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Este documento fornece diretrizes sobre disfagia da Organização Mundial de Gastroenterologia. Ele discute a definição, epidemiologia, causas, sintomas e abordagem de diagnóstico da disfagia orofaríngea e esofágica. As principais causas de disfagia orofaríngea incluem doenças neurológicas e mecânicas/obstrutivas, enquanto distúrbios da motilidade, obstrução e doenças da mucosa são comuns causas de disfagia es
Este documento fornece diretrizes sobre disfagia da Organização Mundial de Gastroenterologia. Ele discute a definição, epidemiologia, causas, sintomas e abordagem de diagnóstico da disfagia orofaríngea e esofágica. As principais causas de disfagia orofaríngea incluem doenças neurológicas e mecânicas/obstrutivas, enquanto distúrbios da motilidade, obstrução e doenças da mucosa são comuns causas de disfagia es
Este documento fornece diretrizes sobre disfagia da Organização Mundial de Gastroenterologia. Ele discute a definição, epidemiologia, causas, sintomas e abordagem de diagnóstico da disfagia orofaríngea e esofágica. As principais causas de disfagia orofaríngea incluem doenças neurológicas e mecânicas/obstrutivas, enquanto distúrbios da motilidade, obstrução e doenças da mucosa são comuns causas de disfagia es
World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines:
Disfagia
Verso Final: Janeiro de 2004 Time de Reviso J .R. Malagelada (Chair) F. Bazzoli Elewaut M. Fried J .H. Krabshuis G. Lindberg P. Malfertheiner P. Sharma N. Vakil Traduo S.G. J orge Contedo: 1. Definio 2. Introduo e Pontos Chave 3. Fardo da Doena e Epidemiologia 4. Causas de Disfagia 5. Diagnstico Clnico 6. Opes de Tratamento 7. Referncias de Literatura 8. Websites teis 9. Questes e Sugestes
1. Definio O termo disfagia pode se referir tanto dificuldade de iniciar a deglutio (geralmente denominada disfagia orofarngea) quanto sensao de que alimentos slidos e/ou lquidos esto retidos de algum modo na sua passagem da boca para o estmago (geralmente denominada disfagia esofgica). Disfagia, portanto, a percepo de que h um impedimento passagem do material deglutido. 2. Introduo e Pontos Chave WGO Practice Guidelines: Disfagia
A deglutio um processo controlado pelo centro de deglutio na medula e pelo esfago mdio e distal por um reflexo peristltico predominantemente autnomo e coordenado pelo sistema nervoso entrico incrustado na parede esofgica. A figura abaixo ilustra os mecanismos fisiolgicos envolvidos nas fases da deglutio.
Uma deciso deve ser feita em relao localizao da disfagia de acordo com a descrio do paciente; a leso estar ao nvel ou abaixo da localizao percebida pelo paciente. importante questionar se a disfagia ocorre com slidos, lquidos ou ambos e se permanente ou intermitente. Tambm importante estabelecer a durao dos sintomas. Apesar da freqente ocorrncia simultnea, importante excluir a odinofagia (deglutio dolorosa). Finalmente, o diagnstico diferencial baseado em sintomas deve excluir o globus farngeo (sensao de "bola na garganta"), presso torcica, dispnia e fagofobia (medo de deglutir). Pontos chave a considerar na histria mdica: Localizao Tipos de alimentos e/ou lquidos Permanente ou intermitente Durao dos sintomas Deciso chave: a disfagia orofarngea ou esofgica? Essa deciso deve ser feita com segurana e baseada em anamnese cuidadosa, que permite a classificao adequada do tipo de disfagia (orofarngea vs. esofgica em cerca de 80 a 85% dos casos). 2.1. Disfagia orofarngea - manifestaes principais A disfagia orofarngea tambm pode ser denominada disfagia "alta" pela sua localizao. WGO Practice Guidelines: Disfagia
