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CURSOS DE ENGENHARIA
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TEXTOS DE APOIO 2009 Elaborados por Felizardo Alves
1 TRANSPORTE MARÍTIMO
1.1 INTRODUÇÃO
A economia mundial depende fortemente do transporte marítimo, uma vez que mais de
setenta por cento das mercadorias são transportadas por navios. Todos os países
necessitam de transportar por via marítima, combustíveis, matérias-primas, bens
alimentares ou manufacturados.
Dado que um navio, no desempenho da sua actividade, tanto a navegar como abrigado
em porto, pode interferir com a segurança de outros navios e das instalações portuárias,
é óbvio que o conceito de segurança extravasa a dimensão da unidade, estendendo-se
por isso a todo o meio envolvente, e hoje cada vez com maior acuidade, ao meio
líquido onde flutua.
A poluição dos mares, que hoje em dia constitui uma preocupação para a humanidade,
depende em grande parte dos derrames provocados pelos acidentes dos navios, em
consequência do seu estado de conservação e do modo como são operados, razão pela
qual é necessário prevenir as situações em que se podem transformar em elementos
altamente poluidores do meio ambiente.
Vamos por isso procurar dar uma panorâmica do âmbito de intervenção no transporte
marítimo de várias entidades nacionais e internacionais cuja missão é contribuir para
que o transporte marítimo se efectue cada vez com mais segurança e respeito pela
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qualidade do meio ambiente.
1.2 ENTIDADES LIGADAS AO TRANSPORTE MARÍTIMO
O transporte marítimo depende de um vasto número de actividades tuteladas por
entidades nacionais e internacionais.
ENTIDADES NACIONAIS
A natureza das entidades nacionais depende da sua competência e áreas de actuação,
podendo por isso ser pública ou privada.
ENTIDADES PÚBLICAS
São normalmente responsáveis pela formação e regulamentação da certificação e das
condições de vida e de trabalho a bordo dos navios, bem como pela fiscalização de
todas as actividades que concorrem para que o transporte marítimo seja efectuado cada
vez com maior segurança e eficácia.
AP - Autoridades Portuárias
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IPTM - INSTITUTO PORTUÁRIO E DOS TRANSPORTES MARÍTIMOS
Transporte marítimo;
Inspecção de navios e segurança da navegação;
Actividade portuária e infra-estruturas portuárias;
Pessoal de mar, formação profissional e trabalho marítimo;
Náutica de recreio e cooperação internacional
AP - AUTORIDADES PORTUÁRIAS
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ATRIBUIÇÕES DO SAM
O SAM tem por fim garantir o cumprimento da lei nos espaços marítimos sob
jurisdição nacional, no âmbito dos parâmetros de actuação permitidos pelo direito
internacional e demais legislação em vigor.
Para além de outras que lhe sejam cometidas por lei, as atribuições do SAM são as
seguintes:
a) Segurança e controlo da navegação;
b) Preservação e protecção dos recursos naturais;
c) Preservação e protecção do património cultural subaquático;
d) Preservação e protecção do meio marinho;
e) Prevenção e combate à poluição;
f) Assinalamento marítimo, ajudas e avisos à navegação;
g) Fiscalização das actividades de aproveitamento económico dos
recursos vivos e não vivos;
h) Salvaguarda da vida humana no mar e salvamento marítimo;
i) Protecção civil com incidência no mar e na faixa litoral;
j) Protecção da saúde pública;
k) Prevenção e repressão da criminalidade, nomeadamente no que
concerne ao combate ao narcotráfico, ao terrorismo e à pirataria;
l) Prevenção e repressão da imigração clandestina;
m) Segurança da faixa costeira e no domínio público marítimo e das
fronteiras marítimas e fluviais, quando aplicável.
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Organização do SAM - o poder de autoridade marítima no quadro do SAM e no
âmbito das respectivas competências, é exercido através das entidades a seguir
indicadas:
a) Autoridade marítima nacional;
b) Polícia Marítima;
c) Guarda Nacional Republicana;
d) Polícia de Segurança Pública;
e) Polícia Judiciária;
f) Serviço de Estrangeiros e Fronteiras;
g) Inspecção Geral das Pescas;
h) Instituto da Água;
i) Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos;
j) Autoridades Portuárias;
k) Direcção-Geral da Saúde.
Compete-lhe por isso intervir integrada no SAM efectuando para o efeito missões
humanitárias de busca e salvamento, bem como a fiscalização da orla marítima sob a
jurisdição de Portugal, em colaboração com outras autoridades, intervindo sempre que
necessário de modo a identificar os infractores, no domínio da navegação, pesca,
droga, contrabando, emigração clandestina, etc., detendo-os sempre que tal se
justifique.
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ESTRUTURA DA AUTORIDADE MARÍTIMA NACIONAL
a) Serviços centrais;
b) Departamento Marítimo do Norte;
c) Departamento Marítimo do Centro;
d) Departamento Marítimo do Sul;
e) Departamento Marítimo dos Açores;
f) Departamento Marítimo da Madeira;
g) Capitanias dos portos.
