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A discussão entre positivistas e dialéticos na sociologia alemã. Adorno defende que a dialética é um método dependente do seu objeto, diferentemente do positivismo que vê a sociologia como dedução lógica. A totalidade não pode ser verificada empiricamente, mas a interpretação dos fatos conduz à totalidade.
A discussão entre positivistas e dialéticos na sociologia alemã. Adorno defende que a dialética é um método dependente do seu objeto, diferentemente do positivismo que vê a sociologia como dedução lógica. A totalidade não pode ser verificada empiricamente, mas a interpretação dos fatos conduz à totalidade.
A discussão entre positivistas e dialéticos na sociologia alemã. Adorno defende que a dialética é um método dependente do seu objeto, diferentemente do positivismo que vê a sociologia como dedução lógica. A totalidade não pode ser verificada empiricamente, mas a interpretação dos fatos conduz à totalidade.
Disciplina: Teoria da Pesquisa Professoras: Jomaria da Mata Lima Alloufa, Dra Dinah dos Santos Tinco, Dra Aluna: Fernanda Julyanna Silva dos Santos
GRELHA DE LEITURA Texto: ADORNO, Theodor W. Introduo Controvrsia sobre o Positivismo na Sociologia Alem.In: BENJAMIN, Walter et al. Textos escolhidos. Coleo Os Pensadores. So Paulo: Abril Cultural, 1980. IDIAS-CONTEDO TPICOS PARA A ESTRUTURA DO TEXTO A controvrsia pblica sobre dialtica e a sociologia positivista. Surge com a discusso de Tubingen na Alemanha. Alguns tericos apontam que a discusso no tomou o curso e a forma desejada carecendo de alguns atributos como as diferenas profundas concernentes ao assunto (p.215). Os dialticos recorrem explicitamente filosofia, e os positivistas em seus interesses metodolgicos no so menos alheios ao empreendimento de pesquisa ingenuamente praticado (p.215). A discusso de Tubingen foi proveitosa sociologia como cincia determinada (p.215) Recriminada abstrao. Argumentos desenvolvidos teoria analtica da cincia, que no atendendem a seus axiomas acabam caindo na mquina infernal da lgica (p.216). Acrescente se crtica inerente da lgica desenfreada, a de seu carter coercivo, dotado pelo pensamento mediante a irrefletida identificao com processos lgico-formais (p.216). As controvrsias decisivas so da natureza do contedo latente (p.216). Para a recriminada abstrao ser possvel precisa proceder conforme a lgica formal, sendo o centro da concepo positivista ou de toda a cincia (p.216). Por sua vez, raciocnios motivados pela auto-reflexo crtica do primado da lgica em disciplinas objetivas caem inevitavelmente em desvantagem ttica (p.216). Discutir as questes controversas sem preconceito logicista, mas tambm sem dogmatismo. Haveria de ser encontrado um local espiritual, em que pudesse existir concordncia, sem, contudo aceitar um cnone (p.217). Seja a ideia da cincia includa a lgica formal como uma relao social de produo (p.217) O positivismo deveria questionar se vlida uma disjuno convincente entre o conhecimento e o processo de vida real; enquanto a dialtica que discorda disto deve no deve comportar- se como "pensamento privilegiado" (p.217).
