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pt em 11/03/2008

O desempenho ambiental é uma preocupação cada vez maior da sociedade, tanto ao


nível global como ao nível local, da comunidade em que estamos inseridos. Cada vez
às organizações é solicitado, e em muitos casos exigida, a demonstração de
preocupações e actuações concretas, ao nível do controlo dos impactos provocados no
ambiente, assim como uma cultura de prevenção da poluição.

A NP EN ISO 14001:1999 é uma norma que visa promover a melhoria contínua do


desempenho ambiental das organizações, através da definição das orientações
necessárias à criação de ferramentas de gestão para identificação dos seus aspectos
ambientais e controlo dos respectivos impactos, prevenção da poluição e melhoria do
seu desempenho global.

Através da implementação de um sistema de gestão ambiental, podem ser


introduzidos benefícios económicos significativos como por exemplo - redução de
matérias-primas ou recursos, redução de energia, redução de resíduos e reutilização
de recursos - cujo impacto na organização se encontra directamente relacionado com a
eficácia do seu sistema de gestão.

A certificação do Sistema de Gestão representa normalmente o culminar de um vasto


trabalho de reorganização desenvolvido no seio das organizações. Não se trata de um
fim em si mesmo, mas tão somente do reconhecimento externo e independente, da
efectiva implementação do(s) sistema(s) desenvolvido(s), efectuado por entidades
especificamente acreditadas para o efeito.

Neste âmbito, especial importância deve ser dada à selecção da entidade certificadora,
em termos da sua adequação ao objectivo da certificação em si mesma. As diversas
origens das entidades existentes, bem como os respectivos acordos de
reconhecimento, conferem diferente visibilidade, em especial quando se trata da sua
promoção ao nível do mercado externo.

A este nível, os nossos serviços podem integrar o apoio na selecção da entidade


certificadora, na preparação do dossier de candidatura, o acompanhamento e resposta
à auditoria, bem como o desenvolvimento de acções que venham, eventualmente, a
revelar-se necessárias. Este conjunto de serviços está, usualmente, enquadrado num
projecto mais amplo de consultoria e auditoria, na implementação ou melhoria do(s)
sistema(s) de gestão.

Experiência e know-how são a nossa mais valia, que se tem revelado numa garantia de
sucesso que os nossos clientes bem conhecem.

O que é a certificação?
A certificação é o processo no qual, através do recurso a uma entidade externa e
independente à organização - o organismo de certificação ou entidade certificadora -,
devidamente acreditado para esse efeito, é emitido um certificado que atesta que
determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos de
um dado referencial. Os referenciais habitualmente usados neste âmbito são normas.

2. O que é um organismo de certificação?


Um organismo de certificação (ou entidade certificadora) é uma entidade independente
e devidamente acreditada (reconhecida) para realizar actividades de certificação de
produtos, serviços, sistemas de gestão, entre outros, num determinado âmbito e
segundo um ou vários referenciais normativos. O reconhecimento da competência e
credibilidade destes organismos é fundamental para a sua actuação.

3. Como é acreditada uma entidade certificadora?


A acreditação de uma entidade certificadora é conferida por organismos acreditadores
independentes, os quais tem por missão reconhecer a competência técnica daquelas
entidades, num dado âmbito e de acordo com referenciais internacionais. Em Portugal,
e desde 2004, que as funções de organismo nacional de acreditação se encontram
atribuídas ao Instituto Português de Acreditação, I.P. (IPAC).

4. Qual a diferença entre certificação e a acreditação?


A certificação e a acreditação são actividades diferentes sendo a acreditação o
reconhecimento da competência técnica para exercer as actividades de avaliação de
conformidade, como por exemplo reconhecimento para certificação (de sistemas de
gestão, de produtos, etc).

5. O que é a certificação de um produto?


A certificação de produtos é específica por produto, isto é, esta certificação assegura
ao consumidor que o produto certificado cumpre com a(s) norma(s) especificadas no
seu certificado.

6. O que é a certificação de um sistema de gestão?


Trata-se de um processo através do qual é avaliada e verificada a conformidade do(s)
sistema(s) implementados, relativamente à norma ou normas de referência (por
exemplo ISO 9001:2000, ISO 14001:2004, ISO 27001:2005, SA 8000, etc..), e
relativamente às quais a organização pretende ser certificada. Estes processos são
normalmente compostos por diversas fases, de entre as quais se destaca a Auditoria
de certificação.
Neste âmbito, a certificação de sistemas de gestão da qualidade (ISO 9001) e/ ou
ambiente (ISO 14001) são talvez as certificações mais conhecidas. As empresas que
têm os sistemas de gestão certificado asseguram aos seus Clientes e mercado em
geral que têm um sistema de gestão implementado e a funcionar de acordo com os
requisitos da(s) norma(s) em causa. Esta certificação é independente da área de
actividade.

7. A Certificação de um Sistema de Gestão é obrigatória?


A certificação é uma decisão voluntária das empresas, que exige um grande
envolvimento das diversas partes da empresa pelo que deve ser tomada de forma
consciente e empenhada e por forma a envolver todos os colaboradores da empresa.
No entanto, e apesar da voluntariedade do processo, a certificação começa a tornar-se
uma imposição do mercado nacional e internacional, sendo impossível a penetração em
alguns sectores de actividade a empresas/ produtos que não sejam certificados.

8. Quais são as vantagens da certificação?


A certificação passa sem dúvida por uma opção estratégica de desenvolvimento das
organizações, no sentido de quererem evoluir, melhorar e ganhar mercados. São
apontadas diversas vantagens, quer a nível interno quer a nível externo, podendo
referir-se:
- Melhoria do prestígio e da imagem;
- Aumento da competitividade e entrada em novos mercados;
- Aumento da confiança dos trabalhadores, clientes e administração;
- Cultura da melhoria contínua;
- Redução de custos;
- Prevenção e minimização de aspectos, perigos e acidentes.
Por último, interessa realçar que com a globalização dos mercados e o alargamento da
concorrência a capacidade de apresentar comprovativos de reconhecimento por
entidades terceiras do cumprimento de requisitos específicos - sejam eles de
qualidade, ambiente, segurança ou responsabilidade social - assume um papel cada
vez mais preponderante na capacidade de penetração comercial das empresas.
Nota: para um melhor enquadramento das vantagens relativas a cada um dos sistemas
de gestão, consulte p.f. a informação relativa à norma em causa neste site.

