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— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido
de “habeas corpus”.
— “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a
situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente
Cernicchiaro; j. 18.12.96).
Voto nº 11.854
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
Voto nº 11.855
RELATOR
Voto nº 11.858
RELATOR
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição
da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória”
(Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.859
RELATOR
Voto nº 11.860
RELATOR
Voto nº 11.862
RELATOR
—-
Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a decisão definitiva
de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do Cód. Proc. Penal: “A
prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e indícios suficientes de autoria.
Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código
de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
–– Não há averbar de falta de fundamentação a decisão que encerra base jurídica e fática
bastante a garantir-lhe a validade. Tratando-se de crime grave, a necessidade e a
conveniência da decretação da custódia cautelar como que se presumem.
—“Temos para nós que a chamada do corréu, como elemento de prova acusatória, jamais poderia
servir de base a uma condenação, simplesmente porque violaria o princípio constitucional do
contraditório” (Camargo Aranha, Da Prova no Processo Penal, 3a. ed., p. 102).
— Entre os princípios que informam o processo penal sobreleva o de que somente a certeza é
base legítima de condenação. Na dúvida, ou falta de prova de autoria, o único desfecho
admissível para o feito-crime é a absolvição do réu, em obséquio à regra jurídica de cunho
universal: “In dubio pro reo”.
— Se a prova dos autos não lhe permite abraçar, com segurança e motivação lógica, a proposta
acusatória, deve o Juiz inclinar-se, prudentemente, à solução que favorece o réu.
Voto nº 11.864
RELATOR
—Tem a palavra da vítima importância capital nos crimes contra a liberdade sexual.
Se ajustada ao conjunto probatório dos autos, enseja condenação: ao cabo de
contas, ninguém se reputa mais apto a discorrer das circunstâncias e autoria do
crime que a pessoa que lhe padeceu diretamente os agravos físicos e morais (art.
214 do Cód. Penal).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/90), no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de
pena. Se o sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se
reincidente — e conspiram os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, §
2º).
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Voto nº 11.865
RELATOR
— Pretender o condenado passar desde logo ao regime aberto, como forma de iludir o
rigor da espera, será tripudiar sobre o direito de outros sentenciados que há mais
tempo aguardam a efetivação da transferência para o estágio intermediário, além de
fazer injúria à própria sociedade, que tem o direito de exigir do infrator a reparação,
em forma de pena retributiva, do dano que lhe causou com o seu crime.
Voto nº 11.866
RELATOR
Voto nº 11.867
RELATOR
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–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a violência
ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de “habeas
corpus”.
Voto nº 11.868
RELATOR
—“Segundo o cânon inscrito no art. 619 do CPP, os embargos de declaração têm por
objetivo tão-somente expungir do acórdão ambigüidade, contradição ou obscuridade
ou ainda suprir omissão sobre tema de pronunciamento obrigatório pelo Tribunal. Tal
recurso não se presta para rediscutir o tema analisado e proclamado no julgamento,
pois o mesmo é desprovido de efeito infringente, salvo se a modificação decorrer da
correção dos citados defeitos” (STJ; ED nº 6.275; rel. Min. Vicente Leal; j. 19.8.97;
DJU 20.10.97, p. 53.138; apud Alberto Silva Franco et alii, Código de Processo
Penal e sua Interpretação Jurisprudencial, 1999, vol. II, p. 3.031).
Voto nº 11.869
RELATOR
— Ao Juiz a Lei determina — e não apenas assegura — que, no aplicá-la, atenda “aos fins
sociais” e “às exigências do bem comum” (art. 5º da Lei de Introdução ao Código
Civil). Casos haverá em que lhe será força repelir, com retidão e sabedoria, o libelo no
qual se compraziam já nossos maiores, de que o rigor da lei unicamente se mostrava
contra os pobres e os desamparados (cf. Diogo do Couto, Diálogo do Soldado Prático,
12
1790, p. 19).
Voto nº 11.870
RELATOR
–– Ainda que, em tese, possa absolver o réu com fundamento na legítima defesa, ao Juiz da
pronúncia não é lícito fazê-lo senão quando comprovada a descriminante legal acima de
toda a dúvida razoável (art. 23, nº II, do Cód. Penal).
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Voto nº 11.871
RELATOR
SORTEADO
DECLARAÇÃO DE VOTO (VENCIDO)
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser
realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que
cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a
prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto. Somente
fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da
recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes
hediondos e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464, em
29 de março de 2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal” (HC
nº 88.037/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07, p.
264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que
é a fonte da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos
argumentos ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum
anterior: acima do melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da
Justiça” (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p.
377).
Voto nº 11.872
15
RELATOR
— Tem a palavra da vítima importância capital nos crimes contra a liberdade sexual. Se
ajustada ao conjunto probatório dos autos, enseja condenação: ao cabo de contas, ninguém se
reputa mais apto a discorrer das circunstâncias e autoria do crime que a pessoa que lhe padeceu
diretamente os agravos físicos e morais (art. 214 do Cód. Penal).
—“(...) relativamente aos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em qualquer das hipóteses
referidas no art. 224 do Cód. Penal, o aumento de pena previsto no art. 9º da Lei nº 8.072/90
somente tem incidência se do fato resultar lesão corporal grave ou morte (art. 223 e parág. único
do Cód. Penal)” (STJ, HC nº 36.828-RJ; rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa; DJU 13.2.2006, p.
849; m.v.).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90),
no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado
primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os mais
requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
—“Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve ser a diminuição da pena (um
terço); quanto menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser a atenuação (dois terços)”
(Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 55).
— Se o réu não inculcou a intenção de matar – elemento subjetivo do tipo definido no art. 121 do
Cód. Penal –, anda acertadamente o Magistrado que lhe desclassifica a infração para outra da
competência do Juízo singular, nos termos do art. 410 (atual 492, § 1º) do Cód. Proc. Penal.
—“Tendo possibilidade de persistir na agressão, mas dela desistindo voluntariamente, não age o
acusado com animus necandi, que é requisito essencial da tentativa de homicídio” (Rev. Tribs.,
vol. 566, p. 304; rel. Onei Raphael)
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.876
RELATOR
S ORTEADO
DECLARAÇÃO DE VOTO (VENCIDO)
—“A progressão de regime de cumprimento de pena (fechado para o semiaberto) passou a ser
direito do condenado, bastando que se satisfaça a dois pressupostos: o primeiro, de
caráter objetivo, que depende do cumprimento de pelo menos 1/6 da pena; o segundo, de
caráter subjetivo, relativo ao seu bom comportamento carcerário, que deve ser atestado
pelo diretor do estabelecimento prisional” (STJ; HC nº 38.602; 5ª. Turma; rel. Min.
Arnaldo Esteves de Lima).
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes hediondos
e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464, em 29 de março de
2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal” (HC nº 88.037/SP; 5a.
Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07, p. 264);
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—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é a fonte
da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos argumentos
ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum anterior: acima do
melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da Justiça” (Carlos Maximiliano,
Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 377).
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da Lei!
Voto nº 11.877
RELATOR
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— Doutrina perene de Nélson Hungria a respeito da tentativa de furto: “O furto não se pode
dizer consumado senão quando a custódia ou vigilância, direta ou indiretamente exercida
pelo proprietário, tenha sido totalmente iludida. Se o ladrão é encalçado, ato seguido à
apprehensio da coisa, e vem a ser privado desta, pela força ou pela desistência
involuntária, não importa que isto ocorra quando já fora da esfera de atividade
patrimonial do proprietário: o furto deixou de se consumar, não passando da fase de
tentativa” (Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 25).
Voto nº 11.878
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido
de “habeas corpus”.
Voto nº 11.880
RELATOR
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido
de “habeas corpus”.
NNão requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a decisão
definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do Cód.
Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e indícios
suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz para a
condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
Voto nº 11.882
RELATOR
— Pretender o condenado passar desde logo ao regime aberto, como forma de iludir o rigor
da espera, será tripudiar sobre o direito de outros sentenciados que há mais tempo
aguardam a efetivação da transferência para o estágio intermediário, além de fazer injúria
à própria sociedade, que tem o direito de exigir do infrator a reparação, em forma de pena
retributiva, do dano que lhe causou com o seu crime.
23
–– Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312
do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do
crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve
ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 23a.
ed., p. 253).
–– Não se conhece de “habeas corpus” que seja simples reiteração de pedido anterior, com os
mesmos fundamentos de fato e de direito. A razão é que, satisfeita a prestação
jurisdicional, não pode o Juízo ou Tribunal reapreciar a matéria do litígio, senão mediante
recurso ordinário.
—“Não se conhece de habeas corpus que seja reiteração de outro, já indeferido” (Rev.
Forense, vol. 158, p. 340).
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não pode criar
obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia constitucional” (Revista do
Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel. José Dantas).
Voto nº 11.886
RELATOR
—“Nenhuma presunção, por mais veemente que seja, dará motivo para imposição de
pena” (art. 36 do Código Criminal do Império do Brasil).
—“O valor probante dos indícios e presunções, no sistema de livre convencimento que
o Código adota, é em tudo igual ao das provas diretas” (José Frederico Marques,
Elementos de Direito Processual Penal, 1965, vol. II, p. 378). Mas, para que
autorizem edito condenatório, devem ser concludentes e exclusivos de toda a
hipótese favorável ao acusado.
Arts. 157, § 2º, ns. I e II, 29, 107, nº IV, 109, nº VI, e 110, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 61 e 202, do Cód. Proc. Penal;
art. 16 da Lei nº 6.368/76.
— A confissão policial, ainda que repudiada em Juízo, autoriza decreto condenatório se em harmonia
com outros elementos de prova, máxime o firme reconhecimento do réu pela vítima.
—“A confissão do delito vale não pelo lugar em que é prestada, mas pela força de convencimento
que nela se contém” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p. 564; rel. Min. Cordeiro Guerra).
