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Capitulo 0: O inicio

Meu nome é Willow. Ou melhor, esse é o nome pelo qual me chamam atualmente.
Pelas mais diversas eras, os nomes mudaram, mas a conotação e a importância não.
Fui o que pode ser descrito por desbravador, primogênito, cobaia, experimento. Fui o
teste final para que meu mestre, Caim, espalhasse sua prole pelo mundo.

Mas minha história não se resume em vingança desenfreada, sangue e morte. Se bem
que morte é o ponto de partida para nossa narrativa. Se eu não estivesse morto,
provavelmente não estaria aqui, escrevendo estas linhas. Foi a morte, talvez minha
única companheira nos anos em que procurei respostas às minhas dúvidas. E foi ela, a
nobre dama da noite, que me fez o que sou.

Sim, sou um vampiro, um imortal, como queiram chamar. Não, não sou um demônio,
um enviado das trevas, um morto que retorna da tumba para atormentar os vivos.
Não. Sou apenas mais um ser, que procura por respostas, por iluminação e por que
não dizer agora, por um amor que há muito está perdido.

Sou talvez o mais antigo dos seres viventes de minha espécie, excetuando-se, claro,
meu mestre e grande pai, Caim. A ele cabe o titulo de ser original, de poder inatingível
e inabalável. Eu, como ele mesmo disse, em uma das nossas raríssimas discussões,
sou apenas uma ínfima parte do que ele é e mesmo que meu poder se tornasse tão
grande e tão vasto quanto o dele, não haveria tempo para que a sabedoria que ele
possui chegasse até mim.

Não quero ser repetitivo e cair em pontos mortos, em mesmices. Sou e fui um grande
admirador da humanidade e de seus feitos e, por que não dizer, por milênios eu tentei
ao menos atingir o mínimo de seu conhecimento e de sua evolução. Fui um ardoroso
mestre das palavras, um poeta, como é chamado nos dias atuais. Dediquei-me à
literatura ao Maximo e mesmo depois de minha transformação não deixei que essa
veia morresse em mim.

Ironias a parte, talvez o tempo infindo que recebi com o beijo da noite seja meu maior
presente e castigo, me fazendo, ao mesmo tempo, dono e refém da eternidade. Se a
eternidade me fez refém, não deixei que ela me vencesse e segui lutando por tudo que
acreditei. Sim, sou um monstro poeta, um ser da noite que se dedica a contar à outros
como eu como foram as primeiras noites, como nossa jornada até foi longa e como eu
acredito (se é que acredito) em nosso futuro.

Sei que talvez isso tudo soe como uma tola ficção, apenas para entreter e agradar
aqueles que procuram emoções no proibido, no desconhecido, no sobrenatural. Se
você, que está lendo estes manuscritos agora, for destes, fique comigo e eu não o
desapontarei. No entanto, se for fraco e temer a escuridão, peço que se afaste. A noite
pode ser assustadora quando a companhia é gélida.

Feito o aviso, inicio minha história, pelo começo.

Capitulo 1: Tempestade rubra

Nasci em um reino distante, esquecido e perdido dentre tantos outros que surgiram e
se foram, sem deixar sua marca. Nossa sociedade, ao contrario do que possa parecer a
principio, era forte e evoluída e eu, Willow, era seu príncipe amado.
Naquela época meu nome era Akath e este mesmo nome era o nome pelo qual meu
pai e antes dele, meu avô, respondiam. Adotarei a partir de agora esse mesmo nome,
para evitar que os mais ardorosos procurem informação sobre quem fui e sobre o que
fiz antes da passagem. Não é interessante, agora, que saibam quem fui e o por que fui
escolhido por Caim dentre tantos.

Era o primogênito e, por ordem direta, o sucessor de meu pai ao trono. No entanto
possuía vários irmãos e irmãs, que, assim como eu, esperavam sua oportunidade de
brilhar. Sempre me afligi com a idéia de substituir meu pai no governo de nosso reino,
já que para isso ele deveria, impreterivelmente, estar morto. E, se nesses longos anos
eu fui amado por algum ser distinto do que sou hoje, esse alguém foi meu amado pai.

