Vous êtes sur la page 1sur 25

46

AULA 3 – CICLOS MOTORES

MODELAGEM MATEMÁTICA

3.1 Motores de combustão interna

Os motores de combustão interna são motores onde os processos


ocorrem dentro do arranjo cilindro pistão. São considerados como motores de
combustão interna alternativos, pois as turbinas a gás também são motores de
combustão interna.
Existem dois tipos de motores de combustão interna: os que têm ignição
por centelha e os que têm ignição por compressão. Em um motor de ignição
por centelha a mistura ar combustível entra na câmara de combustão e é
incendiada por uma vela; já o motor de ignição por compressão o ar é
comprimido a uma temperatura e pressão elevada o suficiente para que
quando o combustível entre na câmara de combustão ocorra à combustão
espontânea do combustível.
Os motores de ignição por centelha são largamente usados e vantajosos
em situações onde as operações requerem potência de até 300 HP, sendo
ainda leves e de baixo custo, utilizados principalmente em automóveis. Os
motores de ignição por compressão são mais utilizados em operações onde se
requer uma potência elevada, como trens, navios, caminhões e locomotivas.

3.1.1 Terminologia dos motores

Tomando como fonte de estudo um motor alternativo de combustão


interna, composto por duas válvulas, um cilindro e um pistão, tem-se alguns
parâmetros construtivos que devem ser levados em consideração, como
mostra a Figura 3.1. O calibre do cilindro é o diâmetro e o curso é a distância
percorrida pelo pistão dentro do cilindro. Denomina-se ponto morto superior
(PMS) a posição do pistão onde o volume é mínimo e este volume é também é
conhecido como volume da câmara de combustão. Denomina-se ponto morto
47

inferior (PMI) a posição do pistão onde o volume é máximo. O volume criado


com o movimento do pistão do ponto morto superior para o ponto morto inferior
é conhecido como volume de cilindrada.

Figura 3.1 - Parâmetros construtivos dos motores de combustão interna. Fonte:


Moran, M. J. e Shapiro, H. N., 2002.

A taxa de compressão r é definida como razão do volume do ponto


morto inferior pelo volume do ponto morto superior. O movimento relativo pistão
é convertido em rotação através do mecanismo biela-manivela. Em um motor
de combustão interna de quatro tempos, o pistão executa quatro cursos
distintos dentro do cilindro para cada duas rotações do eixo de manivela. A
Figura 3.2 fornece um diagrama pressão-deslocamento tal qual poderia ser
visto em um osciloscópio.
Com a válvula de admissão aberta, o pistão executa o curso de
admissão quando aspira uma carga fresca para dentro do cilindro. No caso de
motores com ignição por centelha, a carga é uma mistura de ar e combustível.
Para motores com ignição por compressão a carga é somente ar. A seguir,
com ambas a válvulas fechadas, o pistão passa por um curso de compressão,
elevando a temperatura e pressão da carga. Esta fase exige fornecimento de
trabalho do pistão para o conteúdo do cilindro.
48

Figura 3.2 - Diagrama pressão-deslocamento para motores de combustão


interna. Fonte: Moran, M. J. e Shapiro, H. N., 2002.

Um processo de combustão é então iniciado (ambas a válvulas


fechadas), resultando em uma mistura gasosa de alta pressão e alta
temperatura. A combustão é induzida através da vela próxima ao final do curso
de compressão nos motores com ignição por centelha. Nos motores com
ignição por compressão, a combustão é iniciada pela injeção de combustível no
ar quente comprimido, começando próximo ao final do curso de compressão e
continuando através da primeira etapa de expansão.
Um curso de potência vem em seguida ao curso de compressão,
durante o qual a mistura gasosa se expande e trabalho é realizado sobre o
pistão à medida que este retorna ao ponto morto inferior. O pistão então
executa um curso de escape no qual os gases queimados são expulsos do
cilindro através da válvula de escape aberta. Os motores menores operam em
ciclos de dois cursos. Nos motores de dois tempos, as operações de admissão,
compressão, expansão e escape são obtidas em uma volta do eixo de
manivelas. Embora os motores de combustão interna percorram ciclos
mecânicos, o conteúdo do cilindro não executa um ciclo termodinâmico, uma
49

vez que matéria é introduzida com uma composição e posteriormente


descarregada com uma composição diferente.
Um parâmetro usado para descrever o desempenho de motores
alternativos a pistão é a pressão média efetiva, ou pme. A pressão média
efetiva é a pressão constante teórica que, se atuasse no pistão durante o curso
de potência, produziria o mesmo trabalho líquido que o realmente produzido
em um ciclo. Isto é:

trabalho líquido para um ciclo


PME = (3.1)
volume de deslocamen to

Para dois motores que apresentam o mesmo volume de deslocamento,


o de maior pressão média efetiva produziria o maior trabalho líquido e, se os
motores funcionassem na mesma velocidade, a maior potência.

