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Armando Ribeiro explica como fatores psicológicos têm relação direta com doenças inflamatórias, e o uso da terapia cognitivo-comportamental para tratá-las. Entrevista para a revista Bem-Estar do Jornal Diário da Região.
Armando Ribeiro explica como fatores psicológicos têm relação direta com doenças inflamatórias, e o uso da terapia cognitivo-comportamental para tratá-las. Entrevista para a revista Bem-Estar do Jornal Diário da Região.
Armando Ribeiro explica como fatores psicológicos têm relação direta com doenças inflamatórias, e o uso da terapia cognitivo-comportamental para tratá-las. Entrevista para a revista Bem-Estar do Jornal Diário da Região.
tmrelao direta comdoenas inflamatrias, e o uso da terapia cognitivo-comportamental para trat-las Elen Valereto elen.valereto@diariodaregiao.com.br Muitas das emoes sentidas pelos seres humanos manifestam-se como sin- tomas fsicos e at doenas. O estresse, por exemplo, pode estimular dores de cabea, como a enxaqueca, e a ansieda- de excessiva ou tenso chega a provocar desordem intestinal. Foi nessa linha, mas de forma bem mais aprofundada, que o psiclogo e coordenador do programa de Avaliao do Estresse do Hospital Beneficncia Portuguesa, de So Paulo, Armando Ribeiro, participou do livro Psicolo- gia na Sade: a prtica de terapia cog- nitivo-comportamental em hospital geral (ed. Sinopsys). A obra foi orga- nizado por Tania Rudnicki e Marisa Marantes Sanchez. O captulo Contribuies da Psico- logia da Sade, sob enfoque da Terapia Cognitivo-Comportamental, aplicada emGastroenterologia, de Armando, fa- la sobre como os fatores psicolgicos afe- tam as doenas inflamatrias, como Doena de Crohn e Retocolite Ulcerati- va, e a Sndrome do Intestino Irritvel. Da mesma forma, investiga as estrat- gias baseadas na terapia cognitivo-com- portamental e uso de tratamento sem medicamentos para esses problemas. O material, no entanto, no foi pro- duzido para o pblico leigo, mas profissio- nais envolvidas ou interessados na rea. A discusso, porm, mais umpasso para di- vulgar formas de tratamento complemen- tares e os resultados alcanados. O psiclogo concedeu en- trevista Bem-Estar e falou mais sobre esse novo proje- to em que est envolvido e porque to importante pesquis-lo e discuti- lo. Acompanhe. Revista Bem-Estar Quando sur- giu o convite para participar desse livro? Armando Ribeiro Trata-se de um tratado de Psicologia da Sade que foi organizado por pesquisadoras de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com os especialistas de destaque na aplicao da Terapia Cognitivo-Comportamental em diversas especialidades mdicas. O meu captulo resultado da minha dis- sertao de mestrado no departamento de Gastroenterologia da Universidade Federal de So Paulo (Unifesp). Fui o primeiro psiclogo a realizar uma pes- quisa no departamento de Gastro dessa universidade sobre os fatores emocio- nais que influenciamas doenas gastrin- testinais. O assunto ainda escasso em nosso pas, sendo necessrio mais deba- tes sobre como os fatores emocionais po- dem agravar doenas mdicas ou mes- mo serem importantes para a recupera- o dos pacientes. Bem-Estar Quanto tempo ficou envolvido nesse trabalho? Ribeiro Do convite publicao, le- vamos quase 2 anos para a escrita e revi- ses. As organizadoras foram compro- metidas em oferecer um texto claro e atualizado para que o livro cumprisse o papel de informar mais profissionais da sade sobre a forte relao da Psicologia da Sade em hospital geral. Bem-Estar O que mais pretendia passar nessa parte do livro a que ficou responsvel? Ribeiro O desafio foi transformar a minha dissertao de mestrado em um texto claro e voltado para o profissional que atua com pacientes portadores de doenas do aparelho digestrio. Discu- tir os aspectos psicofisiolgicos, ou seja, como fatores emocionais, como ansie- dade, depresso e estresse, influen- ciam o funcionamento dos intesti- nos, principalmente em relao a al- gumas doenas, como a sndrome do intestino irritvel e a doenas infla- matrias intestinais. Bem-Estar De que forma o es- tresse interfere no funcionamento do intestino? Ribeiro Os hormnios do estresse crnico interferem negativamente no funcionamento do intestino, modifican- do a motilidade intestinal, isto , seu funcionamento espontneo, e o adequa- do funcionamento do sistema digestrio. Para alguns, os hormnios (adrenalina e cortisol) produziro au- mento da motilidade intestinal relacio- nado s queixas de diarreia, e para ou- tros levaro diminuio da motilidade do trato intestinal levando a obstipao intestinal. Percebemos que os rgos e vsceras funcionam em uma fina sinto- nia, como em uma orquestra sinfnica. J as emoes negativas podem pertur- bar esse funcionamento e levar s doen- as. Recentemente, pesquisadores des- cobriram o funcionamento do sistema nervoso entrico, ou seja, todo o trato digestivo (principalmente os intesti- nos), que rico emneurnios e tem a ca- pacidade de produzir alguns neurotrans- missores, tais como a serotonina, neuro- transmissor do humor, que produzida em cerca de 60% neste sistema. Bem-Estar Almdo estresse, que outras emoes podemdesestabilizar esse equilbrio? Ribeiro Emnossa pesquisa, realiza- da no ambulatrio da disciplina de Gas- tro, na Unifesp, observamos uma prevalncia alta de fatores emocionais negativos nos pacientes. Entre eles es- tavam: sintomas depressivos (45%), sintomas ansiosos (60%), sintomas de estresse crnico (62%) e diminuio da qualidade de vida, como vitalidade, es- tado geral de sade, aspectos fsicos e sade mental. Bem-Estar As doenas desenca- deadas por fatores psicolgicos tm cura? Em quais casos? Ribeiro Sim, mas na maioria das ve- zes o ideal o tratamento multidiscipli- nar. Lutamos contra uma confuso his- trica na rea da sade que provocou um entendimento equivocado a respei- to da separao entre corpo, mente e emoes. Hoje sabemos que todo adoeci- mento fsico pode gerar desequilbrios na mente e emoes, mas que o contr- rio tambm legitimo, em que desequi- lbrios na mente e emoes podem ge- rar desequilbrios no corpo. As primei- ras observaes a esse respeito foram realizadas pela medicina psicossomti- ca e hoje so foco de estudo nas reas Psicologia da Sade e da Medicina Inte- grativa. Bem-Estar Como descober- ta a causa inicial que motivou es- sas doenas? Ribeiro Estudos sobre a etiologia das doenas so complexos e muitas ve- zes impossveis de se realizar pelo esta- do de recursos disponveis atualmente, mas a fora-tarefa para estudo dos Fato- res psicolgicos que afetam as condi- es mdicas, da Associao America- na de Psiquiatria, aponta inequivoca- mente que os fatores psicolgicos pre- dispe, mantm ou agravam o Entrevista PSICOLOGIA NASADE 10 / So Jos do Rio Preto, 1 de junho de 2014 DIRIO DA REGIO
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