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ENTIDADES PRIVADAS
São várias as entidades privadas ligadas ao transporte marítimo das quais se destacam:
Empresas de navegação
Empresas de carregamento de navios (carregadores)
Empresas de gestão de tripulações
Agências de navegação
Companhias de seguros
Sociedades de classificação e registo de navios
Estaleiros navais
Empresas de reboques de navios
Etc., etc.,........
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ENTIDADES INTERNACIONAIS
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IMO/OMI - ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL
Dada a relevância das funções exercidas pela IMO a nível internacional tanto no que
se refere à segurança dos navios, pessoas e bens que transportam, bem como à
prevenção da poluição do meio marinho, é da mais elementar justiça dedicar-lhe
algumas considerações.
Comissões:
» Legal (LEG)
» Protecção do Meio Marinho (MEPC)
» Cooperação Técnica (TC)
» Facilitação (FAL)
» Segurança Marítima (MSC):
Subcomissões:
. Líquidos e Gases Liquefeitos a granel (BLG)
. Transporte Cargas Perigosas, Cargas Sólidas e Contentores (DSC)
. Segurança da Navegação (NAV)
. Radiocomunicações, Busca e Salvamento (COMSAR)
. Implementação do Estado de Bandeira (FSI)
. Estabilidade, Linhas Carga e Segurança Embarcações Pesca (SLF)
. Projecto e Equipamento do Navio (DE)
. Protecção contra o Incêndio (FP)
. Formação e Serviço de Quartos para os Marítimos (STCW) 12
A IMO desenvolveu um vasto conjunto de actividades ao longo da sua existência que
permitiram a aprovação pelos seus membros de Convenções, Protocolos, Emendas,
Resoluções, Códigos, Colectâneas de Regras, Circulares, Normas, Recomendações e
outras Disposições que regulamentam internacionalmente a actividade marítima.
À medida que foi alargando o seu âmbito de actuação o número de Estados Membros
foi aumentando atingindo 164 em 2004, distribuídos por todo o mundo. A IMO é por
isso o fórum privilegiado com competência em matérias de índole global da actividade
marítima.
CONVENÇÕES IMO
O cumprimento das disposições das Convenções IMO/OMI quer pelos tripulantes quer
pelos navios e respectivos equipamentos, é atestado pelas Autoridades Marítimas dos
Estados-Membros da OMI, ou por Organizações Reconhecidas em quem estas
deleguem tal competência, através da emissão dos respectivos Certificados de
conformidade relativos a cada uma das Convenções em vigor.
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Maritime safety (Segurança marítima)
SOLAS, 1974 - International Convention for the Safety of Life at Sea (Convenção
Internacional para a Salvaguarda da vida Humana no Mar)
STP, 1971 - Special Trade Passenger Ships Agreement (Acordo para o Tráfego dos
Navios de Passageiros)
Protocol on Space Requeriments for Special Trade Passenger Ships (Protocolo sobre o
Espaço Requerido para os Navios de Passageiros)
SFV, 1977 - The Torremolinos International Convention for the Safety of Fishing
Vessels ( Convenção Internacional de Torremolinos para a Segurança dos Navios de
Pesca)
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Marine pollution (Poluição marítima)
MARPOL, 73/78 - International Convention for the Prevention of the Pollution from
Ships, 1973, as modified by the Protocol of 1978 relating thereto (Convenção
Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios)
CLC, 1969 > Protocolo de 1992 > CLC, 1992 - International Convention on Civil
Liability for Oil Pollution Damage (Convenção Internacional Sobre a
Responsabilidade Civil pelos Prejuizos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos)
FUND, 1971 > Protocolo de 1992 > FUND, 1992 - International Convention on the
Establishement of an International Fund for Compensation for Oil pollution Damage
(Convenção Internacional para a Constituição de um Fundo Internacional para a
Compensação pelos Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos)
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NUCLEAR, 1971 - Convention relating to Civil Realibility in the Field of Maritime
Carriage of Nuclear Material (Convenção Relativa à Responsabilidade Civil Inerente
ao Transporte de Material Nuclear)
PAL, 1974 - Athens Convention relating to the Carriage of Passengers and their
Luggage by Sea (Convenção de Atenas Relativa ao Transporte por Mar de
Passageiros e suas Bagagens)
International Convention on Civil Liability for Bunker Oil Pollution Damage, 2001
(Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil dos Danos Causados pela
Poluição de Combustível)
SUA, 1988 - Convention for the Suppression of Unlawful Acts Against the Safety of
Maritime Navigation (Convenção para a Supressão de Actos Ilícitos contra a
Segurança da Navegação Marítima)
Todos os instrumentos multilaterais da IMO adoptados por Portugal, são transpostos para a ordem
jurídica interna, mediante a sua publicação no Diário da República. Aconselha-se a consulta dos
instrumentos multilaterais da IMO subscritos por Portugal, no sítio www.gddc.pt
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Das convenções elaboradas e aprovadas no âmbito da IMO, destacam-se pela sua
importância para a segurança da navegação, a prevenção da poluição e as condições de
vida e de trabalho a bordo dos navios mercantes, as seguintes:
Além dos textos originais destas convenções, são também considerados os protocolos,
as alterações efectuadas e os respectivos códigos com carácter vinculativo e em vigor.
