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Vanda Barreto
16-12-2009
Práticas e Modelos
de Auto-Avaliação
das Bibliotecas
Escolares
Portefólio da Oficina de Formação
Vanda Barreto
2 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Índice
Sessão 1 2
Sessão 2 12
Sessão 3 27
Sessão 4 29
Sessão 5 35
Sessão 6 41
Sessão 8 64
Reflexão Final 69
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3 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Vanda Barreto
4 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Tabela matriz a utilizar para a realização da 1ª parte da tarefa, conforme indicações do Guia da
Sessão
. A necessidade de .O
uma visão clara das conheciment
necessidades de o dos alunos
aprendizagem; há vários
anos;
.A implementação de
uma estratégia . A comunidade Implementar
.O
baseada em escolar é pouco ou uma estratégia
desempenho Organização do
evidências; nada aberta à que conduza ao
de várias Plano Anual de A
Competências do inovação; conhecimento e
funções na Actividades de mentalidade
professor bibliotecário .A capacidade de ser escola, o que acordo com novas instituída.
recolher
flexível à mudança e . O sucesso escolar evidências do
permite orientações.
à inovação; não é devidamente sucesso dessa
aferir as
valorizado. estratégia.
necessidades
.A habilidade para de
identificar e premiar aprendizage
o sucesso, m dos
valorizando o papel alunos.
da BE nesse mesmo
sucesso.
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5 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
. A importância de
uma gestão
orientada para o
desenvolvimento de
competências e de
atitudes e para o
sucesso dos alunos;
.A equipa programa de
lectiva está
.A importância de constituída por um Plano Anual de ocupação da BE
hoje mentalidade
uma gestão que único elemento Actividades de com vista ao real
Organização e orientada instituída;
demonstre as com outras funções acordo com novas sucesso dos
para o
Gestão da BE potencialidades da desenvolvim
na escola; orientações;
O apoio dos
alunos e à
BE; difusão desses
ento de órgãos de
.A visão da BE Apoio dos órgãos resultados pela
competência gestão.
como depósito de de gestão. comunidade
s.
.A escolha livros. escolar.
ponderada dos
aspectos a tratar e
dos âmbitos onde
investir os recursos
disponíveis.
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6 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
.A construção do
futuro, assumindo e
compreendendo o
passado;
.A implementação de
um ambiente
favorecedor das
aprendizagens;
.A valorização do
sucesso, dos
resultados
académicos e das
vivências de cada
um;
. A responsabilização
pelos resultados
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7 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
obtidos e pelas
aprendizagens
realizadas.
.A boa A aquisição de
colaboração livros que
.A importância da
com os motivem a leitura,
identificação das
professores de acordo com os Explorar as
Formação para a necessidades de
do ensino .A falta de recursos. diversos níveis de A falta de actividades a
aprendizagem e
leitura e para as literacias especial; .A pouca literacia e classes interesse realizar com os
consequente
colaboração com a etárias dos alunos para a alunos com
desenvolvimento de
.O BE. do agrupamento. leitura. dificuldades
estratégias a
conheciment diagnosticadas.
adoptar.
o dos
objectivos a
atingir.
BE e os novos O .Os equipamentos ___________________ A Alertar para a
ambientes digitais. . A gestão do conheciment arcaicos e _ inexistência necessidade de
excesso de o técnico na normalmente de novos
informação óptica do avariados. equipamento equipamentos.
recolhida; utilizador. s capazes.
.A insegurança nas
pesquisas;
.Os problemas
técnicos;
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8 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
.A motivação
decrescente face ao
excesso de tempo
que o equipamento
gasta em encontrar o
que se procura;
. A atitude acrítica
face à informação
recolhida/ não há
filtro;
.A preferência pelas
imagens
relativamente ao
texto, na eleição da
informação a usar;
.A falta de tempo
para a realização de
tarefas;
.A tendência ao
plágio.
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9 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
importância da BE na
construção do saber
e na concretização
dos objectivos e
finalidades do
PEE/PCE/PCT;
. A importância do
envolvimento da BE
no planeamento
curricular;
das actividades
realizadas;
conjunta de
actividades que Demonstrar as
. A produção de
conduzam ao potencialidades
evidências passa
sucesso escolar da BE na
pelo levantamento
dos alunos. prossecução dos
das falhas a colmatar
objectivos do
ao nível das
PEE/PCE/PCT.
competências, a
partir de um vasto
leque de indícios:
estatísticas
locais/regionais,
relatórios escolares,
fraca motivação para
a leitura, facilidade
para o plágio, etc.
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10 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
SÍNTESE
Difusão e catalogação da
colecção;
Orientar a acção para o
O apoio da coordenadora das BE; .O fraco empenho real da comunidade
desenvolvimento de Implementação de novas
escolar no desenvolvimento de
competências e atitudes estratégias que possibilitem uma
A colaboração de alguns competências e condutas cívicas dos
cívicas nos alunos, que avaliação do contributo da BE na
professores; alunos;
conduzam ao sucesso obtenção do sucesso escolar dos
escolar, demonstrando alunos;
A existência de uma funcionária a . A resistência à realização de trabalho
as potencialidades da
tempo inteiro; colaborativo com a BE;
BE, através da recolha Obtenção de equipamentos e
de evidências que o software informáticos
O horário contínuo da BE. . A pouca importância e as fracas
provem. actualizados;
expectativas no papel da BE em
contexto escolar.
Obtenção de material impresso
adequado aos alunos e aos
objectivos a atingir.
A. Notas prévias
Antes de iniciar um comentário ao contributo de qualquer colega, vou esclarecer alguns aspectos que considero
essenciais.
Em primeiro lugar, não tenho qualquer experiência ou formação como bibliotecária. Penso que me escolheram porque
não tinham mais ninguém ou porque tenho dois filhos em diferentes anos do terceiro ciclo na mesma escola, o que deixava
poucas turmas para mim.
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11 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
De facto, se não fosse o apoio e orientação da Dr. Maria do Carmo eu continuaria sem saber o que fazer e como fazer.
Também continuaria a odiar as horas que passo na BE, o que felizmente já não acontece.
Considero por isso, um atrevimento da minha parte comentar a análise que colegas experientes na função fazem da
sua própria BE. Falem-me de linguística ou de didáctica e sinto-me à vontade para comentar e analisar o que quer que seja.
Porém comentar algo que desconheço parece-me incorrecto.
Em segundo lugar, escolhi comentar a análise da colega Maria de Fátima Gonçalves, apenas porque é a única que está
no fórum e tenciono terminar as duas tarefas ainda hoje.
