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RESUMO
O artigo pretende mostrar: como o direito vida e a idia de sua sacralidade e proteo
absoluta, como bem jurdico fundamental, direito humano universal, corresponde a
uma construo histrica; que esta construo histrica teve mritos humanitrios,
mas, que todo este discurso de supervalorizao da vida humana carrega uma forte
dose de poder e dominao sobre o ser humano enquanto sujeito de direitos trata-se
da biopoltica. A idia trabalhar com um autor do jusnaturalismo e liberalismo do
sculo XVII ou XVIII, como Locke, e demonstrar como o discurso dos direitos
naturais transcorreu deste perodo ao sculo XIX em que a biopoltica tornou-se
evidente. Como, ento, a biopoltica ingressa na lgica da proteo dos direitos
humanos que tiveram sua origem na teoria dos direitos naturais. O objetivo ser, ento,
apontar, dentro da prpria filosofia ocidental, como o valor vida pode ser relativizado
pelo mesmo discurso que a eleva a valor fundamental e direito humano inalienvel, ou
seja, demonstrar que o fundamento de sua proteo absoluta e de sua relativizao
imbrica no mesmo ponto: a biopoltica.
Palavras-chave: vida; direitos humanos; biopoltica; sujeito de direito; poder.
Sumrio: INTRODUO; 1 J USNATURALISMO
MODERNO E A AFIRMAO HISTRICA DOS
DIREITOS HUMANOS: DO HOMEM AO CIDADO; 2
A INSERO DA BIOPOLTICA NA LGICA DOS
DIREITOS HUMANOS; 3 A REDUO DOS
DIREITOS HUMANOS AOS DIREITOS DO CIDADO:
DE CIDADO VIDA NUA; CONCLUSO.
REFERNCIAS.