Os pacientes tem dificuldade de iniciar a deglutio e geralmente identificam a rea cervical como a com problemas. Sintomas freqentemente associados: Dificuldade em iniciar a deglutio Regurgitao nasal Tosse Fala anasalada Reduo no reflexo de tosse Engasgamento (note que a aspirao e penetrao larngeas podem ocorrer sem tosse ou tosse). Disartria e diplopia (podem acompanhar condies neurolgicas que causam disfagia orofarngea). A halitose pode estar presente em pacientes com divertculo de Zenker volumoso, com resduos alimentares e tambm na acalsia severa e obstruo crnica (e mega-esfago chagsico em reas endmicas - N. do T.) com acmulo de resduos alimentares em decomposio na luz esofgica. Um diagnstico preciso pode ser obtido quando h uma condio neurolgica definida acompanhando a disfagia orofarngea, como: Hemiparesia aps acidente vascular cerebral Ptose palpebral Sinais de miastenia grave (fraqueza vespertina) Doena de Parkinson Outras doenas neurolgicas, incluindo distonia e hiperosteose cervicais e malformaes de Arnold-Chiari (herniao de estruturas da base cerebral posterior) Dficits especficos de nervos cranianos envolvidos na deglutio tambm podem apontar a origem dos sintomas e estabelecer o diagnstico. 2.2. Disfagia esofgica - manifestaes principais A disfagia esofgica tambm pode ser denominada disfagia "baixa", referindo-se a uma provvel localizao no esfago distal, mas deve-se observar que alguns pacientes com disfagia esofgica, como a acalsia, podem descrever disfagia na regio cervical, mimetizando a disfagia orofarngea. Disfagia que ocorre igualmente para slidos e lquidos geralmente est relacionada a dismotilidade esofgica. Esta suspeita reforada quando uma disfagia intermitente para slidos e lquidos estiver associada a dor torcica. Disfagia que ocorre apenas para slidos, mas nunca para lquidos, sugere a possibilidade de obstruo mecnica com estenose da luz esofgica para um dimetro inferior a 15 mm. Se progressiva, deve-se considerar particularmente as hipteses de estenose pptica ou carcinoma. Mas vale notar que pacientes com estenose esofgica pptica geralmente apresentam um longo histrico de pirose e regurgitao, mas sem perda de peso. J os pacientes com cncer esofgico tendem a ser homens mais velhos com perda acentuada de peso. O exame fsico de pacientes com disfagia esofgica geralmente de valor limitado, mas a presena de linfadenopatia cervical e/ou supraclavicular pode ser palpvel em pacientes com cncer esofgico. Alguns pacientes com esclerodermia e estenose pptica secundria podem se apresentar com sndrome CREST (calcinose digital, doena de Raynaud, dismotilidade esofgica, esclerodactilia e telangiectasia). WGO Practice Guidelines: Disfagia
A halitose pode sugerir acalsia avanada ou obstruo a longo prazo com lento acmulo de resduos alimentares em decomposio no esfago. 3. Fardo da Doena e Epidemiologia A disfagia um problema comum. Por exemplo, sua incidncia pode chegar a 33% nos atendimentos de urgncia, e estudos em asilos de idosos tem mostrado que de 30 a 40% dos pacientes tem distrbios de deglutio, resultando em alta incidncia de complicaes por aspirao. Por outro lado, os dados epidemiolgicos no podem ser aplicados em escala global, pois a prevalncia da maior parte das doenas que levam a disfagia tende a diferir na Europa Ocidental, Amricas do Sul e do Norte, sul da sia, Oriente Mdio e frica. Tambm varia dependendo da idade do paciente e deve ser lembrado que o espectro de doenas que leva a disfagia na infncia diferente do de idosos. Portanto, em escala global s podem ser feitas aproximaes. A disfagia ocorre em todas as faixas etrias, mas sua prevalncia aumenta com a idade. Em pacientes mais jovens, a disfagia geralmente est relacionada a acidentes envolvendo cabea e pescoo ou a tumores da boca e garganta. A prevalncia de tumores difere entre vrios pases. Por exemplo, enquanto nos EUA o adenocarcinoma o cncer esofgico mais freqente, na China e na ndia o carcinoma de clulas escamosas. De modo semelhante, estenoses custicas do esfago (especialmente pela ingesto de custicos com inteno suicida) e tuberculose tambm podem ser importantes em reas de maior prevalncia dessas condies. 