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Equipamentos Médicos
Proposal for Quantitative Evaluation for Medical
Equipment Acquisition
Marcela Cristina Chaves Penco¹; Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez²
Resumo
Este artigo apresenta uma proposta para estimar o número ideal de
equipamentos médicos a ser comprado
por uma instituição de saúde. O número de equipamentos necessários (“n”) no
setor avaliado, pode ser
calculado a partir de uma equação, na qual são considerados os seguintes
parâmetros: número de leitos ou
usuários (“nb”); número de equipamentos existentes (“m”); proporção
recomendada de equipamentos por
paciente (“rr” número sugerido pelo Ministério da Saúde); importância do
equipamento no cuidado do
paciente (“v” pode ser suporte à vida, melhora no atendimento ao paciente ou
desejável); e a condição física
dos equipamentos existentes (“c” dados obtidos a partir dos relatórios de
manutenção). Estes dados foram
obtidos a partir de relatórios de manutenção preventiva dos equipamentos do
Hospital Universitário da
Universidade Estadual de Londrina (HURNP/UEL). Foram considerados dois
estudos de caso: no primeiro
caso, o método foi aplicado a bombas infusoras em dois diferentes setores do
hospital (UTI e enfermarias).
No segundo estudo de caso foram comparadas as quantidades ideais de
diferentes equipamentos (oxímetro
de pulso, oxicapnógrafo e monitor multiparamétrico) que possuam a mesma
função (oximetria), em um
único setor (centro cirúrgico). Apesar de sugerirem a necessidade de alguns
aperfeiçoamentos na metodologia,
os estudos de caso mostraram que a mesma é de fácil aplicação e pode
fornecer uma idéia inicial das
necessidades clínicas dos equipamentos médicos dos diversos setores de um
hospital. Em alguns, casos
outros fatores devem ser analisados como o setor onde o equipamento está e a
possibilidade de existirem
outros equipamentos com a mesma função. Além disso, este artigo mostra a
necessidade de um método de
priorização entre setores no hospital, fator importante na avaliação dos locais
que realmente necessitam de
reposição de equipamentos.
Palavras-chave: Engenharia clínica; Processo de aquisição de equipamentos
médicos; Avaliação quantitativa.
¹
Introdução
Estudos mostram que uma porção significativa
dos equipamentos médico-hospitalares nos países em
desenvolvimento está fora de uso (LEE, 1995). No
Brasil, estes números estavam entre 20% e 40% do
parque instalado de equipamentos médicos instalados
(WANG; CALIL, 1991), o que, em números atuais
isto representaria um desperdício de US$ 260
milhões a US$ 520 milhões, em um mercado
estimado em US$ 1,3 bilhão/ano (CALIL, 2001). A
falta de planejamento adequado no momento da
aquisição destes equipamentos foi um dos fatores
que levaram a isto, por isso, a elaboração adequada
da especificação técnica do equipamento é um ponto
importante no planejamento e aquisição de
equipamentos. Além disso, a falta de um
dimensionamento adequado do serviço leva aos
mesmos problemas mencionados anteriormente
(MULLER JR.; CALIL, 2000). Assim se mostra
necessária uma avaliação tanto das necessidades reais
da instituição quanto do equipamento em questão.
Eis a importância do trabalho do engenheiro clínico,
um profissional não puramente técnico e científico,
mas que interage com a equipe clínica e toma a
liderança em todo processo de avaliação de
equipamentos e tecnologias, visando à melhoria no
atendimento ao paciente e levando em conta os
interesses da instituição (CAPUANO, 1997).
O processo de avaliação de equipamentos, apesar
de envolver a decisão humana, pode tornar-se um
método científico, independente da opinião
individual dos avaliadores (STIEFEL; RISKALLA,
1995; RAMIREZ; JERONYMO NETO; JANNANI,
2001). Dentro desta linha temos o trabalho de Tawfik
(1994), que propõe um método para determinar o
número de equipamentos necessários por meio de
um modelo algébrico. Utilizando-se de questionários
direcionados aos departamentos envolvidos e testes
com situações hipotéticas, este método gera um guia
que ajuda a determinar as quantidades mais
adequadas a serem oferecidas para o departamento.
