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RESUMO
O presente texto tem o objetivo de reconstruir discursivamente um fragmento da histria
constitucional brasileira: o da passagem da guarda mxima da Constituio exercida
pelo critrio poltico mediante o Poder Moderador, durante o Imprio, para a guarda da
Constituio atravs do controle jurisdicional difuso exercido pelo J udicirio em geral,
enfocando-se, sobretudo a atuao do Supremo Tribunal Federal, o seu rgo de cpula.
Buscou-se analisar criticamente os argumentos que discutem a politizao do Poder
J udicirio e suas conseqncias para a construo da identidade do sujeito
constitucional numa sociedade que se quer democrtica, desde a problematizao das
distintas articulaes da tenso entre o Direito e a Poltica necessariamente presente no
exerccio da guarda mxima da Constituio, seja poltica, seja jurisdicional. Enfocou-
se, assim, a tenso entre autoridade e poder sempre presente na cultura jurdica
brasileira desde o Imprio, de forma a compreender, atravs da discusso sobre essa
tenso, as imprescindveis e distintas formas de articulao entre poder administrativo e
poder comunicativo levadas a efeito pelo STF no sentido de buscar fundamentar a sua
atuao, constituindo uma tradio que pode e deve ser enfocada como um permanente
processo de aprendizado. Desse modo que, da perspectiva adotada de aprendizado
institucional de longo prazo, ou seja, de construo do sujeito constitucional, os
fracassos so to relevantes quanto os sucessos alcanados. Cada captulo desse
romance institucional escrito tendo como base os anteriores. A qualidade desse
romance depende, portanto, de nossa capacidade de retomarmos crtica e seletivamente
essa histria que nos constitui.
PALAVRAS-CHAVES: IDENTIDADE; SUJ EITO CONSTITUCIONAL;
J URISDIO CONSTITUCIONAL, BRASIL; INTERPRETAO DA
CONSTITUIO, BRASIL; J RGEN HABERMAS; MICHEL ROSENFELD.