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1) O apelante foi condenado por estupro de vulnerável, mas os depoimentos da vítima foram contraditórios e não permitem afirmar se houve tentativa de atos libidinosos.
2) Testemunhas e familiares afirmam que o apelante é pessoa de bem e que os fatos narrados na denúncia não são verdadeiros.
3) Diante da ausência de provas suficientes da autoria e materialidade do crime, deve ser aplicado o princípio "in dubio pro reo", impondo a absolvição do acusado.
1) O apelante foi condenado por estupro de vulnerável, mas os depoimentos da vítima foram contraditórios e não permitem afirmar se houve tentativa de atos libidinosos.
2) Testemunhas e familiares afirmam que o apelante é pessoa de bem e que os fatos narrados na denúncia não são verdadeiros.
3) Diante da ausência de provas suficientes da autoria e materialidade do crime, deve ser aplicado o princípio "in dubio pro reo", impondo a absolvição do acusado.
1) O apelante foi condenado por estupro de vulnerável, mas os depoimentos da vítima foram contraditórios e não permitem afirmar se houve tentativa de atos libidinosos.
2) Testemunhas e familiares afirmam que o apelante é pessoa de bem e que os fatos narrados na denúncia não são verdadeiros.
3) Diante da ausência de provas suficientes da autoria e materialidade do crime, deve ser aplicado o princípio "in dubio pro reo", impondo a absolvição do acusado.
Apelado: Ministrio Pblico do Estado de So Paulo Origem: processo 572/! " #$ %ara &riminal da &omarca de So &arlos' Estado de So Paulo( E)*+),O -*,./0A1' &O1E02A &3MA*A' 0O.*ES 2ESEM.A*)A2O*ES( O apelante 4oi condenado por estupro de 5ulner65el por7ue no dia 8 de 9ul:o de 2!! teria tentado praticar ato libidinoso com menina menor de ; anos( A denncia' sem atentar"se para a atual reda<o do artigo 27"A do &=digo Penal' descre5eu violncia presumida e grave ameaa 7ue esto completamente 4ora de cogita<o( Ao 4inal' a pretenso acusat=ria 4oi 9ulgada parcialmente procedente( *econ:ecida a tentati5a em grau m6>imo' a pena 4oi redu?ida a dois anos e oito meses de recluso em regime inicialmente 4ec:ado( 0o tendo :a5ido 5iol@ncia' a rigor da reda<o do tipo penal' e no :a5endo mais a 4igura da 5iol@ncia presumida' eis 7ue re5ogado o antigo artigo 22; do &P pela 1ei 2!5/!8' o 9uA?o a quo' com o costumeiro acerto' substituiu a pena pri5ati5a de liberdade por restriti5as de direitos' nos moldes legais( Para tanto' decidiu in5ocando os seguintes 4undamentos: Presentes os requisitos legais, considerando que a vtima no tem seqelas de fato, encontra-se psicologicamente bem, segundo hoe apurado, e considerando a medida socialmente recomend!vel, obetivando a recuperao do r"u maior de #$ anos, substituo a pena privativa de liberdade%%%
0o obstante o acerto da con5erso da pena' em 4ace da estrutura tApica do art( 27"A' a Defesa entende injsta a condena!"o# por entender $e os fatos narrados pela den%ncia e aprados em sede de re&lar instr!"o s"o materialmente at'picos(
Em 7ue pese o entendimento do nobre 9ulgador' a r( senten<a
