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NA ETIOLOGIA DO CÂNCER
por
FLÁVIO FLORA
Pesquisador de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e de Saúde
Divinópolis, MG
2009.
ADVERTÊNCIA
Este paper tem apenas fins informativos e educativos e não tem a pretenção de
ser um substituto para o aconselhamento médico, de outro profissional de saúde
ou de qualquer outra informação contida em rótulo ou em qualquer produto ou
embalagem.
Do autor.
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SUMÁRIO
Resumo ............................................................................................................ 04
1 Introdução ..................................................................................................... 04
Conclusão ........................................................................................................ 26
Referências .................................................................................................. 28
ARTIGO
Flávio Flora
Pesquisador em Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e de Saúde
1 Introdução
Entretanto, a medicina está cada vez mais propensa a ver o câncer como um
distúrbio sistêmico, que começa em um ponto local e se propaga até envolver o
corpo inteiro. Pensam assim o oncologista Carl Simonton e a psicoterapeuta
Stephanie Matthews-Simonton, para os quais a moderna biologia celular já de-
monstrou de sobra que as células cancerosas são fracas e confusas e se repro-
duzem descontroladamente. Por esta abordagem, um câncer começa numa cé-
lula cuja informação genética está incorreta ou danificada por substâncias noci-
vas ou por outras influências ambientais, “ou simplesmente porque o organismo
produziu ocasionalmente uma célula imperfeita” (CAPRA, 1982 p. 346).
Para Simonton et al. (1978), a busca das causas do câncer tem de caminhar em
duas direções: tanto é preciso saber sobre a causa da formação de células imperfei-
tas como da causa do enfraquecimento do sistema imunológico. Segundo Capra
(1982), muitos cientistas acreditam que as respostas para estas questões formam
uma complexa rede de fatores genéticos, bioquímicos, ambientais e psicológicos.
Embora esses aspectos ainda necessitem de mais estudos e pesquisas, vai tor-
nando-se evidente que o estresse emocional é um inibidor do sistema imunológico
e provocador de desequilíbrios homonais, que implicam em aumento do número
de células anormais no organismo. Como observa Capra (1982, p. 348), “a pro-
dução de células malignas é incentivada precisamente na época em que o corpo
é menos capaz de destrui-las”.
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2 Estados emocionais provocam doenças
LeShan (1977), após estudar mais de quinhentos pacientes com câncer, identifi-
cou os seguintes traços significativos em suas biografias, o que considerou como
um padrão básico na origem das neoplasias:
• relação forte com uma pessoa ou grande satisfação com um papel no início da
idade adulta, que se tornou o centro da vida do indivíduo e depois se rompeu;
Nessa perspectiva, encontra-se também o médico alemão Ryke Geerd Hamer, que
constatou em seus estudos e ensaios (envolvendo mais de 40 mil pacientes em
mais de vinte anos de pesquisas) a existência de uma síndrome bem definida, e não
apenas um quadro de estresse qualquer, na etiologia do câncer. Na visão de Hamer
(2005), para que o câncer dispare, é necessário a pessoa passar por um choque
psíquico brutal, que sinta isso como um evento marcante de sua vida ou como um
conflito agudo e dramático vivido em solidão. Esta situação torna-se o eixo principal
desta abordagem, que se completa com este dois outros enunciados:
• É o grau subjetivo de conflito, sua forma e seu matiz (Síndrome de Dirk Hamer),
experimentados pela paciente, o que determina: i) a zona específica do cérebro
sob a influência do choque psíquico, que causa uma ruptura de campo e de
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diretrizes celulares do órgão relacionado à respectiva área cerebral (Foco de
Hamer); e ii) a localização do câncer no organismo.
Neste capítulo cumpre assinalar que a prática médica convencional não considera
as correlações psicossomáticas e não faz distinção entre uma possível fase ativa do
conflito e a fase de cura (solução do conflito), simplesmente designando tudo que
causa uma proliferação celular ou uma mudança tissular como maligno.
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Lee et al (2002), Hamer (2005) e Ornish et al. (2008), entre outros, e que funda-
mentam a presente abordagem multidimensional, levam em consideração a in-
tegralidade do ser humano por seus aspectos físicos, emocionais e mentais,
aos quais se lhe aderem alguns conhecimentos de natureza abstrata.
