaminação.

3. O técnico responsável pela lavagem e substituição do cilindro deve


usar vestuário e equipamento de proteção respiratória.

Outro aspecto importante é a descontaminação dos


equipamentos. Devem ser tomadas medidas para evitar a
contaminação dos equipamentos de medição. Em geral,
equipamentos de medição não se contaminam, a não ser que elas
tenham recebido respingos dos produtos. Uma vez contaminados, é
muito difícil de limpar sem danos. Deve se proteger os frágeis
instrumentos cuja descontaminação não é fácil. Os equipamentos
podem ser embrulhados em um saco plástico com algumas aberturas
para ventilação e para facilitar as medições.

Equipamentos de madeira são difíceis de descontaminar porque


o material absorve produtos químicos. Por isso, eles devem ser
guardados em local e ser manuseados por técnicos que usam
equipamentos de proteção individual. Uma vez usados, esses
materiais devem ser descartados.

Os caminhões, pás e outros equipamentos pesados são de difícil


descontaminação. O método utilizado geralmente é a lavagem por
pressão ou fricção em áreas acessíveis com uma solução de
detergente e água sob pressão.

Deverão ter especial atenção às rodas, carroçaria e pás. As


pessoas responsáveis pela descontaminação devem ser
adequadamente protegidas porque o método pode gerar misturas e
aerossóis poluentes.

A água da lavagem e limpeza tem que ser armazenadas, por


exemplo, em uma grande banheira ou uma pequena piscina. Em
seguida, elas devem ser transferidas para garrafas devidamente
etiquetadas para tratamento ou eliminação.

Os produtos que não estão incluídos na lista de processos


apresentados podem ser classificadas em relação à sua toxicidade no
valor de DL50 - dose letal 50, que representa a dose capaz de matar
50% dos animais experimentais.

Produtos com LD50 oral com menos de 50 mg / kg podem ser


considerados de elevada toxicidade, a DL50 oral de 50 mg / kg e 5 g /
kg, são de toxicidade média, e a DL50 superior a 5 g / kg, são de
toxicidade baixa.

Descontaminação do Campo

Planejamento Inicial

O plano de descontaminação inicial assume que todos os


indivíduos e equipes que estavam na cena do acidente, estão
altamente contaminados. Para descontaminação, que institui a
lavagem e limpeza pelo menos uma vez, de todo o vestuário de
proteção utilizado.

Para este fim, cria-se um corredor para a redução da poluição


(CRC), cuja duração depende do número de estações necessárias
para a descontaminação total (que variam conforme o tipo de
vestuário de proteção e espaço disponível).

O trabalho começa na primeira estação com a seção dos mais


poluídos (geralmente luvas e botas), progredindo até a última estação
com o artigo menos contaminado. Desta forma, a poluição diminui à
medida que a pessoa se desloca de uma estação para outra. Cada
procedimento requer uma estação propriamente dita.
No corredor deve se delimitar áreas com diferentes placas para
a descontaminação dos técnicos, laptops, vestuário removidos, e
assim por diante, a fim de orientar o time a ser descontaminado. A
distância entre as estações de descontaminação deve ser de pelo
menos um metro.

No plano de descontaminação inicial, você pode modificar e


apagar estações desnecessárias ou adaptar às condições locais. Por
exemplo, o plano inicial pode exigir lavar e limpar todas as roupas
protetoras. No entanto, se usado luvas, botas e roupas descartáveis,
você pode pular esta etapa.
Todas as atividades do corredor devem ser reservadas apenas
para a descontaminação.

Proteção para o equipamento de descontaminação

O nível de proteção a ser utilizado pela equipe de trabalho


sobre a descontaminação é determinada por vários fatores:

• Contaminação esperada ou visível dos técnicos;

• O tipo de poluente, e seu risco para a pele e sistema


respiratório;

• Concentração de gases ou vapores no CRC;

• Material particulado e vapores orgânicos e inorgânicos no CRC;

• A equipe nomeada para o cargo deve ser protegida


adequadamente para evitar a contaminação.

Extensão da descontaminação

Modificação do plano original

O plano de descontaminação deve ser adaptado às condições


encontradas na cena do acidente. É provável que estas condições
exijam uma descontaminação superior ou inferior ao previsto. Isto
depende de vários fatores.