3.1.2 Análise de ar-padrão e ar-padrão frio

Um estudo detalhado do desempenho de um motor de combustão


interna alternativo levaria em consideração muitos aspectos, tais como:
• O processo de combustão que ocorre no interior do cilindro e os efeitos
de irreversibilidades associados com o atrito e com gradientes de
pressão e temperatura.
• A transferência de calor entre os gases no cilindro e as paredes do
cilindro;
• O trabalho necessário para carregar o cilindro e retirar os produtos de
combustão.
Devido a esta complexidade, a modelagem precisa de motores de
combustão interna alternativos normalmente envolve uma simulação
computacional. Uma simplificação considerável é necessária para conduzir
análises termodinâmicas elementares de motores de combustão interna. Um
procedimento consiste em empregar uma análise de ar-padrão com os
seguintes elementos:
50

• Uma quantidade fixa de ar modelado como um gás ideal é o fluido de


trabalho.
• O processo de combustão é substituído por uma transferência de calor
de uma fonte externa.
• Não existem processos de admissão e descarga como no motor real.
• Todos os processos são internamente reversíveis.
Além disso, em uma análise de ar-padrão frio, os calores específicos são
considerados constantes nos seus valores para temperatura ambiente. Com
uma análise de ar-padrão, evitamos lidar com a complexidade do processos de
combustão e com a mudança de composição durante a combustão.
Embora uma análise de ar-padrão simplifique consideravelmente o
estudo dos motores de combustão interna, os valores para a pressão média
efetiva e para as temperaturas e pressões de operação calculadas nesta base
podem diferir significativamente daqueles para os motores reais.
Consequentemente, a análise de ar-padrão permite que os motores de
combustão interna sejam examinados apenas qualitativamente. Ainda assim,
algumas noções sobre o desempenho real podem resultar de tal procedimento.

3.2 Ciclo de ar-padrão Otto

O ciclo de ar-padrão Otto é um ciclo ideal que considera que a adição de


calor ocorre instantaneamente enquanto o pistão encontra-se no ponto morto
superior. O ciclo Otto é mostrado nos diagramas p − v e T − s da Figura 3.3. O
ciclo consiste em quatro processos internamente reversíveis em série. Segue
abaixo uma breve descrição de cada um dos quatro processos:
• PROCESSO 1-2: compressão isoentrópica do ar conforme o pistão se
move do PMI para o PMS.
• PROCESSO 2-3: transferência de calor a volume constante para o ar a
partir de uma fonte externa enquanto o pistão está no PMS.
• PROCESSO 3-4: expansão isoentrópica do ar conforme o pistão se
move do PMS para o PMI.
51

• PROCESSO 4-1: transferência de calor a volume constante do ar


enquanto o pistão está no PMI.

Figura 3.3 – Diagramas p − v e T − s do ciclo de ar-padrão Otto. Fonte: Moran,


M. J. e Shapiro, H. N., 2002.

Uma vez que o ciclo de ar-padrão Otto é composto de processos


internamente reversíveis, as áreas nos diagramas p − v e T − s da Figura 3.3
podem ser interpretadas como trabalho e calor por unidade de massa,
respectivamente. Tem-se que:
• ÁREA 1-2-a-b-1 ( p − v ): trabalho fornecido por unidade de massa
durante o processo de compressão.
• ÁREA 3-4-b-a-3 ( p − v ): trabalho executado por unidade de massa
durante o processo de expansão.
• (ÁREA 3-4-b-a-3) – (ÁREA 1-2-a-b-1) = ÁREA 1-2-3-4-1 (trabalho líquido
realizado por unidade de massa no diagrama p − v ).

• ÁREA 2-3-a-b-2 ( T − s ): calor fornecido por unidade de massa.


