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O artigo descreve a expansão do movimento eurasianista liderado por Alexandre Duguin no Brasil, apesar de passar despercebido pela mídia. O autor argumenta que foi um dos primeiros a alertar sobre a importância do fenômeno Duguin há 15 anos, mas foi ignorado pelas elites brasileiras. Ele também descreve seu debate com Duguin em 2012, no qual conseguiu refutar os argumentos do ideólogo, irritando-o e levando seus seguidores a uma campanha de difamação contra o autor.
O artigo descreve a expansão do movimento eurasianista liderado por Alexandre Duguin no Brasil, apesar de passar despercebido pela mídia. O autor argumenta que foi um dos primeiros a alertar sobre a importância do fenômeno Duguin há 15 anos, mas foi ignorado pelas elites brasileiras. Ele também descreve seu debate com Duguin em 2012, no qual conseguiu refutar os argumentos do ideólogo, irritando-o e levando seus seguidores a uma campanha de difamação contra o autor.
O artigo descreve a expansão do movimento eurasianista liderado por Alexandre Duguin no Brasil, apesar de passar despercebido pela mídia. O autor argumenta que foi um dos primeiros a alertar sobre a importância do fenômeno Duguin há 15 anos, mas foi ignorado pelas elites brasileiras. Ele também descreve seu debate com Duguin em 2012, no qual conseguiu refutar os argumentos do ideólogo, irritando-o e levando seus seguidores a uma campanha de difamação contra o autor.
Artigos - Globalismo A expanso do duguinismo no Brasil tem sido muito rpida mas, como no poderia deixar de ser, passa totalmente despercebida da mdia e dos formadores de opinio, assim como aconteceu com a ascenso do Foro de So Paulo de 1990 a 2007. Dentre os movimentos neofascistas que floresceram na Rssia para ocupar o espao ide olgico do comunismo, o mais interessante e, de longe, o mais forte, a corrente eur asianista criada e liderada pelo prof. Alexandre Duguin. Filho de um oficial da K GB, Duguin ele prprio um colaborador e um protegido do governo russo, o idelogo ma ior por trs das decises estratgicas de Vladimir Putin. Sem um estudo srio dos seus e nsinamentos impossvel entender a linha de ao do Kremlin. Creio ter sido o primeiro a chamar a ateno do pblico brasileiro, desde uns quinze anos atrs, para a importncia crucial do fenmeno Duguin. Graas mrbida indolncia mental das nossas elites, a advertn cia caiu em ouvidos moucos. Mas, se so avessos a todo estudo solitrio, os brasilei ros de classe mdia e alta so, na mesma medida, altamente propensos a deixar-se arr astar por qualquer bandeira ideolgica que chegue do exterior com suficiente respa ldo financeiro e disposio de conquistar o territrio. Assim, se ningum se preparou in telectualmente para enfrentar a epidemia duguinista que eu anunciava como inevitv el, essa epidemia acabou entrando no Brasil como quem arromba uma porta aberta, fazendo no s centenas adeptos nas universidades como tambm cooptando agentes pagos dispostos a tudo pela glria do Imprio Eurasiano, que no fim das contas no seno a boa e velha Me Rssia com roupagem multinacional. O eurasianismo surgiu do antigo movimento nacional-bolchevique inaugurado pelo prpr io Duguin e pelo romancista Eduard Limonov no incio dos anos 90 do sculo findo. A idia inicial era a de reunir num vasto front ideolgico tudo o que no mundo fosse a nti-ocidental e anti-israelense: comunismo, nazismo, fascismo e sobretudo os vrio s movimentos tradicionalistas herdeiros dos ensinamentos de Ren Gunon, Julius Evola, Frithjof Schuon, Ananda K. Coomaraswamy. Duguin e Limonov divergiram quanto ao governo Putin, que o segundo condenava e no qual o primeiro viu sua grande oportunidade de subir na vida. Duguin tornou-s e o idelogo do regime, vivendo em instalaes confortveis, rodeado de centenas de ass essores, tudo pago pelo governo, enquanto Limonov ia para a cadeia. O nacional-b olchevismo estava acabado: nascia, em seu lugar, o eurasianismo, que praticamente a mesma coisa adornada com uma profuso de novos e rebuscados argumentos extrados d as obras do gegrafo ingls Halford J. Mackinder (1861-1947), dos pensadores russfilo s do incio do sculo XX, dos tericos nazifascistas e dos tradicionalistas gunonianos e schuonianos. O ncleo da doutrina a idia de que a histria humana inteira pautada por uma guerra s em fim entre potncias terrestres, ou eurasianas, e potncias martimas, ou atlnticas dia essas duas foras so representadas, respectivamente, pelo bloco russo-chins e pe la aliana atlntica dos EUA com a Inglaterra e Israel. Segundo Duguin, os povos terres tres so guiados por altos ideais hericos, os atlnticos pela cobia e desejo de poder. O mundo s ser feliz quando o bloco atlntico for destrudo e o Imprio Eurasiano dominar s em nenhuma cobia ou desejo de poder, claro o globo terrestre inteiro. So simple a s that. A fora do duguinismo reside no atrativo que exerce sobre mentalidades diversas e aparentemente incompatveis entre si: patriotas russos ansiosos para restaurar as glrias imperiais do czarismo, saudosistas do Fhrer e de Mussolini, comunistas em c rise de desamparo ideolgico desde o fim da URSS, catlicos tradicionalistas inconfo rmados com as reformas do Conclio Vaticano II, intelectuais gunonianos revoltados contra o materialismo moderno e, como no poderia deixar de ser, brasileirinhos un iversitrios sempre dispostos a receber de braos e pernas abertos uma formuleta ide olgica prt--porter que os dispense de ler livros. A expanso do duguinismo no Brasil tem sido muito rpida mas, como no poderia deixar de ser, passa totalmente despercebida da mdia e dos formadores de opinio, assim como aconteceu com a ascenso do Foro de So Paulo de 1990 a 2007. E justamente a que eu entro na histria. Momentaneamente em crise de dvida, alguns d uguinistas principiantes decidiram pr as idias do seu guru em teste, promovendo um debate entre ele e este articulista. O texto integral dos pronunciamentos de pa rte a parte foi publicado pela Vide Editorial, de Campinas, sob o ttulo Os EUA e a Nova Ordem Mundial. Um Debate entre Alexandre Duguin e Olavo de Carvalho (2012 ). Mesmo o leitor que no morra de amores pela minha pessoa notar que, nesse confro nto entre um escritor independente e o poderoso representante da ditadura russa, os argumentos do meu adversrio foram reduzidos a p. As mensagens finais do prof. Duguin no escondem sua irritao e despeito ante um oponente que no lhe deixava mesmo margem para outra coisa. Incapaz de refutar qualquer das minhas objees ao eurasianismo, o prof. Duguin no er a e no , no entanto, sonso o bastante para deixar de perceber na minha influncia o principal obstculo penetrao das suas idias no Brasil. Era de se esperar, portanto, q ue mais cedo ou mais tarde a militncia duguinista, inconformada com a humilhao do s eu guru, desistisse da concorrncia intelectual e partisse para uma campanha de cha racter assassination no bom e velho estilo KGB, muito mais maliciosa, peonhenta, o rganizada e bem subsidiada do que qualquer iniciativa similar da esquerda nacion al. Nos prximos artigos darei alguns detalhes sobre o episdio, altamente significa tivo do futuro que se prepara para o Brasil.
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