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1) O documento discute a concordância verbal e nominal, com foco nos usos variados em diferentes contextos linguísticos e produções culturais.
2) Inclui análise de canções populares que apresentam variações na concordância e atividades para reflexão com os alunos.
3) O objetivo é mostrar que a norma culta não é sinônimo de correção absoluta e que as variações fazem sentido dentro de suas lógicas próprias.
1) O documento discute a concordância verbal e nominal, com foco nos usos variados em diferentes contextos linguísticos e produções culturais.
2) Inclui análise de canções populares que apresentam variações na concordância e atividades para reflexão com os alunos.
3) O objetivo é mostrar que a norma culta não é sinônimo de correção absoluta e que as variações fazem sentido dentro de suas lógicas próprias.
1) O documento discute a concordância verbal e nominal, com foco nos usos variados em diferentes contextos linguísticos e produções culturais.
2) Inclui análise de canções populares que apresentam variações na concordância e atividades para reflexão com os alunos.
3) O objetivo é mostrar que a norma culta não é sinônimo de correção absoluta e que as variações fazem sentido dentro de suas lógicas próprias.
1) Compreender que a concordncia verbal um dos elementos dos padres da escrita;
2) Refletir sobre os usos da concordncia verbal na produo de textos (orais e escritos). Desenvolvimento 1) Converse com os alunos que a concordncia a combinao das palavras na frase e o que chamamos de "concordncia verbal" a combinao entre verbo e sujeito. E como so os usos da concordncia verbal? 2) Pea aos alunos que analisem a seguinte frase: "O marido e a mulher gasta muito na feira". Nesse caso, temos sujeito composto com verbo no singular. Discuta com os alunos que esse um uso presente em algumas variaes lingsticas que fazem uma simplificao das formas verbais, em que h apenas duas formas, como por exemplo: Eu falo Tu/voc fala Ele ou ela fala Ns fala Eles fala) 3) Oua com eles a cano "Cuitelinho" (de domnio popular) e vejam como so os usos da concordncia verbal na letra da mesma: Cheguei na bera do porto onde as onda se espaia. As gara d meia volta, senta na bera da praia. E o cuitelinho no gosta que o boto de rosa caia. Quando eu vim de minha terra, despedi da parentaia. Eu entrei no Mato Grosso, dei em terras paraguaia. L tinha revoluo, enfrentei fortes bataia. A tua saudade corta como o ao de navaia. Corao fica aflito, bate uma, a outra faia. E os io se enche dgua que at a vista se atrapaia. 4) Problematize com os alunos os usos da concordncia na cano, esclarecendo que a variao lingstica usada peculiar de certas regies do Brasil e de alguns setores sociais. No entanto, isso no demonstrao de "burrice" ou "ignorncia", pois h toda uma lgica lingstica que se traduz em uma regularidade gramatical que usa duas formas verbais apenas: uma que marca a 1 a pessoa do singular e outra que marca as demais (1 a do plural, 2 a do singular e 3 a pessoa do singular ou do plural). 5) Pea aos alunos que pesquisem os diferentes usos orais da concordncia verbal para que analisem os modos diferentes em que se d a relao sujeito e verbo. 6) Em seguida, discuta com os alunos que a concordncia verbal, ditada pela gramtica normativa defende que o verbo concorda com o sujeito em pessoa e nmero, como por exemplo: "O peixe boiava no lago poludo e parecia morto". "Os peixes boiavam no lago poludo e pareciam mortos". 7) Reflita ainda com os alunos que, em alguns casos, torna-se difcil fazer a concordncia verbal, de acordo com a gramtica normativa. Discutam alguns casos, como os abaixo: Regras Exemplos Sujeito composto anteposto ao verbo = verbo no plural. A moa e o rapaz chegaram tarde. Sujeito composto posposto ao verbo = verbo no plural ou concorda com o ncleo mais prximo. Falaro o garoto e a garota. Falar o garoto e a garota. Sujeito composto de diferentes pessoas= o verbo vai para o plural na pessoa gramatical de nmero mais baixo (1 a ,2 a ,3 a ). Eu, tu e ele vamos sair. (1 a pessoa do plural = ns = mais baixa que 2 a