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Ornish et al. (2008) apresentaram estudo com 30 pessoas da cidade de São
Francisco com câncer de próstata em estágio inicial, em que a melhora da nutrição
(com a inclusão de variedades de frutas, vegetais e legumes, além da redução de
açucares), o oferecimento de ajuda psicossocial, a adoção de técnicas de controle
de estresse (alongamento, respiração rítmica ou meditação por uma hora diária) e o
caminhar por trinta minutos diários, mudaram a predestinação genética da maioria
desses indivíduos. Estes, por decisão própria não revelada, preferiram não se sub-
meter a cirurgia, radiação ou quimioterapia considerando que seus tumores não
eram agressivos. Após três meses de tratamento, foram feitos novos testes de biópsia
que revelaram uma sensível queda de oncogenes Selectim-E e SFRP e uma melho-
ra notável no estado de saúde das pessoas. Para estes pesquisadores da Universi-
dade da Califórnia, ficou demonstrado que novos genes podem ser sintetizados e
substituir os defeituosos, com uma mudança radical no estilo de vida.
A abordagem dos Simontons para o câncer em geral é uma das técnicas com-
plementares mais seguras que se pode praticar, sem receio de efeitos colaterais
indesejados, pois é alicerçada em conhecidos princípios da psicologia e da psi-
quiatria (SIMONTON et al., 1978)
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tância que a psicologia confere ao papel das imagens visuais e da linguagem
simbólica no biofeedback. O relaxamento e a visualização são feitos de modo
que, durante a prática, o câncer e a ação do sistema imunológico são descritos
na própria linguagem simbólica da pessoa. (SIMONTON et al., 1978)
A abordagem de Hamer (2005), que se tenta resumir neste capítulo, segue com
essa noção de que um problema psíquico pode propiciar o adoecimento do corpo;
tese que se ancora em cinco leis biológicas naturais que parecem reger a vida.
A primeira delas é a “lei de ferro do câncer”, segundo a qual todo câncer inicia-se
por um choque extremamente impactante, um conflito agudo e dramático vivido
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em solidão e percebido pelo paciente como o mais grave jamais visto (Síndrome
Dirk Hamer). O grau subjetivo do conflito ou do impacto determina a zona espe-
cífica do cérebro sob a influência do choque psíquico, causando uma “ruptura de
campo” e a desorganização das células do órgão.
A quarta lei compreende a influência das regiões limítrofes das várias camadas
embrionárias superpostas, como no caso do cerebelo que governa os revesti-
mentos corporais como a pele, a envoltura do coração, a pleura que reveste o
pulmão, o revestimento interior do abdômen, entre outros, propiciando o traba-
lho das micobactérias (tuberculose), que se encarregam de esvaziar os tumores
e restabelecer o equilíbrio corporal. Uma característica importante destas
micobactérias ou bacilos ácido-resistentes é que eles só podem multiplicar-se
na fase ativa do conflito. O organismo, em perfeita harmonia com sua aliada
micobactéria, e como iniciativa de defesa, passa a produzir mais bacilos até a
quantidade suficiente para a caseificação ou esvaziamento de um tumor.
Nessa quarta lei também estão os virus, moléculas proteínicas complexas, que
se multiplicam exclusivamente na fase de cura, após a solução do conflito, con-
tribuindo com a reconstrução da úlcera da pele ou das mucosas. Toda a fase de
cura – em que alguns virus deveriam intervir, como no caso dos órgãos governa-
dos pelo córtex cerebral – desenvolve-se melhor na presença deles.
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A quinta lei é a da quintessência, considerada pelos sábios de todas as épocas,
como a medicina sagrada ou o elixir dos alquimistas, para os quais não há enfer-
midade como se entende comumente, mas sim fases distintas do Programa Bio-
lógico Especial (PBS) previsto pela natureza para ser implementado segundo as
necessidades de auto-preservação e defesa contra altos riscos existenciais.
Uma idéia central da psicoterapia sugerida por Hamer (1978) é que o organismo
humano possui uma tendência inerente para curar-se e para evoluir, se o paci-
ente for conduzido a um estado especial em que as forças curativas naturais se
tornem ativas. Segundo Capra (1982), a estratégia seria o paciente e o terapeuta
deixar de lado, tanto quanto possível, suas respectivas estruturas conceituais,
previsões, pressentimentos e expectativas, durante o processo experimental.
