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A Sedução da Irracionalidade

Por Cristiano Carvalho

Recém publicada nos Estados Unidos, a obra "The Seduction of


Unreason: The Intellectual Romance with Fascism from Nietzsche to
Postmodernism", de Richard Wolin, comprova o que diversos
pensadores, tais como John R. Searle, Paul Johnson, Raymond Aron,
Isaiah Berlin, Karl Popper e outros, já apontavam há muito. Os
filósofos pós-modernos têm uma indisfarçada e irresistível atração
por ideologias totalitárias. O livro traça a árvore genealógica desde
Nietzsche, o panteão do pós-modernismo, passando por
Wittgeinstein, Heidegger, Gadamer, até os Derridas, Rortys, Deleuzes
e Focaults contemporâneos, senão vejamos:

1) Nietzsche demonstrou em várias de suas obras uma forte


tendência anti-semita e o seu "super-homem", ainda que possa ter
sido mal interpretado, serviu de base filosófica para o Nazismo.
2) Wittgeinstein, não obstante ter sido um dos maiores filósofos do
Século XX, o que jamais o colocaria no mesmo círculo da charlatanice
pós-moderna, admirava enormemente o regime soviético.
3) Heidegger, junto com Nietzsche e Wittgeinstein o maior
influenciador dos pós-modernos, era membro do Partido Nazista,
tendo inclusive perseguido politicamente Edmund Husserl, seu antigo
mestre e tutor, de origem judaica.
4) Focault era simpatizante da tirania teocrática iraniana.
5)Sartre era stalinista, assim como Merleau-Ponty.
6) Absolutamente TODOS os pós-modernos (Baudrillard, Derrida,
Gilles Deleuze, Rorty, Vattimo, etc,etc) são de esquerda, não a social
democracia de um Habermas (nazista na juventude), mas de uma
esquerda relativista que é cética a valores como a democracia e a
liberdade, pilares do iluminismo, e, mais importante, céticos quanto
ao background do iluminismo: a razão.

Por que essa seduçao pela irracionalidade? É simples. A esquerda


perdeu o debate filosófico e científico para o Liberalismo Democrático,
sendo refutada pelo laboratório da realidade, desde a queda do Muro
de Berlin, em 1989, ocasionando o que Francis Fukuyama chamou de
"Fim da História" (expressão mal interpretada pelos que não o leram,
já que significa na verdade o fim da "história", no sentido de
determinismo historicista marxista, no qual o "fim" se daria com o
comunismo, após a dialética luta de classes - e não o fim da história
em si, como processo contínuo da ação humana).

O marxismo, de certa forma fruto do iluminismo racionalista,


mostrou-se uma teoria errada em praticamente todos os seus pilares
fundamentais. A Economia moderna, baseada no paradigma da
racionalidade, é insofismável, colocando por terra quaisquer
tentativas planificadoras e de engenharia social tão queridas pela
Esquerda totalizante. Em suma, no terreno da racionalidade, o
Liberalismo político e econômico venceu a guerra. Logo, qual a
estratégia mais adequada para a esquerda, derrotada no campo
intelectual e prático? Desacreditar o próprio background no qual
perdeu a batalha intelectual: a racionalidade. Pronto, nasce o Pós-
estruturalismo, o Desconstrucionismo, a Hermenêutica, o
Pragmatismo, etc, etc.

Num mundo onde tudo é relativo, nada é certo e a verdade é uma


impossibilidade (uma "mera metáfora móvel", segundo Nietzsche),
valores fundamentais também passam a ser relativizados, e o
ceticismo epistêmico converte-se em niilismo axiológico. Não
obstante falácias óbvias como a auto-refutaçao, uso-menção e
outras, num mundo onde a verdade e o conhecimento são
impossibilidades, a única verdade (a que diz que não há verdades)
passa a ser aquela exclusivamente enunciada pelos arautos pós-
modernos. As consequências decorrentes disso não são apenas
previsíveis, como inclusive históricas: o totalitarismo soviético,
nazista, fascista, chinês, coreano e cubano e suas mais de 100
milhões de vítimas. Não podemos esquecer que idéias tem
consequencias. Daí Searle apontar de forma tão certeira que o
projeto (anti)filosófico pós-moderno nada mais é que uma mal
disfarçada busca pelo poder. Outrossim, o maior inimigo dos valores
fundamentais da liberdade e democracia não é mais o socialismo
científico ou o comunismo. Esses, salvo por algumas figuras
pitorescas do nosso universo sócio-político brasileiro, não são mais
levados a sério por nenhum pensador de renome. Já as correntes de
pensamento que juntas são albergadas pela alcunha comum do pós-
modernismo, formam o establishment, o mainstream da
intelectualidade contemporânea. Pensadores realistas são tão raros
no ambiente acadêmico atual quanto eram os liberais-democratas (ou
ao menos qualquer um que não fosse comunista) em meados do
século passado. Nunca poderemos esquecer, nem por um minuto
sequer, que todos os regimes totalitários do século XX, seja o
soviético, o nazismo ou o fascismo, tiveram sua gênese em
movimentos teóricos surgidos no século anterior.

Será que é tão dificil enxergar o óbvio?


Ao menos com a obra citada acima, de Richard Wolin, num tom mais
sério do que o jocoso, porém fundamental "Imposturas Intelectuais",
de Sokal e Bricmont, talvez fique um pouco mais fácil para quem
insiste em continuar cego.

(Instituto Liberdade)

POSTED BY S R AT 03:32

7 COMMENTS:

O Insurgente said...

o seu texto esta coberto dos maiores equívocos, uma lida apurada nos
pensadores q vc citou como totalitarios verá q o panorama é o oposto. e
esse richard wolin apenas um historiador influenciado pela filosofia de
laboratorio que é consumada por masturbações proposicionais.

3:10 AM
Iluminado said...

Belíssimo ensaio.Peca apenas ao não citar Ernest Gellner e, até mesmo,


Max Weber. O primeiro, inclusive foi colega do grande Karl Popper na
London School of Economics. Heróis, eses homens (mais Hume,
Descartes, Kant, Russel...), na defesa da razão e na luta contra a
elocubração dos existencialistas e relativistas. Mas entandamos: aos
derrotados só lhes resta relativizar, não é mesmo? Leiam ´´Nation and
Nationalism``(Gellner)para defrontar e afrontar os patéticos pós-
modernistas.
Grande abraço!

2:45 AM

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