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Boletim Operário é uma publicação semanal de caráter histórico que objetiva resgatar fragmentos de fatos relacionados ao Movimento Operário Brasileiro, notadamente antes de 1930.
Boletim Operário é uma publicação semanal de caráter histórico que objetiva resgatar fragmentos de fatos relacionados ao Movimento Operário Brasileiro, notadamente antes de 1930.
Boletim Operário é uma publicação semanal de caráter histórico que objetiva resgatar fragmentos de fatos relacionados ao Movimento Operário Brasileiro, notadamente antes de 1930.
Our purpose is to motivate the social research and stimulate the exchange relation associated to the collection and production of information about the history of the Brazilian Workers Movement.
Workers Bulletin ------- Year VI ------ N 290 -----Friday ------- 06/20/2014 -------- Caxias do Sul Rio Grande do Sul Brazil
Correio de Minas Juiz de Fora, 2 de maio de 1896. Pgina Edio 241
Sociedade Operria
Os festejos que esta sociedade promoveu para ontem estiveram importantssimos e o programa foi religiosamente cumprido.
Correio de Minas Juiz de Fora, 10 de junho de 1896. Capa Edio 21
Anteontem quando realizava-se uma procisso em Barcelona passando em direo Igreja de Santa Maria explodiu um bomba de dinamite no meio do prstito matando 8 pessoas e sendo feridas 41. Foi grande o pnico entre a multido que debandou em poucos instantes. Atribui-se o atentado aos anarquistas, porm no se pode ainda descobrir os criminosos, apesar de efetuadas muitas prises.
Correio de Minas Juiz de Fora, 10 de junho de 1896. Pgina 2 Edio 21 Na Itlia e na Espanha tem-se reproduzido nestes ltimos dias atentados anarquistas.
Espanha - A Cmara dos Deputados por grande maioria conferiu ao Senhor Canovas del Castilho os poderes necessrios para combater a crise que atravessam as Classes Operrias da Provncia de Arago. Em frente escola pblica da Aldeia de Alzo, na Provncia de Biscaia, deu-se no dia 10 a exploso de uma bomba de dinamite, que causou grandes estragos nos prdios prximos. As noticias recebidas no mencionam vitimas, mas dizem que a populao esta tomada de verdadeiro pnico, j impressionada como se achava pelos tremendos atentados de Barcelona. As autoridades procedem a pesquisas para descobrir o autor ou autores do crime, tendo j detido alguns indivduos sobre os quais recaem suspeitas. A polcia do Porto de Barcelona efetuou a priso de um individuo de nome Pichot, na ocasio em que este, munido de uma passagem de proa, embarcava com destino a Buenos Aires. O modo de andar desse indivduo atraiu a ateno dos agentes em servio, que observaram, sobretudo o cuidado que empregava em dissimular um embrulho que consigo trazia. Convidado a dar o nome e profisso o indivduo suspeito respondeu evasivamente e verificado o envoltrio que levava debaixo do brao, reconheceu-se que continha uma bomba de dinamite, igual as que haviam sido empregadas nas exploses destes ltimos dias. Esta mquina infernal foi levada com toda a cautela para o laboratrio municipal, e o tal Pichot conduzido debaixo de boa escolta para a priso central. No resta dvida sobre a culpabilidade deste novo preso nos atentados de domingo passado. Telegrafam de Barcelona para Madrid que a polcia conseguiu prender um anarquista dos mais perigosos, e que ela procurava em vo desde o ataque do Liceu, h anos. A notcia da priso desse terrvel anarquista produziu grande alivio no espirito pblico. Foram presos j pela polcia e acham-se recolhidos as prises de Barcelona todos os indivduos estrangeiros que eram apontados, como anarquistas. Embora se venha a verificar que no tiveram parte nos horrveis atentados de domingo, sabe- se que as autoridades vo exercer contra eles a severa reprimenda, ora aconselhada como medida geral para os anarquistas. O Conselho de Estado Espanhol, no dia 10, reunido retificou o projeto de lei repressora dos anarquistas, formulado pelo Gabinete Canovas del Castillo, e que vai ser submetido sem demora a aprovao das cortes espanholas. O Governo espanhol ordenou a partida de alguns navios da esquadra para Barcelona, a fim de velarem pelo porto dessa cidade, evitando qualquer coisa que se possa tentar contra a sua segurana. Correio de Minas Juiz de Fora, 14 de junho de 1896. Pgina 2 Edio 25
Inglaterra - O Governo ordenou que os navios da esquadra que h dias receberam ordens de prontido marchassem imediatamente para Barcelona. Esta ordem tem sido muito comentada em Londres, pois todos acreditavam que esses navios iriam para as Ilhas Bahamas. Diz-se tambm que o Governo liga grande importncia ao atentado anarquista de Barcelona.