A palavra “perdão” tem origem na expressão latina medieval per donare (doar
plenamente), referindo-se ao processo mental de cessar o sentimento de res-
sentimento ou de raiva contra outra pessoa, por causa de uma ofensa percebi-
da, diferença ou erro, e o cessar da exigência de castigo ou restituição. Na defi-
nição de Loyd (2009), significa "cortar a corda" ou "desatar a corda", entenden-
do este autor que o não perdoar aprisiona a pessoa ao que o outro fez ou disse
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(para que possa vingar-se), e que cortar ou desamarrar a corda liberta a pessoa:
“Mesmo se a pessoa não está disposta a nos perdoar, podemos cortar a corda
[pois] a base para uma vida abundante de amor, alegria e paz é o perdão.”
Na visão de Loyd (2009), as ações prejudiciais, apesar de seu grande número, de-
correm de duas situações: autogratificação e autoprotecção. A autogratificação in-
clui três desejos nocivos dos: i) cinco sentidos (comer, drogas, sexo doentio, depen-
dência da televisão etc.); ii) bens materiais ou financeiros; e iii) orgulhoso pessoal. A
autoprotecção envolve o fazer algo para se distrair da dor emocional ou para contro-
lar cuidadosamente as circunstâncias para impedi-las de acontecerem novamente.
Isso pode ser uma forma de escapar ou fugir, que mantém a pessoa provisoriamen-
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te ocupada, isolada e tímida, tentando ser perfeita. A omissão e a inércia enqua-
dram-se nesta classe, porque também são modos de agir.
Essas categorias de ações, apesar de tudo, não são as fontes de problemas, mas
os resultados dos problemas e têm origem nas crenças e memórias, que influenci-
am tudo o que a pessoa percebe, faz e pensa. No entanto, é possível mudar as
crenças prejudiciais e as visões distorcidas da vida, desligando ou curando as ima-
gens enraizadas no egoismo ou nas falsas concepções. (S. Beck, 1997; Loyd, 2009).
O amor é considerado por Loyd (2009) como o núcleo de seu sistema de cura,
capaz de afastar as emoções negativas (crenças mórbidas) como a
imperdoabilidade, o sentimento de insignificância e o ressentimento, substituin-
do-as pelas emoções positivas (crenças saudáveis) como perdão, significância,
compaixão e empatia. O amor pode transmudar a ação prejudicial do egoísmo
em ações saudáveis do tipo amar e respeitar a si mesmo e aos outros e estar
comprometido com a verdade.
Também há uma esperança de cura para todas as enfermidades, que vem da ale-
gria, pois esta revitaliza o corpo e a mente e dá ânimo de viver. Alegria (estar feliz
apesar das circunstâncias) que é mais do que ser feliz (por causa das circunstân-
cia) pode transmudar as crenças mórbidas (tristeza, depressão, complexo de inferi-
oridade) em emoções saudáveis como a felicidade, a auto-estima, a gratidão e a
confiança “na possibilidade de milagres todos os dias” (LOYD, 2009).
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A paz é o único código que realmente não se pode fabricar à vontade, pois ele é
o que indica a existência ou não de memórias destrutivas. Seu oposto é ansieda-
de, medo ou preocupação. A paz é o teste, afirma Loyd (2009), pois examinar
um problema qualquer à luz da paz pode revelar coisas negativas e positivas
sobre o estado de espírito da pessoa e sobre o juizo dos fatos. Sensação de paz,
de serenidade, de que está tudo bem são crenças saudáveis. A paz é um tipo de
luz piscante no painel de instrumentos que avisa quando há memórias destrutivas
e a paz está turbada pela ansiedade.
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fé, por confiança atenta e esperança. A fé depende do que aconteceu no passa-
do, afetando a maneira como a pessoa acredita em si mesmo, em outras pesso-
as, em circunstâncias, em Deus, no governo etc. Confiança é o que a pessoa
pensa sobre o que está acontecendo em sua vida. A esperança está focada no
futuro. Todas estas modalidades de crenças trabalham juntas e a cura depende
desta sincronia para que a desconfiança, a lástima e a crítica não prosperem.