Tipo contaminante. A medida de descontaminação depende do


efeito que produz os poluentes no organismo humano, que não
apresenta o mesmo grau de toxicidade (ou risco). Em situações em
que há suspeita de contaminação do conhecimento do técnico, é
necessário adotar procedimentos para uma completa
descontaminação. Se forem substâncias menos perigosas, os
procedimentos poderão ser menos exigentes.
Intensidade da poluição. A intensidade da contaminação do
vestuário protetor (ou outros materiais e equipamentos) são
geralmente determinadas visualmente. Se a inspeção mostra uma
intensa contaminação visual, provavelmente será necessária uma
cuidadosa descontaminação. A persistência de uma grande
quantidade de contaminantes no vestuário por um período
prolongado pode causar lesões ou até mesmo infiltrar (entrada) para
o tecido.

Nível de proteção. O nível de segurança e o tipo de roupa usada


determinar o "processo" para a descontaminação. Cada nível de
proteção apresenta diferentes problemas para a descontaminação
dos equipamentos.

Atividade. O trabalho executado de cada técnico determina o


potencial de exposição a materiais perigosos. Desta forma, a
atividade indica o "processo" para a descontaminação. Por exemplo,
é provável que os fotógrafos, coletores ou outros na zona exclusiva
com atividades que não impliquem contato com os materiais, não
necessitem de limpeza ou de lavar suas roupas.

Você pode criar procedimentos diferentes para diferentes


funções e pode omitir certas estações.

A poluição nas áreas de superiores do vestuário protetor


representa um risco maior devido aos compostos voláteis, o que pode
causar inalação de concentrações perigosas, tanto para o técnico
como para a equipe que realizou a descontaminação.

Motivo para abandonar o local. A razão para abandonar a cena do


acidente também determina a necessidade e o grau de
descontaminação. Por exemplo, um técnico que deixa a zona
exclusiva para deixar ou coletar quaisquer ferramentas ou
instrumentos e retorna imediatamente, provavelmente não precisará
de ser descontaminado.

Um técnico que busca um novo cilindro ou vem alterar uma


máscara ou filtro, pode exigir algum grau de descontaminação. As
viagens individuais para o CRC para uma pausa, ou lanches no final
do dia, são necessárias para uma minuciosa descontaminação.

Eficácia da descontaminação

Não há nenhuma maneira imediata para determinar quanto


eficaz será a descontaminação. A alteração de cor, manchas,
corrosão e os efeitos das substâncias que estão ligados a objetos,
podem indicar que os poluentes não foram removidos. No entanto, só
indica observação visual da superfície contaminação e não a
permeabilidade (absorção) pelas roupas, ferramentas e
equipamentos. Além disso, muitos poluentes não podem ser
facilmente identificados.

Um método para determinar a eficácia da descontaminação é a


prova de asseio. Consiste em esfregar um pano ou pedaço de papel
na superfície do objeto suspeito de contaminação para análise em
laboratório.

Equipamentos
Normalmente, a seleção dos equipamentos, materiais e
equipamentos para a descontaminação depende da sua
disponibilidade. Além disso, deve observar outras considerações, tais
como a facilidade de manuseio.

Por exemplo, longas escovas de mão ou de cerdas macias


podem ser usadas para remover contaminantes, e baldes com água
para irrigação ou jardim pode ser usados para enxaguar; piscinas de
crianças podem receber água e grandes sacos de lixo, podem conter
peças de vestuário e equipamento.

Solução descontaminante

Os equipamentos de proteção individual, ferramentas e outros


equipamentos, normalmente são descontaminados com água e
detergente em escovas de cerdas macias e, em seguida, lavadas com
água. Como esse processo pode não ser completamente eficiente
para remover alguns contaminantes (em alguns casos os
contaminantes podem reagir com a água), é recomendada para uso
uma descontaminação química, após a identificação do
contaminante. A escolha de uma solução adequada para
descontaminar exige a assistência de um químico.

Estabelecer procedimentos

Assim que procedimentos de descontaminação sejam


estabelecidos, todas as pessoas que necessitam ser descontaminadas
devem ter instruções precisas sobre como proceder em cada estação.
Recomendamos colocar painéis em cada temporada com atividades a
serem realizadas. O tempo de descontaminação deve ser verificado
previamente. As pessoas não devem retirar as máscaras para deixar
a área de trabalho e devem ter ar suficiente para chegar ao CRC e
executar e descontaminação.
Descontaminação no campo

Procedimentos

Estação 1: separar o material utilizado

Depósito de equipamentos utilizados em campo (ferramentas,


material, instrumentos de medição, rádios, etc.). Tudo dentro de
invólucros plásticos.

Equipamento: recipientes de vários tamanhos e invólucros de


plástico.

