“Referências à BE nos Relatórios de Avaliação Externa pela IGE”
A IGE (Inspecção Geral de Educação) tem dado seguimento a um processo de
avaliação externa das escolas, consignado no Decreto Regulamentar nº81-B/2007, de 31 de Julho. Esta actuação visa criar oportunidades de melhoria das escolas/agrupamentos, constituindo os relatórios, elaborados pela referida Inspecção, instrumentos de reflexão e debate. (Os capítulos dos relatórios -“caracterização da escola/agrupamento”, “conclusões da avaliação por domínio”, “avaliação por factor” e “considerações finais” – decorrem da análise de documentos fundamentais, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.) Ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. Entende-se por ponto forte: atributo da organização que ajuda a alcançar os seus objectivos; por ponto fraco: atributo da organização que prejudica o cumprimento dos seus objectivos; por oportunidade: condição ou possibilidade externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos. Por exemplo, no relatório elaborado pela IGE, “Avaliação Externa das Escolas / Relatório de Escola”, relativo ao Agrupamento de Escolas de Castanheira de Pêra, visitado de 4 a 6 de Março de 2009, a questão da própria avaliação (interna) é fulcral e dada como aspecto a melhorar pelo Agrupamento: “(…) a inexistência de um dispositivo estruturante, abrangente e agregador das práticas de avaliação interna, condiciona o conhecimento do desempenho em áreas-chave da organização, prejudicando a definição de prioridades de acção e implementação de planos de melhoria, nomeadamente, no âmbito da qualidade dos processos de ensino e aprendizagem.”; “(…) A inexistência de avaliação interna consistente e abrangente, não faculta o conhecimento do desempenho da instituição em áreas-chave (p.ex., no âmbito dos processos de ensino ou do plano de ocupação plena dos tempos escolares), condicionando a sustentação do seu progresso.”. Neste mesmo relatório são feitas várias referências à Biblioteca Escolar, todas bastante positivas, à excepção de um aspecto negativo, considerado em parêntesis (mas com toda a razão, embora, para já, se apresente sem alternativa), o qual se prende com a localização desta, um primeiro andar, cujo único acesso é possível apenas através de dois lances de escadas: “…biblioteca integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Escolares (sem acessibilidade a portadores de mobilidade condicionada)…”. Embora não tenha havido tempo (nem era esse o objectivo) para um conhecimento aprofundado e totalmente abrangente da BE – através de todos o seus documentos, do pleno conhecimento do seu funcionamento, recursos, trabalho realizado e a ser levado a cabo pela Coordenadora, equipa e funcionária aí de serviço, entre outros – esta, pelo que pôde ser observado e constatado, mereceu deferências, por exemplo:
• Quanto à sua capacidade de articular, nomeadamente, entre ciclos, estabelecer
parcerias e relações com a comunidade local: “Alguns projectos / acções assumem uma dimensão privilegiada de transversalidade, sendo exemplo os decorrentes da dinamização da biblioteca.”; “As acções ligadas à dinamização da biblioteca escolar (…) fomentam a transversalidade nos vários ciclos.”; “Verificam-se algumas iniciativas tendo em vista a participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar e de envolver a restante comunidade educativa.”; “Existem algumas iniciativas que fomentam o envolvimento da comunidade educativa, salientando-se as dinamizadas pela biblioteca escolar.”; “… as parcerias e os protocolos estabelecidos com instituições locais têm possibilitado apoio técnico em diferentes áreas…”. • Quanto às suas iniciativas para a formação integral dos alunos: “....”; “A oferta educativa inclui a exploração de diferentes dimensões da aprendizagem, designadamente de ordem cultural, artística e desportiva. As iniciativas de enriquecimento curricular são diversificadas, contribuindo para a formação integral dos alunos”; … desenvolve acções de valorização dos êxitos individuais e colectivos das crianças e dos alunos, que passam, sobretudo, por: exposições dos trabalhos (…) adesão a concursos / projectos (p. ex., “Ler Ajuda a Crescer); atribuição de prémios (…), divulgação das actividades e dos trabalhos nos jornais escolares…”.
• Quanto à BE promotora do sucesso escolar dos alunos: “A biblioteca, pelas
várias acções que desenvolve, desempenha um papel importante na promoção do sucesso educativo.”; “...adopção de algumas iniciativas de melhoria para áreas onde se regista maior insucesso (p. ex., adesão ao Plano Nacional de Leitura (...)”; “… implementa o Plano Nacional de Leitura e a Rede Nacional de Bibliotecas Escolares com o objectivo de colmatar as dificuldades de aprendizagem nas áreas da Língua Portuguesa….”; “ … a operacionalização de acções de leitura através de materiais do Plano Nacional de Leitura (em parceria com as Bibliotecas Municipais de Castanheira de Pêra e de Figueiró dos Vinhos) …”.
• Quanto à formação de professores na área das bibliotecas: “A formação de
professores tem incidido, sobretudo, nas tecnologias de informação e comunicação e na animação de bibliotecas”.
• Quanto à avaliação da BE (embora não segundo o novo Modelo de Auto-
Avaliação): “As actividades levadas a cabo, no âmbito…da BE, são avaliadas através de relatórios apresentados ao Conselho Pedagógico e ao Conselho Geral Transitório…”. Para além das várias referências dispersas supracitadas, à BE, esta mereceu ainda referência, no relatório da Inspecção, num extenso parágrafo onde fica evidente que foram lidos, com atenção, documentos (ou, pelo menos, alguns excertos) como o Plano de Actividades da Biblioteca e relatórios, embora não tenha havido nenhuma conversa formal ou informal com a Coordenadora da BE: «A biblioteca organiza actividades diversificadas, integradas em projectos, com particular destaque para a leitura. Promove concursos, em parceria com o Departamento de Línguas (Concurso Nacional de Leitura, Concurso Epistolar dos CTT e Concurso Termina o Conto…), e dinamiza acções no âmbito da comemoração de efemérides. São ainda de salientar as actividades realizadas em colaboração com a comunidade local: “Hora do Conto”, com a apresentação de dramatizações e poesia; “Histórias e Habilidades das avós”, com a intervenção das utentes do Centro Comunitário de Castanheira de Pêra. É efectuada a monitorização da utilização da biblioteca, registando-se que, no ano lectivo de 2007/2008, foram consultados / requisitados….».