• ÁREA 1-4-a-b-1 ( T − s ): calor rejeitado por unidade de massa.
• (ÁREA 2-3-a-b-2) – (ÁREA 1-4-a-b-1) = ÁREA 1-2-3-4-1 (calor líquido
absorvido por unidade de massa no diagrama T − s ).
52

3.2.1 Modelagem matemática pela 1a lei da termodinâmica

3.2.1.1 Análise de ar-padrão

O ciclo de ar-padrão Otto consiste em dois processos nos quais há


trabalho mas não há transferência de calor, os processos 1-2 e 3-4, e em dois
processos nos quais há transferência de calor mas não há trabalho, os
processos 2-3 e 4-1. As expressões para estas transferências de energia são
obtidas pela simplificação do balanço de energia para sistema fechado com a
consideração de que as variações de energia cinética e potencial possam ser
desprezadas. Dessa forma tem-se que:

Q − W = ∆U + ∆EC + ∆EP = m(uf − ui ) ⇒


Q W
− = uf − u i (3.2)
m m

Aplicando a Equação 3.2 para os quatro processos do ciclo de ar-padrão


Otto obtém-se:

Processo 1-2 Processo 2-3 Processo 3-4 Processo 4-1


W12 Q23 W34 Q41
= u2 − u1 = u3 − u 2 = u3 − u 4 = u 4 − u1
m m m m

Deve ser observado que ao escrever as equações anteriores nos


afastamos da nossa convenção de sinais habitual para calor e trabalho. Ao
analisar ciclos frequentemente é conveniente considerar todas as
transferências de calor e trabalho como quantidade positivas. Assim, W12 m é
um número positivo representando o trabalho fornecido durante a compressão
e Q41 m é um número positivo representando o calor rejeitado no processo 4-
1.
O trabalho líquido produzido pelo ciclo por unidade de messa é
calculado como:
53

= (u3 − u 4 ) − (u2 − u1 )
Wciclo W34 W12
= − (3.3)
m m m

O calor líquido adicionado ao ciclo por unidade de massa é calculado


como:

= (u3 − u2 ) − (u 4 − u1 )
Qciclo Q23 Q41
= − (3.4)
m m m

Deve ser notado que no ciclo de ar-padrão Otto o trabalho líquido


produzido por unidade de massa deve ser igual ao calor líquido adicionado por
unidade de massa. A eficiência energética (eficiência de 1a lei da
termodinâmica) é a razão entre o trabalho líquido produzido por unidade de
massa e o calor adicionado por unidade de massa:

Wciclo m (u3 − u 4 ) − (u2 − u1 )  u − u1 


η= = = 1 −  4  (3.5)
Q23 m (u3 − u2 )  u3 − u 2 

A taxa de compressão do ciclo Otto é definida como:

V1 v 1
r= = (3.6)
V2 v 2

Sabendo que V1 = V4 e V2 = V3 a taxa de compressão também pode ser


expressa como:

V4 v 4
r= = (3.7)
V3 v 3

Para a obtenção de u1, u2 , u3 e u4 são utilizadas tabelas

termodinâmicas para o ar considerado um gás ideal. Para os processos


isoentrópicos 1-2 e 3-4, as seguintes relações são aplicáveis:
54

v r 2 V2 1 v r 4 V4
= = e = =r (3.8)
v r 1 V1 r v r 3 V3

pr 2 p2 pr 4 p4
= e = (3.9)
pr 1 p1 pr 3 p3

A pressão média efetiva do ciclo de ar-padrão Otto é calculada da


seguinte forma:

trabalho líquido para um ciclo Wciclo m Wciclo m W m


PME = = = = ciclo
volume de deslocamento (V1 − V2 ) m v1(1 − v 2 v1 ) v1(1 − 1 r )

Substituindo a Equação 3.3 na expressão anterior obtém-se:

PME =
(u3 − u 4 ) − (u2 − u1 ) (3.10)
v 1 (1 − 1 r )

3.2.1.2 Análise de ar-padrão frio

Aplicando a Equação 3.2 para os quatro processos do ciclo de ar-padrão


frio Otto obtém-se:

Processo 1-2 Processo 2-3 Processo 3-4 Processo 4-1

= cv (T2 − T1 ) = cv (T3 − T2 ) = cv (T3 − T4 ) = cv (T4 − T1 )


W12 Q23 W34 Q41
m m m m

O trabalho líquido produzido pelo ciclo por unidade de massa é


calculado como:

= cv (T3 − T4 ) − cv (T2 − T1 )
Wciclo W34 W12
= − (3.11)
m m m
55

O calor líquido adicionado ao ciclo por unidade de massa é calculado


como:

= cv (T3 − T2 ) − cv (T4 − T1 )
Qciclo Q23 Q41
= − (3.12)
m m m

Deve ser notado que também no ciclo de ar-padrão frio Otto o trabalho
líquido produzido por unidade de massa deve ser igual ao calor líquido
adicionado por unidade de massa. A eficiência energética (eficiência de 1a lei
da termodinâmica) é a razão entre o trabalho líquido por unidade de massa e o
calor adicionado por unidade de massa:

Wciclo m cv (T3 − T4 ) − cv (T2 − T1 )  T −T  T  T T − 1


η= = = 1 −  4 1  = 1 − 1  4 1  (3.13)
Q23 m cv (T3 − T2 ) T
 3 − T2  T T
2  3 T2 − 1 

Podem ser utilizadas as seguintes relações entre as temperaturas e


pressões, válidas para processo isoentrópico com calores específicos
constantes:

k −1 k −1
T2  V1  k −1 T4  V3  1
=  =r e =  = (3.14)
T1  V2  T3  V4  r k −1

k (k −1) k (k −1)
p2  T2  p4  T4 
=  e =  (3.15)
p1  T1  p3  T3 

onde k = c p cv . Combinando as Equações 3.14 e 3.15 obtém-se:

k k
p2  V1  p4  V3 
=  e = 
p1  V2  p3  V4 
56

A pressão média efetiva do ciclo de ar-padrão frio Otto é calculada da


seguinte forma:

Wciclo m cv (T3 − T4 ) − cv (T2 − T1 )


PME = =
v 1 (1 − 1 r ) v 1 (1 − 1 r )

Uma expressão alternativa para a eficiência energética, válida para uma


análise de ar-padrão frio, pode ser obtida isolando T4 da Equação 3.15 e T1 da
Equação 3.14 e escrevendo a relação T4 T1 , obtendo:

(
T4 T3 r k −1 T3
= =
)
(
T1 T2 r k −1 T2 )

Substituindo T4 T1 = T3 T2 na Equação 3.13 e utilizando a Equação 3.14

para substituir T1 T2 obtém-se:

1
η = 1− (3.16)
r k −1

3.3 Ciclo Diesel

O ciclo de ar-padrão Diesel é um ciclo ideal que considera que a adição


de calor ocorre durante um processo a pressão constante, quando o pistão se
desloca do ponto morto superior para o ponto morto inferior. O ciclo Diesel é
mostrado nos diagramas p − v e T − s da Figura 3.4. O ciclo consiste em
quatro processos internamente reversíveis em série. Segue abaixo uma breve
descrição de cada um dos quatro processos:
• PROCESSO 1-2: compressão isoentrópica do ar conforme o pistão se
move do PMI para o PMS.
• PROCESSO 2-3: transferência de calor a pressão constante para o ar a
partir de uma fonte externa (1a parte do curso de potência).
57

• PROCESSO 3-4: expansão isoentrópica do ar conforme o pistão se


move para o PMI.
• PROCESSO 4-1: transferência de calor a volume constante do ar
enquanto o pistão está no PMI.
Uma vez que o ciclo de ar-padrão Diesel é composto de processos
internamente reversíveis, as áreas nos diagramas p − v e T − s da Figura 5.4
podem ser interpretadas como trabalho e calor, respectivamente. Tem-se que:
• ÁREA 1-2-a-b-1 ( p − v ): trabalho fornecido por unidade de massa
durante o processo de compressão.
• ÁREA 2-3-4-b-a-2 ( p − v ): trabalho executado por unidade de massa
durante o processo de compressão.
• (ÁREA 1-2-a-b-1) – (ÁREA 2-3-4-b-a-2) = ÁREA 1-2-3-4-1 (trabalho
líquido realizado no diagrama p − v ).

• ÁREA 2-3-a-b-2 ( T − s ): calor fornecido por unidade de massa.


• ÁREA 1-4-a-b-1 ( T − s ): calor rejeitado por unidade de massa.
• (ÁREA 2-3-a-b-2) – (ÁREA 1-4-a-b-1) = ÁREA 1-2-3-4-1 (calor líquido
absorvido no diagrama T − s ).

Figura 3.4 – Diagramas p − v e T − s do ciclo de ar-padrão Diesel. Fonte:


Moran, M. J. e Shapiro, H. N., 2002.

3.3.1 Modelagem matemática pela 1a lei da termodinâmica


58

3.3.1.1 Análise de ar-padrão

O ciclo de ar-padrão Diesel consiste em dois processos nos quais há


somente trabalho, processos 1-2 e 3-4, um processo no qual há trabalho e
calor, processo 2-3, e um processo no qual há somente calor, processo 4-1. As
expressões para estas transferências de energia são obtidas pela simplificação
do balanço de energia para sistema fechado com a consideração de que as
variações de energia cinética e potencial possam ser desprezadas. Dessa
forma tem-se que:

Q − W = ∆U + ∆EC + ∆EP = m(uf − ui ) ⇒


Q W
− = uf − u i (3.17)
m m

Em particular, para processos com transferência de calor a pressão


constante, processo 2-3, o trabalho por unidade de massa pode ser calculado
como:

