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Atendendo à falta de formação e de informação, inúmeras são as

dificuldades sentidas pelos docentes quando confrontados com a necessidade


de arrancar com actividades ligadas à Biblioteca Escolar (BE), no que diz
respeito às escolas do 2º e 3º ciclos. Apesar de tudo, com muito trabalho, boa
vontade e empenho do professor bibliotecário, coordenador da BE, as
actividades vão surgindo e sendo levadas a cabo sem, todavia, que se saiba se
a sua aplicação está a ser mais correcta uma vez que não existe, de uma
maneira geral, feed-back por parte de alguns dos docentes que nelas tomam
parte.
Algumas Bibliotecas Escolares encontram-se subaproveitadas
atendendo à riqueza que comportam e à diversidade de materiais nelas
existentes. Outras, contudo, encontram-se praticamente vazias e sem
organização.
Um plano de acção que sensibilize professores, alunos e outras
entidades para a problemática ligada à utilização da BE como num espaço
privilegiado para a realização de actividades interdisciplinares e
extracurriculares poderá ser o caminho para alterar esta e outras situações
que, por vezes, surgem. Através do plano de acção visa-se tornar o pessoal em
geral (docentes, assistentes operacionais e outros) mais receptivo e mais
convicto do seu papel como adjuvantes na socialização, na integração dos
alunos e na sua formação integral.
Assim, e uma vez que julgamos existirem poucas experiências deste
tipo, a ideia é fazer uma espécie de momento zero. No ano em que
procedemos à implementação do plano, vamos tentar testar as iniciativas, ver
para que sentido é que este plano deve crescer e, sobretudo, avaliar o estado
em que se encontra a leitura, a investigação e a literacia como fonte de prazer
e de ocupação dos tempos livres das crianças e dos jovens.
Só depois desta avaliação, se poderá pensar em crescer mais e melhor,
no sentido de programar outras actividades, abertas à comunidade que, para
além de promoverem a BE, a podem transformar num espaço de divulgação
temática, de criação de ateliers, ou outras que nos pareçam mais oportunas e
de maior interesse para a comunidade.

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Pretende-se que este plano venha a ser desenvolvido por todos os
intervenientes no processo educativo, que se encontram a exercer funções no
agrupamento.
Tendo em conta que os saberes da Humanidade foram concentrados em
livro para que a sabedoria se espalhasse pelo mundo e iluminasse a
inteligência dos homens para poderem transmitir os seus conhecimentos, os
acontecimentos mais importantes da vida em comunidade, o resultado das
suas experiências e os costumes se mantivessem ao longo de gerações,
parece-nos importante que os alunos tenham um conhecimento real do valor e
utilidade do livro.
Todavia, conscientes da importância que revestem as Tecnologias da
Informação e da Comunicação (TIC) no século XXI, e dado que existem nas
escolas computadores ligados à Internet, procuraremos, dar-lhes o sentido que
hoje em dia devem ter. Contudo, para que este ponto posso ser implementado
com sucesso, será necessário que os professores bibliotecários tenham
competências avançadas nesta área, e não apenas ao nível do mero utilizador.
Antes do livro ser criado já os homens liam. Há 5000 anos os Sumérios
utilizavam pequenas placas de barro e nelas registavam factos históricos,
acontecimentos do seu dia-a-dia...
Na Mesopotâmia encontram-se placas de argila com textos assírios e
babilónicos.
Mais tarde, os Egípcios começaram a usar o papiro, uma planta
abundante no delta do Nilo, da qual faziam folhas muito resistentes, algumas
das quais chegaram aos nossos dias. Estas eram enroladas e o rolo mais
antigo que se conhece data de 2400 antes de Cristo. Para lerem um texto, os
Egípcios desenrolavam o seu “rolo” de papiro, tal como nós hoje abrimos um
livro para tomarmos conhecimento do seu conteúdo.
A população chinesa é das mais antigas do mundo, datando de 3000
anos antes de Cristo e, para escrever, os chineses começaram por utilizar
carapaças de tartaruga e canas de bambu fendidas a que se seguiram,
bastante mais tarde, placas de madeira e, mais tarde ainda, tecidos de seda.
Para tal, começaram por aproveitar restos de seda, que eram reduzidos a
pasta e esta, depois de seca, fornecia-lhes uma espécie de papel fino.
Serviam-se, para escrever, de pincéis de pêlo de camelo e uma tinta grossa a

