Vous êtes sur la page 1sur 12

Introdução ao Direito

Aula 03 e 04

Ementa:
– O que é Moral; – Ordem Jurídica; – Noções históricas do Direito Romano –
Direito Público e Direito Privado; – Sistemas jurídicos; – Codificação

MORAL

(texto com base na obra “Direito, Justiça, Virtude Moral e Razão” de Moacyr
Motta da Silva, Editora Juruá, 2003)

O Que É MORAL Segundo: Platão, Aristóteles, Hobbes, Kant, Hegel, Scheler e


Hartmann.

1- PLATÃO: (Atenas,428a.C – 348a.C) PENSAMENTOANTIGO

Busca explicar a noção de justiça a partir de 3 categorias: a) virtude moral; b)


virtude política; c) razão

A concepção da palavra virtude, busca a idéia de “bem” e “bom”. Tem 2


categorias:
a) virtude técnica: tarefas voltadas ao ofício, aprendidas pela educação e
experiência. Ex: navegador, médico, sapateiro, músico.
b) virfude intelectual: b.l) moral, b.2) política

Virtude Moral e Virtude Política, são unidade moral do homem.


As duas buscam garantir a ordem jurídica. São vistas como formas de alcançar o
progresso do homem. São expressão do bem, considerado o elemento de maior valor do
homem.

BEM = enquanto utilizada a razão e o conhecimento na busca pela verdade. É a


razão que faz o homem distinguir entre o bem e o mal.

VIRTUDE MORAL:
Designa forma de vida justa e honrada.
Regra de convivência em sociedade balizada pela honra e justiça.
Tem início na família – aqui são construídos os princípios da VM.
Ex: respeito pela família, obediência hierárquica, cidadão x Estado.
É a boa vontade que nasce no homem a partir da educaçâo voltada a esse fim.É o
aperfeiçoamento que vocaciona o homem ao bem.

VIRTUDE POLÍTICA:
Segundo a teoria da educação, é o ensino de princípios, de condutas destinadas a
formar o cidadão para a administraçâo do Estado.
=ADMINISTRAR O ESTADO COM Justica=
2 – ARISTÓTELES: (Macedônia, 384 a.C – 322 a.C ) P. ANTIGO São duas as
formas de excelência (Virtude): a)intelectual ; b)moraL

EXCELÊNCIA INTELECTUAL:
Nasce da instruçâo, experiência e tempo.
Há pessoas que são boas por natureza, pelo hábito ou pelo ensino – enquanto
educacão que ensina o bom, o útil, a garantia da ordem e a justiça.

EXCELÊNCIA MORAL:
Nasce do hábito, dos costumes, da inteligência de discernir entre o bem e o mal. É
concretizada através da ação humana que deve buscar o bem através da utilidade. A ação,
os meios e os fins – devem ser morais, para que a acão seja considerada MORAL.
O maior bem da EM é a juusti a. O homem, ser racional, desenvolve a idéia do
bem, do justo e passa a formar uma tábua de valores éticos.

3 – THOMAZ HOBBES: inglaterra 1588 – 1679) Pensamento Moderno


Obra: “O Leviatã” – influência de Platão e Aristóteles.
Hobbes teoriza a categoria virtude em 2 ambitos:
a)intelectual: natural (experiência) e adquirido (educação)

b) moral: funda-se na vontade do espírito para a realização do bem em


sentido universal
Na filosofia moral a PAZ constitui o bem maior a que o homem aspira.
A PAZ é encontrada através da prática da justiça, humildade, perdão,
prudência, coragem, amor, etc).
Fundamentos: educação é o maior bem moral de um povo. Assume o
sentido de solidariedade, de amor ao próximo. Educar os membros da
sociedade a fim de constituir uma sociedade justa. Prudência e misericórdia
como forma livre e consciente de agir moral correspondem à idéia do bem.

A ausência da moral em sociedade, predispõe o homem à ganância, à ingratidão, à


arrogância, ao orgulho e a outras iniqiiidades.