ou 3 a ). Sujeito coletivo -com coletivo = verbo no singular -com coletivo anteposto ao verbo e seguido de adjunto adnominal no plural = verbo pode ir para o plural -com coletivo, mas com verbo distante, este pode ir para o plural O bando chegou com fome. A multido de jovens avanavam. A multido, apesar de tudo, gritavam muito. Sujeito formado por nomes prprios que s tem plural -com artigo = verbo no plural -sem artigo = verbo no singular. Os Estados Unidos ficaram mais poderosos. Vassouras uma cidade bonita. Verbo apassivado pelo pronome se concorda com o sujeito. Discutiu-se a estratgia. Discutiram-se as estratgias. Verbo com se como ndice de indeterminao do sujeito. Assistiu-se quela demonstrao de afeto, com emoo. Verbos impessoais ficam sempre na 3 a pessoa do singular. Haver problemas sempre na vida.(verbo haver no sentido de existir) Fez invernos intensos nos ltimos anos. (verbo fazer no sentido de fenmeno da natureza) Concordncia do verbo ser Esse verbo tem uma concordncia que oscila entre o sujeito e o predicativo. Assim: -o sujeito e o predicativo so nomes de coisas, o verbo vai preferencialmente para o plural, mas possvel concordar com o termo que se quer destacar; -o sujeito ou o predicativo so nomes de pessoas ou pronome pessoal, a concordncia com a pessoa gramatical; -o sujeito um dos pronomes tudo, isso, isto, aquilo, o verbo concorda com o predicativo; -quando houver indicao de hora e distncia, o verbo concorda com As plantas so a paixo dela. A vida lutas. Ele era as esperanas dos pais. Jos era as esperanas dos pais.
Tudo eram flores, no comeo.
uma hora./So cinco horas. o predicativo; -com as expresses muito, pouco, tanto, mais de, menos de, o verbo fica invarivel; -nas indicaes de dia do ms, o verbo pode ficar no singular ou no plural. um metro./ So cinco metros. Dois metros muito para a roupa.
(dia) cinco de maio./So cinco (dias) de maio. 8) Por fim, oua com os alunos a cano "fora de si" , de Arnaldo Antunes. fora de si eu fico louco eu fico fora de si eu fica assim eu fica fora de mim
eu fico um pouco depois eu saio daqui eu vai embora eu fica fora de si eu fico oco eu fica bem assim eu fico sem ningum em mim Arnaldo Antunes. "Ningum", Ariola, 1995 9) Analise com os alunos de que maneira o poema gira em torno das idias de "se estar fora de si", "louco", "sentir-se vazio". Vejam como causa estranhamento a presena no usual da concordncia entre algumas palavras. Essas transgresses so intencionais, pois tm uma finalidade de expressar a prpria loucura do mundo contemporneo, quando no se sabe o que diz, quando os pensamentos ficam embaralhados, quando no sabemos quem somos. H, assim, a idia de uma 3 a pessoa, alm do "eu potico", pois as concordncias ora ficam na 1 a pessoa, ora na 3 a , independentemente das regras convencionais da gramtica. como se o "eu potico" fosse tambm constitudo de um outro, uma terceira pessoa. Ou, dito de outra forma: h no poema, desvios do portugus padro cuja inventividade extrapola a norma e at mesmo a transgride, poeticamente. Alfredina Nery professora universitria, consultora pedaggica e docente de cursos de formao continuada para professores na rea de lngua, linguagem e leitura.