prolatada Bs 4ls( ;C/;D de5er6 ser re4ormada( A pro5a col:ida no permite a4irmar 7ue os atos libidinosos tentados' se 7ue e>istiram' seriam capa?es de atingir a dignidade se>ual da 5Atima( Antes de enfrentar a $est"o da atipicidade material# compete ) Defesa $estionar se os atos li*idinosos realmente aconteceram( A4inal' ao policial militar %Enio &sar Antonelli F4l( ;8G' 7ue este5e no local logo ap=s a ocorr@ncia' a 5Atima teria dito 7ue o ru se7uer a tocou( DA A+SOLVIO POR FAL,A DE PROVAS &om pe7uenas di5erg@ncias entre os depoimentos de 4ls( !7 e 5!' 4ica claro 7ue a 5Atima aguarda5a a c:egada da esposa do apelante do lado de 4ora da resid@ncia dele( 2epois' c:amou ,5o e ele abriu o porto F4ls( 5!G( 2e plano' parece claro 7ue )io5ana entrou na casa de ,5o por li-re e espont.nea -ontade( 0o :ou5e coa<o ou 5iol@ncia( H6 no interior do im=5el' segundo a menina' o apelante teria mudado o canal da tele5iso' passando a e>ibir canal de contedo pornogr64ico e progredido B tentati5a de praticar atos libidinosos( Os depoimentos da 5Atima so con4usos e no permitem por isso mesmo a4irmar se' de 4ato' o apelante tentou praticar algum ato libidinoso( De dois modos mito diferentes a -'tima -er*ali/o o ocorrido ao dele&ado# ao ji/ e ao policial no momento do ocorrido0 " 0a 4ase policial e em 9uA?o' com algumas di4eren<as' a garota a4irmou 7ue do e5ento no ocorreu qualquer tipo de conjuno carnal' mas 7ue o apelante teria passado as mos em seus seios e em suas pernas e 7ue 7uando ele 7uis passar a mo em sua parte Antima no dei>ou( F4ls( !7 e 5!G( 2 I -oda5ia' para o policial %Enio &esar Antonelli a pr=pria menina teria dito 7ue o apelante no :a5ia encostado a mo nela( J(((K LSegundo a menina, o ru no encostou a mo nela( S= pediu para tirar a camisa(M F4ls( ;8G Sendo assim' o apelante apenas pedi para 7ue ela tirasse a camisa( 2 A menina se recso( O mesmo policial testemun:ou a negati5a dos 4atos por ,5o( J(((K L&uvi tamb"m o acusado e ele estava calmo% 'elatou que no fez nadaM( F4ls( ;8G A pala5ra do policial muito importante neste caso( A4inal' ele este5e no local momentos ap=s o ocorrido e' portanto' 7uem poderia dar o testemun:o mais 4iel dos acontecimentos( Por outro lado' a menina disse: L(m nenhum momento eu griteiM F4l( 5!G( -ambm a4irmou 7ue: L)ua irm lhe chamou no porto, onde respondeu a ela e falou para *vo que iria embora J(((KM F4l( !7G( Percebe"se' ento' 7ue ,5o n"o es*o!o nen1ma rea!"o impediti-a( Em momento algum' ,5o tentou segurar a menina em sua resid@ncia' como bem esclarecido em seu pr=prio depoimento Bs 4ls( 5!" 5erso: J(((K LEu sai da casa dele e 4ui embora( Ele n"o tento me impedir de ir embora' por$e o port"o esta-a a*erto( Foi fcil escaparM( Por =b5io 7ue durante toda a instru<o penal os depoimentos prestados pela 5Atima 4oram contradit=rios( 2"o 13 e-id4ncia da tentati-a da pr3tica de atos li*idinosos# pois em*ora ten1a dito ao dele&ado e ao ji/ $e o apelante tento tocar5l1e# o policial militar V.nio lem*ro com clare/a $e# lo&o ap6s o acontecimento# a pr6pria menina disse $e n"o fora tocada por I-o( Nuanto ao laudo psicossocial as 4ls( ##' impOe a4irmar com 5eem@ncia 7ue ele 4oi contrariado pelas pala5ras da 5Atima e a de sua me( Segundo a terapeuta ocupacional' a menor teria relatado 7ue estava se sentindo triste e angustiada' logo seria acompan:ada semanalmente pelo &*EAS I &entro de *e4er@ncia Especiali?ado de Assist@ncia Social: J(((K L+isse ter medo de sair de casa, pois acredita que pode ficar gr!vidaM( F4ls( ##G # Por outro lado' Bs 4ls( 5' a Sra( 7ristina di/ claramente $e sa fil1a n"o fico com nen1m tipo de trama pro-eniente dos fatos narrados na pe!a acsat6ria0 J(((K L,iovana est bem psicologicamente% No ficou trauma dessa histriaM( J(((K Linha filha no tem medo de sair, no ficou nenhum traumaM( J(((K Linha filha no te!e alterao de comportamento(M )io5ana esclarece a contro5rsia Bs 4ls( 5!: J(((K L(u comecei a fa-er tratamento psicol.gico, mas fui liberada(M Outrossim' ,5o nega os 4atos narrados na denncia( Sempre negou( A Sra( &ristina' me de )io5ana tambm con4irma a negati5a do apelante' diante da acusa<o 7ue l:e 4ora imputada( J(((K L*vo sempre negou os fatos narrados na den/nciaM J(((K F4ls( 5G Percebe"se em todos os depoimentos' independente de acusa<o ou de4esa' 7ue ,5o pessoa de bem' respeitado por todas as pessoas com 7ue con5i5e( A pr=pria 5Atima clara e ob9eti5a ao di?er: L& r"u para mim era vi-inho muito bom, tanto que eu no quis le!ar a conduta a srio na primeira ve?M( F4ls( 5! I 5ersoG Ps 4ls( !7 completa: J(((K LNue a declarante sempre 4oi de 4re7uentar a casa de ,5o' seu 5i?in:o por7ue se d6 muito bem com a esposa dele e "!o nunca ha!ia agido daquela formaM( A Sra( Maria %( P( &oel:o' 5i?in:a de ,5o' alega 5eemente 7ue o apelante pessoa e>celente F4ls( 5#G: J(((K L(u soube dos fatos da den/ncia, mas no acreditei que ele fosse capazM J(((K 0 esposa tamb"m no acredita no que a vtima contou ; J(((K LPara mim o ru negou a prtica dos fatosM( &ristina tambm parecia no acreditar nos 4atos' pois a 4amAlia de ,5o sempre te5e bom relacionamento com ela( J(((K L2epois do ocorrido 4alo pouco com o ru' mas nada ten1o a reclamar do r8 no per'odo anteriorM( F4ls( 5G O Sr( Qil6rio do &armo Oli5eira' con:ecido tanto da 4amAlia da 5Atima 7uanto da 4amAlia do apelante tambm a4irma as 4ls( 52: J(((K LPara mim o r"u " uma .tima pessoa, no tenho o que falar deleM( J(((K L1o ouvi nada contra o r"u posteriormenteM( J(((K L& r"u sempre negou os fatosM( &on4orme as 4ls( #' ,5o alega 7ue o relatado de )io5ana na polAcia mentira( Em seu depoimento as 4ls( 5;" 5erso rea4irma 7ue os 4atos da denncia no so 5erdadeiros( J(((K L1o aconteceram os fatosM( Ainda nas 4ls( 5;" 5erso' o apelante reitera o depoimento prestado na 4ase de in7uisiti5a: J(((K L& que a vtima fala " mentiraM( &umpre salientar ainda 7ue' segundo o ru' 9io-ana n"o fico em sa casa mais do $e dois mintos( E5idente 7ue os depoimentos no 4oram capa?es de e>trair do agente a con4isso 7ue sustentaria a pretenso ministral( Portanto' as pro5as e>istentes nos autos sobre a autoria do crime consistem nos depoimentos contradit=rios da 5Atima' pois no :a5ia no local dos 4atos nen:uma testemun:a( Ali6s' as testemun:as ou5idas em 9uA?o no presenciaram o suposto crime' cu9o conte%do se resme aos relatos contradit6rios da pr6pria -'tima( 2e 4ato' no e>istem nos autos pro5as seguras da ocorr@ncia de estupro de 5ulner65el( 5 Em 7ue pese o 5alor da pala5ra da 5Atima nesses tipos de crimes' esta no pode ser e>clusi5a para sustentar o decreto condenat=rio' principalmente quando " isolada diante da ausncia de outros elementos probat.rios( + preciso' pois' 7ue :a9a pro5a su4iciente da materialidade deliti5a e da autoria para 7ue se9a pro4erido o decreto condenat=rio( 0o caso em 