Objetividade e subjetividade Desenvolvimento da hostilidade contra a filosofia (p.217). A controvrsia se apresenta como se os positivistas representassem um rigoroso conceito de validade cientfica objetiva, diludo pela filosofia e o grupo de dialticos estivesse relacionado com a tradio filosfica, de modo especulativo (p.217). Esse conceito especulativo no tem a conotao de autorreflexo crtica do entendimento, sua limitao e sua correo (Hegel), mas o conceito daquele que pensa futilmente sem compromisso, justamente sem auto crtica lgica e sem confrontao com as coisas (p.218). O que deveria designar o pensamento que se despoja de sua prpria limitao, adquirindo assim objetividade, equiparado arbitrariedade subjetiva: arbitrariedade (p.218). O positivismo possui a mais profunda e inconsciente contradio ao perseguir, intencionalmente, a mais extrema objetividade, purificada de todas as projees subjetivas, entretanto isso provoca apenas envolvendo-se sempre mais na particularidade de uma razo instrumental simplesmente subjetiva (p. 218). Os que se sentem vitoriosos frente ao idealismo lhe so bem mais prximos do que a teoria crtica (p.218). O significado duplo do subjetivismo no positivismo. A sociologia positivista pode ser denominada subjetiva no mesmo sentido da economia subjetiva, possuindo doa significado (p. 219). Em um primeiro ponto a sociologia dominante como esquemas sobrepostos ao material, os fenmenos so ou no interpretado conforme uma estrutura em si pr-estabelecidas (p.220) Em seu segundo significado a sociedade , em ampla medida, a conscincia ou a inconscincia mdia a ser obtida estatisticamente de sujeitos socializados e que agem socialmente, e no o meio em que estes se movimentam (p.220).
Dialtica um mtodo dependente do seu objeto. Por tal impede sua apresentao como um para-si, tal como a permite o sistema dedutivo. Assim os possitivistas atacam a carncia de um fundamento sobre que se edifica todo o restante, o que tambm criticado pela filosofia dominante: falta- lhe arkh (p.221). Um tal fechamento que cuidava para que nada fosse extrado da dialtica como sendo in essencial ou acidental se perdeu, juntamente com a necessidade e a univocidade; ela no possui um cnone a regul-la. (p.221). Na dialtica tradicional ela estava disposta de cabea para baixo, segundo a tese de que a objetividade precedente, o prprio objeto, entendido como totalidade, sujeito. (p.221). Totalidade De modo objetivo a dialtica procede a representao do todo social fora do alcance da pesquisa e que deve ser abandonada, gerando um cetiscismo quanto categoria de totalidade, enquanto os objetos de tais teoremas so obtidos fora de conexes alastradas (p.222). Conforme o mais simples common sense,a empiria conduz totalidade. (p.222). Entre as diferenas entre a concepo positivista e a dialtica, temos que a primeira a reconhece somente a vigncia de fenmenos, enquanto a dialtica no renuncia distino entre essncia e fenmeno (p.223). A totalidade no constitui uma categoria afirmativa, mas sim crtica. (p.223) E dentro desta ideia a crtica dialtica busca salvar ou restaurar o que no est de acordo com a totalidade. A interpretao dos fatos conduz totalidade, sem que esta seja, ela prpria, um fato. No h nada socialmente fatico que no tenha seu valor especfico nesta totalidade. (p.223). Habermas nega a possibilidade de verifcabilidade da totalidade conforme o critrio dos fatos. (p.223) Faticidade De acordo com o positivismo o conceito de faticidade funo da mesma sociedade a cujo respeito cala a sociologia cientificista, insistindo na imperscrutabilidade do substrato. (p.224). Por sua vez a separao absoluta entre fato e sociedade constitui um produto artificial da reflexo, que dever ser deduzido e refutado por meio de uma segunda reflexo (p. 224). Inverificabilidade. Adorno indica a inverificabilidade da dependncia de todo fenmeno social em relao 'totalidade', que o autor entende queessencialmente nem o fato, o conceito de totalidade utilizado, ou o tipo de dependncia referido orientado a um esclarecimento, por modesto que seja (p.224). Contudo, a totalidade no fatica corno o so os fenmenos sociais singulares aos quais se limita o critrio de verificabilidade (p.224). Viso dialtica e positivista de totalidade. A diferena entre a entre as duas vises se agua justamente porque o conceito dialtico de totalidade pretende ser "objetivo", isto , ser aplicvel a qualquer constatao social