A humildade ou modéstia é uma das virtudes mais mal compreendidas, pois vai
configurada com a postura com a cabeça inclinada para baixo e com todos os
sentimentos que essa atitude provoca em si mesmo e nos outros. Para Loyd
(2009), a humildade é saber e acreditar em si mesmo e imbuir-se de bondade e
afabilidade para com o próximo, sem se preocupar com a inferioridade ou supe-
rioridade de quem quer que seja. “Ninguém é melhor ou pior que ninguém”. Por-
tanto, humildade é auto-conhecimento, é estar disponível para abraçar a todos
com amor e sinceridade e saber que se pode fazer grandes coisas na vida. A
humildade torna fácil o auto-controle essencial para a existência.
O auto-controle flui naturalmente mesmo quando tudo está fora de controle. Sig-
nifica fazer o que se quer fazer e aquilo que conduz ao amor, às metas de vida,
aos sonhos e visões. Quando se tem auto-controle, isto é, equilíbrio, mesmo
fazendo coisas que não se deve fazer, isso não impediria esses objetivos e so-
nhos de se realizarem. O auto-controle é confiar que se está no lugar certo, no
tempo certo, fazendo o que se tem de fazer ou de deixar de fazer. Não se deve
perder de vista que da fé e da confiança no destino emanam um grande poder,
que torna tudo mais fácil e menos custoso: “não vai ser como empurrar uma
pedra morro acima”. Entretanto, se a pessoa, em vez de fé e confiança, tiver
medo e crenças infundadas sobre si mesmo, o seu mundo e as circusntâncias
da sua vida, será muito difícil manter o equilíbrio e auto-controle (LOYD, 2009).
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mas também no nível abstrato (do sagrado, da alma, dos sonhos, da imaginação e
dos insights). No documentário The seven spiritual laws of success (SETE SEGRE-
DOS, 2007), a artista Olivia Newton-John comenta a cura de seu avançado câncer
de mama, depois de seguir as recomendações de Chopra (1994), sobre os sete
princípios espirituais, inspirados na sabedoria antiga da Índia (Vedas).
1) Lei do puro potencial – fonte de toda a criação, este princípio baseia-se na sabe-
doria da incerteza, pela qual o sonhador manifesta o sonho. A incerteza significa ir
ao desconhecido, o campo de todas as possibilidades, sempre recente e novo e
sempre aberto para novas manifestações. A prática diária do silêncio e da medita-
ção é uma das maneiras de se colocar em conexão com o universo e beneficiar-se
dessas possibilidades infinitas que estão em todas as coisas do universo.
3) Lei de causa e efeito (carma) – toda ação gera uma forma de energia que
retorna à pessoa do mesmo jeito. Tudo o que está acontecendo neste momento
é resultado de escolhas feitas mentalmente no passado, que tem consequências
evolutivas ou destrutivas. Ao se pagar um débito de carma conscientemente, a
adversidade é convertida em experiência positiva. No momento de uma escolha
consciente, o que a pessoa sente é importante: se for mal-estar ou desconforto
(até quando se pergunta), então, provavelmente, não é de carma apropriado.
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4) Lei do menor esforço – não se trata de um princípio abstrato da eficiência;
significa que a natureza toma o curso da ação mínima e sem resistência. Qual-
quer coisa que aumente o caos, a desordem e o conflito opera contra este prin-
cípio e leva à medo, frustração e futilidade. Todavia, há sempre um caminho
mais simples e melhor para a realização. Deve-se buscá-lo sem culpar alguma
coisa ou alguém; assumir a responsabilidade pelos próprios atos e opiniões; ser
aberto para novos conhecimentos sobre a situação vivida; aprender a observar e
a permitir; e buscar respostas criativas, persistentemente, até encontrá-las. Quan-
do se está no momento, em sincronia com o universo, comprometido com o
caminho sem resistência, a mente se torna aguçada, alerta e receptiva.
7) Lei do propósito na vida (dharma) – todo mundo tem um dom único ou talento
especial para dar aos outros. Cada pessoa está destinada a um projeto sem fim
do universo. E quando se misturam talento e serviço aos outros, então, experi-
mentam-se o êxtase a e exultação do ser, que é o objetivo final. Quando se
percebe o dharma todo o universo está junto, cada lei da natureza vai em ajuda
e cada poder apóia espontaneamente.
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8 Crenças e pensamentos disfuncionais
Comentando o processo terapêutico, Beck (apud Goode, 2000) diz que seu mé-
todo é “simples e prosaico”, por desconsiderar as lembranças da infância que se
perderam, o exame minucioso dos desmandos dos pais e a busca de significa-
dos ocultos, e focalizar apenas “os problemas do bom senso das pessoas”, in-
centivadas a testar a opinião que têm de si mesmas e dos outros, como se fos-
sem também cientistas testando hipóteses.
