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A presente obra vem a completar nossa primeira obra – Filosofia para Adolescentes – cujas aulas eram em
boa parte, teóricas e, acrescentar outras áreas do conhecimento humano – Sociologia, Religião e História, áreas
que, normalmente, professores de filosofia são brindados, especialmente em escolas públicas, que têm carência
de professores dessas áreas. Mas, do limão, fizemos uma limonada, pois é muito útil poder mostrar aos alunos a
diferença e semelhança entre Filosofia, Sociologia (Ciência social), Religião e História, quatro das principais
formas que os seres humanos encontraram para exteriorizar seu pensamento. A elas poder-se-ia acrescer Arte.
Procuraremos ser fiel à ordem das aulas e ao conteúdo ministrado, bem como, reações dos alunos
(participação, engajamento, ou afastamento e repulsa, sim, repulsa à metodologia, algo comum, natural,
fisiológico, em adolescentes) e resultados obtidos (formais, provas, trabalhos, apresentações e informais,
expressões, humor, conversas paralelas). Procuraremos apresentar primeiro as aulas de filosofia, depois de
Sociologia e, então, religião e História, Contudo, o leitor deve estar advertido que elas ocorreram em paralelo:
em uma mesma semana, dávamos as três disciplinas para as cinco turmas de primeiros anos do Ensino Médio,
pela manhã, turmas 211,212,213,214 e 215 e História à turma de terceiro ano do ensino médio, turma 431, no
horário noturno.
Queremos lembrar que a disciplina de História não era por nós esperada, mas nos foi oferecida e como
professor ganha pouco, representava um acréscimo financeiro a mais. Acontece, porém, que não temos
formação em História e um filósofo apenas toma emprestado as descobertas arqueológicas para refletir sobre
conceitos abstratos. Mas, tal empresa representou um desafio interessante – em dois ou três finais-de-semana
relemos um livro de história e recuperamos conhecimentos guardados uns vinte anos na memória, quando
éramos adolescentes e ainda estávamos no colégio.
Ainda, devo lembrar que passei neste ano de 2009 a usar um microfone portátil com uma pequena caixa
de som de 7 watts na cintura e os alunos gostavam do equipamento, aliás, eles gostam de tudo que e relaciona à
tecnologia e como nesta época da vida, a educação tem um gosto intragável e se dependesse da maioria deles
não iriam à escola, o uso do microfone prendia a atenção deles. Chego a ponto de concluir que a pior aula dada
por um professor, com microfone é ainda superior à melhor aula dada sem microfone!!
Considerações metodológicas:
Quando se lida com adolescentes, deve-se considerar algumas questões:
1- Adolescentes são crianças com corpos de adultos, e, por isso, mantém a infantilidade em um grau
elevado. Uma boa maneira de conquistar sua atenção e respeito é:
(a) mostrar-lhes um filme daqueles que não precisam pensar muito, de ação ou romance, de preferência
dublado;
(b) distribuir-lhes guloseimas;
(c) praticar esportes com eles.
2- Eles não suportam rotina, aulas que parecem, para eles, repetitivas, embora sejam apenas continuações,
com acréscimos importantes. Por isso, eles dão valor a mudanças de ambiente: ir à sala de informática em um
dia, ir ao pátio tomar sol no inverno, ir à sala de vídeo, etc. Aliás, quem não gosta?
Mas, há um detalhe a considerar: quando eu entrei na faculdade de filosofia (a primeira que fiz foi de
Administração) me senti mentalmente esgotado e, mais para o final do curso, não tinha mais vontade de ler um
livro inteiro. Será que os adolescentes, em função do excesso de informação mais o conflito que vivenciam em
famílias, geralmente, desestruturadas, não estão exaustos mentalmente? Pensei em um trabalho para um
eventual pós-graduação: medir os batimentos cardíacos de professores e alunos para saber o grau de stress que
vivem em suas atividades!
3- eles estão sem limites, pois vem de casa sem limites, os pais ou avós os deixam fazer o que bem
entendem e sobre para o professor disciplinar, só que o professor não tem instrumentos que uma mãe ou um pai
teriam, como o de puxar a orelha ou dar um tapa na cara diante de desobediência. A psicologia moderna dirá
que isto é ultrapassado, mas lhes dar tudo o que desejam (adolescentrismo) não os educará para o mundo, pois o
mundo não lhes dará tudo o que desejarem! Na escola onde trabalho neste momento, 2009, nem suspensão ou
expulsão os alunos podem sofrer, pois o governo não quer mais evasão escolar, mas isto não resolve o problema
de termos alunos indisciplinados e a única coisa que o professor pode fazer é tirar para fora da sala os mais
desordeiros. Nada os agrada, os levamos para a sala de vídeo, para o laboratório de informática, excursionamos
ao museu de ciências, em dias frios tomamos sol na rua, quando eles aproveitam para escapar!
Parecem que eles esperam por limites: às vezes respondo com grosseria à indisciplina deles: já mandei
alunos calarem a boca, outra vez, disse a um deles que deveria deixar de ser criança e virar homem, outras vezes
chamei seus pais, porque –lhes disse – com os alunos não era mais possível um acordo. E quando os pais vêm à
escola se horrorizam com o que os filhos fazem ou será que fingem? Dizem que em casa não são assim! O mais
curioso disto tudo é que temos a impressão de que deixaram ao professor a tarefa de dar limites, mas como? Em
geral, quando o aluno incomoda, tiramo-lo da sala, mas muitas escolas são proibidas de suspender ou expulsar
alunos.
O que é certo é que eles foram acostumados (condicionados, mesmo) a um tipo de aula, em escola pública,
em que o professor deixa uma tarefa no quadro e sai da sala e, mais tarde, verificará se eles anotaram no
caderno e fizeram professor curioso e com algum conhecimento amplo da vida. E é isso que devemos cobrar
dos alunos, um ser completo, não um especialista, pelo menos, nesta época de formação escolar. Lembro que
fui um estudante que esperava ansioso por novos conteúdos, pois, assim, poderia aprender o conhecimento que
a humanidade dispunha e tinha acumulado. Tinha esperança, também, de que tal conhecimento representasse
uma oportunidade de me tornar bem sucedido, mas há muitos obstáculos e nossos sonhos morrem antes de
ultrapassar todos: burocracia, para abrir empresas, gastos para registrar marcas que imaginamos, recursos para
implementar ideias, etc. podemos, ainda assim, escrever nossas ideias e publicá-las na internet de graça!
Um dos argumentos em defesa dos adolescentes é que a escola tecnologicamente está defasada com o
restante dos equipamentos que os adolescentes estão habituados a trabalhar. Mas, experimente leva-los à sala de
informática e pedir uma pesquisa a eles: lhe darão qualquer coisa que aparecer e apenas a copiarão, sem
acrescentar opinião ou argumentos consistentes. Além disso, não estão habituados a uma comunicação de duas
vias, mas apenas a receber informações prontas, pensadas por outras pessoas, cantores, especialmente.
Solução? Os meus alunos de terceiro ano do ensino médio parecem arredios (uma aluna pediu que eu
deixasse textos para que eles lessem e fizessem algum trabalho e eu respondi que não era ela que decidiria como
eu daria aula, embora eu, nas aulas seguintes, tenha assimilado nas minhas aulas os trabalhos sem o constante
monólogo do professor), desconfiados, agridem verbalmente (perguntam qual é a tarefa e não esperam a
explicação ou se não a entendem dizem que a culpa é do professor, eximindo-se da mesma), expressam-se com
receio e dificuldade de e têm pouca auto-estima, fruto de uma infância sem afeto?
Mas quando há pontos ou notas envolvidos eles participam. Em parte, propus aulas que não os
massacrassem com excesso de informação, questões difíceis de resolver ou provas que os fizessem estudar
muito e memorizar a matéria - acho que conquistei algum respeito deles. Levei-os ao laboratório de informática,
à sala de vídeo, ofereci-lhes pipoca para os motivar a assistir o DVD de Sócrates, só não fomos no museu de
ciências, porque ele não abre à noite. Não é preciso mais rigor do que a exigência da presença e de alguma
participação por parte deles para a escola cumprir atarefa primeira: ampliar a percepção (muitos a chamam de
pôr a razão no controle, como se existisse um órgão sede da racionalidade, como bem questionou Popper)
acostumada a percepções limitadas a seus hábitos cotidianos; reparem como um adolescente percebe detalhes
que passam despercebidos pelos adultos: reparam o tipo de sapato que usamos, se a roupa está suja de respingos
de lama (pois mesmo com chuva forte, eu vou de bicicleta para o colégio), a tudo que é pequeno eles prestam
atenção! Não é por acaso, também, que eles, em geral, têm dificuldade de pensar em um nível abstrato, pois
neste nível o particular e o singular (este, esta e isto ou aquilo, aquela, aquele) se encontram desfocados e se dá
lugar ao “existe”, “alguns”, “todos”, expressões que não falam de uma pessoa, que tem um nome, veste uma
certa roupa, moro na rua tal, mas de grupos maiores de pessoas até se o universo tem limite, o que compreende
o conjunto de todas as coisas que existem dentro dele ou mesmo, por especulação, fora dele.