Nenhuma teoria moral se sustenta com desrespeito à dignidade, considerada um


dos valores supremos da pessoa humana. O homem constitui o centro de todas as esferas
de valores. Os valores morais e espirituais encontram-se na escala mais elevada dos
valores do homem.

O valor moral nasce da experiência, do talento de discernimento.


4 – KANT: (Prússia, 1724 – 1804) Pensamento moderno

O estudo da moral desenvolve-se em 2 âmbitos:


a) antropologia moral: ciência do homem. Ser humano como agente moral; b)
metafísica moral: conhecimento racional da moral

ANTROPOLOGIA MORAL :Tem o homem como centro da atenção moral. Vê a


natureza humana com uma tendência para o mal por causa da subjetividade do ser,
causada pela ausência de força moral, fraqueza, fragilidade humana. Teoriza a educação
como meio para construir-se a consciência moral entre os homens.

METAFÍSICA MORAL: Nem todo o conhecimento nasce da experiência, ao


contrário de Platão, Aristóteles e Hobbes.
Há um conhecimento que independe de impressões subjetivas, de natureza
individual. É o conhecimento puro, “a priori”.
Moral = razão pura, razão universal e não particular.
Age de maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de
qualquer outro, sempre e simultaneamente corno um fim e nunca como um meio. O
imperativo categórico volta-se para o sentido ético como guia para a sociedade política.

Ética: a ciência que investiga a conduta livre, consciente e responsável do homem.


A ética representa parte da filosofia que tem por objetivo os valores que orientam
o comportamento humano em suas relações existenciais. O conceito de ética volta-se para
um sentido universal A ética constitui pauta de valores que se estruturam em harmonia
com a sociedade. Todo valor tem por fundamento o “dever ser” – criado pela razão como
condição necessária e universal destinado a regular o modo de agir ou deixar de agir.

O direito positivo representa a capacidade do ser humano determinar-se para viver


em sociedade política organizada pela uso da razão. peis)

5 – HEGEL: (Alemanha, 1770 – 1831) Pensamento Moderno

Em relação aos demais, tem visão multidisciplinar.


Viveu durante a 1' Revolução Industrial Na Alemanha ocorria o fim da dominação
francesa de Napoleâo Bonaparte, Tratado de Viena, idéias de liberdade e nacionalismo
que o inspiraram a teorizar os fundamentos da Moralidade Objetiva = Eticidade – idéias
marcadas pelo pensamento de Kant.
Eticidade= corresponde à vida ética de um povo fundado na idéia de liberdade. O
ser despoja-se de si para integrar-se ao meio social. O conceito não se completa apenas
com a idéia do bem. É necessária a passagem da vontade subjetiva livre para a vontade
objetiva, como dado real concreto. O ser assume deveres éticos perante a sociedade.
Hegel elege 3 instituições que dão partida à M.OBJ: família, sociedade civil e
Estado.

6 – SCHELER: (Alemanha 1878 – 1928) Pensamento Moderno

Max Scheler integra a corrente filosófica dos pensadores que investigam os


problemas éticos, morais, religiosos e sociais sob o ponto de vista fenomenológico.
Estuda os valores como expressões do ser, imanentes das emoções das experiências, das
manifestações dos sentidos.

Categorias: virtude, valor e humanismo.

Investiga manifestações emocionais a partir da experiência. Fenomenologia é o


método destinado a interpretar a natureza humana, particularmente as emoções.

Os valores éticos, os valores morais constituem dados da realidade humana. É a


experiência emocional que dita o valor no sentido positivo ou negativo.

A idéia de virtude denota qualidade inerente ao homem do ângulo moral. A maior


expressão da virtude apóia-se no amor, vontade interior que se encontra em potencia em
todo ser humano e funda-se na solidariedade humana – que viabiliza a vida em sociedade.

O ódio, rancor, ressentimento provocam a destruição dos valores éticos e morais.