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A influência dos pensamentos automáticos no próprio pensamento, no compor-
tamento ou na emoção, tema central da teoria cognitiva, pode ser explicada por
um processo que se inicia com as crenças centrais do indivíduo sobre si mesmo,
derivando daí para uma classe intermediária de crenças (sugestivas de atitudes,
regras e suposições) e, por fim, para os pensamentos automáticos, que, por sua
vez, influenciam a visão de uma situação e as reações.
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A partir dos dados de estudos epidemiológicos e ensaios clínicos indicarem que
uma dieta baseada em plantas pode reduzir o risco de doenças crônicas, parti-
cularmente o câncer, não há mais dúvidas que numa dieta baseada em determi-
nadas plantas, há componentes que são diferentes dos nutrientes tradicionais e
que podem reduzir o risco de câncer (HASLER, 1998). Steinmetz e Potter (1991)
identificaram mais de uma dezena de classes dessas substâncias químicas de
origem vegetal e que são ativas biologicamente, como fitoquímicos.
Uma revisão sistemática de Garland et al. (2006), a partir de 2.750 estudos envol-
vendo a vitamina D, revela que tomar suplementos diários da substância poderia
fazer mais para a prevenção do câncer do que uma dezena de conselhos sobre
saúde e estilo de vida. A vitamina D é produzida naturalmente por meio da ação do
sol na pele. Ela vem ganhando a atenção da comunidade sanitária, nos últimos
anos, por seu papel na prevenção do câncer e de outras enfermidades degenerativas.
Segundo Garland et al. (2006), se todo mundo tomasse 2 000 UI (unidades interna-
cionais) de vitamina D diariamente, cerca de 200 000 casos de câncer de mama e
250 000 de tumor na bexiga poderiam ser salvos em todo o mundo.
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de Toronto, as mulheres que consumiram de uma a três xícaras de café por dia
reduziram em 10% o risco de desenvolver câncer de mama. Esta cifra subia para
25% para quem consumia de quatro a cinco xícaras, e até 69% para um consumo
maior. A pesquisa se baseou em mulheres que apresentavam mutações dos genes
BRCA1 e BRCA2, que implicam um risco de até 80% de desenvolver essa forma de
câncer. Os resultados positivos referem-se principalmente às mulheres portadoras
do gene BRCA1, que representavam 77% das analisadas. O estudo foi feito com
1.690 mulheres, no Canadá, Estados Unidos, Israel e Polônia.
• Chá verde – uma grande atenção tem sido dada aos constituintes polifenólicos
do chá, particularmente do chá verde, cujo efeitos farmacológicos tem causado
grande interesse da comunidade científica. A maior parte das pesquisas sobre
os benefícios do chá à saúde tem focalizado os seus efeitos quimiopreventivos
contra o câncer, ainda que os estudos epidemiológicos mais importantes no
Ocidente sejam inconclusivos. No entanto, o consumo de cinco ou mais xícaras
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de chá verde por dia esta associado com a diminuição da recorrência do câncer
de mama de estágios I e II em mulheres japonesas.
• Tomate – vem recebendo uma atenção significativa nos últimos anos por causa
do interesse no licopene, o carotenóide primário encontrado nesta fruta, e seu
papel na redução do risco de câncer. Os mecanismos pelos quais o licopene
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poderia influenciar o risco de câncer estão relacionados com suas funções
antioxidantes. O licopene é o mais eficiente extintor de oxigênio isolado em sis-
temas biológicos.
• Óleo de Peixe – contém ácidos graxos Omega-3 (n-3), que são uma classe
essencial de ácidos graxos poliinsaturados (AGPIs), que os pesquisadores exa-
minam para verificar os efeitos em uma série de doenças – particularmente,
cânceres e doenças cardiovasculares – e mais recentemente, no desenvolvi-
mento humano precoce.