4- um dia apareceu no colégio um mágico. Precisavam ver a reação dos alunos, adolescentes que
transpareceram as crianças que ainda estão neles. Hipnotizados, saíam das aulas sem pedir e quando chamava a
atenção deles, não estavam nem aí. Senti uma inveja do poder do mágico de prender a atenção dos alunos.
Certamente falta isso na educação ou, então, deixar que eles façam a mágica... de criar algo que saia de dentro
deles mesmos! Um professor não tem a obrigação de ser um mágico, mas pelo menos a humildade de querer ser
um mágico, para ver olhos brilhando na sua frente.
1a aula introdutória:
Na primeira aula, apresentamo-nos, nosso histórico, faculdade de origem, antes, dissemos que nos
formamos em Administração, depois, arduamente, nos encontramos em Filosofia, depois de ter pensado em
Arquitetura – formas e cores eram, para mim, um atrativo e mais do que isto, uma necessidade neurológica,
porém perder tempo decidindo tipos de tecido ou embelezando a casa de “cabeças vazias”, nos afastou daquela
idéia.
Mostrei-lhes alguns livros que publiquei na internet, apresentei-lhes um livro específico que escrevi e que
dele queria que eles imprimissem um texto que usaremos no segundo trimestre e, para motivá-los a se mover!,
prometi 10 pontos (não queria realmente que fossem 10 pontos, mas saiu da boca!, oferecei como alternativa:
dar 5 pontos para cada disciplina, filosofia, sociologia e religião, mas prefeririam os 10 pontos!): trata-se do
texto, um resumo feito por mim na verdade, da obra “O povo brasileiro”, de Darcy Ribeiro, que sem igual,
mostra a origem da sociedade brasileira, os povos que a formaram – índios, negros e europeus, a desigualdade
presente desde o descobrimento, ou melhor, invasão! No restante da aula, apresentamos, então, as diferenças
entre filosofia, ciências e religião e, depois, as semelhanças entre elas. Primeiramente, devemos observar que
tendemos a ver as três áreas como separadas, tal como três propriedades, três terrenos que se limitam por cercas,
muros, intransponíveis, mas isto não é verdade.
A melhor imagem seria a seguinte, onde as três áreas têm diferenças, mas, também, semelhanças. Embora
o filósofo seja um solitário, que tenta entender o mundo, a partir de suas experiências e, também, das
experiências que observa nos outros e a religião trás consigo verdades ditadas por líderes religiosos que dizem
tê-las ouvido de um Deus e a Ciência (não esquecer: Sociologia representa aqui as ciências) parte da observação
e testes realizados com uma quantidade de pessoas ou fatos significativos estatisticamente, isto é, um número
que representa uma sociedade inteira, ainda assim, é sobre os mesmos fatos, é sobre a mesma vida, que filósofo,
religioso e cientista se debruçam e sobre os quais fazem suas investigações, suas reflexões.
2a aula introdutória:
Fizemos um exercício para observar se eles compreenderam a aula anterior:
(A) Identifique nas sentenças abaixo quais são relacionadas à filosofia, às Ciências e à Religião:
( ) Dr. Zerbini, foi quem primeiro realizou um transplante de coração em humanos, no Brasil, após uma
série de tentativas usando bezerros.
A resposta é “Ciência”, embora apareça um homem solitário, ele na verdade, é um médico (as pistas são
“Dr.” e “transplante”) e médicos trabalham em grupo com enfermeiros, auxiliares de enfermagem, anestesistas
e residentes.
( ) René Descartes defendia que devemos ser céticos em um primeiro momento até que se prove a
verdade de alguma afirmação.
Um homem, solitário e, só por isso, já é “filosofia”. Também, ele expõe sua maneira de pensar sobre fatos
a sua volta, a necessidade de cautela, a partir de experiências que ele viveu ou algumas de outras pessoas que
ele observou (não há um número de observações, por isso, não é “ciência”!), antes de julgar se algo que ele
pensou ou que os outros disseram, é verdadeiro ou falso. Não se duvida, aqui, do caráter dos outros, apenas se
sua percepção e seus sentidos lhe deram toda a informação necessária de que ele precisa para emitir sua opinião.
( ) Em Israel, encontraram um código secreto na Bíblia, a partir de versículos, onde palavras são
localizadas em linhas verticais, horizontais ou em diagonais, como, por exemplo, “Bin”, “Laden”, “atacará”,
“torres”, “Gêmeas”, “2001”, antes mesmo que os eventos ocorram.
É curioso, porque aqui os alunos disseram se tratar de religião; ocorre que embora se leia a palavra
Bíblia, não se trata da leitura direta do livro, mas através do uso da matemática e embora se possa duvidar de
seu caráter como ciência experimental, ainda assim, quem dela se utiliza, realiza, pelo menos, experiências
mentais tomando, algumas vezes, conteúdos vindos do mundo material. Uma linha reta, perfeita, é uma
idealização mental, mas pode se referir a um projeto de uma nova estrada em construção, por exemplo. Trata-se,
então, de uma ciência.
( ) Os Maias faziam sacrifícios com crianças e escravos que eram oferecidos ao Deus-sol para que este
nunca se apagasse.
Aqui, aparecem as palavras “sacrifício” e “Deus”, por isso, se trata de “religião”. Aproveitamos o exemplo
para perguntar aos alunos se algo assim poderia acontecer hoje: o professor poderia ir ao jardim de infância da
escola e pedir à professor que lhe desse uma criança para oferece-la em sacrifício a um Deus? Embora a idéia
seja grotesca, sua proposição visa a fazer o aluno pensar: o que mudou entre as maneiras de pensar, dos Maias
até nós? Não eram eles também considerados humanos? De que modo evoluímos, se evoluímos? Houve alguma
mudança dentro do cérebro?
( ) Platão acreditava que existiam dois mundos, este, físico, e um outro eterno. De onde mais tiraríamos a
idéia de um círculo perfeito, por exemplo, se nada no mundo material, uma maçã, a lua, é uma esfera perfeita?
Aqui, se trata de “Filosofia”, pois há um indivíduo, manifestando uma teoria a partir de sua própria
reflexão, ainda que tendo observado o mundo, não testou todos os objetos para saber se são, por exemplo,
esferas perfeitas. Uma vez um aluno, no ano anterior, perguntou se o olho humano não poderia ser um exemplo
de esfera perfeita. Pedi que ele enviasse um e-mail a um oftalmologista, porque era a pessoa que mais próxima
estava de olhos, mas o aluno nunca me respondeu esta questão. Em geral, no tempo de escola não nos sobra
tempo, tal é a quantidade de aulas e informações recebidas, bem como, a importância exagerada a provas
escritas.
História
Primeira e segunda aulas:
Apresentei o conceito do filósofo Karl Popper sobre a história que se ensina nas escolas e universidades: é
a história dos generais, dos políticos e dos donos da riqueza, não a história de cada ser humano, de cada família.
Esperava que os alunos me perguntassem se haveria páginas suficientes para tanta gente, mas não o fizeram. Às
vezes, sob o ponto de vista do professor, os alunos ficam tão quietos, que parecem que estão mortos. Depois,
apresentei a definição de Santayna, para quem o conhecimento da história (do passado) implica a repetição dos
seus (daqueles) erros.
Apenas quando eu lhes disse que não iria começar as aulas pelos grandes fatos históricos é que percebi
algum sinal de vida na sala. O aluno disse que as aulas deveriam incluir temas que caem no vestibular. O
problema é que o mesmo aluno não se interessou pela aula e abriu em cima da mesa um expositor de jóias que
ele logo mostrou às alunas esperando vender a elas. Diante disso, eu o fiz guardar. Perguntei a eles se me
achavam idiota – é claro que achavam, mas não disseram. Adolescentes acham que sabem tudo e esta presente
geração não foi educada com um mínimo de respeito pelos outros.