Arts. 155, §4º, nº I, 61, nº I, 65, nº I e III, alínea d, 107, nº IV, 109, nº V, 110, §
1º, e 115, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal;
Súmula nº 231 do STJ.
— Sustenta-se em prova inabalável e, pois, está acima de crítica, a sentença que condena por
furto o agente que, ao receber voz de prisão, ainda trazia à mão a “res furtiva” (art. 155 do
Cód. Penal).
—“A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do
mínimo legal” (Súmula nº 231 do STJ).
Voto nº 11.893
RELATOR
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.894
RELATOR
— Tem a palavra da vítima importância capital nos crimes contra a liberdade sexual.
Se ajustada ao conjunto probatório dos autos, enseja condenação: ao cabo de contas,
ninguém se reputa mais apto a discorrer das circunstâncias e autoria do crime que a
pessoa que lhe padeceu diretamente os agravos físicos e morais (art. 213 do Cód.
Penal).
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— “Não conheço crime mais repugnante, mais merecedor de severa punição do que o
estupro. Ele revela no delinquente a existência dominante dos mais grosseiros e brutais
instintos, a falta absoluta de cavalheirismo, de generosidade, de respeito pela mulher,
que é o sinal distintivo de uma natureza nobre. As consequências do crime são
indeléveis para a vítima” (Viveiros de Castro, Os Delitos contra a Honra da Mulher,
1936, p. 135).
— O autor de estupro, delito da classe dos hediondos, deve cumprir sua pena sob o regime
fechado, no início, por força do preceito do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
Voto nº 11.895
RELATOR
Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a violência
ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de “habeas
corpus”.
Voto nº 11.896
RELATOR
––“Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá
declará-lo de oficio” (art. 61 do Cód. Proc. Penal).
––“A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final (...), regula-se pelo
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime” (art. 109 do Cód. Penal).
Voto nº 11.897
RELATOR
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido
de “habeas corpus”.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não aboliu o
exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as circunstâncias
pessoais do sentenciado e a natureza do crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais,
obrará sempre o Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é, “tiver cumprido
ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus
à progressão ao regime semiaberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais
brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os requisitos da lei não se deve
interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça Criminal, senão por voto sincero de que o
sentenciado emende a mão e tome para o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa
reintegrar-se, efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da Lei!
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não aboliu o
exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as circunstâncias
pessoais do sentenciado e a natureza do crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais,
obrará sempre o Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é, “tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de
personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para
regime prisional mais brando.
— A decisão da Suprema Corte, conforme o sentimento comum dos melhores intérpretes, “é auto-
aplicável, dispensando a atuação do Senado Federal para suspender a sua execução (CF/88, art.
52, X)” (René Ariel Dotti, in Rev. Tribs., vol. 400, p. 415).
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os condenados por crimes
hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para efeito de progressão, caem sob o regime do
art. 112 da Lei da Execução Penal: cumprimento de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes hediondos e
equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464, em 29 de março de 2007, é
aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal” (HC nº 88.037/SP; 5a. Turma; relª Minª
Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07, p. 264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é a fonte da lei”
(Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos argumentos ou
provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum anterior: acima do melindre
pessoal de cada um está a sacrossanta causa da Justiça” (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e
Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 377).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não
aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as
circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que cometeu o
aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a prudência e o
arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da
Lei!
Voto nº 11.906
RELATOR
—“O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concessão
do benefício da progressão de regime prisional” (STJ; HC nº 12.453-SP; rel. Min.
Gilson Dipp; j. 6.3.2001; DJU 23.4.2001, p. 171).
Voto nº 11.907
RELATOR
— A apreensão de grande quantidade de tóxico em poder do acusado argui para logo a ideia de
tráfico (art. 12 da Lei nº 6.368/76).
—“O grau de culpa, por si só, não basta para elevar a pena-base acima da
mínima cominada à infração” (TRF 1a. R.; rel. Nelson Gomes da Silva;
DJU 22.10.90, p. 24.731; apud Mohamed Amaro, Código Penal na
Expressão dos Tribunais, 2007, p. 318).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/90) no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se o
sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os
mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
—“A confissão do delito vale não pelo lugar em que é prestada, mas pela força de convencimento
que nela se contém” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 95, p. 564; rel. Min. Cordeiro Guerra).
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a mira o
legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os perigos que acompanham
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a admissão de uma sociedade armada sem que existam controles ou regras gerais
estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das Armas de Fogo, 1998, p. 107).
–– O porte irregular de arma de fogo de uso permitido tipifica a infração do art. 14, “caput”, da
Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), independentemente de perigo concreto.
— Desclassificado o tipo penal para a cabeça do art. 10 da Lei nº 9.437/97 (Lei das Armas de
Fogo) — já que a Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) lhe revogou o inc. IV do § 3º
do art. 10 —, que cominava sanção de 2 a 4 anos de reclusão àquele que, achado na posse de
arma de fogo, tivesse “condenação anterior por crime contra a pessoa, contra o patrimônio e
por tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins” —, cumpre reajustar a pena privativa de
liberdade do réu.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.909
RELATOR
––“O habeas corpus não é meio idôneo para corrigir possível injustiça da sentença condenatória”
(Rev. Forense, vol. 119, p. 242; rel. Nélson Hungria).
—“Não se conhece de habeas corpus originário quando substitui recurso ordinário não
interposto” (STF; HC nº 59.186-8; rel. Min. Décio Miranda; DJU 26.3.82, P. 2.561).
— É ao Colendo Superior Tribunal de Justiça que compete julgar “habeas corpus” impetrado
contra ato do Tribunal de Justiça, conforme o preceito do art. 105, nº I, alíneas “a” e “c”,
da Constituição Federal, explicitado pela Emenda Constitucional nº 22, de 18 de março de
1999 (cf. HC nº 78.069-9/MG; 2a. Turma; rel. Min. Marco Aurélio; DJU 14.5.99).
Voto nº 11.910
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a violência ou
coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a situação
jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente Cernicchiaro; j.
18.12.96).
Voto nº 11.911
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a violência
ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de
“habeas corpus”.
A Lei nº 10.792/2003 (que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal) não
revogou o Código Penal; destarte, nos casos de pedido de benefício em que seja mister
aferir mérito, poderá o Juiz determinar a realização de exame criminológico no
sentenciado, se autor de crime doloso cometido mediante violência ou grave ameaça, pela
presunção de periculosidade (art. 83, parág. único, do Cód. Penal).
Salvo casos especiais (ao prudente arbítrio do juiz), primariedade, bons antecedentes, prova de
ocupação lícita e de residência no foro da culpa não valem a autorizar a concessão de
liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal) àquele que, acusado de
crime grave — como é o roubo —, tem contra si a presunção de periculosidade.
— Pretender o condenado passar desde logo ao regime aberto, como forma de iludir o rigor
da espera, será tripudiar sobre o direito de outros sentenciados que há mais tempo
aguardam a efetivação da transferência para o estágio intermediário, além de fazer injúria
à própria sociedade, que tem o direito de exigir do infrator a reparação, em forma de pena
retributiva, do dano que lhe causou com o seu crime.
RELATOR
— Ainda que instrumento processual de dignidade constitucional, próprio a tutelar a liberdade
do indivíduo, não pode o “habeas corpus” substituir o recurso ordinário, máxime quando
a “causa petendi” respeita a questões de alta indagação.
—“O habeas corpus não é meio idôneo para corrigir possível injustiça da sentença
condenatória” (Rev. Forense, vol. 119, p. 242; rel. Nélson Hungria).
Voto nº 11.916
RELATOR
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito sumaríssimo;
apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do contraditório (art.
648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
—
Se preso em flagrante delito, a regra geral é que o acusado aguarde, no cárcere, a verificação
de sua culpabilidade ou inocência, principalmente se não satisfaz aos requisitos legais da
liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal).
45
Voto nº 11.917
RELATOR
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o elemento
moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório. Trancamento de ação penal por falta de justa causa unicamente se admite
quando comprovada, ao primeiro súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a
sua inocência (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não contraditória e que
não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC; rel. Min. Clóvis Ramalhete;
DJU 18.9.81, p. 9.157).
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não pode
criar obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia constitucional”
(Revista do Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel. José Dantas).
—-
Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a decisão
definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do Cód. Proc.
Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e indícios
suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz para a
46
condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 23a. ed., p. 253).
Voto nº 11.918
RELATOR
— Por ausência de previsão legal, constitui exagero punitivo qualificar de falta grave (art.
50 da Lei de Execução Penal) a conduta do reeducando que tem em seu poder material
destinado ao preparo da pingoleta “Maria Louca”; à luz do art. 48, nº XVIII, alínea a,
do Regimento Interno Padrão dos Estabelecimentos Prisionais do Estado de São Paulo,
configura apenas falta disciplinar média.
Ministério Público
Apelados: Os mesmos
Voto nº 11.919
RELATOR
— O STF, em Sessão Plenária, decidiu que “os crimes de estupro e de atentado violento ao pudor,
tanto nas suas formas simples (Cód. Penal, arts. 213 e 214), como nas qualificadoras (Cód.
Penal, 223, caput, e parág. único), são crimes hediondos: Lei nº 8.072/90, redação da Lei nº
8.930/94, art. 1º, ns. V e VI” (HC n º 81.288-1-SC; rel. Min. Carlos Velloso; j. 17.12.2001).
—“(...) relativamente aos crimes de estupro e atentado violento ao pudor em qualquer das
hipóteses referidas no art. 224 do Cód. Penal, o aumento de pena previsto no art. 9º da
Lei nº 8.072/90 somente tem incidência se do fato resultar lesão corporal grave ou
morte (art. 223 e parág. único do Cód. Penal)” (STJ, HC nº 36.828-RJ; rel. Min.
Hélio Quaglia Barbosa; DJU 13.2.2006, p. 849; m.v.).
—A confissão judicial, por seu valor absoluto — visto se presume feita espontaneamente —,
basta à fundamentação do edito condenatório.
