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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização

(Parte I)
Sessão de Trabalho nº 4 (em linha)

«Não se nasce leitor. O hábito de ler é adquirido pela criança que teve a sorte de
encontrar um clima propício na família, ou teve a dita de "tropeçar" num professor ou
em alguma outra pessoa que lhe contagiou o gosto, o vício e o hábito de leitura. É
aqui que radica a nossa responsabilidade como educadores. (…)
O objectivo é conseguir que as crianças leiam, que retirem prazer daquilo que
lêem e que, a partir daí, o continuem a fazer por iniciativa própria, pois o que devemos
promover é o prazer da leitura voluntária. Quando a leitura foi compensadora, e de
preferência fascinante, procura-se mais.»
Javier García Sobrino, in “A Criança e o Livro”

Estando conscientes de que, de facto, assim é, e de que este pressuposto se aplica tanto a crianças como a
jovens, considerámos pertinente fazer um diagnóstico em torno dos hábitos de leitura dos nossos alunos. Da revisão
bibliográfica, análise de dados estatísticos (empréstimos para aula / empréstimos domiciliários / leitura recreativa na
BE) e conversas informais com o grupo-alvo resultou a tabela que se segue e que, na nossa opinião, caracteriza de
forma abrangente a realidade que pretendemos alterar a longo prazo:
Escola: BI c/JI Dr. Manuel Magro Machado – Santo António das Areias, Concelho de Marvão
Nível de Ensino em Análise: 2º e 3º ciclos
Contexto de trabalho: Leitura em sala de aula, actividades na Biblioteca Escolar e leitura recreativa em contexto familiar
Dificuldades e Respostas Respostas encontradas Questões relacionadas Observações
inquietações tradicionalmente na bibliografia e para as quais ainda
oferecidas recursos sugeridos não foi encontrada
solução
• Desinteresse • O docente escolhe • Encontros com • Debatemo-nos, tal • Acima de tudo, a
manifestado por uma obras para leitura escritores e como todos os outros problemática da falta
grande percentagem dos integral na sala de contadores de estabelecimentos de de hábitos de leitura
alunos relativamente à aula e impõe as histórias; ensino e municípios, deve ser uma
leitura por iniciativa tradicionais fichas de • Promoção de com a escassez de preocupação de todos
própria leitura, tão do concursos em torno verbas para apoiar os os professores da
desagrado dos da leitura para seduzir projectos e enriquecer Escola e não um
alunos. os alunos através dos o fundo documental campo de intervenção
prémios prometidos; da biblioteca; unicamente da
• Animação de leitura • O facto de haver um responsabilidade da
na BE e na sala de consumismo equipa da BE; não
aula; generalizado e havendo colaboração
• Estratégias exagerado na nossa por parte do corpo
diversificadas para sociedade (e isso docente e órgão de
explorar as obras em sente-se na escola gestão da escola,
contexto de sala de em que trabalhamos) será mais difícil obter
aula; faz com que os resultados;