Mais recentemente, Müller Jr. e Calil (2000)
apresentaram um sistema computacional que dá
suporte para tomadas de decisões de modo a facilitar
a seleção e a especificação de equipamentos médicos
e auxilia no planejamento de serviços de saúde,
oferecendo ao usuário a quantidade e a especificação
de equipamentos, móveis, e objetos necessários.
Assim, este trabalho propõe um método para
estimar o número de equipamentos médicos que
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devem ser adquiridos para suprir as necessidades
estabelecidas pelos usuários de um E.A.S.
(Estabelecimento Assistencial de Saúde).
Metodologia
A metodologia proposta é basicamente a
aplicação da equação elaborada por Tawfik (1994),
com algumas alterações, num sistema computacional
baseado na proposta de Müller Jr. e Calil (2000).
A equação proposta por Tawfik (1994) é,
originalmente:
n= INT(nb.rr.v.g)-INT(Σ=
m
i
ic
1
) (1)
onde:
– INT é a parte inteira do número resultante da
somatória indicada;
– “n”= número de equipamentos necessários;
– “nb”= número de leitos ou usuários;
– “rr”= proporção recomendada de equipamento por
paciente;
– “m”= número existente de equipamentos;
– “c”= condição do equipamento;
– “v”= valor do equipamento no cuidado do paciente;
– “g”= capacidade de gerar lucros do equipamento.
Determinação dos parâmetros
A proporção recomendada de equipamento por
paciente (“rr”) foi determinada a partir das normas
publicadas pelo Ministério da Saúde (1994). Os
valores de “rr” para as simulações feitas são as
mostradas nas Tabelas 1 e 2, a seguir:
Tabela 1 - Valor do “rr” para bombas infusoras
Tabela 2 - Valores de “rr” para o Centro Cirúrgico
Os valores da condição do equipamento (“c”)
foram atribuídos de acordo com os dados resultantes
do estudo dos relatórios de manutenção dos
equipamentos. Para a simulação feita, foram
considerados com manutenção regular (c=1/2) todos
os equipamentos que foram reprovados nos testes
feitos, ou seja, os equipamentos que se encontravam
descalibrados e para os equipamentos com
manutenção OK, ou seja, funcionando corretamente
foi atribuído valor “1”.
O valor do equipamento no cuidado do paciente
é classificado da seguinte forma:
• Suporte à vida: aparelhos que substituem
temporariamente funções do organismo (v=1),
• Melhoria à qualidade do atendimento: equipamentos
relacionados à prestação de serviço, sem os
quais dificulta-se a prestação do mesmo (v=3/4),
• Recomendável: equipamentos relacionados à
prestação de serviço, sem os quais o mesmo pode
ser prestado, só que em condições diminuídas de
conforto e facilidade (v=1/2).
À variável que indica a capacidade de gerar lucros
do equipamento atribui-se o valor “1” em todos os
casos. Podemos fazer isso sem comprometer a
avaliação, porque a variável “g” não tem grande
influência no valor final, já que multiplica o resultado
por “1”ou “1,1”. Além disso, somente a determinação
deste item já seria tema para um outro trabalho, como
o realizado por Katz (1998), que avaliou o custo do
ciclo de vida de equipamentos médicos em hospitais.
No caso de uma avaliação mais específica, em que a
lucratividade não seja somente um “critério de
desempate” entre dois equipamentos equivalentes,
seria interessante a inserção deste item na análise.
Equipamento “rr”
Oxímetro de pulso 1
Oxicapnógrafo 1
Monitor Multiparamétrico 1
Setor “rr”
UTI 1
Enfermaria 0.1
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Depois de determinar todos os parâmetros
utilizados para o cálculo do número de equipamentos
necessários, foi montada uma planilha de cálculo para
simular situações envolvendo diferentes setores de
um hospital. Os dados utilizados para estas
simulações (número de leitos, de equipamentos e
condições dos mesmos) foram obtidos dos relatórios
de trabalhos e dos artigos publicados (FILIZARDO;
ITANO; RAMÍREZ, 2002; HIRAMA et al., 2002)
relatando a experiência de elaboração de rotinas de
manutenção preventiva para os equipamentos do
Hospital Universitário da UEL (HURNP/UEL), por
docentes e alunos do curso de Engenharia Elétrica
da mesma instituição de ensino.