4. Causas de Disfagia No estabelecimento do diagnstico etiolgico da disfagia, til seguir a mesma classificao adotada para a avaliao dos sintomas, ou seja, distinguir entre as causas que afetam principalmente a faringe e o esfago proximal (disfagia orofarngea ou "alta") e as que afetam o corpo esofgico e a juno esofagogstrica (disfagia esofgica ou "baixa"). No entanto, muitas desordens se sobrepem e podem produzir disfagia tanto orofarngea quanto esofgica. Uma anamnese detalhada, incluindo as medicaes em uso, que podem estar envolvidas na patognese da disfagia. 4.1. Disfagia Orofarngea Em pacientes jovens, a disfagia orofarngea causada mais freqentemente por doenas musculares inflamatrias, teias e anis. Em pacientes mais velhos, geralmente causada por doenas do sistema nervoso central, incluindo acidentes vasculares, doena de Parkinson e demncia. Geralmente til fazer uma distino entre distrbios mecnicos e de motilidade neuromuscular, como mostrada abaixo: 4.1.1. Causas mecnicas e obstrutivas Infeces (por exemplo, abscesso retroperitoneal); Tireomegalia; Linfadenopatia; Divertculo de Zencker (com divertculo pequeno, a causa pode ser disfuno do esfncter superior do esfago); Reduo na complacncia muscular (mitose, fibrose); Malignidades de cabea e pescoo; WGO Practice Guidelines: Disfagia
Ostefitos cervicais (raro); Neoplasias e malignidades orofarngeas (raro). 4.1.2. Distrbios neuromusculares Doenas do sistema nervoso central como acidentes vasculares, doena de Parkinson, paralisia de nervo craniano ou bulbar (por exemplo, esclerose mltipla e doena do neurnio motor) e esclerose lateral amiotrfica. Distrbios contrteis como o espasmo cricofarngeo (disfuno do esfncter esofgico superior) ou miastenia grave, distrofia muscular oculofarngea e outras. A disfagia ps acidente vascular (AVC) tem sido identificada em cerca de 50% dos casos. A intensidade da disfagia tende a estar diretamente relacionada do AVC. At 50% dos pacientes com Parkinson manifestam alguns sintomas consistentes com disfagia orofarngea e at 95% apresentam video-esofagografia anormal. Pode ocorrer disfagia clinicamente significativa precocemente na doena de Parkinson, mas mais comum em estgios avanados. 4.1.3. Outras Dentio em m condio lceras orais Xerostomia Uso crnico de penicilamina 4.2. Disfagia Esofgica Os trs tipos de causas mais comuns de disfagia so: Doenas da mucosa (intrnsecas), com estreitamento da luz do esfago por inflamao, fibrose ou neoplasia Doenas mediastinais (extrnsecas), com obstruo do esfago por invaso direta ou por linfonodomegalia Doenas neuromusculares que afetam a musculatura lisa esofgica e sua inervao, interrompendo a peristalse ou o relaxamento do esfncter esofgico, ou ambos Tabela I. Causas mais comuns de disfagia esofgica Corpos estranhos intraluminais (geralmente causam disfagia aguda) Doenas da mucosa DRGE (estenose pptica) Anis e teias esofgicas (disfagia sideropnica ou sndrome de Plummer-Vinson) Tumores esofgicos Leso custica (por exemplo, ingesto de desinfetante, esofagite medicamentosa, escleroterapia de varizes) Leso por radiao Esofagite infecciosa Doenas mediastinais Tumores (por exemplo, cncer pulmonar e linfoma) Infeces (por exemplo, tuberculose e histoplasmose) WGO Practice Guidelines: Disfagia
Cardiovasculares (dilatao atrial, compresso vascular) Doenas que afetam a musculatura lisa e sua inervao Acalasia Esclerodermia Outros distrbios de motilidade Ps-cirrgicas (por exemplo, aps fundoplicatura)