7uesto' as pro5as col:idas no esto aptas a estabelecer nen:uma con5ic<o a respeito da autoria do apelante 4rente ao crime pre5isto no artigo 27"A do &=digo Penal .rasileiro( 0a d5ida' de5e ser aplicado o princApio constitucional in d/bio pro reo' impondo"se a absol5i<o do acusado( 0esse sentido os seguintes 9ulgados: LA e>ist@ncia de simples ind'cios n"o ser-em como pro-a s*stitti-a e sficiente de atoria' e' assim' para embasar decreto condenat=rio( 2( &orreta a senten<a 7ue 9ulgou improcedente a a<o penal e a*sol-e o r8 por insfici4ncia de pro-asM F-*R #$ *( I A&r 8#(!#(8275 I SP I 2$ -( I *el( Hui? Arice Amaral I 2H/ 27(!#(88CG( SApela<o crime " Estpro " Ausentes os re7uisitos tipi4icadores do ilAcito penal " Pro-a insficiente para sstentar m decreto condenat6rio " 2u5idosa a declara<o da 5Atima ante a seguran<a demonstrada " ,n4orma<o isolada da o4endida " 0en:uma pro5a e>iste em todo o curso do procedimento' apontando o ru como autor do crime denunciado " A absol5i<o do ru se impOe pela insu4ici@ncia de pro5a " Apelo do =rgo ministerial pre9udicado " pro5ido o apelo do acusado(S A 9urisprud@ncia tambm 96 entendeu 7ue em caso 4alta de pro5as' principalmente em crimes de estupro' de5e"se pre5alecer a absol5i<o do acusado( O Pro4essor *en Ariel 2otti 96 di?ia2 :# d$!ida jamais pode autorizar uma sentena condenatria;( Sendo assim' a absol5i<o com 4ulcro no art( #DC %,, do &=digo de Processo Penal de rigor' principalmente por no ter restada compro5ada B autoria do delito imposto ao apelante( DA A,IPI7IDADE C &aso se entenda 7ue o ru tentou mesmo praticar atos libidinosos com a garota' a 2e4esa passa a demonstrar a inocorr@ncia de crime( A lei 2(!5/!8 acrescentou ao &=digo Penal o artigo 27"A' contendo o tipo penal de estupro de 5ulner65el( %e9amos: L-er con9un<o carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de ; Fcator?eG anosM( A e>presso ou praticar outro ato libidinoso est6 atrelada B elementar Lcon9un<o carnalM' re5elando 7ue o contedo da e>presso Loutro ato libidinosoM s= pode ser encontrado pela an6lise do 7ue se9a Lcon9un<o carnalM( 1ogo' o ato li*idinoso de-e ter a mesma &ra-idade $e a conjn!"o carnal# so* pena de n"o preenc1imento da elementar e conse$ente atipicidade da condta( Percebe"se 7ue a estrutura tApica' 7ue rene num mesmo tipo a Lcon9un<o carnalM e Loutro ato libidinosoM e>ige uma nica interpreta<o( 0o so dois tipos penais em reda<Oes autTnomas' mas duas condutas inseridas no mesmo conte>to normati5o a indicar e e>igir o mesmo grau de 5iola<o ao bem 9urAdico( Ora' por =b5io 7ue uma apalpadela ou uma Luma passada de mosM no o4ender6 a dignidade se>ual com a mesma gra5idade do coito 5agAnico( <a-eria# inclsi-e# ofensa ao princ'pio da proporcionalidade( A4inal' algum 7ue passasse as mos na perna de uma crian<a seria apenado com a mesma pena destinada a 7uem praticou c=pula 5agAnica ou anal( 1ogo' para condenar algum pela pr6tica de estupro de 5ulner65el em decorr@ncia de ato libidinoso' ser6 preciso concluir 7ue o ato se re5este da mesma gra5idade da con9un<o carnal( A mesma conse7u@ncia se e>trai da 9un<o do estupro e do atentado 5iolento ao pudor empreendida pela re4orma da 1ei 2!5/2!!8( O atentado 5iolento 7 ao pudor continuou criminali?ado no interior do atual art( 2# do &P FprincApio da