9. A certificação de empresas é para sempre?


Qualquer certificação é temporária. A ISO, organismo internacional de normalização e
responsável pela publicação da maior parte dos referenciais normativos reconhecidos
internacionalmente, prevê que todas as normas sejam reavaliadas periodicamente, o
que normalmente se traduz na alteração e publicação de uma nova edição da norma.
Por outro lado, aos certificados emitidos é atribuído um prazo ao fim do qual todo o
processo de certificação é reiniciado. Durante cada ciclo de certificação a entidade
certificadora faz visitas regulares à empresa, normalmente com uma cadência anual,
no sentido de confirmar que os requisitos continuam a ser cumpridos.

10. Após atribuição, um certificado pode ser retirado?


Sim. Durante o período de validade dos certificados a entidade é sujeita a avaliações
periódicas. O grau de gravidade ou a importância das não conformidades detectadas
no decorrer destas, podem levar à suspensão da certificação ou mesmo à perca do
certificado.

11. Como seleccionar um organismo de certificação?


Os organismos de certificação ou entidades certificadoras, têm que ser credíveis,
competentes e independentes das empresas a auditar. Para além deste aspecto têm
que estar reconhecidas para a actividade/ produto que pretendem certificar. No sítio do
IPAC está disponível informação relativa a todas as entidades acreditadas por este
organismo e em que âmbitos.
Para além destes aspectos, factores como por exemplo:
- Qual a sua visibilidade / credibilidade / reconhecimento, junto dos meus mercados?
- Qual o custo dos seus serviços?
- Que tipo de acompanhamento é efectuado no decorrer do período de certificação?
São igualmente factores a ponderar neste processo de selecção.

NP EN ISO 14001:2004
Sistemas de gestão ambiental. Requisitos e linhas de orientação para a sua
utilização

Os requisitos definidos nesta norma possibilitam a implementação do Sistema de


Gestão Ambiental, considerando, para além das exigências legais, outras neste âmbito,
que sejam subscritas pela organização. Este sistema visa promover a melhoria
contínua do desempenho ambiental das organizações, através da definição das
orientações necessárias à criação e implementação de ferramentas de gestão para
identificação dos aspectos ambientais significativos e controlo dos respectivos
impactos, prevenção da poluição e melhoria contínua.

Como principais benefícios da implementação do sistema de gestão ambiental


destacamos:
- a redução de consumos de matérias-primas e de energia;
- a redução de resíduos e reutilização de recursos;
- a melhoria do controlo de custos e sua redução;
- redução de eventuais indemnizações resultantes de incidentes;
- desenvolvimento e partilha de soluções ambientais;
- a redução dos custos relacionados com o cumprimento de requisitos legais;
- a melhoria contínua do desempenho ambiental.

Adicionalmente, a certificação do sistema poderá contribuir para:


- demonstrar publicamente o compromisso relativo à gestão ambiental;
- melhorar a imagem, notoriedade e aceitação no mercado real e potencial;
- manutenção de boas relações públicas;
- obter seguros a custos mais razoáveis;
- satisfação de critérios de investimento e melhoria de acesso ao capital;
- melhoria do relacionamento com todas as partes interessadas.

http://www.iapmei.pt/iapmei-art-03.php?id=328 em 11/03/2008

Um sistema de gestão ambiental é a parte do sistema global de gestão de uma


organização através da qual esta controla os seus aspectos ambientais, ou seja as
actividades, produtos e processos que provocam, ou podem vir a provocar, impactes
ambientais.

Este esforço de gestão deve resultar numa melhoria do desempenho ambiental da


organização.

Benefícios e Custos da Implementação de um SGA

A implementação de um sistema de gestão ambiental pode trazer diversos benefícios


para uma organização, por exemplo:
- Constitui uma base para a melhoria contínua do desempenho ambiental
- Possibilita a redução dos custos de controlo de poluição, nomeadamente através da
identificação de oportunidades de prevenção da poluição
- Permite alcançar poupanças nos consumos energéticos e de matérias primas
- Facilita o cumprimento da legislação ambiental aplicável
- Diminui os riscos ambientais e, consequentemente, os custos e prejuízos daí
derivados
- Contribui para a melhoria da imagem da empresa junto dos clientes, público e
autoridades
- Aumenta a consciencialização e motivação dos empregados para as questões
ambientais

Os principais custos associados à implementação de sistemas de gestão ambiental


estão associados à necessidade de afectação de recursos humanos, nomeadamente:
- Envolvimento do técnico responsável pela implementação do sistema e,
eventualmente, despesas realizadas na contratação de consultores;
- Envolvimento da administração no acompanhamento das diversas actividades;
- Investimento na formação dos recursos humanos, nomeadamente custo de
oportunidade do tempo dispendido pelos formandos e custo do formador.
Processo de implementação de um SGA

Os sistemas de gestão ambiental baseiam-se no modelo de Planeamento-


Implementação-Verificação-Revisão, (Plan-Do-Check-Act) adoptado na Gestão da
Qualidade Total, que resulta na melhoria continuada do sistema e, consequentemente,
do desempenho ambiental da organização.

A aplicação deste modelo aos sistemas de gestão ambiental resulta no seguinte ciclo:
O sistema de gestão ambiental deve permitir que a organização:

1. Defina uma política ambiental apropriada para o seu caso;


2. Identifique os aspectos ambientais decorrentes das suas actividades, produtos ou
serviços, a fim de determinar quais os impactes ambientais significativos;
3. Identifique os requisitos legais e regulamentares relevantes;
4. Identifique prioridades e defina objectivos e metas ambientais adequados;
5. Estabeleça uma estrutura e programa(s) para implementar a política e atingir os
objectivos e metas;
6. Simplifique o planeamento, controlo, monitorização, as acções correctivas, e as
actividades de auditoria e revisão, por forma a garantir, simultaneamente, que a
política é cumprida e que o sistema de gestão ambiental permanece adequado;
7. Seja capaz de se adaptar a alterações circunstanciais.

A certificação permite evidenciar que a organização dispõe de um sistema de gestão


ambiental em conformidade com uma norma. A empresa é assim capaz de demonstrar
a qualidade dos seus processos de gestão ambiental.

