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O documento discute conceitos sobre concurso de pessoas no direito penal brasileiro, incluindo as teorias da autoria, coautoria, participação e acessoriedade. Explica que a autoria pode ser direta ou indireta e que existem três formas de participação: induzimento, instigação e auxílio material. A teoria da acessoriedade adotada no Brasil é a da acessoriedade limitada.
O documento discute conceitos sobre concurso de pessoas no direito penal brasileiro, incluindo as teorias da autoria, coautoria, participação e acessoriedade. Explica que a autoria pode ser direta ou indireta e que existem três formas de participação: induzimento, instigação e auxílio material. A teoria da acessoriedade adotada no Brasil é a da acessoriedade limitada.
O documento discute conceitos sobre concurso de pessoas no direito penal brasileiro, incluindo as teorias da autoria, coautoria, participação e acessoriedade. Explica que a autoria pode ser direta ou indireta e que existem três formas de participação: induzimento, instigação e auxílio material. A teoria da acessoriedade adotada no Brasil é a da acessoriedade limitada.
CONCURSO DE PESSOAS (Art. 29 a 3 !o CP" Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redao dada pela Lei n 7.209, de .7.9!"# 1 - $e a participao %or de menor import&ncia, a pena pode ser diminu'da de um se(to a um tero. (Redao dada pela Lei n 7.209, de .7.9!"# 2 - $e al)um dos concorrentes quis participar de crime menos )ra*e, ser-l+e-, aplicada a pena deste- essa pena ser, aumentada at. metade, na +ip/tese de ter sido pre*is'*el o resultado mais )ra*e. (Redao dada pela Lei n 7.209, de .7.9!"# Art. 30 - 0o se comunicam as circunst&ncias e as condi1es de car,ter pessoal, sal*o quando elementares do crime. (Redao dada pela Lei n 7.209, de .7.9!"# Art. 31 - 2 a3uste, a determinao ou insti)ao e o au('lio, sal*o disposio e(pressa em contr,rio, no so pun'*eis, se o crime no c+e)a, pelo menos, a ser tentado. tambm chamado de concurso de agentes, ou, concurso de delinqentes, ou ainda, co-delinqncia. Em latim, no se deve confundir concurso delinquentium4, que o concurso de pessoas, com o 5concurso delictorum4 que o concurso de crimes. uanto ao concurso de pessoas, os crimes so classificados em duas espcies! . Cri#e !e $on$%r&o e'ent%al( a$i!ental (#ono&&%)*eti'o"+ o crime que pode ser praticado por uma s" pessoa, embora admita o concurso de pessoas. E,e#-lo! uase todos os crimes. 1 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS 2. Cri#e !e $on$%r&o ne$e&&.rio( o)ri/at0rio (-l%ri&&%)*eti'o"+ o crime que necessariamente, obrigatoriamente tem que ser praticado em concurso de pessoas. #crime que no pode ser praticado por uma s" pessoa$ su%eito ativo&. E,e#-lo&+ - uadrilha - art. '((, )*+ - ,rt. -., /ei de 0rogas+ - )onstitui1o de mil2cia privada - art. '(( - ,, )*. 3 45 )orrente -6 72nimo duas pessoas 3 '5 )orrente -6 72nimo trs pessoas 3 -5 )orrente -6 0eve se aplicar por analogia o art. '(( -6 72nimo de quatro pessoas 2. Cri#e !e $on$%r&o ne$e&&.rio !e $on!%ta& -aralela&+ ,s condutas de cada um dos agentes au8iliam-se mutuamente. #quadrilha ou bando, associa1o para o tr9fico& 2.2 Cri#e !e $on$%r&o ne$e&&.rio !e $on!%ta& $on'er/ente&+ : crime surge do encontro de duas ou mais condutas cu%as vontades so convergentes 2.3 Cri#e !e $on$%r&o ne$e&&.rio !e $on!