singular, enquanto as teorias de sistemas positivistas tencionam somente, pela escolha de categorias as mais gerais possveis, reunir constataes sem contradio em um contnuo lgico, sem reconhecer os conceitos estruturais superiores como condio dos estados de coisas por eles subsumidos. (p.225) A crtica ao positivismo est na viso restrita de totalidade a experincia dominante (p.225). A dialtica consegue ser mais "realista" do que o cientificismo com todos os seus "critrios de sentido" por afastar a aparncia de qualquer possvel dignidade naturalmente transcendental do sujeito singular, compreendendo a este e s suas formas de pensamento como algo social em si (p.225). A sociedade ao mesmo tempo inteligvel e ininteligvel. Inteligvel na medida em que o estado de coisas objetivamente determinante da troca implica abstrao, de acordo com sua prpria objetividade, implica um ato subjetivo: nele o sujeito verdadeiramente reconhece a si mesmo. (p.225) Passa a ser initeligivel quando a racionalidade objetiva da sociedade, a da troca, pela dinmica prpria afasta-se cada vez mais do modelo da razo lgica. Por isto a sociedade, o que se tornou autnomo, tambm no continua a ser inteligvel; o unicamente a lei de autonomizao. Ininteligibilidade designa no somente algo essencial sua estrutura, mas tambm a ideologia, mediante a qual se protege da crtica sua irracio- nalidade. (p.225-226) A contradio nesses conceitos constitui o motor da crtica racional (p.226). Importncia da dialtica Habermas ao fazer uma discusso sobre a teoria analtica da cincia, coloca a transio dialtica como necessria, dentro do contexto do conhecimento especfico da cincia social (p.226). De acordo com o autor no apenas o objeto do conhecimento mediatizado pelo sujeito, como, alis, reconhece o positivismo, mas tambm inversamente: o sujeito incide como momento na objetividade a ser por ele conhecida, o processo social. (p.226) Ao ter como o intuito conhecer a realidade social contempornea a dialtica se desenvolve cientificamente (p.226). Conformismo e autoexaltao da cincia. A teoria da conveno tem possibilitado o conformismo social como critrio de sentido das cincias sociais e sua auto- exaltao (p.226). O refinamento matemtico da metodologia cientfica em avano no dissipa a suspeita de que a converso da cincia em uma tcnica junto s outras est minando o seu prprio conceito (p.226). O cientfico e o pr- cientfico. A usual e academicamente distino entre o cientfico e o pr- cientfico deixa de se manter (p228). O classificado como pr-cientfico no somente o que ainda no atravessou ou evita mesmo o trabalho autocrtico da cincia sustentado por Popper. Pelo contrrio, enquadra-se nisto tambm tudo de racionalidade e experincia que excludo pelas determinaes instrumentais da razo. (p.228) Entretanto os dois momentos so inseparveis, uma vez que a que no acolhe de modo transformador impulsos pr-cientficos condena-se indiferena no menos do que o faz o descompromissamento amadorstico (p.228) por meio do pr-cientfico que renem-se os interesses copiados pelo processo de cientificao (p.228). A crtica no positivismo e na dialtica. Dentro do entendimento de Popper a crtica significa um "puro mecanismo de confirmao provisria de proposies universais da cincia (p.231), assim o conceito popperiano suspende a lgica, restringindo-a a proposies cientficas sem respeitar a logicidade de seu abstrato, que de acordo com seu prprio sentido a exige. Seu "racionalismo crtico" tem algo de pr- kantiano, lgico-formal s custas do contedo. (p. 233). A crtica cognitiva de conhecimentos e de teoremas examina se os objetos do conhecimento so o que postulam, de acordo com seu prprio conceito (p.231). Assim a crtica relao de proposies cientficas converte-se contudo inevitavelmente em crtica da coisa (p.232). Da anlise crtica depende o conceito de argumento (p.231). No sentido fsico e metafsico a crtica desenvolvida na obra de Marx como uma Crtica de Economia Poltica porque pretende demonstrar o todo a ser criticado em seu direito de existncia, a partir das formas da troca e da mercadoria e sua contraditoriedade imanente, "lgica". (p.232). No apenas a deciso acerca da possibilidade de mostrar a veracidade ou falsidade de hipteses propostas que se denomina crtica: ela efetua uma transio transparente em direo ao objeto. (p.233) A contradio dialtica exprime os antagonismos reais que no ficam visveis no dentro do sistema lgico-cientificista, uma