—“A incidência de circunstância atenuante não pode conduzir a redução da pena abaixo do
mínimo legal” (Súmula nº 231 do STJ)
— Forma que é de prescrição da pretensão punitiva, a prescrição intercorrente (art. 110, § 1º,
do Cód. Penal) rescinde a própria sentença condenatória, fulminando-lhe os efeitos (cf.
Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.922
RELATOR
— Destinatário da prova, pode o Juiz, sempre com prudente arbítrio, indeferir a produção
daquelas que, ao parecer, não influam na apuração da verdade (que é a alma e o escopo
do processo) nem importem para a decisão da causa.
— Aquele que traz consigo bem de terceiro, sem lhe provar a posse legítima, nisso
mesmo dá a conhecer que o houve por meio criminoso.
50
— Satisfaz à vontade da Lei e aos preceitos da Justiça a decisão que, firme em prova plena
e incontroversa, condena por tentativa de furto o sujeito que, após apoderar-se de
artigos de supermercado, deixa à pressa o local, sem efetuar-lhes o pagamento,
sendo por isso preso em flagrante. Ainda que interrompido o “iter
criminis”, houve ataque ao patrimônio alheio, o que justifica a sanção penal.
Voto nº 11.923
RELATOR
— Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister mais que a
prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade do réu (art. 413 do Cód.
Proc. Penal).
–– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar, desde logo, na
fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao Tribunal do Júri, como a seu
Juiz natural, é que, em princípio, cabe apreciá-lo (art. 121, § 2º, nº I, e art. 14, nº II,
do Cód. Penal).
Voto nº 11.924
RELATOR
— O padrão aritmético para aferir o dano ínfimo — pedra-de-toque do “princípio da
insignificância” — é o “desvalor do resultado”: a lesão ao bem jurídico haverá de ser
“ínfima”. Além das circunstâncias objetivas (desvalor do resultado e da ação), cumpre
atender às de caráter subjetivo, isto é, ao “desvalor da culpabilidade do
agente”. É imprescindível, na aplicação do “princípio da insignificância”, que a vida
pregressa e a personalidade do agente se conciliem com o benefício (cf. Luiz Flávio
52
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.926
RELATOR
— Feita em Juízo, tem a confissão do réu valor absoluto, porque estreme de eventuais defeitos
que a podiam viciar, como a coação moral. Rainha das provas (“regina probationum”)
chamavam-lhe os velhos praxistas, e tal apanágio ainda lhe reconhece a jurisprudência dos
Tribunais, pelo que autoriza a edição de decreto condenatório.
53
— A necessidade faz do homem o que quer, reza o aforismo jurídico: “necessitas non
habet legem”. Mas só constitui causa excludente de criminalidade se o agente não
podia conjurar o mal, exceto com o sacrifício do bem jurídico alheio (art. 24 do Cód.
Penal). A mera alegação de estreiteza de recursos, desacompanhada de prova cabal e
convincente, não basta para o reconhecimento da descriminante legal, senão se
converteria em razão universal de impunidade.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
— Antecedentes são fatos da biografia do réu que, no julgamento das causas criminais,
interessam à análise de seu perfil moral.
— Feita em Juízo, tem a confissão do réu valor absoluto, porque estreme de eventuais defeitos que
a podiam viciar, como a coação moral. Rainha das provas (“regina probationum”) chamavam-
lhe os velhos praxistas, e tal apanágio ainda lhe reconhece a jurisprudência dos Tribunais, pelo
que autoriza a edição de decreto condenatório.
—“Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve ser a diminuição da pena (um
terço); quanto menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser a atenuação (dois
terços)” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 19a. ed., p. 55).
54
Voto nº 11.928
RELATOR
— Sobretudo em caso de crime a que se cominam penas severas, só é possível condenar o réu
se houver certeza de sua culpabilidade; se não, será força absolvê-lo, em obséquio ao
preceito comum de interpretação da dúvida (“in dubio pro reo”).
––“Na Justiça penal, tudo deve ser certo e preciso como uma equação algébrica. Os
elementos probatórios de uma acusação penal devem ser espontâneos, lógicos,
consistentes, precisos, harmônicos e, sobretudo, concordantes, para que apresentem em si
uma inteireza real a sobrelevar a evidência da verdade” (TACrimSP, Ap. nº 18.186-São
Paulo; rel. Hoeppner Dutra; j. 30.10.59).
Comarca: Mococa
Apelante: Renato Carlos da Silva
Apelado: Ministério Público
Voto nº 11.929
RELATOR
— Vem a talho a lição do conspícuo Mittermayer: “não podendo o juiz sair da
dúvida, deverá, no fim de contas, recorrer ao meio ordinário, e admitir como
verdadeira a versão mais favorável ao acusado” (Tratado da Prova em Matéria
Criminal, 1871, t. II, p. 177; trad. Alberto Antônio Soares).
Voto nº 11.930
RELATOR
— Nos crimes de receptação dolosa, porque mui difícil apurar o elemento subjetivo do tipo,
cumpre recorrer às circunstâncias mesmas do fato e à personalidade do agente (art. 180 do
Cód. Penal).
— É apotegma de Direito Penal que o castigo deve responder à culpa, em igual medida.
56
— Suposto mereça todo o infrator a proteção da lei, não é de bom exemplo dispensar mercês,
em detrimento da ordem social, àqueles que fazem do crime profissão.
— Forma que é de prescrição da pretensão punitiva, a prescrição intercorrente (art. 110, § 1º,
do Cód. Penal) rescinde a própria sentença condenatória, fulminando-lhe os efeitos (cf.
Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Voto nº 11.931
RELATOR
— Revisão criminal: última porta a que pode bater o condenado, não parece bem mantê-la
sistematicamente fechada àqueles que clamam por justiça.
— Para elidir a autoridade da coisa julgada, é mister que o sentenciado traga ao Juízo da
revisão criminal prova sólida e convincente de que sua condenação contraveio aos
elementos do processo ou às leis da razão e da justiça (art. 621 do Cód. Proc. Penal).
—“A confissão judicial tem valor absoluto e, ainda que seja o único elemento de prova,
serve como base à condenação” (Rev. Tribs., vol. 744, p. 573).
— Contrária à evidência é só aquela decisão que de todo se afaste das provas coligidas nos
autos.
57
Voto nº 11.932
RELATOR
Comarca:
Apelantes: Flávio Aparecido Marques de Campos
Apelado: Ministério Público
Voto nº 11.933
RELATOR
— Forma que é de prescrição da pretensão punitiva, a prescrição intercorrente (art. 110, § 1º,
do Cód. Penal) rescinde a própria sentença condenatória, fulminando-lhe os efeitos (cf.
Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a violência ou
coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de “habeas
corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a situação
jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente Cernicchiaro; j.
18.12.96).
59
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença condenatória”
(STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p. 16.585).
60
— Inscreve-se entre os mais estimáveis direitos do réu preso o de ser processado, rigorosamente,
nos prazos previstos em lei. É que, privado da liberdade — bem preciosíssimo do homem —,
não parecera lícito agravar-lhe o sofrimento, dilatando os dias de sua permanência no cárcere.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
61
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a situação
jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
–– Não se conhece de pedido de “habeas corpus” impetrado ao Tribunal com o escopo de obter
livramento condicional, pois se trata de matéria em que, por previsão de lei (art. 66, nº III,
alínea e, da Lei de Execução Penal), deve entender o Juízo de Direito da Vara das Execuções
Criminais, sob pena de usurpação de suas atribuições e violação de norma de organização
judiciária do Estado.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é, “tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de
personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança
para regime prisional mais brando.
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da Lei!
— Trazer consigo, fora de casa, arma de fogo de uso permitido, sem a autorização e em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, configura o tipo previsto e punido pelo
art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97 (atual art. 14, “caput”, da Lei nº 10.826/03).
Comarca:
Apelante: Aparecido Putão
Apelado: Ministério Público
63
Voto nº 11.941
RELATOR
— Para a configuração do crime previsto no art. 344 do Cód. Penal (coação no curso do
processo), basta a ameaça grave a testemunha ou vítima, capaz de infundir-lhe no ânimo
justificável receio.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Segundo velha máxima de jurisprudência, aquele a quem o crime aproveita, esse o praticou:
“Cui prodest scelus is fecit”.
— Simples requerimento (ou petição) endereçado à repartição pública não constitui objeto
material do delito do art. 298 do Cód. Penal (cf. Damásio E. de Jesus, Código Penal
Anotado, 18a. ed., p. 931).
64
— Incorre nas penas do art. 297 do Cód. Penal (falsificação de documento público) o sujeito que,
no intento de melhorar seu currículo profissional, falsifica diploma universitário de colega e,
após substituir-lhe o nome pelo seu, extrai do documento cópia reprográfica, entregando-a ao
departamento de recursos humanos da empregadora.
—“Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo
de ofício” (art. 61 do Cód. Proc. Penal).
Voto nº 11.943
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
Voto nº 11.945
RELATOR
—“O habeas corpus não é meio idôneo para corrigir possível injustiça da sentença
condenatória” (Rev. Forense, vol. 119, p. 242; rel. Nélson Hungria).
Voto nº 11.946
RELATOR
Voto nº 11.947
RELATOR
–– Questões relativas à progressão de regime prisional e a outros incidentes de execução da
pena são da competência originária do Juízo das Execuções Criminais (art. 66, nº III,
alíneas “b” e “f”, da Lei de Execução Penal); ao Tribunal, apenas em grau de recurso,
cabe o reexame do ponto ali decidido, sendo-lhe defeso deferi-lo na via sumaríssima e
estreita do “habeas corpus”.
Voto nº 11.948
RELATOR
Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
Voto nº 11.950
RELATOR
—“Não se conhece de habeas corpus originário quando substitui recurso ordinário não
interposto” (STF; HC nº 59.186-8; rel. Min. Décio Miranda; DJU 26.3.82, p. 2.561).