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Load Lines 66 - Convenção Internacional de linhas de Carga 1966, emendas e
protocolo 1988
Por razões de segurança os navios não podem carregar além de determinado limite,
porque:
1.º A reserva de flutuação inferior a certo valor não garante a segurança do navio
no mar;
Deve então haver uma linha de água de carga máxima ou linha de água carregada,
acima da qual se torna perigoso carregar o navio. Por isso é estabelecido o bordo
livre para cada navio mercante, ou seja a altura das obras mortas sobre a flutuação
máxima consentida, de acordo com as dimensões do navio, a sua estrutura e o tipo de
propulsão. O seu valor é indicado no costado, em ambos os bordos, por meio das
chamadas marcas de bordo livre, as quais são assinaladas tendo ainda em
consideração as estações do ano, a tempestuosidade das zonas geográficas e a
densidade do meio líquido onde o navio navega.
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As marcas de Linhas de Carga identificam-se por iniciais que referem os calados
máximos correspondentes às várias condições em que o navio pode operar. Assim
temos:
TAD (inglês TF) - Linha carga máxima em água doce nos trópicos
INA (inglês WNA) - Linha de carga em água salgada no inverno no Atlântico Norte
TAD T
R P AD
V
INA
R - República
P - Portuguesa
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Para os navios que apenas transportam madeira, (Timber Ships) utilizam-se linhas de
carga mais favoráveis, identificadas pelas seguintes iniciais:
MTD Linha carga máxima navios transporte madeira água doce nos trópicos
(Timber tropical fresh water)
MD Linha carga máxima navios transporte madeira água doce verão (Timber
summer fresh water)
MT Linha carga máxima navios transporte madeira nos trópicos (Timber tropical)
MINA Linha carga máxima navios transporte madeira inverno Atlântico Norte
(Timber winter North Atlantic)
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TONNAGE 1969 -Convenção Internacional de Medida de Arqueação de Navios
- Alojamentos da tripulação;
Boca de sinal - é a largura máxima do navio medida pelo exterior do forro (costado);
Nota: Os cálculos das arqueações, cujos valores se destinam à aplicação das várias
tributações a que os navios estão sujeitos, bem como a várias aplicações e
interpretações do direito marítimo, variam de caso para caso em função dos
regulamentos e legislação aplicáveis. Assim, cada navio pode ter vários certificados de
arqueação, cada um resultante do modelo de cálculo utilizado, tal como a seguir se
indica:
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MARPOL 1973 - Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por
Navios 1973, protocolo de 78 e emendas 97
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SOPEP - Plano de Emergência de Bordo de Combate da Poluição por
Hidrocarbonetos (Shipboard Oil Pollution Emergency Plan)
Seja efectuada a pré-lavagem dos tanques dos navios químicos que transportaram
substâncias da categoria A, e bombeados para terra os respectivos efluentes, podendo
então ser descarregados para o mar após cumpridos alguns requisitos os efluentes das
lavagens posteriores;
i)Na área especial da Antártida, que é referida pelos dois anexos, todos os navios estão
proibidos de efectuar esgotos ;
ii) Em todas as áreas especiais é proibido aos navios tanques efectuarem descargas de
hidrocarbonetos e suas misturas, tanto as provenientes dos espaços de carga como da
casa das bombas de carga.
iii) Com excepção da Antártida, são permitidas descargas de águas de esgoto das
cavernas da casa da máquina, aos navios que possuam um equipamento separador com
alarme de 15 PPM e sistema de paragem automática, no caso do efluente a
descarregado ultrapassar as 15 PPM.
iv) Os navios não tanques com menos de 400 TAB, não necessitam de ter um
separador de esgotos para poderem efectuar esgotos da casa da máquina, porém o
efluente descarregado para o mar em caso algum pode ultrapassar as 15 PPM.
- Devem ser registadas as mudanças de óleo dos motores auxiliares, bem como para
onde foi enviado o óleo usado;
- Deve ser registada a utilização dos tanques especiais de armazenamento de lamas que
constam do certificado;
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POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Em 1997 foi aprovado pela IMO, um novo anexo VI à convenção MARPOL, o qual
regulamenta a poluição atmosférica emitida pelos navios com 400 TAB ou mais
construídos depois de 1 de Janeiro do ano de 2000 e equipados com motores diesel
com potência superior a 130 KW.
ii) 45, 0 . n -0, 2 g/Kwh - quando a velocidade de rotação do motor (n) for
igual ou superior a 130 rpm, mas inferior a 2000 rpm;
iii) 9,8 g/Khh - quando a velocidade de rotação do motor (n) for igual ou
superior a 2000 rpm.
Para cumprir estes limites, cada motor diesel deverá possuir um sistema de limpeza de
gases de evacuação aprovado pela administração de acordo com o código técnico dos
Nox ou outro método equivalente, também aprovado. Deverá ainda possuir meios de
verificação (aprovados) destes limites bem como o registo dos valores.