vez que o sistema, conforme o modelo do lgico-dedutivo, constitui algo desejvel, algo positivo para os positivistas; j para os dialticos, tanto real como filosoficamente, constitui o cerne a ser criticado. (p.233). A crtica no positivismo. Na tentativa de evitar a crtica ao objeto, o cientificismo se defende apelando sua neutralidade social. Com a concesso de Popper segundo a qual proposies protocolares no so intocveis parece-me configurar um considervel progresso, de que hipteses de leis de carter universal numa prtica plena de sentido no poderiam ser compreendidas como verificveis, e de que isto valeria inclusive para as proposies protocolares, efetivamente leva em frente, de modo produtivo, o conceito de crtica (p.234). Popper esclarece a objetividade cientfica que sustenta mediante categorias sociais tais como: competio; tradio; instituio social; poder do Estado (p.235). Na Alemanha h uma ausncia total de tradio crtica, devido a tradio em que Popper se apoia. Popper hesitaria em reconhecer empiricamente como instrumento da verdade, da mesma forma como no superestimar o alcance efetivo da "tolerncia poltica da discusso livre" na cincia (p. 235) Objetividade. No esprito de uma imperturbvel pretenso de objetividade, a sociologia no deve se contentar com o mero fato, somente na aparncia o mais objetivo (p.237) A objetividade a que propriamente deveria servir a afinao metodolgica, o evitar fontes de erro, torna-se algo secundrio, que o ideal operacional piedosamente arrasta consigo; o que era central transforma-se em perifrico. Dominando a vontade metodolgica, desprovida de maior reflexo, de tornar problemas "falseveis" univocamente decidveis, a cincia se atrofia em alternativas que emergem somente graas supresso de variables, abstraindo portanto do objeto, e assim transformando-o. De acordo com este esquema, o empirismo metodolgico opera em direo oposta experincia. (p.238) Interpretao. O social deve ser pensado e construdo com base na totalidade, no sistema global real porm intraduzvel em imediatez tangvel, entretanto a ideia da "aproximao antecipada" totalidade, que eventualmente um positivismo muito liberal aprovaria, no suficiente (p.238).
Interpretar significa perceber a totalidade nos traos dos dados sociais, e isso pode ser feito por meio da anlise fisionmica j que apresenta a totalidade que no uma simples sntese de operaes lgica. Os fatos no so idnticos com ela, mas ela no existe alm dos fatos. Um conhecimento social que no comea com a visada fisionmica empobrece de maneira insustentvel. (p.238). A sociologia requer tanto um alto grau de exatido da observao emprica quanto tambm a fora da teoria que inspira a interpretao, e graas a esta se modifica. (p. 239) O carter duplo da sociologia. Sob o olhar positivista a sociologia vista como uma cincia entre as outras, e, considera os consagrados mtodos da cincia mais antiga, sobretudo a da natureza, como aplicveis sociologia (p.239). Entretanto a sociologia possui um carter duplo: nela o sujeito de todo conhecimento, justamente a sociedade, o portador da universalidade lgica, simultaneamente objeto (p.239). subjetiva por remeter aos homens que a formam, e inclusive seus princpios de organizao, remetendo conscincia subjetiva e sua forma de abstrao mais universal, a lgica, algo essencialmente intersubjetiva (p. 239); objetiva porque na base de sua estrutura de apoio, sua prpria subjetividade no lhe transparente, j que no possui sujeito global e impede a instaurao deste em virtude de sua organizao. (p. 239). a conscincia coisificada da sociologia A substituio de sociedade como sujeito, por sociedade como objeto (p.239) Diferena entre a teoria criticada sociedade e a sociologia. Uma teoria crtica, apesar de toda experincia de coisificao, e mesmo justamente ao exteriorizar esta experincia, se orienta pela idia da sociedade como sujeito, enquanto a sociologia aceita a coisificao, repetindo-a em seus mtodos, perdendo assim a perspectiva em que a sociedade e sua lei unicamente se revelaram (p.239). Sem ruptura, e impropriedade, no existe conheci- f mento que seja mais do que repetio ordenadora. (p.240)
Pois to pouco como algo singular 'verdadeiro', mas, graas sua mediao, tambm forma seu prprio outro, assim tambm o todo no verdadeiro. (p.241)