Voto nº 11.951
RELATOR
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o elemento
moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório. Trancamento de ação penal por falta de justa causa unicamente se
admite quando comprovada, ao primeiro súbito de vista, a atipicidade do fato imputado
ao réu, ou a sua inocência (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não contraditória e
que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC; rel. Min. Clóvis
Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
70
Voto nº 11.952
RELATOR
— Conforme a doutrina comum, o pedido de “habeas corpus” deve ser instruído com as
peças e documentos que comprovem as alegações do paciente.
— O Colendo Supremo Tribunal Federal, em copiosos arestos, tem proclamado que se não
toma conhecimento do pedido de “habeas corpus” quando não está devidamente
instruído (José Frederico Marques, Elementos de Direito Processual Penal, 1a. ed.,
vol. IV, p. 417).
Voto nº 11.953
RELATOR
—“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na
medida em que se desigualam” (Rui, Oração aos Moços, 1a. ed., p. 25).
–– Não obstante o direito expresso –– que manda o juiz suspender “o processo e o curso do
prazo prescricional” se o réu não atendeu à citação por éditos nem constituiu defensor (art.
366 do Cód. Proc. Penal) ––, a sustação, por tempo indeterminado, do prazo prescricional
fere de rosto as leis da sociologia jurídico-penal, máxime a que proscreve as formas eternas
de pena (às quais se equipara a decisão que decreta a suspensão, sem termo, do curso do
prazo prescricional.
––“Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-
lo de oficio” (art. 61 do Cód. Proc. Penal).
––“A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final (...), regula-se pelo máximo da
pena privativa de liberdade cominada ao crime” (art. 109 do Cód. Penal).
Voto nº 11.955
2º JUIZ
DECLARAÇÃO DE VOTO (VENCIDO)
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os condenados por crimes
hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para efeito de progressão, caem sob o regime do
art. 112 da Lei da Execução Penal: cumprimento de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes hediondos
e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464, em 29 de março de
2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal” (HC nº 88.037/SP; 5a.
Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07, p. 264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é a fonte
da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos argumentos ou
provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum anterior: acima do
melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da Justiça” (Carlos Maximiliano,
Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 377).
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
Comarca: Cubatão
Apelantes: Cleberson de Assis Ferreira
Apelado: Ministério Público
Voto nº 11.956
RELATOR
–– Para autorizar decisão condenatória não é mister prova perfeita e exuberante, bastando a
que dê ao Juiz o fundamento lógico suficiente para não cair em erro crasso.
— Pratica homicídio por motivo fútil o sujeito que, por questão de somenos, tira a vida a
outrem (art. 121, § 2º, nº II, do Cód. Penal).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes hediondos (Lei nº
8.072/90), no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se
o sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e
conspiram os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
Voto nº 11.957
RELATOR
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de
“habeas corpus”.
Comarca:
Agravante: IDALMIR DOS SANTOS BRITO
Agravado: Ministério público
Voto nº 11.958
RELATOR
Voto nº 11.959
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
Voto nº 11.959
RELATOR
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
Voto nº 11.961
RELATOR
— Comete crime de desacato (art. 331 do Cód. Penal) o sujeito que, no intento de o
ofender e humilhar, dirige palavras insultuosas a policial militar.
Voto nº 11.966
RELATOR
SORTEADO
DECLARAÇÃO DE VOTO (VENCIDO)
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não
aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as
79
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é, “tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento
carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente fato grave, indicativo de
personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a
mudança para regime prisional mais brando.
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da
Lei!
Voto nº 11.967
RELATOR
—“O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a concessão
do benefício da progressão de regime prisional” (STJ; HC nº 12.453-SP; rel. Min. Gilson
Dipp; j. 6.3.2001; DJU 23.4.2001, p. 171).
— Não se conhece de agravo em execução, cujo objeto já tenha sido apreciado e decidido
pelo Tribunal.
–– Já dispunham as velhas Ordenações que sentença que passa em julgado não se deve
outra vez meter em disputa ( cf. Cândido Mendes de Almeida , Auxiliar Jurídico,
1985, vol. II, p. 588).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não aboliu o
exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as circunstâncias
pessoais do sentenciado e a natureza do crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais,
obrará sempre o Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Dois requisitos exige a lei para a progressão de regime: lapso temporal e
mérito do condenado; presentes que sejam, compete ao Juiz despachar de boa
81
sombra a pretensão, uma vez não pode recusar-se a praticar os atos de seu
ministério.
— Não vá esquecer ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus
à proteção da Lei!
–– Decisões contraditórias no seio da Justiça operam sempre como fator de insegurança dos negócios
jurídicos, em detrimento grave de seu nome e crédito.
Voto nº 11.976
RELATOR
— Máxime quando produzida perante o Magistrado, “nada traz mais certeza da autoria de um
delito do que uma confissão livre, clara, sincera, sem qualquer vício” (Hélio Tornaghi,
Curso de Processo Penal, 1980, vol. I, p. 381).
— Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a decisão dos jurados se
depara um mínimo de fundamento na prova; que tal decisão já não será manifestamente
contrária à prova dos autos.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
— Se a ação instaurada contra o réu não foi decidida pelo Juizado Especial Criminal, mas
pelo Juízo comum, por força que falecerá competência à Turma Recursal Criminal para
julgá-la em grau de apelação (art. 82, da Lei nº 9.099/95).
— A confissão judicial, por seu valor absoluto – visto se presume feita espontaneamente –,
basta à fundamentação do edito condenatório.
— Trazer consigo, fora de casa, arma de fogo de uso permitido, sem a autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, configura o tipo previsto e punido pelo
art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97 (atual art. 14, “caput”, da Lei nº 10.826/03).
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a mira o
legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os perigos que
acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que existam controles ou regras
gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das Armas de Fogo, 1998, p. 107).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos argumentos
ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum anterior: acima do
melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da Justiça” (Carlos Maximiliano,
Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 377).
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da Lei!
–– A posse irregular de arma de fogo de uso permitido tipifica a infração do art. 12,
“caput”, da Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), independentemente de
perigo concreto.
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a
mira o legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os perigos
que acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que existam controles
ou regras gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das Armas de Fogo, 1998, p. 107).
— Não há que opor à decisão que, embora pendente recurso do Ministério Público, determina a
expedição de guia provisória de recolhimento a favor de réu preso, condenado a cumprir
pena sob o regime prisional fechado, pois mesmo que provido o recurso e exasperada a
pena corporal, já lhe está fixado o regime da última severidade; inexistirá, portanto, o
“periculum in mora”, o risco de fuga do sentenciado à execução da pena ou algum prejuízo
para a sociedade.
— Também os que violaram a ordem jurídica e social têm seus direitos; ainda o mais vil dos
homens não decai nunca da proteção da Lei. A presteza com que encaminha o réu para a
Vara das Execuções Criminais serve de timbre de honra do Juízo da condenação, não de
labéu (art. 105 da Lei de Execução Penal).
Voto nº 11.981
RELATOR
— Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister mais que a
prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade do réu (art. 413 do Cód.
Proc. Penal).
Voto nº 11.982
RELATOR
— Não há que opor à decisão que, embora pendente recurso do Ministério Público, determina
a expedição de guia provisória de recolhimento a favor de réu preso, condenado a
cumprir pena sob o regime prisional fechado, pois mesmo que provido o recurso e
exasperada a pena corporal, já lhe está fixado o regime da última severidade; inexistirá,
portanto, o “periculum in mora”, o risco de fuga do sentenciado à execução da pena ou
algum prejuízo para a sociedade.
87
— Também os que violaram a ordem jurídica e social têm seus direitos; ainda o mais vil dos
homens não decai nunca da proteção da Lei. A presteza com que encaminha o réu para a
Vara das Execuções Criminais serve de timbre de honra do Juízo da condenação, não de
labéu (art. 105 da Lei de Execução Penal).
Voto nº 11.985
RELATOR
Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a violência
ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o pedido de
“habeas corpus”.
Voto nº 11.986
RELATOR
—“A Justiça Criminal é sobretudo um ofício de consciência, onde importa mais o valor
da pessoa humana, a recuperação de uma vida, do que a rigidez da lógica formal”
(João Baptista Herkenhoff, Uma Porta para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed.,
p. 2).
Voto nº 11.987
RELATOR
— Dos mais sagrados direitos do réu é ver-se processar, rigorosamente, nos prazos que
lhe assina a lei. Donde o haver fixado a Jurisprudência em 81 dias o prazo legal
máximo para a formação da culpa de réu preso. Esse é o marco miliário que estrema a
legalidade do arbítrio.
— Grave que lhe seja o crime e abjeto o caráter, nenhum réu decai nunca da proteção da
lei, que todos iguala (art. 5º da Const. Fed.).
—“Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas
corpus, quando no curso do processo verificarem que alguém sofre ou está na
iminência de sofrer coação ilegal” (art. 654, § 2º, do Cód. Proc. Penal).
–– Passa por iniqüidade manter preso, enquanto lhe tramita o processo, réu que poderá,
no caso de condenação, ter cumprido já a máxima parte de sua pena. Ao demais,
ninguém ignora que o cárcere é o pior lugar do mundo antes do cemitério, tendo-lhe
Dostoiévski chamado, com propriedade, a “casa dos mortos”.
Comarca: Bauru
Impetrante: DR. LUCIANO CASTREQUINI BUFULIN
Paciente: Cristiano colassio da silva
Voto nº 11.988
RELATOR
—“Não se conhece de habeas corpus originário quando substitui recurso ordinário não
interposto” (STF; HC nº 59.186-8; rel. Min. Décio Miranda; DJU 26.3.82, P.
2.561).
Voto nº 11.989
RELATOR
––“A medida fica sujeita a uma condição resolutiva. Havendo causa, é revogada”
(Damásio E. de Jesus, Lei dos Juizados Especiais Criminais Anotada, 4a. ed., p.
125).
Voto nº 11.990
RELATOR
––“O habeas corpus é o instrumento tutelar da liberdade. No seu exame, o juiz não pode criar
obstáculos tais que venham a tornar letra morta a garantia constitucional” (Revista do
Superior Tribunal de Justiça, vol. 26, p. 95; rel. José Dantas).