I - Disposições gerais
IV – Radiocomunicações
V - Segurança da navegação
VI - Transporte a granel
A obrigação de cumprimento deste código, tanto recai sobre o navio como sobre a
companhia encarregada de efectuar a sua exploração. Este código que tem como base
fundamental o elemento humano, visa implementar a segurança a bordo dos navios de
forma a prevenir lesões pessoais e perda de vidas, bem como evitar danos aos bens
materiais e ao meio marinho.
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O sistema a implementar incluirá as seguintes prescrições de natureza funcional:
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CLC 92 - Convenção Internacional sobre a Responsabilidade Civil pelos
Prejuízos Devidos à Poluição por Hidrocarbonetos, 1992
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4. Consagração do princípio segundo o qual o proprietário do navio que constitui o fundo de
limitação de responsabilidade pode também recorrer a ele, como credor para recuperar despesas
razoavelmente feitas a fim de evitar ou reduzir a poluição.
7. O princípio segundo o qual qualquer reclamação por prejuízos de poluição pode ser
dirigido contra o subscritor da garantia financeira referida no número anterior.
a) 3 milhões de unidades de conta para um navio cuja arqueação não exceda as 5000
toneladas (4 296 894,4 euros <> 861 450 000$00; (*)
b) Para um navio com uma arqueação superior aquela, devem ser acrescidas ao
montante referido na alínea a) 420 unidades de conta por cada unidade de
arqueação adicional (601,565 euros <>120 603$00 por tonelada), entendendo-se
que o montante global não pode exceder, em qualquer caso, 59,7 milhões de
unidades de conta. (85 490 400 euros <> 17 142 855 000$00)
(*) Câmbio do dia 20-11-2001 (unidade conta = 287$150 <> 1,432 euros)
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FUND 92 - Convenção Internacional para a Constituição de um Fundo
Internacional para Compensação pelos Prejuízos Devidos à
Poluição por Hidrocarbonetos, 1992
Trata-se por isso, em qualquer dos casos, de um Fundo que só pode ser chamado a
ressarcir os prejuízos resultantes de um acto poluidor, quando o esquema fixado na
CLC 92 se mostrar insuficiente ou não aplicável.
Tal como na CLC 92, também o proprietário do navio pode recorrer a este Fundo para
recuperar despesas ou sacrifícios voluntários razoavelmente feitos para evitar ou
reduzir prejuízos por poluição.
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Os prazos de caducidade dos direitos decorrentes da FUND 92, são os mesmos da CLC
92, isto é, 3 anos a partir da data em que os danos foram causados, mas nunca mais de
6 anos contados a partir da data da ocorrência do evento poluidor.
As contribuições de cada Estado Contratante para o Fundo devem ser pagas pelas
pessoas que durante o ano civil, tenham recebido no total, quantidades superiores a 150
000 toneladas de:
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OIT - ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO
É uma Agência das Nações Unidas vocacionada para a regulamentação dos aspectos
relacionados com as condições de trabalho das pessoas que trabalham por conta de
outrem a nível mundial. No que respeita à actividade dos trabalhadores dos navios
mercantes aplicam-se os seguintes instrumentos aprovados pela OIT:
Decisões e Recomendações
78/584/CEE: Recomendação do Conselho, de 26 de Junho de 1978, relativa à
ratificação de convenções sobre a segurança do transporte marítimo.
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Fornecer à Comissão e aos Estados-Membros, informações objectivas, fiáveis e
comparáveis e dados sobre a segurança marítima, do tráfego marítimo e da poluição
marinha, graças à exploração sistemática das bases de dados existentes e ao
desenvolvimento de bases suplementares.
Assistir a Comissão na publicação semestral das informações relativas aos navios cujo
acesso aos portos da Comunidade tenha sido recusado e igualmente os Estados-
Membros na melhoria da identificação e investigação dos navios responsáveis por
descargas ilícitas.
Fornecer aos Estados candidatos à adesão apoio técnico para aplicação da legislação
comunitária no domínio da segurança marítima, incluindo a organização de acções de
formação adequadas.
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Este é totalmente independente no exercício das suas funções, sem prejuízo das
competências da Comissão e do conselho de administração. Exerce as funções de de
gestor da Agência e, a esse título, é responsável pela preparação e pela execução do
orçamento e do programa de trabalho, assim como por todas as questões de pessoal.
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COSS - Comité para a Segurança Marítima e a Prevenção da Poluição por
Navios
Este comité foi criado pelo Regulamento (CE) nº 2099/2002 do Parlamento Europeu e
do Conselho de 5 de Novembro de 2002, o qual lhe atribui as seguintes funções:
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2. «Legislação marítima comunitária», os actos comunitários em vigor a seguir
enumerados:
Para efeitos do que se pretende transmitir através deste texto, entende-se por “MA” o
Memorando do Acordo de Paris para a Inspecção de Navios pelo Estado do
Porto, assinado em 26 de Janeiro de 1982, na versão em vigor.