Existem duas normas de sistemas de gestão do ambiente aplicáveis em Portugal:


- As normas de série ISO 14000: a série de normas ISO 14000 é constituída por um
conjunto de documentos relacionados com sistemas de gestão ambiental (ISO 14001 e
ISO 14004) e outros documentos relacionados com ferramentas de apoio à gestão
ambiental, tais como auditorias ao sistema de gestão ambiental (ISO 14010, 14011 e
14012), avaliação do desempenho ambiental (ISO 14031 e 14032), análise de ciclo de
vida (ISO 14040, 14041, 14042, 14043, 14048 e 14049) e rótulos e declarações
ambientais (ISO14020, 14021, 14024 e 14025). A norma ISO 14001, que estabelece
as especificações e linhas de orientação para a aplicação de sistemas de gestão
ambiental, não impõe níveis pré-definidos de desempenho ambiental, requerendo
apenas que a organização se comprometa a procurar melhorar continuamente o seu
desempenho e inclua um compromisso de cumprimento de legislação e outros
regulamentos aplicáveis na sua política ambiental.
- O Regulamento Comunitário de Auditoria e Ecogestão (EMAS) (Regulamento do
Conselho nº 1836/93 de 29 de Junho) que é um sistema em que podem participar de
forma voluntária organizações que desenvolvem actividades industriais, para avaliar e
melhorar de modo continuado os impactes dessas actividades e informar o público
sobre o comportamento e progressos das instalações em termos de ambiente. O EMAS
requer que as empresas estabeleçam e implementem sistemas de gestão ambiental
eficazes incluindo, entre outras coisas, uma política ambiental, objectivos, e programas
ambientais e que forneçam informação acerca do seu desempenho ambiental ao
público (a declaração ambiental).

A certificação segundo a norma ISO 14001 pode constituir um passo prévio à adesão
de uma instalação industrial ao EMAS. O EMAS encontra-se numa fase adiantada do
processo de revisão, esperando-se em breve a adopção do novo regulamento (foi já
adoptada pelo Conselho a Posição Comum nº 21/2000 de 28 de Fevereiro).

O número de pequenas e médias empresas com sistemas de gestão ambiental


certificados pela ISO 14001 ou registados no EMAS, tem vindo a crescer nos últimos
anos na União Europeia, em reconhecimento dos benefícios alcançados.

http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=10854&iLingua=1 em 11/03/2008

Implementação de Sistemas de Gestão Ambiental: Motivações, Vantagens e


Instrumentos
Introdução

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é um dos instrumentos com mais


potencialidades para o alcance de um comportamento eco-eficiente pelas empresas,
sendo o principal objectivo a integração da gestão ambiental nos seus sistemas de
gestão global.

As empresas têm responsabilidades tanto na criação de riqueza, como na protecção do


Ambiente, pelo que deverão adoptar práticas de gestão ambiental que lhes permitam
um conhecimento claro dos impactes provocados, assim como a disponibilização de
meios, técnicos, humanos e financeiros, que garantam a sua minimização e controlo.
Só uma perspectiva de gestão que integre a gestão ambiental proporcionará uma
vantagem competitiva às empresas, pois as questões ambientais deixarão de ser um
custo, passando a ser um motor de inovação tecnológica e de crescimento económico.

De facto, o Sistema de Gestão Ambiental de uma empresa define-se como a parte do


sistema global de gestão, que inclui estrutura organizacional, actividades de
planeamento, definição de responsabilidades, práticas e procedimentos, processos e
recursos para desenvolver, implementar, alcançar, rever e manter a política ambiental
definida pela empresa.

Motivações e Vantagens da Implementação de SGA

Algumas das principais motivações para a implementação de Sistemas de Gestão


Ambiental pelas empresas são as exigências quer de clientes, quer de investidores, os
requisitos legais, o ecomarketing e melhoria de imagem, a redução de custos e os
seguros de responsabilidade civil. Cada vez mais os clientes colocam aos seus
fornecedores requisitos e imposições de índole ambiental que aqueles terão
obrigatoriamente de satisfazer para que se mantenham as respectivas relações
comerciais. Os investidores e, nomeadamente, as instituições de crédito, já começam a
ter em conta critérios ambientais nas suas decisões de investimento, não admitindo
financiar projectos poluentes e beneficiando os projectos que acautelam a componente
ambiental.

A legislação ambiental e respectiva fiscalização é progressivamente mais exigente, o


que implica uma melhoria do desempenho ambiental das empresas. Os consumidores
já se preocupam com as questões ambientais, preferindo assim os produtos
ambientalmente mais adequados e as empresas que demonstrem ter um melhor
comportamento neste âmbito, ou seja, o Ambiente pode constituir um factor de
diversificação e de vantagem competitiva para as empresas.

Um comportamento eco-eficiente, ao optimizar o uso dos recursos e evitar os


desperdícios, permite poupanças significativas; além disso, um bom desempenho
ambiental evita custos resultantes da aplicação dos princípios do poluidor-pagador e
utilizador-pagador. As seguradoras, no estabelecimento das apólices de seguros, têm
cada vez mais em conta aspectos ambientais, penalizando as empresas que
apresentam maior vulnerabilidade ambiental e estabelecendo prémios mais baratos
para as melhores empresas.

As principais vantagens e potencialidades da implementação de um Sistema de Gestão


Ambiental relacionam-se com a redução de custos, vantagens competitivas e aumento
da motivação dos trabalhadores. A redução de custos é possível através de uma
utilização mais racional das matérias-primas e energia, redução dos custos associados
ao transporte e tratamento de resíduos sólidos, redução dos custos associados a danos
para o Ambiente, benefícios na obtenção de financiamento, diminuição do risco
ambiental e consequente obtenção de prémios de seguro mais baratos e, através da
diminuição do risco de acidentes e redução dos custos associados, como por exemplo
limpezas e descontaminações. Como vantagens competitivas destaca-se a melhoria da
imagem externa da empresa, a melhor aceitação social pelo público, Administração
Pública, clientes, trabalhadores, investidores e meios de comunicação e, ainda, a
garantia de benefícios na obtenção de financiamento. O aumento da motivação dos
trabalhadores é assegurado através do recurso à sensibilização e formação dos
mesmos para as questões ambientais e por uma maior consciencialização dos
trabalhadores para o cumprimento dos objectivos ambientais estabelecidos pela
organização.