––“Não se configura coação ilegal quando o excesso de prazo na formação da culpa decorre
de incidentes processuais não imputáveis ao juiz do processo ou ao Ministério Público”
(Jurisp. do STJ, vol. 8, p. 236).
––“A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final (...), regula-se pelo máximo da
pena privativa de liberdade cominada ao crime” (art. 109 do Cód. Penal).
Arts. 184, § 1º, 107, nº IV, 109, nº V, e 110, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 61 e 386, nº V, do Cód. Proc. Penal.
Voto nº 11.992
RELATOR
— Não cabe crítica à sentença que, firme em prova oral e técnica, julga procedente
denúncia e condena, por violação de direito autoral, sujeito que, mediante fraude,
reproduz fonogramas de terceiro, sem sua expressa autorização (art. 184, § 1º, do
Cód. Penal).
—“A luta pela existência é a lei suprema de toda a criação animada; manifesta-se em
toda a criatura sob a forma de instinto da conservação” (Rudolf Ihering, A Luta
pelo Direito, 20a. ed., p. 17; trad. João Vasconcelos).
— O Juiz, ainda que se não deva apartar nunca da razão lógica, não pode recorrer só
ao processo mental dedutivo para impor condenação, nem substituir a certeza pela
mera probabilidade, mesmo quando o acusado seja indivíduo de sombria nomeada
nas expansões da delinquência.
Voto nº 11.997
RELATOR
— Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a evidência dos autos,
pois tem por si a força do preceito constitucional da soberania dos veredictos do
Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.).
“Manifestamente contrária à prova dos autos” é somente a decisão que neles não
depara fundamento algum, constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e
da realidade processual.
— Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a decisão dos
jurados se depara um mínimo de fundamento na prova; que tal decisão já não será
manifestamente contrária à prova dos autos.
––“Se existem duas versões do fato e o júri aceita uma, que não se mostra
evidentemente falsa, não é possível reconhecer que a decisão tenha sido
manifestamente contrária à prova dos autos” (Rev. Forense, vol. 167, p. 412).
Voto nº 11.998
RELATOR
Voto nº 12.000
RELATOR
Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312
do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do
crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve
ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 23a.
ed., p. 253).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não contraditória
e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC; rel. Min. Clóvis
Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
— O simples porte de arma de fogo sem autorização legal tipifica a infração do art. 10,
“caput”, da Lei nº 9.437/97, independentemente da existência de perigo concreto.
— Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a mira o
legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os perigos que
acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que existam controles ou regras
gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das Armas de Fogo, 1998, p. 107).
— A lição de José Duarte encerra verdade irrefutável: “o porte de arma é, sempre,
potencialmente perigoso” (Comentários à Lei das Contravenções Penais, 1944, p. 294).
— Não há falar em violação de domicílio se a entrada do agente em casa alheia foi autorizada pelo
dono, ou para o fim de efetuar prisão em flagrante (art. 150, § 3o, no II, do Cód. Penal).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a situação
jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a evidência dos autos, pois
tem por si a força do preceito constitucional da soberania dos veredictos do Júri, que lhe
assegura a imutabilidade (art. 5º, nº XXXVIII, letra c, da Const. Fed.). “Manifestamente
contrária à prova dos autos” é somente a decisão que neles não depara fundamento algum,
constituindo por isso formidável desvio da razão lógica e da realidade processual.
— Dado que julgam “ex informata conscientia”, não há impugnar a decisão dos jurados se
depara um mínimo de fundamento na prova; que tal decisão já não será manifestamente
contrária à prova dos autos.
— Uma pena, para ser justa – escreveu o profundo Marquês de Beccaria —, deve ter somente
o grau de rigor que baste a afastar os homens da senda do crime. “Perchè una pena sia
giusta, non deve avere che quei soli gradi d’intensione che bastano a rimuovere gli uomini
dai delitti” (Dei Delitti e delle Pene, § XVI).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/90) no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se o
sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram os
mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloquente Cícero:
“Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em julgado. Portanto,
desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar a autoridade da “res judicata”, um dos
principais dogmas em que assenta a ordem jurídica (art. 5º, nº XXXVI, da Const. Fed.).
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm alguma coisa
de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de falta grave
cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada pelo
Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas jurídicos a
102
perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do direito ao tempo remido pelo
trabalho.
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloquente Cícero:
“Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em julgado. Portanto,
desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar a autoridade da “res judicata”,
um dos principais dogmas em que assenta a ordem jurídica (art. 5º, nº XXXVI, da Const.
Fed.).
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm alguma coisa
de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de falta grave
cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada pelo
Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas jurídicos a
perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do direito ao tempo remido
pelo trabalho.
— Depõe ordinariamente contra o interesse do réu seu silêncio na quadra do inquérito policial.
Deveras, quando injusta a acusação, o inocente clama de contínuo à face do mundo, não se
retrai ao silêncio, refúgio natural dos culpados.
— A palavra da vítima é a pedra angular do edifício probatório: se em harmonia com os mais
elementos dos autos justifica a procedência da pretensão punitiva e a condenação do réu.
— Constitui violência, elementar do roubo, o soco desferido pelo agente no braço da vítima,
para intimidá-la e facilitar a subtração de seus bens.
— Diz-se consumado o roubo se o agente, ainda que por breve lapso de tempo, teve a posse
desvigiada da coisa subtraída à vítima mediante violência ou grave ameaça.
—“A simples confissão da prática de um crime não atenua a pena. (...). O que importa é o
motivo da confissão, como, por exemplo, o arrependimento sincero, demonstrando
merecer (o acusado) pena menor, com fundamento na lealdade processual” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 17a. ed., p. 245).
— O regime prisional fechado é o que, em princípio, convém ao autor de roubo, por sua
natural periculosidade, como sujeito infenso à ordem legal e destituído de sentimento ético,
sobretudo se reincidente, e pela notória gravidade do crime, que intranqüiliza e comove a
população honrada.
(Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus” meio
apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de bom exemplo
conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio jurídico-processual mais
célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades contra o direito à liberdade de locomoção
do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da Const. Fed.).
–– Satisfeitos os requisitos legais (art. 83 do Cód. Penal), é o livramento condicional
direito público subjetivo do condenado, que se lhe não pode negar sem grave injúria da
Lei e da Justiça.
–– O argumento da pena longa não é poderoso a obstar a concessão de livramento
condicional ao sentenciado, se já cumpriu dela a metade (necessariamente longa).
Tampouco lhe serve de empecilho à obtenção do benefício o registro de falta grave
(fuga), se, ao depois, revelou, por largo espaço de tempo, exemplar conduta carcerária e
notável dedicação ao trabalho, sinais inequívocos de sua redenção.
— Trazer consigo, fora de casa, arma de fogo de uso permitido, sem a autorização e em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, configura o tipo previsto e punido
pelo art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97 (atual art. 14, “caput”, da Lei nº 10.826/03).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
— Trazer consigo, fora de casa, arma de fogo de uso permitido, sem a autorização e em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, configura o tipo previsto e punido
pelo art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97 (atual art. 14, “caput”, da Lei nº 10.826/03).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
qualificado), crime do número dos “hediondos” (art. 2º, nº II, da Lei nº 8.072/90).
— Como lhe compete presidir às audiências e prover à instrução dos processos, não será
decerto o Juiz um conviva de pedra ou um espectador inerte. Fatos existem, no entanto,
110
que lhe excedem a jurisdição; denomina-os a tradição jurídica motivos de força maior, a
cujo número pertence a necessidade de expedição de carta precatória para o interrogatório
do réu, termo essencial do processo e franca oportunidade de obtenção de prova,
imprescindível à busca da verdade real.
— Ainda que exaspere a sorte do preso, tal fato não caracteriza constrangimento ilegítimo por
excesso de prazo no encerramento da instrução criminal, uma vez que nem sempre o
pode o Juiz dispensar ou prevenir. Eis a razão por que, no caso de força maior, dispõe a lei
que “não correrão os prazos” (art. 798, § 4º, do Cód. Proc. Penal).
— É inteligência consolidada em todos os Tribunais de Justiça do País que somente o excesso
de prazo injustificado constitui constrangimento ilegal, não a demora na inquirição de
testemunhas por precatória, que tem o caráter de força maior, motivo de suspensão do
curso dos prazos (art. 798, § 4º, do Cód. Proc. Penal).
—“Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso
de prazo” (Súmula nº 52 do STJ).]
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória (art. 33 da Lei
nº 11.343/06).
—“Não há maior tormento no mundo que o esperar” (Vieira, Sermões,
1959, t. V, p. 210).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime (dolo), é
insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas cabe
na instância ordinária, com observância da regra do contraditório (art. 648, nº I, do Cód.
Proc. Penal).
— HABEAS CORPUS – Pedido de liberdade provisória –
Roubo praticado mediante concurso de agentes – Necessidade da custódia cautelar –
Ordem denegada.
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva (cf. art.
310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o autor de
roubo incide na cláusula restritiva; pelo que, não tem jus ao benefício.
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência, consagrado
na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a providência da prisão
preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art. 312 do Código de Processo
Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para assegurar
a aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da infração penal e
veementes indícios de sua autoria.
–– Não há averbar de falta de fundamentação a decisão que encerra base jurídica e fática
111
— Trazer consigo, fora de casa, arma de fogo de uso permitido, sem a autorização e em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, configura o tipo previsto e punido pelo
art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97 (atual art. 14, “caput”, da Lei nº 10.826/03).
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a
mira o legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os perigos
que acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que existam controles
ou regras gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das Armas de Fogo,
1998, p. 107).
— Ainda que tenha autorização permanente para a posse e uso de arma de fogo
(“imunidade funcional”), ao policial militar é defeso adquiri-la sem permissão da
autoridade, aliás incorrerá nas penas da lei (art. 10, “caput”, da Lei nº 9.473/97).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p.