Concordncia nominal Alfredina Nery
Comunicar erro Imprimir Objetivos 1) Compreender que a concordncia nominal um dos elementos dos padres da escrita; 2) Refletir sobre os usos da concordncia nominal na produo de textos (orais e escritos). Desenvolvimento 1) Para que os alunos saibam (ou relembrem) que a concordncia a combinao das palavras na frase, converse com eles, primeiramente, sobre a concordncia nominal: quando o substantivo concorda com seu determinante (artigo, numeral, adjetivo, pronome adjetivo). Comece a reflexo discutindo alguns usos, como, por exemplo: a) "Os menino vieram tarde demais ontem noite". b) "Aquelas tardes quentes eram maravilhosas". possvel dizer que as duas frases acima tm modos diferentes de fazer a concordncia nominal. Na primeira frase a marca de plural est garantida no primeiro elemento ("Os"), sem que seja necessrio colocar o segundo ("menino") tambm no plural. Explique aos alunos que esse uso bem mais comum do que a gramtica normativa desejaria. Muitos de ns, em situaes de fala do dia-a-dia, tambm usamos formas como essa, sem, muitas vezes, nos darmos conta disso. 2) Oua com eles a cano "Cuitelinho" (de domnio popular) e vejam como so os usos da concordncia nominal em sua letra: Cheguei na bera do porto onde as onda se espaia. As gara d meia volta, senta na bera da praia. E o cuitelinho no gosta que o boto de rosa caia. Quando eu vim de minha terra, despedi da parentaia. Eu entrei no Mato Grosso, dei em terras paraguaia. L tinha revoluo, enfrentei fortes bataia. A tua saudade corta como o ao de navaia. Corao fica aflito, bate uma, a outra faia. E os io se enche dgua que at a vista se atrapaia. 3) Problematize com os alunos os usos da concordncia na cano, esclarecendo que a variao lingstica usada peculiar de certas regies do Brasil e de alguns setores sociais. No entanto, isso no demonstrao de "burrice" ou "ignorncia", pois h toda uma lgica lingstica que se traduz em uma regra gramatical que no se altera: o plural sempre feito no primeiro elemento, como que dizendo que a idia est pluralizada e que, portanto, no h necessidade de marcar o plural duas ou mais vezes. mais econmico, no mesmo? Alguns lingistas chamam esse uso de "eliminao de marcas de plural redundantes". 4) Pea aos alunos que pesquisem os diferentes usos orais da concordncia nominal para que comprovem o quanto essa regra de plural no primeiro elemento bem comum quando falamos, comprovando que se fala de um jeito e se escreve de outro. 5) Retomando a segunda frase "Aquelas tardes quentes eram maravilhosas", enfatize aos alunos que, nesse caso, diferentemente da primeira, todas as palavras adjetivas, ou seja, o pronome demonstrativo ("Aquelas") e os adjetivos ("quentes"; "maravilhosas") concordam com o substantivo "tardes". Assim, porque o substantivo feminino e est no plural, os seus determinantes (pronome e adjetivos) tambm esto no feminino e no plural. Em textos escritos, cujos padres so mais rgidos, a concordncia exigida, tendo em vista regras convencionadas socialmente e registradas na gramtica normativa. 6) No que se refere concordncia nominal, esclarea aos alunos que a gramtica normativa traz uma regra geral: o adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome adjetivo) concordam em gnero e nmero com o nome/substantivo a que se referem. 7) Discuta, em seguida, alguns casos especficos e d alguns exemplos, como no quadro abaixo: Regras Exemplos Um s adjetivo que qualifica mais de um substantivo, e vem anteposto a esse, concorda com o mais prximo Estava calma a cidade e a minha alma. Um s adjetivo que qualifica mais de um substantivo e vem posposto a esse, concorda com o mais prximo posposto ou vai para o plural. Era mesmo sabedoria e conhecimento acumulado. Era mesmo sabedoria e conhecimento acumulados. Um s substantivo e mais de um adjetivo; -o substantivo vai para o singular e repete-se o artigo; -o substantivo vai para o plural e no se repete o artigo O dolo conquistou a platia paulista e a baiana. O dolo conquistou as platias paulista e baiana. Verbo ser mais um adjetivo, formando uma expresso: -sujeito com artigo, a expresso concorda com o sujeito -sujeito sem artigo, a expresso fica invarivel.