• Divulgação das obras nossos alunos não • Seria interessante que


adquiridas pela BE ao mostrem interesse o corpo docente e o
longo do ano lectivo; algum pelos órgão de gestão se
• Aquisição de obras modestos prémios aliassem à equipa da
que vão de encontro que oferecemos no BE no sentido de
aos gostos dos decorrer de trazer à Escola e
alunos, incidindo esta concursos; participar em
preocupação sobre as • Alguns docentes workshops de
faixas etárias com parecem não dar a estratégias de
menos percentagens devida importância à animação da leitura.
de empréstimos leitura, pois quando
domiciliários; interpelados no
• Alterar o habitual sentido de participar
formato da actividade em alguma actividade
“Leitor do mês”, referem a falta de
fazendo dois rankings tempo para cumprir o
de leitores: ranking programa.
feminino e ranking • As horas de biblioteca
masculino. que os elementos da
equipa da BE têm no
seu horário são
manifestamente
insuficientes para
desenvolver um
trabalho válido.
• Crianças e jovens • Geralmente põe-se • Seleccionar da • É um projecto muito
preferem a televisão em prática um programação interessante e deverá
para ocupar os seus discurso de televisiva um conjunto envolver a Biblioteca
tempos livres inferiorização da de séries/filmes que Escolar e o corpo
televisão com o intuito sejam adaptações de docente (articulação
de levar os alunos a obras literárias BE – professores de
desligá-la e abrir um adequadas a crianças LP de 2º e 3º ciclos)
livro para ler. Não e jovens; explorar
resulta, pois o aluno essas séries/filmes
precisa de descobrir o depois de lidas as
prazer de ler e isso obras literárias
dificilmente originais e algumas
acontecerá com a versões; promover um
imposição da leitura. debate para encontrar
pontos em comum /
grandes diferenças e
reconhecer a perda
da riqueza expressiva
no percurso entre a
obra literária original e
a adaptação
televisiva; os alunos
descobrirão ao longo
deste processo que a
série de televisão de
que tanto gostam foi
feita a partir de um
maravilhoso livro que
desconheciam ou
esqueceram.
• Crianças e jovens • Ainda prevalece o • Desenvolvimento e • Não existe ainda um • A recente Biblioteca
manifestam uma grande hábito de pedir aos recurso a bibliotecas número razoável de de Livros Digitais
apetência para o uso da alunos que leiam o digitais com obras livros electrónicos lançada pelo Plano
Internet e das TIC, livro em suporte de literárias (apelativos!) para Nacional de Leitura
desvalorizando por isso papel, pesquisem a integralmente crianças e jovens e na poderá ser uma boa
o livro literário biografia do autor na publicadas na forma língua portuguesa. aposta para
Internet e redijam um electrónica; • A maioria dos rentabilizar o
pequeno texto • Optimização de docentes desconhece interesse que os
(biografia + opinião ferramentas da web completamente as alunos sentem pelas
sobre a obra) no 2.0 (hotpotatoes, ferramentas da web TIC, usando esse
Word. FaberQuiz, Edilim...) 2.0 e as suas interesse na
para trabalhar as potencialidades ao promoção da leitura;
obras lidas. serviço da leitura; o • O Plano Tecnológico
número de da Educação poderá
computadores trazer alterações
existentes nas salas significativas para que
de aulas são um docentes e alunos
constrangimento no aprendam a usar as
que respeita a pôr novas tecnologias ao
mais de 20 crianças a serviço da leitura.
ler um livro digital.
• Pouco ou nenhum • Habitualmente os • Promoção de • Ainda que os • Pensamos que a
investimento das contactos entre a actividades escolares contactos e os existência de uma
famílias na promoção de Escola e o em torno da leitura convites se sucedam, Associação de Pais
hábitos de leitura no encarregado de que envolvam a verdade é que os (nesta ou em qualquer
contexto familiar educação são feitos também os encarregados de outra questão) poderá
na pessoa do director encarregados de educação não vêm à ser uma mais-valia no
de turma, o qual educação; escola se não for para que respeita a difundir
referirá a importância • Acções de receber os registos de hábitos de leitura e
da leitura se for sensibilização ou avaliação. É sempre o conseguir uma maior
também o docente da debates em torno da mesmo grupo receptividade por
disciplina de Língua importância da leitura; (pequeno) de pessoas parte dos EE no que
Portuguesa... Esta • Elaboração de guiões que comparece e respeita ao seu
referência fica, que ajudem um participa, geralmente envolvimento nas
geralmente, por uma encarregado de aquele grupo de pais actividades e
modesta alusão à educação a saber que valorizam a projectos para os
necessidade de ler aconselhar / escolher leitura e promovem quais são solicitados.
um pouco em casa o livro mais adequado hábitos de leitura em
para melhorar a para o seu educando. casa.
leitura.

Tendo em conta este panorama, e considerando que a BE deve procurar envolver mais os docentes de Língua
Portuguesa e os Encarregados de Educação nas actividades que desenvolve, no sentido de estimular a valorização
da leitura e, efectivamente, desenvolver um trabalho de qualidade com as poucas horas que os elementos da equipa
têm no seu horário para dedicar à Biblioteca Escolar, elaborou-se o projecto que em seguida se apresenta:

Escola – Leitura – Família

Problema relacionado com a leitura de textos Insuficiente/nulo envolvimento das famílias no Observações
literários desenvolvimento de hábitos de leitura nos seus
filhos; ausência de actividades regulares e
continuadas com pais; insuficiente envolvimento dos
docentes de Língua Portuguesa nos projectos da
BE.
Objectivos: Nota 1:
Síntese de objectivos, conteúdos e processos - Promover uma comunicação mais positiva entre a A escola tem apenas uma turma por cada ano de
envolvidos no projecto Escola e as famílias; escolaridade.
- Sensibilizar as famílias para a importância da Uma vez que será um projecto-piloto participarão as
leitura na educação dos seus filhos; turmas de 5º e 7º anos, o que nos permitirá avaliar a
- Expandir o gosto pela leitura ao contexto familiar longo prazo os resultados obtidos em 2 ciclos de
dos alunos, tornando-a um verdadeiro prazer para ensino distintos (aqueles em que se verificam menos
crianças/adolescentes e adultos; hábitos de leitura e menos envolvimento dos EE).
- Tornar a ida à BE ou à Biblioteca Itinerante do
município algo natural e aliciante; Nota 2:
O Concelho de Marvão dispõe de uma Biblioteca
- Proporcionar competências ao nível da fluência,
Itinerante, isto é, uma carrinha que passa em datas
correcção e compreensão da leitura.
certas pelas várias freguesias e leva à população
Processos envolvidos:
(Indicados segundo a ordem pela qual ocorrerão) (crianças e adultos) livros, filmes, música… Tendo
- Levantamento das características e dos temas de em consideração a importância desta Biblioteca
interesse dos alunos envolvidos(1) no projecto – Itinerante para o Concelho de Marvão e também a
através de questionários. boa relação que existe entre a sua responsável e a
- Selecção e aquisição de livros que se adeqúem à equipa da BE, bem como o historial de actividades
idade e interesses dos alunos – com graus de feitas em parceria desde a inauguração da BE, é de
dificuldade variados, mais e menos extensos. todo o interesse envolver neste projecto a Biblioteca
- Selecção e aquisição de livros destinados a leitores Itinerante de Marvão.
adultos.
- Reunião com os docentes de LP e a responsável
pela Biblioteca Itinerante(2) para levantamento dos
livros do município que serão incluídos no projecto.
- Reunião entre a PB, a responsável pela BI, os
docentes de Língua Portuguesa, o presidente do
órgão de gestão da Escola e os encarregados de
educação para:
• apresentar o projecto, frisando a importância
do envolvimento dos pais para criar hábitos
de leitura nos alunos da Escola. / Sensibilizar
para a importância da leitura na educação de
crianças e adolescentes, no quotidiano
profissional dos adultos e no pleno exercício
da cidadania por parte de todos.

• apresentar o funcionamento da Biblioteca


Itinerante.

• distribuir cópias das listas de livros


seleccionados para o desenvolvimento do
projecto – livros existentes na BE e na BI do
município.

• distribuir folhetos com os dias, horas e locais


de passagem da carrinha da Biblioteca
Itinerante.

• distribuir folhetos com orientações para os


momentos de leitura em família / orientações
para saber comprar ou aconselhar o livro
mais adequado às faixas etárias dos alunos
envolvidos neste projecto.

- Desenvolvimento das actividades.


- Recolha de dados para avaliação do projecto.
- Avaliação do projecto.
Actividades a desenvolver ao longo do ano:
- O projecto iniciar-se-á com a assinatura, por parte
de pais e filhos, de um documento em que estes se
comprometem a ler, no mínimo, 1 obra por período
até final do ano lectivo. Este momento deverá
revestir-se de grande solenidade (1 turma de cada
vez) e concretizar-se-á na presença da PB, do
docente de LP envolvido no projecto, da responsável
pela BI e do presidente do órgão de gestão da
Escola.
- Ao longo do ano lectivo agendar-se-ão actividades
de partilha das leituras feitas por alunos e EE. Estas
sessões serão conduzidas pela PB e docente de
Língua Portuguesa.
- Uma actividade privilegiada será a dinamização de
3 workshops (1 por período) sobre o tema “A leitura,
a literacia e o papel da BE” para encarregados de
educação e docentes; estes workshops ficarão a
cargo da equipa da BE e responsável pela BI.
- Será exposto na BE o Top Leitor (um top que
divulgue os melhores leitores por categorias:
raparigas, rapazes e encarregados de educação).
- Preenchimento do opiniário (cada livro terá um
desdobrável onde os leitores assinalam com uma
cruz a sua opinião quando terminam a leitura de
cada obra; esses registos serão lidos pelos outros
leitores e servirão de referência para a escolha da
próxima leitura).
- Criação de uma lista de difusão (por email ou sms)
para divulgar actividades diversas (feira do livro,
encontros com escritores, concursos…).
- O projecto termina no 3º período com o concurso
“O às dos livros”, onde os encarregados de
educação e os respectivos educandos põem à prova
os seus conhecimentos sobre as obras que leram.
(Um painel de concorrentes-pais e um painel de
concorrentes-alunos vão acumulando pontos por
cada resposta certa sobre as obras lidas, vão sendo
eliminadas as equipas pai-filho menos pontuadas e
ganha quem chegar à final com melhor pontuação).
Calendarização:
Formulação/Elaboração do Projecto – Setembro
Levantamento bibliográfico – Setembro
Apresentação do projecto à comunidade educativa -
Outubro
Elaboração dos instrumentos de recolha de
evidências – Outubro
Recolha de evidências – Ao longo do ano lectivo ou
no final de cada período, dependendo dos
instrumentos e formas de recolha de dados.
Análise dos elementos recolhidos e reformulação de
estratégias – No final do 1º e 2º período.
Avaliação do projecto – No final do 3º período
Transformações previstas - Maior articulação entre os docentes de LP e a
equipa da BE.
- Estreitamento de laços entre a Escola e as famílias.
- Maior frequência de bibliotecas escolares e
públicas.
- Desenvolvimento de atitudes favoráveis em relação
à leitura. / Florescimento de hábitos de leitura nos
alunos e nos encarregados de educação.
- A longo prazo, decréscimo dos níveis de iliteracia
da população escolar e adulta.
- Progressos na capacidade de correcção e
compreensão da leitura.
Possibilidades de avaliação - Preenchimento de inquéritos por parte dos alunos
previstas da tentativa de resolução (no final de cada período).
do problema - Reuniões com os encarregados de educação para
fazer o ponto da situação e avaliar a necessidade de
reformular estratégias (no final de cada período).
- Estatística (requisições de livros na BE e na BI por
parte de alunos e pais).
- Análise das opiniões deixadas nos opiniários dos
livros.
- Análise da adesão às actividades divulgadas
através da lista de difusão.
- Contactos regulares com as docentes de Língua
Portuguesa para apurar os progressos dos alunos ao
nível da:
• fluência, correcção e compreensão da leitura