Enquanto Hegel procura interpretar a historia da humanidade corno processo


racional do homem, Scheler teoriza a história do homem como processo de sentimento,
do humanismo. – inspiração em Platão “ o homem é a medida de todas as coisas”.
7 – HARTMANN: (Alemanha 1882 – 1950) Pensamento moderno

Busca compreender o valor moral e a razão.

VALOR MORAL:
O conceito de valor moral parece ter origem na consciência do ser espiritual,
como fenômeno de Natureza existencial. O ser espiritual elege o valor moral a partir de
sua realidade histórica. Trata-se de juízo de valor que o ser desenvolve como processo
existencial.

Hartmann utiliza parte da teoria moral de Kant ao vincular o conceito de valor


moral aos fundamentos da razão.
Aceita a concepção através da qual o ser espiritual em sua trajetória histórica
constrói pelo conhecimento novos valores porem sem o caráter do “dever ser”. Foca o
agir no sentido do bem na escala mais elevada.

RAZÃO:
Esse conceito apóia-se no conhecimento do ser. A razão como faculdade do
intelecto opera como a memória, a imaginação. Constitui a razão a baliza que orienta os
impulsos, as emoções, sejam no sentido positivo ou negativo.

NOÇÕES DE DIREITO ROMANO:

introdução para enfender sistemas jurídicos, diferença entre Dto Público e Dto
Privado e fontes do Direito)

(Obra base: Direito Civil, Parte Geral. Silvio de Salvo Venosa. 5‘ ed. 2005. Ed.
Aílas. São Paulo)

Conceito de Direito liomano: é o complexo de normas jurídicas que vigorou em


Roma e nos países dominados pelos romanos há mais ou menos 2000 anos.

O Dto Romano nunca morreu. Suas instituições revelaram-se como uma arte
completa e uma ciência perfeita. Sempre almejou uma cultura jurídica superior.

Finalidade do estudo: dar ao iniciante do curso de Dto fundamentos principais do


Dto em geral

Ao pesquisar as origens do nosso Dto inevitavelmente retornamos às fontes


romanas.

Os Estados de direito ocidental, como o Brasil, herdaram sua estrutura jurídica do


Dto romano. Não existe nenhuma legislaçâo tão antiga mais conhecida que a romana.

3 importâncias fundamentais do estudo:


a) importância histórica
b) modelo jurídico – desenvolvimento do raciocínio jurídico
c) seu maior valor está no fato de ter causado profunda revolução no
pensamento jurídico chegando a ser como o próprio cristianismo um
fundamento básico da civilização moderna.
FASES DO DIREITO ROMANO:

a) período régio: da data convencional da fundação de Roma (754 aC) até


a expulsão dos reis em 510 aC;
b)período da República: de 510 aC até a instauração do Principado com
Otaviano Augusto em 27 aC;
c) período do Principado: de Augusto até o imperador Diocleciano – 27
aC a 284 dC;
d) período da Monarquia Absoluta: de Diocleciano até a morte de
Justiniano em 565 dC.
a) período régio: da data convencional da fundaçâo de Roma (754 aC)
até a expulsão dos reis em 510 aC.

Fase essencialmente legendária.


Roma era formada por trabalhadores do campo que viviam da cultura do solo e da
criação de animais.
O regime familiar era patriarcal, sob a chefia de um “pater famílias” – possuía
poder absoluto no meio familiar.
Perante a sociedade, o rei exercia papel na justiça criminal.
FONTES de Dto: costumes e as “leges regiae”: impostos, serviço militar, serviço
eleitoral, voto.
Nessa época Roma inicia suas conquistas.

b)período da República: de 510 aC até a instauração do Principado com


Otaviano Augusto em 27 aC.

A realeza teria terminado de forma violenta.