E por onde eu intencionava começar as aulas? Ouvimos relatos de alunos que não conseguiam relacionar
as aulas a seu próprio cotidiano e era justamente uma aula teórica e prática que eu queria fazer, mas, agora, eles
objetavam minha proposta! Disse-lhes que a aula que eu propunha não iria prejudicar a preparação deles para o
vestibular (prova preparatória para a entrada na universidade), mas que partiríamos de nossa experiência para
entender a história humana e..., assim, não repetir os erros dos antepassados. Comecei, então, dando um
exemplo, contando a história de uma empresa, uma rede de restaurantes, de comida rápida, Mc Donalds: disse-
lhes que um vendedor de máquinas de fazer milk shake, Ray Croc encontrou com os irmãos mc Donalds, donos
de um restaurante que vendia hamburgers e milk-shakes e propôs a eles a venda ou aluguel ou cessão da marca
e começou a abrir lojas; no século XX, abria-se quase uma loja a cada 12 horas! Ocorreu, então, que um filme
foi feito em que uma pessoa consumia apenas os alimentos daquela empresa e... por serem gordurosos e cheios
de açúcar, isto lhe acarretou obesidade e, esta, problemas no fígado e coração, levando-o a uma situação de
risco de morte.
Depois, eu perguntei a alunos por que em Porto Alegre havia dois times de futebol, querendo forçá-los a
relacionar algo que eles gostam, esportes, com história. Dois deles sabiam: o primeiro time, o Grêmio, não
aceitou jogadores negros e, então, um grupo de pessoas criou o Internacional. Então, eu perguntei a data da
fundação: respectivamente 1903 e 1909 e comparei com a data da abolição da escravatura no Brasil (1888):
para minha surpresa não se encontravam muito longe, mas separados por apenas quinze anos, o que não é nada
em termos históricos! Pronto, isto foi uma aula de história que se aproxima da vida dos alunos!
De qualquer modo, escutei o desejo deles e depois de reler o livro de história que a escola pôs á minha
disposição, resolvi contentar gregos e troianos: abrir espaço para esta história mais perto da vida de todos nós,
mas, preparei uma série de linhas do tempo, com datas e os principais acontecimentos bem resumidos, para que
se preparassem para o vestibular. Na medida em que só as datas e os resumos não fossem suficientes leríamos
trechos do livro e, assim, acrescentaríamos mais informações ao estudo de História.
Mas uma grande dúvida permaneceu: devo fazer, com os alunos, uma revisão de toda a história humana?
Se eles querem se preparar para o vestibular, disto eu sei, pois passei três vezes, em uma universidade pública
(UFGRS) que faz uma seleção muito difícil. Normalmente, os professores de terceiro ano do ensino médio
iniciam os estudos a partir do descobrimento do Brasil (séc. XVI) e a revolução francesa (séc. XVIII). Ocorre
que o aluno precisará rever todo o conteúdo e o auxílio do professor pode lhe ser útil para essa tarefa hercúlea.
Evitar que eles tenham que copiar uma quantidade grande de informações, fornecendo-as prontas, copiadas, a
eles, será de grande ajuda, também. É o que faremos.
Uma das informações resumidas, um texto sobre a origem do povo brasileiro, escrito pelo antropólogo
Darcy Ribeiro, desde o descobrimento (ou será invasão?) até o século XX, onde se desnuda as origens da
desigualdade crônica de nosso país, lhes apresentei na primeira aula e deixei o endereço onde o encontrariam na
internet.
Semelhanças Diferenças
As cores da camiseta foram inspiradas em Apenas o Henrique Poppe fundou o time e
um bloco carnavalesco. não os três irmãos, Henrique, José e Luíz.
Henrique era jornalista o que é mostrado por
recortes de jornais da época
Apenas dois dos cinco irmãos Poppe, Luiz e
José, já jogavam futebol.
Não abriram um novo clube porque foram
rejeitados pelo Grêmio, mas para popularizar
o esporte
Não se inspiraram no nome do time da
Internazionale de Milão, pois esta havia sido
fundada apenas 13 meses antes
Muitos não leram o texto e supuseram que as duas versões completavam uma à outras estavam cansados
depois de trabalhar o dia todo ou habituados a fingir que fazem os trabalhos de cujas aulas os professores das
escolas públicas fingem lhes dar?
Outros, ainda, disseram que ambas as histórias eram verdadeiras e, então, lembrei-os de que somos
naturalmente crentes quando crianças, mas que, aos poucos, vamos duvidando, infelizmente ou felizmente, das
histórias que os outros nos contam. Perguntei, também, se havia uma ciência da História ou Histórias, pois há
pessoas que contam uma história diferente do modo como outras pessoas contam, muitas vezes, alterando
diametralmente os fatos.
Não lhes disse, mas cheguei à conclusão de que a história é o resultado de visões emocionais que se impõe
sobre registros racionais, pois é da natureza humana ser mais emocional que racional.
(1o) nunca tomar nada como verdade definitiva, exceto após investigação detalhada;
(2o) dividir o problema em partes menores para que possa compreender melhor o problema estudado;
(3o) organizar os elementos em uma seqüência de Causa e efeito. René Descartes não trata deste item
assim: ele falou sobre dispor os elementos em ordem, ainda que não exista uma, mas, em resumo, é isso que um
cientista faz: organiza os elementos ou os fatos em ordem temporal e espacial, identificando quais são as causas
e quais os efeitos.
(4o) expor a sua conclusão e as suas descobertas a que chegou após estudar o acontecimento.
Este é um exercício que valeria a pena repetir, mas preferi entrar, finalmente, na revisão dos fatos
históricos, mas não ainda. Um aluno sugeriu assistirmos o filme “10.000 aC”, que fará uma boa apresentação da
primeira parte da matéria: a pré-história, como normalmente é chamada, embora se questione: a inexistência de
escrita não deve subestimar este período da civilização chama de “humana”.
Ver diálogo
Voltei à questão de há espécies ou se cada pessoa é diferente, sua própria espécie? Somos homo sapiens
sapiens porque temos o mesmo número de cromossomos no DNA e isso nos faz uma espécie? Disse-lhes que o
rato branco, o macaco rhesus e a planta Aveia têm o mesmo número de cromossomos (40) e não são de uma
mesma espécie. Porque somos parecidos? Parecido não é termo cientifico. Aluna defendeu que temos o mesmo
comportamento e eu lembrei dos psicopatas e das pessoas, entre as quais nos incluíamos. A aluna objetou,
muito bem, por sinal, que a raiva está em todos nós, embora em graus diferentes.
Depois, entre nos períodos Paleolítico e Neolítico que diferem basicamente pelo fato de que até 8 mil anos
atrás os homens eram nômades e viviam do que caçavam e depois de 8 mil anos atrás, fixaram-se em um
território e viviam da agricultura e dos animais que aprenderam a domesticar. Com os Homo Erectus (2 milhões
de anos atrás até 300 mil anos atrás, quando se extinguiram), surgiram os instrumentos de pedra e descoberta do
fogo.
Nesta aula, houve muita conversa paralela e parei diversas vezes para pedir silêncio. É curioso que quando
o professor age com rigor, ele é mal-educado, mas os alunos não se dão conta de que conversar a uma altura que
atrapalha a aula, também, é grosseria. É porque eles estão acostumados àqueles professores que põe um texto no
quadro e deixam eles conversarem a aula inteira, mas eu não sou assim e não acho que ensinar seja isso, antes, é
dialogar, trocar idéias e argumentos, aprender junto! Uma outra aluna disse que não entendia nada das minhas
aulas, que preferia outro professor; reconheço que quando escrevo no quadro fica fora de ordem e eles não estão
acostumados a uma aula assim, mas pedi à aluna que ela parasse a minha aula e tirasse dúvidas; ela disse que
ela estava em dúvida sobre tudo, ocorre que ela sequer tinha trazido para a aula o resumo que eu elaborei sobre
História Antiga!! Sei que porque eles trabalham todo o dia e vem para a aula à noite, estão cansados, mas
muitos deles não estão cansados para conversar em aula!! Esta geração não tem nenhuma curiosidade, só o
gosto por ser do contra, só são capazes de críticas destrutivas, exceto por dois ou três alunos, os demais parecem
zumbis! Dirão os pedagogos, especialistas que ficam 95% do tempo entre quatro paredes com ar-condicionado,
que falta empatia entre professor e aluno ou aulas mais interessantes e próximas dos alunos. No meu tempo de
aluno eu ansiava por aprender novas matérias, talvez tenha me tornado obediente demais à autoridade e, por
conseqüência, um cidadão ausente, mas o que me diferencia dos atuais alunos de escolas públicas e, certamente,
de escolas particulares é que eu recebi afeto quando criança e, mais do que isto, eu aprendi a devolver afeto e é
isto que nos torna melhores e calorosos e não ignorantes e frios, como os atuais estudantes para quem leciono.
Quando isto vai mudar? Quando pararem de produzir ser humano em série, em quantidade!!