Parece-me que Ross Todd defende realmente uma mudança de atitude do professor bibliotecário. As suas
competências mudam porque o papel da BE muda também: passa de repositório de informação a construtor de
conhecimento. De facto, este novo caminho percorre-se em paralelo com o do ensino em sala de aula. Hoje o professor deve
ensinar a saber fazer e a saber aprender e não apenas transmitir conteúdos. Tal como o professor na sala de aula, o professor
na BE deve ter uma clara visão das necessidades de aprendizagem dos seus alunos: se sabem pesquisar, se conhecem as
implicações do plágio, se sabem fazer uma introdução ou uma conclusão a um trabalho escrito, etc. Quantos de nós pedimos
aos nossos alunos do terceiro ciclo um trabalho em Power Point sem averiguar se - todos e cada um deles - dominam essa
aplicação correctamente? A colega aponta aqui uma fraqueza que eu creio muito real: a dificuldade dos alunos na
transformação da informação em conhecimento sustentável. Mas penso que somos nós professores bibliotecários ou não
quem continua a insistir na passagem de informação e não no desenvolvimento de competências.
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12 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
O professor bibliotecário tem aqui um papel fundamental: transformar a informação em conhecimento e, através das
suas acções devidamente evidenciadas, demonstrar que faz a diferença na aprendizagem dos alunos. Ao desenvolvermos
competências, estamos a possibilitar a construção autónoma do saber.
Ross Todd chama ainda a atenção para um aspecto que eu considero muito interessante: a informação por si só não
confere poder ou autoridade. É a capacidade de transformar essa informação em compreensão do mundo que nos rodeia que
nos dá esse poder.
Voltando à questão da produção de evidências, compreendo melhor agora a necessidade de me dedicar a elas e ao
facto de não poderem ser apenas estatísticas. Realmente uma demonstração inquestionável da importância da BE na
construção do saber é o sucesso escolar dos nossos alunos. A análise da colega Maria de Fátima Gonçalves chama a atenção
para algo crucial: as evidências do trabalho da BE constituem um importantíssimo instrumento de auto-avaliação do nosso
próprio trabalho, o que é positivo, sempre e quando, delas retiremos as conclusões pertinentes. Tenho contudo muitas
dúvidas quanto à forma como se deve fazer. Os questionários aos colegas e aos próprios alunos será uma forma, o feedback
dos professores, aquela que penso ser a mais irrefutável. Mas como se faz na prática? Suponhamos que consigo que os
colegas solicitem a BE. E que até consideram as sessões na BE úteis e profícuas. Será que quando lhes apresentar mais um
papel para preencher não vão preferir voltar para as salas de aula? E esse feedback? Como se quantifica o peso da
contribuição da BE nos bons resultados escolares dos alunos? E na concretização dos objectivos dos PE, PCE e PCT?
Gostei muito de ler a resposta dada por um professor bibliotecário ao inquérito “Key Challenges Facing Teacher-
Librarians” ainda no texto de Ross Todd. A nossa postura é considerada uma peça chave para a concretização dos nossos
objectivos; o aproveitamento de qualquer oportunidade para nos envolvermos na planificação curricular; a utilização do
blogue da BE como fornecedor de informação útil aos alunos, professores e, porque não, aos pais; o cuidado de enviar um
mail com informação que consideramos útil a este ou àquele colega. Pareceram-me ideias interessantes a explorar.
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13 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Quanto à formação para a leitura e para as literacias concordo com as conclusões da colega. De facto devemos
promover a leitura e as literacias da informação, o que no meu caso vai ser difícil com computadores arcaicos e – não estou a
exagerar – habitualmente avariados e cheios de vírus. Creio contudo que a formação para as literacias passa também pela
expressão escrita e só quem escreve sabe escrever, tal como, apenas quem lê sabe ler. Neste campo, penso poder fazer
alguma coisa com o primeiro ciclo da minha escola. Os professores do ciclo seguinte queixam-se, há anos, de que os garotos
chegam ao quinto ano sem saber ler e escrever. Talvez alguns workshops de escrita ajudem a colmatar estas falhas.
Voltando à leitura, considero essencial que a BE tenha nas suas estantes livros de que os alunos gostem. Se agora os
vampiros estão na moda, porque não adquirir a Saga Luz e Escuridão? Não será preferível que leiam estes livros a não lerem
nenhum? De qualquer forma qualquer abordagem deve passar por uma prévia identificação das necessidades de
aprendizagem.
Quanto aos novos ambientes digitais, não pude deixar de sorrir quando a colega diz que cada vez mais as bibliotecas
são invadidas por nova tecnologia. Gostaria muito que na minha BE acontecesse o mesmo. O texto de Allison Zmuda aponta
as competências informáticas que os alunos devem desenvolver como resultado do trabalho da BE. A colega aponta a
necessidade de quem está na BE ser proficiente na utilização das novas tecnologias. Realmente as exigências ao professor
bibliotecário são cada vez maiores e das duas, uma: ou temos um conhecimento extraordinário num sem número de campos
do saber ou temos uma equipa de especialistas em diversas áreas.
As potencialidades de um quadro interactivo são inumeráveis; o trabalho em rede extremamente útil. Os moços
sentem-se cada vez mais atraídos pelas novas tecnologias e se lhas podermos proporcionar canalizadas para o colmatar de
dificuldades de aprendizagem, os resultados podem ser impressionantes. Ross Todd enumera uma série de entraves ao bom
uso das tecnologias de informação, mas há uma em particular que me chamou a atenção pois revi a minha BE nessa
situação: o decréscimo de motivação do aluno paralelamente ao aumento de tempo que o equipamento leva a fazer o que se
quer.
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14 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Para terminar, referirei alguns aspectos da análise da colega que também me chamaram a atenção, embora considere
que as realidades das nossas BE são completamente diferentes e, por conseguinte, os pontos fortes, as fraquezas, as
oportunidades e as ameaças são também distintas. Naturalmente que os desafios se adaptam à realidade da BE da colega e
mais uma vez serão diferentes dos meus.
Contudo, concordo plenamente com a importância da formação, nomeadamente no que se refere à organização e
gestão da BE. Quanto às parcerias com as bibliotecas municipais, creio que depende da mais-valia que essa biblioteca
municipal representar na consecução dos objectivos que pretendemos alcançar.
Relativamente à gestão da colecção, considero importante um investimento no material não-livro. Porém, também
considero essencial que não nos afastemos demasiado do material livro.
Quanto à BE como espaço de conhecimento e aprendizagem parece-me que devem ser envidados esforços no sentido
de munir os alunos de conhecimentos necessários que lhes permitam substituir a “técnica do corta e cola”. Gostei da ideia de
criar guiões de pesquisa para orientação dos alunos.