O poder é passado a dois dirigentes ou cônsules – Senado ganha importância
política.
Os plebeus conseguem a criação do “tribuni plebis” e posteriormente a
codificação do dto ate então costumeiro.
A lei das XII Tábuas surge entre um conflito da plebe e o patriciado. É a primeira
noticia de dto escrito. Traz no seu conteúdo embriões de modernos institutos de Dto Civil
e Penal. – 450 aC

c) período do Principado: de Augusto até o imperador Diocleciano – 27


aC a 2S4 dC.

Período de maior poderio de Roma.


O monarca assume poderes soberanos.
FONTES de dto : costumes, leis, editas dos magistrados.

d) período da Monarquia Absoluta: de Diocleciano até a morte de


Justiniano em 565 dC.
O centro de interesses do império desloca-se para Constantinopla.
Burocracia toma conta de todas as instituições. – (herança)
O imperador passa a deter todos os poderes.
A legislação é em geral comum aos dois impérios. FONTE: as
constituições imperiais.
Distingue-se uma evolução interna no Dto Romano dividindo-o em “ius
civile” e “ius gentium”.
IUS ClVIZE
O romano é prático e submete-se à lei na medida de sua utilidade. A utilidade é
para o espírito romano a fonte verdadeira e suficiente para justificar o direito.
Os pontífices, juristas canônicos interpretam o direito divino FAZ. Os juristas
leigos vâo interpretar o direito dos homens IUS.
Compreendia tanto o Dto Público como o Dto privado.
Entende-se que o dto não é infalível nem imutável devendo atender às
necessidades sociais. Predomina o formalismo.
Fontes: costumes e a lei das XII Tabuas.
Roma parte para a lei escrita quando percebe que a incerteza do costume já não
satisfaz a suas necessidades.
Nunca a codificação foi responsável por uma estagnação no direito.

IUS GENTIUM
O “ius civile” convinha a uma cidade de estreitos confins.
À medida que o estado romano trava contato com outros povos, aumentando os
contatos com estrangeiros, o excessivo formalismo do “ius civile” torna-se insuficiente e
inconveniente.
Roma deixa de ser uma cidade essencialmente agrícola para tornar-se um centro
de atividade comercial.
Surge um dto mais elástico apropriado aos estrangeiros e ao comércio – +- um dto
internacionaL
Esse sistema tinha muita relação com o direito natural inspirado no bom, justo e
eqiiitativo.
Com o “ius gentium” o “ius civile” ameniza-se, torna-se menos formalístico.
O centro político do império transfere-se ao Oriente (Constantinopla) enquanto
Roma cai nas mãos dos bárbaros.

CODIFICAÇÃO DE Justiniano

Uma obra importante é imposta por um governante esclarecido e feita por


verdadeiros juristas.
A obra legislativa de Justiniano não entra em vigor no Ocidente devido ao
isolamento desde do império do Oriente e ao fracasso de Justiniano em reconquistar os
territórios invadidos pelos germânicos.
Essa codificação compreende 4 obras: O CÓDIGO (CODEX), O DIGESTO, AS
INSTITUTAS E AS NOVELAS.
Sua grandeza reside no fato de ser a última criaçâo da ciência jurídica romana.
Sua importância é tão grande para o dto moderno como o foi a Lei das XII Tábuas para o
direito antigo.
CÓDIGO – CODEX
Feito em 2 anos.É obrigatório como lei do império.
Começa com uma invocação a Cristo. Fontes do dto. Dto de asilo. Punções dos
agentes imperiais. Processo. Dto privado. Dto penal. Dto administrativo e Dto fiscal.

DIGESTO
É obra mais completa que o Código e ofereceu maiores dificuldades em sua
elaboração.
Nunca houve um trabalho assim antes.
Codificou e reuniu todo o dto clássico.

INSTITUTAS
São um breve manual de estudo.
NOVELAS
A maioria foi editada em língua grega e contém reformas fundamentais como no
direito hereditário e no direito matrimonial.

A compilação torna-se uma ponte que liga o direito contemporâneo ao Direito


romano clássico, já que o sistema dos povos romano-germânicos é nela baseado.

