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O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de

operacionalização (Parte II) – Acções Futuras D1


 
 
 

Como nos é referido no texto desta sessão, relativamente ao trabalho


tem vindo a ser feito, “foi ainda largamente demonstrada a necessidade dos
responsáveis pela condução do processo de avaliação das Bibliotecas
Escolares se munirem de um conjunto de evidências que lhes permitam
conhecer, de forma fundamentada, o nível de desempenho e impacto da
Biblioteca Escolar em relação com diferentes indicadores de qualidade _
variáveis consoante o Domínio em apreciação _ e agir no sentido da sua
progressiva melhoria.”
Nesta formação, as unidades anteriores obrigaram-nos a fazer leituras
de grande importância, levando-nos a reflectir sobre o que se pretende com a
implementação do Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares.
E, o que se pretende é de uma abrangência tal, que me parece, como já
o disse outras vezes, quase inexequível. Na verdade, a área com a qual menos
me identifico (e não concordo) é exactamente aquela que respeita à recolha de
evidências. Parece que o professor bibliotecário tem de estar constantemente a
pensar em inquéritos, em fichas que permitam tratamentos estatísticos, enfim,
a querer reduzir o sucesso/insucesso dos vários domínios a números e mais
números.
A atenção do professor bibliotecário tem de centrar-se nas estatísticas
(mesmo se pensarmos na equipa PTE que, no meu caso concreto, como a
escola se encontra em obras, a referida equipa só funcionará, quando a escola
estiver já a funcionar no mesmo edifício, com as obras terminadas - significa
que a equipa em questão funcionará dentro de dois anos). Até lá será o
professor bibliotecário a fazer tudo, até porque a sua equipa tem um ou dois
blocos para trabalhar na biblioteca e, apesar de constituírem um apoio
incontestável, torna-se difícil uma boa gestão do trabalho (situação que será
contornada com a boa vontade de todos).
Assim, e no que respeita ao domínio D - subdomínio D1 e, seguindo a
ordem sugerida (“duas coisas que considere que a/s BE/s devessem deixar de
fazer”), penso que no indicador D.1.1., nos “Factores críticos de Sucesso” o

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terceiro tópico “São desencadeadas acções com vista à partilha, discussão e
aprovação da missão e objectivos da BE nos órgãos de administração e gestão
(conselho geral, director, conselho pedagógico) departamentos curriculares e
demais estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica.”, na
medida em que implica a intervenção dos vários órgãos da escola, o que vai
tornar o processo moroso o trabalho da equipa da BE. Não significa com isto
que a BE possa ou deva ter autonomia total (o que nem sequer é desejável),
mas que essas acções de partilha se restringissem ao Director que, se achasse
pertinente e indispensável, as levaria à discussão do Conselho Pedagógico.
Parece-me que o processo se tornaria funcional (não esqueçamos que cada
um dos órgãos referidos e os departamentos têm, também eles, uma longa lista
de objectivos a cumprir e que por inerência a BE já está incluída).
Nesta linha de pensamento inclui-se, nas “Acções para a
melhoria/exemplos” o primeiro tópico “Realizar reuniões com departamentos
curriculares e demais estruturas de coordenação educativa e supervisão
pedagógica que discutam e definam os objectivos e a missão da BE.”, mais
uma vez de muito difícil execução, se pensarmos no número de reuniões a que
estão sujeitos os docentes ao longo do ano. Esta será uma sobrecarga inútil,
mesmo pelo facto do Regulamento Interno da escola já contempla essa
missão, que passo a transcrever:
 

Artigo 24

CONSELHO DAS ESTRUTURAS E ACTIVIDADES EDUCATIVAS CURRICULARES


NÃO DISCIPLINARES

(…)

10. “BIBLIOTECA ESCOLAR – A biblioteca constitui um recurso educativo e


curricular estratégico em ordem ao desenvolvimento educacional, cultural
e cívico dos alunos em particular e da comunidade educativa em geral.
a) A organização e gestão da Biblioteca Escolar incumbem a uma equipa
educativa com competências nos domínios pedagógico, de gestão de
projectos, de gestão da informação e das ciências documentais cuja
composição é de quatro docentes, um aluno e o coordenador, provido,

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este último, nos termos da lei (por concurso), ouvido o Conselho
Pedagógico.
i. O aluno membro da equipa educativa de gestão da biblioteca
escolar é indicado, nos termos do presente regulamento, pela
respectiva Associação de Estudantes ou, não a havendo legalmente
constituída, pelo Director.
ii. Os docentes membros da equipa educativa de gestão da biblioteca
escolar são indicados pelo Director, um por cada departamento
curricular.
b) Ao Coordenador da Biblioteca Escolar são atribuídas as seguintes
funções:
i. Coordenar a equipa educativa de gestão da Biblioteca Escolar.
ii. Promover a integração e a relação da Biblioteca Escolar com o
conjunto da Escola.
iii. Assegurar a gestão da Biblioteca Escolar e dos recursos humanos e
materiais a ela afectos.
iv. Definir e operacionalizar, em articulação com o Director, as
estratégias e actividades de política documental da escola.
v. Favorecer o desenvolvimento das literacias, designadamente da
leitura e da informação e apoiar o desenvolvimento curricular.
vi. Elaborar o relatório anual de reflexão crítica a entregar ao
Coordenador do Conselho das Estruturas e Actividades Educativas e
Curriculares não Disciplinares.

c) O mandato da equipa educativa gestora da biblioteca é de quatro


anos.”