Por último, tal como a colega, penso ser essencial a análise das evidências recolhidas com vista a um melhor
desempenho da BE. Assim seja eu capaz de retirar dessas evidências, pertinentes conclusões.
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15 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Análise Crítica
O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria de melhoria. Conceitos implicados.
O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares tem por base quatro conceitos que o professor
bibliotecário deve ter presente aquando da sua implementação.
O primeiro prende-se com a noção de valor. De facto a importância da BE reside no impacto que tem nas
aprendizagens dos alunos, nas mais-valias que lhes aporta, na forma como é “capaz de produzir resultados que
contribuam de forma efectiva para os objectivos da escola onde se insere”1. Aqui parece-me haver um ponto de
1 in Texto da Sessão
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16 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
discussão. Nem sempre os objectivos de uma escola parecem perseguir o sucesso educativo dos alunos, ou porque
não os souberam enunciar ou porque medem o sucesso educativo com parâmetros diferentes.
O segundo conceito é, na minha opinião, muito pertinente. Numa era em que o tema da avaliação de
professores é tão discutido, o modelo não avalia directamente o professor bibliotecário, mas antes o resultado da
sua acção. Como se refere no Texto da Sessão “Trata-se de aferir não a eficiência, mas a eficácia dos serviços”.
Mais uma vez retornamos à noção de valor: importa aferir o impacto, o valor que a BE constitui para os alunos e
para isso necessitamos implementar um modelo de avaliação.
Mas, eu faço a seguinte pergunta: se a BE que lideramos não tiver qualquer impacto nas aprendizagens dos
alunos, isso não quererá dizer que somos uns perfeitos inúteis? Afinal também o professor bibliotecário está aqui a
ser avaliado, por muito bem que se tente justificar o contrário. Atenção, não me parece errado haver uma
avaliação ao nosso trabalho, sobretudo se a partir dessa avaliação formos capazes de melhorar. E parece-me
realmente ser esse outro dos conceitos implicados neste modelo: a auto-avaliação encarada como meio para aferir
resultados reais e/ou formas de melhorar/alterar/reajustar a actuação da BE.
Por outro lado, no seguimento deste raciocínio, é evidente que a utilização deste modelo deve ser flexível,
dentro de determinados limites. Não será o mesmo utilizar este modelo numa escola dos Açores que fazê-lo numa
escola alentejana. Como não será igual a implementação do modelo na minha “BE Museu”, sempre
impecavelmente limpa, arrumada e vazia, do que na BE da Escola Secundária de Estremoz, onde trabalhei há uns
anos, e da qual me lembro como extremamente dinâmica, continuamente cheia de gente e onde se respirava um
ambiente de trabalho e conhecimento.
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17 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Por último a ideia da implementação de um modelo exequível e perfeitamente integrado nas rotinas da BE é
um aspecto que não me parece constituir grandes dificuldades. Será a minha própria ignorância a falar mas, alterar
as folhas de registo ou directamente substitui-las para implementar outras que fornecem mais dados do que os
estatísticos, parece-me ser fácil e, por outro lado, fazer pequenos apontamentos durante todos os contactos que
estabeleço é uma prática que adoptei já há uns anos.
De uma forma geral, o modelo que me é agora apresentado dá-me um rumo. Sei agora qual é o meu papel e
quais devem ser os meus objectivos como coordenadora da BE. Considero-o claro nas suas directrizes e lógico nos
seus desígnios.
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18 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Se não existir um modelo de avaliação nas BEs não há possibilidade de medir de uma forma clara e objectiva
a contribuição da mesma na concretização dos objectivos da escola onde se insere nem no desenvolvimento da
comunidade envolvente. De facto a BE pode contribuir não apenas para o desenvolvimento de competências dos
alunos, mas também de muitas outras formas. Por exemplo, vários formandos do Projecto Novas Oportunidades
procuram na BE fontes de informação e/ou aconselhamento sobre a sistematização e evidenciação de
determinadas competências adquiridas ao longo da vida.
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19 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Acabei por escolher um de Sophia de Mello Breyner (O Cavaleiro da Dinamarca), outro de Stevenson (A Ilha do
Tesouro) e um terceiro de Defoe (Robinson Crusoe). As razões da minha escolha foram as menos lógicas: temos
doze exemplares do primeiro e três de cada um dos outros. Naturalmente que até à data tenho três inscritos e
mesmo estes torceram o nariz à minha eleição.
No início deste ano, uma das minhas primeiras funções foi elaborar uma lista de materiais a comprar para a
Mediateca no valor de mil euros. Nessa lista deveria incluir todo o material que considerasse necessário para o
funcionamento da Mediateca. Fiz a lista, incluindo alguns livros que creio serem do interesse dos alunos
(previamente fiz um inquérito aos mesmos), porém ainda não tenho esses livros.
Pergunto-me então, como posso pôr um programa de leitura em funcionamento? Tenho algumas ideias que
ainda não estão totalmente organizadas: um programa de leitura pode incidir não apenas sobre livros, mas
também sobre artigos de jornal, reportagens da National Geographic, etc. Os problemas reais (para mim) de gastos
excessivos de tinteiros e papel terão também que ser levados em conta. Não tenho porém, qualquer dúvida sobre
a importância de desenvolver um Programa de Leitura.
Por outro lado, no mesmo texto é defendida a ideia, quanto a mim muito pertinente, de potenciar o acesso
organizado à informação, como meio de construir conhecimento, e de divulgar essa mesma informação. Este
trabalho que poderia ser realizado em colaboração com um CIO seria realmente fundamental. Eu contraponho que,
pelo menos, seria importante ter uma equipa multidisciplinar. Não que pense não ser capaz de desenvolver algum
tipo de projecto neste campo, mas porque sei que a minha área de conhecimento é limitada à minha
especialidade, às minhas experiências e às leituras que, por um motivo ou outro, tenho feito ao longo da minha
vida.
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20 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Outra das orientações dadas no texto que acima referi relaciona-se com a estratégia. Não compreendi a
razão porque se diz que a gestão estratégica da BE tem sido evitada. Poucas coisas na nossa vida não têm a ver
com estratégia. Tudo o que tem um objectivo, necessita uma estratégia para ser concretizado. Se o meu objectivo
é que os meus alunos aprendam os processos de evolução fonética, tenho que planear uma estratégia e uma
metodologia para o conseguir. Se vejo que o caminho não me conduz ao meu objectivo, altero-o. Relativamente à
atitude, não tenho dúvidas quanto à sua importância. É necessário pensar que somos capazes para o sermos. Não
tem nada a ver com magia. Quando pensamos que conseguimos, activamos todos os nossos recursos para o fazer
e se planeámos a nossa acção com antecedência, somos mais eloquentes e persuasivos.