Resultados
Para os estudos de caso a seguir, os dados
apresentados foram inseridos numa planilha de
cálculo que determinou o número de equipamentos
necessários a partir da equação 2.
• Estudo de caso # 1- Bombas infusoras:
O primeiro estudo de caso foi a aplicação da
metodologia para as bombas infusoras de dois setores
distintos do HURNP/UEL (UTI e Enfermaria). Os
resultados são mostrados na Tabela 3.
Equipamento Bombas Infusoras
Setor UTI Enferm
nb 17 13
rr 1 0,1
v11
c (equipamentos OK) 9 4
c (equipamentos com defeito) 3 1
c (pouca manutenção) 0 0
c (manutenção regular) 10 3
c (manutenção freqüente) 0 1
n38
Tabela 3 - Simulação para bombas infusoras na UTI e Enfermaria do
HURNP/UEL
• Estudo de caso # 2 - Oxímetros de Pulso:
Este estudo de caso consiste em 4 partes. As três
primeiras são estudos de oxímetros de pulso,
oxicapnógrafos e monitores multiparamétricos
separadamente. Visto que estes três equipamentos
possuem a função de oximetria, também se fez uma
simulação com o número total de equipamentos que
possuem esta função, cujos resultados são
apresentados na última coluna da Tabela 4. As quatro
simulações foram feitas para equipamentos do Centro
Cirúrgico do HURNP/UEL.
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Discussão
No primeiro estudo de caso foi simulada
necessidade de um determinado equipamento para
diferentes setores do hospital. Na tabela 3, são
mostrados os resultados de tais simulações. Para a
UTI, seriam necessárias 3 bombas infusoras para que
o setor funcionasse sempre com 1 equipamento por
paciente, ao passo que na Enfermaria esse número
seria 8. É interessante a análise dessa situação, pois
a aquisição de 3 bombas infusoras para a Enfermaria
atenderia um número maior de pacientes, porém os
pacientes internados na UTI têm maior necessidade
de tais equipamentos. Um estudo de prioridades entre
os setores ajudaria a definir o que fazer em tal
situação. A UTI tem prioridade sobre a Enfermaria,
pois os casos mais graves, que geralmente envolvem
risco à vida do paciente, estão neste setor do hospital,
enquanto que na Enfermaria nem todos pacientes
necessitam do uso de uma bomba infusora.
No segundo estudo de caso a simulação foi
realizada para equipamentos diferentes, que possuem
uma mesma função, num mesmo setor do hospital.
Comparando-se as quatro simulações, pode-se
perceber não ser possível fazer um estudo que se
limite determinar os equipamentos por nome. Por
meio de um estudo ampliado, no qual são avaliados
todos os equipamentos que possuem a mesma função
(neste caso, todos os equipamentos que possuem a
função de oximetria) tem-se uma visão diferente da
situação do setor. A Tabela 4 mostra as simulações
para oxímetros de pulso, oxicapnógrafos e monitores
multiparamétricos separadamente e a última coluna
mostra os resultados de uma simulação na qual todos
os equipamentos que possuem a função de oximetria
são incluídos. No caso da análise dos equipamentos
em separado tem-se um resultado desfavorável,
indicando a necessidade de aquisição de mais
equipamentos para um funcionamento do setor
sempre com um equipamento de oximetria por
paciente. Porém, no segundo caso, o resultado é um
número negativo, que indica que existem
equipamentos em número maior que o mínimo para
o funcionamento do setor nas condições já
mencionadas. Entretanto, não foi investigado se essa
redundância é desejável para os profissionais da
saúde que trabalham no centro cirúrgico e utilizam
os equipamentos em questão, pois há funções que
são realizadas por um único aparelho. Por exemplo,
o monitor multiparamétrico possui funções (tais
como: registro do sinal de Eletrocardiografia,
medição da temperatura e da pressão arterial) que os
oxímetros de pulso e os oxicapnógrafos não podem
fornecer.