No século XIX surge na Alemanha uma proposta de restituir a verdade histórica


do Dto Romano, com Savigny, reencontrando a universalidade do Dto Romano.

DIREITO CIVIL BRASILEIRO E DIREITO ROMANO

A história de nosso dto está ligada a Portugal, que por sua vez recepcionou o Dto
Romano, assim como França, Alemanha, Espanha, Itália e qse todos os países do
Ocidente.
Em Portugal, temos: 1446 Ordenações Afonsinas
Início do séc. XVI Ordenaçôes Manuelinas
1603 Ordenações Filipinas
Código Civil 1867

Brasil Colonial: a legislação portuguesa com base no dto romano teve incidência
até 1916 com a promulgação do C6digo Civi1

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO:

A distinção entre dto público e privado na vida prática não tem a importância que
alguns juristas pretendem dar. O Direito deve ser entendida como um todo. Fazemos,
porém, a distinção entre o dto privado e o dto público por motivos didáticos e para
favorecer a pesquisa.

Em que pese às dificuldade em dividir os dois grandes compartimentos, é preciso


optar por um critério.

Melhor será considerar como direito público o direito que tem por finalidade
regular as relações do Estado, dos Estados entre si, do Estado com relação a seus súditos,
quando procede com seu poder de soberania.
EX: D. Constitucional (base), Penal, Administrativo, Financeiro, Internacional
Público, Internacional Privado, Processua1

Direito privado é o que regula as relações entre particulares naquilo que é de seu
peculiar interesse.
EX: D. Civil (base), Comercial, Trabalho.

Modernamente há compartimentos de direito e os chamados microssistemas como


o CDC que muitos defendem como um terceiro gênero denominado direito social.

Teorias:

Segundo Ronaldo Poletti, em 1ntrodução ao Direito, Saraiva, 3" ed, 2006:

1. Teoria do Interesse e Teoria Romana:


Direito Público romano é o que provêm do povo romano – “res publica”.
Direito Privado é o que concerne aos bens dos particulares.
A diferença entre o Estado Romano e o Estado Moderno: em Roma não havia o
sentido do Estado NacionaL Era apenas sinônimo de Império ou República.
Para os modernos, o direito público é o dto do Estado, enquanto garantia de
liberdade e limitação do poder do Estado.
O critério do interesse é vão. Quase sempre o interesse pííblico e o privado se
confundem. Ex: Família é interesse privado, no entanto, tem grande valor à sociedade,
logo, as normas de dto da família são públicas.

2. Teoria da Natureza da Relação:


Determinadas relações são reguladas pelo dto público e outras pelo dto privado
dependendo das partes envolvidas e da sua posição perante o conceito de igualdade que
as preside.
Se a igualdade entre as partes for absoluta = dto privado
Se a igualdade entre as partes for relativa = dto público
Segundo Paulo Nader, em Introdução ao Estudo do Direito, 30' ed, 2008:
1. Teoria Monista de Hans Kelsen:
Todas as formas de produção jurídica se apóiam na vontade do Estado, inclusive
os negócios jurídicos firmados entre os particulares, que apenas realizam a
“individualização de uma norma geral”. Todo o dto é público.

2. Teorias Dualistas: teorias substancialistas e teorias formalistas:

2.1 TEORIAS SUBSTANCIALISTAS: (conteíído)

2.1.1 Teoria do Interesse em jogo: (ULPIANO) denominada clássica ou romana, é


a mais antiga. O dto público é o que se liga ao interesse do Estado Romano. Privado é o
que corresponde à utilidade dos particulares. Motivos que levaram os romanos a essa
diferenciaçâo: a) a necessidade de separação entre as coisas do rei e as do Estado; b)
vontade de conceder algum dto aos estrangeiros.
2.1.2 Teoria do fim: (SAVIGNY E STAHL) tem por base a finalidade da norma
jurídica. Quando o dto tem o Estado como fim e os indivíduos ocupam lugar secundário
caracteriza-se o dto público. Quando as normas têm por finalidade o indivíduo e o Estado
apenas figura como meio, o dto é privado.
Esse critério também não satisfaz. Ex: se o Estado adquirir um bem imóvel. Trata-
se de legislação civil – de dto privado e não público só pq o Estado é uma das partes no
contrato.