154).
— É de bom exemplo ensejar ao sentenciado ocasião para trazer à luz pública, sempre que o
deseje, razões e argumentos em prol de sua inocência, ou que lhe sirvam a atenuar o
castigo. Pede-o a tradição do Direito, que incluiu entre os seus mais caros postulados o da
amplitude da defesa (art. 5º, nº LV, da Const. Fed.).
— Não incorre na tacha de contrária à evidência e, portanto, não autoriza revisão criminal, a
sentença condenatória que se apóia em alguma prova dos autos (art. 621, nº I, do Cód.
Proc. Penal).
—“Tem-se por improcedente a revisão criminal, quando não ocorre a alegada contradição entre a
sentença e a evidência dos autos” (Rev. Forense, vol. 166, p. 317).
— A Lei nº 11.464/07 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº 8.072/90), no que
respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se o sentenciado
primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e
conspiram todos os requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
112
— O autor de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, nº IV, do Cód. Penal), crime do número
dos hediondos, deve cumprir sua pena sob o regime fechado, no início (art. 2º, § 1º, da Lei
nº 8.072/90).
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal , isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime aberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal —
não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser
realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que
cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a
prudência e o arbítrio do bom varão.
— Dois requisitos exige a lei para a progressão de regime: lapso temporal e mérito do
condenado; presentes que sejam, compete ao Juiz despachar de boa sombra a pretensão,
uma vez não pode recusar-se a praticar os atos de seu ministério.
— Não vá esquecer ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— O asserto de que o criminoso empedernido não conhece recuperação não é dogma
científico. Para honra da Humanidade, não são raros os casos em que, incentivados por
medidas penais salutares, condenados abjuraram a vida de crimes, redimiram-se de
suas faltas e retornaram à comunhão social, tornando-se cidadãos prestantes.
— Opor-se à progressão de regime — direito que a lei assegura ao condenado em condições
de o merecer — fora mais do que obstar-lhe a reintegração social, porque seria matar-lhe a
esperança, que é o último remédio que deixou a natureza a todos os males (Vieira,
Sermões, 1682, t. II, p. 87).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal —
não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser
realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que
cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a
prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente
113
–– Uma vez conspirem todos os requisitos legais para sua concessão, denegar ao sentenciado
o benefício da comutação de penas fora o mesmo que frustrar, em seu espírito e forma, o
Decreto do Presidente da República e, sobre isso, mentir ao ideal de justiça.
— Ao condenado que satisfaz o requisito objetivo (lapso temporal) é bem se conceda
comutação de pena. Pequenas deficiências de cunho íntimo ou subjetivo, que acaso
apresente, deve supri-las o Juiz com o espírito mesmo que preside à outorga do
benefício do indulto: o nobre e generoso sentimento de compreensão humana, com
que, pelo Natal, o chefe de Estado sói amercear-se de todo o encarcerado, “o mais
pobre de todos os pobres”, na pungente expressão de Carnelutti (As Misérias do
Processo Penal, 1995, p. 21; trad. José Antonio Cardinalli).
— Quando claro, o texto legal escusa interpretação e, sobretudo, desautoriza aquela que
prejudicar o condenado: “In dubio pro libertate. Libertas omnibus rebus favorabilior
est. Na dúvida, pela liberdade! Em todos os assuntos e circunstâncias, é a liberdade
que merece maior favor” (apud Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do
Direito, 16a. ed., p. 261).
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloquente Cícero:
“Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em julgado. Portanto,
desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar a autoridade da “res judicata”, um
dos principais dogmas em que assenta a ordem jurídica (art. 5º, nº XXXVI, da Const. Fed.).
114
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm alguma coisa
de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de falta grave
cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra interpretação
que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada pelo Colendo Supremo
Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas jurídicos a perda, para o condenado
“que for punido por falta grave”, do direito ao tempo remido pelo trabalho.
— O art. 50, nº VI, da Lei de Execução Penal, com ser norma penal em branco, permite a
inclusão de novas modalidades infracionais, v.g., a utilização de telefone celular por
preso, no interior da cadeia. Fator e ocasião de quebra da disciplina carcerária – visto
que, ao alcance de integrantes de organizações criminosas, o telefone celular serve a
fomentar rebeliões nos presídios, com risco da segurança pública e da ordem social –, a
proibição de seu uso, estabelecida pela Resolução nº 113/2003, da Secretaria da
Administração Penitenciária, é ao mesmo tempo útil e necessária. Sua inobservância
implica, sem dúvida, falta disciplinar grave, sujeita ao rigor da lei (art. 50, nº VI, e 39,
ns. II e V, da Lei de Execução Penal).
— Com a promulgação da Lei nº 11.466, de 28.3.2007, a posse de telefone celular no
interior de estabelecimento penal — já proibida pela Resolução nº 113/2003 da SAP —,
passou a integrar, às expressas, o rol das faltas graves enumeradas no art. 50 da Lei de
Execução Penal: “tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com ambiente
externo” (nº VII).
— Deve o sentenciado atender, sem quebra, às instâncias da disciplina do estabelecimento
penal para poder, no tempo oportuno, credenciar-se à outorga de benefícios (art. 112
da Lei de Execução Penal).
são da competência originária do Juízo das Execuções Criminais (art. 66, nº III, alíneas “b” e
“f”, da Lei de Execução Penal); ao Tribunal, apenas em grau de recurso, cabe o reexame do
ponto ali decidido, sendo-lhe defeso deferi-lo na via sumaríssima e estreita do “habeas corpus”.
–– Não é o “habeas corpus” via legal idônea para apressar decisões nem apreciar pedido de
progressão de regime prisional, por implicar análise detida de requisitos objetivos e subjetivos,
reservada à competência do Juízo da execução (art. 66, nº III, alínea b, da Lei de Execução
Penal).
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007 atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/90), no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se o
sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e conspiram
os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
—“A palavra da vítima é a viga mestra da estrutura probatória, e a sua acusação, firme e
segura, em consonância com as demais provas, autoriza a condenação” (Rev. Tribs.,
vol. 750, p. 682).
—“A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo
do mínimo legal” (Súmula nº 231 do STJ).
— O regime prisional fechado, no início, é o que melhor responde à natureza do roubo,
crime gravíssimo, e à personalidade de quem o pratica, infensa à disciplina social e
120
preconizado pelo art. 226 do Cód. Proc. Penal constitui, muita vez, culto ao “frívolo
curialismo”, que o sábio Francisco Campos mandava proscrever, de férula em punho (cf.
Exposição de Motivos do Código de Processo Penal, nº XVII).
— A confissão judicial do réu tem valor absoluto como meio de prova; pela presunção de sua
autenticidade, pode autorizar a edição de decreto condenatório.
— Particular importância têm as palavras da vítima, nos casos de roubo.
Sujeito principalíssimo do evento delituoso, suas palavras unicamente serão
desacreditadas, quando se demonstrar, por modo inequívoco e pleno, que as contaminou
erro ou malícia, uma vez se presume o seu interesse de incriminar apenas aquele que lhe
infligiu o mal injusto e grave.
—“No sequestro, desde que a privação da liberdade de locomoção constitua meio ou elemento
de outro crime, perde o sequestro a sua autonomia e é absorvido por este crime” (Rev.
Tribs., vol. 491, p. 275; rel. Hoeppner Dutra).
—“Associar-se quer dizer reunir-se, aliar-se ou congregar-se estável ou permanentemente,
para a consecução de um fim comum. À quadrilha ou bando — art. 288 do Cód. Penal —
pode ser dada a seguinte definição: reunião estável ou permanente (que não significa
perpétua), para o fim de perpetração de uma indeterminada série de crimes. A nota de
estabilidade ou permanência da aliança é essencial” (Nélson Hungria, Comentários ao
Código Penal, 1958, vol. IV, pp. 177-178).
—“Responde por roubos em concurso formal o sujeito que, num só contexto de
fato, pratica violência ou grave ameaça contra várias pessoas, produzindo multiplicidade
de violações possessórias” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 591).
— O regime fechado, no início, é o que unicamente se aproposita ao autor de roubo (crime da
última graveza e abjeção), que argui em quem o pratica entranhada rebeldia à disciplina
social.
— Diz-se consumado o roubo se o agente, ainda que por breve lapso de tempo, teve
a posse desvigiada da coisa subtraída à vítima mediante violência ou
grave ameaça.
— Forma de humanização do Direito Penal, por afastar o exagero punitivo, nada obsta se
compense a nota de reincidência com a circunstância atenuante obrigatória da
confissão espontânea do réu (art. 65, nº III, alínea d, do Cód. Penal).
—“É admissível a adoção de regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a
pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais”
(Súmula nº 269 do STJ).
Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e
indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz
para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 23a. ed., p. 253).
–– Exceto na hipótese de necessidade cautelar, não é de bom exemplo (nem talvez legítimo)
condicionar o recebimento do recurso ao prévio recolhimento do réu à prisão: “O
princípio do duplo grau de jurisdição atribui ao réu o direito de ver a sentença
condenatória submetida à apreciação do tribunal, independentemente da condição do
recolhimento à prisão” (Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 22a.
ed., p. 473).
—“Sem que se caracterize situação de real necessidade, não se legitima a privação
cautelar da liberdade individual do indiciado ou do réu. Ausentes razões de
necessidade, revela-se incabível, ante a sua excepcionalidade, a decretação ou a
subsistência da prisão preventiva (...)” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 180, pp. 262-264;
rel. Min. Celso de Mello).
— Embora direito do réu manter-se calado (art. 5º, nº LXIII, da Const. Fed.), ordena a
razão natural que todo o indivíduo se defenda com bravura de injusta acusação; em
silêncio e indiferente, quando argüido de crime, só permanece o que foi achado em
culpa.
— Pedra angular do edifício probatório, a palavra da vítima, nos crimes violentos contra o
patrimônio, é fonte valiosíssima de convicção e, se em harmonia com os mais elementos
dos autos, pode justificar a condenação do réu (art. 157 do Cód. Penal).