%ta& $ontra-o&ta&+ ,s condutas dos agentes voltam-se umas contra as outras. #crime de ri8a- art. 4-;, )*& < ,s regras do concurso de pessoas #art. '= a -4 do )*&, s" se aplicam aos crimes de concurso eventual, pois no crime de concurso de pessoas necess9rias, o concurso de pessoas %9 elementar do tipo penal. >o ocorrendo o concurso de pessoas elencados no tipo penal, fato at2pico. CONCEITOS < AUTORIA *ossui trs teorias para a sua conceitua1o. 1 Teoria re&triti'a! ?" autor quem pratica, e8ecuta o verbo nuclear do tipo penal. -6 a teoria ,0:@,0,. 2 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS 2 1 Teoria e,ten&i'a (&%)*eti'a2 %nit.ria"+ ,utor toda pessoa que de alguma forma colaborou na ocorrncia do crime, tenha ou no e8ecutado o verbo do tipo penal. 3 1 Teoria !o !o#3nio 4inal !o 4ato (teoria o)*eti'a1&%)*eti'a"! ,utor quem pode decidir como se e quando o crime ser9 praticado, independentemente de e8ecutar ou no o verbo do tipo. O)&. ! *ara esta teoria, primeiro o autor nem sempre o e8ecutor do crime. O)&. 2+ Esta teoria n5o &e a-li$a ao& $ri#e& $%l-o&o&, e,$l%&i'a !o& $ri#e& !olo&o&. *ara a teoria do dom2nio final, ser9 autor! . uem tem o dom2nio da pr"pria vontade #e8ecutado&+ 2. uem tem o dom2nio da vontade alheia+ Aip"teses de dom2nio da vontade alheia! 4& Erro determinado por terceiro #art. 'B,C'D do )*&+ '& Enimput9vel+ -& )oa1o moral irresist2vel+ F& :bedincia hier9rquica. 3. uem tem o dom2nio da parcela do crime que lhe compete+ 6. ue tem G sua disposi1o um aparato organiHacional estatal ou no para o cometimento docrime < Esta teoria permite punir o mandante do crime. < : ?@I est9 adotando esta teoria no caso do mensalo. < COAUTORIA a reunio de dois ou mais autores. 3 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS Coa%tor &%$e&&i'o aquele que ingressa no crime depois de %9 iniciada a e8ecu1o e antes do seu encerramento. REGRA+ , coautoria simultJnea, ou se%a, os coautores iniciam %untos a e8ecu1o do crime. E7CE89O+ >ada impede que ocorra uma autoria sucessiva. >o e8iste coautoria #nem participa1o& em crime consumado. PERGUNTA+ poss2vel coautoria em crime pr"prio e em crime de mo pr"priaK RESPOSTA+ : crime pr"prio admite coautoria, mas o crime de mo pr"pria %amais admitir9. CRIME PR:PRIO CDE M9O PR:PRIO (CRIME DE MANDATO INFUNG;<EL" 3 E8ige condi1o especial do su%eito ativo. 3 E8ige condi1o especial do su%eito ativo. 3 ,dmite coautoria e participa1o. E,e#-lo+ )rimes funcionais. 3 ?" admite participa1o, %amais admitir9 coautoria. E,e#-lo+ Ialso testemunho. < ma%orit9rio o entendimento de que falso testemunho no admite coautoria, mas h9 decisLes do ?@I, admitindo coautoria em falso testemunho. < PARTICIPA89O : part2cipe aquela que no pratica a conduta criminosa, mas que de alguma forma colabora na ocorrncia do crime. : part2cipe aquele no pratica a conduta t2pica descrita na lei. *ara que ele se%a punido, portanto 4 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS . In!%=i#ento+ : part2cipe cria a idia para o autor. 2. In&ti/a>5o+ : part2cipe refor1a a idia do crime que %9 era cogitado pelo autor. 3. A%,3lio #aterial+ : part2cipe fornece meios para o autor e8ecutar o crime #E8! Emprestar a arma pro homicida&. < : induHimento e a instiga1o so chamados de participa1o moral, e o au82lio de participa1o material. ACESSORIEDADE DA PARTICIPA89O , participa1o um comportamento acess"rio, ou se%a, no e8iste sem a um comportamento principal, que a autoria. @E:ME,? 