Além disso, nos dois estudos de caso, optou-se
por utilizar os resultados de trabalhos anteriores sobre
manutenção preventiva no HUNRP e não fazer uma
Equipamento Oxímetro de pulso Oxicapnógrafo Monitor Multiparamétrico
Todos os e
nb 14 14 14
rr 1 1 1
v111
c (equipamentos OK) 3 5 6
c (equipamentos com defeito) 2 1 0
c (pouca manutenção) 0 0 0
c (manutenção regular) 0 0 0
c (manutenção freqüente) 0 0 0
N 11 9 8
Tabela 4 - Simulação para oxímetros de pulso, oxicapnógrafos e monitores
multiparamétricos do Centro Cirúrgico
do HURNP/UEL
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avaliação mais criteriosa das necessidades reais de
manutenção dos equipamentos médicos, para poder
simplificar o processo de coleta de dados.
Assim, a metodologia proposta vai precisar de
diversos aperfeiçoamentos nos métodos de cálculos
dos parâmetros envolvidos na avaliação, tais como
a condição do equipamento. Adicionalmente, deverá
contar com a inclusão de novos parâmetros de tomada
de decisão tais como: funções adicionais desejáveis
do equipamento, modularidade e intercambialidade.
Apesar disto, os estudos de caso mostraram que
a metodologia é de fácil aplicação e pode fornecer
uma idéia inicial das necessidades clínicas dos
equipamentos médicos dos diversos setores de um
hospital.
Conclusão
Este estudo mostra que a metodologia apresentada
pode ser aplicada em diferentes situações. Porém é
importante frisar que a simples aplicação da equação
não resulta numa visão realista da situação em
questão. Para um resultado satisfatório é importante
a análise de alguns aspectos, envolvendo o setor do
equipamento e a possibilidade de existência de outros
equipamentos que tenham a mesma função. Além
disso, percebe-se a importância de um método de
priorização entre setores no hospital, fator importante
na avaliação dos locais que realmente necessitam de
reposição de equipamentos.
Referências
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Estabelecimentos Assistenciais de Saúde: Planejamento
e Dimensionamento. Brasília, 1994. 239 p.
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de Equipamentos Médico-Hospitalares In: NEGRI, B.;
DI GIOVANNI, G. (Org.). Brasil: Radiografia da Saúde.
Campinas: UNICAMP, 2001. p.91-121.
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Clinical Engineering. Biomed Instrum d Technol,
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ENGENHARIA BIOMÉDICA,18., 2002, São José dos
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ENGENHARIA BIOMÉDICA, 18., 2002, São José dos
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Engenharia Elétrica) Comissão de Pós-Graduação da
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Complete Product Evaluation. Biom. Instrum. Technol.,
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TAWFIK, B. Evaluating Medical Equipment Needs: a
Simple Algorithm. Biom. Instrum. Techno., Arlington
v.28, n.3, p.187-194, 1994.
A Empresa
Dedicado a todos os pacientes que
O Paciente estiveram sob nossos cuidados e que
permitiram que participássemos de suas
Guia Visitantes na UTI vidas.
Centro de Estudos
A SALA DE ESPERA
A ÁREA DA UTI
O PACIENTE
O paciente pode estar com a fisionomia
diferente daquela que você conhece. Ele/Ela
estará deitado/a numa cama de hospital e
pode ter tubos fixados em seu rosto. As fitas
mantêm os tubos fixados em seu devido
lugar. Algumas vezes o inchaço pode fazer
com que sua face fique parecendo maior.
Suas pálpebras e bochechas podem
também parecer estufados. Se você desejar,
pode segurar suas mãos e mesmo conversar
com ele, mesmo que ele esteja inconsciente,
ninguém irá julgá-lo mal.
“MAQUINAS DE SORO”
SONDA DE ALIMENTAÇÃO
(NASOGÁSTRICA OU ENTERAL)
MONITOR
1- INTRODUÇÃO
O ato de planejar é considerado uma das principais atividades da administração e que serve de base
para as várias funções administrativas e é um processo de definir objetivos, atividades e recursos.
MAXIMIANO, 1995, conceitua administrar da seguinte maneira:
Segundo citação feita por Kurcgant, 1991, podemos conceituar planejamento da seguinte forma:
"Planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente o que se deve fazer e quais os
objetivos que devem ser atingidos. É um modelo teórico para a ação futura". (CHIAVENATO, 1985).