Neste ponto, gostei da expressão “…it’s time to stop wihining.”. Realmente tenho que ter cuidado para não o
fazer! Até porque, se calhar por ingenuidade, parece-me que eu e a funcionária da BE estamos a conseguir o tão
desejável intercâmbio de ideias com outros professores. Estão agendadas algumas actividades com turmas, uma
das quais vai envolver um membro exterior à escola que vem desenvolver com os alunos temas relacionados com
a Agricultura Biológica. A turma em área de Projecto quer fazer, na escola, uma horta biológica e este senhor é
membro da Associação de Agricultores Biológicos. Propus esta actividade à professora da turma e ela achou uma
excelente ideia. Contactei o senhor e fiz-lhe um esquema dos aspectos que deve focar que, naturalmente são
aqueles que interessam aos alunos. O resultado, que tenciono documentar, será visível apenas a médio prazo.
Parece-me que este é um bom exemplo do processo aconselhado no texto: ponto da situação/ definição de
objectivos/ planeamento de acções.
No mesmo texto, há outro aspecto que me cativou. A necessidade de transmitir aos diversos órgãos da
escola a visão de uma BE activa, com um programa voltado para o sucesso dos alunos. Este é precisamente um
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21 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
dos pontos que eu considero mais difícil na minha missão. Se os meus objectivos forem caçar coelhos, não vou dar
importância aos esforços de outrem em caçar perdizes! Ao ler este texto decidi adoptar a ideia dos memorandos.
Mensalmente, a BE publicará num folheto os resultados das actividades que realizou e anunciará aquelas que
pretende realizar no mês seguinte, sempre em termos de ensino/aprendizagem. Também é uma boa forma de
divulgar sites, recursos, etc. Seria positivo que este folheto ultrapassasse os portões da escola. O blogue é outra
forma de divulgação que, ainda por cima, permite o intercâmbio de ideias, sempre e quando existirem ideias para
trocar.
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22 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Assim, e tal como não se começa a esfolar um porco pelo rabo, parece-me dever começar pelo princípio.
Analisando de forma detalhada o documento referente ao primeiro domínio e seguindo os passos apontados,
dividi os factores críticos de sucesso em três colunas. Na primeira coloquei aqueles que a minha BE já trabalha ou
que começo a conseguir que trabalhe, na segunda, aqueles que apesar de não serem trabalhados, têm boas
hipóteses de vir a sê-lo e na terceira, aqueles que me parecem ser os de mais difícil abordagem. Esta divisão
baseou-se no conhecimento que tenho dos elementos da direcção, dos colegas, já veteranos na escola, e daqueles
que este ano vieram de novo. Também não puderam deixar de pesar os tradicionais “Aqui faz-se assim, porque
sim”, “Não podias ter ficado quieta!”, etc.
O resultado é o seguinte:
Indicadores 1º 2º 3º
A utilização da BE começa a ser A BE colabora com os CD com o A BE colabora com os DC/ GD, no
rentabilizada pelos docentes no objectivo de conhecer os diferentes sentido de conhecer os diferentes
A.1.1 âmbito da actividade lectiva. projectos curriculares das turmas e currículos e programas de estudo e
de se envolver no planeamento das de se integrar nas suas
respectivas actividades. planificações.
A BE programa com os docentes o A BE colabora com os docentes e/ou
apoio às Área de Projecto. DTs na concepção e realização de
iniciativas no âmbito da Formação
A.1.2 Cívica.
A BE contribui para o
enriquecimento do trabalho de
EA/AE…
A BE trabalha com os SAE, com o
intuito de apoiar os PT dos
A.1.3 professores da EE.
A utilização da BE é rentabilizada
pelos docentes do AE
A.1.4 A BE colabora no planeamento e A utilização da BE é rentabilizada
realização de actividades de em actividades de uso das TIC
substituição desenvolvidas no
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23 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Indicadores 1º 2º 3º
contexto da OPTE.
A utilização da BE é rentabilizada
em actividades de estudo, leitura e
pesquisa orientada e clubes.
O Plano de Actividades da BE inclui A BE é utilizada pelos docentes em
actividades de apoio curricular a actividades de ensino e de apoio
turmas/grupos/alunos. com os alunos.
A BE auxilia no acompanhamento A BE produz ou colabora com os
de turmas/grupos/alunos em docentes na produção de materiais
A.1.5 trabalho orientado pela BE. didácticos, páginas de internet, …
A BE participa com o professor em A BE divulga os materiais que
actividades de sala de aula, sempre produz através de Web sites,
que solicitado. blogues, …
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24 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Indicadores 1º 2º 3º
A BE participa, em colaboração com
os docentes, em actividades de
ensino de competências de
informação com alunos.
A BE apoia os utilizadores na A BE colabora no cumprimento dos
selecção e utilização de recursos objectivos do PTE.
electrónicos e media de acordo com
as suas necessidades (e de acordo
com as possibilidades da própria
BE)
A BE colabora na concepção e A BE integra as possibilidades que
A.2.3 dinamização de actividades de as TIC e a WEB facultam nos
educação para e com os media projectos escolares da iniciativa da
(desde que não realizadas na BE) BE ou apoiados por ela.
A BE produz, em colaboração com A BE organiza e participa em
os docentes, materiais informativos actividades de formação para
e de apoio à utilização da Internet. docentes e alunos no domínio da
literacia digital.
Os alunos incorporam no seu Os alunos utilizam, de acordo com o
trabalho as diferentes fases do seu nível de escolaridade,
processo de pesquisa e tratamento linguagens, suportes, modalidades
de informação. de recepção e de produção de
informação …
A.2.4 Os alunos demonstram Os alunos revelam progressos
compreensão sobre os problemas graduais no uso das TIC.
éticos, legais e de responsabilidade
social associados à utilização das
novas tecnologias.
A.2.5 Os alunos aplicam modalidades de Os alunos demonstram atitudes de Os alunos estabelecem entre si um
trabalho diversificadas de acordo curiosidade, iniciativa, criatividade e ambiente de confiança e de respeito
com a estruturação espacial e reflexão crítica, … mútuo, cumprindo normas de
funcional da BE. actuação, de convivência e de
trabalho…
Os alunos demonstram atitudes de
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25 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Indicadores 1º 2º 3º
cooperação, autonomia e
responsabilidade, …
O resultado desta minha análise é bastante caótico. As acções que efectivamente já são realizadas
constituem um grupo muito pequeno. Aquelas que penso ser capaz de vir a desenvolver, constituem o grupo
maior. Contudo estão dependentes não só de factores internos à BE, como também externos. No último grupo,
coloquei aquelas que não creio vir a desenvolver. Por exemplo, as relativas ao desenvolvimento das TIC. Na BE há
cinco computadores. Dois para uso meu e da funcionária e três para os alunos. Excepção feita a um deles, os
restantes quatro são muito antigos e sofrem várias maleitas.