0, ,)E??:MEE0,0E 1 Teoria !a a$e&&orie!a!e #3ni#a+ : part2cipe punido se a conduta do autor configurar I,@: @N*E):, ainda que no il2cito. E,e#-lo+ ,O induH PO a reagir e leg2tima defesa. < Q uma teoria absurdaR 2 1 Teoria !a a$e&&orie!a!e #?!ia( li#ita!a+ : part2cipe punido, se a conduta do autor I,@: @N*E): e E/N)E@: ainda que no culp9vel. 3 1 Teoria !a a$e&&orie!a!e #.,i#a+ : part2cipe s" punido se a conduta do autor um I,@: @N*E):, E/N)E@: e )S/*TUE/. 6 1 Teoria !a @i-era$e&&orie!a!e+ : part2cipe s" punido se a conduta do autor I,@: @N*E):, E/N)E@:, )S/*TUE/ e *S>NUE/. < ?e for e8tinta a punibilidade, a conduta do part2cipe no ser9 punida. < *or essa teoria, as agravantes relacionadas com as condi1Les pessoais do autor transmitem-se ao part2cipe. E8emplo! ,O part2cipe e ru prim9rio. PO o autor e reincidente. >este caso a condi1o de reincidncia do autor, transmite-se ao part2cipe. 5 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS < >o Prasil adotada a teoria !a a$e&&orie!a!e #?!ia, ou se%a, o part2cipe punido, se a conduta do autor for 4ato t3-i$o e il3$ito ainda que no culp9vel. AUTORIA MEDIATA( INDIRETA : autor mediato$indireto no e8ecuta pessoalmente o crime. Ele utiliHa como seu instrumento do crime uma terceira pessoa. Aip"teses! 4& Erro determinado por terceiro #art. 'B, C'D do )*&+ E,e#-lo+ 7dico V autor mediato$indireto $ Enfermeira V instrumento do crime. '& )oa1o moral irresist2vel #art. '' do )*&+ E,e#-lo+ Pandido V autor mediato$indireto $ Werente V instrumento do crime. -& :bedincia hier9rquica #art. '' do )*&+ necess9rio o apoio da norma de e8tenso do art. '=, caputO do )*, que pune a tentativa, a chamada norma de e8tenso que permite punir a pessoa que no praticou a conduta t2pica. >a participa1o ocorre, portanto um caso de tipicidade indireta ou mediata, tambm chamada de adequa1o t2pica de subordina1o mediata ou indireta. E7EMPLO+ ?omando se a norma incriminadora #art. 4'4 do )*& com a norma e8tensora #art. '= do )*&, a conduta ganha tipicidade. E8istem trs formas de participa1o! . In!%=i#ento+ : part2cipe cria a idia para o autor. 2. In&ti/a>5o+ : part2cipe refor1a a idia do crime que %9 era cogitado pelo autor. 3. A%,3lio #aterial+ : part2cipe fornece meios para o autor e8ecutar o crime #E8! Emprestar a arma pro homicida&. < : induHimento e a instiga1o so chamados de participa1o moral, e o au82lio de participa1o material. 6 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS ACESSORIEDADE DA PARTICIPA89O , participa1o um comportamento acess"rio, ou se%a, no e8iste sem a um comportamento principal, que a autoria. @E:ME,? 0, ,)E??:MEE0,0E 1 Teoria !a a$e&&orie!a!e #3ni#a+ : part2cipe punido se a conduta do autor configurar I,@: @N*E):, ainda que no il2cito. E,e#-lo+ ,O induH PO a reagir e leg2tima defesa. < Q uma teoria absurdaR 2 1 Teoria !a a$e&&orie!a!e #?!ia( li#ita!a+ : part2cipe punido, se a conduta do autor I,@: @N*E): e E/N)E@: ainda que no culp9vel. 3 1 Teoria !a a$e&&orie!a!e #.,i#a+ : part2cipe s" punido se a conduta do autor um I,@: @N*E):, E/N)E@: e )S/*TUE/. 