5. Diagnstico Clnico 5.1 Introduo Uma anamnese precisa que cubra os elementos diagnsticos chave importante e geralmente estabelece um diagnstico com segurana. importante definir cuidadosamente a localizao da sensao de distrbio de deglutio (disfagia orofarngea versus esofgica). 5.2 Diagnstico e Gerenciamento da Disfagia Orofarngea O teste da deglutio cronometrada de gua um teste de rastreamento barato e potencialmente til para complementar as evidncias obtidas pela anamnese e exame fsico. O teste consiste na ingesto de 150 mL de gua pelo paciente o mais rpido possvel, com o observador contando o tempo necessrio e o nmero de degluties. A partir destes dados, podem ser calculados a velocidade e o volume mdio por deglutio. Este teste tem sensibilidade descrita como superior a 95% na identificao da presena de disfagia. Pode ser complementado por um "teste de comida", usando uma pequena quantidade de pudim colocada no dorso da lngua (referncia 6). Enquanto o teste de gua pode ser realizado para estabelecer o diagnstico de disfagia, falha em identificar aspirao em 20 a 40% dos casos quando comparado video- fluoroscopia devido ausncia de reflexo de tosse descrito acima. Testes mais especficos e confiveis para a avaliao da disfagia devem ser considerados dependendo das caractersticas do paciente e da importncia do problema. Sobre isso, vale lembrar que o estudo video-fluoroscpico da deglutio (tambm conhecido como "deglutograma de brio modificado") o padro ouro no diagnstico da disfagia orofarngea e que a nasoendoscopia o padro ouro para avaliao das causas estruturais da disfagia (referncias 7,8,9). Tcnicas video-fluoroscpicas tambm podem ser facilmente enviadas pela internet para interpretao distncia em reas remotas (referncia 10). A avaliao video-fluoroscpica tambm pode ajudar a predizer o risco de pneumonia aspirativa (referncia 11). O algoritmo fornecido abaixo indica testes e procedimentos mais sofisticados necessrios na investigao diagnstica em busca de tratamentos especficos.
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Algoritmo 1. Avaliao e gerenciamento da disfagia orofarngea. * Alimentao por sonda enteral no quadro agudo; alimentao por sonda de gastro ou enterostomia percutnea no quadro crnico. 5.3. Diagnstico e Gerenciamento da Disfagia Esofgica 5.3.1. A histria clinica deve ser considerada primeiro. A principal preocupao na disfagia esofgica excluir a presena de cncer. A histria clnica do paciente pode fornecer pistas - o cncer provvel se h: Curta durao (inferior a 4 meses) Progresso da doena Disfagia mais para slidos do que para lquidos Perda de peso Acalasia mais provvel se: Disfagia tanto para slidos quanto para lquidos Problema existente h vrios anos Ausncia de perda de peso Em relao aos testes diagnsticos, h algum debate se a endoscopia ou o esofagograma com brio deve ser empregado como teste inicial. 5.3.2. Esofagograma contrastado com brio O esofagograma com brio - realizado com o paciente deitado e em p - demonstra irregularidades na luz esofgica e identifica a maioria dos casos de obstruo, teias e anis. O exame com brio da orofaringe e esfago durante a deglutio o teste inicial mais til; tambm pode ser til na deteco da acalasia e do espasmo esofgico difuso, apesar dessas condies serem diagnosticadas mais definitivamente pela manometria. Tambm WGO Practice Guidelines: Disfagia
pode ser til incluir um tablete de brio para identificar estenoses sutis. O exame tambm pode ajudar em pacientes disfgicos com endoscopia negativa se houver adio do tablete. 5.3.3. Endoscopia A endoscopia usa um endoscpio de fibra tica introduzido atravs da boca at o interior do estmago com visualizao detalhada do trato gastrintestinal superior. A introduo do aparelho na cavidade gstrica importante para excluir pseudoacalasia por tumor da juno esofagogstrica. Observe o algoritmo abaixo para gerenciamento de tomada de decises.