Um outro aspecto que a/s BE/s deveriam deixar de fazer é a que concerne o
indicador D.1.4. e faz parte dos “Factores críticos de Sucesso”, o terceiro
tópico: “Os instrumentos de recolha de informação são aplicados, de forma
sistemática, e no decurso do processo de gestão.” . Este tópico parece-me, em
primeiro lugar, uma forma de avaliar/controlar o trabalho da BE. Mas não é
esse aspecto que me faz considerar que não deveria ser a BE a fazê-lo (até
porque alguém o fará…). É, acima de facto, porque a equipa terá,
permanentemente de pensar no modo como vai aplicar esses instrumentos,

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perdendo o seu tempo (desde logo, irrisório, não fora a boa vontade de todos)
com aspectos que considero menores, mas que implicam muito trabalho.
Quando se planifica uma actividade e se escolhem os seus destinatários,
facilmente, no final da actividade se mede o grau de sucesso/insucesso e o que
deverá ser melhorado e repensado numa mesma actividade do género (o
problema parece ser a ausência de números, de estatísticas).

Passando ao segundo ponto em análise (“Duas Coisas que considere


que a/s BE/s devessem continuar a fazer”), no indicador D.1.2 o último tópico
“Os docentes valorizam o papel da BE e integram-na nas suas práticas de
ensino/aprendizagem.” é fundamental para que a BE possa ser proactiva e
interventiva. Por outro lado, é mais um factor para reforçar o hábito os alunos,
sobretudo os do décimo ano, que ainda não estão totalmente integrados na
escola, o mesmo acontecendo com o ensino profissional, em que os jovens
não estão habituados a ir à biblioteca, não têm hábitos de estudo ou de
trabalho e que é preciso conquistar. Nestes casos a colaboração entre os
docentes e a biblioteca tem resultado de forma muito positiva.
No que respeita o indicador D.1.3 o primeiro tópico dos “Factores
críticos de Sucesso” “A BE funciona num horário contínuo e alargado que
possibilita o acesso dos utilizadores no horário lectivo e acompanha as
necessidades de ocupação em horário extra lectivo.” tem de continuar a ser
feito, já que garante aos seus utentes que, em qualquer altura, encontra a BE
ao seu dispor. De contrário, o acesso à biblioteca iria, gradualmente, diminuir, e
não serviria os interesses nem cumpriria a sua missão. Mesmo no ensino
nocturno, nota-se que há um recurso à biblioteca para estudar, para ler, para
trabalhar e, apesar do número de utentes ser mais reduzido, comparado ao
ensino diurno, o facto de a biblioteca ser procurada revela um hábito já
adquirido e que não pode ser desprezado ou minimizado.
Finalmente, no terceiro ponto em análise (“Duas Coisas que considere
que a/s BE/s devessem começar a fazer”), penso que o professor bibliotecário
deveria, obrigatoriamente, fazer parte do conselho pedagógico. Só deste modo
lhe é possível acompanhar todo o trabalho da escola e repensar formas de
integrar a BE na vida da escola. Parece este aspecto nada ter de novo, mas na

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minha realidade este seria um aspecto novo que, reconheço, inicialmente me
parecia totalmente irrelevante, mas, após a análise do Modelo da Auto-
Avaliação de BE não posso deixar de constatar que é uma falha que complica
o processo de trabalho da biblioteca.
A BE poderá promover mais fóruns de leitura, como uma estratégia para
cativar os jovens para a leitura e o debate (esta actividade tem lugar uma vez
por período, mas num molde específico). Nesta nova proposta o livro seria
proposto pela BE, o destinatário seria um grupo específico, que o debateria no
espaço da biblioteca, do qual sairiam as conclusões que seriam registadas na
plataforma do moodle, na disciplina da biblioteca.

Em conclusão, o Modelo de Auto-Avaliação contempla um número tão


vasto de actividades, de acções a desenvolver, de instrumentos a que recorrer,
que se torna demasiado vasta e difícil de aplicar. Neste domínio, que se prende
com a gestão da BE, é difícil encontrar aspectos que devam ser iniciados, o
grande desafio é entrar nesta área sem que se seja interpretada como uma
“invasora” que “quer saber demasiado e autopromover-se”. Infelizmente o
divisão entre professores titulares e não titulares; a ânsia de se salientar na
área científico-pedagógica; a comparação entre pares, trouxe à escola um
ambiente outrora inexistente. Os docentes trabalhavam, desenvolviam
projectos, colaboravam entre si, mas tudo isso praticamente terminou. Espero
que esse ambiente se possa recuperar, pois a biblioteca terá, sem dúvida, a
sua tarefa facilitada e uma escola a trabalhar para o sucesso dos nossos
jovens.

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