Instrumentos para a Implementação de SGA

A implementação voluntária de Sistemas de Gestão Ambiental tem estado associada à


publicação de normas e regulamentos que definem requisitos, sugestões e referências
para a concretizar, bem como para obter uma posterior certificação ou outro tipo de
validação do Sistema de Gestão Ambiental implementado pela empresa.

A primeira norma a ser publicada para Sistemas de Gestão Ambiental foi a norma
nacional britânica BS 7750, em 1992. Seguiu-se o Sistema Comunitário de Ecogestão e
Auditoria (EMAS), em 1993, e a NP EN ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental:
Especificações e Linhas de Orientação para a sua Utilização, cuja versão final foi
publicada em 1996.

O EMAS (Regulamento CEE n.º 1836/93) foi adoptado pelo Conselho Europeu, em 29
de Junho de 1993, tendo como objectivo promover a gestão e melhoria do
desempenho ambiental das organizações. Permitia a participação voluntária no sistema
de empresas do sector industrial. Este regulamento foi revisto e, actualmente, o
designado EMAS II (Regulamento CE n.º 761/2001, de 24 de Abril) permite a
participação voluntária de todos os sectores de actividade e não apenas do sector
industrial. Outros elementos do regulamento foram revistos, com vista a reforçar a
posição do EMAS e promover a sua escolha pelas organizações, sendo de salientar a
adopção dos requisitos da NP EN ISO 14001 para implementação do Sistema de
Gestão Ambiental (parte A do Anexo I do EMAS é composta pelo texto integral do
ponto 4 da NP EN ISO 14001).

O modelo de implementação do Sistema de Gestão Ambiental, estabelecido na norma


NP EN ISO 14001, segue cinco requisitos:

Requisito 1: Política Ambiental – constitui a declaração de intenção da organização


quanto ao seu desempenho ambiental. Deverá ser específica de cada organização,
fazendo referência ao estabelecimento dos princípios que regem o SGA.

Requisito 2: Planeamento, onde deverão ser considerados - aspectos ambientais das


actividades, produtos ou serviços que a organização possa controlar e sobre os quais
se espera que tenha influência, de forma a determinar aqueles que têm ou poderão vir
a ter impactes significativos no Ambiente; requisitos legais e outros que a organização
subscreva, aplicáveis aos aspectos ambientais das suas actividades, produtos ou
serviços; objectivos e metas ambientaisI que deverão ser estabelecidos tendo em
conta os aspectos ambientais significativos, assim como os requisitos legais; programa
de gestão ambientalI destinado a atingir os objectivos e metas, que deverá conter as
responsabilidades, os meios e os prazos necessários para os alcançar.

Requisito 3: Implementação e funcionamento – para uma efectiva implementação do


SGA, a organização deverá desenvolver todos os recursos, técnicos, humanos e
financeiros, por forma a cumprir os princípios definidos na política ambiental e alcançar
os objectivos e metas. Neste requisito são considerados: estrutura e
responsabilidades; formação, sensibilização e competência; comunicação interna em
todos os níveis da organização e externa para as partes interessadas; documentação
do SGA; controlo de documentação; controlo operacional; prevenção e capacidade de
resposta a emergências.

Requisito 4: Verificação e acções correctivas – para que o SGA possa ser


continuamente melhorado a organização deve considerar: monitorização e medição
das principais características das actividades, produtos ou serviços que possam ter um
impacte ambiental significativo; tratamento das não conformidades e acções
correctivas e preventivas; registos que deverão incluir documentos da formação e os
resultados das auditorias e revisões; realização de auditorias periódicas ao SGA.
Requisito 5: Revisão pela Direcção – a gestão de topo da organização deverá
periodicamente rever o SGA, para assegurar que se mantém adequado e eficaz.

Deste modo, a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, quer pelo EMAS,


quer pela NP EN ISO 14001, contribui para a melhoria do desempenho ambiental das
organizações através da adopção de boas práticas de gestão.

Sistemas de Gestão Ambiental – uma mais valia para as empresas

A protecção do ambiente constitui um factor a ter em devida consideração no dia-a-dia das empresas,
sem o que, não só a sua viabilidade económica, como também a sua própria competitividade, estarão
irremediavelmente comprometidas.

A implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) numa empresa demonstra a sua


preocupação com as condições ambientais, tanto na utilização de matérias-primas, como no uso pelos
consumidores dos produtos e serviços fornecidos.

Problemas como a poluição do ar, a redução da camada de ozono, o efeito de estufa, as chuvas ácidas,
a poluição de solos e dos recursos hídricos por resíduos, são aspectos relacionados com a gestão
ambiental das organizações, que poderão desta forma ser, directa ou indirectamente, minimizados.

O SGA é a parte do sistema geral de gestão, que inclui a estrutura funcional, as actividades de
planeamento, a definição das responsabilidades, os procedimentos e os recursos necessários para
concretizar, manter, desenvolver e rever, de modo continuado, o seu desempenho ambiental. Este
sistema permite, de uma forma sistemática, contínua e cíclica, compreender e controlar os diversos
aspectos ambientais da empresa.

A implementação deste sistema poderá resultar na redução de custos (mediante a melhoria da


eficiência operacional, obtenção de prémios de seguros mais baixos, economia de custos,
nomeadamente através da reintegração de resíduos na cadeia produtiva de materiais, conservação de
energia, recirculação de água em circuito fechado, etc.); na diminuição da aplicação de penas legais;
na promoção da reacção proactiva da empresa na identificação de problemas; na identificação de
oportunidades para minimizar os impactes ambientais e custos; na redução de riscos, pela prevenção
e correcção atempada dos acidentes que possam resultar na diminuição da performance ambiental da
empresa; na promoção da imagem da empresa e das suas potencialidades; na melhoria das relações
com as entidades fiscalizadoras, clientes, fornecedores, accionistas, organizações ambientalistas e
público em geral.

Os SGA segundo a Norma ISO 14001

Para padronizar a implementação voluntária de SGA, a International Organization for Standardization,


editou a norma ISO 14001. Esta norma é aplicável a qualquer actividade económica - fabril ou de
serviços - que possa provocar riscos potenciais ou gerar impactes no Ambiente, desde a indústria
química às empresas prestadoras de serviços, em áreas tão distintas como a consultoria, transportes
de mercadorias e até a gestão de municípios.