É na busca do exercício do ato de planejar, almejando sempre um melhor desempenho profissional que
estamos realizando este trabalho, a fim de que o aprendizado do estágio se complete através desta
prática. O estágio foi realizado no período de 11/03/2002 a 04/04/0002, na UTI da Santa Casa de
Misericórdia de Goiânia.
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia é um setor que recebe
pacientes graves, que necessitam de cuidados intensivos. Compreendem os cuidados intensivos: a
monitorização, cuidado integral, observação constante pela equipe de enfermagem e plantão médico
contínuo, a disposição de recursos de emergência e de equipe técnica capacitada para atender às
necessidades desses pacientes. Entre os pacientes que são atendidos na unidade, incluem-se também
pessoas vindas do centro cirúrgico do hospital, que sofreram grandes cirurgias, e passam ali as horas
mais importantes de sua recuperação pós-cirúrgica.
Para melhor compreensão do funcionamento e disposição da unidade, segue abaixo uma descrição do
ambiente.
A entrada da UTI é uma grande porta de madeira. À direta temos um cômodo pequeno que funciona
como repouso da enfermagem. Este cômodo possui um beliche e um armário com várias portas onde os
funcionários guardam seus pertences e os mantém trancados. Ao fundo do cômodo, funciona um
banheiro feminino pequeno. Tanto o banheiro quanto o cômodo de repouso não possuem janelas,
portanto não têm ventilação.
Segue-se da entrada, um corredor com uma segunda porta e após esta, à direita, fica uma pequena
copa, com pia, bebedouro e filtro. Ali são preparados os cafezinhos para os funcionários. À direita da
copa temos uma pequena sala, onde se tem um banco acolchoado, um armário e um sanitário masculino
aos fundos, também sem ventilação. Na seqüência da copa há uma sala com uma mesa e uma meia
parede de divisória, uma mesa com bancos onde são servidos os lanches para a equipe de enfermagem.
No final do corredor mencionado tem uma pequena sala com duas camas, ventilador de teto e televisão
onde os residentes e internos descansam, estudam, conversam e cochilam. À frente dessa sala, tem-se
um banco e duas tábuas na parede divisória, onde se guardam bolsas e materiais de estagiários.
A referida UTI conta hoje com 8 leitos para pacientes graves de patologias diversas e uma unidade
cardiológica com 4 leitos, para os pacientes vindos de cirurgias cardíacas.
Cada leito possui, individualmente, sistema de canalização de ar comprimido, O2 e vácuo, 2 criados
laterais com gaveta (onde se guarda coxins, gazes ou sondas utilizadas em procedimentos daquele
paciente), uma luminária de teto e uma móvel, um suporte para monitor cardíaco, um monitor cardíaco,
5 tomadas e um suporte para soro. Os leitos são separados por cortinas de pano que são lavadas uma
vez por semana. Dentre os 8 leitos, 6 deles possuem uma janela de vidro na parede que não ventilam,
pois dão fundo para um corredor fechado.
Os leitos da unidade cardiológica possuem os mesmos itens e recursos dos primeiros leitos
mencionados, porém tem dois criados a menos na unidade e as janelas maiores e ventilam, pois dão
vista para a rua. Uma de suas paredes tem um visor de vidro.
O posto de enfermagem fica localizado em frente aos 8 leitos da unidade geral, de maneira que permite
uma boa visualização dos pacientes dali. No posto tem o balcão principal que é usado para fazer
prescrições e anotações em geral. Em baixo desse balcão, nas portas, guardam-se impressos em geral e
as papeletas dos pacientes falecidos, antes de dar o destino adequado a elas. Em cima fica o telefone e
um computador que é pouco usado, e serve apenas para cadastro e controle de pacientes atendidos por
convênio ou particular. O balcão não possui gavetas, por isso uma bandeja improvisada é usada para
guardar rascunhos, papel carbono, grampeador, calculadora, carimbos e outros utilitários. Nesse mesmo
balcão temos as divisórias para guarda de prontuários, numeradas de 1 a 8 conforme os leitos da
unidade.
