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1 INTRODUÇÃO
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Mestre em direito econômico pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialista em direito
fiscal e tributário pela Universidade Cândido Mendes (UCAM/RJ). Juiz federal substituto na Paraíba.
Professor de direito penal do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ).
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Quanto ao elemento objetivo dos contratos, tem-se que seu objeto material
pode ser classificado de diversas maneiras. Em princípio, sendo o contrato uma
forma criadora de vínculos obrigacionais, seu objeto poderá ser classificado de
acordo com a obrigação imposta às partes: obrigação de dar, fazer e não fazer. O
objeto em si, na prática, poderá ser representado por bens (materiais e imateriais) e
serviços. Tais objetos ganham importância para a natureza internacional dos
contratos quando, de acordo com a avença, tiverem que ser transportados de um
Estado para outro.
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Decreto-Lei n. 4657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução ao Código Civil), art. 7º, caput.
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AMARAL, Antônio Carlos Rodrigues do (Coord.). Direito do comércio internacional: aspectos fundamentais.
São Paulo: Aduaneiras, 2004. 395p. p.217.
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Ibidem. p.218.
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Daí que o domicílio das partes, apresentado acima como critério para
averiguação da capacidade civil dos contratantes, assume a feição de um importante
dado a ser considerado. Em contrário, a residência dos contraentes não possui, a
princípio, qualquer valor jurídico, vez que o ordenamento jurídico brasileiro a ele não
confere qualquer importância (ressalve-se a possibilidade de a lei nacional do
contratante estrangeiro qualificar a residência como critério jurídico relevante).
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MAGALHÃES, José Carlos de. Direito econômico internacional: tendências e perspectivas. Curitiba: Juruá,
2005.
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Uma outra questão diz respeito à aplicação da chamada lex mercatoria aos
contratos internacionais para os quais não haja a previsão de aplicação de um
específico ordenamento jurídico, bem como nos casos em que as partes,
deliberadamente, pretendam fugir a qualquer ordenamento jurídico específico.
O problema perde muito sua força quando se atenta para o fato de que,
ressalvada a circunstância de determinada cláusula violar preceitos aplicáveis de
ordem pública, quaisquer normas predispostas no contrato podem assumir a
contextura de disposição contratual. Em outras palavras, podendo a parte dizer que
determinado aspecto será regulado pela lei X do país Y, poderia também,
simplesmente, transcrever a norma no contrato (convertendo-a em uma cláusula),
evitando questionamentos sobre a superposição de ordens jurídicas.
3 LICITAÇÕES
3.2 Conceito
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 728p. p. 302.
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Art. 2.º. As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações
da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da
Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
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CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 15. ed. rev. ampl. e atual. Rio de
Janeiro: Lúmen Júris, 2006. 1008p.
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Ibidem. pp. 515-516.
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3.7 Contratação
Com sua clareza de sempre, Celso Antônio Bandeira de Mello refere que, se
a licitação for concluída com êxito, a Administração estará, em princípio, obrigada a
celebrar o contrato administrativo. Contudo, por razões de interesse público
decorrentes de fatos supervenientes devidamente comprovados, nos termos do art.
49, caput, da Lei n. 8.666/93, poderá a autoridade competente revogar a licitação.
Essa mesma autoridade poderá, comprovando a ocorrência de vícios insanáveis no
decorrer do procedimento, decretar-lhe a nulidade, em todo caso assegurando aos
interessados o contraditório e a ampla defesa.
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BARBOSA, Rangel Garcia. As licitações internacionais brasileiras e a OMC . Jus Navigandi, Teresina, ano 8,
n. 476, 26 out. 2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5811>. Acesso em: 07 ago.
2006.
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O art. 1.º, caput, da Lei n. 8.666/93, afirma estabelecer (a lei) normas gerais
sobre licitações e contratos, aplicáveis a toda Administração Pública. O art. 54,
caput, determina que os contratos administrativos se regulam pelas respectivas
cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se supletivamente os
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. O art. 55
traz um rol de cláusulas obrigatórias nos contratos administrativos. Dentre tantas,
merecem especial atenção os incisos IX (o reconhecimento dos direitos da
Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77) e XII (a
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MAGALHÃES, José Carlos de. Direito econômico internacional: tendências e perspectivas. Curitiba: Juruá,
2005. p. 298.
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Uma outra importante distinção que se deve fazer quando do estudo das
licitações internacionais diz respeito à disciplina do procedimento de seleção das
propostas. De fato, na maioria dos casos a Administração realiza licitação para a
aquisição de bens ou serviços a serem custeados com recursos próprios, de modo
que toda a licitação se regerá pelas normas previstas na Lei n. 8.666/93, com os
temperamentos previstos no caput do art. 42 (ajustamento às diretrizes da política
monetária e do comércio exterior).
O § 6.º do mesmo artigo é quem traz a ressalva ao § 4.º, dizendo que este
último não se aplicará nos casos de “licitações internacionais para a aquisição de
bens e serviços para pagamento com o produto de financiamento concedido por
organismo financeiros internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência
estrangeira de cooperação”, além das hipóteses em que os bens deverão ser
adquiridos e entregues no exterior (o que não interessa). Em resumo, no que é
importante, a ressalva diz respeito às hipóteses em que o pagamento pelo objeto do
contrato será feito com recursos financeiros obtidos no exterior.
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RMS 14.579/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em
20.09.2005, DJ 10.10.2005 p. 265.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Ag 627.913/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 07.10.2004, DJ
07.03.2005 p. 221.
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6 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 15. ed. rev.,
ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 15. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. atual. por Eurico
de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho. São
Paulo: Malheiros, 2000.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 18. ed. rev. e
atual. São Paulo: Malheiros, 2005.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 15. ed. rev. São
Paulo: Malheiros, 1998.