O desenvolvimento de um SGA de acordo com a norma ISO 14001, implica, antes de tudo, que a
organização defina a sua política ambiental e assegure o seu total compromisso perante esse
sistema. A política ambiental é o documento base do julgamento da organização, onde deve estar
expressa a intenção real de cumprir as afirmações nele contidas, e deve ser redigido pela
Administração. Aqui deverão ser claramente definidas as suas metas globais, enquadradas na
natureza das actividades, nas tendências ambientais do mercado em que esta actua ou pretende
actuar, nas particularidades da área de implantação e da natureza dos recursos utilizados.

A fase seguinte, de planeamento, implica a identificação e registo dos aspectos ambientais e dos
impactes ambientais associados à organização; o registo da legislação ambiental e regulamentação
aplicável; a definição de objectivos e metas ambientais; e do programa de gestão ambiental. Para
definir com precisão os aspectos ambientais, deverá realizar-se uma avaliação ambiental inicial,
obtendo respostas relativamente ao desempenho ambiental da empresa relativamente a padrões,
normas, códigos, e princípios externos já estabelecidos. Deverão ser também avaliados, caso existam,
os procedimentos técnicos, as políticas, e as práticas de gestão ambiental já implementadas.

A organização não tem que estar em conformidade com a legislação ambiental, mas tem que ter
conhecimento da legislação e regulamentação aplicável, e ter em operação um sistema para atingir a
conformidade, e prever situações de não conformidade antes que estas ocorram.

Nesta fase, o SGA está preparado para a implementação e operacionalização dos recursos
disponibilizados, o que passa pela definição clara e precisa da estrutura de responsabilidades no
sistema e na formação e consciencialização dos empregados. O controlo de documentos, a
comunicação e a resposta às situações de emergência são também requisitos fundamentais para
garantir o pleno funcionamento do sistema.

Após a implementação, a organização deve fazer a monitorização e a avaliação do desempenho


ambiental, com o intuito de detectar as não conformidades e os progressos, para o que se poderá
recorrer a uma auditoria ao SGA.

Finalmente, por forma a garantir a melhoria contínua do SGA, a gestão da organização deve proceder
a revisões periódicas na política ambiental, nos objectivos e metas.

A certificação do SGA, segundo a norma ISO 14001, por uma entidade independente e acreditada,
evidencia, interna e externamente, de uma forma credível, a qualidade dos processos organizacionais
e tecnológicos, de um ponto de vista da sua conformidade com requisitos de protecção ambiental e de
prevenção da poluição. Em Portugal, a Associação Portuguesa de Certificação (APCER)
(http://www.apcer.pt/homeap.htm) e a SGS ICS – International Certification Services – Serviços
Internacionais de Certificação, Lda. (www.sgs.pt/ics/Default.htm) constituem as entidades
responsáveis pela certificação de sistemas de gestão ambiental de empresas. A consulta das suas
páginas, permite conhecer, detalhadamente, os passos a seguir na obtenção dessa certificação.

http://w3.ualg.pt/~jmartins/Gest%C3%A3oAmbiental.pdf – ver ficheiro gestão


ambiental – 11/03/2008

http://www.eq.uc.pt/~ines/ijsjpc_ga.pdf – ver ficheiro gestão ambiental_2 –


11/03/2008

http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/DomTransversais/Documentos/doc5
8.htm em 11/03/2008
Sistemas de Gestão Ambiental: A Norma ISO 14001

O impacte ambiental, resultante das actividades e produtos de qualquer organização


depende do tipo de actividades por ela desenvolvidas, dos seus produtos e do respectivo
processo de produção. Com o objectivo de reduzir (ou eliminar) esses impactes e de
integrar o ambiente na estratégia das organizações, surgem os Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA).

O modelo de SGA estabelecido segundo a norma ISO 14001 é um processo cíclico de


melhoria contínua do desempenho ambiental da organização, em que esta revê e avalia o
seu SGA periodicamente, de modo a identificar oportunidades de melhoria.

As etapas principais de estabelecimento e melhoria de um SGA, conforme esquematizadas


no esquema acima, incluem:

a) Política Ambiental
A direcção deve definir a política ambiental da organização e garantir que:
- É adequada à natureza, à escala e aos impactes ambientais das suas actividades,
produtos e serviços;
- Inclui compromisso de melhoria contínua e prevenção da poluição;
- Inclui compromisso de cumprimento dos requisitos regulamentares;
- Proporciona o enquadramento para a definição e revisão dos objectivos e metas
ambientais;
- Está documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;
- Está disponível ao público.

Em relação ao compromisso de cumprimento da legislação, a norma ISO 14001 é ambígua,


pois não impõe níveis pré-definidos de desempenho ambiental, requerendo apenas que a
organização se comprometa a procurar melhorar continuamente o seu. Assim, uma
organização pode não estar em situação de cumprimento efectivo e apenas estar numa
situação em que demonstra objectivamente, através das suas acções, a intenção de a
cumprir. Por outro lado, duas organizações com actividades semelhantes, mas que tenham
desempenhos ambientais diferentes podem ambas cumprir os requisitos desta norma.

b) Planeamento
- Identificação de aspectos ambientais1[1] com impacte significativo no meio,
associados a actividades, produtos e serviços da organização e identificação dos
requisitos legais relevantes que a organização subscreva, aplicáveis aos aspectos
ambientais previamente identificados;
- Estabelecimento de objectivos e metas ambientais adequadas aos aspectos ambientais
e requisitos legais previamente identificados;
- Definição de um Programa Ambiental que dê cumprimento aos compromissos
assumidos na Política Ambiental da organização e que permita atingir os objectivos e
metas definidos. Este Programa deve incluir a designação das responsabilidades para
atingir os objectivos e metas e os meios e os prazos para que sejam atingidos.

c) Implementação e Operação
- Definição, documentação e comunicação a todos os funcionários das responsabilidades
específicas de cada um; a definição e implementação de um SGA não pode (nem deve)
ser da responsabilidade única do representante da Direcção, devendo existir também
um responsável sectorial para a gestão ambiental, que poderá ser o mesmo
responsável pelo sistema de qualidade, caso exista.
- Identificação das necessidades de formação, sensibilização e formação dos
funcionários, particularmente em relação à Política do Ambiente da organização, ao
impacte ambiental das suas actividades e ao SGA específico a implementar;
- Estabelecimento de um sistema eficaz de controlo de documentação do SGA, que
permita constante revisão e actualização; no caso da organização já ter implementado