necessria a solidariedade. necessrio solidariedade. Bastante/bastantes] -Bastante sendo invarivel, refere-se a verbo ou a adjetivo -Bastante adjetivo e, portanto, varivel quando se refere ao substantivo. Gostaram bastante da comida. H bastantes razes para no irmos obrigado/incluso/quite/mesmo/prprio so todos adjetivos e concordam com o nome a que se referem. Obrigada, falou ela/Obrigado, falou ele. Eu estou quite com voc/ Ns estamos quites com voc. Anexo tambm adjetivo e concorda com o nome a que se refere. Seguem anexas as listagens. Em anexo, seguem as OBS.: Em anexo expresso invarivel. listagens. As palavras alerta, menos so invariveis. Havia menos crianas na escola. Todos permaneceram alerta. Alfredina Nery professora universitria, consultora pedaggica e docente de cursos de formao continuada para professores na rea de lngua, linguagem e leitura.
EXERCCIOS
Leia e responda.
1- Construa uma nova verso do texto abaixo, utilizando em relao palavra Vera, os mecanismos de coeso que julgar adequados.
Desde cedo o rdio noticiava: um objeto voador no identificado estava provocando pnico entre os moradores de Valria. A primeira reao de Vera foi sair da cama e correr para o porto. Fazia seis meses que Vera andava trabalhando em Parintins. Vera levantava cedo todos os dias e passava a manh inteira conversando com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Vera estava em Parintins, tentando convencer os trabalhadores a mudar a tcnica do plantio da vrzea.
2- Reescreva as oraes usando elementos de coeso para elaborar um texto com elas:
a) Os homens no ficam deslumbrados na frente de uma vitrine. b) Eles no compram por impulso. No tm pacincia para a burocracia do credirio. c) O pblico feminino sente uma atrao irresistvel pelas ofertas e liquidaes do mercado consumidor. d) As propagandas normalmente so direcionadas s mulheres. e) As mulheres tm papel importante na deciso de compra de um homem. f) Eles dizem que as mulheres tm bom gosto, conhecem marcas e sabem se um produto bom, caro ou barato.
3- Quando o treinador Leo foi escolhido para dirigir a seleo brasileira de futebol, o jornal Correio Popular publicou um texto com muitas imprecises, do qual conta a seguinte passagem: Durante a sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial de Ribeiro Preto, sua terra natal, Leo, de 51 anos, sempre imps seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos aps os treinos. Ao chegar seleo brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leo no dava um passo em falso. Cada atitude e cada declarao eram pensados com um racionalismo tpico de sua famlia, j que seus outros dois irmos, Edmlson, 53 anos, e dson, 58, so mdicos. (Correio Popular, Campinas, 20 out. 2000.)
a) O que aconteceria com Leo se ele, efetivamente, ficasse aprimorando seus defeitos? Reescreva o trecho de maneira que seja eliminado o equvoco.
b) A expresso por outro lado, no incio do segundo perodo, contribui para tornar o trecho incoerente. Por qu?
Nas turmas do 7 ano a atividade desenvolvida foi a da pgina 162, com o objetivo de conduzir o leitor/ouvinte a sequenciar o tema, a perceber uma progresso nas ideias que o compem. Iniciou-se a atividade com a escolha do tema a ser desenvolvido. Depois foram distribudos papis para que cada aluno respondesse as questes propostas. Assim que terminaram, foi feito o sorteio das respostas. Com todos eles em mos, eles escreveram o texto. Em seguida, esses foram expostos oralmente. Conforme relato da professora, os alunos, em geral, gostaram da atividade, mas alguns tiveram dificuldade em fazer a progresso e no souberam utilizar os recursos lingusticos da coeso sequencial.