Não conheci minha mãe, que falecera jovem por complicações de um parto
rudimentar, onde minha irmã mais próxima nascera. Sabia eu, no entanto, que ela
possuía nos olhos uma chama de justiça que meu pai jurou acender em nós. E, ao
julgar pelo meu nada lógico senso de justiça, dado minha natureza, ele conseguiu.

Era, como disse, um poeta por excelência e passava grande parte de meu tempo livre
dedicando-me a poesia e aos contos fantásticos. Tinha por musa inspiradora a filha do
conselheiro real, que desde muito cedo despertava em mim os mais puros e belos
sentimentos.

Kahz, como se chamava (e verão que ela, mesmo após os séculos, preserva seu
nome) era bela, como são belas as mais puras jovens do mundo. Seus olhos eram de
um azul estonteante e seus cabelos, louros como o mais precioso dos metais, eram
capazes de, por si só, fazerem com que qualquer um se apaixonasse por ela.

Minhas noites insones eram dedicadas à sua sagração e me aprofundava cada vez
mais na busca da poesia perfeita, onde os versos fizessem jus a sua beleza e ao
sentimento que eu nutria por ela. Por anos escrevi e queimei manuscritos inteiros,
criados pelo desejo de agradá-la.

Um dia, no entanto, algo estranho aconteceu e Kahz, antes tão reservada, veio até
mim. Seu pai estava enfermo e ela procurava por apoio e atenção naquele momento
de dor. Não sei se, movido pelo amor e pelo carinho, eu agi corretamente ao me
declarar apaixonado por ela.

- Kahz, minha pequena. Não sei se é justo dizer tal coisa em um momento tão difícil,
mas amo-te, e esse sentimento não pode ficar mais tempo oculto em meu peito.

- Akath, não faça piada de minha pessoa. Não vê que estou sofrendo? Você, me
amando? Tolice. Nunca seria digno um sentimento de alguém de vossa classe por
alguém como eu.

- Acredita mesmo que existe algo de inglório em meu sentimento? Não posso crer em
suas palavras.

- Não, entendeste mal tudo o que eu disse. O que quero dizer, apenas, é que não faz
sentido que alguém de tão nobre estirpe como você se apaixone por alguém como eu,
que não faz ao menos parte da nobreza.

- De que adianta a nobreza, se ela por si só não garante a pureza e a força do


sentimento com o qual você me maravilha todos os dias? Só você conseguiu despertar
em mim essa força, esse sentimento real. E isso é único, nobre ou não.

- Você me envergonha dizendo tal coisa. Sabes que sou apenas sua amiga e não
pretendo ultrapassar essa barreira. Temo dizer, mas creio que esse sentimento more
somente em seu peito.

A primeira desilusão feriu fundo, mas eu não pude deixar de sorrir. Mesmo magoada e
ferida Kahz encontrava um meio suave para dizer que não me queria, que não me
amava. Procurei então contornar a situação e, para minha salvação (será mesmo?)
chamaram-na no quarto do pai enfermo.

Como pude saber mais tarde, seu pai tivera uma recuperação tida como milagrosa e
apenas duas cicatrizes negras figuravam em seu corpo, mais precisamente em seu
pescoço. Os cortes eram pouco profundos, no entanto pareciam iguais, exatamente
desenhados a uma distancia quase mística. Não pude entender, na época, os motivos
que levaram àquela cura.

Sai do castelo, procurando na noite escura um motivo para seguir, já que meus sonhos
tinham sido destruídos de uma só vez. Acreditava eu, sinceramente, que Kahz tinha os
mesmos sentimentos que eu e que, uma vez que soubesse o que eu sentia, se desfaria
em amor.

Ao longe, as estrelas pareciam se negar a participar daquela triste cena pela qual eu
passava. A noite era escura e eu, sozinho, tentava entender os motivos para que tudo
desse tão errado. Tentei ver ao longe a estrela mais distante, que, segundo meu pai,
indicava a queda de um anjo antigo, que há milênios se deixara cair em uma falsa
promessa de imortalidade. Mas, assim como todo o resto do céu, a área onde a estrela
costumava estar estava coberta por extensa nublagem, de um vermelho bastante
diferente das nuvens prateadas que costumavam se formar na região.