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26 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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27 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Vanda Barreto
28 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
arranque, mas é a prática que tem a palavra final. Há que manter os pés no chão, se não, a queda poderá ser bem
grande!
No quarto ponto da sua análise, a colega afirma que “o (seu) espaço ganhou vida”. Gostaria de poder dizer o
mesmo da minha BE, dentro de uns meses. E, naturalmente, vou trabalhar para o conseguir. De momento,
coordeno um espaço muito limpo, muito arrumado e muito vazio. Ou seja, exactamente o contrário daquilo que
deveria ser.
Por último, a colega enumera as competências do professor bibliotecário. Realmente para cumprir, teremos
que ser como um polvo, mas não um polvo qualquer. Um polvo especial, com enormes tentáculos, que move com
proficiência em diferentes direcções.
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29 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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30 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Em anexo: Anexo 1
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31 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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32 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
1. Introdução
O presente plano pretende avaliar, por um lado, a eficácia do trabalho realizado pela Mediateca em
articulação com departamentos e docentes, no âmbito da leitura e, por outro, o seu impacto nas atitudes e
competências dos alunos no mesmo âmbito, durante o primeiro período.
No segundo período, de acordo com os meios materiais e humanos que tiver à minha disposição, elaborarei
novo plano de avaliação.
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33 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
2. Grelha de Análise
Em anexo: Anexo 2
b) Organização de guiões de estudo das obras do PNL a serem lidas pelos alunos dos 2º e 3º ciclos,
nas aulas de Língua Portuguesa. Esta actividade será realizada em articulação com os docentes de Língua
Portuguesa. Os materiais produzidos constituirão um dossier de apoio aos alunos que continuará a ser
desenvolvido em anos posteriores.
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34 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
c) “Como se…”: actividade dinamizada pela e na BE, em articulação com os docentes de línguas, de
Estudo Acompanhado e de Apoio ao Estudo, que consiste na realização de “wokshops” de:
f) Intervenção Precoce: como apoio aos professores do Ensino Especial, em particular aos de
Intervenção Precoce, a BE recolhe informação específica e organiza materiais de apoio aos meninos
envolvidos e aos docentes que os acompanham.
Para a realização da avaliação dos indicadores mencionados, far-se-á ainda a análise dos seguintes mapas
estatísticos da ME:
. mapas de utilização da BE para actividades de leitura
. estatísticas de requisição domiciliária
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35 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
1. Recolha de Evidências
A recolha de evidências basear-se-á em:
1) Planificações das actividades
2) Questionários aos professores:QD2
3) Questionários aos alunos:QA2
4) Grelhas de Observação: O3/O4
5) Resultados dos trabalhos escolares dos alunos
Comparando planos
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36 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Estas “segundas partes” de trabalhos são extremamente ingratas. Sem qualquer tipo de feedback por parte
dos especialistas, torna-se difícil perceber se estou a conseguir levar o meu barco a porto seguro. Analisar o
trabalho de outros colegas torna-se assim bastante complicado.
Escolhi estabelecer uma comparação entre o meu plano de avaliação e o da colega Carla Santos por
considerar que ambas fizemos um trabalho similar no que se refere à interpretação do que nos foi pedido.
Assim:
Os dois planos definem o objecto da avaliação que se pretende fazer e foi previamente elaborada uma grelha
de análise de situação.
De forma diferente, de seguida, especificam-se os aspectos implicados no processo relativamente a pessoas
mais directamente envolvidas. A colega não especificou que actividades realiza, ou pretende realizar, que sirvam
de base à avaliação.
As duas enumeramos os instrumentos de que nos serviremos para recolher evidências e a colega define as
percentagens das amostras. Eu não defini amostras.
Por último, a colega expõe os passos a seguir após a análise das evidências recolhidas, o que eu também não
fiz.
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37 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Tabela D.1
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38 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
D. Gestão da BE
D.1. Articulação da BE com a Escola/Agrupamento. Acesso e serviços prestados pela BE
Instrumentos de recolha de “Frases-tipo”
Indicadores Factores críticos de sucesso (Evidências passíveis de ser obtidas a
evidências partir dos indicadores)
D.1.1 Integração/acção da • A escola inclui a BE na formulação e
desenvolvimento da sua missão, • Excertos das determinações
BE na escola/agrupamento. princípios e objectivos estratégicos e de
contidas na documentação • A BE concorre para atingir
aprendizagem.
• O professor bibliotecário tem assento institucional que define os os objectivos do PEE, PCE, RI
no conselho pedagógico. objectivos e regula o e PCTs.
• São desencadeadas acções com vista
à partilha, discussão e aprovação da funcionamento da
missão e objectivos da BE nos órgãos de escola/agrupamento, referentes
administração e gestão à BE.
(conselho geral, director, conselho
pedagógico) departamentos curriculares
e demais estruturas de coordenação • Aspectos contidos nos
educativa e de supervisão pedagógica. documentos que regem o
• O regulamento interno da escola
funcionamento da BE e que se • O PAA da BE apresenta
contempla os seguintes aspectos: actividades e acções
- Missão e objectivos da BE; relacionam com este item.
- Organização funcional do espaço; estratégicas para a
- Organização e gestão dos recursos de consecução dos objectivos da
informação; escola.
- Gestão dos recursos humanos afectos à • Registos de
BE; reuniões/contactos.
- Serviços prestados à comunidade
escolar no âmbito do projecto educativo;
- Regimento do funcionamento das BE.
• A BE adequa os seus objectivos, • A BE reúne e estabelece
recursos e actividades ao currículo contactos no sentido de
nacional, ao projecto curricular de escola organizar e dinamizar
e aos projectos curriculares das turmas.
• O plano de desenvolvimento da
actividades e acções
BE acompanha, em termos de acção promotoras do sucesso
estratégica, o projecto educativo da escolar, junto de professores,
escola e outros projectos.
• O plano anual de actividades da
alunos, elementos da
BE relaciona-se, em termos de comunidade envolvente,
objectivos operacionais, com o apoio ao autarquia, …
currículo, com o plano anual de
actividades da escola e com outros
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39 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
projectos em desenvolvimento.
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40 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
de ensino/aprendizagem.
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41 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Vanda Barreto
42 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
benchmarking.
• A auto-avaliação da escola integra
os resultados da auto-avaliação da
BE.