Bem, de volta à aula, depois, fizemos, um exercício de vestibular onde se distinguem as características do
Paleolítico e Neolítico e, para complicar, apresenta o mesolítico, mas disse aos alunos que sabendo os dois
períodos, resolvemos boa parte da questão e, geralmente, há a resposta certa é encontrada apenas com as
informações que possuímos – ninguém saberá tudo em uma prova de vestibular, mas sabendo 70-80% é
aprovação certa, mas não me refiro a cursos muito concorridos, como medicina, por exemplo.
QUESTÕES DE VESTIBULAR
UFRGS 2008 01 A Idade da Pedra costuma ser dividida em três períodos: Paleolítico, Mesolítico e
Neolítico.
Associe as cinco características da Idade da Pedra listadas abaixo, no bloco inferior, aos períodos citados
no bloco superior.
1 - Paleolítico
2 - Mesolítico
3 - Neolítico
( ) domesticação de animais
( ) descoberta do fogo
( ) formas e motivos abstratos na arte
( ) artefatos de pedra lascada
( ) difusão da agricultura
(A) 3 – 1 – 2 – 1 – 3.
(B) 1 – 3 – 1 – 2 – 3.
(C) 2 – 1 – 3 – 3 – 1.
(D) 1 – 2 – 3 – 2 – 1.
(E) 3 – 2 – 1 – 3 – 2.
UFRGS 2003 01 - Principal governante do primeiro império babilônico, o rei Hamurábi (1792-1750 a.C.)
destacou-se pelas conquistas territoriais e pela forma de administração dos territórios conquistados. Em
seu legado, podemos incluir a
(A) construção de um complexo conjunto arquitetônico em seu palácio suntuoso, conhecido
como Os Jardins Suspensos da Babilônia.
(B) criação de um sistema coerente de escrita para ser utilizada nos cultos religiosos
praticados no império, denominada acádica-cuneiforme.
(C) fixação, por escrito, dos costumes jurídicos num dos primeiros códigos de leis de que se
tem notícia, o Código de Hamurábi.
(D) organização de um exército permanente, composto por guerreiros profissionais
assalariados, armados com equipamento de ferro.
(E) realização da célebre Torre de Babel, construção de altura descomunal, mencionada no
Antigo Testamento.
Para finalizar a aula, apresentei-lhes pedaços de caules, fibras naturais que poderiam ser usadas como
cordas, pedras, capim seco e lhes pedi que fizesse fogo e construísse um instrumento de pedra. Com este
exercício procurei mostrar que os homens das cavernas não tinham uma vida fácil, alguns alunos sugeriram um
tipo de pedra específico que provocaria uma boa faísca, outros insistiram em atritar a madeira com outra e
conseguiram até aquecer o material!
UFRGS 2008 - 02 No último milênio a.C., o Egito foi sucessivamente conquistado por vários povos.
A esse respeito, considere as seguintes afirmações.
I Os romanos foram os primeiros a conquistar o Egito, pois contavam com um aparato
militar de poder equivalente ao da civilização africana
II Os macedônios, através de Alexandre, conquistaram o Egito e criaram uma nova dinastia,
a Ptolomaica.
III Os persas não conseguiram conquistar o Egito, embora seus domínios se estendessem da
Índia até a Grécia
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
Nesta aula, exibiremos uma cópia do filme “10.000aC.” e lhes pedirei que anotem as principais cenas do
filme para, na aula seguinte, realizarmos o trabalho final do trimestre, quando cobrarei deles que façam uma
relação entre o filme e o conteúdo que estudamos até aqui, desde os ancestrais dos humanos, passando pelo
Paleolítico, neolítico até as primeiras cidades, especialmente as egípcias, que são as que aparecem no filme.
(16) P E L O P O N E S O (15)↓
(6)↓ (4)↓ (10) P
↓
P (3) D (12) E U P Á T R I A S E
↓
E T Ó O R
R R R (2)↓(15) C L Í S T E N E S
( M I N Ó I C A E A
1
)
E I O Q M
C A S U A (9)
↓
O E (7) R É
↓
S U H C F (13
)↓
(5) Á S I A O S
L R Ó
O O L
(8) G E R O N T E S O
(11) A R C O N T E
(14) P I S Í S T R A T O
(1) primeira civilização grega, habitava a ilha de Creta, origem da lenda do minotauro.
(2) Civilização cretense é atacada pelos .... (micênicos) vindos do norte, dos Bálcãs
(3) Guerra entre Aqueus (gregos), liderados por Aquiles, na região que é hoje a
Turquia. Daí veio a expressão “cavalo de .....”, que foi uma armadilha dos gregos para
invadir a fortaleza do inimigo.
(4) Aqueus são expulsos da Grécia pelos ________(povo nômade e guerreiro), que
fundam a cidade de Esparta.
(5) Aqueus expulsos da Grécia emigram para a ____ (continente a leste da Europa).
As Classes sociais de Esparta eram compostas de: espartíates ou espartanos,
dedicavam à política e ao exército; os (6) ____________ antigos povos conquistados na
ocupação, viviam na periferia e (7) __________ povo que vivia na região que resistiu e foi
escravizado.
(8) Esparta havia uma assembléia de anciãos (homens com mais de 60 anos)
chamados de ______ e uma assembléia do povo que elegia (9) cinco pessoas que
chefiam o governo, os ____________.
Os Jônios, povo que fundou Atenas, eram governados por um chefe militar
(10)___________e, também, por um chefe civil (11)________ .
(12) Aristocracia ateniense: ________________.
(13) O Arconte ______proibiu escravidão por causa de dívidas, devolveu pequenas
propriedades tomadas por grandes proprietários, instituiu tribunal popular com juízes
escolhidos por sorteio entre o povo.
(14) Ditador grego,________, confisca terras e promove reforma agrária, transformou
Atenas em centro comercial e cultural.
(15) A Batalha de Termópilas entre 300 homens mais o rei Leônidas de Esparta foi
contra o exército_______.
(16) Em 435 a.C, Esparta entrou em guerra contra Atenas, com ajuda dos persas:
Guerra do _____________.
(17) Em 359 a.C, Grécia é conquistada pela Macedônia, pelo rei Filipe II, pai de _______,
o grande, que foi discípulo do filósofo Aristóteles. Em 334 aC, ele venceu os persas,
conquistou o Egito, a Síria, a Fenícia, a Palestina. Em 331 aC, invade a Mesopotâmia,
onde vence definitivamente o exército persa, de Dario III. Em 326 aC chega à Índia e
em 323 aC morre de uma febre desconhecida, sem deixar herdeiros. Seus generais
iniciam disputa sangrenta para ver quem o sucederá. O império é dividido em três:
Egito, Macedônia/ Grécia e Síria.
Depois, acrescentei algumas questões de vestibular sobre a Grécia antiga, mas como não deu tempo de
corrigir, apenas lhes dei o gabarito com as respostas:
UFRGS 2005 – 01 Na Antigüidade clássica, a Grécia não existia enquanto entidade política. Antes,
configurava uma comunidade lingüística (onde se falava o grego, com variantes e dialetos) que
compartilhava santuários e crenças, costumes e hábitos, formando uma civilização. Em termos
geográficos, porém, era dividida em um grande número de cidades, de tamanho e importância variados,
independentes umas das outras e freqüentemente rivais. A propósito das características dessas cidades,
consi;dere as seguintes afirmações
I Cada cidade, por constituir um verdadeiro pequeno Estado, possuía um regime político que lhe
era próprio e instituições que variavam consideravelmente de uma localidade para outra.
II Atenas foi, sobretudo na época clássica, a mais destacada das cidades. Seu modelo
democrático baseava-se no princípio de isonomia, isto é, de igualdade de direitos extensiva ao
conjunto de seus cidadãos.
III Em nome da excelência militar e da ação bélica contínua, o regime monárquico espartano
concedia a todos os seus habitantes o estatuto de cidadão, pelo qual os grupos sociais
exerciam em igualdade de condições os direitos e deveres nos assuntos da cidade.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
PUC RS 2009/1
21) No período Homérico, da história antiga da Grécia (séc XII aC – VIII aC), já existiam formas precoces de
cidades, comunidades agrárias, coletivistas, como apontam as pesquisas arqueológicas. Mas foi no período
Arcaico (séc. VIII aC – VI aC) que as cidades-estado gregas, definidas como polis ou urbes, desenvolveram-
se. Essas cidades-estado tinham como características políticas ________entre si e governos ___________, que
representavam _______
(A) dependência – centralizados – os cidadãos livres e os monarcas hereditários.
(B) Dependência - centralizados – os deuses e as figuras mitológicas.
(C) Independência – descentralizados - os cidadãos livres
(D) Independência –centralizados – os monarcas hereditários e a corte.
(E) dependência – descentralizados – os nobres, os sacerdotes e os estrangeiros.