- Talvez essa noite seja melhor ir para a cama mais cedo, jovem príncipe. A noite pode
ser perigosa para os incautos. – A voz soava suave, doce, como se proviesse de algo
ou alguém de extrema pureza. No entanto, após procurar durante certo tempo, não
encontrei o dono da voz, o que me fez crer que o cansaço e a desilusão tinham feito
brotar delírios em minha mente.

Entrei em meu quarto, que se encontrava bastante escuro. Esperei até que meus olhos
se acostumassem a escuridão e então tateei o escuro, procurando um candelabro que
me ajudasse a enxergar melhor o cômodo. Precisava descobrir se a voz que ouvira há
pouco era real ou apenas ilusão, gerada pelas sucessivas tormentas pelas quais eu
passei. Tudo parecia intacto, intocado, enquanto que um delicioso cheiro de ervas e de
chocolate invadia o ambiente.

Quando finalmente encontrei o candelabro e o acendi, algo pareceu estranhamente


errado. Tudo estava organizado e no lugar e no entanto, o quarto parecia diferente
daquilo que eu vira a poucas horas. Em minha cama havia um grande livro, com letras
vermelhas sobre um fundo preto. Liam-se nele apenas palavras em um idioma que eu
não consegui identificar.

Observando o livro com mais cuidado, pude perceber que se tratava, na verdade, de
um diário, onde se lia apenas, em sua pagina inicial, os dizeres: “Eis aqui meu legado.
Tudo que vi e que sei e tudo o que fiz.” Folheei-o, procurando por mais informações
que me ajudassem a identificar seu dono, mas foi impossível. As paginas estavam em
branco.

Desnorteado, deitei em minha cama, procurando no sono o descanso e o entendimento


para tudo aquilo pelo que eu estava passando. Voltando minhas lembranças aos bons
momentos ao lados de Kahz, mesmo sabendo que ela não me queria, deixei que o
sono e o cansaço me levassem para outros lugares.

Capitulo 2: Quando o tempo não faz sentido.

Quando acordei, o sol parecia mais luminoso e mais quente do que seu normal. Podia
sentir em todo o meu corpo o calor de seus raios e no entanto não me sentia
desagradado. Não era o maior apreciador da luz solar, mas estava feliz em perceber
que uma nova sensação de bem-estar se alastrava em mim.

Me lembrei do que havia acontecido no dia anterior e não pude deixar de sentir certa
pena de mim mesmo. Havia eu acreditado que tudo daria certo e que Kahz, minha
amada e desejada Kahz, corresponderia ao meu sentimento. No entanto, o que
acontecera não era mais importante do que os problemas que pareciam surgir à minha
frente.

O conselheiro real, apesar de sua aparente melhora, caminhava rapidamente para o


fim e eu, mesmo jovem, sabia que a queda de um dos mais importantes pilares do
governo de meu pai abalaria, de forma muito grande e abrangente, a paz conseguida
por ele nos longos anos de seu reinado. Carmo estava visivelmente cansado e
demonstrava, mesmo em seus menores gestos, que a idade o dilacerava por dentro. O
que mais me assustava, no entanto, não era a aparente debilitação física de Carmo e
sim perceber que meu pai, assim como ele, estava prestes a cruzar os portais da vida
e da morte. Meu medo maior era ter que assumir seu lugar, sem ter a certeza de que
estava preparado para essa função. Havia muito tempo que o reino se encontrava em
paz com as nações que o rodeavam e eu, inexperiente, temia abalar essa paz.

Os tratados de paz conseguidos por meu pai, com ajuda evidente de Carmo faziam
com que ele fosse talvez o mais importante do governo real, abaixo apenas do poder e
do comando de meu pai. Suas palavras muitas vezes tinham peso de lei e ele, como o
homem de confiança do rei, possuía ilimitado acesso aos recursos e à movimentação
dentro do castelo. Se existia um defeito nele, que todos pareciam não enxergar ou ao
menos fingiam não ver, era a aparente preferência pelo filho mais novo, o primeiro
homem da linhagem. Quando minha mãe faleceu, a esposa de Carmo acabara de ter
seu primeiro filho homem, que ele chamou de Joshua. Por ser uma experiência nova,
pude perceber que, por diversas vezes, Carmo dava mais atenção e carinho a Joshua
do que a Kahz e sua irmã Marie.

