literacias da informação, tecnológica e digital, seleccionei os indicadores A.2.3 – Promoção do ensino em contexto de competências tecnológicas e digitais na escola/ agrupamento – (de processo) e A.2.4 – Impacto da BE nas competências tecnológicas, digitais e de informação dos alunos na escola/ agrupamento (de impacto). Para planificar a avaliação destes dois indicadores importa, em primeiro lugar analisar aquilo que se pretende avaliar. Estes dois indicadores têm como objectivo avaliar as competências tecnológicas e digitais dos alunos e docentes. Se por um lado, a introdução das novas tecnologias na escola é já um dado adquirido, por outro lado o desenvolvimento das habilidades humanas para acompanhar e explorar plenamente essas facilidades tecnológicas parece não ser assim tão evidente, provocando algumas dificuldades na aplicabilidade desses recursos. Em muitas escolas encontramos um corpo docente pouco familiarizado com as novas tecnologias, tornando difícil a promoção das aprendizagens em contexto destas novas competências tecnológicas. Por outro lado os alunos apresentam competências tecnológicas muito diversas, conforme o meio social de onde são oriundos, não sendo suficientes as aulas de TIC para as uniformizar. Estes dois indicadores permitem «medir» o grau de intervenção da BE ao nível das competências tecnológicas e digitais a desenvolver nos alunos e docentes. Estas competências incluem não apenas os elementos tecnológicos – conhecimento de hardware, software, internet, recursos multimédia – mas, também, os aspectos comportamentais que permitem o acesso à informação. O indicador A.2.3 permite-nos aferir até que ponto a BE promove, em colaboração com os docentes, actividades que fomentem a utilização contextualizada das TIC, verificar se a BE propõe acções de formação para docentes e alunos na área da literacia tecnológica e se apoia os seus utilizadores na exploração dos recursos tecnológicos, criando guias de pesquisa na Web, listas de apontadores, grelhas de avaliação de sites, etc. Como se trata de um indicador de processo, pretende-se com ele verificar como é que a biblioteca funciona (MacNamara, 1997-2008) no âmbito do desenvolvimento das competências tecnológicas. O indicador A.2.4 é um indicador de impacto que nos vai permitir verificar o grau de eficácia da BE na promoção das competências tecnológicas, digitais e de informação nos alunos da escola/ agrupamento. Neste caso importa «medir» até que ponto é que os alunos usam correctamente as novas tecnologias nas suas aprendizagens, verificando se, graças à actividade da BE, os alunos utilizam correctamente motores de busca na Web, se sabem seleccionar, organizar e sintetizar a informação pertinente e se compreendem os problemas éticos e legais relacionados com o acesso à informação. Com este indicador aferimos se os alunos utilizam as ferramentas tecnológicas na concretização das aprendizagens e se estas promovem o sucesso escolar nas diferentes disciplinas e áreas curriculares. Um indicador de impacto é aquele que mede os benefícios que o nosso trabalho trouxe aos nossos utilizadores (MacNamara, 1997-2008) e neste caso aquilo que vamos realmente avaliar é se a nossa acção contribuiu para promover as competências tecnológicas, digitais e da informação nos alunos.
2. Plano de avaliação dos indicadores escolhidos
2.1. Indicador A.2.3. promoção do ensino em contexto de
competências tecnológicas e digitais na escola/ agrupamento Como se trata de um indicador de processo devemos questionar o nosso trabalho em termos de funcionamento e para isso é necessário recolher evidências que nos transmitam a forma como servimos os utilizadores. Importa saber: - Que serviço procuram os nossos utilizadores; - Que serviços prestamos; - O nosso desempenho vai ao encontro das necessidades dos utilizadores; - Que recursos materiais temos; - Que recursos humanos temos; - Os recursos materiais e humanos são suficientes para as necessidades dos nossos utilizadores; - Que tipo de reclamações recebemos dos nossos utilizadores; - Que tipo de sugestões recebemos dos nossos utilizadores; - Que serviços são eficazes e que serviços são obsoletos.