PUC RS 2008/1
21) No séc V a.C, com o final das guerras médicas, estabeleceu-se um período de hegemonia de
Atenas sobre o mundo grego, em contraposição a Esparta. Entre os fatores condicionantes dessa
hegemonia NÃO se pode apontar
(A) o incremento do poderio das forças navais atenienses.
(B) a formação da Confederação de Delos.
(C) a permanência das forças terrestres espartanas no Peloponeso.
(D) a instituição, por Péricles, de uma tirania aristocrática imperialista em Atenas.
(E) A concentração do comércio no mar Egeu em Atenas.
PUC SP -2004
1) As conquistas realizadas por Alexandre da Macedônia (também chamado de Alexandre, o Grande)
entre 334 e 323 a.estenderam-se da Grécia até as margens do rio Indo (Índia). Algumas das características
dessa expansão macedônica e do imenso Império que dela derivou foram:
A) a imposição de instituições políticas romanas sobre as áreas conquistadas por Alexandre e a repressão
às formas monárquicas predominantes no Oriente próximo e distante.
B) o apoio do exército macedônio a revoltas de povos subjugados por outros impérios e a recusa da
incorporação de soldados que não fossem macedônios ou gregos às tropas de Alexandre.
C) a restrição à circulação de mercadorias entre regiões distintas do Império e a gradativa mas profunda
segmentação e diminuição do comércio interno e externo dos macedônios.
D) o intercâmbio entre culturas ocidentais e orientais e o prevalecimento de uma perspectiva universalista
e assimiladora sobre a mentalidade voltada às questões locais.
E) a obrigatoriedade de uso de uma só língua, o persa, e a proibição sumária da transmissão de idéias e da
movimentação de intelectuais entre as áreas dominadas pelo Império.
S E R T Y I U T R I U N V I R A T O L Ç L J M
E T R U S C O F G E T R Y U I O P F P G B N M
N Q W E R T Y U I S D F G L F G H J Ú J C K L
A S D F G H P A T R Í C I O S H Q H N H E L Ç
D O M U S G L G G Q W E R B A S D F I F N G G
O A S D F G E G H H J K L A L Ç M N C B S V X
Q W E R T Y B Y M U I O P Y C B D D A R O F R
W N J U I I E M A S S E M B L É I A S W R W S
S C A S S D U J G W Y U I O P U K O P P E P E
X Ô T D E R S J I E E R T P R E T O R E S R Y
C N T W E R Y K S K Q S H H T J E W E R T Y C
F S R E G C O N T A N T I N O E E A S D F G L
G U S D B N M Y R S Z X C V B E N M G H J K I
G L W Í N S U L A S S R T T T D J I R P P Ç E
H E S T I V E A T B C D E F G I H U A O P H N
J S D E R T Y Q U E S T O R E S I Y C B I O T
K Z X C B N M M R X E T Y U I O J K O U C C E
J J G G L A D I A D O R E S E R E T F A U Z S
Sugiro que esta tarefa seja feita em grupo, pois requer um trabalho árduo de procurar pelas respostas em
um Resumo de fatos históricos que lhes dei nas primeiras aulas, ainda localizar as palavras escondidas entre
tantas letras. É curioso como me surgiu a idéia deste exercício: estava sem idéia nenhuma e vi um jogo de caça-
palavras em um site na internet e como se assemelha muito aos testes de lógica, entendi que se adequava bem,
também, como exercício mental!
PUC RS 2008/ 2
21) A lei das doze tábuas, código de normas escritas fundamental na história de Roma, teve sua criação
condicionada no contexto sóciopolítico
(A) das revoltas dos escravos no período monárquico
(B) da vitória jurídica da aristocracia contra a realeza
(C) das lutas entre patrícios e plebeus, durante a república
(D) das invasões dos povos bárbaros, no princípio do alto Império
(E) da institucionalização do colonato, devido à crise do sistema escravista
PUC RS 2006/ 1
Instrução: para responder à questão 21, considere o texto abaixo
“depois de meio século de lutas internas, Caio Júlio César, um general aristocrata que se dizia
descendente de Vênus e Enéias, conquistou em poucos anos a Gália, uma enorme área que corresponde,
mais ou menos, à atual França, Suíça, Bélgica e parte da Alemanha. Quando o Senado não lhe quis
permitir que comandasse as tropas, César recusou-se a obedecer (...) e tornou-se ditador em seguida”.
21) Considerando a história política da Roma antiga, o contexto refere-se à culminância da crise
(A) da Realeza
(B) da República
(C) do Principado
(D) do Alto Império
(E) do Baixo Império
O assunto tratado na revista em quadrinhos da qual foi extraída a tira acima diz respeito à relação entre
romanos e ....?
( ) Igreja Católica inicia campanhas contra os muçulmanos para reconquistar Jerusalém, as Cruzadas. A
primeira reuniu pobres e miseráveis, que, sem armas adequadas e treino, foram dizimados.
( ) origem do Sacro império romano-germânico: o papa de 16 anos João XII, no meio de conflitos na
Península itálica, foi auxiliado pelo rei germânico da França Oriental, Oto I, que passou a indicar bispos e
papas.
( ) Teodósio divide o império romano em Ocidental e Oriental ou Bizantino, ex-cidade grega de Bizâncio
(agora, Constantinopla) entre seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com a morte de Teodósio, o império
ocidental se esfacela sob as invasões bárbaras e o Bizantino, se consolida como potência.
( ) morte de Carlos Magno. Unidade reino se desfaz. Seu filho divide reino em França Oriental, Ocidental
e Central entre seus netos. Disputas internas e invasão dos normandos, vikings (da Escandinávia)
enfraqueceram poder central. Entre 911 e 987 os carolíngios deixam o poder, que passa aos senhores da
terra.
( ) Após morte de Maomé, os islamitas se dividem entre um dos sogros de Maomé, seguidores dos seus
costumes (sunitas) e seguidores do seu primo e genro, Ali, os xiitas ou partido de Ali.
( ) Peste bubônica, que chegou de navio genovês vindo do Oriente, que matou entre 1340-1350, 1/3 dos
europeus, 25 milhões.
( ) surgem primeiras universidades, que ensinam Medicina, Direito, Artes e Teologia.
( ) Na Europa surgem 140 cidades. No século XII, surgem as Corporações de Ofício, para defender
atividades dos artesãos, sapateiros, marceneiros, tecelões, etc, evitar produção excessiva (queda preços)
e de qualidade.
( ) papa Gregório IX cria o tribunal do santo ofício, a Inquisição, perseguir hereges e queimá-los na
fogueira.
( ) Martinho Lutero manifesta-se (95 teses) contra a venda de perdões dos pecados e lugar no céu pela
Igreja de Roma- “assim que a moeda cai no cofre, a alma do purgatório sai”. Foi excomungado e
perseguido.
( ) Início da guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França, por causa de disputas entre famílias reais e
território d e Flandres (hoje: na Bélgica).
( ) Rei dos francos, Clóvis, do povo Merovíngio, se converte à igreja romana.
( ) É coroado Carlos Magno, imperador dos romanos pelo papa Leão III. Época conhecida como
Renascimento (cultural) carolíngio: criação de escolas, transcrição de textos antigos, elaboradas por
monges copistas, já na Idade Média.
( ) Carlos Martel, um dos administrador do palácio real, líder dos Carolíngios, família a alta nobreza,
impede invasão muçulmana e os carolíngios são vistos como defensores do mundo cristão.
( ) O Feudalismo se estrutura no reino Franco e se propaga a Europa, inclui o costume germânico da
Suserania (rei) e vassalagem, os senhores feudais (juramento de fidelidade ao rei daquele que recebeu
terra e direito de cobrar impostos, administrar castelo, proteção das constantes guerras, e promover a
justiça).
( ) Cisma do Oriente, separação da Igreja Cristã em Ortodoxa (Bizantina) e Católica de Roma, pois esta
última impunha a autoridade do papa, disputas que levavam à excomunhão de ambos os lados.
( ) início expulsão dos árabes da península Ibérica e surgimento dos estados de Portugal e Espanha.
( ) Dante Alighieri escreveu a Divina Comédia
( ) Concílio de Latrão confirmou o celibato dos padres, proibiu que bispos fossem indicados por reis sem
o papa e o papa seria eleito por um colégio e doze (12) cardeais.
( ) unificação dos feudos em um único estado na França. Expansão do comércio e segurança para os
interesses da burguesia.
( ) previsões de fim do mundo que não se realizaram. Diminuição invasões de vikings, diminuição
mortes pela peste e epidemias, tudo isso gerou estabilidade e crescimento da população (entre ano 1000
e 1300, a Europa saltou de 42 para 73 milhões de habitantes).
( ) Turcos invadem Constantinopla, fim do império romano oriental (Bizantino) e fim da Idade Média.
