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O texto discute as diferentes vertentes do Modernismo brasileiro, desde a escola de 1870 em Recife até os movimentos antropofágicos e verde-amarelo em São Paulo na década de 1920. A autora argumenta que o Modernismo teve concepções distintas em diferentes cidades e épocas e não pode ser limitado ao evento da Semana de Arte Moderna de 1922. O Modernismo buscava repensar a identidade nacional brasileira de forma plural.
O texto discute as diferentes vertentes do Modernismo brasileiro, desde a escola de 1870 em Recife até os movimentos antropofágicos e verde-amarelo em São Paulo na década de 1920. A autora argumenta que o Modernismo teve concepções distintas em diferentes cidades e épocas e não pode ser limitado ao evento da Semana de Arte Moderna de 1922. O Modernismo buscava repensar a identidade nacional brasileira de forma plural.
O texto discute as diferentes vertentes do Modernismo brasileiro, desde a escola de 1870 em Recife até os movimentos antropofágicos e verde-amarelo em São Paulo na década de 1920. A autora argumenta que o Modernismo teve concepções distintas em diferentes cidades e épocas e não pode ser limitado ao evento da Semana de Arte Moderna de 1922. O Modernismo buscava repensar a identidade nacional brasileira de forma plural.
onica Velloso expe em seu texto o movimento modernista para alm de seu contexto literrio, exibindo as amplas relaes entre literatura e msica, artes plsticas e imprensa. A autora analisa o contexto poltico do modernismo, que fez repensar conceitos de toda a sociedade, e ainda discute aspectos menos conhecidos, como a tentativa de integrao social. O movimento modernista estabelece uma reavaliao da tradio de ruptura, que marcava o campo da pesquisa histrica e constitui um ponto de articulao entre o antigo e o moderno. Numa viso critica Velloso examina o movimento a partir de So Paulo e do Rio de Janeiro, dentre outros. Segundo a autora conceituar as palavras: Moderno, Modernidade e Modernismo tem sido objeto de muitas discusses na reflexo historiogrfica. Nesse debate a questo da temporalidade histrica ocupa papel fundamental na escrita da histria, desse modo o movimento modernista brasileiro inscreveu-se nessa representao conceitual. Agindo em distintas temporalidades e espacialidades, propagando as mais variadas formas de interveno social, discorrendo com um movimento amplo e compl exo de tradies e referncias culturais, o modernismo demonstra essa temporalidade. No contexto internacional, o incio do sculo XX caracterizado pelo desenvolvimento tecnolgico-cientfico. A nova corrente, guiado pelo crescimento da cincia positivista reflete sobre os diversos campos da atividade humana, tendo impacto na literatura, poltica, cultura e na cincia. O aceleramento da urbanizao e o processo industrial foram os responsveis
1 Graduada em Letras pela Universidade do Estado de Mato Grosso- UNEMAT e Especialista em Educao Inclusiva com nfase em Libras pela Faculdade do Pantanal- FAPAN. M pelos primeiros conceitos de modernidade, correlacionando-se ao conceito de progresso e envolvendo uma possvel ruptura com o passado. Consolidou-se no Brasil uma tradio intelectual que associou a instaurao do moderno dcada de 1920. Durante muito tempo, essa percepo do movimento, ocasionou uma interpretao simplificadora que o limitava a um referente espao-temporal: A cidade de So Paulo. O movimento denominado Semana de Arte Moderna, que ocorreu entre os dias 12 e 17 de Fevereiro de 1922, passou a ser mencionado como o Marco do Modernismo, tendo nomes como: Tarsila do Amaral, Mario de Andrade, Oswaldo de Andrade, Portinari, entre outros. Devido sua caracterstica histrica, predominava no Brasil uma viso pessimista, caracterizada pelo atraso cultural e pela inferioridade tnica em relao s naes Europeias. A miscigenao era considerada um fenmeno que tornava a sociedade brasileira sem identidade, tendo elementos de modos de vida distintos culturalmente, visto como perigoso, pois poderia causar um desequilbrio na ordem social dos grupos tnicos a qualquer momento, evitando o progresso ou estagnando seu desenvolvimento. Velloso aborda que a escola modernista de Recife de 1870 sob a liderana de Tobias Barreto e tendo nomes como, Silvio Romero, Graa aranha, Capistrano de Abreu e Euclides da Cunha lanaram as primeiras concepes de modernismo para o Brasil, ser moderno significava para eles, buscar uma compreenso do significado de ser brasileiro. A partir de ento reconhecia- se nossa identidade mestia, ainda que discretamente, nos cantos, contos, poesias e danas; o brasileiro aparecia reconhecido na figura do indgena, do africano, do europeu e do mestio. Nomes como, Lima Barreto, Bastos Tigres, Emilio de Menezes, entre outros, pertenciam ao modernismo carioca que elaboraram um projeto onde focava a necessidade de se conhecer a nacionalidade brasileira a partir de crnicas e das perspectivas de humor, da stira e das caricaturas, assim a modernismo estaria prximo ao reconhecimento do popular e luta por direitos polticos e sociais da sociedade urbana excluda de seus interesses e no ligado a um sentido