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que mais tarde se chamou tinta-da-china. Pensa-se, contudo, que o mais
provável é que o primeiro material utilizado para escrever tenha sido a casca
das árvores o que teria dado origem à palavra grega biblos e à latina liber, que
significa casca.
Além da invenção do papel, os chineses foram os primeiros a reproduzir
um texto com muitos exemplares através da impressão xilográfica, isto é, os
caracteres eram gravados em madeira e, por meio de forte pressão, o texto era
reproduzido.
Depois do aparecimento da imprensa com Gutenberg, que em 1455 faz
sair da sua oficina os primeiros exemplares de um Bíblia impressa pelo novo
processo, realizado através de caracteres móveis, o livro passou a ser pago.
Mas só no final do século XVIII e nos primeiros anos do século XIX, os livros
passam a ter edições de milhares de exemplares. Deste modo, as bibliotecas
particulares crescem e muitas pessoas já possuem, no mínimo, uma colecção
de livros.
Em 1810 foi inventada a prensa mecânica, que substituiu a antiga
prensa manual, permitindo grandes tiragens e em 1850 aparece na América a
primeira rotativa que marca um novo progresso técnico.
Por tudo isto, no nosso tempo, o livro tende para o equilíbrio entre o
texto e a imagem pois que a arte de reproduzir imagens alcançou um
extraordinário progresso, não só quanto à nitidez mas principalmente quanto à
perfeição das cores.
Assim, o livro, de início reservado a um pequeno número de
privilegiados ou de iniciados, tornou-se acessível a todos. E esta é, sem
sombra de dúvidas, uma das grandes conquistas da Humanidade que, nos
nossos dias, começa a ser ultrapassado pela publicação em CDROM. Todavia,
ainda se não encontra ao alcance do comum dos portugueses em virtude de
carecer, para poder ser lido, de um computador e do conhecimento de
informática além de um leitor de CDROM e colunas de som.
Depois desta breve história sobre a origem do livro, parece-nos
importante referir as bibliotecas existentes e cuja importância não poderemos
deixar de salientar. Assim, os Sumérios, que habitavam há mais de 4000 anos
o vale do Tigre e do Eufrates, dispunham de bibliotecas onde existiam obras
literárias, religiosas, pedagógicas e outras. Parece-nos, pois, de concluir que a

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biblioteca aparece com a civilização uma vez que a civilização suméria é a
mais antiga que se conhece.
Também devemos salientar as bibliotecas dos Caldeus, dos Assírios e
dos Egípcios, geralmente anexas aos templos e cujas obras se encontravam à
guarda dos sacerdotes. Mas a mais importante biblioteca parece ter sido a do
rei Assurbanipal, da Assíria, que chegou a possuir 22.000 placas de argila. No
Egipto existiu a biblioteca de Ramsés II, o qual deu à sua colecção o nome de
“Medicina da Alma”. Contudo, a mais conhecida e célebre de todas foi a
biblioteca de Alexandria. Fundada por Ptolomeu I que chegou a ter 700.000
volumes, o que representava todo o conhecimento e saber daquela época.
A biblioteca de Pérgamo também foi muito importante. Fundada pelo rei
Átalo I, chegou a equiparar-se à de Alexandria.
A primeira biblioteca organizada em Portugal foi a de D. João I, que seu
filho D. Duarte enriqueceu comprando obras no estrangeiro. Mais tarde
criaram-se grandes bibliotecas em Lisboa, Porto e Coimbra.
Podemos, assim, concluir que a expansão das bibliotecas tem
acompanhado o desenvolvimento da civilização e temos a certeza de que a
sua acção cultural e educativa é um ponto de apoio imprescindível a todos
quantos pretendem adquirir saber e conhecimento.
Por tudo o que foi dito pensamos equacionar o problema de transformar
a Biblioteca Escolar num espaço de lazer/convívio e numa fonte sempre
renovada de aprendizagem uma vez que ao longo da nossa actividade docente
temos vindo a sentir a necessidade de incentivar os alunos para a leitura e para
a pesquisa como uma resposta mais criativa de cultivar o saber e os valores. É
que, todo o indivíduo tem uma natural aspiração de potencializar as suas
capacidades e de aproveitar as oportunidades que se lhe abrem para solidificar
e aumentar os seus conhecimentos.
Assim sendo, cabe à BE um papel de relevo nas nossas escolas
procurando, de uma forma lúdica, atraente e prática motivar os alunos a
actividades mais enriquecedoras, que vão para além da simples leitura de
livros e que implicam um conhecimento e uma utilização das TIC e da Internet.
Desta forma achamos que é necessário formular alguns objectivos para
que este plano possa ter consistência pelo que mencionamos os seguintes:
* Perspectivar diferentes formas de utilização da BE.

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* Promover trabalhos de projecto, tendo como eixo a Biblioteca.
* Compreender a BE como um espaço intercultural capaz de
potencializar as capacidades individuais.
* Levar o aluno a descobrir, quando for à Biblioteca, que há mais do que
livros: existe o trabalho pessoal, o companheirismo, a alegria e a construção do
futuro.
* Utilizar, de forma correcta e adequada, as TIC e a Internet.
Confrontados com a realidade das nossas escolas/agrupamentos,
somos obrigados a concluir que as mesmas não apresentam uma imagem
capaz de atrair os alunos que as frequentam. Assim, e tendo em vista alterar tal
situação, este plano tem como finalidade mostrar que a Biblioteca não é feita
só de livros mas que é também feita de uma intenção: emprestar o saber
humano, as suas memórias, as suas emoções, entre muitas outras coisas.
Por tal motivo, pretendemos que a BE esteja ao serviço dos alunos que
frequentam a nossa escola/agrupamento.

António João Rocha

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