( ) papa Gregório VII afirmou o direito e derrubar reis e a infalibilidade da Igreja. Henrique IV, imperador
do Sacro- império romano-germânico, opôs-se e foi excomungado.
(14) Igreja Católica inicia campanhas contra os muçulmanos para reconquistar Jerusalém, as Cruzadas. A
primeira reuniu pobres e miseráveis, que, sem armas adequadas e treino, foram dizimados.
(8 ) origem do Sacro império romano-germânico: o papa de 16 anos João XII, no meio de conflitos na
Península itálica, foi auxiliado pelo rei germânico da França Oriental, Oto I, que passou a indicar bispos e
papas.
(1) Teodósio divide o império romano em Ocidental e Oriental ou Bizantino, ex-cidade grega de Bizâncio
(agora, Constantinopla) entre seus dois filhos, Honório e Arcádio. Com a morte de Teodósio, o império
ocidental se esfacela sob as invasões bárbaras e o Bizantino, se consolida como potência.
( 7) morte de Carlos Magno. Unidade reino se desfaz. Seu filho divide reino em França Oriental, Ocidental
e Central entre seus netos. Disputas internas e invasão dos normandos, vikings (da Escandinávia)
enfraqueceram poder central. Entre 911 e 987 os carolíngios deixam o poder, que passa aos senhores da
terra.
(4 ) Após morte de Maomé, os islamitas se dividem entre um dos sogros de Maomé, seguidores dos seus
costumes (sunitas) e seguidores do seu primo e genro, Ali, os xiitas ou partido de Ali.
(21 ) Peste bubônica, que chegou de navio genovês vindo do Oriente, que matou entre 1340-1350, 1/3
dos europeus, 25 milhões.
(15) surgem primeiras universidades, que ensinam Medicina, Direito, Artes e Teologia.
(17) Na Europa surgem 140 cidades. No século XII, surgem as Corporações de Ofício, para defender
atividades dos artesãos, sapateiros, marceneiros, tecelões, etc, evitar produção excessiva (queda preços)
e de qualidade.
(18 ) papa Gregório IX cria o tribunal do santo ofício, a Inquisição, perseguir hereges e queimá-los na
fogueira.
(23 ) Martinho Lutero manifesta-se (95 teses) contra a venda de perdões dos pecados e lugar no céu pela
Igreja de Roma- “assim que a moeda cai no cofre, a alma do purgatório sai”. Foi excomungado e
perseguido.
(20 ) Início da guerra dos 100 anos, entre Inglaterra e França, por causa de disputas entre famílias reais e
território d e Flandres (hoje: na Bélgica).
( 2 ) Rei dos francos, Clóvis, do povo Merovíngio, se converte à igreja romana.
(5 ) É coroado Carlos Magno, imperador dos romanos pelo papa Leão III. Época conhecida como
Renascimento (cultural) carolíngio: criação de escolas, transcrição de textos antigos, elaboradas por
monges copistas, já na Idade Média.
( 3) Carlos Martel, um dos administrador do palácio real, líder dos Carolíngios, família a alta nobreza,
impede invasão muçulmana e os carolíngios são vistos como defensores do mundo cristão.
(6 ) O Feudalismo se estrutura no reino Franco e se propaga a Europa, inclui o costume germânico da
Suserania (rei) e vassalagem, os senhores feudais (juramento de fidelidade ao rei daquele que recebeu
terra e direito de cobrar impostos, administrar castelo, proteção das constantes guerras, e promover a
justiça).
(12) Cisma do Oriente, separação da Igreja Cristã em Ortodoxa (Bizantina) e Católica de Roma, pois esta
última impunha a autoridade do papa, disputas que levavam à excomunhão de ambos os lados.
(16 ) início expulsão dos árabes da península Ibérica e surgimento dos estados de Portugal e Espanha.
(19 ) Dante Alighieri escreveu a Divina Comédia
(11) Concílio de Latrão confirmou o celibato dos padres, proibiu que bispos fossem indicados por reis
sem o papa e o papa seria eleito por um colégio e doze (12) cardeais.
( 9) unificação dos feudos em um único estado na França. Expansão do comércio e segurança para os
interesses da burguesia.
(10) previsões de fim do mundo que não se realizaram. Diminuição invasões de vikings, diminuição
mortes pela peste e epidemias, tudo isso gerou estabilidade e crescimento da população (entre ano 1000
e 1300, a Europa saltou de 42 para 73 milhões de habitantes).
(22 ) Turcos invadem Constantinopla, fim do império romano oriental (Bizantino) e fim da Idade Média.
(13) papa Gregório VII afirmou o direito e derrubar reis e a infalibilidade da Igreja. Henrique IV, imperador
do Sacro- império romano-germânico, opôs-se e foi excomungado.
Apresentei-lhes um vídeo para que os alunos pudessem descansar após o cansativo exercício da aula
anterior: um documentário sobre o inferno segundo Dante Aliguieri, parte da sua obra “A divina Comédia”.
Primeiro, situei o momento histórico: escrito na segunda metade final da Idade Média, século XIV, Dante
reflete sobre o inferno, um lugar físico, descrito em detalhes, formado por círculos descendentes de pecados
menores até o grau máximo, a traição. No último círculo estão Brutus, Judas e o demônio, congelado pela
cintura, pois, para Dante, o inferno é um lugar frio, diferente da visão bíblica, de um lugar em chamas,
simbolismo que teve origem, como explica o documentário, da comparação que Jesus fez com um lixão de
Jerusalém, mal cheiroso e constantemente em chamas por causa dos gases da decomposição.
No vídeo, aborda-se a liberdade de escolha que cada um de nós tem entre o certo e o errado, fala-se sobre
o uso deste livro como leitura em penitenciárias, onde os presos tem dificuldade de reconhecerem-se como
pessoas más; eles dizem que fizeram o que era preciso fazer (podemos refletir se há livre-arbítrio ou invenção
de líderes religiosos ou ilusão? e se as pessoas presas, segundo as leis humanas, não estariam livres, segundo a
lei – da natureza - do mais forte?). Em outro trecho, mostra um tatuador que se inspira nos desenhos das
primeiras edições do livro de Dante em seus atuais trabalhos, para exorcizar os medos que a educação religiosa
impôs a ele.
Não sei se isto pode ser atribuído a Dante ou à época em que ele vivia, mas diz-se que o demônio depois
de cair do céu foi lançado à Terra e caiu onde hoje é o Mar morto, um lugar sem vida, salgado e com cheiro de
enxofre! De qualquer modo, o documentário termina com uma reflexão interessante: o papa João Paulo II, já
falecido, apresentou uma nova interpretação para o inferno: um estado mental (emocional) que cada pessoa se
coloca, questionando, assim, a outra tese, de que o inferno fosse um lugar!
Outras duas questões curiosas: após sair do inferno, Dante se dirigirá ao purgatório e depois para o céu,
indo na direção do hemisfério sul, orientando-se pela constelação do Cruzeiro do Sul que lhes aponta o paraíso;
Deus é simbolizado, na obra de Dante, como uma rosa branca no centro dos círculos celestiais, rodeado por
almas boas, santos e anjos.
Quadragésima quinta e sexta aulas:
Realizei um trabalho de “verdadeiro” e “falso”, valendo nota, senão eles não mexeriam um dedo (trata-se
de uma turma que o próprio professor titular não quis para lecionar, mas que me surpreendeu, pois eles disseram
que vêem à escola e gastam dinheiro em transporte apenas para assistir a minha aula!).
Eis o exercício: Assinale se as frases abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F):
1 (V) está escrito na entrada para o inferno: que abandonem a esperança quem entrar aqui.
2 (F) Dante fez uma viagem astral e conheceu o inferno como ele é.
3 (V) Dante viveu na Idade Média, no ano de 1307 depois de Cristo.
4 (V) Dante foi poeta e político, expulso de sua cidade, por disputas políticas.
5 (F) O inferno de Dante tem nove esferas (na verdade, são círculos, um pequeno detalhe!)
6 (V) Dante é pesado demais para atravessar de navio o rio Aqueronte que leva ao inferno.
7 (V) São alguns dos círculos do inferno: dos amantes, dos gulosos, dos avarentos, dos irascíveis, dos
traidores.
8 (V) O demônio encontra-se no último círculo do inferno, congelado na altura da cintura, dos traidores,
mastigando traidores como Brutus e Cassius (assassinos de Júlio César) e Judas (traidor de cristo, segundo a
tradição cristã, mas que escreveu um Evangelho e é figura sem a qual Cristo não se realizaria, segundo o mito,
como filho de Deus ressuscitado)
9 (V) O falecido papa João Paulo II disse que o inferno mais do que um lugar, é um estado emocional que
a própria pessoa se coloca, como a depressão e a tristeza.
