Equipe de Engenharia fica em 1º lugar no Desafio Solar Brasil e pode competir na Holanda no ano que vem Conhecimento e trabalho em gru- Júlio Ettore Suriano Rüther explica ainda que, com pouca po. Esses fatores foram decisivos para viabilidade econômica, cai-se em um garantir a participação da UFSC, em ciclo vicioso, pois sem a produção em 2010, no principal evento de compe- escala não há barateamento e vice- tição entre barcos movidos a energia versa. “Mas algumas medidas têm sido solar do mundo, o Frisian Challenge, tomadas, como o avanço da pesquisa. na Holanda. A equipe da universidade Nossa expectativa é que de 5 a 10 anos, conseguiu o feito ao vencer o Desafio em algumas regiões do Brasil, já haja Solar Brasil na categoria Catamarã alternativas financeiramente viáveis (embarcação com dois cascos), reali- em conversão fotovoltaica”, conside- zado em outubro, na cidade de Paraty, ra. litoral fluminense. A corrida envolveu Lucas defende que a conversão não 12 competidores e foi promovida pelo pode ser avaliada apenas pelo preço. Polo Náutico da Universidade Federal “A soma também deve levar em conta do Rio de Janeiro (UFRJ). Além de não o impacto ambiental que é anulado”, contarem com alunos de engenharia argumenta. “O Brasil não utiliza pra- naval, como a maioria dos outros ti- ticamente nada do seu potencial ener- mes, os representantes de SC foram os gético solar”, completa Rüther. Para únicos participantes de outro estado. mudar esse quadro, são necessárias “Esse evento foi de grande impor- duas medidas: informação para que tância para instigar o país a desenvol- os tomadores de decisões do país resol- ver tecnologia”, comenta o estudante vam investir e redução de custo, o que de Engenharia Elétrica Lucas Nasci- também depende de investimentos. mento, membro da equipe do barco O custo total do Barco Vento Sul Vento Sul, que conquistou o passa- foi de R$ 40 mil. Pouco menos de um porte para a disputa internacional. O quarto dessa verba foi patrocinada projeto foi desenvolvido no Laborató- pela Tractebel Energia - empresa do rio de Energia Solar do Departamento grupo belga GDF Suez, que mantém de Engenharia Mecânica (Labsolar) 17 usinas em operação e três em cons- e incluiu também alunos das enge- trução no país. Outras três compa- nharias civil, de produção elétrica e nhias apoiaram o projeto fornecendo de produção mecânica. O engenheiro alguns equipamentos. O valor restan- naval do Polo Náutico da UFRJ, Rafael te foi dividido entre os membros do Botelho, afirma que a vitória da UFSC grupo. Se a UFSC quiser participar do não foi uma surpresa: “Já esperáva- Frisian no ano que vem, a equipe da mos um desempenho bom, eles têm universidade terá que construir outra conhecimento na área de eficiência embarcação, adequada aos padrões da Painéis fotovoltaicos convertem energia luminosa em elétrica ao serem atingidos por fótons, o que elimina resíduos como o gás carbônico em energia”. prova. Essa não será a primeira vez Os barcos que navegaram nas é a forma de se obter essa eletricidade. por fótons (unidade básica da luz). no custo de produção. “O silício, que que o país disputará o Frisian Chal- águas de Paraty possuem duas inova- Ao invés de baterias tradicionais, são Se é tão fácil, então por que não pode ser encontrado na areia, é o se- lenge. Em 2008, o Brasil encerrou a ções significativas. A primeira delas é a utilizadas grandes placas feitas de substituir todos os motores movidos gundo elemento mais abundante na competição em sétimo lugar. Ao todo, movimentação através da energia elé- silício, conhecidas como painéis fo- a óleo? Para Ricardo Rüther, profes- Terra, depois do oxigênio. Mas ele é eram 48 concorrentes. trica, que substitui o óleo diesel e não tovoltaicos. Essas placas convertem a sor do departamento de Engenharia coletado com uma série de impurezas produz dióxido de carbono (CO2) re- energia do Sol (energia luminosa) em Civil da UFSC e especialista em sis- e a ‘limpeza’ encarece seu processo de sultante da queima do óleo. A segunda corrente elétrica ao serem atingidas temas fotovoltaicos, o problema está obtenção”, esclarece o pesquisador. Júlio Ettore Suriano