5.3.4. Outros testes diagnsticos Manometria esofgica Este mtodo diagnstico geralmente est menos disponvel que o exame contrastado com brio e a endoscopia, mas pode ser muito til em casos selecionados. Baseia-se no registro da presso da luz esofgica usando tcnicas slida ou de perfuso. A manometria est indicada quando se suspeita de uma causa esofgica de disfagia aps exame contrastado e endoscpico inconclusivos e tratamento adequado anti-refluxo (com cicatrizao de esofagite se demonstrada endoscopicamente). As trs principais causas de disfagia que podem ser diagnosticadas pela manometria esofgica so a acalasia, a esclerodermia (peristalse esofgica ineficaz) e espasmo esofgico. Cintilografia de trnsito esofgico com radionucldeos O paciente ingere um lquido radiomarcado (por exemplo, gua misturada com colide de enxofre marcado com tecncio-99m) e mede-se a radioatividade no interior do esfago. Pacientes com distrbios da motilidade esofgica tipicamente tem depurao lentificada do radiofrmaco do esfago. A tcnica usada primariamente para propsitos de pesquisa, mas j est comeando a ser usada na prtica clnica por algumas instituies.
6. Opes de Tratamento 6.1. Disfagia Orofarngea WGO Practice Guidelines: Disfagia
H poucas opes de tratamento para a disfagia orofarngea, pois os distrbios neuromusculares e neurolgicos que a produzem dificilmente podem ser corrigidos por tratamento clnico ou cirrgico. Excees notveis so os tratamentos medicamentosos para a doena de Parkinson e a miastenia. O gerenciamento das complicaes de importncia primordial. A esse respeito, identificar o risco de aspirao um ponto chave na considerao das opes de tratamento. Nutrio e Dieta A mudana de dieta por alimentos mais macios e medidas posturais so teis. A alimentao oral preferida sempre que possvel. A modificao da consistncia da dieta para fluidos espessos e comidas macias pode fazer uma diferena significativa (referncia 12). Deve-se tomar cuidado na monitorizao das necessidades hdricas e nutricionais (risco de desidratao). A complementao de cido ctrico ao alimento melhora o reflexo de deglutio, possivelmente devido ao aumento da estimulao gustativa e do trigmio pelo cido (referncia 13). O tratamento adjuvante com inibidor da enzima conversora de angiotensina para facilitar o reflexo de tosse tambm pode ser til (referncia 14). Se houver risco alto de aspirao ou se a ingesta oral for insuficiente para manter o bom estado nutricional, ento deve-se considerar a possibilidade de suporte nutricional alternativo. Uma sonda macia e bem tolervel pode ser alocada guiada radiologicamente. A alimentao por gastrostomia aps acidente vascular cerebral reduz a mortalidade e melhora o estado nutricional em comparao com a sonda nasogstrica. A gastrostomia endoscpica percutnea realizada instalando-se um tubo da gastrostomia pelo estmago por via abdominal percutnea guiada pelo endoscopista e, se disponvel, prefervel a gastrostomia cirrgica. A probabilidade de perda por remoo do tubo de alimentao mais baixa em pacientes idosos, que sofreram AVC bilateral ou cuja video-fluoroscopia inicial mostrou aspirao (referncia 15). Tratamentos