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NOVENA DA IMACULADA. 1º DE DEZEMBRO.

SEGUNDO DIA DA NOVENA

45. CASA DE OURO


– Santa Maria, Templo do Deus vivo, enriquecida pelos dons do Espírito Santo.

– Os dons do entendimento, ciência e sabedoria em Nossa Senhora.

– Os dons da prudência, piedade, fortaleza e temor de Deus.

I. BEM-AVENTURADA és tu, ò Virgem Maria, morada consagrada do


Altíssimo...1

Na ladainha lauretana, chamamos a Maria Domus aurea, Casa de ouro,


recinto de intensíssimo esplendor. Quando uma família mora numa casa e a
converte num lar, este reflecte as peculiaridades, gostos e preferências dos
seus moradores. A casa e os que nela habitam constituem uma certa unidade,
como o corpo e a roupa, como o conhecimento e a acção. No Antigo
Testamento, o primeiro Tabernáculo, e depois o Templo, eram a Casa de
Deus, onde tinha lugar o encontro de Javé com o seu Povo. Quando Salomão
decidiu construir o Templo, os Profetas especificaram os materiais nobres que
se deviam empregar, como a madeira em abundância no seu interior,
revestimento de ouro... Deveria empregar-se na construção o melhor que
tinham ao seu alcance, e deveriam trabalhar nele os melhores artífices de que
dispunham.

Quando chegou a plenitude dos tempos e Deus decretou a sua vinda ao


mundo, preparou Maria como a criatura adequada em que habitaria durante
nove meses, desde a sua Encarnação até o seu nascimento em Belém. N’Ela,
Deus imprimiu a marca do seu poder e do seu amor. Maria, Domus aurea, o
novo Templo de Deus, foi revestida de uma formosura tão grande que não foi
possível outra maior. A sua Imaculada Conceição e todas as graças e dons
com que Deus enriqueceu a sua alma estiveram em função da sua
Maternidade divina2.

Entende-se muito bem que o Arcanjo Gabriel, ao saudar Maria, se tenha


mostrado cheio de respeito e veneração, pois compreendeu a imensa
excelência da Virgem e a sua intimidade com Deus. A graça inicial de Maria,
que a preparava para a sua Maternidade divina, foi superior à de todos os
Apóstolos, mártires, confessores e virgens juntos, superior à de todas as almas
santas e à de todos os anjos criados desde a origem do mundo 3. Deus
preparou uma criatura humana de acordo com a dignidade do seu Filho.

Quando dizemos que Maria tem uma dignidade “quase infinita”, queremos
indicar que é a criatura mais próxima da Santíssima Trindade e que goza de
uma honra e majestade altíssimas, inteiramente singulares. É a Filha
primogénita do Pai, a predilecta, como foi chamada tantas vezes na Tradição
da Igreja e o Concílio Vaticano II repetiu4. Com Jesus Cristo, Filho de Deus,
Nossa Senhora mantém o estreito laço da consanguinidade, que a faz ter com
Ele umas relações absolutamente próprias. Maria é Templo e Sacrário do
Espírito Santo5. Que alegria podermos ver, especialmente nestes dias da
Novena, que temos uma Mãe tão próxima de Deus, tão pura e bela, e tão
próxima de nós!

“Como gostam os homens de que lhes recordem o seu parentesco com


personagens da literatura, da política, do exército, da Igreja!...

“– Canta diante da Virgem Imaculada, recordando-lhe:

“Ave, Maria, Filha de Deus Pai; Ave, Maria, Mãe de Deus Filho; Ave, Maria,
Esposa de Deus Espírito Santo... Mais do que tu, só Deus!”6

II. A ALMA DE MARIA foi singularmente enriquecida pelos dons do Espírito


Santo, que são como que as jóias mais preciosas que Deus pode conceder ao
ser humano. Com eles, Deus adornou em grau supremo a morada do seu
Filho.

Pelo dom do entendimento, que teve num grau superior ao de qualquer


criatura, Maria teve conhecimento com uma fé pura, radicada na autoridade
divina, de que a sua virgindade era sumamente grata ao Senhor. O seu olhar
penetrou com a maior profundidade no sentido oculto das Escrituras, e
compreendeu imediatamente que a saudação do Anjo era estritamente
messiânica e que a Santíssima Trindade a tinha designado como Mãe do
Messias esperado há tanto tempo. Depois teria sucessivas iluminações que
confirmariam o cumprimento das promessas divinas de salvação e
compreenderia que “deveria viver no sofrimento a sua obediência de fé ao lado
do Salvador que sofre, e que a sua maternidade seria obscura e dolorosa”7.

O dom do entendimento está intimamente ligado à pureza de alma, e é por


isso que se relaciona com a bem-aventurança dos limpos de coração, que
verão a Deus8. A alma de Maria, a Puríssima, gozou de especiais iluminações
que a levaram a descobrir o querer de Deus em todos os acontecimentos.
Ninguém soube melhor do que Ela o que Deus espera de cada homem; por
isso, é a nossa melhor aliada nos pedidos que dirigimos a Deus nas nossas
necessidades.