Os medicamentos são preparados em um balcão de mármore localizado atrás do balcão do posto de
enfermagem. Em cima deste mármore são guardados dentro de uma bandeja, materiais como: Algodão,
álcool, cubas, copinhos, etc. Abaixo do mármore, encontra-se um armário de madeira utilizado para a
guarda de comadres, compadres, etc. Nas gavetas desse armário encontram-se coxins, gazes e ataduras
estéreis, que são repostos diariamente. Do lado direito desse mármore encontra-se uma pia pequena
usada para lavagem de mãos. Em baixo da pia, no armário, guardam-se materiais de limpeza. Um cesto
de lixo grande fica abaixo do porta-papel-toalha. Do lado esquerdo do mármore um outro armário é
usado para guardar as roupas e lençóis (parte inferior do armário) e materiais estéreis, para curativo,
espátulas para higiene oral, materiais em látex, etc. (parte superior do armário). Na unidade cardiológica
os medicamentos são preparados em um balcão menor localizado na entrada da mesma. Os prontuários
são guardados no armário acima desse balcão. Uma pia menor é utilizada para a lavagem de mãos.
O expurgo é um pequeno cômodo dividido ao meio por uma parede separando de um banheiro. Tem
uma pia com baldes de metal em cima, e um armário em baixo. No armário são guardados sacos
plásticos, baldes, frascos de vidro. Na parede lateral guarda-se papel higiênico num suporte de madeira.
O banheiro tem um vaso sanitário, um cesto de lixo e um chuveiro e dá continuidade a um corredor fino
onde se guardam materiais e equipamentos como carrinhos, cadeiras de roda fora de uso, máquinas
estragadas, escadinha, rodo, material e produtos de limpeza, entre outras coisas.
Os materiais metálicos sujos são colocados no corredor externo, onde o pessoal da CME os recolhe
posteriormente.
3- PROBLEMATIZAÇÃO
Durante a permanência no estágio foi possível notar inúmeros problemas tanto administrativos quanto
técnicos, além dos problemas de estrutura física.
Segue abaixo a lista dos principais problemas encontrados:
Administrativos:
Técnicos:
- O tratamento dado aos pacientes por parte da equipe não é adequado, pois os pacientes são
freqüentemente tratados como se fossem uma patologia ou um leito, principalmente na hora da visita
médica.
- Na passagem da visita médica, alguns médicos tocam os pacientes um após o outro sem lavar as mãos.
- O número de enfermeiras é inadequado para a quantidade de pacientes;
- O carrinho de curativos não sofre desinfecção após a realização dos curativos de cada paciente;
- Algumas paredes estão danificadas e com manchas;
- A funcionária responsável pela limpeza não trabalha exclusivamente na UTI;
- A funcionária da limpeza não utiliza as técnicas corretas de higienização do ambiente.
Físicos:
- Falta uma sala para a realização de reuniões entre a equipe assistencial e também entre os estudantes,
já que o local é campo de pesquisa.
- Falta uma sala para guarda de equipamentos, já que muitos são colocados nos cantos da parede, por
falta de um local propício para sua guarda;
- Não há um local adequado para o preparo das traquéias;
- O local de construção do expurgo é inadequado, pois fica exatamente ao lado de um dos leitos, é
pequeno demais e usado inadequadamente;
- O expurgo é usado para guardar um respirador MA-1 que se encontra fora de uso;
- Não há um banheiro para pacientes que podem deambular; os mesmos são submetidos igualmente ao
uso de comadres, compadres e banhos no leito desnecessariamente;
- As salas usadas para repouso não têm janela;
- Deveria haver uma sala para visitantes, onde a equipe que cuida do paciente pudesse conversar com a
família a seu respeito;
- O corredor de fundo com a UTI é usado inadequadamente para guardar materiais e instrumentos
velhos e fora de uso.
4- DETERMINAÇÃO DE OBJETIVOS
PRIORIDADES:
É na preocupação com uma higienização eficaz do ambiente da UTI e com a prevenção de infecção
hospitalar que torna-se prioridade que a pessoa responsável pela limpeza da unidade seja unicamente
delegada para tal função.
A roupa utilizada pela funcionária para limpeza da UTI é a mesma que ela utiliza para limpeza de outros
setores do hospital, como a portaria, por exemplo. Isso se torna uma fonte imensa de contaminação uma
vez que traz para a UTI microorganismos vindos de fora da unidade, de locais muito contaminados.