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Contudo, em Março de 1978, logo após o Memorando ter entrado em vigor, aconteceu
o encalhe na costa da Bretanha do super petroleiro “Amoco Cadiz” com o consequente
derrame massivo de crude. Este incidente então muito mediatizado, alertou a opinião
pública e os políticos europeus para as graves consequências de um derrame deste
género para o ser humano e o meio marinho, bem como para a necessidade de
implementar normas regulamentares, susceptíveis de prevenirem tais situações.
Este novo instrumento, tem desde então permitido melhorar as condições de vida e de
trabalho a bordo, bem como a segurança da vida no mar e a prevenção da
poluição pelos navios.
Desde a sua entrada em vigor, o MA já sofreu várias emendas para acomodar novos
requisitos de segurança e protecção marinha emanados pela IMO, bem como para
acomodar as directivas da CE relacionadas com a segurança marítima e a prevenção da
poluição.
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O secretariado do MA está na Holanda, e o sistema informativo “SIRENAC”, na
França.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Dado que há Estados de bandeira que não asseguram o efectivo cumprimento dos
regulamentos constantes dos acordos internacionais que subscrevem, Armadores,
Sociedades de Classificação, e Comandantes que não cumprem o estipulado nas
convenções IMO em toda a sua plenitude, torna-se então necessário implementar o
“controlo pelo Estado do porto”.
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As inspecções são normalmente efectuadas pelos inspectores do “controlo pelo
Estado do porto” sem prévio conhecimento do comandante do navio, sendo feitos
todos os esforços possíveis para evitar atrasos e detenções de navios não justificadas.
Quando a perícia profissional requerida não puder ser assegurada pela Administração,
o inspector do “controlo pelo Estado do porto”, pode ser coadjuvado por um técnico
com a perícia necessária. Nem o inspector nem o técnico que o coadjuva, poderão em
caso algum ter interesses comerciais no porto onde é efectuada a inspecção, bem
como no navio inspeccionado.
INTRODUÇÃO
Foi assim que surgiram as primeiras SC, que então passaram a definir as normas e
regras a que teriam de obedecer a construção, operação, inspecção e manutenção dos navios
mercantes para poderem ser classificados e inscritos no registos dessas sociedades em
determinadas classes, o que só por si lhes conferia um estatuto de preferência perante
as seguradoras.
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As SC desempenham por isso, hoje em dia, um papel relevante no âmbito do
transporte marítimo, tanto no que respeita à construção dos navios como à sua
operação, uma vez que com a sua acção contribuem significativamente para
aumentar a segurança de operação dos navios garantindo por um lado um
transporte mais seguro de pessoas e bens, e por outro uma maior prevenção da
poluição do meio marinho.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O primeiro “Livro de Registo de Navios” que se conhece, foi publicado em 1764 pela
“Lloyd`s Register of Shipping”, surgindo assim a primeira Sociedade de
Classificação e Registo de Navios.
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Além das SC referidas, existem outras menos conhecidas. Contudo, o que se apresenta,
já dá uma panorâmica global da actividade das SC no “Shipping” Internacional.
É de notar também, que a actividade das SC, não se restringe à classificação e registo
de navios. A maior actividade e projecção de algumas delas incide nos transportes
aéreos, terrestres e na indústria em geral.
Segundo os estatutos, a “Rinave”, é uma sociedade sem fins lucrativos, em que todos
os seus proventos se destinam ao desenvolvimento e investigação. Os estatutos referem
ainda, a dado passo, que a “A SOCIEDADE TEM COMO OBJECTIVO
PRINCIPAL O REGISTO E CLASSIFICAÇÃO DE EMBARCAÇÕES E O
CONTROLO INDUSTRIAL” e que através da sua actividade a RINAVE deverá:
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- Dedicar especial atenção, à investigação aplicada, dentro dos seus campos
específicos de actuação;
O primeiro navio que classificou, foi o N/M Açores da CTM em Fevereiro de 1975,
tendo-se seguido outras unidades das frotas da CTM e da CNN.
Para tal, e como garante da qualidade interna no que respeita aos processos que
suportam toda a sua actividade, têm de dispor de um sistema de qualidade que
cumpra vários requisitos.
Por exemplo, a Rinave desenvolveu e mantém um Sistema de Qualidade que cumpre
os seguintes requisitos:
Dezembro de 1995 - a Rinave foi certificada NP EN ISO 9001, pelo IPQ - Instituto
Português da Qualidade, membro da EQNet- International Certification Network.