2.2 TEORIAS FORMALISTAS: (forma)

2.2.1 Teoria do titular da açâo: (TH' Se a iniciativa da ação compete ao Estado o


dto é público; se a movimentação judicial for da competência dos particulares o dto é
privado.
FALHA: há normas de dto público que sendo violadas a ação fica na dependência
da iniciativa privada.
2.2.2 Teoria das normas distributivas e adaptativas: (KORKOUNOV) o Direito é
uma faculdade de se servir a algum bem. A utilização dos objetos se faz por distribuição
ou por adaptação. O dto privado é distributivo e o público é adaptativo. Os bens que não
podem ser distributivos, ex: um rio navegável, impõem seu aproveitamento mediante
adaptação.
FALHA: inadequação ao Dto Penal – a sanção tem caráter distributivo mas é de
âmbito público.

2.23 Teoria da natureza da relaçâo jurídica: (A MAIS EM VOGA)


Quando a relacão for de coordenação, isto é, quando o vínculo se
der entre particulares num mesmo plano de igualdade, a norma será de dto
privado. Quando o poder público participa da relação jurídica impondo sua vontade, a
relação jurídica será de subordinação e a norma de dto público.

SISTEMAS Jurídicos

Toda sociedade política possui seu próprio ordenamento jurídico. Nele há um


conjunto de normas ditadas para ter vigência sobre essa determinada sociedade. Nem
sempre, porém, a sociedade política juridicamente ordenada em Estado terá o mesmo
ordenamento jurídico.
Ao iniciante do estudo do Dto é importante conhecer a diversidade de
ordenamentos jurídicos.
Sistema jurídico: é um agrupamento de ordenamentos unidos por um conjunto de
elementos comuns, tanto pelo regulamento da vida em sociedade como pela existência de
instituições jurídicas e administrativas semelhantes.
Ordenamentos de um mesmo sistema jurídico partem dos mesmos pressupostos
filosóficos e sociais, dos mesmos conceitos e técnicas, embora com adaptações às
situações que lhes são particulares.
O estudante de Direito deve estar em condicões de situar o Direito de seu país
dentro dos vários sistemas existentes, da mesma forma que deve enquadrar sua nacão em
um contexto histórico.

Sistemas jurídicos do mundo contemporâneo:


-ROMANO-GERMÂNICO
-COMMON LAW
-SOCIALISTAS
-FILOSÓFICOS OU RELIGIOSOS

ROMANO-GERMÂNICO

As normas surgem vinculadas a preocupações de justiça e moral. Predomina a lei


como fonte de direito.
O Direito Civil é a base de todo o Dto.
Os herdeiros desse sistema sãos os herdeiros do Direito Romano. Estende-se da
América Latina a uma grande parte da África e a países do extremo Oriente como o
Japão.
Fala-se do surgimento do sistema romano-germânico a partir do século XIII, pois
antes o direito feudal era assistemático.
Esse sistema se fundou exclusivamente sobre uma comunidade de cultura sem
qualquer conotação de significado político, ao contrário do “Common Law”.
Cristianismo x Direito Romano = O Cristianismo entendia que o Dto Romano era
pagão. Santo Tomás de Aquino, no séc. XIII convenceu o Cristianismo que os princípios
do justo e eqiiitativo do Dto. Romano amoldavam-se perfeitamente à religião cristã.
Até então, nas Universidades era estudado o CORPUS Juris de Justiniano. Porém,
surgiu uma corrente inovadora, denominada Escola de Direito Natural, que introduz a
noção dos direitos subjetivos que inexiste na tradição romana.
Essa Escola defende ainda a existência de uma direito perene, permanente,
imutável, comum a todos os povos => influenciou o ramo público e no privado
permaneceu o estilo da tradiçâo romana.
Os princípios mais apontados no Dto Natural são: direito à vida, à liberdade, à
participação na vida social, à união entre os seres para a criação da prole, à igualdade de
oportunidades.
O motivo fundamental que canaliza o pensamento do Direito Natural é a
permanente aspiração de justiça que acompanha o homem.