Acções Futuras
___________________________________________________
A BE deveria deixar de5: ___
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43 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Vanda Barreto
44 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Introdução
A primeira tarefa desta semana pareceu-me muito interessante, sobretudo tendo em conta que se aproxima
uma “visita” às escolas da Inspecção Geral da Educação. De facto, os resultados da auto-avaliação interna das
escolas devem incluir os resultados do processo de auto-avaliação das BEs. Por outro lado, no texto de
apresentação a ser preparado pelas escolas devem existir referências à acção e ao impacto da BE em diversos
aspectos.
Neste sentido, nas próximas páginas farei o cruzamento dos domínios do Modelo de Auto-Avaliação das
Bibliotecas Escolares com os Campos de Análise de Desempenho da IGE e respectivos tópicos descritores e com os
Domínios do Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e Agrupamentos.
Pareceu-me importante estabelecer uma relação com o Quadro de Referência, visto ser este o documento
que irá servir de base à avaliação da escola, uma vez que dele constam os factores considerados importantes para
a avaliação a realizar.
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45 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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46 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
deve haver referências à forma como a BE contribui para a construção da equidade e da justiça, assegurando a
integração de todos na comunidade educativa (3.2 Gestão Pedagógica), como é que a BE promove/contribui para a
disciplina e o comportamento cívico (5.1 Disciplina e Comportamento Cívico), como acolhe os alunos novos ou com
dificuldades de adaptação, que tipo de apoio dá aos novos docentes e que meios de informação e comunicação
dispõe e utiliza para a integração e o envolvimento da comunidade escolar (5.2 Motivação e Empenho).
Embora não me pareça constar dos Campos de Análise da IGE, o desenvolvimento das literacias da
informação (subdomínios A.2.1, A.2.2, A.2.3 e A.2.4) é um dos papéis mais importantes que a BE pode assumir, tal
como é defendido por José António Calixto. Deste modo, creio que o texto da escola deveria, de alguma forma,
incluir referências ao papel da BE neste campo, sempre e quando a BE se encontre dotada de recursos, podendo
assim desenvolver trabalho útil neste campo.
Transpondo estes elementos para o Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e Agrupamentos, este
domínio do Modelo de Auto-Avaliação das BEs relaciona-se com o segundo domínio da IGE, Prestação do serviço
educativo.
A BE, com meios humanos suficientes, pode, entre outras acções:
- fazer articulação intra e interdepartamental;
- desenvolver acções com os departamentos com maior taxa de insucesso;
- propor actividades que estimulem a interacção entre os vários professores de uma disciplina;
- complementar o trabalho dos especialistas no apoio aos alunos e suas famílias, na transição entre
ciclos;
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47 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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48 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação de
Escolas e Agrupamentos
A. Apoio ao Desenvolvimento 2. O PROJECTO EDUCATIVO 2. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
Curricular EDUCATIVO
A.1. Articulação Curricular da BE 2.2 Estratégias e planos de acção:
com as Estruturas Pedagógicas e - Que áreas privilegiadas pela 2.1 Articulação e Sequencialidade
os Docentes escola para o desenvolvimento
educativo são trabalhadas na BE? 2.2 Acompanhamento da Prática
A.1.1 Cooperação da BE com os (PAA da BE) Lectiva
órgãos pedagógicos de gestão - Que acções são desencadeadas e
intermédia da escola/agrupamento que relação têm com as prioridades 2.3 Diferenciação e Apoios
do PE?
A.1.2 Parceria da BE com os docentes
responsáveis pelas NAC
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49 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação de
Escolas e Agrupamentos
seus recursos.
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50 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação de
Escolas e Agrupamentos
com dificuldades de adaptação?
- Que apoio dá aos novos docentes?
- Que meios de informação e comunicação
dispõe a BE para a integração e o
envolvimento da comunidade escolar?
B. Leitura e Literacia
O campo dois da IGE, O Projecto Educativo, pode também ser cruzado com o domínio B do Modelo de Auto-
Avaliação das BEs. O texto de apresentação da escola deve sublinhar que as prioridades da BE, no âmbito do
desenvolvimento da leitura e da literacia, são as do PE e descrever sucintamente as acções que a BE desenvolve
na consecução dos objectivos daquele documento.
Também o campo de análise 6 da IGE, Resultados, pode ser relacionado com o trabalho da BE neste domínio,
através dos resultados da avaliação do impacto da BE no crescimento do gosto pela leitura e no desenvolvimento
de competências a ela associadas, resultados estes quantitativos e qualitativos. Por outro lado, o produto da
análise que a própria BE precisa fazer das evidências que recolhe deve ser equivalente ao da análise de resultados
da própria escola e conduzirem às mesmas acções para a melhoria. Penso que uma abordagem nestes moldes,
validada posteriormente por factos, conduziria a bons resultados na avaliação externa.
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51 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
No que diz respeito ao Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e Agrupamentos podemos cruzar,
com os pontos atrás mencionados, o primeiro domínio, Resultados. O desenvolvimento da literacia é condição sine
qua non, do sucesso educativo e este, por sua vez, está associado à cidadania e à empregabilidade, tal como
referido no relatório da OCDE “ Dimensão Económica da Literacia em Portugal” do ano 2000.
Deste modo, os pontos 1.1, Sucesso académico, 1.2, Participação e desenvolvimento cívico e 1.4, Valorização
e impacto das aprendizagens, estão intimamente relacionados com os resultados de uma auto-avaliação no âmbito
do domínio B do Modelo de Auto-Avaliação das BEs.
Tal como fiz no capítulo anterior, apresento em seguida um quadro onde cruzo os três documentos: Modelo
de AA das BEs, Tópicos para a Apresentação das Escolas e Quadro de Referência para a Avaliação das Escolas e
Agrupamentos:
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52 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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53 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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54 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
encarregados de educação de orientação para a realização de trabalhos relacionados com os processos RVC ou
outros cursos de formação profissional. Também é importante o acolhimento que se pode fazer às mães dos
meninos da Intervenção Precoce, a maioria assinalados por riscos ambientais.
No que diz respeito ao Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e Agrupamentos, parece-me clara a
relação do que acima defendi com os domínios 1, 2 e 4: Resultados, Prestação de serviço educativo e Liderança.
Os resultados respeitantes à participação e desenvolvimento cívico obtidos através das acções
desencadeadas pela BE, local privilegiado para actividades livres e de abertura à comunidade, contribuem
naturalmente para uma escola consciente da sua missão.
Quanto à prestação de serviço educativo, na BE é fácil apoiar individualmente os alunos com dificuldades ou
portadores de deficiência, quer através de tarefas propostas em articulação com os professores, quer através de
actividades livres que os fazem experimentar novas coisas, em novos contextos. Também é fácil para a BE
aperceber-se de constrangimentos que muitas vezes condicionam a evolução destes alunos e solucioná-los, ou
pelo menos incentivar a sua solução. Por outro lado, a BE é também um espaço muito apropriado para se
realizarem actividades que despertem os alunos para os saberes práticos e as actividades profissionais, em
articulação com os Serviços de Psicologia e Orientação.