Para responder a estas questões, penso que devemos utilizar
dois métodos sugeridos por McNamara (1997-2008): os questionários e as grelhas de observação. Pontualmente poder-se-á também completar os questionários com as entrevistas, até porque estas permitem conhecer melhor os nossos utilizadores (MacNamara 1997-2008). Aplicando esta planificação à escola em que me encontro este ano, acho que é conveniente começar por conhecer o universo que vou avaliar, uma vez que estou em fase de arranque numa biblioteca nova, pertencente a um agrupamento que não conheço. Proponho, por isso, elaborar três inquéritos iniciais diferentes destinados a três grupos: aos alunos, aos docentes e ao pessoal da biblioteca. Nestes inquéritos seria aferido por um lado, o grau de conhecimento destes três grupos face às competências tecnológicas, digitais e da informação e, por outro, que serviço é que estes grupos procuram/ necessitam relativamente aos recursos tecnológicos. Paralelamente elaboraria um levantamento de todos os recursos tecnológicos (o que é simples uma vez que me encontro em fase de instalação). Após a análise destes inquéritos traçaria um plano de actuação de acordo com as necessidades reveladas e produziria materiais didácticos adequados ao desenvolvimento das competências tecnológicas, em colaboração com os professores de TIC, por exemplo: - Exercícios para utilização de software; - Guiões de pesquisa na internet; etc. Simultaneamente promoveria, juntamente com os professores de TIC, acções de formação na área das novas tecnologias para professores, alunos e o pessoal da biblioteca. Ao longo do ano observaria o funcionamento do serviço através de grelhas de observação e criaria na zona de atendimento uma caixa de reclamações e de sugestões para os utilizadores e pessoal da biblioteca. Além destas observações, analisaria igualmente os relatórios das actividades desenvolvidas pela biblioteca (na promoção as competências tecnológicas) e respectiva avaliação. Resumindo, a planificação para este indicador seria a seguinte:
Calendarizaç Acções a Evidências Pontos Pontos Acções
ão desenvolver fortes fracos para melhori a Janeiro 2010 Conhecer os Inquérito utilizadores Levantamento Inventário dos recursos tecnológicos Levantamento Inquérito dos recursos humanos Janeiro até Promover Plano anual de Maio actividades de actividades; 2010 iniciativa da Grelhas de BE, ou observação; apoiadas por Caixas de ela, com vista sugestões e à pesquisa e reclamações produção de dos trabalhos utilizadores através das TIC. Promover Planificação da acções de acção, formação sobre respectivo a utilização dos relatório final e recursos feedback dos tecnológicos da formandos BE. Promover Planificação da acções de acção, relatório sensibilização final e destinadas aos feedback dos alunos, no alunos sentido de fornecer orientações para o uso responsável dos recursos de informação. Calendarizaç Acções a Evidências Pontos Pontos Acções ão desenvolver fortes fracos para melhori a Janeiro até Elaborar Exercícios de Maio materiais com utilização de 2010 (cont.) vista à software, pesquisa e Guiões de produção de pesquisa na trabalhos internet e através das outros TIC. materiais fornecidos pelos docentes de TIC. Junho Avaliação das evidências
2.2. Indicador A.2.4 Impacto da BE nas competências
tecnológicas digitais e de informação dos alunos na escola/ agrupamento Sendo este um indicador de impacto, vai permitir-nos saber se as actividades que realizámos foram as correctas e se conseguimos atingir o nosso objectivo que é o de desenvolver as competências tecnológicas nos alunos. Para isso é necessário traçar inicialmente um programa e definir a nossa missão relativamente a estas competências a desenvolver. Estes objectivos podem ser definidos logo no início do ano após a realização do inquérito atrás mencionado. Uma vez estabelecidos os objectivos a atingir (de acordo com o resultado dos inquéritos) as evidências a recolher deverão incidir nos trabalhos produzidos pelos alunos e pelos comportamentos revelados durante a consulta dos recursos tecnológicos na biblioteca. Os métodos a utilizar devem ser igualmente as grelhas de observação e o inquérito, mas também os trabalhos realizados na área - projecto, sendo por isso necessária uma colaboração próxima com os professores desta disciplina. Uma vez que se trata de um período curto para realizar esta avaliação, seria melhor trabalhar apenas com uma amostra dos alunos, seleccionando duas turmas de dois professores diferentes. O inquérito a realizar seria aplicado no final do ano de forma a obtermos o feedback dos nossos utilizadores. Deste modo, a planificação para este indicador seria a seguinte:
Calendarizaç Acções a Evidências Pontos Pontos Acções
ão desenvolver fortes fracos para melhori a Janeiro 2010 Conhecer os Inquérito (o utilizadores mesmo do indicador anterior); Análise dos trabalhos de área -projecto realizados no 1.º período (amostragem) Janeiro 2010 Estabelecer os Plano anual de objectivos para actividades a acção da BE no desenvolvimen to das competências tecnológicas nos alunos Janeiro a Maio Desenvolver a Grelhas de de 2010 autonomia dos observação alunos na pesquisa e tratamento da informação Melhorar as Grelhas de competências observação; dos alunos na Análise dos elaboração de trabalhos trabalhos de elaborados na pesquisa. disciplina de área -projecto (amostragem) Calendarizaç Acções a Evidências Pontos Pontos Acções ão desenvolver fortes fracos para melhori a Junho Conhecer o Inquérito grau de satisfação dos utilizadores Junho Análise das evidências
Bibliografia
Guia da Sessão : O modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares : metodologias de operacionalização (Parte I), [Novembro 2009]
McNamara, Carter. Basic Guide to Program Evaluation
Modelo de auto-avaliação da biblioteca escolar. Rede Bibliotecas
Escolares, Novembro 2009
The Program Manager’ s Guide to Evaluation. Administration for
children and Families. U.S. Department of Health & Human Services http://www.acf.hhs.gov/programs/opre/other_resrch/pm_guide_eval/reports/ pmguide/pmguide_toc.html [23/11/09]