Uma vez que a funcionária limite seu trânsito apenas à unidade alvo (UTI), serão reduzidas as chances
de contaminação do ambiente, facilitando o controle das atividades da mesma.
RECURSOS HUMANOS:
A UTI da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia conta hoje com apenas uma enfermeira que se
responsabiliza por toda a unidade e pela equipe de enfermagem. Em cada período trabalham 6
funcionários, técnicos de enfermagem.
O serviço é dividido por leito. Cada funcionário fica responsável por dois leitos, sendo 12 o número total
de leitos. Porém a enfermeira supervisora da unidade trabalha do período da manhã com o recebimento
do serviço (passagem de plantão) até as 16 horas. Portanto no período noturno e nos finais de semana o
posto fica sem a supervisão da enfermeira. Daí a necessidade de aumentar o quadro de funcionários.
Ainda nos recursos humanos podemos mencionar que periodicamente estudantes de enfermagem e de
medicina utilizam a unidade como campo de estágio, ajudando, portanto, no serviço de assistência ao
paciente.
Para a limpeza da unidade tem-se uma funcionária que não é exclusiva da unidade.
Dois maqueiros "servem" todo o hospital em cada plantão.
Para a realização dos objetivos priorizados pode-se utilizar como recurso a sala de reuniões do hospital,
para a realização dos minicursos necessários, ou para as palestras, debates a respeito dos temas
selecionados (Comunicação com o paciente, higienização hospitalar).
Para que a higiene da UTI seja melhorada, pode-se aumentar a quantidade de materiais como baldes e
panos, pois esses recursos materiais se encontram disponíveis na unidade.
Para a redação de memorandos para solicitar a contratação de mais funcionários podemos utilizar o
computador disponível na unidade.
Objetivos estratégicos:
Objetivos tático-operacionais:
7- DESENVOLVIMENTO
Durante todo o período de estágio, compreendido entre os dias 11/03/02 a 04/04/02 busquei a
compreensão do que seria necessário para a resolução de alguns dos problemas observados.
Notei que a prevalência da burocracia atrapalha o desenvolvimento adequado da manutenção, pois para
a solicitar o serviço, muitas vezes é necessário a redação de memorandos.
Minha preocupação com a lavagem de mãos foi constante. Providenciei um cartaz que foi colocado em
local visível para que todos também pudessem despertar maior interesse por essa prática.
Conversei com alguns funcionários em momento que julguei oportuno, sobre vários assuntos como o uso
do EPI, sobre a anotação de enfermagem, fiz orientação e encaminhamento à CCIH em um caso de
acidente (funcionária da limpeza). Também orientei quanto ao cuidado de enfermagem adequado, fiz
algumas prescrições de enfermagem que não eram de rotina, mas que julguei adequadas e necessárias
para alguns pacientes.
Discuti com a enfermeira Maria Augusta, responsável pela unidade, a necessidade da exclusividade de
uma funcionária da limpeza que fosse exclusivamente responsável pelo serviço na UTI, e obtive seu
apoio, pois trata-se de uma pessoa competente, aberta ao diálogo e ciente desta necessidade.
Devido ao curto período de estágio, não foi possível desenvolver outras atividades planejadas neste
trabalho.
8- CONCLUSÃO
9- BIBLIOGRAFIA
MAXIMIANO, Antônio Cezar Amaru; Introdução à administração - 4a ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas,
1995. 476p.
JEPSEN, O. B. World-wide importance of infection control. Research and Clinical Forums. V.19, n. 6, p. 9-
17, 1997.
KURCGANT, Paulina, et. al. Administração em enfermagem. São Paulo: EPU, 1991. 237p.
projetodea
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Desfibrilador_autom%C3%A1tico_externo"
Categorias: Equipamentos médicos | Medicina de emergência
UTI exclusiva para atendimento neo natal
Ficam na UTI os pacientes que se submetem a procedimentos cirúrgicos
de alta complexidade ou vítimas de situações críticas de emergência.
Tratamento Humanizado
São quatro as UTIs do Hospital Memorial São José - adulta, pediátrica,
neonatal e coronariana - que possuem carros de parada, cardioversores
de última geração (utilizado para reanimação cardíaca), monitores
multiparâmetro, bomba de infusão (que controla o gotejamento de soro e
alimentação enteral), balão intra-aórtico e debímetro.