- Aprovação de Documentação
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Assim, a RINAVE, pode emitir Certificados no âmbito das seguintes Convenções
Internacionais:
As SC podem ainda prestar outros serviços à comunidade tais como, a edição dos
seguintes tipos de publicações:
Livros de Registo de Navios
Livros de Registo de Fabricantes
Livros de Fornecedores de Serviços e Produtos Aprovados
Livros de Regras de Classificação
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A fim de cumprir a missão a que se propôs, a IACS tem desenvolvido esforços para:
As grandes exigências requeridas pela IACS, para filiação de uma SC, verificam-se em
relação à sua capacidade técnica e à sua implantação no mercado. Os estatutos da
IACS definem ainda para as suas filiadas as seguintes classes:
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Para uma SC, se poder candidatar a Membro de Pleno Direito da IACS tem de
reunir as seguintes condições:
- Reputação mundial;
- Reputação significativa;
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A aceitação de uma SC como membro da IACS, depende sempre da votação unânime
do seu Conselho. Após a formação da IACS, já foram aceites como seus membros
outras SC, nomeadamente:
As SC sem dimensão para serem admitidas na IACS, são bastante prejudicadas no que
concerne ao seu reconhecimento internacional, pelo que para obviar este prejuízo,
recorrem normalmente ao apoio de uma SC com o estatuto de Membro de Pleno
Direito, para o necessário patrocínio, classificando para o efeito os navios que operam
no tráfego internacional segundo o sistema “DUAL CLASS”, o qual consagra o
reconhecimento mútuo das vistorias e certificados emitidos para estes navios por
ambas as SC, sendo para todos os efeitos legais considerados classificados por
qualquer delas.
AS SC E OS SEGUROS MARÍTIMOS
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Por sua vez, o “INSTITUTE OF LONDON UNDERWRITERS” criou a
“Classification Class” em 1952, a qual estipula que para aplicação de taxas de seguro
fixas, é necessário que os navios que transportam a carga obedeçam a determinadas
condições normalizadas no que se refere à flutuabilidade e às tampas dos porões,
evitando assim que através de taxas adicionais, se façam seguros em navios que não
satisfaçam as regras definidas.
Para que as cargas transportadas pelos navios mercantes possam ser seguradas, é
necessário que lhes tenha sido atribuída pelo menos uma das seguintes
classificações:
Se uma carga for transportada por um navio, a que não tenha sido atribuída a
classificação mais elevada por uma das SC incluídas na referida relação, então o
prémio de seguro obedece a condições especiais estabelecidas caso a caso, pelo que
será agravado.
- Companhias de Rebocadores-Salvadores;
- Árbitros de conflitos;
- Reguladores de conflitos;
- “Brockers”(Intermediários/Agentes)
Todas estas entidades gravitam à volta do enorme mundo do Shipping, dado serem
satélites de uma constante da Actividade Marítima, o acidente ou avaria.
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2 CERTIFICAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL
O transporte marítimo é pela sua natureza uma actividade internacional, pelo que
embora alguns aspectos possam ser regulamentados por legislação nacional, a grande
maioria é regulamentada por legislação internacional emanada no caso de Portugal
pela UE, através de Directivas Comunitárias e pelas Nações Unidas através de
Convenções aprovadas no âmbito da IMO pelos países aderentes, as quais são válidas
para qualquer área geográfica.
OBJECTIVOS
A certificação visa assegurar que a tripulação, o navio e o respectivo equipamento
satisfazem integralmente os requisitos das regras das Convenções que lhes são
aplicáveis, bem como as disposições das leis e decretos, ordens e regulamentos
promulgados pela Administração para a aplicação destas regras.
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DOCUMENTOS PERENES
- Título de Propriedade
- Patente de Paquete
DOCUMENTOS CADUCOS
Uns são comuns e outros específicos para certos tipos de navios, pelo que podem
agrupar-se da seguinte forma:
- Documento de Conformidade
- Certificado de Isenção
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3 FORMAÇÃO CERTIFICAÇÃO E TRABALHO DOS MARÍTIMOS
Os programas de formação requeridos pela Convenção STCW 95, visam dotar os candidatos a
oficiais de máquinas com os conhecimentos e treino indispensáveis para desempenharem
cabalmente as funções que a mesma estabelece.
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Para o efeito, durante a frequência dos referidos programas, são-lhes ministrados
os conhecimentos adequados da língua inglesa nas formas escrita e oral, que
permitam a correcta interpretação de manuais técnicos das instalações de máquinas
dos navios, bem como os conhecimentos adequados sobre todas as matérias
discriminadas nos pontos seguintes.
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b) Na rendição dos quartos de máquinas, o oficial responsável por um quarto de máquinas não
deve permitir a sua rendição sempre que o oficial que o vai substituir não se encontre em condições
físicas ou psicológicas para receber o quarto, devendo neste caso, avisar de imediato o chefe de
máquinas. O oficial responsável ao receber o quarto deve assegurar-se de que o restante
pessoal que o integra está em condições de assumir as suas funções.