Talvez ele não percebesse, e mesmo não fizesse de propósito, mas era possível ver
nos olhos de Marie o ressentimento por essa aparente preferência pelo filho. Talvez
esse sentimento que eu podia enxergar não fosse tão visível aos olhos dos outros, mas
por minha intima relação com Kahz, eu conseguia enxergar de forma clara que ela se
sentia rejeitada pelo pai e pela família. Muitas vezes eu a encontrava sozinha, perdida
em pensamentos que eu creio que não eram felizes.

Meus pensamentos voltaram até nossa primeira conversa, que se tornou parte de
minha rotina. Estava caminhando pelos arredores do palácio, procurando afastar de
minha cabeça todos os pensamentos sobre morte, sucessão, e os incríveis problemas
que a posição de príncipe me traziam.

Aos outros parecia que tudo era uma grande maravilha, que minha vida era boa e
invejável, mas na verdade era sempre uma rotina rígida, cheia de problemas a
resolver, reclamações a ouvir e a constante sensação de que aquilo perduraria até
minha morte.

Eu, aos 18 anos, parecia fadado a ser o responsável por todos os habitantes de meu
reino, assim como meu pai o era, e seu pai antes dele, e toda a geração de minha
família, partindo do lendário Lorde Vassariah, que chegara no território que formaria
nosso reino há tantas eras, que a sua história permanecia uma grande incógnita a
todos nós, mesmo aqueles que eram da família e que cultuavam a linhagem.

O mistério maior, no entanto, estava baseado no fato de que ninguém, nem mesmo
seus descendentes diretos conseguiram encontrar seu corpo, que supostamente estava
enterrado abaixo da pedra fundamental do castelo. No entanto, quando foi aberta a
pedra, o tumulo estava vazio.

Envolto nessa linha de pensamentos egoístas, encontrei Marie sentada em um canto


do jardim, visivelmente distante em seus pensamentos. Seus olhos escuros, herdados
do pai, contrastavam com sua pele alva e delicada, complementando seus cabelos
também escuros, quase negros. Ela fitava as nuvens de forma bastante interessada,
mas era visível que seus pensamentos divagavam em paragens mais distantes.

Me aproximei devagar e me sentei ao seu lado, olhando atentamente para o céu, como
ela mesma estava fazendo. Por alguns instantes, ela fitou o ar em silencio e então me
olhou nos olhos, procurando entender o súbito motivo de minha aproximação. Sorri
para ela e então ela falou comigo, pela primeira vez:

- Príncipe Akath, é uma honra tê-lo como companhia. O que posso fazer para ajudá-lo?

- Marie, por favor, se quer realmente me ajudar, pode começar deixando os títulos de
nobreza para outrem. Estou definitivamente cansado de ser o centro das atenções de
todos! Muitos me mimam, me tratam bem, somente por saberem que, no futuro, serei
eu o rei que comandará essas terras.

- Você reclama da atenção que recebe. Eu daria tudo para receber um pouco mais de
atenção de meus pais.

- Você está triste, pequena Marie. Não sei por que você está assim, mas pode falar
comigo. Sei que sou praticamente um desconhecido, mas eu realmente necessito ouvir
alguém falar sobre si, já que meus dias são cheios de um egocentrismo forçado.

- Não compreendo seu súbito interesse, príncipe, mas agradeço por alguém nessa
imensa coorte perceber que existo. Desde o nascimento de Joshua, todas as atenções
de minha família se voltaram para ele. Ele é o herdeiro da glória, diz meu pai. Ele o
considera superior, somente por ser homem!

- Meu súbito interesse tem muito a ver com minha atual situação. Sempre percebi que
seu pai dava-lhe mais atenção do que a Kahz e a você. No entanto, acredito que isso
aconteça basicamente por Joshua ser o primeiro filho homem. A expectativa de seu pai
para ele é, basicamente, ter um sucessor em seus deveres políticos e também alguém
que cuidará de sua família quando ele partir. Não o considere mau pai por isso. Ele
está apenas tentando proteger seu legado.

- Para o inferno o legado de meu pai! Ele deveria dar mais atenção a nós do que ao
seu “legado”. Quando tudo cair, ele perceberá que de nada valeu essa preocupação
tola com o futuro.