Estação 2: lavagem e limpeza externa de luvas e botas

Limpar as botas e luvas externas com a solução de


descontaminação ou detergente e água. Enxágüe com água.

Equipamento: contentores de 80 a 110 litros, solução de


descontaminação ou detergente e água, duas ou três escovas de
cabo longo, escovas de cerdas macias e água.

Estação 3: lavagem e lavagem de roupas e máscaras autônomas

Lavar a roupa e a máscara autônoma para remover qualquer


resquício esfregando-o com escovas de mão ou de cerdas macias, e
usar um grande volume de solução descontaminação ou detergente e
água. Envolver o conjunto de válvula do SCBA com plástico para
evitar o contato com a água. Lavar o cilindro com um pano ou
esponja. Enxágüe com água.

Equipamento: recipientes de 110 para 180 litros, solução de


descontaminação ou detergente e água. Escovas de cerdas macias ou
escovas longas de cerdas, pequenos baldes, esponjas ou pano.

Estação 4: remover a máscara autônoma (sem remover a máscara


facial).

Ficar com a máscara, retire o resto do equipamento e pô-lo em


um recipiente adequado.
Equipamento: invólucros de plástico ou banheiras.

Estação 5: remoção das botas

Retire as botas e coloque-as em invólucros plásticos.

Equipamentos: recipientes de 110 para 180 litros, invólucros de


plástico e um banco.
Estação 6: remoção de vestuário com salpicos de produtos químicos

Remover roupas com respingos de produtos químicos, com a


ajuda de um assistente. Coloque em invólucros plásticos.

Equipamentos: contentor de 110 para 180 litros, invólucros de


plástico e um banco.

Estação 7: remoção das luvas externas

Retire as luvas e coloque-as em invólucros plásticos.

Equipamentos: contentores de 80 a 110 litros, invólucros plásticos.

Estação 8: lavagem e limpeza interna das luvas

Lavar com a solução detergente ou água e saneamento.

Repita quantas vezes forem necessárias. Enxágüe com água.

Equipamentos: banheira com água, balde, mesa pequena, solução de


descontaminação, detergente e água.

Estação 9: remoção da máscara facial

Retirar a máscara e colocar em um invólucro de plástico.

Evitar o contato das mãos com a face.

Equipamentos: recipientes de 110 para 180 litros, invólucro de


plástico.

Estação 10: remoção de vestuário interno

Remover roupas e colocá-las em um plástico. Deve ser retirado


o mais rapidamente possível e considerar que uma pequena
quantidade de contaminante pode ter passado durante a remoção de
roupas com respingos de produtos químicos.

Equipamentos: recipientes de 110 para 180 litros, invólucros


plásticos.

Estação 11: lavagem no campo

Tomar um banho, se os contaminantes envolvidos são


altamente tóxicos, corrosivos ou capazes de ser absorvido pela pele.
Se não for possível o banho, lavar mãos e rosto.
Equipamento: água, sabão, pequena mesa, balde, banheira ou
chuveiro e toalha.

Estação 12 Vestimentas

Coloque roupas limpas.

Equipamentos: mesas, cadeiras, armários e roupas.

Atenção pré-hospitalar

O atendimento pré-hospitalar é a forma mais eficiente e


conhecida para o atendimento inicial de uma vítima em perigo e em
risco de vida e do sofrimento. Este é prestado no local do acidente e
conduzido por pessoal treinado e equipado, que visa a terminar o
dano à saúde, estabilizar o paciente e transportá-lo em segurança
para um hospital preparado adequadamente.
Conhecido por diversos nomes, serviço de emergência médica,
de assistência médica de urgência ou de sistema de atendimento pré-
hospitalar, nas últimas três décadas, este procedimento revolucionou
o processo de alívio inicial. Criados um novo contingente de milhares
de profissionais em uma indústria nova, que oferecem produtos e
equipamentos novos a cada dia, permitindo um aumento gradual no
número de vidas salvas.
Com este desenvolvimento, cada país começou a criar leis para
regulamentar essa atividade, com objetivos e as responsabilidades de
cada sistema e de seus profissionais claramente definidos. O que era
feito apenas por solidariedade e altruísmo, se tornou um negócio
profissional com graduação.
Em agosto de 1998, o Conselho Federal de Medicina no Brasil
regulamentou essa área como uma atividade médica. O conselho
atribuiu ao médico a responsabilidade pela coordenação do sistema,
mas ao mesmo tempo reconheceu que o médico não estava saindo
com a devida preparação e identificou a necessidade de uma
qualificação adicional para essa atividade. Eles também reconhecam
que muitos outros profissionais podem atuar diretamente sobre o
alívio para atender as vítimas. Estes devem ser formados e agir
sempre sob supervisão médica, mesmo à distância. Em julho de 1999,
o Ministério da Saúde publicou, nas mesmas condições, as normas a
serem cumpridas pelos serviços de saúde no Brasil.

