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A POLÍTICA DE SEGURANÇA QUE QUEREMOS

INTRODUÇÃO

A questão da política de segurança pública vem ganhando cada vez mais


espaço na mídia brasileira, principalmente por suas falhas, suscitando diversos
questionamentos por parte dos meios de comunicação e da sociedade civil. Este
texto procura resgatar algumas considerações importantes para que se possa
viabilizar uma discussão a respeito da política de segurança onde se contemple seu
caráter de política pública, oportunizando assim, uma análise mais propositiva
daquilo que se pode efetivamente modificar no atual contexto e de que forma tais
mudanças podem ou devem ocorrer. Há uma letra de música bastante conhecida,
que diz o seguinte:

“A gente não quer só comida

A gente quer comida diversão e arte,

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer inteiro, não pela metade....”

Pensando sob esta perspectiva, torna-se preciso esclarecer o que estamos


buscando para a sociedade em que vivemos na atualidade. Quais são as
possibilidades que a conjuntura social, política e econômica brasileira coloca diante
da sociedade para que esta possa operar a mediação e resolução de seus conflitos
a partir do desenvolvimento de novas estratégias de gestão do conjunto das políticas
voltadas para o atendimento do coletivo da sociedade? Quando se trata da análise
da problemática da violência urbana, origem das maiores polêmicas nos grandes
centros urbanos e de seus rebatimentos sobre as vidas dos cidadãos, não existe
uma verdade absoluta, tampouco poderia haver uma abordagem cabal da questão.
Pensar a possibilidade de consolidar uma sociedade calcada no exercício pleno da
cidadania requer pensar a participação próxima de todos os cidadãos em relação à
elaboração e implementação das políticas.
TIPOS E OBJETIVOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

O primeiro ponto importante para contextualizar a discussão proposta está


localizado na questão da conceitualização do que se pode considerar como política
pública e o entendimento dos objetivos existentes na estruturação de cada uma de
suas conformações. Cabe ao Estado desenvolver uma série de ações voltadas para
a garantia dentro da perspectiva da consolidação de um Estado Democrático de
Direito, o que demanda considerar que, além das já conhecidas ações inseridas no
rol de deveres que este Estado deve promover, encontram-se também ações
elaboradas para enfrentar situações momentâneas ou para atender a circunstâncias
específicas, como o enfrentamento da pobreza, o combate à discriminação, a
garantia da democratização do acesso à justiça, a promoção dos Direitos Humanos
Em geral, quando se pensa ou se fala em política de segurança pública, tem-
se em mente a idéia de que este seria um instrumento a ser utilizado a fim de
garantir o exercício da cidadania a partir da preservação dos direitos humanos.
Entretanto, diferentes aspectos atuam como determinantes para que sua
conformação assuma outros contornos em nossa sociedade, despertando assim, a
preocupação e o interesse crescente de setores da sociedade que, em outros
momentos não ousavam lançar seu olhar para esta questão.

A POLÍTICA DE SEGURANÇA ENQUANTO POLÍTICA PÚBLICA

A partir da compreensão do que se pode definir como política pública se torna


então possível analisar em que medida a política de segurança se insere no rol das
políticas consideradas públicas e tecer algumas considerações a respeito deste
aspecto. Em primeiro lugar, é necessário ressaltar que o surgimento da demanda
por segurança em uma coletividade remonta a tempos muito antigos e a formas de
organização da sociedade que antecedem bastante a sociedade capitalista. Pode-se
verificar a existência da atividade policial desde a formação das cidades-Estado
gregas, passando por uma trajetória permeada por diversas mudanças em seu
sentido e na forma de sua realização, que visavam adequá-la ao momento histórico
vivido. Para ilustrar sua significação e sua relevância para garantir a democracia, se
faz necessário retomar a origem etimológica da palavra polícia. Originalmente, a
palavra deriva do termo grego “polis”, que originalmente era empregada com o
intuito de apresentar o modo como se constituía e se organizava a autoridade
coletiva que, segundo Costa (2003?):

“Tem a mesma origem etimológica da palavra política, relativa ao


exercício dessa autoridade coletiva. Assim podemos perceber que a
idéia de polícia está intimamente ligada à noção de política. Não há
como dissociá-las. A atividade de polícia é, portanto, política, uma vez
que diz respeito à forma como a autoridade coletiva exerce seu
poder. (p.35)”.

Esta afirmativa permite então tecer algumas considerações a respeito da


aplicação das práticas policiais em uma dada sociedade, uma vez que tal aplicação
sempre é feita a partir de uma determinada prática política, que direciona as ações
profissionais nesta área.
Sempre que se fala em segurança pública, o primeiro elemento que vem à
tona é sua interpretação enquanto um estado de coisas no qual as práticas de
violência em suas diferentes manifestações são contidas mediante o exercício do
controle social por parte do Estado. Ou seja, a promoção da segurança evoca
sempre pensar o conceito de violência e o controle das práticas caracterizadas como
atos criminosos em uma determinada sociedade. Em geral, quando se pensa em
segurança pública enquanto uma prática que visa promover o controle da
criminalidade, esta vem sempre relacionada ao conceito de polícia e das formas e
objetivos das práticas policiais.

A PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

O processo de redemocratização da sociedade brasileira, que culminou com a


aprovação de nossa atual Carta Magna no ano de 1988, iniciou-se muito antes,
através de diferentes núcleos de resistência organizada que se fortaleceram durante
o período ditatorial de nosso país. Estes grupos lograram êxito em viabilizar a
transição política brasileira através de um processo de luta constante pela
radicalização da cidadania, desempenhando um papel fundamental através de sua
participação nos novos espaços e processos decisórios abertos gradativamente no
cenário político nacional.

PROPOSTAS DE CIDADANIA
Pensar uma ética da cidadania, onde todos os cidadãos tenham acesso à
participação nos processos democráticos de nossa sociedade requer incorporar
práticas que se remetem à compreensão do conceito de democracia e seus
desdobramentos em democracia participativa e representativa. A participação da
sociedade nos processos de implementação de políticas públicas é algo bastante
recente, remontando ao período de amadurecimento e implantação da Constituição
Federal de 1988. A chamada Constituição Cidadã, exigiu, para sua elaboração, uma
sociedade ativa e participativa, capaz de oferecer contribuições significativas para a
construção de seus preceitos e bases.
A redemocratização brasileira abriu o caminho para o fortalecimento de
diferentes formas de organização da sociedade para efetivar sua participação nos
processos políticos, consolidando uma nova maneira de gerir os problemas
considerados de interesse público. Os mecanismos de “empowerment” ganharam
mais e maior relevância. Assim sendo, se torna inegável a importância de se tratar a
questão das políticas de segurança pública a partir do prisma de sua incorporação
ao leque de políticas ditas públicas a serem promovidas pelo Estado e, para os
quais, toda a sociedade deve oferecer sua contribuição através de sua participação
ao longo dos processos decisórios.
A garantia de propostas novas de intervenção para a política de Segurança
Pública que venham a inseri-la no contexto da sociedade democrática de direito,
visa operacionalizar a mediação dos problemas que enfrenta hoje.
O fato de que o controle social não é exercido somente mediante a existência
e funcionamento de organizações policiais em uma sociedade, torna o
desenvolvimento de mecanismos alternativos de resolução de conflitos uma das
estratégias de grande importância para garantir o exercício da cidadania a um
número maior de pessoas. Configura-se como uma forma estratégica para que o
Estado possa efetivar direitos na contemporaneidade.

Se considerarmos a questão da crescente criminalização da pobreza, se torna


então possível fazer uma

força da cultura organizacional presente em instituições como a polícia.


. Cidadão X Consumidor

. Principais instrumentos e garantias jurídicas de proteção aos direitos humanos

. Cresce atualmente a inserção do que se denomina como Terceiro Setor, nas


intervenções relativas à efetivação de Direitos Humanos, tendo em vista a crescente
demanda por uma reconfiguração do Estado no que se refere ao desempenho de tal
atividade. A atuação de ONGs e as iniciativas não governamentais no acesso à
cidadania ampliam o leque de possibilidades para se consolidar uma sociedade mais
democrática para todos.

As dificuldades apresentadas na atualidade pelos poderes públicos no que se refere


à garantia e efetivação dos direitos de cidadania, abrem espaço para a ocorrência
das intervenções das Agências Multilaterias no que se refere a este aspecto.

. Questão agrária e direitos humanos

Criminalização da questão social na América Latina

A construção de um Estado Penal na América Latina está diretamente vinculado à


difusão do mito das classes perigosas e à penalização da pobreza, que em seu
cerne são as bases das práticas de violência policial.

No atual contexto de hegemonia neoliberal, marcado pelo recrudescimento do


Estado no que se refere ao seu papel de promover as políticas sociais, tornando-as
cada vez mais focalizadas em uma conjuntura permeada pela exclusão social. O
agravamento das manifestações da questão social inviabiliza cada vez mais o
exercício da cidadania por aqueles que se encontram numa situação de exclusão,
marcada pela situação de crescente pobreza e aumento do desemprego, onde
avança a violência e a demanda por políticas que promovam a redistribuição de
renda.

. Mídia e Violência

“Acreditar que um curso de formação é capaz de alterar uma cultura


ossificada em uma instituição como estas, é acreditar em uma premissa
fadada ao fracasso. Não é possível isolar o policial da dinâmica social e
cobrar do indivíduo aquilo que o Estado não têm feito. É enganoso
acreditar que a qualificação por si só é capaz de produzir uma retomada
do “processo civilizatório” que talvez sempre tenha vivido em disputa
quanto à sua efetivação dentro das instituições policiais brasileiras.”

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