de progresso movido pela cientificidade tecnolgica da produo. O Rio de Janeiro possua uma elite intelectual-artstica que se mantinha em constante dilogo com as ideias revolucionrias. As manifestaes adquiriam mltiplas expresses se considerassem de fundamental importncia lugares informais, como nas rodas dos cafs literrios, nas festas populares e folias carnavalescas, no linguajar das ruas, no teatro de revistas e na imprensa cotidiana, atravs das revistas, de grande circulao. Em se tratando do Movimento Modernista em So Paulo, a autora admite que o clima ps-guerra fez alteraes fundamentais na forma de se pensar o Brasil. A crise de valores que balanou o cenrio europeu teve seus reflexos imediatos no Brasil. Recorrendo s metforas organicistas, nossos intelectuais exprimem a ideia da velha e da nova civilizao: o Brasil o organismo sadio e jovem, enquanto a Europa a nao decadente que deve fatalmente ceder lugar Amrica triunfante. Artistas e intelectuais europeus viajaram ao Brasil para buscar inspirao no nosso folclore, na literatura e na msica popular. Num primeiro momento que vai at 1924 o que estava em questo para os intelectuais do movimento era atualizao da cultura. No Manifesto Pau- Brasil, publicado em 1924 no jornal "O Correio da Manh", Oswald de Andrade enfatizava a necessidade de criar uma arte baseada nas caractersticas do povo brasileiro, com absoro crtica da modernidade europeia. At esse ponto todos concordavam que precisavam atualizar nossa cultura urgente, mas aps 1924 comeou as divergncias entre os intelectuais sobre a questo da brasilidade. E foi a partir de questes como essa que surgiram distintas vises ideolgicas sobre a nacionalidade. A polmica desencadeada sobre o que significava ser brasileiro deixava clara a importncia da questo regionalista no interior do modernismo, assinalando bem as resistncias tentativa de redefini-la de acordo com novos parmetros. J no Manifesto Antropfago, publicado na Revista de Antropofagia em 1928, Oswald de Andrade ampliava e aprofundava sua reflexo sobre brasilidade, defendendo ento a ideia de aglutinao e integrao das culturas. Surge ento a metfora da antropofagia nesses termos prope se a apropriao da cultura europeia pelo canibalismo cultural, derivando-se da cultura indgena onde come-se a carne do inimigo com a inteno de absorver suas qualidades. A expresso plstica da Antropofagia esteve bem representada no quadro de Tarsila do Amaral, intitulado Abaporu o homem que come ou o comedor de culturas. Outra vertente sobre brasilidade modernista pode ser encontrada em Mrio de Andrade. Segundo ele as tradies em si no teriam valor, a no ser quando capazes de estabelecer uma relao dinmica com o tempo presente. Para Mrio, o Brasil uma entidade homognea na qual as diferenas regionais devem ser abstradas. Por isso seu personagem Macunama movimenta-se livremente pelo espao da brasilidade. Assim, sua trajetria no segue a lgica dos roteiros possveis, mas inventa uma espcie de "utopia geogrfica" que vem corrigir o grande isolamento em que viviam os brasileiros. J no Martim Cerer verifica-se o inverso: Cassiano Ricardo cria os "heris geogrficos" que iro concretizar a epopeia bandeirante. O ponto de partida das incurses tem uma resposta predeterminada: So Paulo. O percurso circular, cabendo aos heris realizar a "paulistanizao" do Brasil. Isto porque os valores desta civilizao sintetizam a prpria brasilidade. A questo da brasilidade constitui um tema imprescindvel no debate modernista, mobilizando indistintamente todos os intelectuais, abordando as diferentes concepes de modernismo existentes no Brasil, no desmerecendo ou desvalorizando o movimento da semana de arte moderna paulista ocorrido em 1922, mas sim de demonstrando que existiram outras concepes sobre modernidade, portanto necessrio ao se estudar este assunto elaborar uma trajetria histrica que vai da escola de 1870 de Recife, e do modernismo carioca satrico, at chegar aos famosos movimentos antropofgicos, do pau- brasil e o verde-amarelo da escola paulista. Essas ideias mostram o carter complexo que revestiu o modernismo, reforando a pluralidade da experincia no tempo e no espao. Recife, Rio de Janeiro e So Paulo; sculos XIX e XX. As vertentes analticas, intuitiva e satrico- humorstica foram diferentes chaves, usadas em diferentes momentos e por intelectuais de diferentes filiaes, para abrir a mesma porta: a brasilidade, assegurando-se assim o acesso do pais aos tempos modernos.
VELLOSO, Mnica Pimenta: O Modernismo e a questo nacional. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucila de A. Neves. O Brasil Republicano: o tempo do liberalismo excludente. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2006. p. 353-385.
A Confederação Nagô-Macamba-Malunga dos Abolicionistas: O Movimento Social Abolicionista no Rio de Janeiro e as Ações Políticas de Libertos e Intelectuais Negros na Construção de um Projeto de Nação Para o Pós-Abolição no Brasil
CODATO, Adriano. A Transformação Do Universo Das Elites No Brasil Pós-1930: Uma Crítica Sociológica. In: Flavio M. Heniz. (Org.) - História Social de Elites. São Leopoldo - RS: Oikos, 2011, P. 56-73.