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Assim, temos o proletariado não como classe revolucionária por sua posição nas
relações de produção, o processo de exploração e alienação a que está submetido e, por
isso, é uma classe negativa, que nega isso e que realiza esta negação de forma efetiva
nos dias de luta revolucionária. Os autonomistas reformistas se limitam a pensar a
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Por obreirismo se entenda a tendência de determinadas correntes de esquerda, tal como setores do
autonomismo italiano e português, em fazer o culto do trabalhador e de uma mística autonomia operária,
abstraindo a luta de classes, e demais tendências e pressões sociais sobre os trabalhadores, o que servem
para se omitirem das lutas operárias, para se integrar nelas através do seguidismo ou então ficar apenas na
discussão teórica e cultuando um proletário que irá autonomamente e isoladamente se libertar.
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Veja Nildo Viana. Manifesto Autogestionário.
classe tal como existe, esperando dela um milagre que a fará revolucionária e enquanto
isso não podemos antecipá-la, apenas acompanhá-la.
Essa nova ideologia de esquerda, deve ser criticada e superada para o bem do
movimento revolucionário, já que tais tendências tendem a reforçar as forças
reformistas e burocráticas. As lutas operárias cotidianas não são lutas revolucionárias e
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Há todo um debate sobre isso, com as infelizes investidas de John Holoway, Mudar o mundo sem tomar
o poder. Gorz iniciou, de forma limitada e com equívocos, a crítica a esse messianismo obreirista em
Adeus ao Proletariado.
embora tendam a se tornar revolucionária 4, isso só ocorre com o tempo e as lutas
travadas e, nesse sentido, as lutas cotidianas devem ser superadas por lutas
revolucionárias e essa passagem não é automática e sim produto da luta, que envolve
todos, inclusive os revolucionários.
Superar o autonomismo reformista é uma tarefa atual do movimento revolucionário!!
Revista Formação – Publicação do Coletivo Autogestão Comunista - Ano 1, Número 01, Outubro de
2009
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Veja sobre isso Karl Jensen, “Os limites do autonomismo”.