DICAS DE EMERGÊNCIA
O Desfibrilador Externo Automático (DEA) é um equipamento
eletrônico capaz de analisar o ritmo do coração e liberar choques
elétricos para restabelecer o ritmo cardíaco que gera pulso. Porém,
para poder usar um DEA é necessário ter treinamento adequado,
considerando os seguintes aspectos:
Restabelecendo
o ritmo do coração
Para você usar um DEA é
necessário, em primeiro lugar,
tomar a decisão de querer ajudar
bem antes de encontrar uma
situação onde alguém precise
receber desfibrilação imediata.
DECIDIR 1
Para usar um DEA é necessário
que você saiba reconhecer os
sinais conclusivos de uma parada
cardíaca.
RECONHECER
OS SINAIS 2
Antes de se aproximar de uma
vítima, para avaliar se existem
sinais de parada cardíaca, que
possa ser tratada com o DEA,
você deverá ter certeza de que
não há no local nenhum risco
que ameace sua segurança, nem
a de outras pessoas.
TER
SEGURANÇA
Para avaliar
3
uma vítima
com suspeita
de parada
cardíaca, você
deverá
reconhecer a
ausência de sinais vitais, que indicará a
necessidade de uso do DEA.
AVALIAR A VÍTIMA
Uma vez que
4
você tenha
acesso à vítima e
avalie que está
inconsciente, você
necessitará saber
como obter e
coordenar a ajuda de
outras pessoas e como
obter o DEA e acionar o
resgate da sua localidade, se
houver.
COMO
AJUDAR 5
Você necessitará
conhecer bem
o funcionamento
do DEA que
estiver
disponível e,
enquanto aguarda
a chegada do DEA,
deverá saber
como aplicar RCP.
COMO
APLICAR 6
Conhecer bem todos os passos a
serem dados durante o atendimento
às vítimas de parada súbita do
coração, ajuda no controle do
estresse e permite lidar com as
reações emocionais posteriores que,
como regra geral, acometem as
pessoas envolvidas no atendimento.
LIDAR COM
REAÇÕES 8
As ações para uso do DEA
necessitam estar harmoniosamente
integradas para, no menor espaço de
tempo possível, restabelecer o ritmo
cardíaco. Mas o DEA só funcionará
adequadamente se você estiver bem
treinado para usá-lo.
INTEGRAR
AÇÕES 9
Saber o que fazer e o que não fazer é
muito importante para a vítima de
parada cardíaca e também para você.
Sua decisão de ajudar (ver item 1
acima) é muito importante. O uso do
DEA deve sempre ser criteriosamente
documentado, atendendo as exigências
jurídicas e administrativas, que poderão
advir.
COMO
APLICAR 10
7 Controlar estesseEm qualquer situação de emergência
é natural você experimentar algum
nível de estresse e isso é
particularmente verdade quando é
necessário usar um DEA.
me dê uma luz
Notícia completa
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1/1/2007- ENTREVISTA: Papel do Fisioterapeuta na UTI
A Unidade de Terapia Intensiva é o local onde se concentra a maior tecnologia dentro de um
hospital.
Durante a fase de internação na UTI, o paciente conta com um completo e moderno arsenal
em equipamentos para monitorização constante das funções vitais, drenagens, nutrição,
oxigenação, administração de medicamentos e coleta de material para exames.
Na UTI, a Fisioterapia tem um caráter dinâmico. Auxilia na manutenção das funções vitais,
através da prevenção e/ou tratamento das doenças cardio-pulmonares, circulatórias,
reduzindo assim a chance de possíveis complicações e o tempo de ocupação do leito. Cabe
também ao fisioterapeuta, na admissão do paciente em UTI, adequar o suporte ventilatório
(respiratório) necessário, através da instalação imediata de oxigenoterapia e ventilação
mecânica.
Todos estes procedimentos que o fisioterapeuta da UTI realiza, visam melhorar a qualidade de
vida do paciente e diminuir o tempo de internação do mesmo.
Sasha Kussano
Fisioterapeuta
Sasha Kussano