O dom da ciência ampliou ainda mais o olhar da fé de Maria. Por meio dele,
a Virgem contemplava nas realidades quotidianas as marcas de Deus no
mundo, como pistas para chegar até o Criador, e julgava rectamente a relação
de todas as coisas e acontecimentos com a salvação. Influenciada por esse
dom, tudo lhe falava de Deus, todas as coisas a levavam a Deus 9. Entendeu
melhor do que ninguém a terrível realidade do pecado, e por isso sofreu, como
nenhuma outra criatura, pelos pecados dos homens. Intimamente associada à
dor do seu Filho, padeceu com Ele “quando morria na Cruz, cooperando de
forma totalmente singular na restauração da vida sobrenatural das almas”10.
O dom da sabedoria aperfeiçoou a sua caridade e levou-a a ter um
conhecimento gozoso e experimental do divino e a saborear na sua intimidade
os mistérios que se referiam especialmente ao Messias, seu Filho. A sua
sabedoria era amorosa, infinitamente superior à que se pode obter dos mais
profundos tratados de Teologia. Via, contemplava, amava e ordenava todas as
coisas de acordo com essa experiência divina; julgava-as com a luz poderosa e
amorosa que inundava o seu coração. Se lho pedirmos com insistência, Ela no-
lo alcançará, pois “entre os dons do Espírito Santo, diria que há um de que
todos nós, cristãos, necessitamos especialmente: o dom da sabedoria, que nos
faz conhecer e saborear Deus, e nos coloca assim em condições de podermos
avaliar com verdade as situações e as coisas desta vida”11.

III. O DOM DE CONSELHO aperfeiçoou a virtude da prudência na Virgem e


fez com que sempre descobrisse prontamente a Vontade de Deus nas
situações correntes da vida. Agiu como que sob o ditado de Deus12 e deixou-se
guiar docilmente, quer nas grandes coisas que Deus lhe pediu, quer nos
pormenores corriqueiros do dia-a-dia.

O Evangelho mostra-nos como a nossa Mãe Santa Maria se deixou conduzir


continuamente por essa luz do Espírito Santo. Viveu a maior parte da sua vida
no retiro de Nazaré, mas quando a sua presença se fez necessária junto da
sua prima Isabel, foi com pressa13 às montanhas para estar ao lado dela.
Ocupa um lugar discreto nos episódios narrados pelo Evangelho, mas está
com os discípulos quando eles precisam d’Ela depois da morte de Jesus, e a
seguir espera com eles a vinda do Espírito Santo. Permanece ao pé da Cruz,
mas não vai ao sepulcro com as outras santas mulheres: na intimidade da sua
alma, sabia que elas não encontrariam o corpo amado do seu Filho, porque já
tinha ressuscitado. Viveu totalmente entregue aos pequenos afazeres de uma
mãe que cuida da família, e percebeu antes que ninguém que ia faltar vinho
nas bodas de Caná: a sua vida contemplativa fê-la estar atenta às pequenas
coisas que aconteciam à sua volta. Ela é a Mãe do Bom Conselho – Mater boni
consilii –, que nos ajudará, nos mil pequenos episódios de cada dia, a descobrir
e secundar o querer de Deus.

O dom da piedade deu à Virgem uma espécie de instinto filial que afectava
profundamente todas as suas relações com Jesus: na oração, à hora de pedir,
na maneira como enfrentava os diversos acontecimentos, nem sempre
agradáveis...

Maria sentiu-se sempre Filha de Deus, e esse sentimento profundo foi


crescendo continuamente até o fim da sua vida mortal. Mas, ao mesmo tempo,
sentia-se Mãe de Deus e Mãe dos homens. Tanto a sua filiação como a sua
Maternidade estavam profundamente saturadas de piedade. Ela sempre nos
amará, porque somos seus filhos. E uma mãe está mais perto do filho doente,
daquele que mais precisa dela.

A graça divina derramou-se sobre Nossa Senhora de modo abundantíssimo,


e encontrou n’Ela uma cooperação e docilidade excepcionais: viveu com
heroísmo a fidelidade aos pequenos deveres de todos os dias e nas grandes
provas. Teve uma vida simples, como a das outras mulheres da sua terra e da
sua época, mas também passou pela maiores amarguras que uma criatura
pode experimentar, à excepção do seu Filho, que foi o Varão de dores
anunciado pelo profeta Isaías14.

Pelo dom da fortaleza, que recebeu em grau máximo, pôde acolher com
paciência as contradições diárias, as mudanças de planos... Enfrentou
silenciosamente as dificuldades, mas com firmeza e valentia. Por essa
fortaleza, esteve de pé junto da Cruz15. A piedade cristã, venerando essa sua
atitude de dor e de fortaleza, invoca-a como Rainha dos mártires, Consoladora
dos aflitos...

Finalmente, o Espírito Santo adornou-a com o santo temor de Deus, que


nEla foi apenas uma reverência filial de altíssima intimidade com o Senhor, que
a levou a uma atitude de adoração contínua perante o Deus infinito, de quem
recebera todas as coisas. Por isso chamou-se a si mesma a Escrava do
Senhor.

(1) Cfr. Missas da Virgem Maria, A Virgem, templo do Senhor, Antífona da Comunhão; (2) cfr.
São Tomás, Summa theologica, III, q. 27, a. 5 ad 2; (3) cfr. R. Garrigou-Lagrange, A Mãe do
Salvador, pág. 411; (4) cfr. Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 53; (5) cfr. João Paulo II, Enc.
Redemptoris Mater, 25-III-1987, 9; (6) S. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 496; (7) João Paulo
II, Enc. Redemptoris Mater, 16; (8) Mt 5, 8; (9) cfr. J. Polo, Maria y la Santísima Trinidad,
Madrid, 1987, MC n. 460, pág. 29; (10) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 61; (11) S.
Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 133; (12) cfr. J. Polo, op. cit., pág. 39; (13) Lc 1, 39;
(14) Is 53, 3; (15) cfr. Jo 19, 25.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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