A totalidade e o singular. Quando se usa a categoria como totalidade a um fortalecimento do preconceito de que os dialticos se ocupam do global descompromissado, enquanto os positivistas se entretm com detalhes slidos (p.242) Na crtica ideologia globalizante e organizatoria, a dialtica no perde em agudeza dos positivistas (p.242) , o entedimento de um conceito de um incio que em-si menos aceito pela dialtica do que o fazem os positivistas (p.242) Ressalte-se que o concreto singular pesa mais concepo dialtica do que cientificista, a forma dialtica de encarar a sociedade considera mais a micrologia do que faz o positivista (p.243). A sociologia emprica tambm percebeu o que perde em contedo especfico devido generalizao estatstica, aparecendo no detalhe algo decisivo acerca do universal, que escapa simples generalizao (p.244). Contudo, se teoremas sociais precisam ser simples ou complexos, constitui objetivamente deciso dos prprios objetos. (p.245) A proposio popperiana. Tem como norma a simplificao onde o que existe efetivamente so os problemas e as tradies cientficas" (p. 245), e a cincia deve se ocupar unicamente com questes passveis de deciso, usando como mtodo o mesmo das cincias naturais (p. 245). E quando uma tentativa de soluo no acessvel crtica com objetividade resulta em eliminao da mesma como no cientifica. Assim o que se postula que tudo que se situa legitimamente no mbito da sociologia pode ser decomposto em problemas singulares (p.245). E assim a tese popperiana torna-se uma censura inibidora do pensamento cientfico (p.245). O auto coloca que conceitos como o de hiptese, e o de testabilidade, que lhe subordinado, no admitem uma simples transferncia das cincias naturais s da sociedade (p.245) As leis sociais so incomensurveis para o conceito de hiptese A confuso entre os positivistas e os crtico-tericos tem inicio nesse fato (p.246). Tendo em vista que ratificabilidade constitui um potencial da humanidade, e o conceito de hiptese nega a complexidade precisamente de relaes sociais (p.247) O mtodo lgico da reduo a elementos a partir dos quais algo social se constri, elimina virtualmente contradies objetivas. (p.247). A tese geral positivista da verificabilidade. Os positivistas que criticam a dialtica exigem ao menos modelos de procedimentos sociolgicos que apresentem sentido (p.247). Diante disto os positivistas insistem que os dialticos oposio no so capazes de indicar regras vinculadoras do comportamento do conhecimento sociolgico, defendendo a aquela separao estrita entre coisa e mtodo, e este ultimo alvo do ataque da dialtica (p. 249 250). Cabe supor uma ruptura entre a pesquisa emprica objetivamente realizada e a metodologia positivista A sociologia deveria fazer uma analise sobre quais problemas permitem tratamento emprico adequado, e quais no o permitem sem sacrifcio de sentido (p.251). A metodologia positivista tem sido pouco produtiva para a pesquisa sociolgica, inclusive sob sua forma de "filosofia analtica", e isso teria como causa que na pesquisa o interesse pela coisa acaba se firmando contra a obsesso metodolgica (p.251). A expresso daquele professor acadmico: "Os senhores esto aqui para fazer pesquisa e no para pensar", constitui a mediao entre o carter subalterno de inumerveis levantamentos scio-cientficos e sua posio social. (p.251). Hiptese de clareza. A sua formulao: "O mundo tudo o que o caso", desde ento dogma do positivismo, em si to ambgua que no suficiente como "critrio de sentido", de acordo com o prprio postulado de clareza de Wittgenstein. (p.253) Assim o princpio fundamental dos positivistas oculta o conflito entre empirismo e logicismo, tambm no solucionado por eles, e que em verdade percorre toda a tradio filosfica, introduzindo-se como novidade no positivismo, somente porque este nada quer saber daquela. O fato de os positivistas, num gigantesco crculo, extrapolarem da cincia as regras que devero fundament-la e justific-la, possui conseqncias fatais tambm para a cincia, cujo progresso efetivo inclui tipos de experincia que por sua vez no so prescritos e aprovados pela cincia. (p.254). Mesmo categorias to distantes da imediatez como a da sociedade, se desprovidas de um imediato, no poderiam ser pensadas; quem no percebe primariamente a referncia sociedade expressa nos fenmenos sociais no pode ascender a um autntico conceito de sociedade. Contudo, o momento de imediatez haver que ser superado (aufzuheben) durante o prosseguimento do conhecimento. Isto acaba afetando o contedo de verdade das proposies protocolares: elas so verdadeiras e no o so.