Correio de Minas Juiz de Fora, 16 de junho de 1896. Pgina 2 Edio 26 Itlia A policia descobriu que os anarquistas residentes em roma, de acordo com os de Barcelona preparavam um atentado contra a Baslica de S. Pedro, que pretendiam destruir a dinamite. J esto presos muitos destes indivduos, prosseguindo o inqurito.
Correio de Minas Juiz de Fora, 24 de junho de 1896. Pgina 2 Edio 33 Rssia Em S. Petersburgo, quarenta mil operrios de diversas classes acabam de declarar-se em greve reclamando melhorias de salrio. Os grevistas, porm, mantem linha de conduta perfeitamente calma, no tendo provocado o menor distrbio. Contundo, a polcia toma todas as precaues, a fim de evitar qualquer possvel alterao da ordem, e emprega esforos para por termo a greve do melhor modo possvel.
Correio de Minas Juiz de Fora, 27 de junho de 1896. Pgina Edio 36 Rssia O Prefeito de polcia de S. Petersburgo expediu ordens aos seus auxiliares, determinando que usem de severidade contra todos aqueles operrios que tomaram parte na ltima greve e se obstinam em no voltar ao trabalho.
Correio de Minas Juiz de Fora, 28 de julho de 1896. Capa Edio 62
As questes italianas A Comisso de Diplomacia e Tratados da Cmara dos Deputados deu parecer favorvel a aprovao do protocolo firmado pelos Senhores Ministros das Relaes Exteriores e Plenipotencirio italiano, a propsito das reclamaes italianas originadas por prejuzos, supostos ou reais, ocorridos a sditos da Itlia durante a Revolta principalmente. Foi voto divergente, no seio da comisso, o Senhor Deputado Lamenha Lins, que fundamentou longamente o seu parecer com a doutrina colhida na leitura dos mais notveis internacionalistas. O Jornal do Comrcio de 25 do corrente, por sua veza, ocupou-se do assunto nos termos que se seguem, na primeira de suas vrias daquele nmero. Os nossos leitores nada perdero com a leitura dos conceitos do venerando rgo, os quais aqui transcrevemos com a devida vnia: Bem disse o Senhor Rollim Jacquemyus falando de estipulao entre Estado forte e Estado fraco sobre a expulso de estrangeiros: Il est douteux que de pareille stipulations... avec les incertidude d'interprtation qu'elles comportout laissente absolumente intate la souve rainet de l'Etat faible. justamente esta preocupao que nos faria votar contra a aprovao do protocolo Italiano, quanto a submeter a arbitramento a expulso dos oito anarquistas de So Paulo e de um bandido do Rio de Janeiro. A expulso politica de estrangeiros um direito soberano que devia ser sempre incontestado, e, posto que sujeito s convenincias da boa amizade internacional, nunca sujeito a sua verificao por qualquer tribunal que seja. O art. 4 do tratado ente a Sua e a Alemanha consagra este direito ao lado do da expulso do territrio por mera indigncia, e da expulso em consequncia de crime. O tratado de Fevereiro de 1882, entre a Frana e a Sua, tambm consagra o mesmo princpio. O importante autor moderno de Direito Internacional, Wharton, diz (206); But there can be no doubt that it is possessed by all nations and that each may decide for itself when tho occasion rises demanding exercise, isto : No resta, porm, dvida que todas as naes possuem esse poder (de expelir estrangeiros) e que a cada um compete decidir por si mesma quando surge a oportunidade que exija o seu exerccio.
O grande Everett, Secretrio de Estrangeiros dos Estados Unidos, escrevia a 13 de dezembro de 1852: Este governo nunca poder desistir do direito de excluir do seu territrio a estrangeiros cuja presena considere perigosa para os Estados Unidos. Todos sabem com a Blgica liberal neste assunto de expulso de estrangeiros. Entretanto a lei de 9 de fevereiro de 1885 s excetua da medida de expulso certas categorias de estrangeiros, como, por exemplo os casados com belgas, das quais tiveram filhos. Disposies anlogas contem a lei holandesa de 13 de abril de 1819. Na Sua, segundo Langhard (Dex Recht der politischen Frendenausoeusung, nota a pagina 66) o estrangeiro declarado perigoso pode ser expulso ainda que esteja munido dos melhores documentos em abono de sua probidade pessoal. Na liberissima Inglaterra, o governo pode, pela lei de 22 de junho de 1882, art. 12, expulsar da Irlanda ou da Inglaterra todo e qualquer indivduo cuja presena puder atacar a tranquilidade publica. Eis ai o direito das naes civilizadas. Como, pois, sujeitar ao arbitramento a expulso, perfeitamente justificada, de oito italianos anarquistas de So Paulo e de um tal Miscione pela polcia do Rio de Janeiro? O Congresso toma sobre si grande responsabilidade aprovando, nesta parte, os atos do Poder Executivo. Olhemos um pouco para o futuro e tenhamos a dignidade do patriotismo.