continuidade tApico normati5aG' mas a atual estrutura tApica impTs no5a interpreta<o( ,sso demonstra 7ue a ati5idade do legislador de5e ser prudente e 7ue re4ormas no sistema penal podem gerar mudan<as interpretati5as pro4undas( &omo a4irmamos' a partir da re4orma o estupro e o atentado 5iolento ao pudor praticados em um mesmo conte>to passaram a constituir crime nico' ao contr6rio do 7ue a antiga estrutura bin6ria dos crimes permitia( A atal reda!"o do arti&o =>?5A n"o permite otra interpreta!"o( O o ato li*idinoso 8 &ra-e como a conjn!"o carnal @-(&(# seAo oral# analB o o fato 8 at'pico( ,rata5se de imposi!"o do princ'pio da le&alidade estrita( 0esse sentido' a li<o da doutrina de )usta5o Hun7ueira: & ataque de inopino no qual se pratica ato libidinoso permite configurar a nova redao do crime de estupro3 1a antiga redao prevalecia na urisprudncia que sim, mas a mat"ria vinha sendo melhor analisada no sentido de que apenas deve configurar o crime a conduta que viola de forma grave a liberdade se4ual% & tapa nas n!degas por parte de rapa- que passa correndo ou o beio roubado daquele que aproveita descuido ao cumprimentar moa no pode ser considerado crime hediondo% )e a ofensa 5 liberdade se4ual " mnima, a atitude deve ser compreendida, no m!4imo, como importunao ofensiva ao pudor, desde que presentes as elementares da contraveno penal, como ! ensinava 6ittencourt% )e no configura a contraveno, " fato materialmente atpico% 7omo argumento de reforo 5 interpretao restritiva da e4presso ato libidinoso para fins de configurao do estupro, acrescentamos outro argumento2 partindo da premissa que a lei no usa palavras in/teis, " necess!rio esforo interpretativo para entender por que a lei utili-a a e4presso conuno carnal ou outro ato libidinoso, ! que a conuno ", em si, ato libidinoso, e a redund8ncia seria desnecess!ria% 0 melhor ustificativa " que se trata de interpretao anal.gica, ou sea, ap.s a enumerao casustica conuno carnal segue-se cl!usula gen"rica ato libidinoso, cua interpretao deve ser restritivamente, para D abranger apenas atos com intensidade semelhante 5 conuno carnal, quedando afastadas importuna9es menores% :+ireito Penal% ;$< edio% )o Paulo, '=, >$;$% p% ?$@-?$AB Obser5a"se 7ue o artigo 27" A do &=digo Penal no 4oi 5iolado no caso em tela( Principalmente por7ue a di&nidade seAal da menina n"o fora -iolada( Ademais' o apelante no te5e con9un<o carnal e nem praticou outro ato libidinoso de igual gra5idade com a menor( 2e 4ato' no :ou5e o4ensa ao bem 9urAdico protegido( O depoimento do policial %Enio claro nesse sentido: J(((K LSegundo a menina, o ru no encostou a mo nela(M F4ls( ;8G &ontudo' con5m salientar 7ue o no5o tipo penal ap=s descre5er a con9un<o carnal com ncleo" tApico emprega claramente a e>presso Lou praticar outro ato libidinosoM( O modo de constru<o do tipo em an6lise re5ela 7ue o legislador empregou a t"cnica da interpretao anal.gica' o 7ue 4a? e>igir 7ue o ato libidinoso ten:a a mesma potencialidade lesi5a do coito 5aginal( 0esse sentido a doutrina de )usta5o Hun7ueira( LA mel:or 9usti4icati5a 7ue se trata de interpreta!"o anal6&ica' ou se9a' ap=s a enumera<o casuAstica Lcon9un<o carnalM segue"se cl6usula genrica Lato libidinosoM' cu9a interpreta<o de5e ser restriti5amente' para abranger