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período, ou seja interagir o objeto de pesquisa junto ao contexto social ao qual foi
Pensando sobre a atualidade poderemos ver uma procura pelas práticas mágicas
existentes atualmente. Este fato citado nos remete ao estudo da magia no mundo antigo.
Segundo uma reportagem da Folha Online intitulada “Devotos de Zeus fazem 1º culto
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legal em 1,6 mil anos” podemos perceber que na própria Grécia é possível sentir-se
uma nova corrente religiosa de resgate aos deuses do passado. Esta situação fica mais
utilização do espaço do templo de Olímpia, para o culto de Zeus, como houve em 2006.
Na mesma reportagem é possível observar a nova busca pelo culto de Hefestos. Seus
devotos tentaram realizar uma cerimônia no templo deste deus, mas foram afastados do
local, por não estarem autorizados. Refletindo sobre o mesmo noticiário, ressaltamos
que existe a informação sobre o caso dos intitulados druidas britânicos, os quais
devotos de Thor e dos deuses nórdicos. A reportagem informa que eles teriam
suporte de informação de nossa analise. A relação da História com outras áreas do saber
poderemos observar é que o uso das práticas mágicas, as quais nos propomos analisar
oposta ou atividade desviante da religião conceito esse que vai ao encontro de Candido,
defixionum (no termo latino), katadesmói2 (termo grego) ou de curses tablets (termo
antiga Sagunto, não objetivamos traçar fronteiras nacionais em nossos estudos. Nossa
diversidade cultural e geográfica, mas ainda assim entendendo esta área como um
território, com algumas regiões sob a dominação dos romanos. Entretanto com o passar
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dos tempos, esse local veio a formar duas novas sociedades a portuguesa e a espanhola,
cuja cultura se estendeu para a América Latina. A seguir poderemos analisar com
melhor clareza, o que poderia ter sido o mapa do território ibérico no período de
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Ao falarmos das lâminas de chumbo identificadas como defixiones deveríamos
nos remeter a pólis ateniense, região a qual foram encontrados o maior número
princípio que esta modalidade de prática mágica tenha sido introduzida na Europa nos
parece ter gerado um aumento dos contatos entre diversas formas de grupos culturais
que poderia ter levado a produzir a interação de ritos, mitos e crenças no continente,
liga de outros metais, como o estanho, com inscrições em sua superfície, cujo usuário da
apontam para algumas categorias, como: fazer mal ao inimigo, agradecer aos deuses,
espaços sagrados, nos quais provavelmente possuíam uma ligação entre o mundo
terrestre e a esfera do sagrado, de acordo com a religiosidade local. Através dos estudos
deuses ctônicos5. Poderíamos supor que os tabletes de mágicos seriam usados também
nas disputas esportivas realizadas nas arenas romanas. Além dos casos de defixiones
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A área no qual o defixios foi depositado para a realização da prática mágica é
receptor da magia (as divindades ctônicas). Com isso as áreas que receberam os tabletes
(Sagunto), local este que poderia ter sido ocupado por um santuário na antiguidade,
como Josep Corell apontou em seu artigo sobre a intervenção do deus Iau (CORELL
cujos foram descobertos em poços, em fontes, mananciais e rios de acordo com a visão
possivelmente veremos, que na maioria das vezes eles almejavam: realizar maldições
quais estavam lhes causando prejuízos; também poderia ser utilizada a lâmina de
império em sua maioria não são muito divergentes do modelo grego. O modelo
estar voltado para suplicar uma maldição aos deuses, além de os usuários da magia
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serem motivados a fazer uso dessa prática imprecatória devido a perda de algo de valor.
Comparando esta motivação com os que foram descobertos na Britannia, veremos que
nas duas regiões ambos se referem principalmente a imprecações contra ladrões, na sua
da imprecação que realizou o furto, as partes do corpo a serem afetadas e o que deve
autoridade através das lâminas de chumbo, o uso da escrita na ação mágica, as fórmulas
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Texto do defixios dedicado a divindade Iau, em Sagunto no séc II
d.C.
• Rogat et a Iau dat pequnia quae a / • Roga e faz uma doação a Iau
com a/
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O texto presente no defixios ibérico representa uma forma de discurso pessoal a
qual se vale de uma linguagem utilizada em Sagunto. A língua utilizada neste texto
discurso mágico.
solicitante da magia e o mago são elementos, os quais não estão identificados nas
lâminas, assim podemos ter como hipótese que estariam mantendo o sigilo deles.
