Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
"Com Albino Almeida, a Confap passou a dizer 'ámen' a tudo o que vem do
Ministério da Educação", disse ao DN António Castela, da Federação Regional de
Lisboa das Associações de Pais (Ferlap). "Ele diz que representa os pais, mas está
longe de o poder fazer", acusou, revelando que, além da Ferlap, a oposição conta
com o apoio da federação regional de Viseu (FREViseu), liderada pela ex-presidente
da Confap, Maria José Viseu, "e das concelhias de "Sintra, Vila Franca de Xira,
Marinha Grande, Ourém e Benedita".
O movimento, que "em Abril" vai criar a Confederação Nacional Independente dos
Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), promete assumir uma postura bastante
mais crítica em relação ao Governo : "O que vamos fazer é analisar políticas
educativas", frisou. "Não vamos apoiar esta ou aquela equipa ministerial".
A CNIPE, disse António Castela, tem discordâncias com a tutela em alguns aspectos
de vários diplomas, como o novo regime de gestão das escolas, o estatuto do aluno
e a lei das associações de pais, que considera "pouco ambiciosa". Quanto à Confap,
acusa, a postura é de "colagem às medidas do Ministério".
Castela foi ainda mais longe, sugerindo que essa alegada postura poderá de alguma
forma ser compensada pela tutela: "Não percebemos como foi possível haver
transferências [de dinheiro] do Ministério da Educação para a Confap em Abril e
Maio, quando esta só aprovou os mecanismos que permitiam essas transferências
na Assembleia Geral de Setembro", contou. "Não percebemos também porque o
Ministério ainda não se pronunciou, nem pediu um inquérito, sobre o facto de ter
havido um desfalque de 60 mil euros na Confap, que terá sido cometido pelo
tesoureiro, já afastado".
"Para mim, o CNIPE resume-se a duas pessoas: o senhor Castela e a senhora Maria
José Viseu. Não sei se vão constitui-se em associação, porque ainda nem sequer
fizeram as assembleias gerais para se desvincularem da Confap. Mas mesmo que
reúnam todas as estruturas que reclamam, o que não vai acontecer, representam
no máximo 40% das associações de pais."
Albino Almeida negou ainda que a Confap não critique a tutela, dando o exemplo do
enriquecimento curricular do 1.º ciclo, "onde muitas actividasdes eram mais bem
feitas quando eram organizadas pelas associações de pais. O que não fazemos são
acusações fortuitas, como eles, que chegaram a acusar as autarquias de estarem a
mercantilizar o enriquecimento curricular", ripostou, lembrando que Maria José
Viseu "aconselhou o Ministério em diplomas que agora critica, como a lei das
associações de pais".
O DN contactou o Ministério da Educação, mas não foi possível obter uma resposta
sobre este tema.