— Constitui a majorante do inc. I do § 2º do art. 157 do Cód. Penal a ameaça com
arma desmuniciada, se a vítima o ignorava, porque instrumento apto a intimidá-la
e, pois, render-lhe o ânimo.
— Ao autor de roubo, crime grave entre os que mais o sejam, não convém senão o
regime prisional fechado. É a própria natureza da infração penal que o exige e a
notável deformação de sua personalidade, inconciliável com regime diverso de
cumprimento de pena.
—“A palavra da vítima é a viga mestra da estrutura probatória, e a sua acusação, firme e segura,
em consonância com as demais provas, autoriza a condenação” (Rev. Tribs., vol. 750, p. 682).
— O regime prisional fechado, no início, é o que melhor responde à natureza do roubo, crime
gravíssimo, e à personalidade de quem o pratica, infensa à disciplina social e orientada para
a delinquência violenta.
— Aquele que invoca álibi (ou “negativa loci”) deve prová-lo à saciedade, sob pena de
confissão do crime que lhe é imputado (art. 156 do Cód. Proc. Penal).
— Ainda que singular o testemunho do fato, serve à fundamentação de decreto condenatório
se em harmonia com os mais elementos de convicção do processo.
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
— Não tem direito de aguardar solto seu julgame nto pelo Tribunal do Júri o réu que,
pronunciado como incurso nas penas do art. 121 do Cód. Penal , não comprovou
possuir mérito pessoal que lhe justificasse a outorga do benefício (art. 413, § 3º, do
Cód. Proc. Penal).
—“Pronunciado o réu, fica superada a alegação de constrangimento ilegal da prisão
por excesso de prazo na instrução” (Súmula nº 21, do STJ).
—“Não há maior tormento no mundo que o esperar” (Antônio Vieira, Sermões, 1959,
t. V, p. 210).
126
— Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas
corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária, com
observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por falta de
justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro súbito de vista,
a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art. 648, nº I, do Cód.
Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não contraditória
e que não deixe alternativa à convicção do julgador” (STF; HC; rel. Min. Clóvis
Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção d e inocência,
consagrado na Const. da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a providência da
prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art. 312 do Cód Proc.
Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da
infração penal e veementes indícios de sua autoria.
—“É desnecessária a resposta preliminar de que trata o art. 514 do Código de Processo
Penal, na ação instruída por inquérito policial” (Súmula nº 330 do STJ).
—“Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar
prejuízo para a acusação ou para a defesa (art. 563 do Cód. Proc. Penal).
128
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E.
de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
—“A fuga do preso é um fato antijurídico por ser uma violação do dever expresso no art. 38
da Lei de Execução Penal. A principal obrigação legal, fundamental mesmo, inerente ao
estado do condenado a pena privativa de liberdade, é justamente a de se submeter o preso
a ela, ou seja, a não procurar furtar-se à pena pela fuga ou evasão” (Julio Fabrini
Mirabete, Execução Penal, 11a. ed., p. 113).
—“O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a
concessão do benefício da progressão de regime prisional” (STJ; HC nº 12.453-SP;
rel. Min. Gilson Dipp; j. 6.3.2001; DJU 23.4.2001, p. 171).
— Deve o sentenciado atender, sem quebra, às instâncias da disciplina
do estabelecimento penal para poder, no tempo oportuno, credenciar-se
à outorga de benefícios (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Faltas disciplinares e mau procedimento carcerário do sentenciado
arguem-lhe demérito, que obsta à sua progressão de regime prisional
(art. 112 da Lei de Execução Penal).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não
aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as
circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que cometeu o
aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a prudência e o
arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal , isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os requisitos da lei
não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça Criminal, senão por voto
sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para o caminho do bem, de que se
desviara, a fim de que possa reintegrar-se, efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei
de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à proteção da
Lei!
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal, da decisão que conceder reabilitação
criminal caberá recurso de ofício.
—“É preciso que a Justiça seja solícita em ouvir o seu reclamo (do ex-presidiário), dando
o primeiro testemunho de que tem ele direito à reintegração social. Não se pode admitir
que marcas de Caim o persigam até o túmulo” (João Baptista Herkenhoff, Uma Porta
para o Homem no Direito Criminal, 2a. ed., p. 196).
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloquente Cícero:
“Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em julgado. Portanto,
desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar a autoridade da “res judicata”,
um dos principais dogmas em que assenta a ordem jurídica (art. 5º, nº XXXVI, da Const.
Fed.).
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm alguma coisa
de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de falta grave
cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
132
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada pelo
Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas jurídicos a
perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do direito ao tempo remido
pelo trabalho.
–– Porque o homem perfeito é uma ficção, o critério para a aferição dos requisitos legais de
ordem subjetiva para a progressão de regime prisional do sentenciado será, em linha de
princípio, aquele adotado pela equipe técnica: terá jus à mudança de regime o
condenado que revelar positivas condições de readaptação ao convívio social (art. 112
da Lei de Execução Penal).
–– A ausência de periculosidade e a aplicação do sentenciado à laborterapia são
elementos decisivos para a concessão do benefício: uma previne a sociedade contra os
efeitos da delinquência; outra (o trabalho) representa o principal fator de promoção
humana.
— A Lei nº 10.792/2003 (que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal )
não revogou o Código Penal; destarte, nos casos de pedido de benefício em que seja
mister aferir mérito, poderá o juiz determinar a realização de exame criminológico
no sentenciado, se autor de crime doloso cometido mediante violência ou grave
ameaça, pela presunção de periculosidade (art. 83, parág. único, do Cód. Penal).
— No alto dizer de Francisco Campos, o juiz “não fica subordinado a nenhum critério
apriorístico no apurar, através delas (“ scilicet ”, das provas dos autos), a verdade
material. O juiz criminal é, assim, restituído à sua própria consciência. Nunca é
demais, porém, advertir que livre convencimento não quer dizer puro capricho de
opinião ou mero arbítrio na apreciação das provas” (Exposição de Motivos do
Código de Processo Penal, nº VII).
— Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister mais que a
prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade do réu ( art. 413 do Cód.
Proc. Penal).
–– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a julgamento pelo Júri o
acusado da prática de crime doloso contra a vida (art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde
veio a dizer José Frederico Marques: “A pronúncia é sentença processual de
conteúdo declaratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual Penal, 2a. ed.,
vol. III, p. 217; Millennium Editora).
–– As qualificadoras articuladas na denúncia apenas podem ser excluídas quando
manifesta sua inocorrência; do contrário, são os Jurados os que sobre elas se devem
pronunciar, porque matéria de sua competência.
recurso, cabe o reexame do ponto ali decidido, sendo-lhe defeso deferi-lo na via
sumaríssima e estreita do “habeas corpus”.
–– Não é o “habeas corpus” via legal idônea para apressar decisões nem apreciar pedido de
progressão de regime prisional, por implicar análise detida de requisitos objetivos e
subjetivos, reservada à competência do Juízo da execução (art. 66, nº III, alínea b, da Lei
de Execução Penal).
— Obra com extraordinária imprudência o motorista que, trafegando com seu veículo em
alta velocidade e sem as cautelas usuais, perde-lhe o controle e, após invadir a pista de
rolamento de rodovia de duplo sentido de direção, colide-o com outro, provocando a
morte de seus ocupantes (art. 302 do Cód. Trânsito).
— Na teoria da culpa tem validade perene a definição do insigne
Carrara: “É a voluntária omissão de diligência no calcular as consequências
possíveis e previsíveis do próprio fato” (apud Costa e Silva, Comentários ao Código
137
— Postergar a autodefesa é risco tão grande, que somente correm aqueles que, bem cientes de
sua culpa, nada ou pouco se lhes dá que a própria liberdade se deite a perder. O homem
inocente e que se acha em seu acordo e razão, esse não espera pela undécima hora: apenas
o acusem injustamente, logo se defende com todo o vigor de sua palavra. Donde o haverem
os romanos cunhado a sentenciúncula: “qui tacet, consentire videtur” (o que, vertido em
vulgar, soa: quem cala, consente).
— Palavra de vítima, não há desprezá-la em princípio. Deveras, quem mais abalizado para
discorrer de um fato senão aquele que lhe foi o protagonista? Exceto na hipótese (mui rara)
de mentira ou erro, suas declarações bastam a acreditar um termo de condenação.
— O aumento de 3/8 pela incidência de duas qualificadoras do roubo não se mostra
desarrazoado, pois tem por si copiosa jurisprudência dos Tribunais: se duas as
qualificadoras, “o aumento deverá ficar entre o mínimo e o máximo estipulado, ou seja, em
2/5” (Rev. Tribs., vol. 734, p. 673; rel. Denser de Sá).
— Não há proibição legal de o Juiz conceder regime semi-aberto a condenado não-
reincidente a pena inferior a 8 anos (art. 33, § 2º, alínea “b”, do Cód. Penal); a
concessão de tal benefício unicamente é defesa ao réu condenado a pena que
exceda a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena seja superior a 4
anos.
— Isto de não haver a Defesa apresentado suas razões não obsta ao conhecimento da
apelação; o ponto está em que tenha sido o patrono do réu regularmente intimado a
fazê-lo (art. 600 do Cód. Proc. Penal).
— Conforme iterativa jurisprudência dos Tribunais, a palavra da vítima, se ajustada aos
mais elementos do processo, justifica decreto condenatório.
—“A palavra da vítima é a viga mestra da estrutura probatória, e a sua acusação, firme e
segura, em consonância com as demais provas, autoriza a condenação” (Rev. Tribs., vol.
750, p. 682).
— É superior a toda crítica a decisão que, firme em prova oral idônea, decreta a
condenação do réu.