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3.3.2 NORMAS DO SERVIÇO DE QUARTOS DE MÁQUINAS NAVEGAR
3.3.2.1 MÁQUINAS MARÍTIMAS
O pessoal de quarto do serviço de máquinas, deve possuir os conhecimentos
necessários para assegurar as funções a seguir descritas:
a) A correcta operação das máquinas da instalação propulsora e respectivos sistemas
de controlo, nomeadamente: a preparação e entrada em funcionamento de todas as
máquinas principais e auxiliares ; o controlo do funcionamento dos sistemas de
combustão, de verificação e regulação do nível de água das caldeiras, bem como as
acções correctivas a desenvolver no caso de ocorrerem índices de poluição ou níveis de
água anormais.
b) A manutenção das condições de segurança durante o quarto, respeitando para o
efeito os princípios adequados às várias situações decorrentes da operação da
instalação.
c) O cumprimento das normas estabelecidas para a rendição e aceitação do quarto,
bem como para as rotinas específicas estabelecidas para a instalação durante o mesmo.
d) A detecção atempada das avarias mais comuns das máquinas principais e auxiliares
e respectivos equipamentos auxiliares e de controlo, com especial incidência dada a sua
perigosidade nas caldeiras, devendo sempre que possível desenvolver as acções que as
previnam.
e) O funcionamento de todos os sistemas de bombagem e respectivos sistemas de
controlo, com particular incidência por questões de segurança, nos sistemas de esgoto,
lastro e carga devendo ser dispensada uma especial atenção às rotinas de operação das
bombas.
f) O preenchimento do diário de máquinas com interpretação correcta do significado
das leituras efectuadas e das ocorrências verificadas.
g) A mudança do controlo à distância automático para controlo local, de todos os
sistemas.
h) O cumprimento dos procedimentos de segurança e de emergência para salvaguardar
a vida humana e evitar avarias.
i) As precauções de segurança a serem observadas durante o quarto e acções imediatas
a desenvolver em caso de incêndio ou acidente, particularmente no que respeita aos
aspectos relacionados com a poluição.
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3.3.2.2 ELECTROTECNIA/ELECTRÓNICA/CONTROLO
Para este efeito, o serviço de quartos de máquinas de um navio deve
possuir os conhecimentos básicos de electricidade, teóricos e práticos,
adequados para assegurar:
- A produção de energia eléctrica, devendo para o efeito ser capaz de efectuar a
preparação, o arranque, o acoplamento e a paragem dos geradores de corrente
(alternadores) e sistemas de controlo;
- A detecção das avarias mais comuns nos geradores de energia eléctrica e
respectivos sistemas de controlo e desenvolver as acções necessárias para as
evitar.
69
3.3.3 NORMAS SERVIÇO DE QUARTOS DE MÁQUINAS COM NAVIO
NAVEGAR SOB CONDIÇÕES E EM ÁREAS DIFERENTES
Logo que avisado de que o navio vai entrar numa zona de águas
congestionadas, oficial chefe de quarto de máquinas deverá estar em
condições de garantir:
- A passagem imediata para o modo de operação manual, de todas as
máquinas susceptíveis de serem utilizadas para manobrar o navio;
- A disponibilidade de uma reserva de energia suficiente para a alimentação da
máquina do leme bem como para outros fins relacionados com a manobra do
navio;
- A preparação imediata para operação, do leme de emergência e de outros
equipamentos auxiliares que seja necessário utilizar.
70
3.3.3.3 NAVIO FUNDEADO
Quando num fundeadouro desabrigado, o chefe de máquinas deverá
consultar o comandante sobre a necessidade de manter um serviço de
quartos de máquinas idêntico ao de navio a navegar.
3.3.4.1 GENERALIDADES
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3.3.4.2 ORGANIZAÇÃO DOS QUARTOS
O chefe de máquinas, em consulta com o comandante deverá garantir uma
adequada organização do serviço de quartos de máquinas de modo a
garantir a manutenção de condições de segurança enquanto o navio
permanecer no porto.
Para decidir a composição dos quartos de máquinas, a qual poderá incluir
pessoal de mestrança e marinhagem com formação adequada, para além de
outros, deverão ser tomados em consideração os seguintes aspectos:
.1 Em todos os navios cuja máquina principal tenha uma potência propulsora
igual ou superior a 3000 KW, deverá existir sempre um oficial chefe de quarto
de máquinas;
.2 Nos navios cuja máquina principal tenha uma potência propulsora inferior a
3000 KW, poderá em função do critério do comandante e em consulta com o
chefe de máquinas, não existir um oficial chefe de quarto de máquinas; e
.3 Aos oficiais de quarto de máquinas não deverão ser atribuídas, nem por eles
assumidas, quaisquer tarefas susceptíveis de interferir com as suas funções de
supervisão relativamente às instalações de máquinas do navio.