• escrita

• criatividade

WEBLIOGRAFIA consultada para elaboração do projecto:

National Literacy Trust - Reading Connects

Práticas de Promoção da Leitura nos Países da OCDE

O processo de auto-avaliação da BE recairá também, obviamente, sobre o projecto apresentado. Procurar-se-á


avaliar os outcomes (impactos) do trabalho desenvolvido ao nível do Domínio B. O plano de avaliação esmiuçará os
objectivos da BE, os objectivos de aprendizagem dos alunos em relação com a biblioteca, os Indicadores adequados
para essas aprendizagens, as evidências apropriadas e o processo de recolha, tratamento, análise e comunicação
dos dados obtidos.
Assim, o plano operativo a pôr em prática terá como bases:
OBJECTIVOS DA BE INDICADOR DO MAA/BE MÉTODOS/INSTRUMENTOS DE
RECOLHA DE EVIDÊNCIAS
• Disponibilizar uma colecção variada e • B.1 Trabalho da BE ao serviço da promoção • Estatísticas de requisição domiciliária (na
adequada aos gostos e interesses dos da leitura na Escola. BE e na BI).
utilizadores. • Estatísticas de utilização da BE para
• Promover acções formativas que ajudem a actividades de leitura programadas em
desenvolver competências na área da colaboração com os docentes de LP.
leitura. • Estatísticas de utilização informal da BE por
• Incentivar o empréstimo domiciliário. parte dos alunos.
• Apoiar os alunos nas suas escolhas e • Questionários aos docentes de LP
conhecer as obras literárias que melhor se envolvidos no projecto.
adequam aos seus gostos. • Questionários aos alunos envolvidos no
• Desenvolver actividades no âmbito da projecto.
promoção da leitura (feira do livro, • Questionários aos EE envolvidos no
encontros com escritores, semana da projecto.
leitura, concursos…).
• Optimizar a parceria com a BI e com os
docentes de LP.
• Conquistar novos utilizadores/leitores.
• Promover o livro e a BE como meios • B.3 Impacto do trabalho da BE nas atitudes • Estatísticas de utilização da BE para
privilegiados para a leitura recreativa. e competências dos alunos, no âmbito da actividades de leitura.
• Estimular nos alunos, de acordo com o seu leitura e literacia. • Estatísticas de requisição domiciliária.
ciclo de ensino, competências leitoras (ler • Observação da utilização da BE.
mais e com maior profundidade). • Análise diacrónica das avaliações dos
alunos.
• Questionário aos docentes envolvidos no
projecto.
• Questionário aos alunos envolvidos no
projecto.
• Questionários aos EE envolvidos no
projecto.
• Análise dos opiniários.
• Análise do Top Leitor (categorias rapaz,
rapariga e encarregados de educação)

CRONOGRAMA DA AUTO-AVALIAÇÃO:

• Elaboração dos instrumentos de recolha de evidências e apresentação dos mesmos em Conselho Pedagógico
e Departamento Curricular de Línguas - Outubro
• Recolha de evidências - Questionários no final de cada período.

- Estatísticas mensais.

- Análise das avaliações dos alunos no final de cada período.

• Análise dos elementos recolhidos e reformulação de estratégias – No final do 1º e 2º períodos.

 Junho – Elaboração do relatório final de auto-avaliação e apresentação do mesmo em Conselho Pedagógico.

 Setembro – Elaboração de um plano de melhoria, com base nas propostas do Conselho Pedagógico, a
desenvolver no ano lectivo de 2009/2010.
BIBLIOGRAFIA consultada para elaboração do Plano de Avaliação:

Texto da sessão

Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (versão actualizada)

Basic Guide to Program Evaluation

A Formanda,

Paula Morgado

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