Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
suzakusama@gmail.com
http://adopus.blogspot.com/
03/04/2008
Introdução
Khemeia
Os alquimistas
Os alquimistas buscavam, dentre outras coisas, a transmutação dos metais, por exemplo, a
transformação do chumbo em ouro. Se toda matéria tivesse a mesma essência, como
pregava Aristóteles, bastaria trocar as qualidades (quente, frio, seco e úmido) para
transformar um metal em outro.
Os alquimistas também acreditavam que os metais, ³gerados no útero da Terra-mãe´,
iam evoluindo ao longo dos anos.
Na escala de ³evolução dos metais´ estabelecida pelos alquimistas, o chumbo ficava
num dos estágios mais baixos, mas, à medida que fosse evoluindo (processo ³natural´
que levaria milhões de anos), acabaria se transformando em ouro, metal que estava no
estágio mais alto dessa evolução. O que se buscava era um meio de acelerar esse
processo.
A alquimia árabe foi importante entre os anos 600 d.C. e 1 100 d.C.
O mais famoso dos alquimistas árabes viveu por volta de 720 d.C. a 813 d.C. e é
conhecido hoje como Geber, embora seu nome fosse Djabir-Ibn-Hayyan.
Geber fez inúmeros esforços para produzir ouro; finalmente se convenceu de que os
metais seriam constituídos pelos princípios enxofre e mercúrio; esses princípios não
poderiam ser isolados e seriam responsáveis pelas propriedades dos metais.
Assim, o segredo da transformação de chumbo em ouro estaria justamente em
estabelecer a proporção correta desses dois princípios no ouro e reproduzi-la no
chumbo.
Como as tentativas de transmutar os metais não davam resultado, os gregos passaram a
acreditar que seria necessário um pó coadjuvante para efetuar a transmutação. E eles
denominaram esse pó de xerion, palavra grega que significa ³seco´.
Em árabe essa palavra tornou-se al-iksir, da qual deriva a palavra que conhecemos hoje
como elixir.
As Cruzadas cristãs, que começaram em 1096, tornaram mais freqüente o contato entre o
leste e o oeste, e o conhecimento da alquimia começou a infiltrar-se na Europa
Ocidental.
A alquimia medieval estava intimamente relacionada com a numerologia, a astronomia, o
misticismo e a magia negra, e o seu ímpeto se dirigia à descoberta de um método de
³manufaturar´ o ouro.
Os alquimistas tornaram-se obsessivos na procura do elixir de Geber, o qual eles
finalmente rebatizaram como "a pedra filosofal".
Descobrir como acelerar e reproduzir a ³transformação natural dos metais em ouro´
significava para o verdadeiro alquimista muito mais do que obter a riqueza do ouro:
significava a revelação do mais precioso segredo da natureza, e esse segredo só seria
revelado a quem tivesse atingido o topo da evolução espiritual.
Assim, ao buscar ³a perfeição dos metais´ ou ³a cura de todas as doenças dos metais´,
os alquimistas estavam buscando a própria perfeição ou a cura de todas as ³doenças da
alma´.
Conforme acreditavam, quem obtivesse tal revelação seria recompensado com o dom da
imortalidade.
Isso quer dizer que, quando se refere a tais elementos, também se referem ao espírito, a
pisque, e a matéria.
"ARS MAGNA" (ou Arte Real) - É aquela que visa a alcançar o "ouro espiritual", que é a
reintegração do homem em sua dignidade primordial.
"Pedra Filosofal": Alguns entendem como sendo a 'mente', que deve ser lapidada,
polida, muito bem trabalhada... É dito que com a "Pedra filosofal" pode se realizar
qualquer coisa. Foi a relação mais lógica que encontrei.
OBRAS: (Talvez fique um pouco confuso, mas vou tentar explica na medida de minhas
limitações)
Estas são as três obras "etapas evolutivas", ditas 'básicas', que às vezes, leva toda a vida
do adepto. Não tente entender plenamente, leva muito tempo de estudos, quero que
compreendam somente a base.
"Aquele que se presta a encontrar tal Essência deverá então, através da Arte,
transformar o seu ouro em pó e fazer com que se converta numa água mineral, que
então circulará com um bom fogo até que quando toda a umidade se seque esta seja
fixada; a qual será com freqüência embebida e fixada de modo a que o infante quede
selado no ventre da sua mãe, e sendo alimentado até que se fortaleça e se torne
suficientemente capaz de resistir aos seus robustos oponentes: então fermentando, deve
por longo tempo residir em repetida negrura até que a Natureza apodreça e morra, que
deves logo revificar, sublimar e exaltar, e de novo retornar à terra onde o deves deixar no
calor o tempo necessário para que a negritude se transforme na mais pura brancura; o
Rei, sendo então colocado sobre o seu Selo Real, brilhará como a chama faiscante e a
pedra escondida a que chamamos enxofre. Isto tu deves multiplicar até que se transforme
no elixir espiritual; que será então como juiz no Dia do Juízo Final, condenando ao fogo
toda a escória que aderir à mais pura substância nos metais imperfeitos."
Note bem que isso não é bruxaria, a qual deve seguir a receita à risca, se fizer isso em
alquimia só irá conseguir dor de cabeça, isso se não entrar em autocombustão! ^_^´
Lembre-se que, o que seguiu logo acima foi um texto cifrado.
Os alquimistas são pesquisadores, então muita coisa foi, ao longo dos tempos,
incorporadas ou ditas como sendo alquimia, coisas como magia, necromância
(Necronomicon) e magia enochian, bruxaria, feitiçaria, dentre outros.
Por exemplo, o respeitado alquimista John Dee, que, tecnicamente, tinha contato com
anjos por meio de algumas invocações, tabelas e ritos, mas que no final aparentava-se
muito com o "mecanismos" do Necronomicon.
É complicado englobar muitas coisas, e esta é uma área perigosa.
Obs.: Parte deste texto foi publicado no livro ³Química Geral da Coleção Completamente Química´.