1
um sistema de gestão de qualidade, é preferível haver uma integração dos dois
sistemas e a elaboração de um único manual;
- Estabelecimento de procedimentos que garantam o cumprimento da política
ambiental, do programa e dos objectivos;
- Estabelecimento de processos de emergência que minimizem o impacte ambiental de
quaisquer acidentes que possam ocorrer;
- Estabelecimento de um sistema adequado de comunicação interna entre os vários
níveis hierárquicos e de comunicação externa;
- Controlo eficaz das operações de rotina associadas a impactes ambientais
consideráveis.

d) Acções de Verificação e Correcção


- Medição, monitorização e avaliação do desempenho ambiental da organização, para
verificação e correcção de desvios em relação aos objectivos e metas definidas e em
relação à legislação a cumprir;
- Identificação e acessibilidade de todos os registos ambientais, incluindo os
respeitantes a formações e auditorias;
- Estabelecimento e manutenção de procedimentos e planos que visem garantir
auditorias periódicas internas ao SGA, de modo a determinar a sua conformidade com
as exigências normativas. Todas as não conformidades detectadas deverão ser
tratadas.

e) Revisão pela Direcção


- Análise periódica do SGA, de forma a garantir a sua contínua actualização e
adequação às exigências em termos ambientais; possíveis alterações à Política do
Ambiente, aos objectivos e às metas serão efectuadas em função dos resultados das
auditorias ambientais, alterações organizativas, melhorias contínuas e modificações
externas.
Um SGA constitui uma ferramenta de gestão que permite à organização:
· Estabelecer uma política ambiental adequada à sua própria realidade;
· Ter capacidade para se adaptar à mudança, potenciando a obtenção de
benefícios:
o Redução de custos: melhoria da eficiência dos processos e consequente
redução de consumos (matérias-primas, água e energia) e de produtos a
tratar (resíduos e efluentes); diminuição dos prémios de seguros e
minimização de multas e coimas;
o Redução de riscos ambientais e humanos, tais como, emissões, derrames e
acidentes, através do controlo operacional eficaz e da manutenção de planos
de monitorização que garantam a sua prevenção e/ou minimização;
o Vantagens competitivas: melhoria da imagem da empresa e sua aceitação
pela sociedade; capacidade de antecipação face a crescentes expectativas de
desempenho ambiental.
Esta ferramenta de gestão deve ser acolhida por toda a estrutura organizativa e em
especial pela gestão de topo, que, antes de ser iniciado o processo de implementação do
SGA, deverá estar sensibilizada para a gestão ambiental e, particularmente para os
requisitos da norma ISO 14001, de forma a garantir o seu comprometimento.

Após implementação do SGA, um organismo acreditado externo poderá, a pedido da


empresa, avaliar a sua correcta adopção e proceder à respectiva certificação de
conformidade. Este processo voluntário pode ser accionado por qualquer entidade,
independentemente do seu estatuto ou domínio de actividade.

O número de pequenas e médias empresas com sistemas de gestão ambiental certificados


pela ISO 14001 ou registados no EMAS, tem vindo a crescer nos últimos anos na União
Europeia, em reconhecimento dos benefícios alcançados.

Dado o importante peso económico e ambiental em Portugal das PME (micro e pequenas
empresas representam 96.5% do tecido empresarial nacional) é imperativo que as
actividades de gestão ambiental estejam incorporadas nas PME. No entanto, nestes casos,
surgem algumas dificuldades de implementação de SGA. O trabalho final de curso
Sistemas de Gestão Ambiental Simplificados: Sistemas por Níveis sugere um sistema
simplificado, constituído por três níveis de exigência progressiva, coincidindo o quarto
nível com a própria norma ISO 14001.
Norma ISO 14001

A ISO 14001 é uma norma internacional que define os requisitos necessários para a
implementação de um SGA e posterior certificação, sendo reconhecida pela Comissão
Europeia como tendo elementos equivalentes ao EMAS (instrumento a abordar num
próximo documento). O intuito desta norma é apoiar a protecção ambiental e a prevenção
da poluição, mantendo o equilíbrio com as necessidades socio-económicas.

Esta norma é aplicável a organizações de todo o tipo e dimensão, de qualquer ramo de


actividade industrial ou de serviços e adaptável a diversas condições geográficas, culturais
e sociais.

A ISO 14001 é aplicável a organizações que pretendam:


• Implementar, manter e melhorar um SGA
• Assegurar-se da sua conformidade com a política ambiental
• Demonstrar essa conformidade
• Certificação/registo
• Fazer uma declaração voluntária de conformidade com a norma

A presente norma contém apenas os requisitos que podem ser objectivamente auditados
para fins de certificação/registo e/ou auto-declaração. As organizações que necessitem de
orientações mais gerais sobre questões relacionadas com SGA devem consultar a ISO 14004
“SGA – Directrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de suporte”.

Certificação

A certificação do sistema de uma organização que tenha implementado um SGA de acordo


com as especificações da Norma ISO 14001 deverá ser obtida por um organismo externo
acreditado para o efeito. A certificação de SGA consiste no reconhecimento, por parte de
uma instituição independente, da conformidade entre esses sistemas e os requisitos das
normas de referência. Este é um processo voluntário que permite às organizações
evidenciar, interna e externamente, a implementação de um SGA adequado e que o mesmo
será acompanhado periodicamente.

A certificação de um SGA apresenta várias vantagens para a organização, particularmente:


• Evidencia a qualidade ambiental dos processos tecnológicos da organização;
• Assegura, às partes interessadas, que a organização implementou um SGA adequado;
• Melhora a notoriedade e imagem da organização;
• Contribui para atingir as potenciais vantagens competitivas de um SGA eficaz.

A obtenção de um certificado de SGA, pode constituir um passo prévio para aderir ao


esquema europeu, definido no Regulamento CEE 1836/93 de Eco-gestão e Auditoria
(EMAS).

O Instituto Português da Qualidade (IPQ) é o organismo nacional que procede ao


reconhecimento da qualificação de Organismos de Certificação. Os organismos acreditados
para a emissão de certificados de conformidade de SGA de acordo com a NP EN ISO 14001
incluem: APCER (Associação Portuguesa de Certificação), BVQI (Bureau Veritas Quality
Internacional) e SGS ICS (International Certification Services). A DNV (Det Norske Verita) e
a LRQA (Lloyd’s Register Quality Assurance) também intervêm no processo de certificação
ISO 14001.