Nesta medida a sociologia no pode se restringir aos dados, mas precisa procurar desviar as contradies; a pesquisa emprica procede de acordo. Que a teoria da cincia despreze ab ovo tais consideraes habituais cincia, constitui, encarado subjetivamente, o ponto de apoio da crtica dialtica. (p.255)
O positivismo interioriza as presses para uma postura espiritual, exercida pela sociedade totalmente socializada sobre o pensamento, no intuito de faz-lo funcionar nela. Ele o puritanismo do conhecimento. (p.255) O que este efetua na esfera moral, no positivismo se sublima nas normas do conhecimento. Com razo Schelsk/ denominou o conceito de experincia no regulamentada um dos pontos centrais da controvrsia entre os dialticos e os positivistas. (p.257) Uma tal anlise fisionmica do positivismo tambm a de seu prprio conceito central, o emprico, a experincia. (p.256) No positivismo est documentada uma constituio histrica do esprito, que no mais conhece a experincia, motivo por que tanto elimina seus rudimentos como se oferece como seu substituto, como nica forma legtima de experincia. A experincia regulamentada que o positivismo prescreve, anula a prpria experincia, elimina na inteno o sujeito que experimenta. O correlato da experincia frente ao objeto a eliminao do sujeito, sem cuja receptividade espontnea nada de objetivo se d (p.257)
Popper postula uma sociedade "aberta", Sua idia contudo contradiz o pensar regulamentado, no aberto, postulado por sua lgica cientfica como "sistema dedutivo".
Aplicando ao positivismo seu prprio princpio fundamental: por afinidade com a burguesia ele contraditrio em si, na medida em que declara a experincia como o nico e exclusivamente importante, e, ao mesmo tempo, a probe. A exclusividade que atribui ao ideal da experincia, o sistematiza e assim potencialmente o suprime (hebt es auj).(p.258) Neutralidade dos valores. A teoria de Popper no insiste neutralidade de valores como a tradio mais influente da sociologia alem (p.258) A dicotomia de valor e neutralidade de valores para ao autor se apresenta insustentvel, uma vez que valor e neutralidade de valor no esto separados, mas inter-relacionados (p. 259).
Valor e neutralidade de valor ; A rigidez de um conceito de valor exter- no ao pensamento, como coisa, constituiu-se em ambos os lados em motivo da insatisfatoriedade do debate sobre a neutralidade de valores O relativismo dos valores constitui o correlato apoteose absolutista dos valores
A falsa ciso entre neutralidade de valores e ' valor revela-se igual ciso entre teoria e prtica (p. 260)
Assim corno uma teoria dialtica no apaga simplesmente o desiderato de r neutralidade de valores, mas trata de preserv-lo suprimindo-o em si (an sich auf- ziiheben trachtet) em conjunto com o oposto, assim ela deveria se comportar em relao ao positivismo como um todo. Coisificao dos conceitos. A crtica dialtica ao positivismo tem seu ponto de aplicao mais importuno na coisificao (p.261).