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Fenprof e movimentos de professores queixam-se de chantagem


Ministério avisa professores contratados que a
renovação depende da avaliação
03.04.2008 - 09h48 Graça Barbosa Ribeiro

O secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, foi ontem a Coimbra


lembrar aos representantes das escolas daquele distrito e dos de Leiria e Castelo Branco
que, se não fizerem a avaliação dos sete mil professores contratados, “estes não poderão
ver renovados os respectivos contratos”.

“Mentira e chantagem”, clama o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, que defende que os
contratados não podem ser prejudicados pelas opções de terceiros e promete, desde já,
apoio jurídico “àqueles a quem, ilegalmente, o Governo venha a tentar prejudicar”.

Não foi a primeira nem será a última reunião onde se juntam os representantes das
escolas e os do ministério para debater o modelo de avaliação do desempenho dos
docentes. E, à semelhança do que tem acontecido noutros pontos do país, o encontro de
ontem transformou-se num braço-de-ferro. “Isto foi uma reunião de trabalho, para
proporcionar condições práticas à aplicação do modelo de avaliação”, asseguraram, no
final, os secretários de Estado Jorge Pedreira e Valter Lemos.

Outra perspectiva tiveram os professores. Joaquim Abrantes, presidente do conselho


executivo do agrupamento Afonso Paiva, de Castelo Branco, queixou-se de que,
querendo avançar com a avaliação na sua escola, não tinha conseguido obter
esclarecimentos úteis, por “a maior parte dos colegas terem ido para ali protestar e dar
conta dos seus estados de alma”.

Maria Eduarda Carvalho - outra professora apanhada pelos jornalistas na revoada de


docentes que abandonaram a sala mal a reunião acabou, tinha uma queixa diferente:
“Todos queríamos explicar por que é que não é possível aplicar, este ano, o modelo de
avaliação, mas de cada vez que um professor falava o secretário de Estado Valter Lemos
interrompia-o e dizia: “A lei é a lei e é para aplicar.”“

Ainda assim, Jorge Pedreira abandonou a sala satisfeito. Aos jornalistas, disse-se
convicto de que não haverá escola que venha a recusar-se a aplicar o processo. E nem
dos mecanismos de responsabilização a quem o fizesse, expressos no decreto
regulamentar, quis falar, tal a sua certeza. Para explicar a razão de tanta confiança
lembrou que, “se não obtiverem a respectiva classificação este ano, os sete mil
professores contratados não verão renovados os seus contratos” e disse acreditar que “os
responsáveis pela aplicação do modelo sabem que os colegas necessitam dela”.

Houve quem saísse da sala chocado com a alusão, como Ana Cristina Feio, do Conselho
Executivo da Secundária Avelar Brotero, de Coimbra. “Não gosto de trabalhar sob
ameaça”, reagiu, antes de anunciar que os representantes das escolas do distrito, que
tinham uma reunião marcada para ontem, decidiram adiar para a próxima terça-feira a
tomada de uma posição comum sobre a avaliação. “Depois disto, precisamos de reflectir”,
explicou.

Mário Nogueira, da Fenprof, não pediu tempo. Contactado pelo PÚBLICO, considerou as
afirmações “uma forma de pressão completamente ilegítima”. Por, na sua perspectiva, se
“tratar de chantagem” e ainda por se “basear numa mentira”, já que, segundo diz e os
juristas da federação defendem, “nenhum professor contratado poderá ser prejudicado se
a sua escola decidir não proceder à avaliação”.

Mário Machaqueiro, da Associação de Movimentos de Defesa do Ensino, usou a mesma


palavra - “chantagem” - para acusar o Governo e assegurou que os professores que
representa “não a aceitarão”. José Guerra, do Movimento em Defesa da Escola Pública,
optou pela ironia e disse-se “espantado com a preocupação do ministério com os
professores contratados quando ele próprio é autor das maiores injustiças”.

João Madeira, que representa um movimento também chamado Em Defesa da Escola


Pública, acusou o Governo de “querer dividir os docentes” e avisou que não retira uma
vírgula ao apelo feito aos colegas para que tomem medidas para suspender a avaliação
em cada escola.

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