= ∫ pdv = p(v f − v i ) = pf v f − pi v i
W f
(3.18)
m i

Combinando as Equações 3.17 e 3.18 obtém-se:

+ (uf − ui ) = pf v f − pi v i + (uf − ui ) = (uf + pf v f ) − (ui + pi v i ) = hf − hi


Q W
= (3.19)
m m

Aplicando a Equação 3.17 para os quatro processos do ciclo de ar-


padrão Diesel obtém-se:

Processo 1-2 Processo 2-3 Processo 3-4 Processo 4-1


W12 Q23 W34 Q41
= u2 − u1 = h3 − h2 = u3 − u 4 = u 4 − u1
m m m m
59

Deve ser observado que ao escrever as equações anteriores nos


afastamos da nossa convenção de sinais habitual para calor e trabalho. Ao
analisar ciclos frequentemente é conveniente considerar todas as
transferências de calor e trabalho como quantidade positivas. Assim, W12 m é
um número positivo representando o trabalho fornecido durante a compressão
e Q41 m é um número positivo representando o calor rejeitado no processo 4-
1.
O trabalho líquido produzido pelo ciclo por unidade de massa é
calculado como:

= (h3 − h2 ) − (u3 − u2 ) + (u3 − u 4 ) − (u2 − u1 )


Wciclo W23 W34 W12
= + − (3.20)
m m m m

O calor líquido adicionado ao ciclo por unidade de massa é calculado


como:

= (h3 − h2 ) − (u 4 − u1 )
Qciclo Q23 Q41
= − (3.21)
m m m

Deve ser notado que no ciclo de ar-padrão Diesel o trabalho líquido


produzido por unidade de massa deve ser igual ao calor líquido adicionado por
unidade de massa. A eficiência energética (eficiência de 1a lei da
termodinâmica) é a razão entre o trabalho líquido produzido por unidade de
massa e o calor adicionado por unidade de massa:

Wciclo m (h3 − h2 ) − (u3 − u2 ) + (u3 − u 4 ) − (u2 − u1 )  u − u1 


η= = = 1 −  4  (3.22)
Q23 m (h3 − h2 ) h
 3 − h2 

A taxa de compressão do ciclo Diesel é definida como:

V1 v 1
r= = (3.23)
V2 v 2
60

Sabendo que V1 = V4 a taxa de compressão também pode ser expressa


como:

V4 v 4
r= = (3.24)
V2 v 2

A razão de corte do ciclo Diesel é definida como:

V3 v 3
rc = = (3.25)
V2 v 2

Para a obtenção de u1, u 2 , u3 , u 4 , h2 e h3 são utilizadas tabelas

termodinâmicas para o ar considerado um gás ideal. Para os processos


isoentrópicos 1-2 e 3-4, as seguintes relações são aplicáveis:

v r 2 V2 1 v r 4 V4 V4 V2 V1 V2 r
= = e = = = = (3.26)
v r 1 V1 r v r 3 V3 V2 V3 V2 V3 rc

pr 2 p2 pr 4 p4
= e = (3.27)
pr 1 p1 pr 3 p3

No processo 2-3, a equação do gás ideal simplifica-se com p2 = p3 para:

V2 V3 V
= ⇒ T3 = 3 T2 = rcT2 (3.28)
T2 T3 V2

A pressão média efetiva do ciclo de ar-padrão Diesel é calculada da


seguinte forma:

trabalho líquido para um ciclo Wciclo m Wciclo m W m


PME = = = = ciclo
volume de deslocamento (V1 − V2 ) m v1(1 − v 2 v1 ) v1(1 − 1 r )
61

Substituindo a Equação 3.20 na expressão anterior obtém-se:

PME =
(h3 − h2 ) − (u3 − u2 ) + (u3 − u 4 ) − (u2 − u1 ) (3.29)
v 1 (1 − 1 r )

3.3.1.2 Análise de ar-padrão frio

Aplicando a Equação 3.17 para os quatro processos do ciclo de ar-


padrão frio Diesel obtém-se:

Processo 1-2 Processo 2-3 Processo 3-4 Processo 4-1

= cv (T2 − T1 ) = c p (T3 − T2 ) = cv (T3 − T4 ) = cv (T4 − T1 )


W12 Q23 W34 Q41
m m m m

O trabalho líquido produzido pelo ciclo por unidade de massa é


calculado como:

= c p (T3 − T2 ) − cv (T3 − T2 ) + cv (T3 − T4 ) − cv (T2 − T1 ) (3.30)