cirrgicos com o objetivo de aliviar as causas espsticas de disfagia, como a miotomia cricofarngea, tem sido bem sucedidos em at 60% dos casos, mas sua indicao permanece controversa (referncia 16). Por outro lado, a remoo de obstrues mecnicas, como divertculos de Zenker volumosos e compressivos, geralmente benfica. Reeducao da deglutio Vrias tcnicas teraputicas para ajudar na deglutio inadequada vm sendo desenvolvidas, e incluem: exerccios de fortalecimento, biofeedback e estimulao trmica e gustativa. 6.2. Disfagia Esofgica A Tabela 2, abaixo, fornece uma lista de opes de condutas para a disfagia esofgica que podem ser consideradas. Tabela 2. Condio Tratamento conservador Tratamento invasivo Espasmos esofgicos difusos Nitrato, bloqueadores do canal de clcio Dilataes seriadas ou miotomia longitudinal Acalasia Alimentos macios, anticolinrgicos, bloqueadores do canal de clcio Dilatao, injees de toxina botulnica, miotomia Heller Esclerodermia Medidas anti-refluxo, tratamento clnico sistmico da esclerodermia Nenhum WGO Practice Guidelines: Disfagia
DRGE Medicamentos anti-refluxo (bloqueadores H2, inibidores da bomba de prtons) Fundoplicatura Esofagite infecciosa Antibiticos (nistatina, aciclovir) Nenhum Divertculo faringoesofgico (de Zenker) Nenhum Correo endoscpica ou externa associada miotomia cricofarngea Anis de Schatzky Alimentos macios Dilatao 6.2.1. Estenoses esofgicas ppticas Estenoses ppticas geralmente so o resultado de doena do refluxo gastroesofgico (DRGE) - mas tambm podem ser causadas por medicaes. No diagnstico diferencial deve-se excluir: estenoses custicas aps ingesta de substncias corrosivas. estenoses induzidas por drogas estenoses ps-operatrias estenoses fngicas Aps confirmao endoscpica a dilatao, descrita abaixo, o tratamento de escolha. Estenoses esofgicas devem ser dilatadas de modo progressivo com velas flexveis de Savary ou bales. A escolha entre os tipos de dilatadores deveria ser baseada na disponibilidade na instituio e experincia e segurana do operador com os mesmos, pois as experincias publicadas em literatura no demonstraram uma superioridade convincente de um tipo de dilatador sobre outro. Se a dilatao for realizada com sondas, a primeira a ser introduzida deve ter calibre aproximadamente semelhante estimada para a estenose. So ento introduzidas velas com calibre progressivamente maior at que se observa resistncia e, a partir desta, sero introduzidas no mximo mais duas velas em uma sesso. Se forem utilizados bales, a dilatao inicial deve ser limitada a um dimetro no superior a 45F. A extenso da dilatao inicial no parece influenciar a recorrncia da estenose ou a necessidade de dilataes futuras, portanto no h evidncias que suportem o conceito de que estenoses devam ser dilatadas agressivamente para prevenir sua recorrncia. A extenso da dilatao no paciente individual deve ser baseada na resposta dos sintomas ao tratamento e na dificuldade observada no procedimento A maioria dos pacientes descreve boa melhora da disfagia com a dilatao para um dimetro entre 40F e 54F. Estenoses no devem ser dilatadas para um dimetro superior a 60F. O tratamento