Ensino público Ensino público testa 350 projetores de SC
Projeto piloto introduz aparelho multimidia, de baixo custo, que vai ser utilizado por todas as escolas do país Um projetor integrado a um com- Conta ainda com um pequeno teclado Atualmente, o projeto se encontra como a distância entre o projetor e a trabalho dos Núcleos de Tecnologias putador, com teclado, mouse e apre- que fica na lateral para facilitar o uso em fase piloto e está sendo testado em tela, a luminosidade das salas de aula Educacionais, que organizam cursos sentador multimídia integrados numa pelo professor, duas entradas para USB cerca de 350 escolas indicadas pelas e a compatibilidade entre os diferentes e seminários voltados para os profes- única peça de tamanho reduzido e e um mouse. secretarias estaduais e municipais de sistemas. A maioria dos PCs nas esco- sores da rede municipal de ensino. O com custo abaixo de R$ 2 mil. Esse é O plano do MEC é introduzir o educação. A diretora da Escola Básica las possui o sistema Linux, mas o equi- equipamento leva um manual de uso o “Projetor ProInfra”, desenvolvido projetor em todas as escolas públicas Municipal Donícia Maria da Costa, de pamento permite abrir arquivos feitos e, em breve, haverá um DVD com ví- pela Universidade Federal de Santa brasileiras. No ano passado, através de Florianópolis, Ivanisse Pires Basto, re- em programas do Windows, da Mi- deos de treinamento produzido pela Catarina (UFSC) em parceria com a uma parceria com a Secretaria Muni- cebeu o aparelho em 11 de novembro. crosoft. “Tivemos a preocupação de ir TV UFSC. Fundação Certi, a partir de 2007, con- cipal de Educação de Florianópolis e A instituição firmou um acordo com a além da tecnologia, apresentando um A meta do governo é disponibili- forme uma solicitação da Secretaria do Núcleo de Tecnologia Educacional, Secretaria Municipal de que garante o produto que fosse acessível ao público zar o projetor em 26 mil laboratórios de Ensino à Distância do Ministério da o equipamento passou por dois ciclos uso do projetor por cinco anos. alvo do projeto”, afirma o Superinten- de informática nas escolas da rede Educação (MEC). de testes em três diferentes escolas A coordenadora da sala informati- dente Comercial da CERTI, Laércio pública e capacitar 218 mil professo- O resultado é um equipamento que municipais da capital e surpreendeu zada da mesma escola, Joelma Di Do- Aniceto Silva. res no uso das tecnologias na educa- pesa aproximadamente cinco quilos, alunos e professores. Estes testes foram menico Massaro, reuniu os professores Para ensinar os professores a usa- ção. A compra do aparelho será feita precisa de apenas um cabo para ser co- importantes para avaliar a adequação para avaliar o aparelho. “O projetor é rem o projetor, o Ministério da Educa- através de licitação. A data de entrega nectado na tomada e leva dois minu- do aparelho em sala de aula, usado de fácil manuseio e não complica os ção já dispõe de uma série de inicia- está prevista para o início do ano le- tos para funcionar. O projetor foi feito pelo professor. A partir daí foram feitas docentes por não ter inúmeros fios”. tivas voltadas para a capacitação dos tivo de 2010. para suportar o funcionamento contí- algumas alterações que melhoraram a A equipe de desenvolvimento do equi- docentes no uso de tecnologias, como nuo nas escolas, possui caixas de som sua funcionalidade e, em seguida, foi pamento explica que levou em consi- o site e-ProInfo e o Portal do Profes- acopladas e permite conexão wireless. apresentado ao MEC no final de 2008. deração vários fatores importantes, sor. Em Florianópolis, há também o Rafael Wiethorn