Wciclo W23 W34 W12
= + −
m m m m

O calor líquido adicionado ao ciclo por unidade de massa é calculado


como:

= c p (T3 − T2 ) − cv (T4 − T1 )
Qciclo Q23 Q41
= − (3.31)
m m m

Deve ser notado que também no ciclo de ar-padrão frio Diesel o trabalho
líquido produzido por unidade de massa deve ser igual ao calor líquido
adicionado por unidade de massa. A eficiência energética (eficiencia de 1a lei
da termodinâmica) é a razão entre o trabalho líquido por unidade de massa e o
calor adicionado por unidade de massa:
62

Wciclo m c p (T3 − T2 ) − cv (T3 − T2 ) + cv (T3 − T4 ) − cv (T2 − T1 ) T  T T − 1


η= = = 1 − 1  4 1 
Q23 m c p (T3 − T2 ) kT2  T3 T2 − 1
(3.32)
onde k = c p cv . Podem ser utilizadas as seguintes relações entre as

temperaturas e pressões, válidas para processo isoentrópico com calores


específicos constantes:

k −1 k −1 k −1 k −1 k −1
T2  V1  k −1 T4  V3  V V  V V  r 
=  =r e =  =  3 2  =  3 2  = c  (3.33)
T1  V2  T3  V4   V2 V4   V2 V1  r 

k (k −1) k (k −1)
p2  T2  p4  T4 
=  e =  (3.34)
p1  T1  p3  T3 

onde k = c p cv . Combinando as Equações 3.33 e 3.34 obtém-se:

k k
p2  V1  p4  V3 
=  e = 
p1  V2  p3  V4 

A pressão média efetiva do ciclo de ar-padrão frio Diesel é calculada da


seguinte forma:

c p (T3 − T2 ) − cv (T3 − T2 ) + cv (T3 − T4 ) − cv (T2 − T1 )


PME =
v 1 (1 − 1 r )

Uma expressão alternativa para a eficiência energética, válida para uma


análise de ar-padrão frio, pode ser obtida isolando T4 da Equação 3.33 e T1 da
Equação 3.33 e escrevendo a relação T4 T1 , obtendo:

T4 T3 (rc r )
k −1
T
= = 3 rck −1 = rc rck −1 = rck
T1 T2 (1 r )k −1
T2
63

Substituindo T4 T1 = rck na Equação 3.32, utilizando a Equação 3.33 para

substituir T1 T2 e utilizando a Equação 3.28 para substituir T3 T2 obtém-se:

1  rck − 1 
η = 1−   (3.35)
r k −1  k (rc − 1) 

3.4 Ciclo Dual

O ciclo de ar-padrão Dual é um ciclo ideal que considera que a adição


de calor ocorre em duas etapas. Na primeira etapa, a adição de calor ocorre
instantaneamente enquanto o pistão encontra-se no ponto morto superior. Na
segunda etapa a adição de calor ocorre durante um processo a pressão
constante, quando o pistão se desloca do ponto morto superior para o ponto
morto inferior. O ciclo Dual é mostrado nos diagramas p − v e T − s da Figura
3.5. O ciclo consiste em cinco processos internamente reversíveis em série.
Segue abaixo uma breve descrição de cada um dos cinco processos.
• PROCESSO 1-2: compressão isoentrópica do ar conforme o pistão se
move do PMI para o PMS.
• PROCESSO 2-3: transferência de calor a volume constante para o ar a
partir de uma fonte externa enquanto o pistão está no PMS.
• PROCESSO 3-4: transferência de calor a pressão constante para o ar a
partir de uma fonte externa (1a parte do curso de potência).
• PROCESSO 4-5: Expansão isoentrópica do ar conforme o pistão se
move para o PMI.
• PROCESSO 5-1: transferência de calor a volume constante do ar
enquanto o pistão está no PMI.
Uma vez que o ciclo de ar-padrão Dual é composto de processos
internamente reversíveis, as áreas nos diagramas p − v e T − s da Figura 3.5
podem ser interpretadas como trabalho e calor, respectivamente. Tem-se que:
• ÁREA 1-2-a-b-1 ( p − v ): trabalho fornecido por unidade de massa
durante o processo de compressão.
64

• ÁREA 3-4-5-b-a-3 ( p − v ): trabalho executado por unidade de massa


durante o processo de expansão.
• (ÁREA 1-2-a-b-1) – (ÁREA 3-4-5-b-a-3) = ÁREA 1-2-3-4-5-1 (trabalho
líquido realizado no diagrama p − v ).

• ÁREA 2-3-4-a-b-2 (T − s ): calor fornecido por unidade de massa.