Emergências médicas de emergência e trauma com produtos


perigosos
No início, os serviços de atendimento pré-hospitalar (APH)
atuaram em emergências como acidentes de trânsito, emergências
médicas e de nascimentos. Mas com a evolução do sistema, em
outras situações se tornou freqüente a necessidade de melhorar o
atendimento pré-hospitalar. Estes incluem emergências com produtos
perigosos.
Emergências com produtos perigosos eram sistematicamente
preenchidas pelos organismos preparados de forma específica para
esse fim ou pelas empresas que manuseiam esses produtos. No
entanto, o trabalho diário de uma equipe de emergência para colocar
em situações estes produtos, demonstrando a necessidade de uma
melhor preparação, tanto em processos como na formação em
monitorament0 para as suas ações.

O primeiro passo é identificar o estágio


A maioria das recomendações para os profissionais é que não
tentem agir em um acidente envolvendo produtos perigosos, a menos
que estejam qualificados a fazê-lo e que tenham o equipamento
adequado e pessoal suficiente para garantir a segurança do estádio.
É altamente provável que um profissional especializado em
parada cardíaca, seja incapaz de avaliar o risco de explosão de um
caminhão com cisterna derrubado.
Antes de entrarem no local onde ocorreu o acidente, devem ser
profissionais qualificados para avaliar os riscos e tomar precauções
para eliminá-lo.
De uma forma sistemática, as equipes em geral, antes de
abordar uma vítima devem avaliar a situação, tal como três etapas
distintas e bem definidas:

1. Qual é a situação? - Essa etapa identifica exatamente o que está


acontecendo e quais são os detalhes que introduziu a cena. É
provável que um resgatista com pouca experiência faça sua ação
sobre as vítimas e negligencie a avaliação adequada do ambiente
como um todo.
2. Como poderia mudar a situação? - Nesta fase é de prever a
possível evolução da situação. Uma análise inadequada na seção
anterior, pode induzir um erro fatal.
3. Quais os recursos devem ser organizados? - Esta análise permite
concluir um primeiro passo crucial antes de iniciar o tratamento das
vítimas.

Evidentemente, a rapidez e a precisão com que alguns


profissionais executam estes três passos são o resultado da
formação, experiência e avaliação contínua dos resultados obtidos em
acidentes no passado.
Para este efeito, os serviços de APH devem ser desenvolvidos
em programas para treinar profissionais já que em geral, estes
podem ser os primeiros a chegar a uma zona de emergência.

Múltiplas vítimas em clínicas de emergência - uma advertência


Um alerta constante para as equipes de APH em geral, é a
ocorrência de mais de uma vítima não-traumática em uma
emergência em um ambiente específico. Antes de começar a
sistemática de atendimento a estas vítimas, é necessário avaliar o
ambiente, a fim de buscar fatores externos, tais como gás, o que
pode estar causando o problema. Isso requer que a equipe de socorro
verifique que outros trabalhadores estão protegidos.
A temida "visão" do salva-vidas que vê apenas a vítima e que
irá proporcionar alívio e não se preocupando com o ambiente, mostra
a má formação e pouco profissionalismo. Os profissionais devem ter
amadurecido o suficiente para lidar emocionalmente com a existência
de uma ou mais vítimas em um ambiente que não podem entrar sem
estar preparados.

Identificação do produto e estabelecimento de uma zona segura


Para um socorro eficaz, é fundamental a identificação do local.
Isso permite que uma ação precisa nas medidas mais adequadas para
o socorro das vítimas. Ele também permite proteger áreas de atuação
e áreas consideradas de risco, onde você só pode agir com a devida
proteção.
O atendimento das vítimas
Inicialmente, a vítima deve ser levada para um local seguro. O
resgatista deve estar preparado contra a contaminação. A segurança
deve ser a primeira regra a seguir. Podem ser necessárias técnicas de
descontaminação das vítimas e trabalhadores voluntários, bem como
manutenção das vias aéreas, antídotos específicos e cuidados gerais
em caso de danos.
Embora existam poucos, algumas cidades têm hospitais com
especialização em intoxicação.

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