72
Antes de assumir as funções de chefe de quarto de máquinas, o oficial
substituto deverá ser informado pelo oficial que vai substituir, dos seguintes
aspectos:
.1 Ordens normais para esse dia e ordens especiais relacionadas com a operação
da instalação, as operações de manutenção e as reparações em máquinas e
equipamentos de controlo do navio;
.2 Natureza de todos os trabalhos em curso nos compartimentos de máquinas e
sistemas de bordo, do pessoal envolvido e de potenciais riscos;
.3 Níveis e sempre que aplicável, das condições das águas ou resíduos nos porões,
tanques de lastro, tanques de resíduos, tanques de esgotos, tanques de reserva e
de quaisquer requisitos especiais para uso ou descarga dos conteúdos dos
espaços mencionados;
.4 Quaisquer requisitos especiais relativos a descargas do sistema de sanitários;
.5 Condição e estado de prontidão do equipamento portátil e das instalações fixas
de combate a incêndios, bem como dos sistemas de detecção de incêndios;
.6 Técnicos de reparação autorizados a efectuar trabalhos em máquinas, do local
onde se encontram e das reparações que estão a executar, bem como da presença
de quaisquer outras pessoas autorizadas a bordo;
.7 Quaisquer regulamentos portuários relativos a efluentes do navio, requisitos
de combate a incêndios e de prontidão do navio, em especial quando se
verifiquem condições meteorológicas instáveis;
.8 Linhas de comunicação disponíveis entre o navio e o pessoal de terra,
incluindo autoridades portuárias, para utilização em situações de emergência ou
de necessidade de assistência;
.9 Quaisquer outras circunstâncias que sejam relevantes para a segurança da
tripulação, do navio, da carga ou para a protecção do meio ambiente marinho
contra a poluição causada pelo navio; e
.10 Procedimentos para notificar as autoridades competentes no caso de poluição
do meio ambiente marinho resultante das actividades do serviço de máquinas.
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Os oficiais substitutos, antes de assumirem as funções de chefe de quarto
de máquinas, deverão certificar-se de que foram totalmente informados pelo
oficial que vão substituir, nas condições atrás descritas, e de que:
.1 Estão familiarizados com as fontes, existentes ou potenciais de energia, de
aquecimento e de iluminação, bem como com os respectivos sistemas de
distribuição;
.2 Conhecem as reservas de combustíveis, lubrificantes e água potável
armazenadas a bordo e as respectivas condições em que se encontram, bem
como todas as fontes de abastecimento de água potável; e
.3 Estão prontos para preparar as máquinas e o navio dentro das suas
competências, para situações de atenção ou de emergência, caso seja
necessário.
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Os oficiais chefes de quarto de máquinas deverão ainda:
.1 Em situações de emergência que o justifiquem, activar manualmente o
alarme da casa de máquinas adequado para avisar da situação de perigo a
restante tripulação e tomar todas as medidas possíveis para evitar danos às
pessoas, ao navio e à carga;
.2 Ter conhecimento das necessidades dos oficiais de convés relativas à
operação dos equipamentos envolvidos nas operações de carga e descarga e das
necessidades adicionais de lastragem e de outros sistemas de controlo da
estabilidade do navio;
.3 Passar frequentes rondas de inspecção aos equipamentos da instalação de
máquinas, com vista a identificar possíveis deficiências de funcionamento ou
avarias e executar de imediato as acções correctivas necessárias para garantir a
segurança do navio, das operações de carga e descarga, do porto, e do meio
ambiente marinho;
.4 Assegurar-se de que são tomadas as necessárias precauções, na sua área de
responsabilidade, para prevenir acidentes ou danos aos sistemas eléctricos,
electrónicos, hidráulicos, pneumáticos e mecânicos do navio.
O comandante de um navio que transporte carga perigosa, quer seja explosiva, inflamável,
tóxica, nociva ou poluidora do meio ambiente marinho, deverá assegurar a manutenção de
um serviço de quartos em condições de segurança.
Em navios que transportem cargas perigosas a granel, tal deverá ser assegurado através da
pronta disponibilidade a bordo de um oficial ou oficiais devidamente qualificados e,
quando necessário, de marítimos da mestrança e marinhagem, mesmo quando o navio está
atracado ou fundeado em condições de segurança num porto.
Nos navios que transportem cargas perigosas não a granel, o comandante deverá ter em
devida consideração a natureza, quantidade, embalagem e estiva das cargas perigosas e
quaisquer outras condições especiais existentes a bordo, a flutuar ou em terra.
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3.4 OPERAÇÃO NAVIO E SEGURANÇA DAS PESSOAS A BORDO
O oficial de máquinas chefe de quarto deve para este efeito, possuir uma
formação teórica e prática que lhe permitam:
- Tomar as precauções necessárias para prevenir a poluição do meio marinho
pelo navio;
- Utilizar os produtos anti-poluição e todo o equipamento associado, existentes
no navio no caso de tal ser necessário;
- Manter a integridade do navio, aplicando para o efeito os seus conhecimentos
no que se refere à sua estabilidade, caimento, tabelas de tensões, equipamentos
de cálculo e representação gráfica das tensões;
- A compreensão dos fundamentos da integridade;
- A compreensão das acções fundamentais a desenvolver no caso do navio perder
parcialmente a flutuabilidade:
- O conhecimento das principais estruturas do navio e da nomenclatura dos seus
componentes.
3.5 PREVENÇÃO/CONTROLO/COMBATE/INCÊNDIOS
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3.6 OPERAÇÕES DE SALVAMENTO
O oficial de máquinas chefe de quarto deve para este efeito, possuir uma
formação teórica e prática que o dotem:
- Com capacidade para organizar o abandono do navio;
- Com conhecimentos sobre operação de embarcações salva-
vidas, seu lançamento à água e equipamento, incluindo
salvamento por rádio, satélite EPIRBs, SARTs, fatos de
imersão e protecções térmicas;
- Conhecimento das técnicas de sobrevivência no mar.
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