Os custos e o tempo para obtenção da certificação variam com a dimensão e tipo da


organização e o tipo de sistema implementado. O tempo para obtenção da certificação
pode variar entre 6 e 24 meses.

Poderá consultar a informação a disponibilizar à entidade certificadora do SGA


implementado na sua organização, como o manual de gestão do ambiente da organização,
o programa ambiental e restantes procedimentos na página electrónica da entidade
certificadora.

Enquadramento jurídico

O sucesso mundial das normas da série ISO 9000 estimulou o aparecimento da normalização
em matéria ambiental. Os dois sistemas de gestão (ISO 9000 e ISO 14000) partilham
princípios comuns e vários requisitos são semelhantes (controlo de documentos e acções
correctivas, entre outros), pelo que uma entidade que já trabalhe de acordo com uma
norma de garantia da qualidade, pode obter sinergias na sua ampliação em matéria
ambiental.

Em 1993, a Internacional Standard Organization (ISO)2[2] criou a Comissão Técnica de


Gestão do Ambiente (ISO/TC 207), responsável pela elaboração das normas da série ISO
14000 -"Sistemas de Gestão Ambiental. Especificações e directrizes para a sua utilização”,
a maioria aprovada em 1996. Todas as Normas desenvolvidas pela ISO são de aplicação
voluntária e independentes entre si, pelo que as organizações poderão implementar as que
considerarem mais adequadas.

Principaisnormas da série ISO 14000:


SGA- Sistemas de Gestão Ambiental
ISO14001:1996 - Especificação com guia para utilização
ISO14004:1996 - Directrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas desuporte
AA- Auditorias Ambientais / Directrizes
ISO14010:1996 - Princípios gerais
ISO14011:1996 - Procedimentos
ISO14012:1996 - Qualificação do auditor
CVP- Ciclo de Vida do Produto
ISO14040:1997 - Avaliação do ciclo de vida; princípios e práticasgerais
A Norma ISO 14001 foi adoptada em Portugal pela NP EN ISO 14001 em 1999. Em Março de
2005, a norma NP EN ISO 14001:2004 foi publicada pelo IPQ.

As empresas certificadas de acordo com a NP EN ISO 14001:1999 devem assim iniciar o seu
processo de transição para a ISO 14001:2004.

Este processo terá 18 meses de duração contemplando duas fases de intervenção:

- período de preparação (até 15 de de Maio 2005): as empresas podem seleccionar


o referencial de suporte da auditoria, independentemente da sua natureza
(concessão, acompanhamento e renovação).
- período de implementação (até 15 de Maio 2006): todas as auditorias serão
suportadas na versão de 2004 da ISO 14001. Durante este período, eventuais não
conformidades face a novos requisitos ou requisitos alterados na ISO 14001:2004
serão registados em relatório de auditoria, ainda que, e até ao final deste período,

2
não tenham influência no processo de decisão da manutenção da certificação.

Após o dia 15 de Maio de 2006 só serão válidos os certificados de acordo com a ISO
14001:2004.

Em Portugal, a norma NP EN ISO 14001 e o Regulamento de Ecogestão e Auditoria (EMAS


II) são os dois mecanismos em vigor para a implementação de um SGA.

http://www.aeportugal.pt/Areas/AmbienteEnergia/RevistaPDF/Revista55/AuditoriaSiste
maGestao.pdf - ver ficheiro AuditoriaSistemaGestao_11032008

http://www.aeportugal.pt/Areas/AmbienteEnergia/RevistaPDF/Revista53/SistemaGesta
o.pdf - Ver ficheiro SistemaGestao_11032008

http://www.aeportugal.pt/Areas/AmbienteEnergia/RevistaPDF/Revista52/DocControloD
ocumental.pdf - ver ficheiro DocControloDocumental_11032008

http://www.naturlink.pt/canais/Artigo.asp?iArtigo=12859&iLingua=1
Licenciamento Ambiental – obrigações para a Indústria

1. Licenciamento Ambiental

A Directiva 96/61/CE do Conselho, de 24 de Setembro de 1996, relativa à Prevenção e


Controlo Integrados da Poluição (PCIP ou IPPC: Integrated Prevention Polution Control),
vulgarmente conhecida como Directiva IPPC, entrou em vigor em 30 de Outubro de 1999, três
anos após a sua publicação, tendo sido transposta para o direito interno pelo Decreto-Lei nº
194/2000, de 21 de Agosto.

A Directiva IPPC é na sua génese um corte radical com o passado não só em termos de
metodologia como de conteúdo. Marca o fim de um ciclo legislativo onde o Ambiente era
tratado compartimentado, para passar a ser abordado de uma forma global e integrada,
prevenindo a poluição na origem e evitando a transferência de poluição entre meios.

Esta nova abordagem enquadra-se no 5º Programa Comunitário em Matéria de Ambiente e


Desenvolvimento Sustentável, aprovado em 1992, o qual define a Indústria, para além da
Agricultura, Energia, Transportes e Turismo, como um dos sectores-alvo. Assim, e na interface
Ambiente e Indústria, suscita o referido programa um pacote global e integrado de medidas,
onde se insere a melhoria dos processos de gestão e o controlo da produção, incluindo um
sistema de licenciamento renovável associado à prevenção e controlo da poluição.

É, portanto, neste enquadramento que se insere a Directiva IPPC, que é sem dúvida o grande
desafio da próxima década para a indústria portuguesa.

2. Obrigações para a Indústria

A legislação comunitária tem sido criada com um carácter essencialmente sectorial, cobrindo
separadamente áreas muito específicas, como as emissões atmosféricas, a água e o solo. Esta
filosofia tem tido como consequência a transferência de poluição, uma vez que, por exemplo,
para cumprir um determinado valor limite de emissão, os operadores recorrem a tecnologias
fim-de-linha que, na sua maioria, transferem a poluição de um meio físico para outro.

O aspecto mais inovador da Directiva IPPC é o controlo integrado da poluição, tendo como
objectivo prioritário a prevenção, englobando simultaneamente todas as emissões e todos os
meios receptores, por forma a alcançar um nível elevado de protecção do Ambiente, no seu
todo.