Direito Japonês - segue o modelo ocidental romano. CC de 1898 segue os rumos


do CC Alemão. A partir de 1945 há influência do dto americano sobre as normas
públicas.

COMMON LAW

Inglaterra, EUA, Canadá.


Foi elaborado com base no direito costumeiro e hoje é baseado em decisões
judiciais. As soluções e o próprio direito são casuísticos.

Inglaterra: precedentes judiciais. Direito comum a toda a Inglaterra. Existe lei e


desempenha papel importante. São particularizadas e não gerais.

EUA: ts com a Inglaterra


Aqui há o federalismo, há um dto federal e um dto dos Estados
Há hierarquia entre a Constituição Federal e as Estaduais, a Corte Suprema
Federal é a guardiã final da CF.
As situações de dto bancário e trabalhismo são diferentes.
Cada Estado conta com sua própria estrutura judiciária.
O estudo é feito através do “case method”. Há muitos códigos.

SOCIALISTAS

Esse sistema esfacelou-se juntamente com o desaparecimento da União Soviética


e do muro de Berlim. Antes pertenciam ao sistema romano-germânico.
Parte da revolução comunista de 1917. Os revolucionários impunham uma nova
ordem determinada pelo marxismo-leninismo. Queriam transformar totalmente a
sociedade, para que as idéias de Estado e Direito desaparecem.
O direito buscava afastar-se de todas as normas que no entender dos
revolucionários seriam “burguesas” – pró capitalistas.
A finalidade com a nova ordem seria acabar com a miséria e a criminalidade,
extinguindo as classes sociais.
Devem ser suprimidas as classes sociais por meio da proibição da propriedade
privada dos meios de produção, colocando-se esses meios à disposição da coletividade.
Entendiam que o dto era uma forma de opressão.
A lei continua como fonte fundamental do dto soviético mas interpretada
conforme os interesses e orientações da política dos governantes.
Esse ideal mostrou inatingível.

FILOSÓFICOS OU RELIGIOSOS

Sâo independentes entre si e não agrupam em uma unidade de direitos nacionais.


O mais importante é o sistema de Direito Muçulmano que não é propriamente
direito de Estado algum, mas refere-se aos Estados ligados à religião maometana. Em
virtude da religião pretender substituir o Direito, mais que um sistema jurídico, é um
conjunto de normas relativas às relações humanas.
A concepção islâmica é de uma sociedade teocrática em que o Estado apenas se
justifica para servir a religião.
A principal fonte do Direito muçulmano é o Corão, livro sagrado dos árabes +
Sunna (tradição), Idjima (consentimento universal dos muçulmanos) e Quiyás (analogia).

Da mesma forma é o direito hindu. É o direito de todos os países do sudeste


asiático que aderiram ao hinduismo.

Direito Chinês - sua concepção é bem diferente do dto ocidental. O Dto apenas
desempenha função secundária. O ideal chinês é que cada um se submeta a seu superior
natural: jovem ao velho; filho ao pai.

Considera a promulgação de leis como algo mau em si mesmo porque os


indivíduos ao conhecerem essas leis passam a entender-se com direito e tendem a
prevalecer-se dos mesmos, abandonando as normas tradicionais de honestidade e moral
que são as únicas que devem orientar a sua conduta.