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10 O poder do placebo
[...] Nós não tomamos algumas das nossas decisões mais importantes
com base na ciência ou na realidade, o fazemos com base em sistemas
de crenças que vêm de outras fontes, como crenças religiosas. Ciência
não é o mais importante para a maior parte da pessoas. E os médicos
alternativos passam muito mais tempo com os pacientes, dão atenção e
dão bastante cuidado às pessoas (...) Fazem as pessoas se sentirem
como se estivessem sendo mais bem cuidadas, num certo sentido. É irô-
nico, porque essa é a época onde a medicina convencional tem muito a
oferecer, mas tanto para diagnóstico como para tratamento, as pessoas
estão se voltando cada vez mais para tratamentos alternativos. Os médi-
cos tradicionais deveriam, para começar, não usar tratamentos que cau-
sam danos. Alguns dos tratamentos são perigosos em termos de toxidade,
acho que deveriam ter cuidado com isso. Também muita gente na medici-
na tradicional acha que os alternativos deveriam ser avaliados, mas não
sei se é o caso. Sempre que são avaliados mostra-se que não têm gran-
des efeitos, mas as pessoas continuam indo lá. Então não sei se este tipo
de pesquisa mudaria a prática de ninguém. (BROWN, 2007, p. 1)
Para Brown (2007), uma das maneiras de entender como as terapias alternati-
vas funcionam, é ter em mente e diferenciar os conceitos de illness e disease.
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Disease seria o que o médico vê objetivamente (uma perna quebrada, um teste
de laboratório que indica uma infecção, um mamograma etc.); Ilness seria o que
o paciente vivencia: uma combinação de sintomas desagradáveis, preocupação,
dor, todas as coisas que as pessoas sentem quando estão doentes.
Os placebos usualmente afetam a illness, mas nem sempre têm um grande im-
pacto na disease, embora, em algumas condições, eles realmente curam, por-
que em algumas pessoas “o sentimento é a própria doença”, ansiedade ou mes-
mo a dor. Assim, em certas circunstâncias,
Ainda segundo Brown (2007), a medicina alternativa e o placebo podem ser apli-
cados em alguma das três situações seguintes:
• quando um problema pode melhorar com o uso do placebo ou com outro trata-
mento alternativo. “Algumas doenças melhoram quase equivalentemente tanto
com placebo quanto com tratamentos convencionais.”
• nos casos em que a medicina tradicional teria pouco a oferecer. “... seria o caso
de certas condições terminais e de certas doenças degenerativas, e outras do-
enças, onde os pacientes desejam tentar outra coisa; isso seria uma ação res-
ponsável.” (BROWN, 2007, p. 1)
11 Conclusão
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de isolamento, abandono e desespero durante a juventude, quando relações
interpressoais parecem ser difíceis e perigosas; relação forte com uma pessoa
ou grande satisfação com um papel no início da idade adulta, que se tornou o
centro da vida do indivíduo e depois se rompeu; perda da relação ou do papel
que resulte em desespero; e interiorização do desespero, a ponto de o indivíduo
se tornar incapaz de expressar o quanto (e quando) ele se sente magoado, colé-
rico ou hostil.
Por outro lado, o organismo humano possui uma tendência inerente para curar-se e
para evoluir, se a pessoa alcançar e se manter num estado especial em que as
forças curativas naturais se tornem ativas. Boa disposição mental, equilíbrio emoci-
onal, boa alimentação e exercício físico são fatores imprescindíveis para se reverter
a sequência de eventos que leva à doença, permitindo que o organismo se torne
saudável novamente. O câncer e a maioria das enfermidades não são problemas
meramente físicos ou corporais, mas um problema da pessoa como todo.
O caminho para a prevenção e a cura do câncer passa por uma mudança radical
na vida, não apenas nos processos corporais e psíquicos, mas também no nível
abstrato, dos sonhos, da imaginação e insights. O estresse prolongado é consi-
derado o maior inimigo do ser humano e se a pessoa puder mudar a crença
errada, o estresse vai embora e o sistema imunológico recupera-se, rapidamen-
te, proporcionando a cura até mesmo de doenças genéticas e outras enfermida-
des, aparentemente incuráveis.
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O que se verificou nesta modesta abordagem holística das enfermidades (especial-
mente as do câncer), é que essa nova visão transdisciplinar da medicina, da psico-
logia, da psiquiatria e da nutrição parecem ser muito úteis, principalmente, do ponto
de vista preventivo, uma vez que permite evitar fatores de risco emocionais ou men-
tais, melhorar a resposta imunológica e reforçar o processo de cura. É recomendá-
vel a todos, indistintamente, por prevenção, e como terapia complementar ao trata-
mento médico dos que padecem de câncer e de outras enfermidades
psicossomáticas.
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