anti-refluxo agressivo com inibidores da bomba de prtons ou fundoplicatura melhora a disfagia e reduz a necessidade de dilataes subseqentes em pacientes com estenoses esofgicas ppticas. Em pacientes com persistncia ou recidiva da disfagia aps o tratamento inicial com dilatao e tratamento anti-refluxo, a cicatrizao da esofagite de refluxo deve ser confirmada antes de repetir a dilatao. Assim que a esofagite estiver curada, a necessidade de dilataes subseqentes ser determinada empiricamente. Pacientes que apresentam apenas alvio breve dos sintomas aps a dilatao podem ser ensinados a fazer autodilatao com velas. Nas estenoses refratrias, pode ser realizada tentativa de aplicao de esterides na estenose. Raramente, estenoses verdadeiramente refratrias podem exigir a resseco e reconstruo esofgica. Excepcionalmente, podem ser indicadas prteses endoluminais em estenoses benignas (referncia 17). O risco de ruptura de cerca de 0,5%, sendo geralmente indicada cirurgia se houver perfurao franca. WGO Practice Guidelines: Disfagia
6.2.2. Tratamento de anis de mucosa em esfago inferior (anis de Schatzki) A terapia de dilatao envolve a passagem de uma nica vela de grande calibre ou balo (45 a 60F) com o objetivo de romper (ao invs de apenas distender) os anis. Aps a dilatao abrupta, qualquer esofagite de refluxo associada deve ser tratada agressivamente. A necessidade de dilataes subseqentes determinada empiricamente. No entanto, a recorrncia da disfagia provvel, portanto os pacientes devem ser orientados quanto provvel necessidade de nova dilatao no futuro. A manometria esofgica recomendada em pacientes com persistncia ou recidiva precoce da disfagia apesar da dilatao e terapia anti-refluxo adequadas. Em pacientes com distrbio de motilidade tratvel, como a acalasia, o tratamento direcionado dismotilidade. Se no for encontrado distrbio de motilidade tratvel, realizada nova endoscopia para confirmar se houve cura da esofagite e rompimento dos anis. Nos pacientes com anis persistentes, recomenda-se nova tentativa de dilatao abrupta; naqueles com anis refratrios que no responderam dilatao abrupta com velas e bales normais, podem ser tentados dilatao com bales pneumticos maiores (aqueles utilizados para tratamento da acalasia), inciso eletrocirrgica endoscpica e resseco cirrgica. Estes tratamentos devem ser necessrios apenas em casos raros de pacientes com anis de Schatzki e apenas aps a excluso de outras causas de disfagia. 6.2.3. Acalasia O gerenciamento da acalasia depende principalmente do risco cirrgico. Um procedimento endoscpico de baixo risco, como a injeo de toxina botulnica (geralmente eficaz, mas com efeitos apenas temporrios - cerca de seis meses ou menos) reservado para pacientes sem a possibilidade de tratamento cirrgico. Em pacientes nos quais h opo de cirurgia, a maioria dos gastroenterologistas inicia com dilatao pneumtica endoscpica (com risco de perfurao de cerca de 6%) e optam por miotomia laparoscpica Heller naqueles pacientes que no responderam a duas dilataes. Alguns gastroenterologistas preferem a indicao inicial da cirurgia. Veja o algoritmo abaixo para opes de condutas.