- O que quer dizer com tal afirmação? És muito pessimista, menina.

- Não posso explicar. No momento em que for conveniente que saiba, você saberá de
tudo. Agora vou embora. Não deveria estar aqui. As leis do reino obrigam que todos
que não são da nobreza não dividam o mesmo espaço que ela nas áreas de lazer.
Adeus Akath.

Levantou-se depressa e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela havia
desaparecido. Pensei em procurá-la, mas me dei conta de que se ela se fora, era por
que não estava disposta a continuar a conversa.

Minhas lembranças daquele dia pareciam mais fortes, mas eu precisava tomar certas
decisões sobre assuntos que dependiam de minhas escolhas. Minha irmã estava
prestes a passar pelos rituais de iniciação da Ordem das Estrelas, que preparava as
princesas de minha família para que pudessem assumir o reino caso seus maridos
falecessem em combate e não houvesse sucessor e eu, como o filho primogênito e
príncipe com direito a pleitear o trono, tinha o dever de preparar-lhe a recepção. No
entanto, quando levantei de minha cama, percebi que o quarto parecia diferente.

Prestando atenção, apesar da luz que atingia meus olhos de forma direta, pude
perceber que estava, na verdade, em um grande pátio aberto, rodeado por arvores de
grande porte, tão altas como o maior dos pinheiros que já tivera a oportunidade de
ver. O sol parecia vir de algum lugar distante e no entanto eu conseguia senti-lo
aquecer minha pele. O som de uma suave cachoeira parecia próximo, mas estava fora
de meu campo de visão.

Procurando entender onde estava e como chegara até ali, olhei para mim mesmo por
alguns instantes. Para minha surpresa, estava vestido com roupas brancas de uma
pureza indescritível. Eram suaves e pareciam feitas de plumas, ou talvez mesmo as
mais leves nuvens do paraíso. Confuso com a minha nova vestimenta e por estar em
um lugar desconhecido, percebi, surpreso, uma pequena menina loira, que me olhava
com um leve sorriso no rosto.

Seus olhos eram tão claros quanto seu cabelo e pareciam feitos de topázio
extremamente claro. Sua beleza era incrível e combinava apenas com a crença que eu
possuía sobre os anjos mais puros. Seria ela um anjo? Estaria eu morto?

Como que lendo meus pensamentos, a pequena falou comigo:

- Não estás morto, príncipe Akath. Você está recebendo a maior oportunidade que um
humano pode receber. Você terá a chance de ver seu futuro e muda-lo.

Ao perceber meu sorriso de descrença e minha hesitação, a menina me deu a mão,


guiando-me, segundo ela, até meu futuro.

Capitulo 3: Tentando entender o incompreensível


Segurei a mão da pequena menina, procurando acreditar em suas palavras. No entanto eu
não podia crer no que ela havia acabado de me dizer. Como poderia eu vislumbrar meu
futuro e mudá-lo? Seria possível prever o que iria me acontecer e alterar o curso do
destino?

A menina olhava para mim com confiança e parecia saber que eu não acreditava nela.
Apesar disso, ela não parecia desapontada comigo. Sentia nela uma suavidade tão grande
que parecia divina. Seria ela um anjo e estaria eu morto, encontrando o juízo final? Pelo
que eu sabia, ela tanto poderia ser um anjo quanto um demônio, oferecendo-me a salvação
ou a perdição eterna.

- Por que está temeroso, príncipe Akath? Por acaso temes o que o futuro pode trazer para
você?

- Não entendo como ou porque estou aqui, mas não posso dizer que estou realmente
surpreso. Sempre soube que a morte seria estranha.

- Morte? Crês estar morto?

- Sim! Não estou? É a única explicação para essa situação estranha.

- Ao contrário, príncipe. Estás mais vivo do que nunca. Essa é a recompensa de Deus para
você, por ter provado que merece essa dádiva. Você poderá ver o que o futuro reserva para
você e então alterar as escolhas ruins que você por acaso fosse tomar.

Sorri, descrente, e a menina pareceu um pouco descontente com minha atitude. Talvez ela
esperasse que eu acreditasse mais facilmente em suas palavras. Mas para mim, cansado de
ser enganado pela vida, era difícil acreditar que se fazia possível ter a chance de ver o
futuro.

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