Contudo este não é o caso do defixione por nós analisado neste artigo.
por características expressas claramente no texto, como o termo roga e faz, a qual
a ação do deus em seu benefício, contra o ladrão. O solicitante oferece ao deus Iau em
troca do seu auxílio à pecúnia, a qual lhe foi subtraída. Contudo devemos reforçar que a
termos se referindo a prender ou atar aos deuses ctônicos, como no discurso tradicional
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vinculados ao ritual realizado através do feiticeiro. A situação sintomática expressa os
do destinatário do discurso mágico, que pode ser visível ao ser citado ao longo do texto
(como no caso da divindade Iau) ou ficar oculto no discurso e apenas ser indicado com
os seus atributos, ou pelas perfurações nas lâminas. Na maioria dos casos analisados os
deuses invocados possuem características ctônicas, cujas Pulleyn em seu artigo, “What
the defixiones tell us of the ancient world”, aponta esses atributos aos deuses que se
Pulleyn, este destaca em seus estudos, que as divindades eram evocadas porque a
qualidade ctônica era vista como obscura e misteriosa, além da associação da justiça
com a Terra (Pulleyn, 1997). Já Flint é contrário a esta visão, assim refletindo que a
qualidade ctônica tem pouca relação com as preces por justiça, sendo estas geralmente
no mesmo território. Essa relação poderia ter possibilitado a singularidade das lâminas
de chumbo ibéricas. Apesar de uma quantidade menor das tabellae defixionum presente
região Ática, a qual possui o maior numero dos defixiones descobertos. A relevância de
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Notas:
1
Reportagem retirada da http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u60200.shtml
Capturada em 02/07/2008
2
Katádesmos é o termo grego, porém o mais habitualmente usado é o latino, defixiones.
Segundo definição de Candido “o termo de/defixio ou kata/katademos sugerem o
movimento de ligar a alma de alguém junto aos mortos no mundo subterrâneo”. Já a
historiografia britânica prefere curse tablets, o que causaria alguns problemas, já que
nem todas as placas encontradas são de maldição.
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Mapa que demonstra as diversas etnias existentes na Antiga Ibéria. Acessado em
17/09/2008:
http://bp3.blogger.com/_7qCkY0jQxYg/SDnOrTILiiI/AAAAAAAAAHY/Tj9xXdYCB
BE/s1600-h/Ib%25C3%2583%25C2%25A9ria.jpg
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Termo utilizado por CANDIDO, Mª Regina. Katadesmos: a magia entre os
atenienes do V-III a. C. ao longo de seu artigo.
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O termo ctônico está relacionado com divindades subterrâneas que transportavam e/ou
acompanhavam as almas até o mundo dos mortos.
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A imagem do documento foi extraída das fontes: (AE: 2000, pp. 795; HEp:2004, pp.
622).
Referencias do documento:
Referencias Bibliográficas:
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AUGÉ, Marc Génie du paganisme. Paris: Gallimard, 1982,
FLINT, V.; GORDON, R.; LUCK,G.; OGDEN, D. Withcraft and Magic in Europe:
Ancient Greece and Rome. London: The Athlone Press, 1999.
GRAY, John. The god Yaw in the Religion of Canaan, in Journal of Near Eastern
Studies. Chicago. 1953 Vol. 12, pg. 278-283.
JONES, Peter., SIDWELL, Keith (orgs.) The World of Rome. Cambridge: Cambridge
University Press, 1997.
OGDEN, Daniel. "Binding Spells: Curse Tablets and Voodoo Dolls in the Greek
and Roman Worlds" In Witchcraft and Magic in Europe: Ancient Greece and
Rome, ed. Bengt Ankarloo and Stuart Clark, 3-90. Philadelphia: University of
Pennsylvania Press, 1999.
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RIBEIRO, Artur. As tabellae defixionum: Características e propósito. In Revista
Portuguesa de Arqueologia, volume 9,nº02,2006, pg.239-258.
Site:
Learning from curse tablets: what the defixiones tell us of the ancient world.
Capturado em: 17/09/2008.
Disponibilizado em < http://www.pinktink3.250x.com/essays/tablets.htm>
Anexos:
Identificação
Defixios Nº01
Qualificação Imprecação Jurídica
Data Aproximadamente séc. II d.C.
Localização Coleção particular
Inventário Não possui
Procedência Montanha del Castillo, Sagunto.
Tamanho 11cm de altura por 19 cm de largura e uma espessura de
0,15cm.
Acessórios Não possui
Bibliografia (AE: 2000, pp. 795; HEp:2004, pp. 622)
Elementos do Discurso
Solicitante Cryse
Mago Não citado
Objeto da Magia A pecúnia doada ao deus Iau é a mesma que lhe foi
roubada pelo companheiro de servidão.
Topos Encontrado na montanha do Castelo na antiga região de
Sagunto ( Valência) onde possivelmente existiria um santuário,
dentro da antiga fortaleza saguntiana.
Situação Comunicativa de Suplica
Sonoridade
Palavras
Indecifráveis
Ação de Suplica: Cryse ligo auri po[...]II / Rogat et a Iau dat pequnia quae a / me
accepti Heracla conservus meus/
- Enunciado Pessoal Cryse, dou ... libras de ouro.../ com a pecúnia que me subtraiu
Heracla ...
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- Enunciado Suplica Roga e faz uma doação a Iau...
Partes do Corpo ... ut insttetur uius senus, o[c]elus et/ [v]ires qicumqui sunt
aride ...
... para que fique afetado no peito e nos olhos, e que todas as
suas forças físicas fiquem atrofiadas ...
Situação Sintomática
Raiva, ódio e/ou Vingança devido o roubo efetuado pelo seu
vingança: companheiro;
Causar danos físicos ao peito e aos olhos do seu
adversário;
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