O tratamento medicamentoso com nitratos ou bloqueadores do canal de clcio geralmente ineficaz e pouco tolerado. A injeo endoscpica de toxina botulnica pode ser utilizada como tratamento inicial para pacientes de alto risco cirrgico nos quais o mdico julgar que a dilatao por velas e a medicao sero mal toleradas. A injeo de toxina botulnica parece ser um procedimento seguro que induz remisso clnica por pelo menos seis meses em cerca de dois teros dos pacientes com acalasia. No entanto, a maioria dos pacientes WGO Practice Guidelines: Disfagia
necessitar de novas aplicaes para manter a remisso e apenas aproximadamente dois teros dos pacientes em remisso a mantero em um ano, apesar de aplicaes repetidas. Quando houver insucesso destes tratamentos, mdico e paciente devem decidir se os benefcios potenciais da dilatao pneumtica ou da miotomia superam os riscos dos mesmos para pacientes idosos ou enfermos. A alimentao por gastrostomia uma alternativa mais segura que a dilatao pneumtica ou miotomia, mas muitos pacientes neurologicamente sos consideram inaceitvel viver com uma gastrostomia. 7. Referncias de Literatura 1. Dysphagia - ABC of the upper gastrointestinal tract. William Owen BMJ 2001;323:850-853 Pubmed-Medline 2. A Technical Review on Treatment of Patients with Dysphagia caused by benign disorders of the distal esophagus Gastroenterology. 1999 J ul; 117(1): 233-54. Pubmed-Medline 3. Oesophageal motility disorders J oel E Richter The Lancet ; 8 september 2001; 358/9284;823-828. Pubmed-Medline 4. Current concepts expandable metal stents for the treatment of cancerous obstruction of the gastrointestinal tract Baron Todd H New England J ournal of Medicine; 2001 31 May; 344 (22);1681-1687 Pubmed-Medline 5. Plummer-Vinson syndrome Atmatzidis-K, Papaziogas-B, Pavlidis-T, Mirelis-Ch, Papaziogas-T. Diseases of the Esophagus 2003, 16/2 (154-157) Pubmed- Medline 6. Dysphagia in patients with nasopharyngeal cancer after radiation therapy: A videofluoroscopic swallowing study. Chang-Y-C, Chen-S-Y, Lui-L-T, Wang-T-G, Wang-T-C, Hsiao-T-Y, Li-Y-W, Lien-I-N. DYSPHAGIA, 2003, Vol/Iss/Pg. 18/2 (135-143). Pubmed-Medline 7. Morphological findings in dynamic swallowing studies of symptomatic patients. Scharitzer-M, Pokieser-P, Schober-E, Schima-W, Eisenhuber-E, Stadler-A, Memarsadeghi-M, Partik-B, Lechner-G, Ekberg-O. M. Scharitzer European Radiology EUR-RADIOL, 01 MAY 2002, 12/5 1139-1144). Pubmed-Medline 8. Visualization of swallowing using real-time true FISP MR fluoroscopy. Barkhausen- J , Goyen-M, von-Winterfeld-F, Lauenstein-T, Debatin-J -F European Radiology 01 J AN 2002, 12/1 (129-133). Pubmed-Medline 9. Early assessments of dysphagia and aspiration risk in acute stroke patients. Ramsey-D-J -C, Smithard-D-G, Kalra-L. Stroke 01 MAY 2003, 34/5 (1252-1257). Pubmed-Medline 10. Real-time remote telefluoroscopic assessment of patients with dysphagia. Perlman-A-L, Witthawaskul-W. Dysphagia 2002, 17/2 (162-167). Pubmed- Medline 11. Videofluoroscopic studies of swallowing dysfunction and the relative risk of pneumonia. Pikus-L, Levine-M-S, Yang-Y-X, Rubesin-S-E, Katzka-D-A, Laufer- I,Gefter-W American J ournal of Roentgenology 01 J UN 2003, 180/6 (1613-1616). Pubmed-Medline 12. Tolerance of early diet textures as indicators of recovery from dysphagia after stroke. Wilkinson-T-J , Thomas-K, MacGregor-S, Tillard-G, Wyles-C, Sainsbury-R. Dysphagia , 2002, 17/3 (227-232). Pubmed-Medline 13. Effect of citric acid and citric acid-sucrose mixtures on swallowing in neurogenic oropharyngeal dysphagia. Pelletier-C-A, Lawless-H-T. Dysphagia 2003, 18/4 (231- 241). Pubmed-Medline 14. Aspiration pneumonia and dysphagia in the elderly. Marik-P-E, Kaplan-D. Chest 01 J UL 2003, 124/1 (328-336). Pubmed-Medline 15. Predictors of Feeding Gastrostomy Tube Removal in Stroke Patients With Dysphagia. Ickenstein-G-W, Kelly-P-J , Furie-K-L, Ambrosi-D, Rallis-N, Goldstein- WGO Practice Guidelines: Disfagia
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