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Quando o direito tem origem em um título executivo extrajudicial (documento que a lei reconhece como dotado
de força executiva), o caminho para a realização deste direito é sempre o Processo de Execução.
O título executivo extrajudicial equivale a um documento sobre o qual a lei atribui eficácia executiva, dando-lhe
a certeza necessária para que seja movida a ação executória para a realização do direito.
O processo de execução deve ser regido em observação a alguns princípios específicos deste tipo de atividade
jurisdicional. Vejamos quais são eles:
Princípio do respeito à dignidade humana - a execução não pode levar o executado e sua família a um estado
de indignidade humana. Por isso, o CPC garante a impenhorabilidade de alimentos, seguro de vida, salários,
proventos, etc..
Devido a este princípio, a execução não recai sobre a pessoa do devedor e sim sobre o seu patrimônio, como
determina o CPC: "O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens
presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.(art. 591)
Trata-se, portanto, de uma execução real, que incide direta e exclusivamente sobre o patrimônio do devedor.
Observação:
Há casos em que não é sobre o patrimônio do executado que recai a responsabilidade e sim sobre a pessoa
deste.
No caso do devedor de alimentos a execução não recai sobre os seus bens e sim sobre a pessoa do devedor por
meio de prisão civil (caracterizada por uma medida de coação para que o devedor cumpra a obrigação).
Princípio do exato inadimplemento - veremos mais adiante que o inadimplemento do devedor constitui um dos
requisitos necessários para realizar qualquer execução.
Por isso, ao ajuizar uma execução, o credor busca garantir o mesmo resultado que teria com o adimplemento
espontâneo por parte do devedor/executado. Por isso, a execução deve atingir o patrimônio do devedor apenas
naquilo que vá satisfazer o credor, nem a mais, nem a menos. Por isso, este princípio também é chamado de
princípio da satisfatividade.
Neste ponto, cumpre mostrar que a penhora dos bens do executado deve incidir em tantos bens quantos
bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios. (art. 659, CPC).
Lembrete:
A penhora consiste em um ato judicial, emitido por um juiz e promovido por um oficial de justiça, através do
qual se apreende ou se tomam os bens do devedor, para que nele se cumpra o pagamento da dívida.
A lei 11.382/06 acrescentou ao Código de Processo Civil o art. 652-A, que reza em seu caput que "ao
despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado".
Como o executado tem o prazo de 03 (três) dias a partir da intimação para pagar o que deve, se efetuar o
pagamento dentro deste prazo, os honorários do advogado do credor (fixados de plano no despacho da inicial
pelo juiz) serão reduzidos pela metade.
Esta é uma forma de compelir o executado a pagar o que deve e ter as despesas com honorários reduzidas de
maneira considerável.
Destarte, através deste princípio, a responsabilidade pelo ônus da execução é do devedor.
Princípio da menor onerosidade ou da economia - este princípio demonstra que, quando a satisfação do credor
puder ser obtida por vários meios, o juiz manda que a execução se faça pela maneira menos gravosa ao
devedor.
Princípio da utilidade - a execução deve ser útil ao credor. Ou melhor, não se admite a execução apenas para
trazer prejuízo ao devedor, sem qualquer benefício ao credor. Daí extrai-se o §2º do art. 659 do CPC que
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preceitua: "Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens
encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução”.
Princípio da especificidade - a execução deve propiciar ao credor exatamente aquilo que obteria se a obrigação
fosse adimplida pessoal e espontaneamente pelo devedor.
Princípio do contraditório - a execução parte sempre de uma certeza. No entanto, o juiz profere diversas
decisões no curso do processo de execução e às partes deve sempre ser assegurada manifestação. Ademais, a
CR/88 garante a existência do contraditório nos processos judiciais sem fazer distinção. Por isso, o princípio do
contraditório está também presente no processo de execução.
Atrelado a este princípio está o princípio da disponibilidade parcial da execução, pois o credor pode desistir
apenas de parte da execução, alterando seu pedido, mesmo depois da citação do devedor.
Para que o juiz aprecie o conflito de interesses, aqueles que estão litigando devem ser os titulares da pretensão
deduzida em juízo.
Legitimidade ativa
A lei processual concede legitimidade ativa ao credor do título executivo e, em algumas hipóteses, ao Ministério
Público - legitimação ordinária.
Em regra, o credor do título executivo é a parte legítima para ajuizar a ação de execução, desde que tenha
capacidade processual.