São introduzidos os conceitos de novas tecnologias menos poluentes, as designadas Melhores


Técnicas Disponíveis – MTD (BAT: Better Available Techniques) – fixando valores limite nas
emissões; de uma gestão adequada dos resíduos, minimizando a sua produção e incentivando
a revalorização; de gestão adequada do consumo de água, entre outros.
2.1. Instalações abrangidas

O Decreto–Lei nº 194/2000 é aplicável a instalações industriais, concretamente às


categorias de actividade definidas no seu Anexo I, onde são definidos limiares de
capacidade de produção, capacidade instalada, entre outros, a partir dos quais as
instalações dessas categorias se encontram abrangidas.

Com o objectivo de identificar as instalações abrangidas pela IPPC, no nosso País foi
levado a cabo um estudo promovido pela Direcção-Geral da Indústria e designado por:
“Estudo de Identificação e Análise das Implicações de Natureza Técnica, Económica,
Social e Legal, decorrentes da Aplicação em Portugal da Directiva 96/61/CE do Conselho,
de 24 de Setembro de 1996, Relativa à Prevenção e Controlo integrados da Poluição”.

Listam-se seguidamente, de forma resumida, os sectores de actividade sujeitos à licença


ambiental e, para cada sector, apresenta-se o número de empresas abrangidas em
Portugal, com base nos dados obtidos pelo referido estudo.
2.2. Os resultados obtidos pelo estudo referido anteriormente basearam-se essencialmente em
dados fornecidos pelos operadores, através de respostas a fichas de caracterização
previamente enviadas. Uma vez que, para alguns sectores, a taxa de resposta não atingiu
os 100 %, os números acima apresentados deverão sempre ser interpretados por defeito.

Na análise dos dados acima apresentados, devem igualmente ter-se em consideração as


condicionantes encontradas na identificação das instalações abrangidas em cada categoria
de actividade. Destas condicionantes, salienta-se a existência de categorias de actividade
de natureza horizontal (podendo ser realizadas por diversos tipos de instalações), a
existência de instalações onde se desenvolvem mais do que uma categoria de actividade,
ou ainda casos em que apenas uma parte/processo da instalação se encontra abrangida
pela Directiva.

Relativamente a prazos para implementação deste novo diploma, as novas instalações


deverão cumprir desde já as obrigações impostas, devendo a licença ambiental integrar o
processo de licenciamento da actividade industrial.

Para instalações já existentes, o prazo de obtenção da licença ambiental estende-se até


30 de Outubro de 2007.

2.3. Principais Obrigações dos Operadores

O artigo 8º do Decreto–Lei nº 194/2000 lista as obrigações fundamentais do operador


para obtenção da licença ambiental e o artigo 10º define o conteúdo dessa mesma
licença. Os operadores abrangidos por este diploma ficam obrigados ao cumprimento das
seguintes imposições:

- Adopção de medidas preventivas adequadas ao combate à poluição, designadamente


mediante a utilização das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD).

- Evitar a produção de resíduos, em conformidade com o Decreto-Lei nº 239/97, de 9 de


Setembro, ou, não sendo possível, promover a sua valorização ou, se tal não for técnica e
economicamente possível, então eliminá-los, evitando ou reduzindo o seu impacte no
Ambiente.

- Utilizar os recursos água e energia eficientemente.

- Prevenir os acidentes e limitar os seus efeitos.

- Repor o local da exploração em estado ambientalmente satisfatório aquando da


desactivação definitiva das instalações.

- Cumprimento dos valores limite de emissão (VLE) correspondentes aplicáveis.

- Enviar à CCDR-DRAOT respectiva, os resultados da monitorização das emissões


impostas pela licença ambiental, bem como facultar a colheita de amostras e
disponibilizar, sempre que solicitados, as informações relativas ao cumprimento das
condições da licença.

- Enviar anualmente à CCDR-DRAOT respectiva a resposta aos formulários solicitados por


esta sobre as emissões poluentes.

- Avisar as autoridades competentes, no prazo máximo de 24 horas, da ocorrência de


qualquer acidente ou incidente que afecte significativamente o Ambiente.
2.4. . Valores Limite de Emissão (VLE) com base em MTD

Os operadores terão de cumprir os VLE incluídos nas respectivas licenças ambientais a


conceder pela Autoridade Competente. De acordo com a Directiva, os VLE a aplicar
devem ter em consideração as características técnicas da instalação, a sua implantação
geográfica e as condições ambientais do local.

Um aspecto flexível na aplicação prática da Directiva é que os VLE a cumprir, apesar de


serem estabelecidos com base nas MTD, não impõem ao operador a utilização de
qualquer técnica ou tecnologia especifica.

As MTD englobam essencialmente:

- Técnicas primárias - medidas prioritárias, de natureza processual, que permitem a


eliminação ou redução da formação de substâncias poluentes nos seus locais de origem, a
redução de consumos de água e energia e de recursos naturais.

- Técnicas secundárias - correspondentes a tratamentos e/ou instalações fim–de–linha,


destinados à captação e eliminação de poluentes dos processos de fabrico, por forma a
minimizar o seu impacte ambiental.

Sempre que as técnicas primárias se revelem manifestamente insuficientes para manter


as emissões nos níveis pretendidos ou quando não é tecnicamente possível a sua
aplicação, torna-se então necessária a aplicação de técnicas secundárias.
4. Documentos de Referência das MTD (BREF)

Na âmbito da troca de informação entre os vários Estados Membros e a indústria, prevista pelo
artigo 16º (2) da Directiva IPPC, foi criado o European Integrated Pollution Prevention and Control
Bureau (EIPPCB) onde vários grupos de trabalho (Technical Working Groups – TWG) estão a
desenvolver os documentos de referência das MTD (BREF – Best Available Tecniques Reference
Documents) para os vários sectores de actividade abrangidos.

Os BREF analisam e avaliam as MTD actualmente à disposição da industria. São documentos de


referência, não tendo qualquer carácter imperativo. Destinam-se apenas a fornecer informações
para orientar a indústria, os Estados Membros e o público, sobre os níveis alcançáveis de emissão
e consumo quando são utilizadas técnicas específicas.

Até à data, encontram-se finalizados os BREF referentes aos seguintes sectores de actividade:

- Produção de papel e pasta de papel.


- Produção de ferro e aço.
- Produção de cal e cimento.
- Sistemas de arrefecimento.
- Produção de cloroalcalis.
- Processamento de metais ferrosos.
- Processamento de metais não ferrosos.
- Produção de vidro.

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