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The Stability Pact for European Monetary Union: Compliance with deficit limit as a

constant legal duty – Hugo J. Hahn ( Commom Market Law Review vol. 35 77-100
1998)

1. Introdução

O projecto relativo ao Pacto de Estabilidade e Crescimento obteve a sua


configuração final em meados de 1997, no final da Presidência do Conselho Holandesa.
Não obstante, o seu esboço inicou-se após a Cimeira Europeia em Dublin em meados de
Dezembro de 1996. O Conselho previu a adaptação das propostas da Comissão de
Outubro de 1996 para o segundo trimestre de 1997, a pedido dos Chefes de Estado e
dos Governos.

O projecto baseava-se no pressuposto de que os Estados Membros da União


Europeia observariam os critérios de convergência previstos no Tratado de
Maastricht , enquanto deveres jurídicos permanentes, com excepção da Dinamarca e
do Reino Unido.

Por conseguinte, a força dos preceitos jurídicos do pacto varia consoante


estejamos perante um estado-membro participante ( apto a integrar a terceira fase
da união económica e monetária) ou não participante, já que o acesso a uma moeda
comum depende do cumprimento dos critérios de convergência e de uma decisão do
Conselho.

Os Estados-Membros ( mormente a Itália e a Espanha) esforçaram-se para


alcançar os objectivos, através da política de impostos, do congelamento de gastos e
do combate à dívida pública.

Todavia, refere o autor: se, por um lado, os objectivos de manutenção de níveis


de inflação e taxas de juro adequados, bem como o da estabilidade das taxas de
câmbio já provaram ser possíveis de alcançar e manter, o mesmo não se poderá
afirmar relativamente ao critério de almejar uma posição financeira sustentável.
Apesar dos seus esforços para mater o défice orçamental abaixo dos 3% do PIB , os
Estados-Membros da UE encontraram difculdades em manter-se próximos deste
limiar.

Na verdade, na óptica do autor, secundarizou-se o endividamento global em


mais de 60% do PIB de um número siginificativo de potenciais entrantes em prol do
critério orçamental do défice excessivo.

2. Pacto de Estabilidade e Tratado de Maastricht : bases e limites


Tendo em conta as dificuldades sentidas pelos EM em cumprir o critério do
défice, alguns obsevadores pertinentes previram que os EM participantes, após a
entrada na terceira fase da UEM, pudessem abandonar a rigidez da discilplina
orçamental, visto que a admissão à moeda única faria desaparecer o incentivo criado
pelo imperativo de rectidão financeira. Neste sentido, considera o autor que a
proposta do Ministro das Finanças Federal Alemão, datada de 10 de Novembro de
1995 foi politicamente adequada, proporcionando um reforço dos critérios
orçamentais.

A proposta alemã ( também designada Waigel Plan) previa o seguinte:

− o défice não poderia exceder o limite de 3% consagrado no Tratado de


Maastricht , mesmos nos casos de desenvolvimento económico adverso.
− Estabelecia o limite do défice em 1% do PIB como objectivo a atingir a médio prazo
pelos EM participantes em condições económicas normais.
− A possibilidade de ultrapassar o limite de 3% do PIB só seria permitida em casos
de extrema excepcionalidade, com o acordo de maioria qualificada dos EM
participantes.
− A redução do endividamento global continuaria, abaixo do limite de 60% previsto
no Tratado de Maastricht.
− O limite de 3 % do défice seria monitorizado tendo em conta as datas
apresentadas pela Comissão Europeia na Primavera e Outono de cada ano.

O Plano tinha como objectivo definir os mecanismos sancionatórios do Tratado


de Maastricht com mais precisão para a violação do limite do défice excessivo. Tais
como:

− obrigar os EM Participantes a fazer um “ depósito de estabilidade”, sem juros, de


0,25 % do PIB para cada ponto percentual ( inteiro ou parcial) que ultrapasse o
limite de 3%.
− Passados dois anos, se o EM Participante continuasse a exceder o limite de 3%
seria multado nesse valor.

Em termos jurídico-legais, este pacto de Novembro de 1995 teria assumido a


forma de tratado internacional, pese embora o facto de não se ter assumido enquanto
tal.

Na Cimeira Europeia de Florença de 1996, incentivou-se o uso da proposta alemã


com vista a manter e aumentar a pressão sobre os EM participantes a alcançar o
acordo, no sentido de obter um mínimo de soluções legais disponíveis no seio da UE.
Colocava-se a questão da admissibilidade de um tratado internacional como
fundador legal do Pacto de Estabilidade.
Previa-ve que o mesmo devesse resultar de lei comunitária derivada que
estabelcesse um compromisso entre os EM, uma interpretação concertada da noção de
défice excessivo na ausência de circunstâncias excepcionais previstas. Pretendia-se
pois acelerar a implementação do procedimento em caso de défice excessivo.

Esta ideia ficou clara na Cimeira Europeia de Dublin em Dezembro de 1996. O


Conselho Europeu iria ancorar o Pacto de Estabilidade em direito comunitário derivado
através de uma Resolução contendo um compromisso entre a Comissão, o Conselho e os
EM para implementar o Tratado e efectivar a regulação estrita da estabilidade
orçamental.

Substituiu-se a imposição automática de sancões da proposta alemã pelo “ quasi-


automatic”, um sistema preventivo de alerta rápido em caso de aproximação ao limiar
dos 3% do PIB.

Previu-se também a apresentação de programas de convergência pelos países


que aguardavam a entrada na UEM.

Os dois regulamentos relativos ao Pacto de Estabilidade e Crescimento foram


adoptados no encontro do Conselho ECOFIN em Julho de 1997 presidido por
Luxemburgo.

Nos termos do Regulamento 1466/97 os EM participantes devem apresentar


progranas de estabilidade anualmente, a começar no dia 1 de Janeiro de 1999,
devendo actualizá-los numa base anual.

O Regulamento 1467/97 consagra o procedimento de défice excessivo.


Excepciona os casos de situações excepcionais e temporárias de desaceleração
económica que culmine numa descida de não menos do que 2 % do PIB do ano de
avaliação.

Em conclusão, o autor sustenta que, ao terem-se permitido défices de 3,5% do


PIB ou mais à Alemanha e à França, permitindo-lhes o acesso à união económica e
monetária, em contradição com a substância e procedimentos do Pacto de
Estabilidade, sobrelevarão no domínio do debate interno as inclinações e interesses
políticos em detrimento do conteúdo económico e jurídico dos diplomas legais.

Iolanda Patrícia Mendes


Aluna n.º 16032 Subturma 11

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