• ÁREA 1-5-a-b-1 ( T − s ): calor rejeitado por unidade de massa.
• (ÁREA 2-3-4-a-b-2) – (ÁREA 1-5-a-b-1) = ÁREA 1-2-3-4-5-1 (calor
líquido absorvido no diagrama T − s ).

Figura 3.5 – Diagramas p − v e T − s do ciclo de ar-padrão Dual. Fonte:


Moran, M. J. e Shapiro, H. N., 2002.

3.4.1 Modelagem matemática pela 1a lei da termodinâmica

3.4.1.1 Análise de ar-padrão

O ciclo de ar-padrão Dual consiste em dois processos nos quais há


somente trabalho, processos 1-2 e 4-5, um processo no qual há trabalho e
calor, processo 3-4, e dois processos nos quais há somente calor, processos 2-
3 e 5-1. As expressões para estas transferências de energia são obtidas pela
simplificação do balanço de energia para sistema fechado com a consideração
de que as variações de energia cinética e potencial possam ser desprezadas.
Dessa forma tem-se que:
65

Q − W = ∆U + ∆EC + ∆EP = m(uf − ui ) ⇒


Q W
− = uf − u i (3.36)
m m

Em particular, para processos com transferência de calor a pressão


constante, processo 3-4, o trabalho por unidade de massa pode ser calculado
como:

= ∫ pdv = p(v f − v i ) = pf v f − pi v i
W f
(3.37)
m i

Combinando as Equações 3.36 e 3.37 obtém-se:

+ (uf − ui ) = pf v f − pi v i + (uf − ui ) = (uf + pf v f ) − (ui + pi v i ) = hf − hi


Q W
= (3.38)
m m

Aplicando a Equação 3.36 para os cinco processos do ciclo de ar-padrão


Dual obtém-se:

Processo 1-2 Processo 2-3 Processo 3-4 Processo 4-5 Processo 5-1
W12 Q23 Q34 W45 Q51
= u2 − u1 = u3 − u 2 = h4 − h3 = u 4 − u5 = u5 − u1
m m m m m

Deve ser observado que ao escrever as equações anteriores nos


afastamos da nossa convenção de sinais habitual para calor e trabalho. Ao
analisar ciclos frequentemente é conveniente considerar todas as
transferências de calor e trabalho como quantidade positivas. Assim, W12 m é
um número positivo representando o trabalho fornecido durane a compressão e
Q51 m é um número positivo representando o calor rejeitado no processo 5-1.

O trabalho líquido produzido pelo ciclo por unidade de massa é


calculado como:

= (h4 − h3 ) − (u 4 − u3 ) + (u 4 − u5 ) − (u2 − u1 )
Wciclo W34 W45 W12
= + − (3.39)
m m m m
66

O calor líquido adicionado ao ciclo é por unidade de massa é calculado


como:

= (u3 − u2 ) + (h4 − h3 ) − (u5 − u1 )


Qciclo Q23 Q34 Q51
= + − (3.40)
m m m m

Deve ser notado que no ciclo de ar-padrão Dual o trabalho líquido


produzido por unidade de massa deve ser igual ao calor líquido adicionado por
unidade de massa. A eficiência energética (eficiência de 1a lei da
termodinâmica) é a razão entre o trabalho líquido produzido por unidade de
massa e o calor adicionado por unidade de massa:

η=
Wciclo m (h − h3 ) − (u 4 − u3 ) + (u 4 − u5 ) − (u2 − u1 ) = 1 − 
= 4
u 5 − u1 

Q23 m + Q34 m (u3 − u2 ) + (h4 − h3 ) 
 h4 − h3 + u 3 − u 2 
(3.41)
A taxa de compressão do ciclo Dual é definida como:

V1 v 1
r= = (3.42)
V2 v 2

Sabendo que V1 = V5 e V2 = V3 a taxa de compressão também pode ser

expressa como:

V5 v 5
r= = (3.43)
V3 v 3

A razão de corte do ciclo Dual é definida como:


V4 v 4
rc = = (3.44)
V3 v 3

A razão de pressão do ciclo Dual é definida como:


67

p3
rp = (3.45)
p2

Para a obtenção de u1, u 2 , u3 , u 4 , u5 , h3 e h4 são utilizadas tabelas

termodinâmicas para o ar considerado um gás ideal. Para os processos


isoentrópicos 1-2 e 4-5, as seguintes relações são aplicáveis:

v r 2 V2 1 v r 5 V5 V5 V3 V1 V3 r
= = e = = = = (3.46)
v r 1 V1 r v r 4 V4 V3 V4 V2 V4 rc

pr 2 p2 pr 5 p5
= e = (3.47)
pr 1 p1 pr 4 p4

No processo 2-3, a equação do gás ideal simplifica-se com V2 = V3 para:

p2 p3 p
= ⇒ T3 = 3 T2 = rpT2 (3.48)
T2 T3 p2

No processo 3-4, a equação do gás ideal simplifica-se com p3 = p4 para:

V3 V4 V
= ⇒ T4 = 4 T3 = rcT3 (3.49)
T3 T4 V3

A temperatura T4 pode ser escrita em função da temperatura T2 como:

T4 = rcT3 = rc rpT2 (3.50)

A pressão média efetiva do ciclo de ar-padrão Dual é calculada da


seguinte forma:
68

trabalho líquido para um ciclo Wciclo m Wciclo m W m


PME = = = = ciclo
volume de deslocamento (V1 − V2 ) m v1(1 − v 2 v1 ) v1(1 − 1 r )

Substituindo a Equação 3.39 na expressão anterior obtém-se:

PME =
(h4 − h3 ) − (u 4 − u3 ) + (u 4 − u5 ) − (u2 − u1 ) (3.51)
v 1 (1 − 1 r )

3.4.1.2 Análise de ar-padrão frio

Aplicando a Equação 3.39 para os cinco processos do ciclo de ar-padrão


frio Dual obtém-se:

Processo 1-2 Processo 2-3 Processo 3-4 Processo 4-5 Processo 5-1

= cv (T2 − T1 ) = cv (T3 − T2 ) = c p (T4 − T3 ) = cv (T4 − T5 ) = cv (T5 − T1 )


W12 Q23 Q34 W45 Q51
m m m m m

O trabalho líquido produzido pelo ciclo por unidade de massa é


calculado como:

= c p (T4 − T3 ) − cv (T4 − T3 ) + cv (T4 − T5 ) − cv (T2 − T1 ) (3.52)


Wciclo W34 W45 W12
= + −
m m m m

O calor líquido adicionado ao ciclo por unidade de massa é calculado


como:

= cv (T3 − T2 ) + c p (T4 − T3 ) − cv (T5 − T1 )


Qciclo Q23 Q34 Q51
= + − (3.53)
m m m m

Deve ser notado que também no ciclo de ar-padrão frio Dual o trabalho
líquido produzido por unidade de massa deve ser igual ao calor líquido
adicionado por unidade de massa. A eficiência energética (eficiência de 1a lei
69

da termodinâmica) é a razão entre o trabalho líquido por unidade de massa e o


calor adicionado por unidade de massa:

Wciclo m c (T4 − T3 ) − cv (T4 − T3 ) + cv (T4 − T5 ) − cv (T2 − T1 )


η= = p
Q23 m + Q34 m cv (T3 − T2 ) + c p (T4 − T3 )

= 1−
(T5 − T1 ) (3.54)
(T3 − T2 ) + k (T4 − T3 )

onde k = c p cv . Podem ser utilizadas as seguintes relações entre as

temperaturas e pressões, válidas para processos isoentrópicos com calores


específicos constantes:

k −1 k −1 k −1 k −1 k −1
T2  V1  k −1 T5  V4  V V  V V  r 
=  =r e =  =  4 3  =  4 2  = c  (3.55)
T1  V2  T4  V5   V3 V5   V3 V1  r 

k (k −1) k (k −1)
p2  T2  p5  T5 
=  e =  (3.56)
p1  T1  p4  T4 

onde k = c p cv . Combinando as Equações 3.55 e 3.56 obtém-se:

k k
p2  V1  p5  V4 
=  e = 
p1  V2  p4  V5 

A pressão média efetiva do ciclo de ar-padrão frio Dual é calculada da


seguinte forma:

c p (T4 − T3 ) − cv (T4 − T3 ) + cv (T4 − T5 ) − cv (T2 − T1 )


PME =
v 1 (1 − 1 r )

A temperatura T5 pode ser escrita em função da temperatura T2

utilizando a Equação 3.55 em conjunto com a Equação 3.50, ou seja:


70

k −1 k −1
r   rc   rck 
T5 = T4  c  = rc rp   T2 = rp  k −1 T2 (3.57)
r  r  r 

Uma expressão alternativa para a eficiência energética, válida para uma


análise de ar-padrão frio, pode ser obtida substituindo T5 da Equação 3.57, T1

da Equação 3.55, T3 da Equação 3.48 e T4 da Equação 3.50 na Equação 3.54,

obtendo:

1  rp rck − 1 
η = 1− k −1   (3.58)
r  (rp − 1) + krp (rc − 1) 

Vous aimerez peut-être aussi