6 1 Teoria !a @i-era$e&&orie!a!e+ : part2cipe s" punido se a conduta do autor I,@: @N*E):, E/N)E@:, )S/*TUE/ e *S>NUE/. < ?e for e8tinta a punibilidade, a conduta do part2cipe no ser9 punida. < *or essa teoria, as agravantes relacionadas com as condi1Les pessoais do autor transmitem-se ao part2cipe. E8emplo! ,O part2cipe e ru prim9rio. PO o autor e reincidente. >este caso a condi1o de reincidncia do autor, transmite-se ao part2cipe. < >o Prasil adotada a teoria !a a$e&&orie!a!e #?!ia, ou se%a, o part2cipe punido, se a conduta do autor for 4ato t3-i$o e il3$ito ainda que no culp9vel. AUTORIA MEDIATA( INDIRETA : autor mediato$indireto no e8ecuta pessoalmente o crime. Ele utiliHa como seu instrumento do crimeuma terceira pessoa. Aip"teses! 4& Erro determinado por terceiro #art. 'B, C'D do )*&+ E,e#-lo+ 7dico V autor mediato$indireto $ Enfermeira V instrumento do crime. 7 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS '& )oa1o moral irresist2vel #art. '' do )*&+ E,e#-lo+ Pandido V autor mediato$indireto $ Werente V instrumento do crime. -& :bedincia hier9rquica #art. '' do )*&+ E,e#-lo+ 0elegado V autor mediato$indireto $ Envestigador V instrumento do crime. F& Enimputabilidade. E,e#-lo+ ,O V autor mediato$indireto $ 0oente mental V instrumento do crime. >os crimes de autoria mediata$ indireta, a pessoa utiliHada como instrumento do crime age sem dolo, sem culpa ou sem culpabilidade. PERGUNTA+ poss2vel autoria mediata$ indireta em crime pr"prio e em crime de mo pr"priaK RESPOSTA+ Em crime pr"prio poss2vel autoria medita, mas em crime de mo pr"pria no poss2vel, pois a conduta tem que ser e8ecutada pessoalmente pelo autor que ostenta a condi1o especial e8igida no tipo. REAUISITOS PARA O CONCURSO DE PESSOAS . Pl%rali!a!e !e -e&&oa&+ 2. Rele'Bn$ia $a%&al !a& $on!%ta&! >e8o de causalidade entre as condutas e o resultado+ 3. Lia#e &%)*eti'o+ A9 liame sub%etivo se o agente aderir G conduta criminosa de outra pessoa, mesmo que essa outra pessoa desconhe1a a adeso. O)&.+ /iame sub%etivo no o mesmo que pr a%uste. >o necess9rio que os agentes combinem entre eles o crime, poss2vel o concurso de pessoas, mesmo que os infratores se desconhe1am. 6. I!enti!a!e !e in4ra>5o+ ,utores, coautores e part2cipes respondem pelo mesmo crime. O)&.! @em doutrina moderna que diH que a identidade de infra1o no requisito, mas conseqncia do concurso de pessoas. 8 Direito Penal II PROF DANIELA CARLA GOMES FREITAS TEORIAS SOCRE A PUNI89O NO CONCURSO DE PESSOAS 1 Teoria #oni&ta( %nit.ria (te#-era!a2 relati'a o% #iti/a!a"+ ,utores e participes respondem pelo mesmo crime, pela mesma infra1o penal. ATEN89O! : crime o mesmo para todos os infratores, mas as penas so individualiHadas para cada infrator, na medida da culpabilidade de cada um. : termo culpabilidade est9 sendo usado como sinXnimo de maior ou menor importJncia da conduta do crime. < em regra a teoria adotada no Prasil. 2 1 Teoria !%ali&ta+ :s autores respondem por um crime e os part2cipes por outro crime. A9 um crime para cada. < >o adotada no Prasil. 3 1 Teoria -l%rali&ta( -l%ral3&ti$a+ :s agentes respondem por crimes diferentes. < em e8ce1o adotada no Prasil. 9
Direito Penal I. Texto Extraído Das Aulas Teóricas Da Disciplina de Direito Penal I Do Curso de Direito Da Escola de Direito Da Universidade Do Minho (PDFDrive)
Edital 11_2024 de Convocação para Comprovação de titulos (fase I) e Distribuição de Aulas e Contratação (fase II). Professor, Edital 30_2022 e 78_2023, dia 19_02_2024