Já no caso do Ministério Público, este pode promover a execução desde que atue como parte e não como
"custos legis".
O CPC concede, ainda, legitimidade ativa a algumas pessoas que não são credoras do título executivo, mas se
tornaram sucessoras do credor, seja por ato inter vivos, seja por causa mortis - legitimação derivada ou
superveniente:
I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o
direito resultante do título executivo;
II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos;
Legitimidade passiva
Em regra, é o devedor, reconhecido como tal no título executivo quem possui legitimidade para atuar como
executado na ação de execução.
Mas, o CPC nomeia outros sujeitos para assumirem o pólo passivo desta ação, são os dispostos nos demais
incisos do art. 568:
- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
- o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
- o fiador judicial;
- o responsável tributário, assim definido na legislação própria.
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partes. Já no lado passivo, o litisconsórcio necessário é freqüente na hipótese, por exemplo, da penhora de
imóvel, em que marido e mulher devem ser citados.
No que tange à intervenção de terceiros (instituto processual civil através do qual um terceiro, estranho à
relação jurídica processual, integra a esta por algum motivo disposto em lei), há ainda divergências. Mas, o
CPC não abre possibilidade de ocorrência no processo de execução, bem como a maioria da doutrina e
jurisprudência.
Inadimplemento do devedor
O credor só passa a ter interesse de agir se o devedor não cumpre com a sua obrigação, ou seja, se ele não
satisfaz espontaneamente a obrigação certa, líquida e exigível constante no título executivo.
Título executivo
Sem o título executivo extrajudicial não há certeza da existência da dívida e por isso a ação não pode ser
ajuizada.
O CPC taxa no art. 585 os títulos executivos extrajudiciais.
O juízo competente para o ajuizamento da ação de execução conforme o título a ser executado, se judicial ou
extrajudicial.
No caso da execução fundada em título extrajudicial, é competente o foro da praça de pagamento do título, se
outro não houver sido eleito.
Não havendo tais regras especiais, prevalece o critério do foro do domicílio do devedor.
"A execução fiscal (art. 585, Vl) será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência
ou no do lugar onde for encontrado”.(art. 578 do CPC)
No caso da execução fundada em título extrajudicial, é competente o foro da praça de pagamento do título, se
outro não houver sido eleito.
Não havendo tais regras especiais, prevalece o critério do foro do domicílio do devedor.
"A execução fiscal (art. 585, Vl) será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência
ou no do lugar onde for encontrado”.(art. 578 do CPC)
A lei proíbe, ainda, que a execução recaia sobre alguns bens patrimoniais por motivos diversos, dando a eles a
característica da impenhorabilidade (art. 649 do CPC). Neste rol encontram-se os bens inalienáveis e os
declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; os móveis, pertences e utilidades domésticas que
guarnecem a residência do executado (exceto os de valor elevado ou que ultrapassem as necessidades comuns
de um médio padrão de vida; os vestuários, objetos de uso pessoal do executado, (exceto os de elevado
valor); o seguro de vida; etc..
Por fim resta dizer que a lei estendeu em alguns casos a responsabilidade patrimonial a pessoas que não são
parte da execução. Ou seja, a execução atinge bens de pessoas que não fazem parte do processo: são terceiros
na relação.
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b) Existência de um título executivo – sem o título não há como executar a obrigação. O título executivo dá
a certeza da existência da obrigação, para assim poder atingir o patrimônio do devedor. O título executivo deve
ser certo (sabe-se o que se deve), líquido (sabe-se quanto se deve) e exigível (obrigação vencida).
c) Existência patrimonial – para efetivação do processo de execução é necessário que o devedor possua
bens penhoráveis que possam tornar exeqüível a execução.
c) Exato Adimplemento - a execução visa satisfazer o interesse do credor e não meio de punir o devedor. A
execução deve garantir o mesmo resultado, caso o devedor resolvesse quitar a obrigação espontaneamente.
d) Utilidade – a execução tem que ser útil ao credor, não é admitida a execução que traga apenas prejuízo
ao credor.
e) Menor onerosidade – a execução tem que se feita pelo meio menos gravoso ao devedor, caso existam
diversos meios de satisfazer a obrigação.
g) Contraditório – aceito no processo de execução mesmo de forma mitigada. Mesmo que de forma
particular o juiz abre possibilidade de manifestação das partes.