10 (F) No documentário, os tatuadores são adoradores do demônio (na verdade, eles usam as imagens
macabras como forma de exorcizar a educação rígida que receberam.
11 (F) Os presos condenados à prisão perpétua, vistos no documentário, reconhecem-se quando lêem a
obra de Dante e acabam por reconhecer sua culpa (na verdade, eles não se vêem culpados e não são mesmo
segundo a lei da natureza, do mais forte que se opõe à lei dos homens e à, suposta, lei divina, não matarás,
embora na Bíblia, do antigo testamento, Deus mande matar homens, mulheres e até crianças, menos os bois,
pois servirão de alimento! Bonito, hein?).
Nota: ainda nesta aula falei sobre as interpretações diferentes da tradicional sobre o demônio: visto como
um auxiliar de Deus para nos testar. Falei, também, das lendas do dilúvio, um mito mesopotâmico que foi
importado e transformado em lenda cristã, a inexistência de prova de que tenha havido o êxodo dos hebreus do
Egito e as 7 pragas como desequilíbrio ecológico e não intervenção divina.
A 3➲ 22 g r a n d E
G 29 B e c k m a n 32➲ R
2 p o R t u g A l B C
E R 30➲ A A
21➲ S T R D N
E 6 t O r d e s i l h a s 8➲ 19 p I r A T a s
S 5➲ L 13➲ T C J I
4 C r I s t O v ã o * c o l o m b O A Ó L
31 R N M A M s H 25➲
➲
B A C E R A I Z
A V A u T T S U
I O * I E 20 M e m
A S 28 m a D r i M o B
N I * i
A 12➲ 7 v A s c o * d a * g A m a 27➲
E s F m
N O a
10 T u p i n i q u i n s 16 b a N d e i r a n t e s
R 15➲ S e
A 14 P e r n a m b u c O t
D 24 H O l a n d e s e s 26 c a c h a ç a
A T
S O
S
16 j e s u i t a s
(1) escola de navegação fundada pelo filho do rei de Portugal (20) governador geral que substituiu Duarte da costa e expulsou
D.João I, Infante Dom Henrique os franceses do rio de janeiro: ____ de Sá.
(2) País que aprisionou os primeiros escravos com autorização (21) trazidos em viagens de até 2 meses, em porões, que os
do Papa. levavam à morte ou à loucura, alimentados com água e mingau
(3) Navegador que superou o cabo das tormentas (sul da África). cru de milho, sentados sem poder se levantar entre vômito, fezes
(4) Navegador que chegou à América com ajuda da Espanha. e urina. Expectativa de vida: mais 10 anos.
(5) povo que os descobridores espanhóis dizimaram aos milhões (22) nome dado a casa onde morava o senhor do engenho (de
(6) tratado assinado entre Portugal e Espanha dividindo o mundo cana de açúcar) com a família: casa________.
em dois (23) franceses chegam ao litoral nordestino (hoje Maranhão) e
(7) Navegador que contornando a África chegou às Índias. fundam a França ____.
(8) Um dos itens levados das Américas para a Europa (24) Senhores de engenho, endividados, lideram insurreição
(9) Prática comercial organizada pelos países visando acumular pernambucana, pois queriam expulsão dos__________.
metais preciosos e ter uma balança comercial positiva. (25) líder dos escravos fugidos, agrupados em comunidades
(10) Pedro Álvares Cabral após descobrir o Brasil, reza duas livres (Quilombos).
missas junto aos índio........ (26) Revolta da _____, no RJ, contra impostos sobre a carne e a
(11) árvore de cujo tronco se extraía uma tinta vermelha usada cachaça.
desde a Idade Média. (27) Revolta da _______, Salvador, por causa do aumento do
(12) primeiras expedições autorizadas por Portugal no Brasil imposto sobre o sal e sobre escravos.
(13) colonizador do Brasil e fundador da vila de São Vicente: (28) pelo Tratado de ____, Sacramento (Uruguai) ficaria com a
______*______de Souza. Espanha e a Amazônia e os Sete povos da Missões, com
(14) uma das duas capitanias hereditárias que tiveram sucesso no Portugal, mas os índios guaranis, liderados por Sepé Tiaraju
Brasil resistiram, mas acabaram derrotados.
(15) montanha na Bolívia onde os espanhóis descobriram o El (29) Revolta de____: senhores de engenho no Maranhão não
Dorado um lugar mítico onde haveria muito ouro e prata aceitaram a substituição dos escravos indígenas por africanos.
(16) vieram com o 1o governador geral, Tomé de Souza para (30) Revolta de Vila _____ (1720) Portugal determinou que ouro
catequizar os índios, em 1539 e em 1553, no 2o governo geral, de fosse transformado em barras, contra mineradores e quem tinha
Duarte daCosta. dívidas com o governo. Não foi a Inconfidência mineira (1789)!
(17) expedições armadas que ingressavam no interior do Braisl, (31) Conjuração _____: jovens vindos da Europa mais a
pela capitania de São Vicente. população pobre que saqueava depósitos de alimento, fizeram o
(18) franceses fundam no Brasil, na Guanabara, a governo temer que se repetisse ali uma independência de
França ..............Antártica, apoiados pelos índios Tamoios. escravos como a do Haiti.
(19) ______ apoiados pela Holanda, Inglaterra, assaltavam (32) Tratado de _____: devolveu a Portugal os Sete povos das
embarcações espanholas, cheias de metais preciosos. Missões.
1. O Brasil Crioulo: representado pelos negros e mulatos na região dos engenhos de açúcar no nordeste
brasileiro, nas terras de Massapé e no recôncavo baiano. Depois da abolição, o ex-escravo ganhava um
pedaço de terra (fica como um agregado da fazenda, em terra dos outros) para produzir comida e comprar sal,
panos e satisfazer necessidades mais elementares. No século 19, a roda d´água e a tração animal são
substituídas pela máquina a vapor e os senhores de engenho são substituídos por empresas bancárias. Em
1963, com a ditadura militar, houve o retorno ao antigo poder dos senhores das fazendas (patronato), que
reagiram ao projeto de pagamento de salário mínimo, através da elevação do preço do açúcar.
2. O Brasil Caboclo: no século 19 e últimas décadas do séc. 20, foram para a Amazônia 500 mil
nordestinos (fugindo da seca) para trabalhar com extração de látex (borracha) das seringueiras e, por isso,
mais da metade dos caboclos que já viviam deste trabalho, foram desalojados para as cidades de Belém e
Manaus, perdendo-se a sabedoria milenar de viver nas florestas que eles herdaram dos índios. Em cada
seringal, os mestres ensinam a sangrar a árvore sem matá-la, colher o látex e depois defumá-lo em bolas de
borracha. Em cada 10-15 km raramente se encontra 200 seringueiras. Percorre-se, ainda hoje, duas vezes por
dia uma mesma estrada: de madrugada para sangrar as árvores e ajustar as tigelas ao tronco e na segunda
vez, para vertê-las num galão que levará para o rancho. Depois, trabalha na tarefa de coagulação do látex.
Além de coletor, dedicava-se à caça e à pesca e protegia-se das flechas dos índios.
Nos primeiros anos da presença dos portugueses na Amazônia, índios são escravizados para buscarem na
mata as “drogas da mata”, as especiarias, os produtos que a floresta oferece, como cacau, cravo, canela,
urucu, baunilha, açafrão, salsa parrilha, sementes, casacas, tubérculos, óleos e resinas - eles “foram o saber, o
nervo e o músculo dessa sociedade parasitária”. E isto porque nenhum colonizador sobreviveria na mata sem
esses índios que eram “seus olhos, mãos e pés”.
Há também a extração de minérios como manganês, no Amapá, e Cassiterita, em Rondônia e na
Amazônia, exploradas por uma multinacional americana – a Bethlehem Steel, cujo custo pago por ela é apenas
aquele que ela gasta para extrair e transportar o minério. Militares alemães sugeriram a Hitler que a
conquistasse, como importante ponto para a expansão germânica. Os Estados Unidos propuseram à ditadura
militar brasileira o uso da Amazônia por 99 anos para estudos.
3. O Brasil Sertanejo: No sertão encontra-se uma vegetação rara confinada de um lado pela floresta
da costa do atlântico, pela Amazônia e ao sul pela zona da mata. Nas faixas de florestas, há palmeiras de
buriti, carnaúba, babaçu, pastos raros e arbustos com troncos tortuosos devido a irregularidade das chuvas. A
criação de gado nesta região fornece carne, couro e bois para serviço e transporte, animais trazidos de Cabo
Verde, pelos portugueses, pertencendo inicialmente aos engenhos e depois a criadores especializados. Os
vaqueiros naquela época davam conta do rebanho e como pagamento separavam 1 cabeça de gado para ele
e três para o dono.