CODIFICADO

Após transformar os costumes em leis, o legislador parte para uma ambiçâo mais
elevada: reunir em texto único e conexo todo o Direito em vigor. Trata-se da criação de
um CÓDIGO.
Uniformizar o dto privado foi ambição de quase todos os governantes desde
Hamurabi, Justiniano e Napoleão.
Cada época histórica tem seu momento para determinadas realizações. As
codificações só surgem quando o Direito de um povo está amadurecido. O Direito é um
contínuo e permanente acumular de experiências. CÓDIGO ALGUM SURGE DO
NADA!

Códigos da Antiguidade:

Código de Hamurabi: 2000 a.C.


Foi a ordenaçâo que o rei da Mesopotâmia deu ao seu povo. Dotado de grande
sentido de justiça. Separava o ordenamento jurídico do setor da Moral e da Religião.
Consagrou a pena de talião.

Legislação Mosaica: +- 1200 a.C


Moisés foi o grande condutor do povo hebreu, livrou-o da opressão egípcia,
fundou sua religião e seu dto. A legislação acha-se reunida no Pentateuco, um dos
códigos mais importantes da Antiguidade e divide-se nos seguintes livros: Gênesis,
Êxodo, Levídico, Níímeros e Deuteronômio.
O níícleo desse dto é formado pelo Decálogo que Moisés teria recebido de Deus
no Monte Sinai. É de índole humanitária e possuía pena de talião.

Lei das XII Tábuas: 500 aC


Foi a 1' importante lei romana. Plebeus x Patrícios. (ver Dto Romano)

Código de Manu: séc. II a.C a séc. II d.C


Foi a legislacão antiga da Índia que reunia preceitos de ordem jurídica, religiosa,
moral e política.
Elaborado pela dasse sacerdotal- divisão de castas. Injusto e obscuro.

Alcorão: séc. VII


É o livro religioso e jurídico dos muçulmanos. Ditado por ALÁ a Maomé. Possui
complementação interpretativa: Sunna (costumes do profeta Maomé), Ichma
(consentimento unânime da comunidade muçulmana) e quyas (analogia e equidade).
Com a evolução histórica o código foi ficando cada vez mais distanciado da
realidade. Porem, sendo obra de Alá, apenas este pode reformulá-la. Ainda em vigor,
estabelece severas penalidades em relação ao jogo, bebida, roubo, além de situar a mulher
em condiçâo inferior ao homem.

Códigos Modernos:

Código de Napoleão: 1804 – Código Civil Francês


Individualista, inspirado nas “institutas” de Justiniano – dto romano e dto
costumeiro. Formou o pensamento jurídico dos séc. XIX e XX. Hoje o diploma encontra-
se alterado, mas conserva sua estrutura original.

Código Alemão: 1900


Marco espetacular no dto civil do nosso sistema. Savigny – Escola Histórica do
Dto: elaborou uma doutrina jurídica alemã sobre os fundamentos do dto romano.
Técnico. Influenciou os CC japonês e chinês.

Código Suíço 1907, superior ao alemão por ter aliado qualidades científicas-
técnicas com clareza.

Código Italiano 1865 e revisto em 1942, unificou o dto civil e comercial.

Código Português 1967 clareza e grande influência italiana.

Código Civil Brasileiro – 1916 e 2002


CC-1916: o anteprojeto foi de autoria do jurista Clovis Bevilaqua.
É considerado de alto nível científico e técnico. Esta incluído entre os principais
códigos do início do séc. XX. Sofreu influência dos CC francês, português, alemão,
italiano.
Após 2 décadas de sua vigência, iniciaram-se as tentativas de reformulação.
1941: anteprojeto do C. das obrigações
1965: anteprojeto do CC – Orlando Gomes e Caio Mario da Silva
1969: o Governo Federal convida Miguel Reale para elaborar o anteprojeto do
CC.
1988: Constituição Federal
10-01-2002: promulgado o CC (projeto de 69 com adequações à CF-88). Entrou
em vigência 1 ano após sua promulgação. Princípios fundamentais: eticidade,
sociabilidade e operabilidade.

Vous aimerez peut-être aussi