Quanto à liderança, o professor bibliotecário, tal como o director da escola, necessita ter uma estratégia clara
e bem delineada da sua acção, estar motivados, promover a articulação entre a BE e os restantes órgãos da
escola. Deve ainda estar aberto à inovação, ter capacidade de mobilização de apoios e recursos, procurar novos
caminhos e novas soluções perante problemas persistentes e promover parcerias, protocolos e projectos.
À semelhança do que fiz anteriormente, apresento agora um quadro sistematizador da análise realizada:
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55 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
D. Gestão da BE
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56 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Este último domínio do Modelo de Auto-Avaliação das BEs está intimamente ligado ao terceiro campo de
análise da IGE, Organização e Gestão da Escola, nomeadamente nos seus pontos 3.2 e 3.3. De facto, fazendo parte
a BE de uma escola ou agrupamento, as orientações que norteiam a gestão de todos os recursos afectos à BE
devem ser idênticos às da escola. Por outro lado, a escola quando implementa um sistema de avaliação
sistemático, procurando a melhoria da sua acção, inclui a BE, tal como inclui os departamentos curriculares.
No respeitante ao Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e Agrupamentos, os domínios que me
parecem relacionar-se com os anteriores indicadores são A Prestação de Serviço Educativo, a Organização e
Gestão Escolar e a Capacidade de Auto-Regulação e Melhoria da Escola.
O primeiro relaciona-se com a Gestão da BE no sentido de que sem articulação e regularidade das acções
não se pode fazer uma gestão orientada para a melhoria; o segundo e o terceiro domínios estão directamente
ligados à gestão da escola e, portanto, à gestão da BE que faz parte dessa escola.
Também para este último domínio, apresento de seguida um quadro onde estabeleço a relação entre os três
documentos que orientaram este trabalho:
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57 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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58 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Conclusão
Como conclusão, apresento um quadro geral de sistematização de toda a análise que realizei anteriormente:
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação
de Escolas e Agrupamentos
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59 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação
de Escolas e Agrupamentos
B. Leitura e Literacia
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60 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação
de Escolas e Agrupamentos
resultados
2. Prestação do Serviço
C.1. Apoio a Actividades Livres, Extra- Educativo
Curriculares e de Enriquecimento 4. Ligação à comunidade 2.3 Diferenciação e apoios
Curricular 4.1 Articulação e participação dos pais 2.4 Abrangência do currículo e
e ees na vida da escola valorização dos saberes e da
4.2 Articulação e participação ao nível aprendizagem
das autarquias
4.3 Articulação e participação das 4. Liderança
instituições locais 4.1 Visão e estratégia
4.2 Motivação e empenho
4.3 Abertura à inovação
6. Resultados 4.4 Parcerias, protocolos e
6.2 Resultados sociais da educação projectos
C.2. Projectos e Parcerias
D. Gestão da BE
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61 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Domínios do Quadro de
Modelo de Auto-Avaliação da BE Campos/ Tópicos da IGE Referência para a Avaliação
de Escolas e Agrupamentos
A BE contribui para a gestão 2. Prestação do Serviço
D.1. Articulação da BE com a pedagógica e dos recursos e adopta Educativo
Escola/Agrupamento. Acesso e serviços procedimentos de auto-avaliação 2.1 Articulação e
prestados pela BE. institucional. sequencialidade
5. Capacidade de Auto-
Regulação e Melhoria da Escola
5.1 Auto-avaliação
D.3. Gestão da Colecção/da Informação
5.2 Sustentabilidade do
progresso
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62 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
A. Análise de dados
Os cinco relatórios disponíveis na plataforma são bastante escassos quanto a referências a respeito das BE.
Localizei as seguintes:
no relatório do Agrupamento de Escolas André Soares de Braga, a BE é referida, no ponto 2.4, Abrangência
do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem, sendo mencionada a adesão da BE ao PNL e duas
actividades dinamizadas pela mesma;
⇒ no relatório do Agrupamento de Escolas de Celeirós, também em Braga, a BE é referida em dois pontos,
1.1 e 3.3. No primeiro, relativo ao sucesso académico, a BE é referenciada como um espaço de dinamismo, entre
outras estruturas do agrupamento. No segundo ponto, Gestão dos recursos materiais e financeiros, a BE é
destacada primeiramente, por ter aquecimento e depois por estar bem equipada e organizada, pelo
comportamento cívico dos seus utilizadores e pelo facto de se encontrar aberta três noites por semana “a fim de
permitir a sua utilização pela comunidade envolvente”.
no relatório do Agrupamento de Escolas de Lamaçães, ainda em Braga, a BE é referida três vezes: no texto
de caracterização do agrupamento, onde se diz que a BE é pequena para as necessidades da escola e nos pontos
2.4 e 3.3, respectivamente, Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem e Gestão dos
recursos materiais e financeiros, onde apenas é mencionada a sua existência;
⇒ O quarto relatório, do Agrupamento Vertical de Escolas Dr. Bento da Cruz, em Montalegre, refere nos
pontos 1.4, Valorização e impacto das aprendizagens, e 2.4, Abrangência do currículo e valorização dos saberes e
da aprendizagem, que a BE expõe os trabalhos dos alunos, que proporciona um conjunto diversificado de
actividades e que existe articulação entre as BE do agrupamento e a municipal.
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63 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
⇒ no último relatório, do Agrupamento de Escolas de Nogueira, novamente em Braga, surge uma única
referência à BE no ponto 4.3, Abertura à inovação, no qual se realça o dinamismo da BE.
Pretendendo sistematizar esta análise, apresento o seguinte gráfico:
B. Comentário Crítico
Da análise de dados anterior deduz-se a pouca importância atribuída às BE no contexto da avaliação externa
e provavelmente poder-se-ia inferir a mesma “invisibilidade” das BE, no âmbito da avaliação interna.
O primeiro domínio do Quadro de Referência, em cinco relatórios, surge apenas em dois e as referências
feitas são superficiais. Na minha opinião, as BE podem assumir um papel bastante importante quer em termos de
sucesso académico, quer em termos de valorização e impacto das aprendizagens, como também em termos de
participação e desenvolvimento cívico.
O segundo domínio valoriza mais o trabalho da BE. Se assim não fosse, mais valia fechar as portas e fazer um
leilão com todos os recursos que temos à nossa disposição. Contudo, as referências feitas não são fundamentadas,
nem ilustradas. Compreendo, porém, que há um limite de páginas para estes relatórios.
