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Danças

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Frevo

Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do carnaval


pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo sincopado,
obsedante, violento e frenético, que é a sua característica principal. E
a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a ferver. E foi
dessa idéia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever, etc.) , que
se criou o nome de frevo. A primeira coisa que caracteriza o frevo é
ser, não uma dança coletiva, de um grupo, um cordão, um cortejo,
mas da multidão mesma, a que aderem todos que o ouvem, como se
por todos passasse uma corrente eletrizante. Igualmente é dançado
em salão, como marcha, sem embargo de que, por vezes, os pares se
desfaçam em roda, a cujo centro fica um dançarino, obrigado a fazer
uma letra (um passo ou uma gatimônia qualquer) depois do que é
substituído por outro e assim sucessivamente. O frevo é uma
marcha, com divisão em binário e andamento semelhante ao da
marchinha carioca, mais pesada e barulhenta e com uma execução
vigorosa e estridente de fanfarra. Nele o ritmo é tudo, afinal a sua
própria essência, ao passo que na marchinha a predominância é
melódica. Divide-se em duas partes e os seus motivos se apresentam
sempre em diálogos de trombones e pistões com clarinetes e
saxofones. Mário MeIo diz que o frevo nasceu da polca-marcha e foi
o Capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), ensaiador das bandas da

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Brigada Militar de Pernambuco, quem estabeleceu a linha divisória
entre o frevo e a polca-marcha, que começa na introdução sincopada
em quiálteras. O grande interesse do frevo está na sua coreografia...
O frevo apareceu em 1909 no depoimento de Pereira da Costa
(Renato Almeida, História da Música Brasileira, 194-5). A coreografia
dessa dança de multidão é. curiosamente. individual, ad libitum.
Centos e centos de dançarinos ao som da mesma música excitante
dançam diversamente. Raro o gesto igual, fortuita a atitude
semelhante. No delírio da mobilidade mantém o pernambucano (o
trevo está-se derramando pelo Brasil) a feição pessoal, instintiva, de
improvisação e variabilidade personalíssimas. O trevo é sempre
dançado ao som das marchas-frevos tipicas. A presença do trevo nos
salões, nos clubes carnavalescos é posterior a 1917. Neste ano,
primeiro carnaval a que assisti no Recife, estive em quase todos os
bailes, acompanhando amigos prestigiosos, e só encontrava o trevo
(dizia-se apenas o passo, fazer o passo) nas ruas. .. O termo frevo,
vulgaríssimo e corrente entre nós, apareceu pelo carnaval de 1909:
"Olha o frevo!," era a frase de entusiasmo que se ouvia no delírio da
confusão e apertões do povo unido. compacto ou em marcha,
acompanhando os clubes." (Pereira da Costa, vocabulário
Pernambucano. - Recife, 1937).

Texto: CASCUDO, Luís da Câmara. Fotos,disponível o endereço em Bibliografia.


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