— A Lei nº 11.464, de 28.3.2007, atenuou o rigor da Lei dos Crimes Hediondos (Lei nº
8.072/90) no que respeita à progressão no regime prisional de cumprimento de pena. Se o
sentenciado primário tiver dela descontado já 2/5 — ou 3/5, se reincidente — e
conspiram os mais requisitos legais, faz jus ao benefício (art. 2º, § 2º).
lícito, entretanto, atribuir-se falsa identidade, que isto a lei define e pune
como crime (art. 307 do Cód. Penal).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da
pretensão punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto
de exame ou deliberação.
— À luz da nova ordem constitucional instaurada no País, a regra geral é que se defenda o réu
em liberdade. Consectário do princípio do estado de inocência (art. 5º, nº LVII, da
Const. Fed.), só por exceção deve o acusado responder preso ao processo.
–– Conforme a comum opinião dos doutores, toda prisão cautelar, que se não sustente em
indeclinável necessidade, passa por abusiva e ilegítima e, pois, quer-se revogada. Nesse
número merecem contados os casos de encarceramento de réu, quando ausentes os
requisitos da decretação da prisão preventiva (art. 310, parág. único, do Cód. Proc.
Penal).
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloquente Cícero:
“Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em julgado. Portanto,
desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar a autoridade da “res judicata”,
um dos principais dogmas em que assenta a ordem jurídica (art. 5º, nº XXXVI, da Const.
Fed.).
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm alguma coisa
de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de falta grave
cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada pelo
Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas jurídicos a
perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do direito ao tempo remido
pelo trabalho.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal — não
aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser realizado se as
circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que cometeu o
aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a prudência e o
142
— Por força do princípio da ultratividade da lei mais favorável (art. 2º, parág. único, do
Cód. Penal), é possível aplicar a diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei nº
11.343/06 (Lei de Drogas) aos casos de condenação pelo art. 12, “caput”, § 1º e § 2º, nº
II, da Lei nº 6.368/76, mediante “recomposição comparativa” das penas cominadas (cf.
Vicente Greco Filho e João Daniel Rassi, Lei de Drogas Anotada,2007, pp. 201/202).
—“A causa de diminuição de pena prevista no art. 33 da Lei nº 11.343/2006, mais benigna,
pode ser aplicada sobre a pena fixada com base no disposto no art.12, caput, da Lei nº
6.368/76” (STF; HC nº 95.435/RS; rel. (designado) Min. Cezar Peluso; 2a. Turma; j.
21.10.2008; m.v.).
— Não é de bom exemplo antecipar o exame do mérito à produção da prova com o intuito
de aferir prescrição virtual, que isto implica descaso pela obrigatoriedade da ação
penal e violação grave da primeira garantia de todo o acusado: ter oportunidade de
comprovar sua inocência (art. 107, nº IV, do Cód. Penal).
— Se a pena ainda não foi concretizada na sentença, não há reconhecer prescrição,
antecipadamente, com fundamento em juízo de provável condenação, visto como pode
suceder que o réu venha a ser absolvido, o que terá por benefício de maior quilate que a
extinção de sua punibilidade pela porta ampla da prescrição.
—“A maioria da jurisprudência não aceita a chamada prescrição virtual” (Guilherme de
Souza Nucci, Código Penal Comentado, 5a. ed., p. 469).
— Segundo a comum opinião dos doutores, para a pronúncia não é mister mais que a
prova da realidade do crime e indícios da responsabilidade do réu ( art. 413 do Cód.
Proc. Penal).
–– A decisão de pronúncia tira ao efeito somente de submeter a julgamento pelo Júri o
acusado da prática de crime doloso contra a vida (art. 408 do Cód. Proc. Penal). Donde
veio a dizer José Frederico Marques: “A pronúncia é sentença processual de
conteúdo declaratório em que o juiz proclama admissível a acusação, para que esta
seja decidida no plenário do Júri” (Elementos de Direito Processual Penal, 2a. ed.,
vol. III, p. 217; Millennium Editora).
–– Salvo se manifesta sua inocorrência, não é de bom exemplo afastar, desde logo, na
fase da pronúncia, as qualificadoras do homicídio; ao Tribunal do Júri, como a seu
Juiz natural, é que, em princípio, cabe apreciá-lo (art. 121, § 2º, nº II, e art. 14, nº
II, do Cód. Penal).
— É axioma de Direito que “a confissão da parte releva de outra prova” (cf. Cândido
145
— Não cai sob a rubrica das nulidades nem viola direito das partes o despacho que, no prazo do
art. 499 do Cód. Proc. Penal, indefere a realização de diligência que não é cabal ou
imprescindível à decisão da causa.
— Incorre nas penas do art. 304 do Cód. Penal aquele que usa documento falso por verdadeiro.
—“Se a carteira (de habilitação para dirigir veículos) é falsa, o crime do art. 304 do Cód. Penal se
configura, ainda que a exibição do documento decorra de exigência da autoridade policial” (STJ;
REsp nº 63.370-SP; rel. Min. Assis Toledo; DJU 17.6.96, p. 21.507).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de prescrição da
pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença condenatória” (Damásio E. de
Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da
pretensão punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto
de exame ou deliberação.
inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), é o
art. 112 da Lei de Execução Penal que serve de fundamento ao pedido de progressão de
regime do condenado por crime hediondo cometido antes da promulgação da Lei nº 11.464,
de 28.3.07, pois, segundo princípio basilar de Direito Penal, a lei posterior mais severa não
pode retroagir.
— A decisão da Suprema Corte, conforme o sentimento comum dos melhores intérpretes, “é
auto-aplicável, dispensando a atuação do Senado Federal para suspender a sua execução
(CF/88, art. 52, X)” (René Ariel Dotti, in Rev. Tribs., vol. 400, p. 415).
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os condenados por
crimes hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para efeito de progressão, caem sob
o regime do art. 112 da Lei da Execução Penal: cumprimento de 1/6 da pena e bom
comportamento carcerário.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes hediondos
e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464, em 29 de março de
2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal” (HC nº 88.037/SP; 5a.
Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07, p. 264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é a fonte
da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos argumentos
ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum anterior: acima do
melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da Justiça” (Carlos Maximiliano,
Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 377).
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal , isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente fato
grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da recuperação,
poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
Arts. 297, 304, 107, nº IV, 109, nº V, e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Enquanto em vigor o art. 746 do Cód. Proc. Penal , da decisão que conceder
151
— Incorre nas penas do art. 304 do Cód. Penal aquele que usa de documento falso
como se verdadeiro.
— Segundo velha máxima de jurisprudência, aquele a quem o crime aproveita, esse o
praticou: “Cui prodest scelus is fecit” .
— Decisão com força de coisa julgada unicamente se rescinde em face de prova cabal
de ter sido proferida contra a evidência dos autos, em desrespeito da Lei ou com
base em documentos ou testemunhos falsos (art. 621 do Cód. Proc. Penal).
— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus” meio
apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de bom
exemplo conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio jurídico-
processual mais célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades contra o direito à
liberdade de locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da Const. Fed.).
–– Questões relativas à progressão de regime prisional e a outros incidentes de execução da
pena são da competência originária do Juízo das Execuções Criminais (art. 66, nº III,
alíneas b e f, da Lei de Execução Penal); ao Tribunal, apenas em grau de recurso,
cabe o reexame do ponto ali decidido, sendo-lhe defeso deferi-lo na via sumaríssima e
estreita do “habeas corpus”.
— Não se conhece de pedido de “habeas corpus” impetrado ao Tribunal com o escopo de
obter progressão ao regime aberto, pois se trata de matéria em que, por previsão de lei
(art. 66, nº III, alínea b, da Lei de Execução Penal), deve entender o Juízo de Direito da
Vara das Execuções Criminais, sob pena de usurpação de suas atribuições e violação de
norma de organização judiciária do Estado.
— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus” meio
apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de bom
exemplo conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio jurídico-
processual mais célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades contra o direito à
liberdade de locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da Const. Fed.).
–– Já dispunham as velhas Ordenações que sentença que passa em julgado não se deve
outra vez meter em disputa (cf. Cândido Mendes de Almeida, Auxiliar Jurídico,
1985, vol. II, p. 588).
— É questão superior a toda a dúvida que o Magistrado, com a prudência do bom varão,
pode temperar com a eqüidade o rigor da lei.
— A lei, na pontual expressão de uma das maiores glórias das letras jurídicas do País, há
de interpretar-se com a lógica do jurista, que é a lógica do razoável (Goffredo Telles
Jr., A Folha Dobrada, 1999, p. 161).
—“Desde que as circunstâncias assim o recomendem”, pode o Juiz modificar as
condições estipuladas para o regime aberto (art. 116 da Lei de Execução Penal).
—“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum” (art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil).
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à própria sociedade, que tem o direito de exigir do infrator a reparação, em forma de pena
retributiva, do dano que lhe causou com o seu crime.
–– Questões relativas à progressão de regime prisional e a outros incidentes de execução da
pena são da competência originária do Juízo das Execuções Criminais (art. 66, nº III,
alíneas b e f, da Lei de Execução Penal); ao Tribunal, apenas em grau de recurso, cabe o
reexame do ponto ali decidido, sendo-lhe defeso deferi-lo na via sumaríssima e estreita do
“habeas corpus”.
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a decisão
definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do Cód. Proc.
Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e indícios
suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz para a
condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
— Embora seja de Magistrado motivar sempre suas decisões, ninguém ainda ousou contestar a
verdade destas palavras do conspícuo Ministro Mário Guimarães, do Supremo Tribunal
Federal, grande sabedor da matéria: “Certas decisões, também, se fundamentam por si
mesmas. Insistir em justificá-las, seria ocioso” (O Juiz e a Função Jurisdicional, 1958, p.
347).
— Salvo casos especiais (ao prudente arbítrio do juiz),
primariedade, bons antecedentes, prova de ocupação lícita e de residência no foro da culpa
não valem a autorizar a concessão de liberdade provisória (art. 310, parág. único, do
Cód. Proc. Penal) àquele que, acusado de crime grave — como é o roubo —, tem contra si
a presunção de periculosidade.