As BE são referenciadas em dois relatórios no âmbito do terceiro domínio. Das três referências que encontrei,
apenas uma atribui um papel importante à BE dizendo que “é uma valência bem equipada e organizada e os seus
utilizadores usam-na de forma cuidada. De salientar que este espaço se encontra aberto, à noite, três dias por
Vanda Barreto
64 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
semana, a fim de permitir a sua utilização pela comunidade envolvente.” Gostaria de ler algo assim sobre a minha
BE.
O quarto domínio aparece referenciado apenas no último relatório: a BE é realçada como um espaço
dinâmico dentro de uma escola que se destaca pela sua abertura à inovação. Como já defendi na primeira parte da
actividade desta semana, a liderança é um aspecto fundamental a ter em conta em qualquer estrutura e a
liderança da BE não é excepção.
Nenhum relatório faz referência à BE no âmbito do quinto domínio. Esta situação será provavelmente
invertida quando as BE implementarem o seu modelo de auto-avaliação, adoptando estratégias e desenvolvendo
práticas que permitam a sustentabilidade do progresso.
Este panorama vem, na minha opinião, sublinhar a necessidade de uma planificação cuidadosa de tudo o que
se pretende fazer na BE. Da mesma forma que hoje estabelecemos os nossos objectivos individuais para um ano
lectivo - o que nos permite planificar, orientar e desenvolver a nossa acção educativa, tendo em conta certos
parâmetros pré-estabelecidos, para alcançar um determinado fim – seria talvez muito útil que as BE, no início de
cada ano lectivo e antes de planificarem actividades, estabelecessem os seus próprios objectivos individuais.
Insisto em objectivos e planificações para um ano lectivo porque as condições são alteradas de ano para ano e
aquilo que não é possível fazer num ano, poderá sê-lo no seguinte, se pensarmos em recursos materiais e vice-
versa, se falarmos por exemplo, em recursos humanos.
De qualquer forma, parece-me importante que o professor bibliotecário faça parte da equipa que vai
elaborar o texto de apresentação da escola. Talvez assim a acção da BE pudesse ser mais visível.
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65 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Sessão 7. Workshop
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66 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
2. Melhoria de enunciados
Enunciado nº1:
Através do preenchimento de um questionário, foi recolhida informação dos departamentos sobre a
adequação da colecção da BE às especificidades de cada disciplina. Concluiu-se que a colecção da BE não
responde às necessidades específicas do departamento de línguas e da disciplina de Educação Visual. Foram
apontadas as seguintes falhas, a colmatar:
- número insuficiente de dicionários de inglês/inglês, por turma;
- inexistência de periódicos em língua espanhola;
- número insuficiente de obras de literatura juvenil para leitura autónoma sobre as quais recaem várias
actividades de pesquisa da disciplina de Língua Portuguesa no 3º ciclo;
- inexistência de um dicionário de pintura.
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67 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Enunciado nº3:
Por iniciativa da BE, estabeleceu-se um protocolo com a Câmara Municipal, no qual esta se compromete a
transportar, de forma gratuita, os alunos inscritos do Concurso Nacional de Leitura, bem como todos aqueles que
se venham a inscrever em concursos de âmbito nacional, dinamizados pela BE.
Enunciado nº5:
O horário da BE corresponde ao horário da escola, pelo que nos é possível oferecer apoio nas actividades
escolares aos alunos das aldeias com transporte apenas ao final da tarde, bem como aos formandos dos cursos
EFA pós-laboral.
Enunciado nº7:
Após análise dos inquéritos realizados aos alunos do 2º ciclo do agrupamento, a BE concluiu que os alunos
sentem muitas dificuldades na elaboração de trabalhos de pesquisa pelo que realizou, em articulação com a equipa
do PTE da escola, um workshop de desenvolvimento de competências ao nível das tecnologias de informação. O
modelo utilizado foi o Big6 Kids.
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68 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Enunciados. Sugestões.
Enunciado nº3
Iniciativa de um projecto (parceria com a Câmara Municipal) de âmbito nacional.
Fragilidades:
Este enunciado é extremamente vago: não especifica o objectivo, a metodologia, os destinatários, a
calendarização, os resultados esperados, nem estipula um prazo para obtenção desses resultados.
Alterações:
A BE constatou, através de uma análise aos resultados dos alunos a frequentar o 2º ciclo, que:
- aqueles que tinham concluído o 1º ciclo nas escolas pólo do agrupamento, situadas nas aldeias, revelam
maiores dificuldades ao nível da compreensão escrita e da expressão oral;
- o isolamento dos alunos das escolas pólo não fomenta um contacto regular e continuo com actividades no
âmbito do PNL.
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69 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Enunciado nº4
Aproximação estimulante às famílias e seu envolvimento no projecto da BE, com o projecto “Leituras em família”.
Fragilidades:
Este enunciado, apesar de mais específico do que o anterior, não refere as famílias alvo nem em que consiste
o projecto “Leituras em família”. Também não menciona quais os objectivos a alcançar.
Alterações:
No âmbito do programa de Intervenção Precoce, a Mediateca, em articulação com o departamento de
Educação Especial, constata que os meninos assinalados como em risco ambiental têm na Mediateca um espaço
privilegiado de desenvolvimento. Constata também que as mães destas crianças, apesar de muito constrangidas
por entrar num espaço tão diferente, sabem ler.
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70 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
Neste sentido, dinamiza a actividade “Leituras em Família” que consiste na leitura partilhada (professora-
mãe) de pequenos contos aos meninos alvo de intervenção e sua posterior dinamização. No final a mãe é
estimulada a levar um conto para ler em casa à criança.
Reflexão Final
Quando iniciei esta formação, parti do zero. Não sabia o que fazer, como fazer ou onde queria chegar.
Interrogo-me como é que apesar dos anos que tenho de ligação ao ensino, ainda nada nem ninguém me tinha
chamado a atenção para a mais-valia que é uma biblioteca escolar. Sempre as vi como uma colecção de materiais
que, naturalmente, eu podia utilizar. Nada mais.
Quanto ao modelo de auto-avaliação, considero-o um instrumento utilíssimo, uma vez que, bem aplicado,
permite melhorar a acção da BE.
No que diz respeito à metodologia da formação, gostaria de ter tido um feedback específico, críticas e
sugestões ao meu trabalho. Contudo, foi uma formação agradável, talvez um pouco intensa para um final de
período escolar, mas muito cómoda, uma vez que a pude fazer sentada no sofá, em frente à lareira. Afinal,
descansar não é mais do que mudar de actividade!
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71 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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72 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação de Bibliotecas Escolares
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