O trabalho de pastoreio moldou o homem e o gado da região: ambos diminuíram de tamanho, tornando-se
ossudos e secos de carne. Hoje, enquanto o gado cresce, alcançando ossatura mais ampla e recebe
tratamento, o vaqueiro e sua família, não. Apesar das enormes somas de dinheiro que vem do governo
federal, para ajudar os flagelados pela seca, são os “coronéis” (fazendeiros que monopolizam a terra) que se
apropriam dos recursos, “mais comovido pela perda dos eu gado... do que pelo trabalhador sertanejo”. Estas
somas de dinheiro vão para a construção de estradas e para açudes para o gado passar e beber água. Os
sertanejos permanecem itinerantes, pois vivendo por dez anos em uma propriedade, eles teriam direito a ela,
mas dependeriam de um registro no cartório, que fica distante e caro. Em contraste, políticos estaduais
concedem facilmente milhões de terras a donos que nunca as viram e que um dia desalojam sertanejos que
viviam nelas (isto chama-se “grilhagem”).
Diante de tanta miséria, o sertanejo que vive isolado no interior (diferente do que vive no litoral), tem uma
visão fatalista e conservadora sobre sua vidaPeriodicamente, anunciavam a vinda do messias –diziam “o
sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”. Um dos acontecimentos mais trágicos ocorreu em Canudos, sob
a liderança de Antônio Conselheiro, um profeta e reformador social, era visto pelos fazendeiros como
subversivo, que poderia estimular a mão-de-obra a abandonar as fazendas e reivindicar a divisão das terras.
Lá chegaram a 1000 casas. Outro fenômeno que surge no sertão é o cangaço: uma forma de banditismo,
formado por jagunços, que surgiu nas fazendas.
4. O Brasil Caipira: São os homens que dirigiam as bandeiras (exploração que adentrava ao interior do
Brasil), e a população paulista (mamelucos). Cada um deles possuía uma indiada cativa para o cultivo da
mandioca, feijão, milho, abóbora, tubérculos, tabaco, urucu, pimenta, caçadas e pesca. Lá só se falava a
língua tupi. Dormiam em redes, usavam gamelas, porongos, peneiras como as que os índios usavam, além de
armas, candeias de óleo. Consumiam rapadura e pinga. Cada família fiava e tecia algodão para as roupas de
uso diário e para os camisolões e ceroulas, para os homens e blusas largas e saias compridas, para as
mulheres. Andavam descalços, de chinelas ou de alpargatas. Não queriam apenas existir, como os índios, mas
estabelecer vínculos mercantis externos e aspirar a se tornar uma camada dominante, adquirindo artigos de
luxo e poder de influência e mando. Por um século e meio venderam mais de 300 mil índios para os engenhos
de açúcar.
As bandeiras serviam, também, mas para explorar ouro e diamantes. O padre Calógeras avalia que 1400
toneladas de ouro e 3 milhões de quilates de diamantes foram levados do Brasil-Colônia. Do ouro extraído por
Portugal quase todo foi para a Inglaterra, para pagar as suas importações, ouro que financiou a indústria
inglesa. Um novo tipo social surgia: o garimpeiro, que explorava clandestinamente o diamante, monopólio de
Portugal.
Quando Monteiro Lobato (além do sítio do pica-pau amarelo) criou o personagem Jeca Tatu , o fez como
um “piolho da terra”, uma praga incendiária que atiçava fogo à mata, destruindo as riquezas florestais para
plantar roçados, uma caricatura do caipira, destacando a preguiça, a verminose e o desalento que o faz
responder sempre: “não paga a pena” a qualquer proposta de trabalho que lhe faziam (ou entregava 50% da
produção ao patrão ou trabalhava por conta própria, pagando pelo uso da terra, com 1/3 da colheita. Outra
saída: ir para as cidades, marginalizando-se lá). O que Lobato fez foi descrever o caipira sob o ponto de vista
de um intelectual e fazendeiro, diante da experiência amarga de encaixar os caipiras no seu “sistema”. O que
Monteiro Lobato não viu foi o traumatismo cultural, o caipira marginalizado pelo despojo de suas terras, como
um produto residual natural do latifúndio agro-exportador. Somente mais tarde é que o escritor compreendeu
e defendeu a reforma agrária.
Outro tipo humano surgido foi o dos bóias-frias que vivem em condições piores do que as que vivem os
caipiras, cerca de 5 milhões de pessoas à espera da posse de terras em que possam trabalhar. Eles estão
presentes mais nos canaviais do que nas fazendas de café, isto porque os cafezais precisam de muita gente
apenas na derrubada da mata e nos 4 primeiros anos. Depois, só nas colheitas.
5. O Brasil Sulino: Foi a expansão dos paulistas ocupando a região sul do Brasil, antes dominada pelos
espanhóis, a causa que anexou esta região ao Brasil. No começo do século 18, paulistas e curitibanos vêm
para cá, instalarem-se como criadores de cavalos e muares e recrutam os gaúchos para o trato do gado. Sobre
os gaúchos (população de mestiços), estes surgem, segundo Darcy Ribeiro, dos filhos e filhas entre espanhóis
e portugueses com as índias guaranis. Havia um dito popular: “esta indiada é toda gaúcha”. Dedicavam-se ao
gado que se multiplicava naturalmente nas duas margens do rio da prata e que foram trazidos pelos jesuítas.
Com o esgotamento das minas de ouro e diamante e a pouca procura por gado do Sul, foi introduzida aqui a
técnica do charque, trazida pelos cearenses. Já a imagem do gaúcho montado em cavalo brioso, com
bombacha, botas, sombreiro, pala vistosa, revolver, adaga, dinheiro na guaiaca, boleadeiras, lenço no
pescoço, faixa na cintura e esporas chilenas, diz Darcy Ribeiro, ou é a imagem do patrão, fantasiado de
homem do campo, ou é de alguém que integra algum clube urbano (centro nativista) e não passa de folclore.
Já o “gaúcho novo”, será o peão empregado que cuida do gado, agora, mal pago, come menos e vive
maltrapilho. Apesar disso, o peão de estância é um privilegiado em comparação com os biscateiros, os que
vivem em terrenos baldios, os subocupados, que arranjam trabalhos esporadicamente, em tosquias ou esticar
os arames, todos eles chamados de “gaúchos-a-pé”. Já os que vivem como autônomos rurais, lavram o terreno
dos outros, pelo regime de “parceria”.
Mas, não se pode dizer que o povo do Sul tivesse origem apenas paulista. Havia, também lavradores
vindos das ilhas dos Açores em Portugal, que ocuparam a região litorânea, com lavoura: milho, mandioca,
feijões, abóboras, etc, enquanto outros fugiram desta “caipirização” cultivando trigo, os gaúchos, nos campos
da fronteira, com o pastoreio e os gringos, descendentes dos imigrantes europeus, viviam isolados do resto da
sociedade, o que fez com que o governo brasileiro exigisse o ensino do idioma e os recrutasse os gringos para
o exército. Com a distribuição legal de terras (sesmarias), em Rio grande, Pelotas, Viamão e missões, as
invernadas se tornam estâncias e o estancieiro se faz “caudilho”, contra ataque dos castelhanos,
acrescentando gado de outras bandas. Mais tarde, o estancieiro se tornará patrão, dono de matadouros e
frigoríficos. Os imensos campos livres do passado, agora, são retângulos, todos com donos. Entre as instâncias
há imensos corredores de aramados divisórios.
As dores do parto:
Nosso destino é nos unificarmos com todos os latino-americanos por nossa oposição comum ao mesmo
antagonista, a América anglo-saxônica, para fundarmos, tal como ocorre na comunidade européia, a nação
latino-americana sonhada por Bolívar. Hoje somos quinhentos milhões, amanhã seremos um bilhão,
contingente suficiente para encarar a latinidade em face dos blocos chineses, eslavos, árabes e neobritânicos.
Somos povos novos ainda na luta para fazermos a nós mesmos como um gênero humano novo que nunca
existiu antes. O Brasil é já a maior das nações neolatinas, com magnitude populacional e começa a sê-lo
também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura
civilização, para se fazer potência econômica, de progresso auto-sustentado. Estamos nos construindo na luta
para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma, mais alegre,
porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidade, mais generosa, porque aberta à
convivência com todas as nações e todas as culturas e porque está assentada na mais bela e luminosa
província da terra.
Tabelas extraídas da obra “O povo brasileiro”, escrita por Darcy Ribeiro (1996)
EIS AS RESPOSTAS:
Sigmund Freud Cria a Psicanálise, método de tratar neuroses,
problemas emocionais, através da conversa com o
paciente sobre a sua vida, interpretação de seus
sonhos e desejos inconscientes.
1a guerra mundial herdeiro do trono Austro-Húngaro é assassinado.