apenas atos com intensidade semel1ante ) conjn!"o carnal# $edando afastadas importna!Ces menores(M Sendo assim' a mera importuna<o consistente em tirar a blusa' ou ainda o ato de passar as mos sobre os seios da 5Atima' no o4endem o bem 9urAdico e a dignidade se>ual com a mesma gra5idade da con9un<o carnal( &erti4icamos tal ato atra5s do depoimento prestado pela 5Atima Bs 4ls( !7: 8 J(((K L*vo passou a mo em seus seios e perna por sobre a roupaC que ele no colocou o pnis dele para fora, somente passou a moM( Mas a matria 5em a ser mel:or analisada na no5a reda<o' no sentido de 7ue apenas de5e con4igurar o crime a conduta 7ue -iola de forma &ra-e a li*erdade seAal' o 7ue no ocorreu no caso em tela( 0o obstante' o ato libidinoso de5e possuir gra5idade similar a con9un<o carnal F5ia 5aginal ou analG' como por e>emplo' a 4ela<o ou a penetra<o com ob9etos( 0esse sentido )usta5o Hun7ueira nos ensina: L&omo argumento de re4or<o B interpreta<o restriti5a da e>presso Lato libidinosoM para 4ins de con4igura<o do estupro' acrescentamos outro argumento: partindo da premissa 7ue a lei no usa pala5ras inteis' necess6rio es4or<o interpretati5o para entender por 7ue a lei utili?a a e>presso Lcon9un<o carnalM Lou outro ato libidinosoM' 96 7ue a con9un<o ' em si' ato libidinoso' e a redundEncia seria desnecess6ria(M F2ireito Penal( !$ edi<o( So Paulo' *-' 2!!( p( #!D"#!8G( 2iante da inser<o no mesmo tipo penal' o ato libidinoso constitui 4ormula genrica 7ue de5e ser e7uiparada B con9un<o carnal' a 4=rmula casuAstica( Mesmo 7ue este 9uA?o entenda 7ue os 4atos narrados na pe<a acusat=ria se9am 5erdadeiros' de5e"se le5ar em considera<o 7ue ,5o no praticou nen:um outro ato libidinoso re5estido de gra5idade e7ui5alente a con9un<o carnal( As condutas impr=prias descritas na denncia no podem ser consideradas crime :ediondo( Se a o4ensa B liberdade se>ual mAnima' a atitude de5e ser compreendida' no m6>imo' como importuna<o o4ensi5a ao pudor' desde 7ue presentes as elementares da contra5en<o penal: #rt% &' da (ei de )ontra!eno *enal+ ,"mportunar algum, em lugar p$blico ou acess-!el ao p$blico, de modo ofensi!o ao pudor.% ! A lu? das pro5as produ?idas nos autos pode"se constatar claramente 7ue no esto presentes em nen:um momento os elementos da contra5en<o penal( /ma 5e? no con4igurada se7uer a contra5en<o penal' o fato 8 materialmente at'pico( 2aA conclui"se 7ue os atos narrados na denncia so atApicos em 4ace do artigo 27"A do &=digo Penal( Mister ainda tra?er a baila 7ue se a condena<o imposta pelo 9ui? L a 7uoM ao apelante pre5alecer' conse7Uentemente os princApios da ra?oabilidade e da proporcionalidade estaro sendo 5iolados( DO PEDIDO Ante o e>posto' re7uer"se a admisso do presente recurso e no mrito 7ue a r( senten<a monocr6tica se9a re4ormada para absol5er ,5o Sil5a de Rarias com 4ulcro no artigo #DC' %,,' do &=digo de Processo Penal( Sendo superada a primeira tese re7uer"se' o col:imento da atipicidade' para absol5er o apelante' :a9a 5ista a sustenta<o 9urAdica supramencionada' por ser medida de 2ireito e de Husti<a( -ermos em 7ue' Pede de4erimento( So &arlos' de maio de 2!( Lcas 7orr4a A*rantes Pin1eiro +efensor P/blico do (stado de )o Paulo Daiara Fornasier Dorone (stagi!ria de +ireito- +efensoria P/blica do (stado de )o Paulo