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“Mentira e chantagem”, clama o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, que defende que os
contratados não podem ser prejudicados pelas opções de terceiros e promete, desde já,
apoio jurídico “àqueles a quem, ilegalmente, o Governo venha a tentar prejudicar”.
Não foi a primeira nem será a última reunião onde se juntam os representantes das
escolas e os do ministério para debater o modelo de avaliação do desempenho dos
docentes. E, à semelhança do que tem acontecido noutros pontos do país, o encontro de
ontem transformou-se num braço-de-ferro. “Isto foi uma reunião de trabalho, para
proporcionar condições práticas à aplicação do modelo de avaliação”, asseguraram, no
final, os secretários de Estado Jorge Pedreira e Valter Lemos.
Ainda assim, Jorge Pedreira abandonou a sala satisfeito. Aos jornalistas, disse-se
convicto de que não haverá escola que venha a recusar-se a aplicar o processo. E nem
dos mecanismos de responsabilização a quem o fizesse, expressos no decreto
regulamentar, quis falar, tal a sua certeza. Para explicar a razão de tanta confiança
lembrou que, “se não obtiverem a respectiva classificação este ano, os sete mil
professores contratados não verão renovados os seus contratos” e disse acreditar que “os
responsáveis pela aplicação do modelo sabem que os colegas necessitam dela”.
Houve quem saísse da sala chocado com a alusão, como Ana Cristina Feio, do Conselho
Executivo da Secundária Avelar Brotero, de Coimbra. “Não gosto de trabalhar sob
ameaça”, reagiu, antes de anunciar que os representantes das escolas do distrito, que
tinham uma reunião marcada para ontem, decidiram adiar para a próxima terça-feira a
tomada de uma posição comum sobre a avaliação. “Depois disto, precisamos de reflectir”,
explicou.
Mário Nogueira, da Fenprof, não pediu tempo. Contactado pelo PÚBLICO, considerou as
afirmações “uma forma de pressão completamente ilegítima”. Por, na sua perspectiva, se
“tratar de chantagem” e ainda por se “basear numa mentira”, já que, segundo diz e os
juristas da federação defendem, “nenhum professor contratado poderá ser prejudicado se
a sua escola decidir não proceder à avaliação”.
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